Sistemas Eleitorais

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Sistema de votação

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Sistema eleitoral utilizado para eleger a câmara baixa (parlamento) por país.
Sistema maioritário
Escrutínio uninominal maioritário em uma volta
Escrutínio uninominal maioritário em duas voltas
Voto alternativo
Escrutínio maioritário plurinominal ou misto maioritário uninominal e plurinominal
Escrutínio de lista maioritária ou misto maioritário uninominal e maioritário de lista
Sistema semiproporcional
Voto único não transferível
Voto cumulativo modificado
Escrutínio binominal
Sistema proporcional
Escrutínio proporcional plurinominal
Escrutínio a voto único transferível
Sistema misto
Escrutínio proporcional com bonificação para a lista à cabeça
Sistema misto com compensação (escrutínio maioritário uninominal em uma volta e proporcional
plurinominal)
Sistema misto com compensação (escrutínio maioritário uninominal em duas voltas e proporcional
plurinominal)
Sistema misto sem compensação (escrutínio maioritário uninominal em uma volta e proporcional
plurinominal)
Sistema misto sem compensação (escrutínio maioritário uninominal em duas voltas e proporcional
plurinominal)
Sistema misto sem compensação (escrutínio maioritário plurinominal ou de lista e proporcional
plurinominal)
Sistema misto sem compensação (voto único não transferível e proporcional plurinominal)
Outros
Métoto de Borda modificado

Sem eleições diretas


Sem informações

Cédula de votação no referendosobre o sistema de votação na Nova Zelândia em 2011.

Um sistema de votação ou sistema eleitoral é o meio de escolha entre um certo número


de opções, baseado na entrada de um certo número de votos. A votação é, talvez, mais
conhecida pelo seu uso em eleições, onde candidatos políticos são selecionados para
a administração pública. Votações também podem ser usadas para a escolha
em premiações; para selecionar um entre diferentes planos de ação; ou para um programa
de computador determinar a solução de um problema complexo. A votação se diferencia
do consenso.
Um sistema de votação consiste nas regras de como os votantes podem expressar
seus desejos, e como esses desejos são agregados para se obter um resultado final. O
estudo de sistemas de votação formalmente definidos é chamado teoria das votações, um
ramo da ciência política, economia ou matemática. A teoria das votações começou
no século XVIII e tem produzido diversas propostas de sistemas de votação.
A maioria dos sistemas de votação é baseada na regra da maioria, ou seja, o princípio de
que deve ser satisfeita a opinião apoiada por mais da metade dos votantes. Dada a
simplicidade da regra da maioria, aqueles que não estão familiarizados com a teoria das
votações são, frequentemente, surpreendidos com a variedade de sistemas de votação
existentes, ou com o fato de que os sistemas de votação mais populares podem produzir
resultados não pretendidos pela maioria dos votantes. Se toda eleição tivesse apenas
duas escolhas, o vencedor seria determinado usando somente a regra da maioria.
Contudo, quando há três ou mais opções, pode ser que nenhuma opção seja preferida
pela maioria. Diferentes sistemas de votação podem ter diferentes resultados,
particularmente nos casos onde não há uma clara preferência da maioria. Então, a escolha
do sistema eleitoral é um componente importante de um governodemocrático.

Índice

 1Aspectos dos Sistemas de Votação


o 1.1A Cédula
o 1.2Peso dos Votos
o 1.3Status Quo
o 1.4Distritos Eleitorais
o 1.5Nenhum dos Anteriores
 2Considerações a Ter em Conta para Criar um Bom Sistema de Votação
 3Métodos de Vencedor Único
o 3.1Métodos de Votação Binários
o 3.2Métodos de Votação Ordenados
 3.2.1Métodos de Condorcet
o 3.3Métodos de Votação por Nota
 4Métodos de Múltiplos Vencedores
o 4.1Métodos Não Proporcionais e Semiproporcionais
o 4.2Métodos Proporcionais
o 4.3Métodos Semiproporcionais
 5Critérios de Avaliação de Sistemas de Votação
 6Sistemas
 7História
o 7.1Início da Democracia
o 7.2Fundações da Teoria do Voto
 8Referências
 9Ver também
 10Ligações externas

Aspectos dos Sistemas de Votação[editar | editar código-fonte]


Um sistema de votação especifica a forma de cédula; o conjunto de votos permitidos; e o
método de mensuração, um algoritmo para determinar o resultado. Esse resultado pode
conter um único vencedor, ou pode envolver múltiplos vencedores como em uma eleição
para um corpo legislativo. O sistema de votação pode, também, especificar como o poder
de voto está distribuído entre os votantes, e como os votantes estão divididos em distritos
eleitorais, cujos votos são contados independentemente.
A implementação real de uma eleição geralmente não é considerada parte do sistema de
votação. Por exemplo, ainda que um sistema de votação especifique a cédula
abstratamente, ele não especifica se a cédula fisicamente falando é na forma de papel,
um cartão perfurado ou uma tela de computador. Um sistema de votação também não
especifica como os votos serão mantidos secretos, como verificar se os votos são
contados acuradamente, ou quem está apto para votar. Esses são aspectos concernentes
aos sistemas de eleição.
A Cédula[editar | editar código-fonte]

Em uma simples cédula de votação plural, espera-se que o votante selecione apenas uma marca.

Diferentes sistemas de votação têm diferentes formas de permitir, ao indivíduo, expressar


seu voto. Na cédula ordenada ou sistemas de votação por preferência como a votação
com turnos instantâneos e a contagem de Borda, os votantes ordenam a lista de opções
do mais ao menos preferido. Em votação por nota, os votantes avaliam cada opção
separadamente em uma escala. Na votação plural (também conhecida como first-past-the-
post - o primeiro a ultrapassar a marca), os votantes selecionam apenas uma opção,
enquanto na votação por aprovação, eles podem selecionar tantos quanto quiserem. Em
sistemas como a votação cumulativa, os votantes podem votar no mesmo candidato
múltiplas vezes.
Peso dos Votos[editar | editar código-fonte]
Muitas eleições estão firmadas na ideal de "uma pessoa, um voto", significando que todo
voto deve ser contado com peso igual independentemente do votante. Isso não é
verdadeiro para todas as eleições, todavia. Em eleições de empresas, por exemplo,
usualmente o peso dos votos varia de acordo com a quantidade de ações de cada votante
na companhia, mudando o mecanismo para "para cada parte, um voto".
Os votos também podem adquirir pesos diferentes por outras razões, como o aumento do
peso de votação para os membros hierarquicamente superiores numa organização. Um
caso especial é o voto de desempate, que pode valer ou não como voto comum; se ele
não atua como um voto comum, então ele efetivamente tem um voto com menos peso que
um voto comum. Um exemplo bem conhecido é o do Senado dos Estados Unidos, onde
o Vice-presidente dos Estados Unidosnão tem um voto comum, mas vota somente para
desempatar. Empates eleitorais também podem ser resolvidos por outros métodos de
desempate, como lançar uma moeda.
Peso do voto não é a mesma coisa que poder de voto. Em situações onde todos os
eleitores possuem voto com o mesmo peso (por exemplo, partidos políticos em
um parlamento), o poder de voto mede a habilidade do grupo de mudar o resultado de
uma votação. Os grupos podem formar coligações para maximizar seu poder de voto.
Status Quo[editar | editar código-fonte]
Alguns sistemas de votação possuem seus próprios limitesː por exemplo, se
uma supermaioria é requerida para mudar o status quo. Um caso extremo disso é
a unanimidade, onde a mudança do status quo requer o apoio de todos os membros da
votação.
Um mecanismo diferente que favorece o status quo é a exigência de um quórum, que
garante que o status quo permaneça se não há votantes suficientes. Os requisitos de
quórum, frequentemente, dependem somente do número total de votantes ao invés da
quantidade de votos para a opção vencedora; contudo, isso pode, às vezes, encorajar
votantes dissidentes de ausentar-se da votação para prevenir a existência do quórum.
Distritos Eleitorais[editar | editar código-fonte]
Ver artigo principal: Distrito eleitoral
Frequentemente, o objetivo de uma eleição é escolher um corpo legislativo feito de
múltiplos vencedores. Isso pode ser feito pela execução de uma única eleição e escolher
os vencedores do mesmo conjunto de votos, ou pela divisão dos votantes em distritos
eleitorais que tem diferentes opções e eleger diferentes vencedores.
Alguns países, como Israel, preenchem todo o seu parlamento usando um único distrito
com múltiplos vencedores, enquanto outros, como a Índia ou os Estados Unidos ou
o Reino Unido, admitem apenas eleições de vencedor único. Em alguns sistemas, como
o sistema de membros adicionais, agrupam distritos menores em porções maiores.
O meio em que os distritos são criados e preenchem vagas pode afetar dramaticamente os
resultados. A redistribuição da representação em parlamentos entre estados, regiões ou
distritos eleitorais maiores, normalmente é feita pela mudança da quantidade de habitantes
obtidas em um censo. A alteração dos limites de um distrito também pode ocorrer. Esses
dois processos são politicamente controversos devido às possibilidades de isso ser feito
injustamente, com distribuições diferentes da quantidade de votos para cada distrito, ou a
manipulação das fronteiras distritais com interesses políticos.
Nenhum dos Anteriores[editar | editar código-fonte]
Em todos estes sistemas existe a possibilidade de incluir uma opção para votar contra o
preenchimento do lugar. Isto é implementado em vários sistemas, por vezes através do
estabelecimento de um limite que os candidatos vencedores devem ultrapassar, outras
vezes através da introdução de um candidato teórico "Nenhum dos Anteriores" na corrida,
que pode ser explícito ou implícito, sob a forma de voto em branco.

Considerações a Ter em Conta para Criar um Bom Sistema


de Votação[editar | editar código-fonte]

Sistema de voto por aprovação.

É impossível criar um sistema "perfeito" porque algumas das características que fazem um
bom sistema são contraditórias. Por exemplo, se um candidato for muito popular entre
algumas pessoas e muito impopular entre as restantes, ele será melhor ou pior do que um
candidato universalmente aceito sem entusiasmo? Diferentes sistemas de votação traçam
linhas divisórias em diferentes sítios. Estas são algumas das considerações a ter em conta
ao criar e avaliar um sistema de votação:

 Proporcionalidade
 Potencial para o voto tático
 Aceitabilidade das escolhas
 Popularidade das escolhas
 Simplicidade

Métodos de Vencedor Único[editar | editar código-fonte]


Os sistemas de vencedor único podem ser classificados no tipo de cédulas que usam. Os
sistemas de votação binários são aqueles em que um votante pode aceitar ou não em um
dado candidato. Em sistema se votação ordenados, cada votante dispõe os candidatos
em ordem de preferência. Nos sistemas de votação por nota, os votantes dão uma nota
para cada candidato.
Na cédula para aprovação, o votante pode votar em qualquer número de opções.

Métodos de Votação Binários[editar | editar código-fonte]


O método de votação de candidato único que prevalece, de longe, é o de plural (também
chamado "o primeiro a passar a marca", "maioria relativa", ou "ganhador toma tudo"), em
que cada votante vota em uma escolha, e a escolha que recebe mais votos vence, ainda
que receba menos que a maioria dos votos.
A votação por aprovação é outro método binário, onde os votantes podem votar em tantos
candidatos quiserem. A escolha que receber mais aprovações vence.
Os métodos de múltiplos turnos adotam diversas rodadas de votação plural para garantir
que o vencedor é eleito pela maioria. A votação com dois turnos, o segundo mais comum
método usado em eleições, há um segundo turno entre os dois candidatos mais votados
se não houver maioria no primeiro. Nas eleições com votação com eliminação por turno, o
candidato menos votado é eliminado até que haja uma maioria. Na eleição com votação
com turnos exaustivos, nenhum candidato é eliminado, a votação é simplesmente repetida
até que haja uma maioria.
A cédula aleatória é um método em que cada votante vota em uma opção, e uma única
cédula é selecionada ao acaso para determinar o vencedor. Esse é mais usado como
desempate para outros métodos.

Métodos de Votação Ordenados[editar | editar código-fonte]


Ver artigo principal: voto preferencial
Em uma cédula ordenada típica, o votante é instruído a colocar os candidatos em ordem de
preferência.

Também conhecidos como métodos de votação preferencial, esses métodos permitem que
cada votante disponha os candidatos em ordem de preferência. Frequentemente não é
necessário ordenar todos os candidatos: candidatos sem ordem são normalmente
considerados no último lugar. Alguns métodos de ordenação também permitem aos
votantes dar a vários candidatos a mesma posição.
O método mais comum de votação ordenada é a votação com turnos instantâneos (IRV),
também conhecida como "voto alternativo" ou simplesmente "votação preferencial", que
usa as preferências dos votantes para simular uma eleição com múltiplos turnos. Como os
votos têm ordenação, a opção com menos votos em primeiro lugar é eliminada. Em
sucessivas rodadas de contagem, o voto é transferido para a próxima opção do votante
que ainda estiver disponível. A opção menos preferida é eliminada da contagem até que
haja um vencedor pela maioria, com todas as cédulas consideradas em toda rodada de
contagem.
A contagem de Borda é um método de votação ordenada relativamente simples em que as
opções recebem pontos baseadas em sua posição em cada cédula. Os métodos
semelhantes a esse são chamados sistemas de votação posicional
Outros sistemas de votação ordenados incluem o método de Coombs, a votação
suplementar, o voto único transferível, e a votação de Bucklin, assim como métodos
específicos listados abaixo.
Métodos de Condorcet[editar | editar código-fonte]
Ver artigo principal: método de Condorcet
Os métodos de Condorcet, ou métodos de paridade, são uma classe de métodos de
votação ordenada que seguem o critério de Condorcet. Esses métodos comparam todo
par de opções, e a opção que supera toda outra opção é a vencedora. Uma opção supera
outra opção se a maioria dos votos a ordena em posição melhor nas cédulas do que a
outra opção.
Esses métodos são frequentemente referidos coletivamente como métodos de Condorcet,
porque o critério de Condorcet garante que todos eles dão o mesmo resultado na maioria
das eleições, onde existir um vencedor de Condorcet. As diferenças entre os métodos de
Condorcet ocorrem em situações onde nenhuma opção supera todas as outras, implicando
que existe um ciclo de opções que superam umas as outras, chamado de paradoxo de
Condorcet ou conjunto de Smith. Considerando um método de Condorcet genérico como
sendo um método abstrato que não resolve esses ciclos, as versões específicas de
métodos Condorcet que selecionam os vencedores caso não exista um vencedor de
Condorcet são chamadas métodos de completação de Condorcet.
Uma versão simples de Condorcet é o minimax: se nenhuma operação supera todas, a
opção que é superada por menos votos na pior superação vence. Outro método simples é
o método de Copeland, em que o vencedor é a opção que vence a maioria das
comparações par a par. O método de Schulze, também conhecido como "redução
sequencial de Schwartz") e pares ordenados são dois métodos de Condorcet
recentemente criados que satisfazem um grande número de critérios de sistemas de
votação.

Esse estilo de cédula, usado na votação cumulativa, permite ao votante dividir seu voto entre
diversos candidatos.

Métodos de Votação por Nota[editar | editar código-fonte]


As cédulas de votação por nota permitem mais flexibilidade que as cédulas ordenadas,
mas existem poucos métodos que as usam. Cada votante dá uma pontuação para cada
opção; as notas podem ser numéricas (por exemplo, de 0 a 100), ou podem ser conceitos
como A/B/C/D/F.
Na votação por nota numérica, os votantes dão notas numéricas para cada opção, e a
opção com o maior total vence. A votação por aprovação pode ser vista como um caso
particular da votação por nota numérica, onde as únicas notas permitidas são 0 e 1.
A votação cumulativa restringe a nota diferentemente, por exigir que o total de pontos
numa cédula não sejam maiores que um certo valor. A votação cumulativa é um meio
comum de fazer eleições em que os votantes tenham poder de voto desigual, como em
setor corporativo, onde vale a regra de "quanto maior a participação, maior o voto". A
votação cumulativa também é usada como um método para múltiplos vencedores, como
em eleições para um conselho
Cédulas com nota podem ser usadas em métodos de votação ordenada, caso o método
permita posições idênticas para opções diferentes. Alguns métodos ordenados supõem
que todas as posições numa cédula são distintas, mas muitos votantes podem preferir por
mais de um candidato com a mesma nota numa cédula de votação por nota.

Métodos de Múltiplos Vencedores[editar | editar código-fonte]


Vagas para cada partido nas Eleições alemãs de 2005, um exemplo de sistema de votação
proporcional.

Boletim de voto para a Assembleia da República, círculo de Setúbal, Portugal, 2009.

Um voto com múltiplos vencedores, como a eleição de uma legislatura, tem efeitos
práticos diferentes de uma votação com único vencedor. Frequentemente, os participantes
de uma eleição de vários vencedores estão mais interessados com a composição
partidária da legislatura do que exactamente quais candidatos foram eleitos. Por esta
razão, muitos sistemas para múltiplos vencedores adotam a representação proporcional,
que significa que se um dado partido (ou qualquer outro agrupamento político) adquire X%
dos votos, então ele também deve conseguir aproximadamente X% dos assentos na
legislatura. Nem todos os sistemas de votação para múltiplos vencedores são
proporcionais.
Métodos Não Proporcionais e Semiproporcionais[editar | editar código-
fonte]
Muitos métodos de votação para múltiplos vencedores são simples extensões de métodos
de vencedor único, sem qualquer objetivo explícito de produzir um resultado proporcional.
No sistema majoritário plurinominal, o votante escolhe N opções, e os N mais votados
vencem. Por causa das possibilidades de vitórias em avalanche por um único partido
eleitoral, a votação majoritária plurinominal não é proporcional. Dois métodos para
pluralidade semelhantes são o método do voto uninominal intransferível, onde o votante
vota em somente uma opção, e a votação cumulativa, descrita acima. Ao contrário da
votação majoritária plurinominal, eleições usando voto uninominal intransferível ou votação
cumulativa podem alcançar a proporcionalidade se os votantes usarem a votação
tática ou nomeação estratégica.
Pelo fato de eles estimularem resultados proporcionais sem necessariamente garanti-los, o
voto único intransferível e a votação cumulativa são classificados como semiproporcionais.
Outros métodos que podem ser vistos como semiproporcionais são os métodos mistos,
que combinam os resultados de uma votação plural e de uma eleição por lista partidária
(descrita abaixo). A votação paralela é um exemplo de método misto porque somente é
proporcional para um subconjunto de vencedores.
Métodos Proporcionais[editar | editar código-fonte]
Ver artigo principal: Representação proporcional
Os métodos verdadeiramente proporcionais fazem alguma garantia de proporcionalidade
fazendo com que cada opção vencedora representa aproximadamente o mesmo número
de votos. Esse número é chamado de cota. Por exemplo, se a cota é 1000 votos, então
cada candidato eleito reflete a opinião de 1000 votantes, com uma margem de erro. Isso
pode ser usando o índice Gallagher.
A maioria dos sistemas proporcionais em uso são baseados na representação
proporcional partidária, em que os votantes escolhem partidos ao invés de candidatos
individuais. Para cada cota de votos que um partido recebe, um de seus candidatos ganha
um assento na legislatura. Os métodos diferem em como a cota é determinada ou,
equivalentemente, como as proporções de votos são arredondadas para preencher o
número de assentos.
Os métodos de alocação de vagas podem ser agrupados em métodos da médias mais
altas e métodos dos restos maiores. O método dos restos maiores encontra uma
determinada cota baseada no número de votantes, enquanto o método das médias mais
altas determinam a cota indiretamente, dividindo o número de votos que os partidos
recebem por uma sequência de números.
Independentemente do método usado para distribuir vagas, os sistemas de lista partidária
podem ser de lista aberta ou lista fechada. Em um sistema de lista aberta, os votantes
decidem quais candidatos de um partido ganham os assentos. Em um sistema de lista
fechada, os assentos são alocados aos candidatos numa ordem fixa que o partido escolhe.
O sistema de Representação proporcional mista é um método misto que somente usa uma
lista partidária para um subconjunto dos vencedores, preenchendo outras vagas com os
vencedores das eleições regionais, assim tendo características tanto de listas abertas
quanto fechadas.
Em contraste com os sistemas de lista partidária, o voto uninominal transferível é um
sistema de representação proporcional em que os votantes ordenam candidatos
individuais em ordem de preferência. Ao contrário dos sistemas de lista partidária, o voto
uninominal transferível não depende de se os candidatos estão agrupados em partidos
políticos. Os votos são transferidos entre os candidatos de modo semelhante ao do voto
com turnos instantâneos, mas ao invés de transferir os votos de candidatos que são
eliminados, os votos excedentes são transferidos de candidatos que já alcançaram a cota.
Métodos Semiproporcionais[editar | editar código-fonte]
Um método mais simples chamado votação cumulativa é um sistema de votação
semiproporcional em que cada votante tem n votos, onde n é o número de vagas a serem
preenchidas. Os votantes podem distribuir porções de seus votos entre um conjunto de
candidatos, todos para um único candidato, ou mais de um. Ele é considerado um
sistema proporcional que permite que uma coligação tenha que representar uma
fração m/(n+1) dos votantes para garantir que sejam eleitos massentos numa eleição para
'n assentos. Por exemplo, numa eleição para 3 vagas, 3/4 dos votantes (se unidos em 3
candidatos) podem garantir o controle de todas as três vagas (a fim de comparação,
no voto majoritário plurinominal bastando apenas (50%+1) dos votos para garantir controle
de todos os assentos.)
O voto cumulativo é um meio comum de prover eleições em que os votantes tem poderes
de voto diferentes, como em uma instituição com a regra de votação proporcional ao poder
acionário. A votação cumulativa também é usada como método para múltiplos vencedores,
como em eleições para um conselho corporativo.
A votação cumulativa não é totalmente proporcional porque sofre do mesmo efeito
spoiler da votação plural sem um segundo turno. Um grupo de eleitores com opiniões
parecidas, mas divididos entre "candidatos demais" podem ter insucesso em eleger
qualquer candidato, ou eleger menos que o correspondente para seu tamanho numérico.
O nível de proporcionalidade depende de quão os votos são bem coordenados.
A votação limitada é um método para múltiplo vencedores que fornece aos votantes
menos votos que o número de vagas a ser decididas. A forma mais comum e simples de
votação limitada é o voto uninominal intransferível. Ele pode ser considerado uma variante
especial da votação cumulativa onde o voto não pode ser dividido em mais de um
candidato. Ele depende de distribuições estatísticas dos votantes para que simular as
possibilidades de escolha que a votação cumulativa permitia para votantes avulsos.
Por exemplo, numa eleição para 4 vagas, um candidato precisa de 20% dos votos para
garantir sua vitória. Um eleitorado de 40% pode garantir 2 vagas na votação cumulativa
simplesmente com cada votante dividindo seus votos igualmente entre 2 candidatos. Em
comparação no voto uninominal intransferível, cada candidato teria que alcançar
individualmente 20% dos votos. Isso poderia ser alcançado se, por exemplo, cada eleitor
decidisse no cara ou coroa em qual dos dois candidatos dessa coligação escolher. Essa
limitação simplifica o voto e a contagem, ao custo de uma maior imprevisibilidade dos
resultados.

Critérios de Avaliação de Sistemas de Votação[editar | editar


código-fonte]
Ver artigo principal: Critérios de sistemas de votação
No mundo real, as atitudes em relação aos sistemas de votação são altamente
influenciados pelo impacto que esses sistemas podem causar entre os seus defensores e
opositores. Isso pode tornar difícil a avaliação objetiva dos sistemas de votação. Para
comparar esses sistemas honestamente e independentemente de ideologias políticas, os
teóricos em votações usam critérios de sistemas de votação, que definem
matematicamente propriedades desejáveis de sistemas de votação.
É impossível para um sistema de votação satisfazer todos os critérios mais comuns. O
economista Kenneth Arrow provou o teorema da impossibilidade de Arrow, que demonstra
que várias características desejáveis de sistemas de votação são mutuamente
contraditórias. Por esta razão, ao se avaliar um sistema de votação, é necessário decidir
quais as características são mais importantes para determinada eleição.
Usar critérios para comparar sistemas não torna a comparação completamente objetiva.
Por exemplo, é relativamente fácil inventar um critério que é satisfeito por um método de
votação preferido, e muitos poucos outros além dele. Fazendo isso, alguém pode construir
um argumento viciado para esse critério, ao invés de avaliar o método em si. Ninguém tem
uma autoridade irrefutável de quais critérios devem ser considerados, mas os seguintes
são alguns critérios que são considerados desejáveis por muitos teóricos de votações:

 Critério da maioria — Se existe uma maioria que prefere um único candidato, ele
sempre vence se essa maioria votar sinceramente?
 Critério da monotonicidade — É impossível fazer com que um candidato vencedor
perca se sua avaliação melhorar, ou causar que um candidato derrotado ganhe
tornando-a pior?
 Critério da consistência — Se o eleitorado está dividido em dois e uma escolha vence
em ambas as partes, ela vence no eleitorado como um só?
 Critério da participação — É sempre melhor votar honestamente que não votar? (Este
está agrupado com o critério semelhante mas distinto da consistência na tabela
abaixo)
 Critério de Condorcet — Se um candidato vence todo outro candidato
numa comparação em pares, esse candidato sempre vence?
 Critério do perdedor de Condorcet — Se um candidato perde para todo outro
candidato numa comparação em pares, ele sempre perde?
 Independência de alternativas irrelevantes — O resultado é o mesmo com a adição e a
remoção de candidatos não vencedores?
 Independência de clones — O resultado é o mesmo se candidatos idênticos aos
existentes fossem adicionados?
A tabela seguinte mostra quais dos critérios são satisfeitos por muitos métodos de
vencedor único, listados aproximadamente na ordem em que são comumente usados.

Independê
Perded ncia de
Independê
Maio Monotonici Consistência & Part Condor or de alternativ
ncia de
ria dade icipação cet Condor as
clones
cet irrelevant
es

Não
Maioria
Sim Sim Sim Não Não Não (divisão
simples
de votos)

Não
Dois
Sim Não Não Não Sim Não (divisão
turnos
de votos)

Turnos
instantâ Sim Não Não Não Sim Não Sim[1]
neos

Aprovaç Ambíguo[
Não Sim Sim Não Não Sim 2]
ão

Votação Ambíguo[
Não Sim Sim Não Não Sim 2]
por nota

Não
(candidat
Borda Não Sim Sim Não Sim Não
ura de
aliados)

Método Não
Condorc Sim Sim Não Sim Não Não (divisão
et dos votos)
Sim Sim Não Sim Sim Não Sim
Schulze (ver nota)

Pares
Sim Sim Não Sim Sim Não Sim
ordenad
(ver nota)
os

Além dos critérios acima, os sistemas de votação também são julgados com critérios que
não são matematicamente precisos mas que ainda são importantes, como simplicidade,
velocidade de contagem, potencial para fraude ou resultados controversos, oportunidade
para voto tático ou candidatura estratégica, e, para métodos de múltiplos vencedores,
o grau de proporcionalidade produzido.
Também é possível simular uma grande quantidade de votações virtuais em um
computador e ver como vários sistemas de votação se comportam. Nessas simulações, ao
contrário das eleições reais, é possível ver "por dentro da mente dos votantes" e então
medir os resultados em termos da satisfação dos votantes, uma medida referida como
"arrependimento bayesiano". Algumas simulações são sensíveis a suposições sobre a
qualidade dos candidatos, voto estratégico, e pesquisas pré-eleição; e eles não podem
medir o efeito que um sistema de votação tem sobre a campanha; mas elas podem dar os
melhores e piores casos para cada sistema de votação de modo relativamente objetivo. A
maior dessa simulações [1], executada por um simpatizante da votação por nota,
encontrou que os únicos sistemas acima potencialmente significativamente melhores (isto
é, que levam a menos voto tático, algo não medido por este modelo) que a votação por
notasão a própria votação por nota, Borda, Minimax, Schulze, e Pares ordenados. A
maioria dos sistemas mostraram alguma vantagem potencial sobre o voto plural, em
muitos casos maiores que as vantagens da votação plural sobre a monarquia.
A Comissão Real do Sistema Eleitoral da Nova Zelândia listou dez critérios para a
avaliação de possíveis novos sistemas eleitorais para a Nova Zelândia. Esses incluíam
não favorecer partidos políticos em detrimento de outros, representação efetiva de
minorias ou grupos de interesse especial, integração política, participação efetiva dos
votantes e legitimidade.

Sistemas[editar | editar código-fonte]


Cédula com sistema misto de votação na Nova Zelândia.

A maioria dos sistemas de votação pertence a uma das categorias seguintes, ou são um
híbrido de duas ou mais de entre elas:

 Contagem de Borda
 Voto majoritário
 Voto por nota
 Voto uninominal transferível
 Voto majoritário transferível
 Voto proporcional
 Voto por aprovação
 Método de Condorcet
 Votação cumulativa
 Método Imperiali

História[editar | editar código-fonte]


Início da Democracia[editar | editar código-fonte]
O voto é utilizado como característica básica da democracia desde o século VI a.C.,
quando a democracia foi introduzida pela democracia ateniense. Uma das primeiras
eleições registradas em Atenas era o voto majoritário para o qual a vitória era indesejada:
no processo chamado ostracismo, os votantes escolhem o cidadão que será exilado por
dez anos. A maioria das eleições no início da história da democracia foram conduzidas
usando voto majoritário ou alguma variante, mas com uma exceção, o Estado
de Veneza no século XII adotou o sistema que conhecemos atualmente como voto por
aprovação para eleger seu Grande Conselho.[3]
O sistema veneziano para a eleição do Doge de Veneza era um processo particularmente
complexo, consistindo de cinco turnos de sorteio e cinco turnos de voto por aprovação.
Para o sorteio, um grupo de 30 eleitores era escolhido, que era reduzido a 9 eleitores por
um novo sorteio. O colégio eleitoral de 9 membros elegia 40 pessoas por voto por
aprovação; esses 40 eram reduzidos para formar um segundo colégio eleitoral de 12
membros por um novo sorteio. O segundo colégio eleitoral elegia 25 pessoas por votação
por aprovação, que era reduzido para formar um terceiro colégio eleitoral de 9 membros
por sorteio. O terceiro colégio eleitoral elegia 45 pessoas, que era reduzido para formar um
quarto colégio eleitoral de 11 por sorteio. Eles escolhiam um corpo eleitoral final de 41
membros, que finalmente elegiam o Doge. Apesar de sua complexidade, o sistema tinha
certas propriedades desejáveis como ser difícil de manipular e garantir que o vencedor
refletia as opiniões tanto da fação majoritária como da minoritária.[4] Esse processo foi
usado como pouca modificação de 1268 até o fim da República de Veneza in 1797, e foi
um dos fatores que contribuiu para a durabilidade da república.

Jean-Charles de Borda, um pioneiro na teoria do voto.

O Marquês de Condorcet, outro pioneiro na teoria do voto.

Fundações da Teoria do Voto[editar | editar código-fonte]


A teoria do voto se tornou objeto de estudo acadêmico na época da Revolução
Francesa.[3] Jean-Charles de Borda propôs a contagem de Borda em 1770 como um
método para eleger membros da Academia Francesa de Ciências. Seu sistema foi
criticado pelo Marquês de Condorcet, que ao invés disso propôs um método de
comparação par-a-par que ele tinha confeccionado. As implementações desse método são
conhecidas como métodos de Condorcet. Ele também escreveu sobre o paradoxo de
Condorcet, que ele chamou de intransitividade das preferências da maioria.[5]
Enquanto Condorcet e Borda sejam, usualmente, creditados como os fundadores da teoria
do voto, pesquisas recentes têm mostrado que o filósofo Ramon Llull descobriu tanto a
contagem de Borda quanto um método par-a-par que satisfazia o critério de
Condorcet no século XIII. Os manuscritos em que ele descreveu esses métodos tinha sido
perdidos para a história até que foram redescobertos em 2001.[6]
Posteriormente, no século XVIII, o tópico relacionado de representação
geográfica começou a ser estudado. O ímpeto pela pesquisa de métodos justos de
representação veio, de fato, pela Constituição dos Estados Unidos, que ordenou que os
assentos na Câmara dos Representantes dos Estados Unidos tivessem de ser alocados
entre os estados proporcionalmente à sua população, mas não especificou como.[7] Uma
variedade de métodos foram propostos por estadistas como Alexander Hamilton, Thomas
Jefferson, e Daniel Webster. Alguns dos métodos de representação geográfica
descobertos nos Estados Unidos foram redescobertos na Europa no século XIX, como
métodos de alocação para o sistema recentemente proposto de representação
proporcional. O resultado é que muitos métodos de representação têm dois nomes: por
exemplo, o método de Jefferson é o mesmo que o método de Hondt, e o método de
Websteré o método de Sainte-Laguë.[8]
O sistema de voto uninominal transferível foi criado por Carl Andrae na Dinamarca em
1855, e também na Inglaterra por Thomas Hare em 1857. Suas descobertas podem ter
sido independentes ou não. Eleições com o voto uninominal transferível foram feitas pela
primeira vez na Dinamarca em 1856, e na Tasmânia em 1896 após seu uso ser promovido
por Andrew Inglis Clark. A representação proporcional de lista partidária foi implementada
primeiramente para eleger legislaturas europeias no século XX, com
a Bélgica implementando-a pela primeira vez em 1900. Desde então, métodos
proporcionais e semiproporcionais tem sido usados em quase todos os países
democráticos, exceto em sua maioria pelas antigas colônias britânicas[9]
O PROCESSO ELEITORAL EM ANGOLA 1 - REGRAS GERAIS A Lei n.º 5 /92 de 16 de Abril de, Lei
Eleitoral, estabelece as regras relativas ao processo eleitoral angolano, nomeadamente, o
registo eleitoral, a eleição do Presidente da República e a eleição dos Deputados à Assembleia
Nacional. Lei própria regulará a eleição dos titulares dos órgãos locais do estado. O Presidente
da República, ouvido o Conselho Nacional Eleitoral, convoca as eleições presidenciais e
legislativas, marcando a data da sua realização. Nos termos da Lei Constitucional e da Lei
Eleitoral, o Presidente da República e os Deputados da Assembleia Nacional são designados
mediante eleição baseada no sufrágio universal, igual, directo, secreto e periódico dos
cidadãos. O exercício do direito de voto é pessoal e inalienável, constituindo um dever cívico.
O registo eleitoral é condição indispensável para que se possa exercer o direito de voto. A
tutela jurisdicional da avaliação da regularidade e da validade dos actos de registo eleitoral é
da competência da Sala Cível e Administrativa do Tribunal Provincial da área onde se verificou
a irregularidade. O Tribunal Supremo tem a competência de avaliar a regularidade e a validade
dos actos do processo eleitoral. As primeiras eleições multipartidárias que se realizaram em
1992 estiveram sujeitas à observação internacional, que teve a incumbência de proceder à
verificação e fiscalização do registo e demais actos referentes ao processo eleitoral. Lei própria
– Lei n.º 6/92, de 16 de Abril, Lei sobre a Observação internacional, regulou este mecanismo
de observação internacional. O registo e demais actos do processo eleitoral às eleições
multipartidárias de 1992 tiveram lugar em todo o espaço do território nacional sob jurisdição
efectiva da administração do estado e mesmo em áreas que estvam sob controlo do partido
UNITA, como foi o caso da denominada Jamba, na província do Cuando Cubango. Nos termos
da lei são eleitores, ou seja, possuem capacidade eleitoral activa, os cidadãos angolanos
maiores de dezoito anos, regularmente registados e que não estejam abrangidos pelas
incapacidades definidas na Lei Eleitoral. No seu artigo 11º, esta lei define que não goza de
capacidade eleitoral activa: -2/14- a) Os interditos por sentença com trânsito em julgado; b) Os
notoriamente reconhecidos como dementes ainda que não estejam interditos por sentença,
quando internados em estabelecimento psiquiátrico ou como tal declarados por junta médica;
c) Os definitivamente condenados em pena efectiva de prisão, enquanto não hajam cumprido
a respectiva pena, excepto nos libertados condicionalmente, nos termos da lei; d) Os cidadãos
sob regime de prisão preventiva . 2 – ORGANIZAÇÃO DO PROCESSO ELEITORAL Para dirigir as
eleições foi criado um órgão independente do poder público e dos partidos políticos, o
Conselho Nacional Eleitoral, que tem a função de coordenação, execução, condução e
realização do registo eleitoral e de todas as actividades relativas ao processo eleitoral. O artigo
13º da Lei Eleitoral estabelece as competências deste órgão, destacandose, para além das
referidas no parágrafo anterior, as relativas às operações de apuramento dos resultados das
eleições e publicação dos seus resultados, a aplicação das disposições constitucionais e legais
referentes ao processo eleitoral, o estabelecimento de medidas que garantam que o processo
eleitoral se desenvolva em condições de plena liberdade, justiça e transparência. O Conselho
Nacional Eleitoral é presidido por um Juiz do Tribunal Supremo e integrado pelo Director Geral
das Eleições, por um magistrado judicial indicado pelo Presidente do Tribunal Popular
Supremo, por cinco cidadãos escolhidos de entre especialistas, indicados pelo Chefe de Estado,
pelo Ministro da Administração do Território, por um representante do Conselho Nacional de
Comunicação Social, por um representante do Ministério das Relações Exteriores e por um
representante de cada um dos partidos políticos ou coligação de partidos legalmente
constituídos. Integra ainda o Conselho Nacional Eleitoral um representante de cada candidato
a Presidente da República. A lei torna incompatível o cargo de membro do Conselho Nacional
Eleitoral e seus órgãos com a qualidade de candidato a Deputado ou a Presidente da
República, com o objectivo de se assegurar uma maior transparência e independência deste
órgão. O Conselho Nacional Eleitoral tem os seguintes órgãos: a) Direcção Geral das Eleições;
b) Conselhos Provinciais Eleitorais. -3/14- Os Conselhos Provinciais Eleitorais têm os seguintes
órgãos: a) Direcção Provincial das Eleições; b) Gabinetes Provinciais Eleitorais. 3 - REGISTO
ELEITORAL Nos termos da lei, estão sujeitos a registo todos os cidadãos angolanos residentes
no País ou no estrangeiro e com dezoito anos de idade completos ou por completar até a data
da realização das eleições. O registo no exterior do País é realizado desde que estejam criadas
as condições materiais e os mecanismos de controlo e acompanhamento estabelecidos pelo
Conselho Nacional eleitoral e pela observação internacional. Nas primeiras eleições
multipartidárias, por inobservância destes pressupostos, os cidadãos angolanos no exterior do
País não exerceram o seu direito de voto. O registo dos cidadãos é livre, constituindo um
direito e um dever cívico. Por esta razão ninguém pode ser obrigado a registar-se e não há
sanções de qualquer natureza à pessoa que não o não fizer. A lei estabelece o princípio do
registo único, tendo por conseguinte cada cidadão o direito de se registar uma única vez. A Lei
Eleitoral, no seu artigo 207º, estabelece que está sujeito à pena de prisão maior de dois a oito
anos o cidadão que se registar mais do que uma vez. O registo eleitoral é executado pelas
brigadas de registo que podem ser fixas ou móveis. Os partidos políticos têm poderes de
fiscalização dos actos de registo, nos termos definidos na Lei Eleitoral. 4 - APRESENTAÇÃO DE
CANDIDATURAS Os candidatos e proponentes devem, no acto de apresentação das
candidaturas, designar um mandatário, ou seja, uma pessoa que os represente em todas as
operações do processo eleitoral. As candidaturas devem ser apresentadas ao Tribunal
Supremo, que as analisará, em Plenária. O Tribunal aprecia a regularidade do processo, a
autenticidade dos documentos que o integram, e a elegibilidade dos candidatos, no prazo de
oito dias subsequentes ao termo do prazo de apresentação das candidaturas. -4/14- O Tribunal
Supremo apenas pode rejeitar as candidaturas que não estejam de acordo com o estabelecido
na Lei Eleitoral, nomeadamente, as referentes às incapacidades e inelegibilidades. Os
concorrentes às eleições presidenciais e os partidos políticos ou coligações de partidos
concorrentes às eleições legislativas devem designar um mandatário que os represente em
todas as operações do processo eleitoral. 5 - CAMPANHA E PROPAGANDA ELEITORAL Para o
desenvolvimento de actividades que visem directa ou indirectamente promover as
candidaturas às eleições a Lei Eleitoral prevê um período de campanha eleitoral de trinta dias,
contados da data que antecede a data do escrutínio e que termina as 00 horas do dia anterior
ao marcado para as eleições. A campanha eleitoral é levada a cabo, em todo território
nacional, pelos candidatos e seus proponentes, em igualdade de circunstâncias para todos os
concorrentes, sem prejuízo da participação dos cidadãos neste processo. A lei estabelece que
as entidades públicas e as pessoas colectivas privadas devem prestar aos candidatos igual
tratamento, para que estes possam efectuar livremente e nas melhores condições a sua
campanha eleitoral. Os candidatos, durante o período da campanha eleitoral gozam de
liberdade de expressão e de informação, sem prejuízo de eventual responsabilidade civil ou
criminal, assegurando-se igualmente um regime mais maleável na forma e nos prazos para a
realização de reuniões e manifestações diferentes dos previstos na Lei n.º 16/91, de 11 de
Maio, Lei sobre o Direito de Reunião e de Manifestação . Durante o período de campanha
eleitoral até ao dia imediato ao da realização das eleições é interdita a publicação de
sondagens ou de inquéritos relativos à atitude dos eleitores perante os concorrentes. A lei
impõe, durante o período da campanha eleitoral, normas éticas da campanha, proibindo o uso
de expressões que constituam crimes de difamação, calúnia ou injúria, apelo à desordem ou a
insurreição ou o incitamento ao ódio, à violência ou a guerra. Os candidatos ao cargo da
Presidência da República, os partidos políticos e as coligações de partidos concorrentes às
eleições têm direito de antena, para a utilização do serviço público de radiodifusão e televisão,
durante o período da campanha eleitoral, nos termos seguintes: a) Rádio - Vinte minutos
diários, entre as doze e as vinte e duas horas; b) Televisão - Dez minutos diários, entre as
dezoito e as vinte e duas horas. -5/14- Em caso de simultaneidade das eleições presidenciais e
legislativas aqueles tempos de antena são concedidos em dias alternados, destinando-se cada
dia, exclusivamente, a um tipo de eleições. A distribuição da ordem de utilização dos tempos
de antena é feita por sorteio pelo Conselho Nacional Eleitoral, procedendo-se em seguida ao
sistema de “carrocel”, ou seja, faz-se uma rotação diária da ordem de utilização dos tempos de
antena, de modo a que cada candidato tenha um horário diferente em cada dia. 6 –
FINANCIAMENTO ELEITORAL O financiamento eleitoral pode ser feito por várias entidades
públicas ou privadas proibindo a lei apenas o financiamento feito por governos estrangeiros e
organizações governamentais estrangeiras. O Estado concede uma verba para apoio aos
candidatos às eleições presidenciais e aos partidos políticos e coligações de partidos
concorrentes às eleições legislativas. O Conselho Nacional Eleitoral aprova os critérios de
distribuição dos fundos de financiamento público devendo distribuí-lo de forma equitativa a
todos os candidatos às eleições presidenciais. Para os concorrentes às eleições legislativas o
Conselho Nacional Eleitoral deve ter em conta a proporção das candidaturas apresentadas. Os
candidatos às eleições presidenciais e os partidos políticos e coligações de partidos
concorrentes às eleições legislativas devem, no final do processo eleitoral e num prazo
máximo de sessenta dias após a proclamação oficial dos resultados do escrutínio, prestarem
contas da sua campanha ao Conselho Nacional Eleitoral. Este analisa a regularidade das
receitas e despesas, devendo dar publicidade das mesmas num dos jornais diários de maior
circulação no País. 7 - PROCESSO ELEITORAL E APURAMENTO Para a realização do processo
eleitoral são criadas, em todo o País, mesas das assembleias de voto, a razão aproximada de
mil eleitores por assembleia. O Conselho Nacional Eleitoral determina o número e o local das
assembleias de voto, designadamente em unidades militares e policiais, residências de Chefes
tradicionais, edifícios de partidos políticos, de organizações religiosas, locais onde se venda
bebidas alcoólicas, locais de culto ou destinados ao culto e hospitais. As mesas de assembleia
de voto funcionam simultaneamente em todo o País. -6/14- A título excepcional, e como se
refere o artigo 99º da Lei Eleitoral, O Conselho Nacional Eleitoral pode autorizar a constituição
de mesa móveis de assembleias de voto para atender as áreas onde os eleitores se encontrem
demasiados dispersos e não se justifique a constituição de mesas de voto fixas. As mesas
móveis constituem-se nos mesmos termos que as mesa fixas. Nos locais onde funcionam as
mesas de assembleia de voto é proibida qualquer propaganda política assim como fora delas
até a uma distância de quinhentos metros. O apuramento dos resultados do escrutínio é feito
inicialmente nas mesas das assembleias de voto, seguindo-se os procedimentos que o artigo
125º e seguintes da Lei Eleitoral estabelece, na presença dos representantes dos candidatos às
eleições presidenciais e dos partidos e coligações de partidos concorrentes às eleições
legislativas. As actas das operações eleitorais são enviadas em seguida ao respectivo Conselho
Provincial Eleitoral que procede ao apuramento provincial, centralizando os resultados
eleitorais obtidos na totalidade das assembleias de voto constituídas nos limites geográficos de
sua jurisdição. Este órgão depois de resolver as questões prévias que tenham sido suscitadas
nas mesa das assembleias de voto procede à operação de apuramento provincial que consiste:
a) Na verificação do número total de eleitores votantes na Província; b) Na verificação do
número total de votos obtidos por cada lista, do número de votos em branco e do número de
votos nulos. Os Conselhos Provinciais Eleitorais devem proceder à publicação dos resultados
provinciais no prazo máximo de seis dias contados a partir do dia do encerramento da votação.
Em seguida, são enviadas ao Conselho Nacional Eleitoral as actas do apuramento provincial,
por todos os Conselhos Provinciais Eleitorais, para que se proceda ao apuramento nacional e a
divulgação dos resultados gerais das eleições e a distribuição dos mandatos. O Conselho
Nacional Eleitoral começa por apreciar as questões prévias levantadas ao nível dos Conselhos
Provinciais e que tenham transitado para este órgão procedendo em seguida ao apuramento
nacional. Esta operação, tal como estabelece no artigo 139º da Lei Eleitoral consiste no
seguinte: a) na verificação do número total de eleitores inscritos, dos eleitores que votaram e
sua percentagem relativamente aos primeiros; -7/14- b) na verificação do número total de
votos obtidos por cada lista, do número de votos em branco e dos votos nulos; c) na
distribuição dos mandatos; d) na determinação dos candidatos eleitos por cada lista. Os
resultados finais do escrutínio são anunciados pelo Presidente do Conselho Nacional Eleitoral,
que manda posteriormente publicar o mapa oficial das eleições na 2ª Série do Diário da
República. 8 - ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS O Presidente da República é eleito para um mandato
de cinco anos através do sistema maioritário. Neste sistema eleitoral é eleito o candidato que
tiver mais de metade dos votos validamente expressos. Se nenhum dos candidatos obtiver
esta maioria absoluta recorre-se a uma segunda volta em que apenas concorrem os dois
candidatos que tenham obtido o maior número de votos na primeira votação e que não
tenham retirado a sua candidatura. O candidato, nessa segunda volta, que obtiver o maior
número de votos validamente expressos é eleito. O Presidente da República é eleito por lista
uninominal, podendo as candidaturas serem apresentadas por partidos políticos ou coligações
de partidos ou ainda por um mínimo de cinco mil eleitores. Tem capacidade eleitoral passiva,
ou seja, pode candidatar-se para o cargo de Presidente da República todo o cidadão angolano
de origem, maior de trinta e cinco anos que se encontre no pleno gozo de seus direitos civis e
políticos. A Lei Eleitoral determina, no seu artigo 146º que não pode ser eleito o cidadão que:
a) não goze de capacidade eleitoral activa; b) tenha sido condenado a pena de prisão maior
por crime doloso; c) tenha sido condenado em pena de prisão por furto, roubo, abuso de
confiança, burla, falsificação ou por crime cometido por funcionário público, desde que se
trate de crimes dolosos, bem como os que tenham sido declarados delinquentes habituais por
sentença transitada em julgado; não residam habitualmente em Angola há pelo menos seis
meses, até a data das eleições; d) os militares que se encontrem em serviço activo à data de
apresentação de respectiva candidatura. As candidaturas são apresentadas perante o Tribunal
Popular Supremo até sessenta dias antes da data prevista para a eleição. -8/14- O
requerimento de apresentação da candidatura tem de respeitar os pressupostos definidos na
lei, devendo ser acompanhado de uma declaração do candidato que afirme expressamente
que aceita a candidatura apresentada pela entidade proponente, de entre outros elementos.
Qualquer candidato tem o direito de retirar a sua candidatura até setenta e duas horas do dia
da eleição. A Lei Eleitoral, no seu artigo 154º, prevê os mecanismos de substituição dos
candidatos em caso de morte ou de incapacidade do mesmo para poder continuar a concorrer
à eleição presidencial. Havendo segundo sufrágio deve o mesmo ser realizado mediante
convocatória do Presidente da República e ser realizado até trinta dias depois da publicação
dos resultados do primeiro escrutínio. A campanha eleitoral do segundo sufrágio tem a
duração de dez dias. O Presidente da república eleito nas primeiras eleições gerais efectuadas
em 1992 toma posse até 15 dias após a publicação dos resultados finais do apuramento,
devendo o Conselho Nacional Eleitoral determinar a data exacta. 9 - ELEICÕES LEGISLATIVAS O
parlamento angolano é composto por duzentos e vinte e três deputados, eleitos para um
mandato de quatro anos. Para a eleição dos deputados teve-se presente as especificidades do
nosso País e ao facto de Angola ser um País jovem saído de uma longa guerra, que inicia os
primeiros passos na democratização da sociedade e no pluralismo político. Por esta razão se
entendeu que o sistema eleitoral a adoptar na eleição dos deputados devia reflectir a
diversidade política, socio-económica e as características específicas das diversas regiões do
país. O sistema eleitoral de representação proporcional é o que melhor responde às
necessidades actuais do País por ser o que mais facilmente se adequa à nossa jovem
democracia partidária, o que possibilita a reprodução no parlamento dos mais importantes
grupos sociais e o que melhor responde às exigências de igualdade do voto, quanto ao valor do
seu resultado. É, em suma, o sistema eleitoral que possibilita a escolha de uma democracia
mais participativa e a um modelo político consensual. A representação proporcional consiste
em garantir a cada partido político uma representação, no parlamento, sensivelmente
proporcional à sua real importância. Este sistema eleitoral é de lista, pelo que os partidos têm
de apresentar os nomes dos seus candidatos que se vão submeter a sufrágio. -9/14- A nossa
Lei Eleitoral, estabelece no seu artigo 160º e sgs, as regras para a eleição dos Deputados, que
são as seguintes: a) Cada Província elege, por direito próprio, cinco deputados. Para este
efeito, cada Província é considerada um circulo eleitoral; b) Os restantes cento e trinta
deputados são eleitos a nível nacional, sendo o País, para este efeito, considerado um circulo
eleitoral; c) Para as comunidades angolanas no exterior é constituído um circulo eleitoral de
três deputados, sendo dois para África é o outro para o resto do mundo. Como se pode
constatar, a Lei Eleitoral não colheu o sistema de representação proporcional na sua forma
clássica, adoptando uma solução mista do sistema, nas suas variantes nacional e local. As
particularidades do País, a existência de diversidades étnicas e sociais e a forma como as
populações e as riquezas estão distribuídas pelo território nacional aconselharam que se
aplicasse, de forma criadora, este sistema eleitoral. Vejamos agora como se procede à eleição
dos Deputados, em concreto. A Lei Eleitoral estabelece que têm legitimidade para apresentar
candidaturas, os partidos políticos, isoladamente ou em coligação, podendo as listas integrar
cidadãos não filiados nos respectivos partidos. Os partidos ou coligações de partidos
apresentam ao Tribunal Supremo, nos prazos estabelecidos na Lei, três listas de candidaturas
(ou uma lista subdividida em três partes) sendo uma parte a eleição dos cinco deputados por
Província (lista I), outra para o circulo nacional único (lista II) e ainda uma terceira para o
círculo eleitoral para as comunidades angolanas no exterior (lista III). Após a votação procede-
se, nos termos da Lei Eleitoral, à contagem dos votos em cada Assembleia de voto, nos
Conselhos Provinciais e no Conselho Nacional Eleitoral, respectivamente. Este ultimo órgão
começa por apurar os mandatos em cada Província para a eleição dos cinco deputados. Para
esta operação é adoptado o método de Hondt que se baseia no seguinte: a) apura-se em
separado o número de votos recebidos por cada lista eleitoral ( lista I ); b) o número de votos
apurados pôr cada lista é dividido, sucessivamente pôr um, dois, três, quatro e cinco, sendo os
quocientes alinhados pela ordem crescente da sua grandeza numa série de cinco termos,
correspondentes ao número de mandatos de cada circulo eleitoral; -10/14- c) os mandatos
pertencem às listas a que correspondem os termos da série estabelecida pela regra anterior,
recebendo cada uma das listas tantos mandatos quanto os seus termos na série; d) no caso de
restar um só mandato para distribuir e de os termos seguintes serem iguais aos das listas
diferentes, o mandato cabe a lista que tiver obtido o menor número de votos. Estas são as
regras que a Lei Eleitoral, no seu artigo 167º fixa para a eleição dos Deputados por Província.
Vejamos agora um exemplo concreto: suponhamos que numa determinada Província, que
para este caso concreto é considerado um circulo eleitoral, se apuram 200.000 sufrágios
expressos e que se vão eleger cinco Deputados. Os partidos concorrentes obtêm os seguintes
votos: PARTIDO A: 86.000 VOTOS PARTIDO B: 56.000 VOTOS PARTIDO C: 38.000 VOTOS
PARTIDO D: 20.000 VOTOS Divide-se o número de votos obtidos por cada partido
sucessivamente por 1, 2, 3, 4 e 5, correspondentes ao número de deputados a eleger,
obtendo-se o seguinte quadro: PARTIDOS 1 2 3 4 5 A 86.000 43.000 28.666 21.500 17.200 B
56.000 28.000 18.666 14.000 11.200 C 38.000 19.000 12.666 9.500 7.600 D 20.000 10.000
6.000 5.000 4.000 Colocando-se estas médias por ordem decrescente até ao 5º lugar temos:
86.000, 56.000, 43.000, 38.000 e 28.666. este último número (28.666) chama-se repartidor
diferente do quociente eleitoral dos exemplos atrás referidos, porque dividindo o número de
votos obtidos por cada partido por este número obtém-se directamente o número de lugares
que deve ser destinado a cada partido: PARTIDO A: 86.000: 28.666 = 3 LUGARES PARTIDO B:
56.000: 28.666 = 1 LUGAR PARTIDO C: 38.000: 28.666 = 1 LUGAR PARTIDO D: 20.000: 28.666 =
0 LUGAR Estão assim distribuídos os mandatos por cada um dos partidos, tendo-se nesta
operação eleito os primeiros noventa Deputados do Parlamento. -11/14- Depois de se
apurarem os mandatos em cada Província, o Conselho Nacional Eleitoral procede ao
apuramento dos mandatos do círculo eleitoral nacional, para se elegerem os restantes cento e
trinta deputados (lista II). Esta operação é feita da seguinte forma: a) apuram-se o total de
votos validamente expressos em todo o País e dividese pelo número de deputados a eleger
(cento e trinta), tendo-se, assim, o quociente eleitoral nacional ; b) divide-se em seguida o
número de votos que cada partido obteve em todo o País pelo quociente eleitoral nacional. O
resultado obtido corresponde ao número de mandatos que cada partido elegeu para o
Parlamento; c) o caso de restarem alguns mandatos os deputados são distribuídos em ordem
do resto mais forte de cada partido. A eleição dos Deputados correspondentes às
comunidades no exterior é feita da seguinte forma (lista III): os dois Deputados de África são
eleitos de acordo com o método de Hondt, já explicitado anteriormente, com base no total de
votos validamente expressos correspondentes às comunidades angolanas residentes em
África. O outro Deputado é eleito pela lista mais votada pelas comunidades angolanas não
residentes em África. Interessa aqui referir que apesar desta forma diferenciada de eleição dos
deputados todos eles representam a nação e não as circunscrições onde foram eleitos. Um
outro aspecto a considerar é o de que apesar dos partidos apresentarem as listas
anteriormente referidas e de concorrerem ou não nos vários círculos eleitorais os cidadãos
quando forem eleger só têm um boletim de voto para as eleições legislativas. Este boletim de
voto, nos termos da Lei Eleitoral, descreve os partidos correspondentes às eleições legislativas,
com os seus respectivos símbolos. O eleitor vota e escolhe o partido da sua preferência. No
processo da contagem de votos o Conselho Nacional Eleitoral, na forma como se explicitou
anteriormente, faz a atribuição dos mandatos, em primeiro lugar, nos círculos provinciais e
posteriormente no círculo nacional e no círculo eleitoral das comunidades no exterior. Os
mandatos são conferidos segundo a ordem de precedência da respectiva lista, razão pela qual
os partidos devem ter muita atenção na distribuição dos seus candidatos em cada uma das
listas. Nos termos da Lei Eleitoral podem ser eleitos deputados os cidadãos angolanos que
sejam maiores de dezoito anos de idade e que estejam no pleno gozo dos seus direitos civis e
políticos. Assim, não podem ser eleitos deputados os -12/14- cidadãos de menor idade e os
que tenham sido condenados em penas de prisão por furto, roubo, abuso de confiança,
peculato, falsificação, fogo posto, ou por crimes dolosos, cometidos por funcionários públicos,
bem como os tiverem sido judicialmente declarados delinquentes habituais de difícil
correcção. Não podem também candidatar-se ou serem eleitos deputados os Magistrados
Judiciais e do Ministério Público, os militares e os elementos das forças militarizadas em
serviço activo. 10 - CONTENCIOSO ELEITORAL O contencioso eleitoral pode ser resolvido por
duas vias: por Reclamação, junto aos órgãos respectivos do Conselho Nacional Eleitoral ou
junto aos Tribunais da Província onde se verificou a ocorrência objecto de recurso. Têm
legitimidade para recorrer o cidadão ou o partido político que tenha apresentado a
Reclamação ou qualquer cidadão eleitor. O prazo de interposição de recurso no Tribunal
Provincial é de cinco dias a contar da afixação da decisão sobre a reclamação. O artigo 191º da
Lei Eleitoral estabelece que os candidatos ou seus mandatários podem interpor recurso para o
plenário do Tribunal Supremo: a) das decisões proferidas pelo o Conselho Nacional Eleitoral
sobre as reclamações, protesto ou contra protestos referentes às actas de apuramento
nacional; b) das decisões do Conselho Nacional Eleitoral sobre as reclamações ou protestos
referentes ao apuramento nacional do escrutínio. Este recurso deve ser interposto no Tribunal
Supremo no prazo de quarenta e oito horas a contar da notificação da decisão do Concelho
Nacional Eleitoral. Como consequência da interposição do recurso há uma suspensão do efeito
da decisão do Concelho Nacional Eleitoral a que se refere. O Tribunal Supremo decide,
definitivamente, no prazo de quarenta e oito horas a contar do termo do prazo de
apresentação das contra-alegações. O processo é isento de custas e tem prioridade sobre o
restante expediente do Tribunal. 11 – NULIDADE DAS ELEIÇÕES A Lei Eleitoral, no seu artigo
196º, estabelece que se a votação numa assembleia de voto for julgada nula, devido a
irregularidades que possam influenciar substancialmente o resultado do escrutínio da referida
assembleia, os actos -13/14- eleitorais respectivos devem ser repetidos nos sete dias
posteriores à declaração de nulidade. 12 – INFRAÇÕES ELEITORAIS A Lei Eleitoral no artigo
198º e seguintes estabelece o regime de sanções às infracções ocorridas durante o processo
eleitoral. O artigo 206º e sgs. da mesma lei regula o regime das infracções relativas ao registo
eleitoral, estabelecendo o artigo 214º e sgs. o regime das infracções relativas à apresentação
de candidaturas. Da mesma forma o artigo 229º da mesma lei regula o regime de infracções
relativas às eleições. Estimados Participantes ao Debate, Entendi ser pertinente fazer uma
análise exaustiva sobre as regras e procedimentos estabelecidas na actual legislação eleitoral
que serviu de base para o processo eleitoral realizado há dez anos. A aplicação prática da
legislação bem como a experiência recolhida em todo o processo, numa análise longínqua de
uma década, mostra que o mesmo teve muitos aspectos positivos e também muitas
debilidades. O principal aspecto positivo a realçar, quanto a mim é desde logo o facto do
mesmo ter engajado todos os participantes no pleito eleitoral no processo eleitoral que foi
desde o registo eleitoral ao apuramento. Apesar disso muitas dúvidas subsistiram. Algumas
normais e legítimas fruto da inexperiência de um processo novo em que uma parte substancial
dos intervenientes – os “funcionários eleitorais” - nada conheciam sobre a matéria para além
de uns curtos seminários, o que desde logo fazia prever a existência de erros. Outras,
entretanto, nada tinham a ver com a aplicação do direito ou com o processo eleitoral em si e
por isso se descambou para uma guerra fratricida em que o objectivo era o alcance do poder a
qualquer preço. Parece-me oportuno, neste momento, chamar a atenção para a necessidade
de se fazer uma análise exaustiva das principais debilidades encontradas, nomeadamente, na
formação dos técnicos e pessoal encarregue de fazer o registo eleitoral e os que integrarão as
assembleias de voto; na definição dos mecanismos que permitam a realização de um registo
eleitoral credível que possibilite a que se possa facilitar a identificação e registo dos cidadãos
em todo o território nacional e que se identifiquem e adoptem os maquinismos mais
adequados para que o processo eleitoral, em si, seja simples, rápido e credível. -14/14- Outro
aspecto que me parece ser necessário reavaliar é o do local da votação: os leitores devem
votar unicamente nos locais onde fizeram o recenseamento ou, tal como se verificou em 1992,
podem votar em qualquer assembleia de voto e em qualquer parte do país? Já no que respeita
ao órgão que deve superintender o processo eleitoral me parece ser pacífico a aceitação de
que deve continuar a existir um órgão independente – o Conselho Nacional Eleitoral – com
uma composição distinta da existente em 1992. Ele deve ser mais operativo e contar também
com a presença dos representantes dos candidatos às eleições presidenciais e às eleições
parlamentares. Julgo que também se deve desde já iniciar a discussão sobre as regras a
adoptar na eleição das autarquias. Caso exista acordo dos partidos políticos em relação ao tipo
de autarquias a adoptar e ao sistema de eleição dos autarcas porque não começar-se a
elaborar a Lei Eleitoral para as Autarquias? Estas são algumas das minhas contribuições para o
“Debate sobre as regras para eleições”. Desde já os meus agradecimentos, mais mais uma vez,
à Fundação Friedrich Ebert

Desde já os meus agradecimentos, mais uma vez, à Fundação Friedrich Ebert pelo convite que
me foi endereçado.

Luanda, aos 30 de Outubro de 2002. Raul C. Araújo

Lei Orgânica de Alteração à Lei n.º 36/11, de 21 de Dezembro — Lei Orgânica Sobre as Eleições
Gerais Lei n.º 18/12 de 23 de Maio Assembleia Nacional Publicado na Iª Série do Diário da
República n.º 097 de 23 de Maio de 2012 Página 2 de 4 Índice LEI ORGÂNICA DE ALTERAÇÃO À
LEI N.º 36/11, DE 21 DEZEMBRO — LEI ORGÂNICA SOBRE AS ELEIÇÕES GERAIS
......................................................................................3 LEI ORGÂNICA DE ALTERAÇÃO À LEI N.º
36/11, DE 21 DEZEMBRO — LEI ORGÂNICA SOBRE AS ELEIÇÕES GERAIS
......................................................................................4 ARTIGO 1.º (Alteração do n.º 4 do
artigo 102.º).........................................................................4 ARTIGO 2.º (Entrada em vigor)
...................................................................................................4 Lei n.º 18/12 de 23 de Maio
Assembleia Nacional Publicado na Iª Série do Diário da República n.º 097 de 23 de Maio de
2012 Página 3 de 4 LEI ORGÂNICA DE ALTERAÇÃO À LEI N.º 36/11, DE 21 DEZEMBRO — LEI
ORGÂNICA SOBRE AS ELEIÇÕES GERAIS A Lei n.º 36/11, de 21 de Dezembro, Lei Orgânica Sobre
as Eleições Gerais, estabelece os princípios e regras estruturantes relativos às eleições gerais.
Convindo corrigir uma disposição contida na Lei Orgânica Sobre as Eleições Gerais, para o
exercício do voto antecipado. A Assembleia Nacional aprova, por mandato do povo, nos
termos da alínea d) do artigo 164.º e da alínea b) do artigo 166.º, ambos da Constituição da
República de Angola, a seguinte: Lei n.º 18/12 de 23 de Maio Assembleia Nacional Publicado
na Iª Série do Diário da República n.º 097 de 23 de Maio de 2012 Página 4 de 4 LEI ORGÂNICA
DE ALTERAÇÃO À LEI N.º 36/11, DE 21 DEZEMBRO — LEI ORGÂNICA SOBRE AS ELEIÇÕES
GERAIS ARTIGO 1.º (Alteração do n.º 4 do artigo 102.º) O n.º 4 do artigo 102.º passa a ter a
seguinte redacção: 4. Exercido o direito de votação antecipada a Comissão Provincial Eleitoral
adopta as medidas necessárias para que se dê baixa nos respectivos cadernos eleitorais.
ARTIGO 2.º (Entrada em vigor) A presente lei entra em vigor à data da sua publicação. Vista e
aprovada pela Assembleia Nacional, em Luanda, aos 22 de Maio de 2012. O Presidente da
Assembleia Nacional, António Paulo Kassoma. Promulgada aos 22 de Maio de 2012. Publique-
se. O Presidente da República, José Eduardo dos Santos.
Método D'Hondt
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O método D'Hondt, também conhecido como método dos quocientes ou método da
média mais alta D'Hondt, é um método para alocar a distribuição de deputados e outros
representantes eleitos na composição de órgãos de natureza colegial. O método tem o
nome do jurista belga que o inventou, Victor D'Hondt.
O método é usado em países como Cabo Verde, Portugal, Timor-
Leste, Argentina, Áustria, Bélgica, Dinamarca, Espanha, Finlândia, Islândia, Países
Baixos, Paraguai, Uruguai e outros países.
O método consiste numa fórmula matemática, ou algoritmo, destinada a calcular a
distribuição dos mandatos pelas listas concorrentes, em que cada mandato é
sucessivamente alocado à lista cujo número total de votos dividido pelos números inteiros
sucessivos, começando na unidade (isto é no número 1) seja maior. O processo de divisão
prossegue até se esgotarem todos os mandatos e todas as possibilidades de aparecerem
quocientes iguais aos quais ainda caiba um mandato. Em caso de igualdade em qualquer
quociente, o mandato é atribuído à lista menos votada.

Utilizando representação matemática, o método pode ser representado pela fórmula ,


onde V é o número total de votos apurado para a lista e s o número de lugares já
colocados na lista em cada iteração do cálculo. O processo repete-se até todos os lugares
estarem atribuídos.
O processo d'Hondt, tal como o de o Saint-Laguë e outros similares. A diferença é que o
primeiro favorece mais os partidos maiores e este segundo favorece os menores. Eles
baseiam-se na atribuição dos mandatos por forma a que a proporcionalidade entre os
votos recebidos pelas listas seja reproduzida, tanto quanto possível, na composição do
órgão eleito, sem descurar a introdução de um factor de discriminação positiva em relação
às minorias, permitindo-lhe uma representação que a simples divisão aritmética dos votos
lhes negaria. Ao contrário do que acontece em órgãos colegiais compostos por simples
maioria, nos compostos utilizando estes métodos, as minorias em geral conseguem
representação razoável.
O método pode ser utilizado com o estabelecimento de limiares mínimos de eleição, sendo
nesse caso eliminados de consideração os votos que recaiam nas listas cuja percentagem
no total seja inferior ao mínimo estabelecido. Outra variante permite que o eleitor
determine a sequência de atribuição dos mandatos dentro de cada lista, sendo os
mandatos atribuídos à lista ocupados por ordem decrescente dos votos no candidato. A
variante mais comum do Método d'Hondt é o denominado Sistema Hagenbach-Bischoff,
em que se permite a existência de um mecanismo de quotas na distribuição dos mandatos
sem contudo perder a proporcionalidade.
Apesar de se dizer que o método d'Hondt é um sistema de votação favorável à
representação das minorias, este é menos vantajoso para elas do que o método de Sainte-
Laguë, também frequentemente utilizado.
O exemplo abaixo não representa a realidade. De facto o método faz inflacionar o nº de
deputados quando um dos partidos tem clara vantagem sobre os restantes. Se por
exemplo o partido A tiver 56% dos votos pode ter 71% dos deputados a eleger.

Exemplo prático (conversão dos votos em


mandatos)[editar | editar código-fonte]
O círculo eleitoral "X" tem direito a eleger 7 deputados e concorrem 4 partidos: A, B, C e D.
Apurados os votos, a distribuição foi a seguinte: A - 12.000 votos; B - 7.500 votos; C -
4.500 votos; e D - 3.000 votos. Da aplicação do método d'Hondt resulta a seguinte série de
quocientes:

Divisor
Partido 1 2 3 4
A 12000 6000 4000 3000
B 7500 3750 2500 1875
C 4500 2250 1500 1125
D 3000 1500 1000 750

No exemplo constante da tabela, os quocientes correspondentes a mandatos, assinalados


a negrito, levam à seguinte distribuição:

 Partido A - 3 deputados, correspondentes aos quocientes 12000 (1.º eleito), 6000 (3.º
eleito) e 4000 (5.º eleito). Note-se que apesar do quociente resultante da divisão por 4
ser 3000, igual aos votos obtidos pelo partido D, o mandato é atribuído ao menos
votado, isto é ao Partido D, que assim elege o seu deputado.
 Partido B - 2 deputados, correspondentes aos quocientes 7500 (2.º eleito) e 3750 (6.º
eleito).
 Partido C - 1 deputado, correspondente ao quociente 4500 (4.º eleito).
 Partido D - 1 deputado, correspondente ao quociente 3000 (7.º e último eleito),
beneficiando da regra que em igualdade atribui o lugar à lista menos votada,
arrebatando, por um só voto, o lugar ao partido A.
Método de Sainte-Laguë
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Na teoria do voto, o método de Sainte-Laguë é um procedimento para
calcular coeficientes eleitorais e distribuir cadeiras em um câmara com voto proporcional,
foi inventado pelo matemático francês André Sainte-Laguë.[1]
É um método similar ao método D'Hondt, a diferença são os divisores usados, o método
de Sainte-Laguë favorece mais os partidos menores e este segundo favorece os maiores.[2]
Este método é usado na Nova Zelândia,[3], Bósnia e
Herzegovina,[4] Letônia,[5] Kosovo[6] e Alemanha.[7] Na Noruega,[8] na Dinamarca[9] e
na Suécia[10] são usadas variantes modificadas do método.

Descrição[editar | editar código-fonte]


O método consiste em sucessivas divisões: a cada cadeira alocada, é calculado um
coeficiente eleitoral dado pela fórmula:[11]

, onde:

 V é o número total de votos recebido pelo partido e


 s é número de cadeiras obtidas pelo partido até o momento. Todos os partidos
começam com s=0 na primeira fase.
A cada fase, é atribuída uma cadeira ao partido com maior coeficiente eleitoral.
Exemplo:
Está-se a eleger os 11 deputados que ocuparam lugares no governo. Após todas as
divisões feitas, vai-se escolhendo, de forma decrescente (do maior número de votos
para o menor), os deputados.
Partido A Partido B Partido C Partido D
Votos 340,000 280,000 160,000 60,000
Cadeira 1 340,000 (1)
280,000 (2)
160,000 (3)
60,000(7)
Cadeira 3 113,333.33 93,333.33 53,333.33
(4) (5) (9) 20,000
Cadeira 5 68,000 (6)
56,000 (8)
32,000 12,000
Cadeira 7 48,571.43(10) 40,000(11) 22,857.14 8,571.43
Cadeira 9 37,777.78 31,111.11 17,777.78 6,666.67
Total de cadeiras 4 4 2 1
Portanto, depois de contadas 11 células da tabela, por ordem decrescente no total,
obtém-se o número total de deputados eleitos.

Referências

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