Apostila Necropsia
Apostila Necropsia
Apostila Necropsia
APOSTILA
*MEDICINA LEGAL
*TÉCNICAS DE NECRÓPSIA
*INSTRUMENTAÇÃO PARA NECRÓPSIA
*TÉCNICAS DE CONSERVAÇÃO DE
CADÁVERES (EMBALSAMAMENTO E
FORMOLIZAÇÃO)
*BIOSSEGURANÇA
*NOÇÕES DE PATOLOGIA
*ANATOMIA E FISIOLOGIA HUMANA
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SUMÁRIO
MEDICINA LEGAL.......................................................................3
TÉCNICAS DE NECRÓPSIA......................................................29
INSTRUMENTAÇÃO..................................................................38
CONSERVAÇÃO DE CADÁVERES..........................................41
EXERCÍCIOS NECRÓPSIA E MED. LEGAL.............................44
BIOSSEGURANÇA.....................................................................81
NOÇÕES DE PATOLOGIA.........................................................83
ANATOMIA E FISIOLOGIA.....................................................117
EXERCÍCIOS ANATOMIA.......................................................199
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MEDICINA LEGAL
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h) Psiquiatria Médico-Legal: Estuda as diversas doenças mentais, os problemas
da capacidade civil e da responsabilidade penal sob o ponto de vista
médico-forense.
i) Criminologia: Preocupa-se com os mais diversos aspectos da
criminogênese, da criminodinâmica, do criminoso e da vítima.
j) Infortunística: Estuda os acidentes de trabalho e as doenças do trabalho.
4.3 Exame de ato libidinoso: Tem por objetivo deteminar a materialidade dos
crimes de atentado violento ao pudor.
4.4 Exame para verificação de gravidez: É realizado para fornecimento de
prova material nos crimes de sedução e estupro com gravidez. Outra finalidade seria a
expedição de alvará judiciário autorizando a prática de aborto legal em caso de estupro.
O médico necessita responder se a pericianda estava grávida e há quanto tempo.
4.5 Exame para verificação de aborto: é feito nos casos que se necessite
comprovar a materialidade do abortamento nas suspeitas de abortamento criminoso,
abortamento conseqüente a lesão corporal, ou doença do trabalho que provoque aborto.
4.6 Exame para verificação de parto e puerpério: Tem por finalidade
constatar a recenticidade do parto e puerpério.
4.7 Exame Toxicológico: é feito para verificar se houve uso de droga que cause
dependência física ou psíquica. O exame consta de duas partes: um exame clínico
(sinais e sintomas sugestivos do uso da substância que provoque dependência) e um
exame laboratorial em material colhido do periciando,que em geral é a urina. O exame
laboratorial detectará quantitativamente (quantidade de droga consumida) e
qualitativamente (tipo de droga consumida) através de técnicas como o imunoensaio.
4.8 Exame de embriaguez: É feito para verificar se o periciando fez uso de
bebida alcoólica e se o mesmo se encontra em estado de embriaguez. O exame é feito
através de sinais e sintomas clínicos apresentados pelo periciando. A dosagem de álcool
no sangue pode ser feita através do exame de sangue(a que o periciando não está
obrigado d se submeter, pois implica em ser introduzida uma agulha em sua veia).
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4.9 Exame para verificação de idade: Visa determinar a idade aproximada do
periciando. Os quesitos a serem respondidos no laudo são: se o periciando é menor de
dezoito anos, ou maior de catorze
4.10 Exame psiquiátrico: Fornecem elementos para caracterizar a insanidade
mental do acusado e ajudar na determinação da sua responsabilidade penal e aplicação
da pena.
4.11 Exame Cadavérico: È a necrópsia, que é o exame interno e externo do
cadáver, com a finalidade de deteminar a causa mortis , a causa jurídica da morte, o
tempo decorrido do óbito e também a identificação do corpo. È feita em todos os casos
de crime ou suspeita de crime, sendo indicada pela autoridade policial ou judiciária.
TRAUMATOLOGIA FORENSE
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1) ENERGIAS DE ORDEM MECÂNICA
1.1- perfurantes
1.2- cortantes
1.3- contundentes
1.4- pérfuro-cortantes
1.5- perfuro-contundentes
1.6- corto-contundentes
Instrumentos cortantes são aqueles que, agindo de modo linear sobre a pele e os
órgãos, produzem as feridas cortantes (sinônimo: feridas incisas), cujas
características são as seguintes:
a) bordos nítidos e regulares
b) ausência de outros vestígios traumáticos em torno da lesão
c) secção perfeita dos tecidos moles subcutâneos
d) hemorragia abundante
e) predominância do comprimento sobre a profundidade
f) cauda de escoriação no sentido caudal da lesão
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fala a favor de homicídio, porque é difícil a vítima produzir sozinha uma lesão tão
violenta.
ATENÇÃO Quando a lesão chega a separar a cabeça do corpo da vítima,
damos o nome de DECAPITAÇÃO
Lesão das articulações: A ferida incisa nas articulações como as pregas dos
cotovelos ou dos punhos sugere suicídio. Geralmente a pessoa secciona estes locais e
mergulham o membro em água morna, para facilitar a hemorragia.
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muda de tonalidade devido ao alto grau de oxigenação local, que impede a
transformação da oxi-hemoglobina.
h) Luxações: são lesões que implicam na perda de contato entre dois ossos em
uma articulação, e conseqüente lesão dos ligamentos e perda de estabilidade
articular.
i) Entorses: são lesões articulares produzidas por força de torção, onde há
rotura parcial dos ligamentos, implicando em aumento do volume da
articulação, dor e impotência funcional temporária. Um tipo especial de
entorse ocorre na coluna cervical, nos acidentes de trânsito, onde um carro
colide com a traseira de outro que está parado. Neste caso há um movimento
exagerado em extensão da região cervical das pessoas que estão no carro
parado, fazendo distensão dos ligamentos da coluna cervical.
j) Edema traumático: corresponde a alterações circulatórias onde há
extravasamento de líquido para o espaço extra-celular produzindo elevação
da pele.
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CONTUSÕES DO ABDOME: Os instrumentos contundentes podem agir sobre
o abdome de modo análogo aos focalizados nas contusões do tórax. Neste caso, é
comum a rotura das vísceras abdominais, como o estômago, intestino e bexiga. Na
necrópsia o perito encontra geralmente hemoperitônio, ou seja, sangue em grande
quantidade na cavidade abdominal (quantidade que pode alcançar até mesmo 2 litros de
sangue)
Instrumentos perfuro cortantes são aqueles que, além de perfurar, exercem ação
cortante. Estes instrumentos possuem uma ponta e um ou mais gumes. Exemplo dos
instrumentos são: faca de cozinha, punhal, peixeira.
Os ferimentos causados por instrumentos perfuro-cortantes possuem as
seguintes características:
A ferida se apresenta de forma triangular ou em forma de flecha, ou em forma de
casa de botão. Se o instrumento agir de forma oblíqua, produzirá um pequeno bisel na
pele. Se encontrar alguma dobra de pele, poderá ficar em forma de ziguezague.
As vísceras, como o baço e o fígado, apresentam, quando atingidas por esses
instrumentos, um ferimento semelhante ao encontrado na pele, porém, com tendência a
ter um diâmetro maior do que o diâmetro da arma utilizada. Sendo a víscera de
consistência fibrosa, como o estômago, o ferimento toma direções que variam de
acordo com a transição da camada mucosa para a muscular;
Em alguns casos, como nos ferimentos causados no abdômen, o trajeto
observado é maior do que o tamanho da arma, porque geralmente o homicida, com a
violência do golpe, comprime a parede abdominal produzindo um aumento no tamanho
do ferimento.
Quando esses instrumentos agem sobre o crânio, podem chegar inclusive a
penetrá-lo de acordo com a força com que são impelidos contra o mesmo.
Quando são localizados no tórax, geralmente atingem os vasos mais calibrosos
dos pulmões e até mesmo os brônquios, sendo que nestes casos a morte sobrevém de
modo rápido. A necrópsia vai apurar ferimentos na pele, no gradil torácico, nos pulmões
ou no coração, e grande quantidade de sangue dentro das cavidades torácicas.
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Outras vezes, quando o indivíduo não morre imediatamente, sobrevém seqüelas
infecciosas, com formação de pus dentro das cavidades pleurais.
Um dado curioso é que os instrumentos produzidos por instrumentos perfuro
cortantes no coração possuem geralmente a forma de V, L ou Z, porque o coração,
depois de perfurado, continua a contrair-se,e assim vai se cortando no gume da arma.
Nos ferimentos em que são atingidas as vísceras ocas como o intestino e o
estômago, alem dos danos causados pela ferida em si, processa-se uma grande
contaminação da cavidade abdominal, causando-se uma peritonite, que quando evolui
para a morte causa aderências, pus fétido, depósitos fibrinosos, etc.
Um aspecto importantíssimo a ser considerado diz respeito as chamadas “lesões
de defesa”: estas lesões são encontradas na região das mãos, antebraço ou na borda
cubital do antebraço. Estas lesões surgem da tentativa da vítima em se livrar do ataque
do agressor, caracterizando luta e resistência por parte da vítima. Elas podem ser
encontradas tanto nas lesões perfuro-cortantes quanto nas lesões cortantes.
No caso dos suicídios realizados por estes tipos de instrumentos, observa-se
geralmente a presença das “lesões de hesitação”, caracterizadas por múltiplos entalhes e
escoriações lineares no início ou do lado da ferida principal. Estes entalhes e
escoriações devem se ao fato do suicida realizar o ferimento em pequenos golpes,
inclusive para testar sua sensibilidade à dor. Outro detalhe interessante no suicídio é
que geralmente o suicida afasta a camisa antes de se suicidar com uma facada no peito.
São as lesões causadas por projéteis de arma de fogo, que perfurem e contundem
ao mesmo tempo.
Quando observamos estas lesões, elas se assemelham as lesões produzidas por
instrumentos perfurantes, porém sempre apresentam os bordos contundidos.
As armas de fogo dividem-se em armas de cano curto e de cano longo. As de
cano curto compreendem as pistolas e os revólveres; as de cano longo, os fuzis, as
espingardas e os rifles.
No estudo da munição, vamos examinar:
a) a pólvora: as pólvoras mais usadas são a pólvora negra e a piroxilada. A
pólvora negra é formada por uma mistura de carvão, salitre e enxofre. A
pólvora piroxilada tem como base a nitrocelulose. Quando a pólvora entra
em combustão, há a deflagração de gases da explosão que podem produzir
grandes lesões cutâneas e viscerais. A chama produzida pela combustão da
pólvora pode queimar os pelos e até mesmo as vestes. Os grãos de pólvora
não comburados adquirem também grande força, transformando-se em
projéteis secundários, que são capazes de perfurar a pele, alojando-se nela.
Essas partículas formam incrustações cutâneas, conhecidas com o nome de
tatuagens. Elas são importantes para o estudo de problemas médico-legal,
que veremos mais adiante.
b) O projétil: Pode ser constituído por bala ou por cargas de chumbo. As balas
atuais possuem formato cilíndrico-cônico. A maioria é constituída por
chumbo. Os principais movimentos do projétil são o de propulsão
(deslocamento para a frente) que resulta da força expansiva dos gases, e o de
rotação, que é causado pelas ranhuras existentes dentro dos canos, visando
vencer a resistência do ar. A velocidade dos projéteis varia de acordo com o
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tipo de arma. Geralmente, nos revólveres comuns ela é de 200 metros por
segundo. (aproximadamente 720 km/h).
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B) Trajetória do projétil: É o caminho produzido pelo projétil. Dentro do organismo, a
trajetória do projeto pode se alterar dependendo da potência da arma, da distância do
tiro, das estruturas atingidas (se atingir um osso, por exemplo, pode mudar de direção).
Há casos onde o projétil é encontrado em pontos inesperados. É de grande importância
definir a trajetória do projétil por causa de suas implicações legais: o perito médico
legista deverá definir, para cada projétil, sua trajetória (se foi de baixo para cima, da
direita para esquerda, de frente para trás) pois esse resultado irá ser de grande valia para
a perícia da criminalística.
O legista também definirá qual ou quais projetis foram letais; isto é importante,
por exemplo , no caso de uma pessoa ser vítima de vários projetis efetuados por pessoas
diferentes; se um dos atiradores atingir o coração, e outro atingir somente o plano
muscular, o primeiro será indiciado por homicídio, e o segundo, por tentativa de
homicídio e lesões corporais.
Na prática médico legal muitas vezes encontramos dificuldades para retirar
projetis, principalmente quando eles se encontram dentro de estruturas ósseas como a
coluna vertebral. Há casos em que o estudo da trajetória se faz com maior trabalho,
como por exemplo quando a bala cai dentro do estômago e intestino,por exemplo.
C) Orifício de saída: Quando o projétil atravessa o cadáver, dizemos que ele foi
transfixante. Neste caso, encontramos geralmente um orifício de saída com formato de
fenda, ou então,com formato irregular. Em algumas vezes encontramos as bordas
evertidas.
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A mordidas causadas pelo homem ou animais também são consideradas lesões
corto-contusas. Quando a mordida é leve, ocorrem equimoses e escoriações; se for mais
profunda, o tecido se rompe, causando a lesão corto-contusa propriamente dita.
TEMPERATURA
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Porém, existem exceções, como o caso da estudante venezuelana Jaqueline
Saburido, que em um acidente de trânsito teve seu corpo atingido por queimaduras
gravíssimas que atingiram mais de 80% do seu corpo. Essa jovem, apesar de ter ficado
desfigurada (perdeu as orelhas, nariz, visão de um olho, os cabelos, e as duas mãos)
conseguiu sobreviver ao acidente. Na carbonização os sinais que o cadáver apresenta
são bastante diferentes daqueles encontrados nos cadáveres vítimas de queimaduras:
esses sinais são:
-o cadáver sofre uma intensa diminuição de tamanho, devido,
principalmente, a intensa desidratação que ele sofreu (pois o corpo humano é formado
por mais de 60% de água) Há ocasiões em que um corpo de um adulto fica do tamanho
do corpo de uma criança.
-o cadáver adquire uma posição denominada posição de boxeador, onde
os antebraços se fletem levemente sobre os braços e são trazidos para a frente do tórax,
ao mesmo tempo em que as mãos se fecham. Ao mesmo tempo, os membros inferiores
afastam-se entre si, e fletem-se levemente na altura do joelho.
-Algumas lesões podem confundir os médicos legistas, e é preciso que
eles se mantenham atentos: para elas:
-No crânio poderemos encontrar lesões de forma arredondada, parecidas com
orifícios de entrada de projetis de arma de fogo, e também poderemos encontrar
rachaduras e fendas. Essa lesões são causadas pela expansão dos gases que se formam
pelo aquecimento do encéfalo, que adquire grande tensão e rompe a parede do crânio.
-Os ossos longos, quase sempre o fêmur e o úmero, apresentam fraturas, também
causadas por causa a alta temperatura.
-As cavidades torácicas e abdominais também se abrem em conseqüência da
ação do calor
-Os dentes fendem-se e tendem a calcinar-se; o períneo fende-se na linha
mediana.
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- mortificação dos tecidos com aparecimento de gangrena
ELETRICIDADE
Se a pessoa porém vier a falecer em virtude de ter sido atingida por um raio,
dizemos que sofreu FULMINAÇÃO. No cadáver encontraremos os seguintes
elementos:
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que atravessa o seu corpo, a resistência que ele oferecerá a passagem da
corrente (por exemplo,o uso de roupas, sapatos) e o tempo em que a pessoa
ficou em contato com a corrente (por exemplo, uma pessoa pode sofrer uma
descarga de milhares de volts por menos de um segundo e sobreviver, enquanto
outra pode morrer se ficar em contato com uma pequena corrente por muito
tempo)
As lesões encontradas em pessoas vítimas de eletroplessão são as
seguintes:
ENERGIA BAROMÉTRICA
ENERGIA RADIANTE
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A literatura médico-legal registra vários casos de pessoas que jogaram
ácidos até mesmo nos ouvidos de pessoas que dormiam, levando-os a morte.
As escaras causadas por ácidos geralmente são escuras e secas, causando
uma quase carbonização local. Já aquelas causadas por hidróxido de sódio
(soda cáustica) são amareladas, úmidas e moles (aspecto saponáceo).
Em alguns casos de tentativa de suicídio a pessoa ingere soda cáustica, e
acaba sofrendo uma lesão denominada colabamento do esôfago, ou seja, as
paredes do esôfago ficam coladas uma na outra, sendo necessário
intervenção cirúrgica para reabrir a passagem esofageana. Este quadro
geralmente evolui para a morte.
Se as substâncias atingirem os olhos, podem causar cegueira permanente.
Atingido o rosto, podem causar cicatrizes de aspecto desagradável que
podem inclusive deformar a pessoa.
Venenos
ASFIXIOLOGIA
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respiração consiste em apenas “encher e esvaziar” de ar os pulmões, mas
cientificamente se trata de um processo bem mais complexo: o oxigênio que inspiramos
na nossa respiração, depois de chegar até os pulmões, é distribuído para todas as células
do nosso corpo, onde será utilizado em uma série de reações bioquímicas denominadas
respiração celular.
Nestas reações,o oxigênio será usado para a célula produzir energia, ou seja, a
energia que nosso organismo utiliza não é proveniente somente dos alimentos: é preciso
oxigênio para quebrar as moléculas de glicose e tornar a energia disponível.
Desta forma, a falta de oxigênio nas células acaba por causar vários danos, falta
essa que ao se prolongar, leva o indivíduo a morte por asfixia.
Curiosamente, o termo asfixia vem do grego, (a sphyxis) e significa “ausência de
pulso”.
A morte por asfixia não é instantânea: geralmente leva quatro minutos. De
acordo como Código Penal, são cirscunstâncias agravantes ter o agente cometido o
crime “com emprego de veneno, fogo, explosivo,asfixia, tortura ou outro meio
insidioso ou cruel”
Quando se observa um ser vivo se asfixiando, nota-se que ele executa fortes
movimentos inspiratórios, na tentativa de obter mais oxigênio. A seguir, observam-se
movimentos expiratórios, acompanhados geralmente de pequenas convulsões. Em
seguida ocorre a parada respiratória com perda de consciência.
Examinando-se externamente o cadáver vítima de asfixia encontramos vários
elementos, que variam de acordo com as causas da asfixia::
a) cianose da face: mais freqüente nos casos de estrangulamento e
esganadura
b) espuma: encontrada nos afogados
c) projeção da língua: comum no enforcamento
d) equimoses externas: freqüentes nos estrangulamentos e
esganaduras
e) livores cadavéricos: se apresentam com a cor escura e aparecem
precocemente.
f) Equimoses viscerais: são vulgarmente denominadas como
petéquias de TARDIEU (que foi o estudioso quem as descreveu) .
São manchas de cor vermelha, de forma arredondada, de tamanho
que pode variar da cabeça de um alfinete a uma lentilha. Elas
surgem por causa do rompimento dos capilares, e se encontram
geralmente nas pleuras.
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Tipos de asfixia:
SUFOCAÇÃO
SUFOCAÇÃO DIRETA
a) Oclusão direta das narinas e da boca : neste tipo de sufocação os orifícios
superiores do aparelho respiratório são fechados. Pode ser produzida por
travesseiros, cobertores ou outros objetos. Pode ser acidental, que ocorre por
exemplo com recém nascidos , que dormindo com as mães são sufocados por
panos que se encontram no leito. Na oclusão criminosa a cabeça da vítima é
envolvida com panos até causar-lhe a morte. Na suicida a pessoa coloca sobre
a cabeça panos até que se consuma a morte.
SUFOCAÇÃO INDIRETA
SOTERRAMENTO
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AFOGAMENTO
Nos cadáveres vítimas de afogamento que são encontrado após alguns dias,
encontraremos outros sinas externos:
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a) enfisema putrefativo, que é resultado da putrefação cadavérica, que faz com
que o cadáver atinja um tamanho gigantesco, e acabe por vir a tona;
b) destruição das partes moles do corpo como orelhas, lábios globos
oculares,pálpebras, causados por animais marinhos
c) compressão da língua entre os dentes, ou sua protusão
O exame interno do cadáver dos afogados também nos dará outros elementos:
a)líquido dentro das cavidades pleurais
b)presença de corpos estranhos no aparelho respiratório.Algumas vezes é capaz
de encontrarmos pequenas folhas na traquéia. Alguns autores mostram que é
possível até mesmo localizar algas microscópicas no líquido encontrado nos
pulmões
c)espuma na traquéia
d) sangue diluído: o sangue tem uma coloração vermelho clara, é fluido e
escorre como água
e) presença de líquido nas vias digestivas: encontra-se com freqüência no
estômago dos afogados, e sua presença é explicada devido a ingestão de
água durante o afogamento
f) congestão visceral interna: principalmente do fígado, que adquire cor
vermelho escura dando aos cortes saída de grande quantidade de sangue
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Além desses gases existe outra modalidade de asfixia que é chamada de
CONFINAMENTO. São casos em que o indivíduo, enclausurado dentro de um
recinto, esgota o oxigênio vital contido no mesmo, vindo a falecer dentro do
mesmo. Ocorre em situações como: quando paredes desabam no interior de
minas, prendendo os operários nas galerias; quando os submarinos afundam;
quando crianças se trancam dentro de malas ou pequenos cubículos; ou quando
se colocam vários indivíduos em um quarto ou cubículo de tamanho reduzido,
onde a ventilação não é suficiente.
Os cadáveres vítimas deste tipo de asfixia apresentam as seguintes
características:
-persistência da temperatura do corpo muito tempo após a morte
-umidade do cadáver
-pele pálida
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objetos de poder compressivo forte como cordas e fios. A profundidade e a largura do
sulco dependem da espessura do laço e do tempo de compressão.
O exame do pescoço do enforcado revela:
-Linha Argentina: encontrada nos sulcos pergaminhados, em que o tecido
conjuntivo subcutâneo se desidrata e se condensa por causa da compressão, deixando
uma estria de cor branca, que acompanha a direção do sulco. Ela se chama linha
Argentina por causa de sua cor esbranquiçada que algumas vezes parece ser prateada
(em latim, prata se escreve argentum)
-Equimoses sangúineas nos músculos (como o esternocleidomastóide)
-Lesões da carótida: especialmente as lesões da túnica interna das carótidas.
-Lesões das cartilagens da laringe
-Lesões da coluna vertebral (se o enforcametne for violento).
A esganadura suicida não é admitida como possível, portanto ela sempre é fruto
de um crime.
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TANATOLOGIA
O receio de ser enterrado vivo é um medo que está presente em várias pessoas.
Os numerosos casos quase lendários contados pelos populares não passam de
imaginação exaltada ou má observação.
Existem raríssimos casos de morte aparente, que ocorriam geralmente na
antiguidade e em meio a grandes epidemias, quando os médicos não faziam um exame
mais apurado para diagnosticar a morte. Nos IMLs e Anatomias de todo o mundo não se
tem notícia de se ter iniciado um exame necroscópico em uma pessoa ainda viva.
O diagnóstico da realidade da morte é feito através de vários meios, e os
fenômenos decorrentes da morte são divididos em várias etapas:
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-Instilar duas gotas de éter nos olhos, se houver vida, haverá hiperemia
-Aproximar uma vela da pele do indivíduo; se houver vida, haverá formação de
uma vesícula sanguinolenta
-Fazer umainjeção de fluoresceína endovenosa. Se houver vida, em 30 minutos a
pele adquire cor amarela e os olhos cor verde
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Continuando com o desenvolvimento bacteriano, os gases decorrentes da
putrefação começam a aumentar tremendamente as pressões intracavitárias (caixa
craniana, tórax e abdome), fazendo com que o sangue já parcialmente putrefeito procure
áreas de menos pressão; desta forma se instala um mapeado dérmico conhecido como
circulação póst mortem ou circulação póstuma de brouardel. Em decorrência destas
mesmas pressões , acontece a protusão da língua e das órbitas, o agigantamento do
cadáver,e nos homens, aumento da bolsa escrotal
Encontramos ainda nessa fase a formação de bolhas ou flíctenas putrefativas,
cheias de líquido, com descolamento da pele do cadáver. Ele então adquire uma posição
chamada de “posição de boxeador”. A esse conjunto de características damos o nome
de fase gasosa da putrefação. Ela geralmente dura vários dias até semanas,
dependendo de fatores como condições climáticas, local onde o corpo se encontra, etc
Um número incontável de bactérias agora auxiliadas por outros animais
necrofágicos, começa a destruir a arquitetura orgânica. Principalmente as larvas de
moscas e outros insetos.
Com o passar dos dias, as partes moles vão se destruindo, e as partes ósseas mais
proeminentes vão aparecendo; surge um líquido pútrido de cor escura que se espalha
por todo o cadáver. Os cabelos caem, os restos viscerais se transformam em uma massa
negra. Esta fase se chama coliquativa. Essa fase pode durar de semanas a meses.
Passando esta fase, a pele e os músculos já estão destruídos por completo,
deixando os ossos expostos; é a esqueletização. Esse processo demora vários anos para
se concluir;
Os cabelos, os ossos e os dentes resistem muito tempo aos fenômenos
destrutivos. O resto, porém, desaparece por completo.
Existem alguns fenômenos post mortem que alteram a ordem de putrefação
mostrada acima. são os FENOMENOS CONSERVADORES.
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O CORPO HUMANO é de natureza extrapatrimonial, é res extra commercium,
inacessível (teoricamente) aos negócios habituais. Ele não é um bem econômico. O
direito sobre o corpo não é um direito de propriedade, e o cadáver não pode ser utilizado
para fins lucrativos.
O cadáver não faz parte da sucessão. A família tem direitos e deveres. Tem como
dever primordial respeitar e executar a vontade do falecido, se essa vontade é lícita.
DESTINO DO CADÁVER
I. Inumação
II. Cremação
CRONOTANATOGNOSE
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c) rigidez cadavérica: inicia-se na primeira hora, atinge o máximo em 8 a 12 horas
e se desfaz completamente em 24 horas
e) crescimento da barba: só ocorre nas primeiras horas após a morte. A barba cresce
cerca de 21 milésimos de milímetro por hora. Basta dividir-se o comprimento
que os pelos da barba do cadáver apresentam por 21 milésimos de milímetro que
saberemos o numero de horas decorridas após a ultima feitura da barba.
NECRÓPSIA
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A necrópsia não serve apenas para identificar a causa do óbito, ou apenas para
finalidade médico-legal como muitos pensam. Ela tem diversas outras funções:
Desta forma, existem dois tipos básicos de necropsia: a necropsia médico legal e
a necropsia clínica
A NECRÓPSIA MÉDICO-LEGAL
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para ser realizada. As suspeitas de erro médico que levam à óbito também são
investigadas por meio de necropsias médico-legais.
A necropsia médico legal se divide em exame externo e exame interno.
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Após estes exames, os órgãos que porventura foram retirados (de acordo
com a técnica de necropsia utilizada) são colocados novamente no cadáver, e o mesmo é
totalmente suturado e limpo pelo técnico em necropsia. Um importante detalhe que não
pode ser esquecido é a identidicação correta do cadáver no final da necropsia, com a
etiqueta sendo presa no seu pé.
A NECRÓPSIA CLÍNICA
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A necrópsia clínica é feita em casos de morte natural. Os casos de morte natural
não são da competência dos Institutos de Medicina Legal a não ser em casos de morte
natural com algum tipo de suspeita (como por exemplo no caso de suspeita de erro
médico, ou quando o corpo é encontrado em avançado estado de putrefação).
No caso de morte natural ocorrida dentro de Hospital, público ou particular, é
da competência do médico que atendia o paciente o fornecimento da declaração de
óbito. Mesmo os óbitos que ocorrem dentro de ambulâncias são considerados óbitos
hospitalares, já que estão sob responsabilidade do hospital. Cabe salientar que estamos
nos referindo somente aos casos de morte natural; se um paciente foi ferido por arma de
fogo e ficou internado em um hospital, vindo a morrer depois de algum tempo, ele
deverá ser encaminhado ao IML, pois a causa de sua morte foi violenta.
No caso das mortes naturais ocorridas em residência, se o paciente estiver sob
tratamento médico, cabe ao médico fornecer a declaração de óbito. Caso não haja
nenhum médico que ateste o óbito, o corpo deverá ser enviado para o SVO- Serviço de
Verificação de Óbito, subordinado a Secretaria de Saúde. O SVO existe em diversas
localidades do país. No caso do Distrito Federal, ele ainda não foi implantado. Desta
forma, os cadáveres vítimas de morte natural em residência também são enviados ao
IML para expedição da Declaração de óbito
Quanto a pessoa dá entrada no hospital sem vida, vítima de morte natural, seu
corpo também é enviado para o SVO, ou, no caso do DF, para o IML.
A necropsia clínica, então , é a necropsia realizada em casos de mortes
naturais, com a finalidade de se verificar a causa da morte, que geralmente ocorre
por causa de alguma patologia Esta patologia pode ser de evolução rápida (infarto do
miocárdio, acidente vascular cerebral) ou decorrente de uma processo que já estava
acometendo a pessoa durante algum tempo (tumores, pneumonia,etc)
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.
AS TÉCNICAS DE NECRÓPSIA
I. INTRODUÇÃO:
Cada serviço de Patologia tem sua própria técnica de necrópsia, que na verdade é
variante de uma das quatro técnicas básicas - de Virchow, Ghon, M. Letulle e de
Rokitansky.
Técnica de Virchow
Técnica de Rokitansky
Técnica de M. Letulle
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abdominal, através da secção do mesentério. No final do intestino grosso, é feito um nó-
duplo, para evitar o vazamento do conteúdo intestinal quando o corte final for feito. Os
rins também são retirados quando o intestino está sendo descolado.
Técnica de Ghon.
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Remoção da hipófise: Secciona-se o diafragma da sela túrcica em toda sua extensão. A
ponta do formão é colocada na borda posterior, e martela-se orientado para trás;
visualiza-se a hipófise, que então é dissecada e retirada. A hipófise também pode ser
retirada envolta pelo arcabouço ósseo (em casos de tumores hipofisários, por ex.),
bastando serrar os ossos da base do crânio em torno da hipófise formando um
pentágono com o ápice voltado para frente. A hipófise deve ser colocada em um
pequeno frasco tampado contendo formol a 10% e colocado dentro da cuba com o
cérebro.
Remoção da medula espinhal: Pode ser feita por via posterior, colocando-se o corpo
virado de costas e abrindo-se a pele ao longo da coluna vertebral, que então é
seccionada nos processos laminares, expondo a medula nervosa. É mais trabalhosa e
tem o inconveniente de poder dar saída a líquidos quando o corpo é colocado em
decúbito dorsal. A técnica mais comum e prática é a por via anterior: após a evisceração
coloca-se um suporte de madeira sob a região torácica média, causando retificação da
coluna torácica e hiperextensão do pescoço. Faz-se um corte transversal com a serra no
corpo vertebral mais alto possível. A este corte seguem-se vários pequenos cortes
longitudinais alternados e descendentes em ambos os lados da coluna. Tais cortes
passam um pouco além da articulação costo-vertebral, devendo-se ter cuidado para não
aprofundar muito e lesar a medula. Fazendo cortes descendentes alternados previne-se
erros no plano de corte e facilita-se a extração dos corpos vertebrais, que pela
hiperextensão vão naturalmente se afastando. Prossegue-se assim até o nível de L4-5,
onde se faz outro corte transversal. Com isso tem-se quase toda a medula espinhal
exposta, faltando apenas cortar a dura máter a nível do forame magno, as raízes
nervosas e a cauda eqüina para extraí-la totalmente, podendo-se tracioná-la
delicadamente para soltar áreas inacessíveis da região cervical. A medula deve então ser
presa com alfinetes em uma placa de isopor e colocada em cuba com formol a 10%. É
útil marcar algumas raízes nervosas com fios, para melhor localização das lesões
posteriormente.
36
de ruturas, por ex.). Após o exame geral deve-se medir a área cardíaca, a altura das
cúpulas diafragmáticas e as distâncias das margens inferiores do fígado e baço do
rebordo costal, quando este for ultrapassado.
37
liberação do intestino delgado por secção da raiz do mesentério o mais próximo possível
da aorta.
Medula óssea : Devem ser retirados 1 a 2 fragmentos dos corpos vertebrais com o
auxílio da serra e do formão, rotineiramente. Em casos de doenças hematológicas ou
metastáticas para a coluna, mais segmentos podem ser necessários.
Testículos : Faz-se uma abertura para o interior do canal inguinal, entre o púbis e a pele
e, por dissecção às cegas com os dedos, puxa-se o testículo por essa incisão e corta-se o
cordão espermático, liberando-o. Devem ser retirados de rotina.
Panturrilha : Faz-se uma incisão na pele das panturilhas, desde a região poplítea (atrás
do joelho) até o tornozelo, expondo-se os músculos. Corta-se os tendões dos músculos
gastrocnêmios nessas duas regiões e solta-se posteriormente junto à tíbia, tendo-se
cuidado para trazer o feixe vásculo-nervoso íntegro. Devem sempre ser retiradas.
Pele : Em casos de doeças dermatológicas deve ser retirada pequena elipse de pele com
o bisturi, com o cuidado de se atingir o tecido adiposo subcutâneo. Caso seja doença
difusa retira-se o fragmento das margens de uma das incisões cutâneas já realizadas para
abrir as cavidades torácica e abdominal, buscando não mutilar o cadáver. Caso seja
lesão localizada fora dessas áreas deve-se depois suturar a pele cobri-la com
esparadrapo. O fragmento obtido deve ser colocado estendido sobre um pedaço de papel
e depois imerso em formol.
Reconstituição : O corpo deve ser reconstituido de forma que não haja evidências da
necrópsia depois de vestido. Todo líquido deve ser drenado das cavidades. As aberturas
retal e vaginal devem ser ocluídas com material absorvente (estopa, gaze, algodão). Os
órgãos que não forem ser utilizados posteriormente devem ser recolocados no corpo. O
gradil costal deve ser reposicionado e, em casos de retirada da coluna vertebral coloca-
se uma vara de madeira ou metal no local para evital deformidades corporais. A pele
deve ser suturada por pontos oblíqüos, de baixo para cima, distando 1 cm entre si. O
corpo deve ser lavado cuidadosamente com água sanitária diluida (1:10 em água),
retirando-se todas as manchas de sangue ou secreções existentes
INSTRUMENTAÇÃO E EPI
.
38
Calça e blusa específicas: impedem que se suje a própria roupa, visando não
levar contaminantes para outros ambientes dentro e fora do hospital.
Capote: protege os braços, além de ser uma segunda barreira. Deve ser bem
ajustado ao corpo para evitar que se molhe durante a evisceração, principalmente
quando não for impermeável (pode-se fazer isto usando fita adesiva para dobrar
e prender as partes folgadas do braço e antebraço).
Luvas cirúrgicas: É recomendado o uso de duas, sobrepostas, de tamanho
apropriado. Não previne contra cortes, mas evita a difusão de contaminantes.
Dimunui um pouco a sensação tátil.
Touca e máscara: a touca tem como função impedir que os cabelos se sujem e
carreguem o contaminante para fora da sala de necrópsia, e a máscara serve para
prevenir a ingestão e o contato com a mucosa de pequenos fragmentos ou
líquidos que porventura espirrem.
Proteção para os olhos: óculos comuns não são o ideal porque fornecem
proteção muito limitada. O mais indicado são óculos de soldador, que têm um
campo de visão amplo e protegem todas as laterais, o inconveniente é que
embaçam com a transpiração.
Sapatos: devem ser impermeáveis e cobrir todo o pé. Devem ser colocados,
retirados e guardados dentro da sala de necrópsia, ou então se usar uma polaina
sobre eles.
Instrumentos: O técnico deve se limitar à mesa de necrópsia, evitando circular
pela sala e, principalmente, fora dela. Deve haver apenas um set de instrumentos
bem posicionados e sempre limpos à mão, evitando-se o uso simultâneo de
diversos bisturis. As lâminas do bisturi devem ser trocadas sem o auxílio de
outros instrumentos para evitar que saiam "voando" e machuquem alguém.
Outras considerações :
39
INSTRUMENTOS UTILIZADOS ROTINEIRAMENTE NA NECRÓPSIA
E SUAS FUNÇÕES
40
CONSERVAÇÃO DE CADÁVERES
Fixação, formolização e e embalsamamento
Sabemos que a técnica original que os egípcios utilizavam era iniciada pelo
esvaziamento quase completo das cavidades do corpo, para depois retirar-se o conteúdo
do crânio através das cavidades nasais com o auxílio de um gancho nelas introduzido.
Outra via de acesso para a retirada do encéfalo era a nuca, através do forame magno.
Após a retirada do encéfalo, a cavidade craniana era lavada com uma solução de soda
cáustica, recebendo, depois, essências aromáticas.
41
condições nos anos 20. Em 1997 foi encontrado nas geleiras entre a Áustria e a Itália
um cadáver mumificado de mais de dois mil anos de idade.
O fenol líquido é excelente para tornar o meio estéril, porém seus vapores são
tóxicos, e também existem suspeitas de que pode ser cancerígeno.
A glicerina não é tão bom fixador quanto os outros citados anteriormente, mas é
indicada para evitar a desidratação dos tecidos.
42
Além do formol, fenol, álcool e glicerina, existe um variedade enorme de
substâncias e preparações para conservação de peças.
Formolização e embalsamamento
A solução deve ser colocada em um galão que deverá ficar a uma altura bastante
superior a do cadáver, para que o líquido penetre por pressão e se espalhe por todo o
corpo. Geralmente, para um adulto são utilizado 5 ou 6 litros
43
também é retirado. As vísceras são retiradas e guardadas em local apropriado. Os
espaços vazios (cavidades torácica e abdominal) são preenchidos com serragem ou
algodão. O procedimento de embalsamamento é realizado nos casos onde há maior
necessidade de preservação do corpo (viagens longas, velórios prolongados, etc)
EXERCÍCIOS- NECRÓPSIA
44
6.3 A empresa é obrigada a fornecer aos empregados,
gratuitamente, EPI adequado ao risco, em perfeito estado de
conservação e funcionamento, nas seguintes circunstâncias:
a) sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa
proteção contra os riscos de acidentes do trabalho ou de doenças
profissionais e do trabalho; b) enquanto as medidas de proteção
coletiva estiverem sendo implantadas; c) para atender a situações
de emergência.
A respeito das idéias e das estruturas do texto acima, julgue os
itens subseqüentes.
A) ventral, fazendo a incisão dos tecidos moles seguindo a linha mediana marcada pela
seqüência dos processos espinhosos.
B) ventral, fazendo a incisão dos tecidos moles sobre a linha paramediana que incide
sobre os arcos vertebrais.
C) dorsal, fazendo a incisão dos tecidos moles seguindo a linha dos processos
espinhosos.
D) dorsal, fazendo a incisão dos tecidos moles sobre os corpos vertebrais.
E) dorsal, fazendo a incisão dos tecidos moles sobre os arcos vertebrais.
4. Ao se concluir a necropsia, realiza-se sutura para recomposição, que deve ser feita:
45
5. A técnica de necropsia mais recomendável em corpo de recém-nascido é a de:
A) Galeno.
B) Langley.
C) Rokitansky.
D) Virchow.
E) Letulle.
A) cobrir o cadáver.
B) recompor o cadáver.
C) apenas limpar o cadáver.
D) entregar o cadáver à família.
E) apenas recompor os órgãos internos.
10. A rotina do serviço técnico de anatomia e/ou patologia inclui como item obrigatório:
46
A) a abertura do tórax ou abdome.
B) a abertura da cavidade craniana.
C) a identificação e exame externos.
D) o preenchimento da declaração de óbito.
E) a retirada de material para exames laboratoriais.
A) da caixa torácica.
B) dos seios da face.
C) da calota craniana.
D) da coluna vertebral.
E) das grandes articulações.
A) tesoura e enterótomo.
B) enterótomo e bisturi.
C) tesoura e bisturi.
D) tenta-cânula e serra.
E) enterótomo e serra.
A) exame ginecológico.
B) afastamento dos lábios.
C) afastamento das narinas.
47
D) dilatação do esfíncter anal.
E) tração dos bordos das incisões.
19. Quando o corpo vai ser embalsamado, o melhor processo é, depois de injetar a
solução, seguir a técnica de:
A) Ghon.
B) Pittres.
C) Lettule.
D) Virchow.
E) Rokitansky.
20. A técnica que inicia a necropsia com abertura da cavidade craniana foi descrita por:
A) Rokitansky.
B) Virchow.
C) Ghon.
D) Lettule.
E) Laborde.
21. A última camada da parede abdominal que necessita ser seccionada para se
visualizarem as vísceras é:
A) a bainha do reto.
B) o muscular.
C) o peritônio.
D) a linha alba.
E) o subcutâneo.
48
B) digestão das partes moles por solução de soda cáustica.
C) cocção dos tecidos moles em soro fisiológico a 60 ºC e dissecação posterior.
D) irrigação em fluxo contínuo das partes moles com água corrente.
E) esmagamento e avulsão das partes moles com alicate convencional.
24 Para que se possa fazer o estudo histológico dos tecidos obtidos na necropsia, deve-
se providenciar:
A) transversalmente.
B) de acordo com a segmentação vascular.
C) em fatias circulares, seguindo a curvatura do órgão.
D) em toda sua altura, indo da convexidade para o hilo.
E) em fatias longitudinais, da face anterior para a posterior.
27- (Minas Gerais- 2007) Assinale a opção abaixo que proporciona melhor esterilização
do instrumental usado em necropsias:
a) Flambagem.
b) Formol a 10%.
c) Estufa a 200 graus centígrados por 2 horas.
d) Autoclave.
49
d) Luvas de borracha resistentes.
30. (IML Pernambuco 2007) A conservação de um cadáver em uma câmara fria ocorre,
porque o gelo
50
eficiência de perfusão do fixador?
A) a traquéia.
B) a base da língua.
C) o osso hióide.
D) vasos da base do coração.
E) o terço médio do esôfago.
A) da hepatite B.
B) da hepatite C.
C) HIV.
D) HTLV.
E) da poliomielite.
51
no ambiente da sala de necrópsia, considera-se como
equipamento de proteção individual (EPI)
indispensável, EXCETO:
52
43 (Universidade Federal Fluminense) Em caso de corte ou espetada, ao dissecar um
cadáver recente e não formolizado, a primeira atitude de um técnico em anatomia e
necropsia deverá ser:
46. NÃO faz parte da rotina do serviço técnico de anatomia e/ou patologia
53
47 Em relação à utilização de métodos e técnicas de conservação do corpo humano
inanimado, é INCORRETO afirmar que
I- O fixador líquido deve representar no mínimo 10 vezes o volume que se quer fixar e, deve ser
trocado freqüentemente, pois o sangue diminui o poder de fixação.
II - O formol é o fixador universal e deve ser usado na concentração de 10%.
III - Para uma boa fixação, os recipientes devem ter volume apropriado e formato adequado ao que
se deseja fixar.
54
50. Em relação ao processo de fixação dos tecidos, analise as afirmativas abaixo.
A) O procedimento da necropsia deve ser rápido e a clivagem dos órgãos deve ser
realizada após 48 horas de fixação.
B) Crânio e ossos devem ser serrados exclusivamente com serra manual.
C) É obrigatório o uso de equipamento de proteção individual (capacetes, aventais
duplos, máscaras, dentre outros).
D) O cadáver necropsiado, após ter sido limpo e vestido, deve ser colocado em caixão
lacrado, para ser entregue à família.
55
53. Em relação às técnicas de necropsia, é INCORRETO afirmar que
I
I II III V
A) I- Clamp de intestino, II- Pinça anatômica, III- Rugina, IV- Pinça hemostática.
B) I- Clamp de intestino, II- Pinça dente de rato, III- Costótomo, IV- Pinça hemostática.
C) I- Clamp de intestino, II- Pinça dente de rato, III- Rugina, IV- Pinça hemostática.
D) I- Pinça hemostática, II- Pinça dente de rato, III- Costótomo, IV- Clamp de intestino.
56
55. A linha de corte superior para a retirada do monobloco torácico é
A) a traquéia.
B) os vasos da base do coração.
C) a base da língua.
D) o osso hióide.
57
57. Assinale a alternativa CORRETA.
QUESTÃO 29
60. Entre as atribuições do técnico em necrópsia, inclui-se
58
E datilografar ou digitar os laudos de lâminas e peças cirúrgicas
emitidos pelos médicos patologistas.
QUESTÃO 30
61 A conservação de corpos, por métodos físicos (resfriamento) ou
químicos (formolização) não tem por finalidade
59
A exame externo; incisão da pele, das cartilagens costais e
articulações esternoclaviculares; extração dos órgãos do
crânio e da medula espinhal; exame das cavidades torácica e
abdominal; extirpação dos órgãos do tronco
A mento-pubiana
B bimastóide-esterno-pubiana
C biacrômio-esterno-pubiana
D fronto-naso-esterno-pubiana
E mastóide-esterno-pubiana
QUESTÃO 35
66. Não é técnica de necrópsia a técnica de
A R.Virchow.
B C. Rokitansky.
C A. Ghon.
D M. Letulle.
E Benassi.
QUESTÃO 36
67. Considerando os cuidados gerais do manuseio de substâncias
químicas (formol) dentro da sala de macroscopia e necrópsia,
assinale a opção incorreta.
60
quando os recipientes que o contêm estão expostos ao calor
ou quando a temperatura do laboratório é elevada.
C Os recipientes de peças cirúrgicas que contêm formol devem
ser bem tapados e acondicionados em sala ventilada.
D No caso de se derramar formol no chão, deve-se abrir
imediatamente as janelas, ligar o exaustor e enxugar
rapidamente o chão.
E Se houver contato acidental de formol com os olhos, deve-se
lavá-los com água corrente ou água boricada e evitar esfregálos
com as mãos.
QUESTÃO 37
QUESTÃO 39
68. Existem artigos de uso individual, que fazem a barreira física
entre a fonte de microrganismos e o hospedeiro suscetível — o
técnico em necrópsia — a fim de evitar a propagação de agentes
infecciosos. Entre esses artigos não se incluem os(as)
A luvas duplas ou sobrepostas.
B máscaras.
C ruginas.
D óculos.
E gorros.
QUESTÃO 40
69 Com relação à prevenção de acidentes e aos cuidados de ordem
pessoal e geral em uma sala de necrópsia, assinale a opção
incorreta.
61
B ( ) Formol, álcool etílico, glicerina e fenol são comumente
usados como hidratantes em peças anatômicas.
C ( ) Procedimentos de conservação como congelamento podem
ser necessários em alguns casos como, por exemplo, para
algumas caracterizações bioquímicas dos tecidos.
D ( ) O uso de formol para conservação de peças anatômicas
preserva a cor, a maciez e a flexibilidade dos tecidos.
E( ) Caso seja necessária, em uma autópsia, a remoção dos olhos,
esta pode ser feita por uma abordagem anatômica posterior,
sem a secção dos músculos extraoculares.
F ( ) O método de Virchow, em um procedimento de autópsia,
compreende a remoção dos rins por incisão lombar.
G ( ) Durante o procedimento de remoção do cérebro, a dura
mater é inspecionada procurando-se evidências de hematoma
subdural ou epidural que, se presente, deve ter o seu volume
estimado.
H ( ) Registros de autópsia devem ser feitos de forma que sejam
compreendidos não somente por patologistas, mas por outras
pessoas a quem possam ser úteis.
I( ) Não devem ser incluídas observações clínicas no relatório de
autópsia, visto que foram realizadas antes do óbito.
J ( ) O termo método de Rokitanski refere-se à retirada das
vísceras em bloco.
62
B( ) Caso não seja possível encontrar documento de identidade
junto ao cadáver, deve-se optar inicialmente por metodologia
de identificação por DNA.
C ( ) Caso existam marcas de Jellineck, uma forma especial de
queimadura na pele tipicamente causada por corrente
elétrica, há fortes indícios de óbito por corrente elétrica
natural advinda de raios.
D ( ) Nessa situação, os mecanismos prováveis de morte são a
parada respiratória central e a parada cardíaca em assistolia,
com predomínio da última
72. (Limeira-2007) Julgue os seguintes itens, que dizem respeito a morte súbita.
73 (Roraima 2003) Um indivíduo foi assassinado por outro que utilizou uma
arma de fogo (pistola 380). Os tiros foram disparados a distância,
sendo alguns transfixantes, atingindo a região torácica esquerda da
vítima. Foram encontrados vários orifícios de entrada, sendo um
na região parietal. Havia ainda ferimentos de saída de tiro
transfixante na região torácica de formato irregular.
Considerando a situação hipotética apresentada acima, julgue os
itens seguintes.
63
perfurocontundente.
D ( ) Ao deduzir o caminho que um projétil percorreu no interior
do corpo da vítima, a perícia estará definindo a trajetória
desse projétil durante a ação que levou a vítima à morte.
E ( ) Os ferimentos de saída de tiro transfixante devem apresentar
bordos revirados para dentro.
74. (Roraima 2003) Uma mulher com 30 anos de idade, separada, foi visitada
pelo ex-companheiro. O homem terminou por assassiná-la com
uma faca do tipo peixeira, com golpe no pescoço, que atingiu a
carótida esquerda. Houve discussão relativa a uma possível
gravidez e violência física precedendo a morte, mas não havia
sinal de atos libidinosos.
Com referência a essa situação hipotética, julgue os itens a seguir.
64
inferior esquerdo.
a) mumificação
b) livores de hipóstase
c) mancha verde abdominal
d) cessação da respiração
e) rigidez cadavérica
a) Estrangulamento
b) Enforcamento
c) Esganadura
d) Sufocação indireta
a) escoriações de extremidades
b) cogumelo de espuma
c) livores de hipostase em cabeça e pescoço
d) perda de unhas e pelos
a) contundente
b) cortante
c) perfurante
d) pérfuro-contundente
65
81 O Código de Processo Penal prevê, em seu art.162, que, salvo condições nele
especificadas, a autópsia será feita pelo menos:
a) 12 horas depois do óbito.
b) 18 horas depois do óbito.
c) 06 horas depois do óbito.
d) 24 horas depois do óbito.
a) tiro encostado
b) tiro a distância
c) tiro a queima roupa
d) tiro tangencial
(A) suicídio;
(B) acidente;
(C) indeterminada;
(D) suspeita;
(E) homicídio.
66
(E) corpos dilacerados.
(A) contundentes;
(B) corto contundentes;
(C) cortantes ;
(D) perfuro cortantes ;
(E) perfurantes .
67
(E) meio gasoso
.
91 Indique a opção que caracteriza, corretamente, o crime de
infanticídio: feto nascido vivo e
(A) mulher mata criança em qualquer idade;
(B) mãe mata o próprio filho após estado puerperal;
(C) mulher mata criança recém-nascida;
(D) mãe mata o próprio filho por processo asfixico;
(E) mãe mata o próprio filho sob influência do estado
puerperal.
68
(A) a causa da morte foi pneumonia aguda bacteriana;
(B) havia pneumonia bacteriana em fase de resolução;
(C) o exame histopatológico nada acrescentou neste caso;
(D) a avaliação apenas macroscópica tem valor neste caso;
(E) as colônias bacterianas foram formadas pela putrefação.
69
lesões produzidas por animais aquáticos.
c ( ) A causa jurídica de morte por esganadura é quase sempre
homicida, podendo ocorrer a forma acidental e, menos
freqüentemente, a suicida.
d ( ) Na asfixia por estrangulamento ocorre um choque hipovolêmico
a partir do impedimento do retorno venoso cerebral, pela constricção
das veias jugulares internas e externas.
e ( ) A diferença básica entre o enforcamento e o estrangulamento diz
respeito ao número de laços empregados na ação de constricção do
pescoço.
100 Com relação aos disparos de arma de fogo, é correto afirmar que:
a ( ) Perfurante
b ( ) Cortante
c ( ) Contundente
d ( ) Pérfuro-cortante
e ( ) Corto-contundente
a ( ) Degolamento
70
b ( ) Cervicotomia
c ( ) Esgorjamento
d ( ) Decapitação
e ( ) Laceração cervical
103. Com relação aos instrumentos que produzem lesões mecânicas podemos afirmar o
que se segue, exceto:
104. Uma lesão de bordas lisas, afastadas, não penetrante de cavidade, é classificada
como:
a ( ) Perfurante d ( ) Corto-contusa
b ( ) Cortante e ( ) Pérfuro-cortante
c ( ) Contusa
105. Quanto à declaração de óbito é correto afirmar que (marque uma alternativa):
106 No que diz respeito à cronotanatognose é correto afirmar que (marque uma
alternativa)
71
morte, o tipo das vestes e se o cadáver estava ou
não mergulhado em meio líquido.
(E) nos afogados, a fase de coloração freqüentemente
se inicia pela mancha verde abdominal, que
antecede a mancha verde torácica.
72
aeronave em pleno vôo, partição e liberação dos corpos a grande
altura no ar, com queda sob árvores de floresta tropical. No
segundo acidente, houve colisão e explosão seguida de incêndio
no solo.
Em face dessas considerações e de aspectos médico-legais
correlatos, julgue os itens a seguir, relativos aos acidentes acima
mencionados.
73
causadores dessas lesões.
74
B ( ) No sistema nervoso central, quanto à ação psíquica, é correto
afirmar que o álcool etílico e o MDMA possuem ação
depressora.
C ( ) Entre as substâncias psicotrópicas comuns no Brasil estão a
maconha, a cocaína, as anfetaminas, os benzodiazepínicos e
os fenobarbitais, sendo, no país, mais raras as ocorrências de
uso de derivados do ácido lisérgico e de opiáceos.
_
75
tempo decorrido de morte.
115- (Brasília- Médico legista 2004) Um recruta, durante exercício físico intenso
realizado após o almoço, vomitou e inspirou parte dos alimentos ingeridos, vindo a
morrer em seguida. A necropsia revelou a presença de restos alimentares nas vias aéreas
superiores (laringe e traquéia) Nessa situação a provável causa da morte será:
a) sufusão
b) engasgamento
c) congestão visceral
d) reflexo vagal
e) afogamento branco
116- (Brasília- Médico legista 2004) Uma senhora idosa, em razão de ter sido
atropelada por um automóvel, sofreu fratura do fêmur. Ao longo de uma internação de
sessenta dias, ela desenvolveu um quadro de embolia pulmonar ao fim do qual veio a
falecer.O médico que a assistiu, considerando a negativa da família quanto à realização
da necropsia, assinou a declaração de óbito. Nesta situação, o médico:
a) agiu corretamente;
b) deveria assinar a declaração de óbito incluindo ressalvas;
c) só poderia dar a declaração de óbito se a necropsia fosse realizada no próprio
hospital;
d) somente poderia emitir a declaração de óbito com autorização do diretor do
hospital
e) deveria ter encaminhado o corpo para o IML em razão do acidente sofrido
pela idosa
a) contundentes
b) corto-contusas, incisas e contusas
76
c) corto-contusas
d) incisas e contusas
e) cortantes e perfurantes
118- (Brasília-Médico legista 2004) A inflitração sanguínea no tecido que pode sofrer
modificações a partir das quais é possível avaliar o tempo decorrido após a agressão é
denominada:
a) hipóstase
b) bossa sanguínea
c) hematoma
d) equimose
e) bossa linfática
77
GABARITO DOS EXERCÍCIOS
1. ECCC
2. ECCEE
3. A
4. D
5. B
6. B
7. B
8. E
9. E
10. A
11. C
12. D
13. E
14. B
15. A
16. E
17. E
18. A
19. C
20. C
21. C
22. E
23. D
24. B
25. D
26. B
27. D
28. B
29. D
30. A
31. E
32. B
78
33. B
34. A
35. B
36. B
37. E
38. D
39. B
40. D
41. D
42. B
43. B
44. C
45. B
46. C
47. C
48. D
49. B
50. D
51. C
52. B
53. D
54. D
55. C
56. D
57. A
58. A
59. C
60. A
61. E
62. D
63. C
64. B
65. D
66. E
67. A
68. C
69. B
70. CECEEECCEE
71. EEEC
72. CCE
73. EECEE
74. EECCE
75. CEEEE
76. C
77. A
78. D
79. B
80. A
81. C
82. B
79
83. A
84. E
85. C
86. X
87. E
88. X
89. B
90. E
91. E
92. A
93. A
94. A
95. E
96. X
97. X
98. A
99. X
100.D
101.E
102.C
103 BX
104 B
105 A
106 D
107 C
108 E
109 CCE
110 CCEC
111 ECCECE
112 CEC
113. CCEEE
114 E
115 B
116 E
117 D
118 D
119 CCCE
120 B
80
BIOSSEGURANÇA
Biossegurança é o conjunto de estudos e procedimentos que visam a evitar ou
controlar os riscos provocados pelo uso de agentes químicos, agentes físicos e agentes
biológicos à biodiversidade.
81
82
NOÇÕES DE PATOLOGIA
Noções de Patologia
1. ATROFIA:
Conceito: redução no volume de uma célula pela perda de alguns de seus componentes
estruturais o que conseqüentemente vai diminuir sua função e o tamanho do órgão como
um todo
Tipos:
1. Atrofia fisiológica: ocorre, por exemplo, na atrofia do ducto tireoglosso e da
notocorda no período embrionário ou atrofia do útero pós-parto
2. Patológica: (depende da causa e pode ser localizada ou generalizada)
Causas:
1. Diminuição da carga / atrofia por desuso: rápida diminuição do tamanho das células
musculares quando um membro é imobilizado, o que volta ao normal com o fim da
imobilização
83
2. Perda da inervação / atrofia por desnervação: atrofia das fibras musculares
inervadas por um conjunto de nervos que perderam sua função como por exemplo na
poliomielite
7. Atrofia por compressão: um tumor benigno ao crescer pode causar atrofia dos
tecidos circundantes devido a isquemia induzida por essa massa em expansão nesses
tecidos
2. HIPERPLASIA:
Tipos:
1. Hiperplasia fisiológica:
84
Ex: hiperplasia endometrial onde há endométrio espessado com estruturas polipóides
por excesso de estímulo estrogênico
Ex: hiperplasia nodular da próstata onde há aumento de maneira nodular do
parênquima prostático por excesso de estímulo androgênico
3. HIPERTROFIA:
Conceito: aumento do volume das células sem que ocorra divisão celular devido ao
aumento da síntese protéica, se deve a um aumento na demanda funcional ou por
estímulos hormonais e que conseqüentemente vai aumentar o tamanho do órgão
também
Tipos:
1. Hipertrofia fisiológica:
Ex: fisioculturismohipertrofia muscular onde ocorre aumento no tamanho de cada
fibra de forma que a carga seja distribuída por um número maior de componentes
celulares e assim ao corra o risco de ser lesada.
Ex: aumento do útero e seios na gravidezo hormônio estrógeno estimula aumento da
síntese protéica e leva ao aumento das células do útero na gravidez enquanto que a
prolactina combinada com o estrógeno causam o mesmo nos seios na amamentação)
2. Hipertrofia patológica:
Ex: músculo cardíaco se hipertrofia devido a uma sobrecarga hemodinâmica crônica
causada pela hipertensão arterial ou por válvulas defeituosas)
Mecanismos:
1. Ativação de genes que codificam fatores de transcrição (c-fos e c-jun), fatores de
crescimento (TGF-β) a agentes vasoativos (agonistas α-adrenérgicos, endotelina-1 e
angiotensina II)
2. Mudança das proteínas contráteis da forma adulta para a forma fetal ou neonatal
levando a uma contração mais lenta e que economiza energia
Desencadeadores da hipertrofia:
1. Desencadeadores mecânicos: estiramento
85
2. Desencadeadores tróficos: fatores de crescimento e agentes vasoativos que
estimulam a expressão de vários genes levando a hipertrofia celular
4. METAPLASIA:
Conceito: é uma alteração reversível na qual um tipo de tecido maduro é substituído por
outro mais resistente mas da mesma linhagem embrionária devido a uma agressão
crônica e a mais comum é a do epitélio colunar para o escamoso
Exemplos:
1. Fumantes de longa data: traquéias e brônquios possuem epitélio cilíndrico que com
as agressões vai sendo substituído por um epitélio pavimentoso resistente, mas que
perde a capacidade de secreção de muco.
Mecanismo:
1. Ausência de oxigênio:
86
2. Agentes físicos:
Mecânicostraumatismos
Temperaturafrio ou calor excessivos
*variações repentinas da pressão atmosférica
*radiações ionizantes
*corrente elétrica
3. Agentes químicos:
*venenostetracloreto de carbono e arsênio
*drogas terapêuticas
*drogas não-terapêuticas (álcool e narcóticos)
*poluição (tabaco)
*inseticidas
4. Agentes biológicos:
*vírus e prionsefeito citopático e oncogênico
*bactérias
*protozoários
5. Mecanismos imunológicos:
*reação anafilática
*doenças auto-imunes
*repostas imunes humoral e celular normais também causam lesão celular
6. Distúrbios genéticos:
*alterações gênicas, genômicas e cromossomiais
*erros inatos do metabolismo
7. Distúrbios nutricionais:
*avitaminosesescorbuto e xeroftalmia
*anorexia nervosa
*dislipidemias
*má nutrição protéica não calóricamarasmo e kwashiokor
8. Envelhecimento:
Relação com as doenças circulatórias (depósito de placas de ateroma é gradativo ao
longo da idade)
87
5) Mecanismos das lesões celulares:
1. Diminuição do ATP:
*causaslesões hipóxicas e químicas
*produção de ATP através da via aeróbia baseada na fosforilação oxidativa do
ADP através da transferência de elétrons na mitocôndria ou através da via glicolítica
anaeróbica que gera ATP a partir de glicose derivada de fluidos corporais ou de
glicogênio
C. problemas na bomba de Ca+2 resultando na entrada desse íon que é nocivo para a
célula
2. Dano mitocondrial:
*causasaumento de cálcio no citossol, pelo estresse oxidativo, pela degradação de
fosfolipídios pela via das fosfolipases A2 e da esfingomielina, etc
*conseqüências formação de um canal de alta condutância chamado de poro de
transição da permeabilidade mitocondrial impedindo o potencial de prótons da
mitocôndria ou pode ocorrer também um extravasamento do citocromo c no citossol
que pode iniciar a via da apoptose
4. Estresse oxidativo:
As células produzem energia reduzindo o O2 em H2O mas durante esse processo são
produzidas espécies reativas do oxigênio que são radicais livres bastante instáveis que
lesam os lipídeos, as proteínas e os ácidos nucléicos
*o estresse oxidativo se deve a u desequilíbrio entre a síntese e a eliminação de radicas
livre
88
A. absorção de radiação ionizante: água ao absorver essa radiação pode produzir
radicais hidroxila e hidrogênio
B. metabolismo enzimático de substâncias químicas exógenas ou drogas: CCl4 pode
gerar CCl3 que é reativo
C. reações de oxi-redução normais da célula: produção de intermediários tóxicos como
ânion superóxido, peróxido de hidrogênio e íon hidroxila
D. reações intracelulares com metais de transição
E. óxido nítrico produzido por várias células
89
a) definição: é o acúmulo de água no interior das células parenquimatosas (fígado, rim
e coração)
b) causas:
A. Hipóxia:
C. Ddesnutrição: falta de glicose implica em falta de ATP que leva a acúmulo de água
D. ATP sintetase diminuída: impede a ocorrência da fosforilação oxidativa
diminuindo a produção de ATP levando a acúmulo de água
E. Enterotoxinas de estafilococos
90
D. obesidade
E. hipóxiainibe a oxidação de lipídeos
F. alcoolismoaltera as funções mitocondriais e microssomais
3. Degeneração glicogênica:
a) definição: é o depósito de glicogênio intracelular
b) causas:
A. diabetes mellitus:
*acúmulo de glicogênio no TCD e na alça de Henle
*acúmulo de glicogênio nas células hepáticas
B. glicogenoses:
*definição: síndromes genéticas com erros enzimáticos que interferem no metabolismo
*tipo I/Doença de Von Guierke: falta da enzima glicose-6-fosfatase que converte
glicose em glicose-6-fosfato; hepatomegalia, nefromegalia e hipoglicemia
*tipo II/doença de Pompe: falta enzima maltase ácida; acúmulo de glicogênio no
músculos estriados cardíaco e esquelético; cardiomegalia, hipotonia muscular,
insuficiência cardíaca e morte antes dos dois anos
*tipo V/síndrome de Mac Ardle: falta da enzima fosforilase muscular; câimbras
dolorosas pela não conversão de glicogênio em glicose limitando exercícios físicos
4. Degeneração hialina:
91
a) definição: é o depósito de proteínas dentro da célula que conferem a ela um aspecto
róseo
b) tipos:
A. degeneração hialina goticular:
*ocorre em doenças renais como a síndrome nefrótica
*nos rins a pequena quantidade de proteínas filtradas pelos glomérulos é reabsorvida
nos TCP por pinocitose celular
*nessas doenças há um extravasamento de proteínas através do glomérulo levando a
um aumento na reabsorção de proteínas em vesículas e proteinúria
B. corpúsculos de Russell:
*devido ao aumento na síntese de proteínas secretoras normais que ocorre em
plasmócitos produtores de Ig
*o RER se distende produzindo vesículas
C. corpúsculos de Mallory:
*característico, mas não patognomônico da cirrose hepática alcoólica
*se deve a destruição de proteínas do citoesqueleto, da mitocôndria e de citoceratina,
mas é reversível
6. Lipomatose:
a) Definição: é a infiltração de tecido adiposo dentro do órgão sem que haja prejuízo
para o mesmo
b) Causas:
*obesidade
*em órgãos atrofiados em que o espaço que antes era ocupado pelo órgão passa ser
preenchido por gordura
b) Lesão irreversível:
a. Mecanismo: tendo todos os efeitos nocivos persistido a célula ultrapassa um “ponto
de não retorno” e novos mecanismos surgem e os antigos vão evoluir até morte
celular: *agressão às membranas: *perda de fosfolipídeos *degradação de lipídeos
*alterações do citoesqueleto *formação de radicais livres ↑extravasamento de
enzimas (CK e LDH) ↑ influxo de cálcio *↓PH ↑liberação de enzimas lisossomais
alterações nucleares (cariólise), digestão protéica, queda na basofilia
b. Morte celular:
*definição: perda irreversível das atividades normais da célula com conseqüente
incapacidade de manter os mecanismos homeostáticos
*causas:
1. Lesão hipóxia ou isquemia prolongada
2. Lesão secundária à isquemia-reperfusão:
*formação de radicais livres
*aumento do poro de transição de permeabilidade mitocondrial impedindo a produção
de ATP
92
*inflamação com atração de células e produção de citocinas que lesam ainda mais o
tecido
*ativação do sistema complemento
3. Lesão química:
*o CCL4 se converte no radical livre altamente tóxico e reativo CCL3 que causa auto-
oxidação dos ácido graxos presentes nos fosfolipídeos das membranas
*a decomposição dos lipídios é iniciada sendo formados peróxidos orgânicos após
reagirem com o O2 (peroxidação lipídica)
*essa é uma reação auto-catalítica que libera produtos que lesam a MP e aumentam a
permeabilidade de sódio, água e cálcio
*isso leva a edema celular e maior influxo de cálcio
*em seguida ocorre desativação das mitocôndrias, enzimas celulares e desnaturação
das proteínas levando a morte celular
Tipos de necrose:
1) Necrose coagulação:
Etiologia: isquemia (no caso da maioria dos tecidos, exceto o cérebro), substâncias
químicas, infecção fúngica,etc
*as áreas necróticas liberam substâncias vasodilatadoras que aumentam o fluxo
sanguíneo nos vasos próximos acentuado a coloração vermelha (halo periférico)
*exemplo: infarto do miocárdiocélulas acidófilas, coaguladas, núcleos piquinóticos,
citoplasma eosinofílico, linfócitos removedores de fragmentos celulares, preservação da
arquitetura geral do tecido
2)Necrose de liquefação:
*etiologia: isquemia e hipóxia
*tipos: autolítica (no infarto cerebral por hipóxia em que as células gliais de
sustentação neuronal se desintegram e se liquefazem por razões deconhecidas) e
heterofágica (nas infecções bacterianas piogênicas que atraem neutrófilos que liberam
seus grânulos líticos em processos inflamatórios que vão desintegrar tecidos como o
pulmão, pele, fígado, etc)
3) Caseosa:
*etiologia: processo inflamatório granulomatoso
*exemplo: tuberculose em que há uma infecção bacteriana que gera uma resposta
imunológica a partir de linfócitos T que é lenta e pouco eficaz e circunda o
microorganismo formando um granuloma e na blastomicose / paracoccidiose
*o foco necrótico se parece com fragmentos granulosos amorfos cercados por uma
borda inflamatória denominada de reação granulomatosa
*há destruição da arquitetura tecidual
93
4) Gordurosa / esteatonecrose:
*etiologia: liberação de lípases pancreáticas ativadas no parênquima pancreática e na
cavidade peritonial *exemplo: pancreatite agudaé uma inflamação que estimula a
liberação de proteases e lípases que vão digerir seu próprio tecido gorduroso e do
parênquima
*nessa necrose os AG liberados se combinam com o cálcio e produzem áreas brancas
visíveis (saponificação ou sabões de cálcio)
5)Nnecrose gomosa:
*etiologia: necrose de um tecido com a ocorrência de uma reação inflamatória que leva
a formação de estruturas resistentes (em goma)
6) Necrose hemorrágica:
*etiologia: obstrução da artéria pulmonar e a artéria brônquica tenta suprir a área mas
acaba lançando sangue no tecido necrosado provocando hemorragia
*ex: AVE ou derrame (necrose por ruptura de um vaso cerebral que faz o sangue
extravasar para o tecido e matar as células), infarto no pulmão e intestino
7) Necrose fibrinóide:
*etiologia: quando proteínas circulantes como fibrinogênio adentram na parede das
artérias promovendo um aspecto de fibrina na parede que ocasiona necrose
*ex: hipertensão maligna
8) Necrose gangrenosa:
*para os patologistas: é uma necrose de coagulação em que há infecção secundária
podendo ser úmida (exsudatos) ou gasosa (gases bacterianos)
*para osclínicos: é uma necrose de extremidade ou mumificação pelo contato do tecido
com o ar;
2º) Apoptose:
*causas fisiológicas:
94
*causas patológicas:
A. morte celular por estímulos nocivos (radiação, drogas, calor, hipóxia)
B. morte celular em doenças virais (hepatite)
C. atrofia patológica de órgãos após obstrução ductal (rins, pâncreas e parótida)
D. morte celular nos tumores
*morfologia:
*Mecanismos da apoptose:
2- Necrose
Resumo:
A necrose é a morte de uma célula ou a parte de um tecido
em um organismo vivo, e é a manifestação final de uma célula que sofreu lesões
irreversíveis, ou seja, parada definitiva das funções orgânicas e dos processos
reversíveis do metabolismo.
Introdução:
Pretendemos mostrar que a necrose é uma doença causada após uma lesão corporal
exposta aos seguintes fatores:
95
magnéticos;
Agentes químicos: compreendem substâncias tóxicas e não-tóxicas. Ex.: tetra cloreto
de carbono, álcool, medicamentos, detergentes, fenóis etc.
Agentes biológicos: Ex.: infecções viróticas, bacterianas ou micóticas, parasitas etc.
Desenvolvimento:
A necrose é a manifestação final de uma célula que sofreu lesões irreversíveis.
Segundo Guidugli-Neto (1997), oconceito de morte somática envolve a "parada
definitiva das funções orgânicas e dos processos reversíveis do metabolismo". A
necrose é a morte celular ou tecidual acidental em um organismo ainda vivo, ou seja,
que ainda conserva suas funções orgânicas. Vale dizer que é natural que a célula
morra, para a manutenção do equilíbrio tecidual. Nesse caso, o mecanismo de morte
édenominado de "apoptose" ou "morte programada". A etiologia da necrose envolve
todos os fatores relacionados às agressões, podendo ser agrupadas em agentes físicos,
agentes químicos e agentes biológicos:
96
2) Necrose por liquefação: o tecido necrótico fica limitado a uma região, geralmente
cavitária, havendo a presença de grande quantidade de neutrófilos e outras células
inflamatórias (os quais originam o pus).
3- Neoplasia
CONCEITO
No organismo, verificam-se formas de crescimento celular controladas e não
controladas. A hiperplasia, a metaplasia e a displasia são exemplos de crescimento
controlado, enquanto que as
neoplasias correspondem às formas de crescimento não controladas e são denominadas,
na prática, de "tumores". A primeira dificuldade que se enfrenta no estudo das
neoplasias é a sua definição, pois ela se baseia na morfologia e na biologia do processo
tumoral. Com a evolução do conhecimento, modifica-se a definição. A mais aceita
atualmente é: "Neoplasia é uma proliferação anormal do tecido, que foge parcial ou
totalmente ao controle do organismo e tende à autonomia e à perpetuação, com efeitos
agressivos sobre o hospedeiro" (Pérez-Tamayo, 1987; Robbins, 1984).
CLASSIFICAÇÃO
Várias classificações foram propostas para as neoplasias. A mais utilizada leva em
consideração dois aspectos básicos: o comportamento biológico e a histogênese.
COMPORTAMENTO BIOLÓGICO
De acordo com o comportamento biológico os tumores podem ser agrupados em
três tipos: benignos, limítrofes ou "bordeline", e malignos. Um dos pontos mais
importantes no estudo das neoplasias é estabelecer os critérios de diferenciação entre
cada uma destas lesões, o que, algumas vezes, torna-se difícil. Estes critérios serão
discutidos a seguir e são, na grande maioria dos casos, morfológicos:
CÁPSULA
97
Os tumores benignos tendem a apresentar crescimento lento e expansivo
determinando acompressão dos tecidos vizinhos, o que leva a formação de uma
pseudocápsula fibrosa. Já nos casos dos tumores malignos, o crescimento rápido,
desordenado, infiltrativo e destrutivo não permite a formação desta pseudocápsula;
mesmo que ela se encontre presente, não deve ser equivocadamente considerada como
tal, e sim como tecido maligno.
CRESCIMENTO
Todas as estruturas orgânicas apresentam um parênquima, representado pelas
células em atividade metabólica ou duplicação, e um estroma, representado pelo tecido
conjuntivo vascularizado, cujo objetivo é dar sustentação e nutrição ao parênquima. Os
tumores também têm estas estruturas, sendo que os benignos, por exibirem crescimento
lento, possuem estroma e uma rede vascular adequada, por isso que raramente
apresentam necrose e hemorragia. No caso dos tumores malignos, observa-se que, pela
rapidez e desorganização do crescimento, pela capacidade infiltrativa e pelo alto índice
de duplicação celular, eles apresentam uma desproporção entre o parênquima tumoral e
o estroma vascularizado. Isto acarreta áreas de necrose ou hemorragia, de grau variável
com a velocidade do crescimento e a "idade" tumorais.
MORFOLOGIA
O parênquima tumoral exibe um grau variado de células. As dos tumores
benignos, que são semelhantes e reproduzem o aspecto das células do tecido que lhes
deu origem, são denominadas bem diferenciadas. As células dos tumores malignos
perderam estas características, têm graus variados de diferenciação e, portanto, guardam
pouca semelhança com as células que as originaram e são denominadas pouco
diferenciadas. Quando estudam-se suas características ao microscópio, vêem-se células
com alterações de membrana, citoplasma irregular e núcleos com variações da forma,
tamanho e cromatismo.
MITOSE
O número de mitoses expressa a atividade da divisão celular. Isto significa dizer
que, quanto maior a atividade proliferativa de um tecido, maior será o número de
mitoses verificadas. No caso dos tumores, o número de mitoses está inversamente
relacionado com o grau de diferenciação. Quanto mais diferenciado for o tumor, menor
será o número de mitoses observadas e menor a agressividade do mesmo. Nos tumores
benignos, as mitoses são raras e têm aspecto típico, enquanto que, nas neoplasias
malignas, elas são em maior número e atípicas.
ANTIGENICIDADE
As células dos tumores benignos, por serem bem diferenciadas, não apresentam a
capacidade de produzir antígenos. Já as células malignas, pouco diferenciadas, têm esta
propriedade, o que permite o diagnóstico e o diagnóstico precoce de alguns tipos de
câncer.
METÁSTASE
As duas propriedades principais das neoplasias malignas são: a capacidade
invasivodestrutiva local e a produção de metástases. Por definição, a metástase constitui
o crescimento neoplásico à distância, sem continuidade e sem dependência do foco
primário.
98
Resumo
Características Diferenciais dos Tumores
Critério Benigno Maligno
encapsulação freqüente ausente crescimento lento rápido expansivo infiltrativo bem
delimitado pouco delimitado morfologia semelhante à origem diferente mitose raras e
típicas freqüentes eatípicas antigenicidade ausente presente metástase não ocorre
freqüente
HISTOGÊNESE
O diagrama abaixo resume as etapas do desenvolvimento do ovo até a formação do
embrião tridérmico, do qual derivam todos os tecidos do corpo humano (histogênese).
Exemplos:
- tumor benigno do tecido cartilaginoso – condroma;
- tumor benigno do tecido gorduroso – lipoma;
- tumor benigno do tecido glandular – adenoma.
Quanto aos tumores malignos, é necessário considerar a origem embrionária dos
tecidos de que deriva o tumor. Quando sua origem for dos tecidos de revestimento
externo e interno, os tumores são denominados carcinomas. Quando o epitélio de
origem for glandular, passam a ser chamados de adenocarcinomas. Já os tumores
malignos originários dos tecidos conjuntivos ou mesenquimais será feito o acréscimo de
"sarcoma" ao vocábulo que corresponde ao tecido. Por sua vez, os tumores de origem
nas células blásticas, que ocorrem mais freqüentemente na infância,
têm o sufixo "blastoma" acrescentado ao vocábulo que corresponde ao tecido original.
Exemplos:
- Carcinoma basocelular de face – tumor maligno da pele;
- Adenocarcinoma de ovário – tumor maligno do epitélio do ovário;
- Condrossarcoma - tumor maligno do tecido cartilaginoso;
- Lipossarcoma - tumor maligno do tecido gorduroso;
- Leiomiossarcoma - tumor maligno do tecido muscular liso;
- Hepatoblastoma - tumor maligno do tecido hepático jovem;
- Nefroblastoma - tumor maligno do tecido renal jovem.
EXCEÇÕES
Apesar de a maioria dos tumores incluírem-se na classificação pela regra geral,
alguns constituem exceção a ela. Os casos mais comuns
99
TUMORES EMBRIONÁRIOS
Teratomas (podem ser benignos ou malignos, dependendo do seu grau de
diferenciação), seminomas, coriocarcinomas e carcinoma de células embrionárias. São
tumores malignos de origem embrionária, derivados de células primitivas totipotentes
que antecedem o embrião tridérmico.
EPÔNIMOS
São tumores malignos que receberam os nomes daqueles que os descreveram
pela primeira vez: linfoma de Burkitt, Doença de Hodgkin, sarcoma de Ewing,
sarcoma de Kaposi, tumor de Wilms (nefroblastoma), tumor de Krukemberg
(adenocarcinoma mucinoso metastático para ovário).
MORFOLOGIA TUMORAL
Os carcinomas e adenocarcinomas podem receber nomes complementares
(epidermóide, papilífero, seroso, mucinoso, cístico, medular, lobular etc.), para melhor
descrever sua morfologia,
tanto macro como microscópica: cistoadenocarcinoma papilífero, carcinoma ductal
infiltrante, adenocarcinoma mucinoso, carcinoma medular, etc.
EPITÉLIOS MÚLTIPLOS
Os tumores, tanto benignos como malignos, podem apresentar mais de uma
linhagem celular. Quando benignos, recebem o nome dos tecidos que os compõem, mais
o sufixo "oma":
fibroadenoma, angiomiolipoma, etc. O mesmo é feito para os tumores malignos, com os
nomes dos tecidos que correspondem à variante maligna: carcinossarcoma, carcinoma
adenoescamoso, etc.
Outras vezes encontram-se ter componentes benigno e maligno, e os nomes estarão
relacionados com as respectivas linhagens: adenoacantoma (linhagem glandular
maligna e metaplasia escamosa benigna).
SUFIXO INDEVIDO
Algumas neoplasias malignas ficaram denominadas como se fossem benignas
(ou seja, apenas pelo sufixo "oma") por não possuírem a correspondente variante
benigna: melanoma, linfomas e sarcomas (estes dois últimos nomes representam classes
de variados tumores malignos).
OUTROS
Algumas vezes, a nomenclatura de alguns tumores escapa a qualquer critério
histogenético ou morfológico: mola hidatiforme (corioma) e micose fungóide (linfoma
não Hodgkin cutâneo).
100
C00 a C97 e D37 a D48, embora não obrigatoriamente todos os incluídos entre esses
intervalos.
A - Tecido epitelial
Revestimento papiloma carcinoma Glandular adenoma adenocarcinoma
B - Tecido conjuntivo
Fibroso fibroma fibrossarcoma/ Mixóide mixoma mixossarcoma/ Adiposo lipoma
lipossarcoma/ Cartilagem condroma condrossarcoma /Vasos sangüíneos hemangioma
hemangiossarcoma/Glômus glomangioma - Pericitos hemangiopericitom h.
maligno/Vasos linfáticos linfangioma linfangiossarcoma Mesotélio - mesotelioma
maligno Meninge meningioma meningioma maligno
C - Tecido Hemolinfopoético
Mielóide - leucemia
Linfóide - leucemia
- linfomas
- plasmocitoma/mieloma
Células de Langerhans - histiocitose X
D - Tecido Muscular
Liso leiomioma leiomiossarcoma
Estriado rabdomioma rabdomiossarcoma
E - Tecido Nervoso
Neuroblasto ou neurônio ganglioneuroma glanglioneuroblastoma
neuroblastoma
simpaticogonioma
Células gliais - gliomas
Nervos periféricos neurilemoma neurilemoma
Neuroepitélio – ependimoma
F - Melanócitos - melanoma
G - Trofoblasto mola hidatiforme (corioma) coriocarcinoma
GRADUAÇÃO HISTOPATOLÓGICA
A graduação histopatológica dos tumores baseia-se no grau de diferenciação
das células tumorais e no número de mitoses. O primeiro refere-se a maior ou menor
semelhança das células tumorais com as do tecido normal que se supõe ter-lhe dado
origem. Para tanto, há quatro graus descritivos de diferenciação: bem diferenciado (G1),
moderadamente diferenciado (G2), pouco diferenciado (G3) e anaplásico (G4). Ao
contrário do que se supõe uma neoplasia maligna não é uma entidade homogênea; ela
tem, numa mesma área, células com graus diferentes de diferenciação. Por outro lado,
alguns tumores podem modificar este grau à medida que evoluem, tornando-se pouco
101
diferenciados, o que traduz uma maior rapidez de crescimento e maior agressividade.
Outro dado importante é o número de mitoses, que expressa a atividade celular.
Quanto maior a proliferação de um tecido, maior será o número de mitoses verificadas,
conforme já assinalado anteriormente.
ESTADIAMENTO
Estadiamento Clínico
Os tumores malignos, apesar da sua grande variedade (cerca de 200 tipos
diferentes), apresentam um comportamento biológico semelhante, que consiste em
crescimento, invasão local, destruição dos órgãos vizinhos, disseminação regional e
sistêmica. O tempo gasto nestas fases depende tanto do ritmo de crescimento tumoral
como de fatores constitucionais do hospedeiro. O conhecimento da biologia dos tumores
levou a União Internacional Contra o Câncer (UICC) a desenvolver um sistema que
permitisse classificar a evolução das neoplasias malignas, para se determinar o melhor
tratamento e a sobrevida dos pacientes. Este sistema, denominado, no Brasil, de
"estadiamento", tem como base a avaliação da dimensão do tumor primário
(representada pela letra T), a extensão de sua disseminação para os linfonodos regionais
(representada pela letra N) e a presença, ou não, de metástase à distância (representada
pela letra M) sendo conhecido como o Sistema TNM de Classificação de Tumores
Malignos. Cada categoria apresenta diversas subcategorias: para o tumor primitivo, vão
de T1 a T4; para o acometimento linfático, de N0 a N3; e para as metástases, de M0 a
M1. A combinação das diversas subcategorias do TNM (letra e números) determina os
estádios clínicos, que variam de I a IV, na maioria dos casos. O estadiamento clínico
representa, portanto, a linguagem de que o oncologista dispõe para definir condutas e
trocar conhecimentos a partir dos dados do exame físico e de exames complementares
pertinentes ao caso. O sistema é permanentemente atualizado pela UICC. Além do TNM
da UICC, grupos que se dedicam a estudos de tumores específicos desenvolveram
sistemas próprios de estadiamento, o que não significa incompatibilidade, e sim
complementação, entre as diferentes classificações. Uma
das contribuições mais importantes foi dada pela Federação Internacional de
Ginecologia e Obstetrícia (FIGO) no estadiamento dos tumores ovarianos, já tendo sido
compatibilizada e incorporada a sua classificação com a da UICC.
Estadiamento Patológico
O estadiamento patológico baseia-se nos achados cirúrgicos e no exame anátomo-
patológico da peça operatória. É estabelecido após o tratamento cirúrgico e determina a
extensão da doença com maior precisão.
O estadiamento patológico pode ou não coincidir com o estadiamento clínico e
não é aplicável a todos os tumores, embora para alguns (pele e ovário, por exemplo)
seja o único estadiamento possível . É grafado com a letra p minúscula antes das letras
T, N e M: ex pT1pN1pM0.
GRAU DE DIFERENCIAÇÃO
Símbolos Adicionais
Foram propostos com a finalidade de permitir o estadiamento, devendo ser de
uso e aceitação restritos:
x – Para os casos em que o tumor primário, os linfonodos regionais ou metástases não
possam ser avaliados pelo exame físico ou exames complementares, sendo grafado em
letra minúscula após o
102
T, N ou M. Não correspondem a desconhecimento do estadiamento quando este já foi
feito ou o paciente já foi anteriormente tratado.
y – Para os casos em que o estadiamento é feito durante ou após o tratamento, sendo
grafado com a letra y minúscula antes do TNM ou do pTNM;
Importância do Estadiamento
A determinação da extensão da doença e a identificação dos órgãos por ela
acometidos constitui um conjunto de informações fundamentais para:
. Obtenção de informações sobre o comportamento biológico do tumor;
. Seleção da terapêutica;
. Previsão das complicações;
. Obtenção de informações para estimar o prognóstico do caso;
. Avaliação dos resultados do tratamento;
. Investigação em oncologia: pesquisa básica e clínica;
. Publicação dos resultados e troca de informações.
Além da avaliação da extensão do tumor (estadiamento), deve-se avaliar também a
condição funcional do paciente (performance status ou capacidade funcional). Deve-se
determinar se esta, quando comprometida, é devida à repercussão do câncer no
organismo, anterior a neoplasia, derivada do tratamento ou devida a outra doença
concomitante.
Notas:
1. A classificação TNM e o grupamento por estádios, uma vez estabelecidos, devem
permanecer imutáveis no prontuário médico.
103
Maligno, Rabdomiossarcoma, Sarcoma Sinovial e Sarcoma SOE, ou seja, sem outra
especificação), Pele (Carcinoma, Melanoma), Mama, Vulva, Vagina, Colo Uterino,
Corpo Uterino, Ovário, Trompa de Falópio, Córion Placentário (Tumores Trofoblásticos
Gestacionais), Pênis, Próstata, Testículo, Rim, Pelve Renal e Ureter, Bexiga, Uretra,
Olho - Pálpebra (Carcinoma), Conjuntiva (Carcinoma, Melanoma), Úvea (Melanoma),
Retina (Retinoblastoma), Órbita (Sarcoma) e Glândula Lacrimal (Carcinoma), Sistema
Linfopoético (Doença de Hodgkin e Linfomas não Hodgkin).
3. Só se pode exigir no sistema APAC-Onco, o estadiamento dos tumores acima
relacionados, que são os incluídos em TNM, Classificação de Tumores Malignos,
UICC, Genebra, 1997, 5a
Edição, traduzida, publicada e distribuída pelo Ministério da Saúde, por meio do
Instituto Nacional de Câncer, em 1998.
TRATAMENTO DO CÂNCER
4- Doenças cardíacas
Conheça as doenças cardiovasculares mais comuns e o que pode fazer para evitá-
las. A importância da luta contra as doenças cardiovasculares é ilustrada pelos fatos
seguintes:
104
1. As doenças cardiovasculares representam a principal causa de morte no nosso país e
são também uma importante causa de incapacidade.
2. Devem-se essencialmente à acumulação de gorduras na parede dos vasos sanguíneos
– aterosclerose – um fenômeno que tem início numa fase precoce da vida e progride
silenciosamente durante anos, e que habitualmente já está avançado no momento em
que aparecem as primeiras manifestações clínicas.
3. As suas conseqüências mais importantes – o enfarte do miocárdio, o acidente
vascular cerebral e a morte – são freqüentemente súbitas e inesperadas.
4. A maior parte das doenças cardiovasculares resulta de um estilo de vida inapropriado
e de fatores de risco modificáveis.
5. O controlo dos fatores de risco é uma arma potente para a redução das complicações
fatais e não fatais das doenças cardiovasculares.
Tabagismo
Os efeitos nocivos do tabaco são cumulativos, quer no que se refere ao seu consumo
diário quer ao tempo de exposição. O risco aumenta quando a exposição se inicia antes
dos 15 anos de idade, em particular para as mulheres, uma vez que o tabaco reduz a
proteção relativa aparentemente conferida pelos estrogênios. As mulheres que recorrem
à anticoncepção oral (toma da pílula) e que fumam estão sujeitas a um maior risco de
acidente cardiovascular: por exemplo, o risco de enfarte do miocárdio aumenta de seis a
oito vezes.
105
O tabagismo é, sem dúvida, um risco cardíaco. Os fumadores de mais de um maço
de cigarros por dia têm quatro vezes mais enfartes do miocárdio do que os não
fumadores. Contudo, até o fumo de poucos cigarros por dia – tabagismo ligeiro –
aumenta o risco de enfarte do miocárdio: o fumo de apenas um a cinco cigarros por dia
aumenta o risco de 40%. Os não fumadores, quando têm enfartes, têm-nos dez anos
mais tarde que os consumidores de tabaco. O tabagismo favorece o aparecimento da
Angina de Peito, do Enfarte do Miocárdio e da Doença Arterial Periférica, e pode levar,
inclusive, à morte. O risco de acidente vascular cerebral também aumenta nos
fumadores de modo proporcional ao número de cigarros fumados por dia.
Sedentarismo
Hipercolesterolemia
106
Manifestam-se quando os valores do colesterol no sangue são superiores aos níveis
máximos recomendados em função do risco cardiovascular individual. O colesterol é
indispensável ao organismo, quaisquer que sejam as células orgânicas que necessitem
de regenerar-se, substituir-se ou desenvolver-se. No entanto, valores elevados são
prejudiciais à saúde.
Hipertensão Arterial
Com freqüência, apenas um dos valores surge alterado. Quando apenas os valores da
“máxima” estão alterados, diz-se que o doente sofre de hipertensão arterial sistólica
isolada; quando apenas os valores da “mínima” se encontram elevados, o doente sofre
de hipertensão arterial diastólica. A primeira é mais freqüente em idades avançadas e a
segunda em idades jovens.
Stress excessivo
Deixe de fumar;
Controle regularmente a sua pressão arterial, o seu nível de açúcar e gorduras no
sangue;
107
Tenha uma alimentação mais saudável, privilegiando o consumo de legumes,
vegetais, fruta e cereais;
Pratique exercício físico moderado com regularidade;
A partir de uma determinada idade (50 anos para as mulheres e 40 anos para os
homens) é aconselhável a realização de exames periódicos de saúde;
A prevenção deve começar mais cedo para os indivíduos com história familiar de
doença cardiovascular precoce ou morte súbita.
Dificuldade em respirar - pode ser o indício de uma doença coronária e não apenas a
conseqüência da má forma física, especialmente se surge quando se está em repouso ou
se nos obriga a acordar durante a noite;
Angina de peito – quando, durante um esforço físico, se tem uma sensação de peso,
aperto ou opressão por detrás do esterno, que por vezes se estende até ao pescoço, ao
braço esquerdo ou ao dorso;
Alterações do ritmo cardíaco;
Enfarte do miocárdio - é uma das situações de urgência/emergência médica cardíaca.
O sintoma mais característico é a existência de dor prolongada no peito, surgindo muitas
vezes em repouso. Por vezes, é acompanhada de ansiedade, sudação, falta de força e
vômitos.
108
Insuficiência cardíaca - surge quando o coração é incapaz de, em repouso, bombear
sangue em quantidade suficiente através das artérias para os órgãos, ou, em esforço, não
consegue aumentar a quantidade adicional necessária. Os sintomas mais comuns são a
fadiga e uma grande debilidade, falta de ar em repouso, distensão do abdômen e pernas
inchadas.
5- Doenças vasculares
· Artérias
· Veias
· Capilares.
Quando o sangue passa pelos capilares, uma parte extravasa pela sua
parede e nutrem às células adjacentes, estas eliminam gás carbônico e outras
substâncias formando o “líquido tissular”. 90% desse líquido é absorvido
pelo sistema venoso, a parte remanescente é absorvida pelo sistema linfático
(linfa).
109
A partir dessa transição, o sangue venoso começa a voltar para o
coração pelas veias para ser oxigenado e purificado e o ciclo se repete.
110
INSUFICIÊNCIA VASCULAR ARTERIAL PERIFÉRICA
· Parar de fumar
· Controle adequado dos níveis de colesterol, triglicérides e glicemia.
· Atividade física leve (caminhar)
· Repouso orientado
· Controle adequado da pressão arterial
· Medicamentos (pentoxifilina)
TROMBOSE
111
Quando a obstrução arterial é aguda o quadro é mais evidente com dor
local, escurecimento súbito do local, o membro fica frio e a gangrena ocorre
em pouco tempo.
112
INSUFICIÊNCIA VASCULAR VENOSA CRÔNICA
Sintomas:
113
VARIZES
Telangiectasias
114
Mais comuns em mulheres são devidas a uma insuficiência das
válvulas venosas dos membros inferiores.
Fatores de risco:
· Herança familiar
· Aspectos hormonais
· Gestações
· Uso de anticoncepcionais
· Obesidade
· Trabalho em pé
Sintomas:
· Dor
· Cansaço
· Pernas pesadas
· Edema
· Dormência
· Câimbras
Tratamento
115
prática de exercícios físicos, o uso de meias elásticas, principalmente durante
a gestação, ou em atividades em que se permaneça muitas horas em pé, além
de manter um peso corporal adequado são as medidas preventivas a serem
adotadas.
116
ANATOMIA HUMANA
1. INTRODUÇÃO:
Planos Seccionais: a partir da posição anatômica, o corpo humano pode ser estudado
com base em três planos seccionais principais:
a) Plano Mediano e/ou Sagital:
117
Corta o corpo no sentido ântero-posterior;
Quando passa bem no meio do corpo, sobre a linha sagital mediana, é chamado de
sagital mediano e quando o corte é feito lateralmente a essa linha, chamamos
paramediano.
Determina uma porção direita e outra esquerda (hemicorpo, antímero).
118
b) Posterior ou dorsal: voltado ou mais próximo do dorso;
c) Superior ou cranial: voltado ou mais próximo da cabeça;
d) Inferior ou podálico: voltado ou mais próximo do pé;
e) Medial: mais próximo do plano mediano;
f) Lateral: mais afastado do plano mediano;
g) Intermédio: entre uma estrutura lateral e outra medial;
h) Proximal: mais próximo do tronco ou do ponto de origem do membro;
i) Distal: mais distante do tronco ou do ponto de origem do membro;
j) Médio: entre uma estrutura proximal e outra distal;
k) Superficial: mais próximo da superfície;
l) Profundo: mais distante da superfície;
m)Interno: no interior de um órgão ou de uma cavidade;
n) Externo: externamente a um órgão ou a uma cavidade;
o) Ipsilateral (homolateral): do mesmo lado;
p) Contralateral: do lado oposto.
Termos de movimento:
a) Flexão: realizado no plano sagital e ao redor do eixo transversal, reduz o ângulo
entre duas partes do corpo;
b) Extensão: realizado no plano sagital e ao redor do eixo transversal, retorno da flexão
ou aumenta o ângulo entre duas partes do corpo;
c) Adução: aproximar o membro do eixo sagital mediano.
d) Abdução: afastar o membro do eixo sagital mediano.
e) Rotação: girar em torno do próprio eixo, ou seja, realizado ao redor do eixo
longitudinal, podendo ser, lateral ou medial;
f) Supinação: movimento de rotação do antebraço com o rádio girando lateralmente ao
redor de seu próprio eixo; o dorso da mão fica voltado posteriormente e a palma
anteriormente (posição anatômica);
g) Pronação: movimento de rotação do antebraço com o rádio girando medialmente ao
redor de seu próprio eixo; o dorso da mão fica voltado anteriormente e a palma
posteriormente;
h) Eversão: movimento realizado na articulação talocalcânea, afastando a planta do pé
do plano mediano;
119
i) Inversão: movimento realizado na articulação talocalcânea, aproximando a planta do
pé do plano mediano;
j) Oposição ou oponência: dirigir a polpa do polegar (primeiro dedo) em direção à
polpa do dedo mínimo (quinto dedo);
k) Reposição: é o retorno do polegar à posição anatômica;
l) Elevação: levantar uma parte do corpo;
m)Depressão (abaixamento): abaixar uma parte do corpo;
n) Protrusão: movimento realizado para frente;
o) Retrusão: movimento realizado para trás;
p) Circundução: movimento circular combinado (flexão-abdução-extensão-adução)
que descreve um cone cujo ápice é o centro da articulação.
2. OSTEOLOGIA
Esqueleto Axial
120
O esqueleto axial inclui todos os ossos localizados no eixo central do corpo ou próximo
a este. O esqueleto axial do adulto consiste em 80 ossos e inclui crânio, coluna
vertebral, costelas e esterno.
Esqueleto Axial
Cabeça Crânio 8
Cabeça Ossos da face 14
Osso Hióide 1
Ossículo da audição (pequeno osso em
6
cada ouvido)
Coluna vertebral Cervical 7
Coluna vertebral Torácica 12
Coluna vertebral Lombar 5
Coluna vertebral Sacral 1
Coluna vertebral Coccígea 1
Tórax Esterno 1
Tórax Costela 24
Total (Axial) 80
Esqueleto Apendicular
A segunda divisão do esqueleto é a porção apendicular. Essa divisão é
composta por todos os ossos dos membros superiores e inferiores (extremidades) e as
cinturas escapular e pélvica. No esqueleto apendicular do adulto existem 126 ossos
separados.
Esqueleto apendicular do adulto
Cintura escapular Clavículas 2
Escápula 2
Membros superiores Úmero 2
Ulna 2
Rádio 2
Ossos carpais 16
Ossos metacarpais 10
Falanges 28
Cintura pélvica Ossos do quadril 2
Membros inferiores Fêmur 2
Tíbia 2
Tíbia 2
Tíbia 2
Ossos tarsais 14
Ossos metatarsais 10
Falanges 28
Total (Apendicular) 126
121
122
123
Histologia óssea
O tecido ósseo é formado pelos osteoblastos, mantidos pelos osteócitos e
reabsorvidos pela ação dos osteoclastos.
Os sais cristalinos depositados na matriz orgânica do osso são compostos
principalmente por cálcio e fosfato. O principal sal cristalino é a hidroxiapatita.
A etapa inicial da produção de osso é a secreção de moléculas de colágeno e de
substância fundamental pelos osteoblastos. O tecido restante transforma-se em osteóide;
um material semelhante à cartilagem, mas diferente desta porque os sais de cálcio logo
nele se precipitam. Quando o osteóide é formado, alguns dos osteoblastos são
aprisionados dentro deste, sendo então chamados de osteócitos.
O osso está sendo depositado pelos osteoblastos, bem como continuamente
absorvido onde os osteoclastos se encontram ativos. Os osteoblastos são encontrados
nas superfícies externas dos ossos e nas cavidades ósseas. Uma pequena quantidade de
atividade osteoblástica ocorre continuamente em todos os ossos vivos de todas as
superfícies a qualquer momento no adulto. De modo que pelo menos algum novo osso
está constantemente sendo formado.
O osso também esta sendo continuamente absorvido na presença de osteoclastos,
que são grandes células fagocitárias multinucleadas.
Funções:
a. Proteção dos órgãos
b. Sustentação e conformação
c. Armazenamento de íons Ca e P
d. Sistema de alavancas (deslocamentos)
124
e. tecido hematopoiético
125
b) Ossos curtos: são aqueles em que as três dimensões se equivalem, ex.: ossos do carpo
e tarso.
c) Ossos planos: comprimento e largura predominam sobre a espessura (díploe), ex.:
osso frontal, parietal, occipital e escápula.
d) Ossos irregulares: apresentam uma morfologia complexa, não definida
geometricamente, ex.: as vértebras e o osso temporal.
e) Ossos pneumáticos: apresentam cavidade revestida de mucosa, contendo ar no seu
interior, ex.: frontal, maxilar e temporal.
f) Ossos sesamóides: apresentam-se incluídos a tendões ou ligamentos, e estão
geralmente próximos ou dentro de uma articulação, ex.: patela.
Irrigação e inervação
Uma, ou várias artérias, perfuram o osso compacto do corpo, e se divide em
ramos longitudinalmente orientados, que nutrem a medula óssea e o osso compacto, até
as metáfises. Muitos ramúsculos dos vasos do periósteo, também vascularizam o osso
compacto do corpo. Os vasos da metáfise e epífise que nascem principalmente das
artérias que nutrem a articulação, perfuram o compacto e suprem o osso esponjoso e a
medula dos extremos dos ossos.
A inervação se dá por fibras que acompanham os vasos sanguíneos dos ossos, e
em sua maioria são vasomotoras, porém algumas são sensitivas e terminam no
periósteo, e na túnica externa dos vasos sanguíneos.
Ossos curtos: suprimento pelo periósteo;
Ossos planos: suprimento pelo periósteo e forame nutrício;
Ossos longos: suprimento pelo forame nutrício, periósteo, epífises e endósteo.
Cartilagem
O tecido cartilaginoso, ou cartilagem, é um tipo de tecido conjuntivo cuja rigidez
é intermediária entre a do tecido ósseo e a do tecido conjuntivo denso. Nas articulações
do tipo poliaxial, que permitem grande liberdade de movimento, a cartilagem está
presente cobrindo a superfície do osso, onde recebe o nome de cartilagem articular.
Essa cobertura diminui o atrito entre as superfícies e, por conseqüência, permite maior
facilidade de movimento.
A maior parte do tecido cartilaginoso que surge na vida pré-natal é substituída
por tecido ósseo. No entanto, uma pequena quantidade de cartilagem permanece nas
126
extremidades dos ossos, permitindo o seu crescimento longitudinal. Estas estruturas são
denominadas discos epifisários.
Este tipo de tecido não é vascularizado por capilares, obtendo seus nutrientes a
partir do conjuntivo que o envolve ou a partir do líquido sinovial, no caso das
cartilagens articulares. Os nutrientes difundem-se pela água de solvatação.
Segundo a natureza das fibras que se encontram na cartilagem podemos classificá-las
em 3 grupos:
Hialina: poucas fibras colágenas implantadas na matriz cartilagínea. Esta cartilagem
forma o modelo cartilagíneo do futuro osso no feto. As cartilagens articulares, os semi-
anéis cartilagíneos da traquéia, as cartilagens do nariz são exemplos de cartilagem
hialina
Fibrocartilagem: predominância de fibras colágenas, porém em uma matriz menos rica
que a hialina. Forma os meniscos da articulação do joelho, o disco articular da
articulação da mandíbula com o temporal e os discos intervertebrais
Elástica: em cuja matriz encontram-se fibras elásticas. Pavilhão da orelha
3. ARTROLOGIA
Articulações (=junturas)
Articulação - denominação que se dá aos modos de união dos ossos entre si;
união entre peças de um aparelho ou máquina.
Juntura - O mesmo que junção; junta; articulação; união.
Em anatomia, articulações ou junturas são as uniões funcionais entre os
diferentes ossos do esqueleto. Vários são os tipos existentes e diferenciam-se pelo tipo
de movimento que ocorre, ou não, entre os ossos unidos.
O desenvolvimento das articulações dá-se ainda no período embrionário, quando
o mesoderma organiza-se em núcleos contínuos em forma de eixos ou colunas. A partir
desse momento surgem os primeiros indícios dos ossos e articulações pela condensação
do mesoderma em determinados locais e formas. Esse mesoderma condrificará e
posteriormente se ossificará, dando origem aos ossos.
Os tecidos circunjacentes aos núcleos mesodérmicos darão origem ao periósteo e
a extensão destes por sobre as extremidades desses núcleos irá formar as cápsulas
articulares. A espessura dessas cápsulas não é uniforme, e os espessamentos que nela
ocorrem são os elementos de reforço denominadas ligamentos
127
Classificação das articulações
As articulações ou junturas são classificadas de acordo com sua estrutura,
amplitude de movimento e também segundo os eixos em torno dos quais esses ocorrem.
Assim, as articulações imóveis ou sinartroses, denominadas junturas fibrosas
são aquelas onde o contato entre os ossos é quase direto, com interposição de fina
camada de tecido conjuntivo e onde o movimento é quase inexistente. As junturas
fibrosas podem ser de três tipos: sindesmose, sutura e gonfose.
Sindesmose é a articulação na qual dois ossos são unidos por fortes ligamentos
interósseos e não há superfície cartilaginosa na área de união. Exemplo: articulação
tíbio-fibular distal.
Sutura é a articulação onde as margens ósseas são contíguas e separadas por
uma delgada camada de tecido fibroso. Esse tipo de articulação só é encontrado no
crânio e pode ser de três tipos: Sutura serrátil, quando as margens dos ossos são
encaixadas e unidas por uma série de saliências e reentrâncias em forma de serra,como
observado entre os ossos parietais; sutura escamosa, formada pela sobreposição de
dois ossos contíguos, como entre o temporal e o parietal e sutura plana onde duas
superfícies ósseas contiguas se apõem como entre as partes horizontais dos ossos
palatinos ou entre os maxilares.
Gonfose é a articulação de um processo cônico em uma cavidade e só é
observada nas articulações entre as raízes dos dentes e os alvéolos da mandíbula e da
maxila.
As articulações com pequeno ou limitado grau de movimento, denominadas
anfiartroses são as junturas cartilagíneas, onde as uniões entre as superfícies ósseas
contíguas são feitas por cartilagem. Os tipos existentes são a sínfise e a sincondrose.
Sínfise é a união por discos fibrocartilaginosos achatados cuja estrutura pode ser
complexa. São observadas entre cada dois corpos vertebrais e entre os dois ossos
púbicos.
Sincondroses são formas temporárias de articulação, uma vez que na idade
adulta a cartilagem é convertida em osso. São encontradas nas extremidades dos ossos
longos entre as epífises e metáfises e também entre os ossos esfenóide e occipital, na
base do crânio.
O tipo de articulação mais freqüente no corpo humano são as diartroses ou junturas
sinoviais, que possuem movimentos amplos e possuem elementos em sua constituição
que vão caracterizá-las:
128
a) Superfícies ósseas - revestidas de cartilagem hialina.
b) Cápsula articular - envolvendo as partes de contato dos ossos, (cavidade articular).
c) Membrana sinovial - com as respectivas pregas.
d) Líquido sinovial - secretado pela membrana, para lubrificar e proteger as superfícies
articulares dos ossos.
e) Ligamento intra e ou extra-capsulares - que juntos com a cápsula, mantém a união
entre os ossos e a estabilidade da articulação.
As extremidades ósseas são revestidas por cartilagem hialina e a união é feita
por uma cápsula fibrosa revestida internamente pela membrana sinovial que produz o
líquido de mesmo nome que nutre e lubrifica a articulação. Espessamentos dessa
cápsula, que a reforçam, são os ligamentos extra-articulares. Em algumas
articulações, além dos ligamentos extra-articulares, existem também ligamentos intra-
articulares, elementos diferenciados, que são revestidas por membrana sinovial e
participam dos mecanismos de limitação e orientação dos movimentos, como exemplo
podemos citar os ligamentos cruzados do joelho. Nesse tipo de articulação também
podem estar presentes discos ou meniscos articulares, estruturas fibrocartilaginosas
unidas em sua periferia com a cápsula articular cujas superfícies livres não são
revestidas por membrana sinovial; um exemplo desse tipo de articulação é a que existe
entre o fêmur e a tíbia no joelho.
- Elementos das articulações sinoviais:
Cartilagem hialina ou articular – reveste as superfícies articulares
Cápsula articular – envolve a cavidade articular
Membrana sinovial – reveste internamente as estruturas intra-articulares
Líquido sinovial – líquido produzido pela membrana sinovial
Lábios – especializações de fibrocartilagem fixadas nas margens das superfícies
articulares
Discos ou meniscos – coxins de fibrocartilagem
Ligamentos acessórios – ligamentos que auxiliam na estabilização da articulação
Bolsas (ou bursas) sinoviais – bolsas preenchidas de líquido sinovial
129
A B
Fig. Articulação sinovial. A, sem disco articular; B, com disco articular (Fonte:
WILLIAMS, 1995).
ESTRUTURAS ARTICULARES
CARTILAGEM ARTICULAR (cartilagem hialina)
- elástica não quebradiça;
- características oscilam entre sólido e líquido;
- funções: absorver choques; recobrir as superfícies articulares dos ossos, evitando
o desgaste direto;
- não possui inervação nem vascularização própria;
- podem sofrer modificações especializadas e receber nomes: labro glenóide (no
ombro), menisco (no joelho).
CÁPSULA ARTICULAR (ligamento capsular)
- bainha ligamentosa que envolve completamente a articulação;
- insere-se nos ossos que a formam a articulação.
MEMBRANA SINOVIAL
- reveste internamente a cápsula articular e externamente a CAVIDADE
ARTICULAR;
- secreta LÍQUIDO SINOVIAL para dentro da CAVIDADE ARTICULAR;
LÍQUIDO SINOVIAL (sinóvia)
- nutre as cartilagens articulares;
- lubrifica a articulação (converte esforço compressivo em pressão hidrostática).
DISCO FIBROCARTILAGINOSO
- presente em algumas diartroses. EXEMPLO: rádio-ulnar distal,
esternoclavicular;
- intra-articular, divide a CAVIDADE ARTICULAR em 2 partes;
- contribui para que os ossos permaneçam unidos.
130
BOLSAS E BAINHAS TENDINOSAS
- teoricamente não fazem parte das articulações, sendo consideradas como estruturas
anexas;
- cavidade formada por 2 camadas de tecido conjuntivo: interiormente se insere no
tendão, e exteriormente no tecido que o circunda;
- revestida por membrana sinovial que secreta líquido lubrificante dentro da
cavidade;
- impede tecidos sólidos de se atritarem diretamente um contra o outro (fricção entre
tendões e ossos, por exemplo);
- EXEMPLOS: no ombro (bolsa subacromial, onde o músculo supra-espinhoso passa
sob o acrômio), no joelho (bolsa infrapatelar profunda, protege o ligamento patelar
da cabeça da tíbia).
4. MIOLOGIA:
Introdução
Desenvolvimento a partir do mesoderma. Exceção: músculos da íris
(neuroectoderma).
Existem três tipos de tecido muscular: o tecido muscular estriado esquelético, o tecido
muscular estriado cardíaco e o tecido muscular liso.
O tecido muscular estriado cardíaco (miocárdio): ação involuntária, comandado
pelo sistema nervoso autônomo.
O tecido muscular liso está presente nos vasos sangüíneos e nos órgãos viscerais,
atuando no controle autônomo do organismo. As células do músculo liso apresentam-se
fusiformes e são mononucleadas. Ação involuntária, comandado pelo sistema nervoso
autônomo.
O tecido muscular estriado esquelético é constituído de fibrocélulas estriadas. Tais
células caracterizam-se por serem bastante compridas e polinucleadas, com núcleos
localizados sob o sarcolema (membrana plasmática de fibrocélulas musculares).
Geralmente, estão cercadas de tecido conjuntivo, que une as fibras umas às outras e
transmitem a força produzida pelos músculos aos ossos, ligamentos e outros órgãos
executores de movimento. Tais músculos são de ação voluntária, comandados pelo
sistema nervoso somático.
131
São estruturas que ao se contrair determinam movimento. Os músculos são
formados por um tecido especial que possui a capacidade de contrair-se quando
estimulado. Temos aproximadamente 212 músculos esqueléticos, sendo 112 na região
frontal e 100 na região dorsal. Cada músculo possui o seu nervo motor, o qual se divide
em muitos ramos para poder controlar todas as células do músculo. Onde as divisões
destes ramos terminam em um mecanismo conhecido como placa motora.
Todos os movimentos do corpo resultam da atividade dos músculos, quer seja o
movimento voluntário de andar ou correr ou o movimento invisível a olho nu da
contração de um vaso sangüíneo. Estão sob o controle do sistema nervoso central. Áreas
específicas do cérebro enviam suas ordens através de estímulos nervosos que seguem
pela medula espinhal e pelos nervos periféricos até chegarem ao músculo, que se contrai
ou relaxa dependendo do tipo de movimento desejado. Todos os movimentos corporais
resultam da contração ou relaxamento dos músculos esqueléticos. Os músculos estão
ligados aos ossos através de segmentos de tecido fibrosos espessos chamados de tendões
(cilindróides) ou aponeuroses (laminares).
132
Contração muscular
A contração do músculo esquelético é voluntária e ocorre pelo deslizamento
dos filamentos de actina sobre os de miosina. Nas pontas dos filamentos de miosina
existem pequenas projeções, capazes de formar ligações com certos sítios dos
filamentos de actina, quando o músculo é estimulado. Essas projeções de miosina
puxam os filamentos de actina, forçando-os a deslizar sobre os filamentos de miosina.
Isso leva ao encurtamento das miofibrilas e à contração muscular. Durante a contração
muscular, o sarcômero diminui devido à aproximação das duas linhas Z, e a zona H
chega a desaparecer.
O estímulo para a contração muscular é geralmente um impulso nervoso, que
chega à fibra muscular através de um nervo. O impulso nervoso propaga-se pela
133
membrana das fibras musculares (sarcolema) e atinge o retículo sarcoplasmático,
fazendo com que o cálcio ali armazenado seja liberado no hialoplasma. Ao entrar em
contato com as miofibrilas, o cálcio desbloqueia os sítios de ligação da actina e permite
que esta se ligue à miosina, iniciando a contração muscular. Assim que cessa o estímulo,
o cálcio é imediatamente rebombeado para o interior do retículo sarcoplasmático, o que
faz cessar a contração.
Uma teoria simplificada admite que, ao receber um estímulo nervoso, a fibra muscular
mostra, em seqüência, os seguintes eventos:
134
a) O retículo sarcoplasmático e o sistema T liberam íons Ca++ e Mg++ para o
citoplasma.
b) Em presença desses dois íons, a miosina adquire uma propriedade ATP ásica, isto é,
desdobra o ATP, liberando a energia de um radical fosfato.
c) A energia liberada provoca o deslizamento da actina entre os filamentos de miosina,
caracterizando o encurtamento das miofibrilas.
Classificação funcional
a) Agonista - Músculo principal na contração muscular. Agonista primário e acessório.
Ex.: Na flexão do cotovelo, o m. braquial e o m. bíceps do braço são agonistas
primários, o m. braquiorradial, m. extensor radial longo do carpo e o m. pronador
redondo são agonistas acessórios.
b) Antagonista - Músculo que oferece resistência à contração muscular. Opõe-se a um
movimento. Gera torque em oposição àquele gerado pelo agonista.
c) Fixador - Imobiliza uma articulação para realizar o movimento de outra articulação.
Ex.: o m. rombóide fixa a escápula para movimentar somente o braço.
d) Neutralizador - Evita a ação indesejada quando um m. agonista realiza o movimento.
Ex.: O m. bíceps do braço produz tanto flexão do cotovelo quanto supinação do
antebraço. Se apenas a flexão do cotovelo é desejada o m. pronador redondo age
como neutralizador na supinação do antebraço.
Tipos de contração muscular fisiológicas
Contração Muscular Isométrica: nesse tipo de contração, o comprimento do músculo
não se altera, não ocorre deslizamento das miofibrilas nem realização de trabalho. O
gasto de energia é menor.
Contração Muscular Isotônica: aqui há o encurtamento do músculo, mas a tensão sobre
ele permanece constante. Acontece na movimentação de uma carga, o que envolve
princípios de inércia: o peso deve ser primeiramente acelerado – o movimento
continua mesmo após o término da contração. Sua duração é maior que a contração
isométrica. Os músculos podem contrair-se tanto isométrica quanto isotonicamente.
Mas a maioria das contrações é uma mistura dos dois tipos.
135
Estriado esquelético Estriado cardíaco Liso
Miócitos alongados,
Miócitos longos, multinucleados Miócitos estriados com um ou mononucleados e sem estrias
(núcleos periféricos). dois núcleos centrais. transversais.
Miofilamentos organizam-se em Células alongadas, Contração involuntária e
estrias longitudinais e irregularmente ramificadas, que lenta.
transversais. se unem por estruturas
Contração rápida e voluntária especiais: discos intercalares.
Contração involuntária, vigorosa
e rítmica.
136
SISTEMA CARDIOVASCULAR
O sistema cardiovascular ou circulatório é uma vasta rede de tubos de vários tipos e
calibres, que põe em comunicação todas as partes do corpo. Dentro desses tubos circula o
sangue, impulsionado pelas contrações rítmicas do coração.
Funções do sistema cardiovascular
O sistema circulatório permite que algumas atividades sejam executadas com grande
eficiência:
transporte de gases: os pulmões, responsáveis pela obtenção de oxigênio e pela
eliminação de dióxido de carbono, comunicamse com os demais tecidos do corpo por
meio do sangue.
transporte de nutrientes: no tubo digestivo, os nutrientes resultantes da digestão
passam através de um fino epitélio e alcançam o sangue. Por essa verdadeira "auto
estrada", os nutrientes são levados aos tecidos do corpo, nos quais se difundem para o
líquido intersticial que banha as células.
transporte de resíduos metabólicos: a atividade metabólica das células do corpo
origina resíduos, mas apenas alguns órgãos podem eliminálos para o meio externo. O
transporte dessas substâncias, de onde são formadas até os órgãos de excreção, é feito
pelo sangue.
transporte de hormônios: hormônios são substâncias secretadas por certos órgãos,
distribuídas pelo sangue e capazes de modificar o funcionamento de outros órgãos do
corpo. A colecistocinina, por exemplo, é produzida pelo duodeno, durante a passagem
do alimento, e lançada no sangue. Um de seus efeitos é estimular a contração da
vesícula biliar e a liberação da bile no duodeno.
intercâmbio de materiais: algumas substâncias são produzidas ou armazenadas em
uma parte do corpo e utilizadas em outra parte. Células do fígado, por exemplo,
armazenam moléculas de glicogênio, que, ao serem quebradas, liberam glicose, que o
sangue leva para outras células do corpo.
transporte de calor: o sangue também é utilizado na distribuição homogênea de calor
pelas diversas partes do organismo, colaborando na manutenção de uma temperatura
adequada em todas as regiões; permite ainda levar calor até a superfície corporal, onde
pode ser dissipado.
distribuição de mecanismos de defesa: pelo sangue circulam anticorpos e células
fagocitárias, componentes da defesa contra agentes infecciosos.
coagulação sangüínea: pelo sangue circulam as plaquetas, pedaços de um tipo celular
da medula óssea (megacariócito), com função na coagulação sangüínea. O sangue
contém ainda fatores de coagulação, capazes de bloquear eventuais vazamentos em caso
de rompimento de um vaso sangüíneo.
CORAÇÃO
137
O coração é um órgão muscular oco que se localiza no meio do peito,
sob o osso esterno, ligeiramente deslocado para a esquerda. Em uma pessoa
adulta, tem o tamanho aproximado de um punho fechado e pesa cerca de 400
gramas.
O coração humano, como o dos demais mamíferos, apresenta quatro cavidades: duas
superiores, denominadas átrios (ou aurículas) e duas inferiores, denominadas ventrículos. O
átrio direito comunicase com o ventrículo direito através da válvula tricúspide. O átrio
esquerdo, por sua vez, comunicase com o ventrículo esquerdo através da válvula bicúspide
ou mitral.A função das válvulas cardíacas é garantir que o sangue siga uma única direção,
sempre dos átrios para os ventrículos.
As câmaras cardíacas contraemse e dilatamse alternadamente 70 vezes por minuto,
em média. O processo de contração de cada câmara do miocárdio (músculo cardíaco)
denominase sístole. O relaxamento, que acontece entre uma sístole e a seguinte, é a
diástole.
138
a A atividade elétrica do coração
139
chamado marcapasso.
Sistema De Purkinje ou fascículo átrioventricular: embora o impulso cardíaco
possa percorrer perfeitamente todas as fibras musculares cardíacas, o coração possui um
sistema especial de condução denominado sistema de Purkinje ou fascículo átrioventricular,
composto de fibras musculares cardíacas especializadas, ou fibras de Purkinje (Feixe de
Hiss ou miócitos átrioventriculares), que transmitem os impulsos com uma velocidade
aproximadamente 6 vezes maior do que o músculo cardíaco normal, cerca de 2 m por
segundo, em contraste com 0,3 m por segundo no músculo cardíaco.
b Controle Nervoso do Coração
Embora o coração possua seus próprios sistemas intrínsecos de controle e possa
continuar a operar, sem quaisquer influências nervosas, a eficácia da ação cardíaca pode ser
muito modificada pelos impulsos reguladores do sistema nervoso central. O sistema nervoso
é conectado com o coração através de dois grupos diferentes de nervos, os sistemas
parassimpático e simpático. A estimulação dos nervos parassimpáticos causa os seguintes
efeitos sobre o coração: (1) diminuição da freqüência dos batimentos cardíacos; (2)
diminuição da força de contração do músculo atrial; (3) diminuição na velocidade de
condução dos impulsos através do nódulo AV (átrioventricular) , aumentando o período de
retardo entre a contração atrial e a ventricular; e (4) diminuição do fluxo sangüíneo através
dos vasos coronários que mantêm a nutrição do próprio músculo cardíaco.
Todos esses efeitos podem ser resumidos, dizendose que a estimulação
parassimpática diminui todas as atividades do coração. Usualmente, a função cardíaca é
reduzida pelo parassimpático durante o período de repouso, juntamente com o restante do
corpo. Isso talvez ajude a preservar os recursos do coração; pois, durante os períodos de
repouso, indubitavelmente há um menor desgaste do órgão.
A estimulação dos nervos simpáticos apresenta efeitos exatamente opostos sobre o
coração: (1) aumento da freqüência cardíaca, (2) aumento da força de contração, e (3)
aumento do fluxo sangüíneo através dos vasos coronários visando a suprir o aumento da
nutrição do músculo cardíaco. Esses efeitos podem ser resumidos, dizendose que a
estimulação simpática aumenta a atividade cardíaca como bomba, algumas vezes
aumentando a capacidade de bombear sangue em até 100 por cento. Esse efeito é necessário
quando um indivíduo é submetido a situações de estresse, tais como exercício, doença, calor
excessivo, ou outras condições que exigem um rápido fluxo sangüíneo através do sistema
circulatório. Por conseguinte, os efeitos simpáticos sobre o coração constituem o mecanismo
de auxílio utilizado numa emergência, tornando mais forte o batimento cardíaco quando
necessário.
Os neurônios pósganglionares do sistema nervoso simpático secretam principalmente
noradrenalina, razão pela qual são denominados neurônios adrenérgicos. A estimulação
simpática do cérebro também promove a secreção de adrenalina pelas glândulas adrenais ou
suprarenais. A adrenalina é responsável pela taquicardia (batimento cardíaco acelerado),
aumento da pressão arterial e da freqüência respiratória, aumento da secreção do suor, da
glicose sangüínea e da atividade mental, além da constrição dos vasos sangüíneos da pele.
O neurotransmissor secretado pelos neurônios pósganglionares do sistema nervoso
parassimpático é a acetilcolina, razão pela qual são denominados colinérgicos, geralmente
140
com efeitos antagônicos aos neurônios adrenérgicos. Dessa forma, a estimulação
parassimpática do cérebro promove bradicardia (redução dos batimentos cardíacos),
diminuição da pressão arterial e da freqüência respiratória, relaxamento muscular e outros
efeitos antagônicos aos da adrenalina.
Em geral, a estimulação do hipotálamo posterior aumenta a pressão arterial e a
freqüência cardíaca, enquanto que a estimulação da área préóptica, na porção anterior do
hipotálamo, acarreta efeitos opostos, determinando notável diminuição da freqüência
cardíaca e da pressão arterial. Esses efeitos são transmitidos através dos centros de controle
cardiovascular da porção inferior do tronco cerebral, e daí passam a ser transmitidos através
do sistema nervoso autônomo.
Circulação pulmonar e circulação sistêmica
141
A circulação sangüínea humana pode
ser dividida em dois grandes circuitos: um
leva sangue aos pulmões, para oxigenálo,
e outro leva sangue oxigenado a todas as
células do corpo. Por isso se diz que nossa
circulação é dupla. O trajeto “coração
(ventrículo direito) pulmões
coração (átrio esquerdo)” é denominado
circulação pulmonar ou pequena
circulação. O trajeto “coração (ventrículo
esquerdo) sistemas corporais
coração (átrio direito)” é denominado
circulação sistêmica ou grande
circulação.
Circulação pulmonar:
Ventrículo direito artéria
pulmonar pulmões veias pulmonares
átrio esquerdo.
Circulação sistêmica:
Imagem: CD O CORPO HUMANO 2.0. Globo
Multimídia. Ventrículo esquerdo artéria aorta
sistemas corporais veias cavas
átrio direito.
VASOS SANGÜÍNEOS
Os vasos sangüíneos são de três tipos básicos: artérias, veias e capilares.
a Artérias: são vasos de parede espessa que saem do coração levando sangue para os
órgãos e tecidos do corpo. Compõemse de três camadas: a mais interna, chamada
endotélio, formada por uma única camada de células achatadas; a mediana, constituída por
tecido muscular liso; a mais externa, formada por tecido conjuntivo, rico em fibras
elásticas.
Quando o sangue é bombeado pelos ventrículos e penetra nas artérias, elas se relaxam
e se dilatam, o que diminui a pressão sangüínea, Caso as artérias não se relaxem o
suficiente, a pressão do sangue em seu interior sobe, com risco de ruptura das paredes
arteriais. Assim, a cada sístole ventricular é gerada uma onda de relaxamento que se propaga
pelas artérias, desde o coração até as extremidades das arteríolas. Durante a diástole
ventricular, a pressão sangüínea diminui. Ocorre, então, contração das artérias, o que
mantém o sangue circulando até a próxima sístole.
142
Pressão arterial: é a pressão exercida pelo sangue
contra a parede das artérias. Em um adulto com boa saúde, a
pressão nas artérias durante a sístole ventricular – pressão
sistólica ou máxima – é da ordem de 120 mmHg (milímetros
de mercúrio). Durante a diástole, a pressão diminui, ficando
em torno de 80 mmHg; essa é a pressão diastólica ou
mínima. O ciclo de expansão e relaxamento arterial,
conhecido como pulsação, pode ser percebido facilmente na
artéria radial do pulso ou na artéria carótida do pescoço. A
pulsação corresponde às variações de pressão sangüínea na
artéria durante os batimentos cardíacos. As pressões arteriais
máxima e mínima podem ser detectadas nas artérias do braço
e medidas com um aparelho chamado esfigmomanômetro,
representado abaixo e ao lado.
(a) A pressão na bolsa de ar maior
que 120 mmHg interrompe o fluxo
sangüíneo para o braço. Com o
estetoscópio, o examinador verifica que
não há passagem de sangue pela artéria.
(b) A pressão na bolsa de ar entre
80 e 120 mmHg permite o fluxo de
sangue durante a sístole. O som da
passagem de sangue é audível no
estetoscópio. A pressão mostrada nesse
momento é a pressão máxima ou
sistólica.
(c) A pressão na bolsa de ar menor
que 80 mmHg permite fluxo de sangue
durante a diástole; os sons são audíveis
no estetoscópio. Essa é a pressão
mínima ou diastólica.
b Capilares sangüíneos: são vasos de pequeno calibre que ligam as extremidades
das arteríolas às extremidades das vênulas. A parede dos capilares possui uma única camada
de células, correspondente ao endotélio das artérias e veias.
Quando o sangue passa pelos capilares, parte do líquido que o constitui atravessa a
parede capilar e espalhase entre as células próximas, nutrindoas e oxigenandoas. As
células, por sua vez, eliminam gás carbônico e outras excreções no líquido extravasado,
denominado líquido tissular. A maior parte do líquido tissular é reabsorvida pelos próprios
capilares e reincorporada ao sangue. Apenas 1% a 2% do líquido extravasado na porção
arterial do capilar não retorna à parte venosa, sendo coletado por um sistema paralelo ao
circulatório, o sistema linfático, quando passa a se chamar linfa e movese lentamente pelos
vasos linfáticos, dotados de válvulas.
143
Na
porção arterial
do capilar, a
pressão do
sangue é
maior que a
pressão
osmótica do
plasma ð saída
de água
contendo
substâncias
dissolvidas.
Na
porção venosa
do capilar, a
pressão do
sangue é
reduzida,
tornandose
menor que a
pressão
osmótica do
plasma ð
retorno de
fluido para o
interior do
capilar.
c Veias: são vasos que chegam ao coração, trazendo o sangue dos órgãos e tecidos. A
parede das veias, como a das artérias, também é formada por três camadas. A diferença,
porém, é que a camada muscular e a conjuntiva são menos espessas que suas
correspondentes arteriais. Além disso, diferentemente das artérias, as veias de maior calibre
apresentam válvulas em seu interior, que impedem o refluxo de sangue e garante sua
circulação em um único sentido.
Depois de passar pelas arteríolas e capilares, a pressão sangüínea diminui, atingindo
valores muito baixos no interior das veias. O retorno do sangue ao coração devese, em
grande parte, às contrações dos músculos esqueléticos, que comprimem as veias, fazendo
com que o sangue desloquese em seu interior. Devido às válvulas, o sangue só pode seguir
rumo ao coração.
Hipertensão
O termo hipertensão significa pressão arterial alta. Caracterizase por uma pressão
sistólica superior a 14cm de mercúrio (14 cmHg = 140 mmHg) e uma pressão diastólica
superior a 9 cm de mercúrio (9 cmHg ou 90 mmHg). A hipertensão pode romper os vasos
144
sangüíneos cerebrais (causando acidente vascular cerebral ou derrame), renais (causando
insuficiência renal) ou de outros órgãos vitais, causando cegueira, surdez etc. Pode também
determinar uma sobrecarga excessiva sobre o coração, causando sua falência.
Causas da hipertensão: o conceito mais moderno e aceito de hipertensão defende que
a doença não tem uma origem única, mas é fruto da associação de vários fatores, alguns
deles incontroláveis: hereditariedade, raça, sexo e idade. As causas se combinam, exercendo
ação recíproca e sinérgica. Veja na tabela a seguir o “peso” de cada um desses ingredientes:
Etnia ou raça:Por motivos também de ordem
Genética: fatores genéticos podem predispor à
genética talvez, a hipertensão incida mais e de
hipertensão.
forma mais severa sobre negros.
Como fatores genéticos, podemos citar:
alta concentração de cálcio na membrana das células (defeito
primário): aumenta a contração da musculatura lisa das artérias, fazendoas se
fecharem, o que diminui a passagem de sangue, resultando na hipertensão essencial
ou primária (fator genético;
aumento da concentração de sódio nas paredes das artérias, fazendoas
se fecharem cada vez mais (fator genético);
Além dos fatores incontroláveis, descritos anteriormente, obesidade, excesso de sal,
álcool, fumo, vida sedentária, estresse e taxas elevadas de colesterol (LDL) são fatores que
favorecem a elevação da pressão arterial.
O uso de anticoncepcionais orais (pílulas anticoncepcionais) também é um fator que
predispõe mais as mulheres à hipertensão.
O cigarro e níveis elevados de colesterol (LDL) também estão entre os elementos de
risco: cerca de 70% do colesterol existente no homem é produzido pelo próprio organismo,
no fígado. O restante provém da alimentação, dos produtos de origem animal. Por isso, o
distúrbio pode ter origem externa, resultante principalmente de dietas erradas e vida
sedentária, ou interna, de causa genética. A conseqüência direta é a aterosclerose, que
dificulta ou, às vezes, impede o fluxo sangüíneo na região.
O uso abusivo de descongestionantes nasais e medicamento em spray para asma
também aumentam as chances de hipertensão.
Pessoas diabéticas têm tendência a desenvolver hipertensão e outras doenças que
atingem o coração.
Prevenção:
145
dieta hipossódica (com pouco sal) e hipocalórica (sem
excesso de calorias);
redução de peso;
prática de exercícios físicos aeróbicos (de baixa intensidade e
longa duração) ou isotônicos (com grande movimentação dos
membros). Sedentários devem procurar um cardiologista
antes de iniciar qualquer tipo de exercício;
dieta balanceada rica em vegetais e frutas frescas e pobre em
gorduras saturadas e colesterol;
medir periodicamente (a cada seis meses) a pressão arterial e
tratar o diabetes (quando for o caso);
eliminar ou reduzir o fumo e, nos casos de mulheres
hipertensas, eliminar o uso de contraceptivos orais (são uma
bomba para o coração quando associados ao cigarro);
reduzir a ingestão de bebidas alcoólicas;
consultar o médico regularmente
O SISTEMA DIGESTÓRIO
O sistema digestório humano é formado por um longo tubo musculoso, ao qual estão
associados órgãos e glândulas que participam da digestão. Apresenta as seguintes regiões;
boca, faringe, esôfago, estômago, intestino delgado, intestino grosso e ânus.
146
A parede do tubo digestivo, do esôfago ao intestino, é formada por quatro camadas:
mucosa, submucosa, muscular e adventícia.
BOCA
A abertura pela qual o alimento entra no tubo digestivo é a boca. Aí encontramse os
dentes e a língua, que preparam o alimento para a digestão, por meio da mastigação. Os
dentes reduzem os alimentos em pequenos pedaços, misturandoos à saliva, o que irá
facilitar a futura ação das enzimas.
Características dos dentes
Imagem: http://www.webciencia.com/11_06dente.htm
147
Os dentes são estruturas duras, calcificadas, presas ao maxilar superior e mandíbula,
cuja atividade principal é a mastigação. Estão implicados, de forma direta, na articulação
das linguagens. Os nervos sensitivos e os vasos sanguíneos do centro de qualquer dente
estão protegidos por várias camadas de tecido. A mais externa, o esmalte, é a substância
mais dura. Sob o esmalte, circulando a polpa, da coroa até a raiz, está situada uma camada
de substância óssea chamada dentina. A cavidade pulpar é ocupada pela polpa dental, um
tecido conjuntivo frouxo, ricamente vascularizado e inervado. Um tecido duro chamado
cemento separa a raiz do ligamento peridental, que prende a raiz e liga o dente à gengiva e à
mandíbula, na estrutura e composição química assemelhase ao osso; dispõese como uma
fina camada sobre as raízes dos dentes. Através de um orifício aberto na extremidade da
raiz, penetram vasos sanguíneos, nervos e tecido conjuntivo.
Tipos de dentes
Em sua primeira dentição, o ser humano tem 20 peças que recebem o nome de dentes
de leite. À medida que os maxilares crescem, estes dentes são substituídos por outros 32 do
tipo permanente. As coroas dos dentes permanentes são de três tipos: os incisivos, os
caninos ou presas e os molares. Os incisivos têm a forma de cinzel para facilitar o corte do
alimento. Atrás dele, há três peças dentais usadas para rasgar. A primeira tem uma única
cúspide pontiaguda. Em seguida, há dois dentes chamados prémolares, cada um com duas
cúspides. Atrás ficam os molares, que têm uma superfície de mastigação relativamente
plana, o que permite triturar e moer os alimentos.
Imagem: http://www.webciencia.com/11_06dente.htm
A língua
148
A língua movimenta o alimento empurrandoo em
direção a garganta, para que seja engolido. Na superfície
da língua existem dezenas de papilas gustativas, cujas
células sensoriais percebem os quatro sabores primários:
amargo (A), azedo ou ácido (B), salgado (C) e doce (D).
De sua combinação resultam centenas de sabores distintos.
A distribuição dos quatro tipos de receptores gustativos, na
superfície da língua, não é homogênea.
As glândulas salivares
A presença de alimento na boca, assim como sua visão e cheiro, estimulam as
glândulas salivares a secretar saliva, que contém a enzima amilase salivar ou ptialina, além
de sais e outras substâncias. A amilase salivar digere o amido e outros polissacarídeos
(como o glicogênio), reduzindoos em moléculas de maltose (dissacarídeo). Três pares de
glândulas salivares lançam sua secreção na cavidade bucal: parótida, submandibular e
sublingual:
Glândula parótida Com massa variando entre
14 e 28 g, é a maior das três; situase na parte
lateral da face, abaixo e adiante do pavilhão da
orelha.
Glândula submandibular É arredondada,
mais ou menos do tamanho de uma noz.
Glândula sublingual É a menor das três; fica
abaixo da mucosa do assoalho da boca.
Imagem:
www.webciencia.com/11_11glandula.htm
O sais da saliva neutralizam substâncias ácidas e mantêm, na boca, um pH neutro (7,0)
a levemente ácido (6,7), ideal para a ação da ptialina. O alimento, que se transforma em bolo
alimentar, é empurrado pela língua para o fundo da faringe, sendo encaminhado para o
esôfago, impulsionado pelas ondas peristálticas (como mostra a figura do lado esquerdo),
levando entre 5 e 10 segundos para percorrer o esôfago. Através dos peristaltismo, você
pode ficar de cabeça para baixo e, mesmo assim, seu alimento chegará ao intestino. Entra
em ação um mecanismo para fechar a laringe, evitando que o alimento penetre nas vias
respiratórias.
Quando a cárdia (anel muscular, esfíncter) se relaxa, permite a passagem do alimento
para o interior do estômago.
149
FARINGE E ESÔFAGO
A faringe, situada no final da cavidade bucal, é
um canal comum aos sistemas digestório e
respiratório: por ela passam o alimento, que se dirige
ao esôfago, e o ar, que se dirige à laringe.
O esôfago, canal que liga a faringe ao estômago,
localizase entre os pulmões, atrás do coração, e
atravessa o músculo diafragma, que separa o tórax do
abdômen. O bolo alimentar leva de 5 a 10 segundos
Imagem: CD O CORPO HUMANO 2.0.
para percorrelo.
Globo Multimídia.
ESTÔMAGO E SUCO GÁSTRICO
O estômago é uma bolsa de parede
musculosa, localizada no lado esquerdo abaixo do
abdome, logo abaixo das últimas costelas. É um
órgão muscular que liga o esôfago ao intestino
delgado. Sua função principal é a digestão de
alimentos protéicos. Um músculo circular, que
existe na parte inferior, permite ao estômago
guardar quase um litro e meio de comida,
possibilitando que não se tenha que ingerir
alimento de pouco em pouco tempo. Quando está
Imagem:
www.webciencia.com/11_09estom.htm vazio, tem a forma de uma letra "J" maiúscula,
cujas duas partes se unem por ângulos agudos.
Segmento superior: é o mais volumoso, chamado "porção vertical". Este
compreende, por sua vez, duas partes superpostas; a grande tuberosidade, no alto, e o corpo
do estômago, abaixo, que termina pela pequena tuberosidade.
Segmento inferior: é denominado "porção horizontal", está separado do duodeno pelo
piloro, que é um esfíncter. A borda direita, côncava, é chamada pequena curvatura; a borda
esquerda, convexa, é dita grande curvatura. O orifício esofagiano do estômago é o cárdia.
As túnicas do estômago: o estômago compõese de quatro túnicas; serosa (o
peritônio), muscular (muito desenvolvida), submucosa (tecido conjuntivo) e mucosa (que
secreta o suco gástrico). Quando está cheio de alimento, o estômago tornase ovóide ou
arredondado. O estômago tem movimentos peristálticos que asseguram sua
homogeneização.
O estômago produz o suco gástrico, um líquido claro, transparente, altamente ácido,
que contêm ácido clorídrico, muco, enzimas e sais. O ácido clorídrico mantém o pH do
interior do estômago entre 0,9 e 2,0. Também dissolve o cimento intercelular dos tecidos
dos alimentos, auxiliando a fragmentação mecânica iniciada pela mastigação.
150
A pepsina, enzima mais potente do suco gástrico, é secretada na forma de
pepsinogênio. Como este é inativo, não digere as células que o produzem. Por ação do ácido
cloródrico, o pepsinogênio, ao ser lançado na luz do estômago, transformase em pepsina,
enzima que catalisa a digestão de proteínas.
A mucosa gástrica é recoberta por uma camada de muco, que a protege da agressão do
suco gástrico, bastante corrosivo. Apesar de estarem protegidas por essa densa camada de
muco, as células da mucosa estomacal são continuamente lesadas e mortas pela ação do
suco gástrico. Por isso, a mucosa está sempre sendo regenerada. Estimase que nossa
superfície estomacal seja totalmente reconstituída a cada três dias. Eventualmente ocorre
desequilíbrio entre o ataque e a proteção, o que resulta em inflamação difusa da mucosa
(gastrite) ou mesmo no aparecimento de feridas dolorosas que sangram (úlceras gástricas).
A mucosa gástrica produz também o fator intrínseco, necessário à absorção da
vitamina B12.
O bolo alimentar pode permanecer no estômago por até quatro horas ou mais e, ao se
misturar ao suco gástrico, auxiliado pelas contrações da musculatura estomacal, transforma
se em uma massa cremosa acidificada e semilíquida, o quimo.
Passando por um esfíncter muscular (o piloro), o quimo vai sendo, aos poucos,
liberado no intestino delgado, onde ocorre a maior parte da digestão.
INTESTINO DELGADO
O intestino delgado é um tubo com pouco mais de 6 m de comprimento por 4cm de
diâmetro e pode ser dividido em três regiões: duodeno (cerca de 25 cm), jejuno (cerca de 5
m) e íleo (cerca de 1,5 cm).
A porção superior ou duodeno tem a forma de ferradura e compreende o piloro, esfíncter
muscular da parte inferior do estômago pela qual este esvazia seu conteúdo no intestino.
151
A digestão do quimo ocorre predominantemente no duodeno e nas primeiras porções
do jejuno. No duodeno atua também o suco pancreático, produzido pelo pâncreas, que
contêm diversas enzimas digestivas. Outra secreção que atua no duodeno é a bile, produzida
no fígado e armazenada na vesícula biliar. O pH da bile oscila entre 8,0 e 8,5. Os sais
biliares têm ação detergente, emulsificando ou emulsionando as gorduras (fragmentando
suas gotas em milhares de microgotículas).
O suco pancreático, produzido pelo
pâncreas, contém água, enzimas e grandes
quantidades de bicarbonato de sódio. O pH do
suco pancreático oscila entre 8,5 e 9. Sua
secreção digestiva é responsável pela hidrólise
da maioria das moléculas de alimento, como
carboidratos, proteínas, gorduras e ácidos
nucléicos.
A amilase pancreática fragmenta o
amido em moléculas de maltose; a lípase
pancreática hidrolisa as moléculas de um tipo
de gordura – os triacilgliceróis, originando
Imagem: CD O CORPO HUMANO 2.0. Globo
Multimídia. glicerol e álcool; as nucleases atuam sobre os
ácidos nucléicos, separando seus nucleotídeos.
O suco pancreático contém ainda o tripsinogênio e o quimiotripsinogênio, formas
inativas em que são secretadas as enzimas proteolíticas tripsina e quimiotripsina. Sendo
produzidas na forma inativa, as proteases não digerem suas células secretoras. Na luz do
duodeno, o tripsinogênio entra em contato com a enteroquinase, enzima secretada pelas
células da mucosa intestinal, convertendose me tripsina, que por sua vez contribui para a
conversão do precursor inativo quimiotripsinogênio em quimiotripsina, enzima ativa.
152
Suco gástrico Pepsina ácido proteínas oligopeptídeos
Imagem: www.webciencia.com/11_13intes.htm
Os nutrientes absorvidos pelos vasos sanguíneos do intestino passam ao fígado para
serem distribuídos pelo resto do organismo. Os produtos da digestão de gorduras
(principalmente glicerol e ácidos graxos isolados) chegam ao sangue sem passar pelo fígado,
como ocorre com outros nutrientes. Nas células da mucosa, essas substâncias são
reagrupadas em triacilgliceróis (triglicerídeos) e envelopadas por uma camada de proteínas,
formando os quilomícrons, transferidos para os vasos linfáticos e, em seguida, para os vasos
sangüíneos, onde alcançam as células gordurosas (adipócitos), sendo, então, armazenados.
153
INTESTINO GROSSO
É o local de absorção de água, tanto a ingerida quanto a das secreções digestivas. Uma
pessoa bebe cerca de 1,5 litros de líquidos por dia, que se une a 8 ou 9 litros de água das
secreções. Glândulas da mucosa do intestino grosso secretam muco, que lubrifica as fezes,
facilitando seu trânsito e eliminação pelo ânus.
Imagem: www.webciencia.com/11_14intest.htm
Mede cerca de 1,5 m de comprimento e dividese em ceco, cólon ascendente, cólon
transverso, cólon descendente, cólon sigmóide e reto. A saída do reto chamase ânus e é
fechada por um músculo que o rodeia, o esfíncter anal.
Numerosas bactérias vivem em mutualismo no intestino grosso. Seu trabalho consiste
em dissolver os restos alimentícios não assimiláveis, reforçar o movimento intestinal e
proteger o organismo contra bactérias estranhas, geradoras de enfermidades.
As fibras vegetais, principalmente a celulose, não são digeridas nem absorvidas,
contribuindo com porcentagem significativa da massa fecal. Como retêm água, sua presença
torna as fezes macias e fáceis de serem eliminadas.
O intestino grosso não possui vilosidades nem secreta sucos digestivos, normalmente
só absorve água, em quantidade bastante consideráveis. Como o intestino grosso absorve
muita água, o conteúdo intestinal se condensa até formar detritos inúteis, que são evacuados.
GLÂNDULAS ANEXAS
Pâncreas
154
duodeno pelos canais de Wirsung e
de Santorini. O canal de Wirsung
desemboca ao lado do canal
colédoco na ampola de Vater. O
pâncreas comporta dois órgãos
estreitamente imbricados: pâncreas
exócrino e o endócrino.
O pâncreas exócrino produz enzimas digestivas, em estruturas reunidas denominadas
ácinos. Os ácinos pancreáticos estão ligados através de finos condutos, por onde sua
secreção é levada até um condutor maior, que desemboca no duodeno, durante a digestão.
O pâncreas endócrino secreta os hormônios insulina e glucagon, já trabalhados no
sistema endócrino.
Fígado
É o maior órgão interno, e é ainda
um dos mais importantes. É a mais
volumosa de todas as vísceras, pesa cerca
de 1,5 kg no homem adulto, e na mulher
adulta entre 1,2 e 1,4 kg. Tem cor
arroxeada, superfície lisa e recoberta por
uma cápsula própria. Está situado no
quadrante superior direito da cavidade
Imagem: CD O CORPO HUMANO 2.0. Globo abdominal.
Multimídia.
155
Metabolizar lipídeos;
Sintetizar diversas proteínas presentes no sangue, de fatores imunológicos e de
coagulação e de substâncias transportadoras de oxigênio e gorduras;
Degradar álcool e outras substâncias tóxicas, auxiliando na desintoxicação do
organismo;
Destruir hemácias (glóbulos vermelhos) velhas ou anormais, transformando sua
hemoglobina em bilirrubina, o pigmento castanhoesverdeado presente na bile.
156
Imagem: AVANCINI & FAVARETTO. Biologia – Uma abordagem evolutiva e ecológica. Vol. 2. São Paulo,
Ed. Moderna, 1997.
Local de
Hormônio Órgão-alvo Função
produção
Estimula a produção de
Gastrina estômago estômago
suco gástrico.
Estimula a liberação de
Secretina intestino delgado pâncreas
bicarbonato.
Estimula a liberação da
pâncreas e vesícula bile pela vesícula biliar
Colecistocinina intestino delgado
biliar e a liberação de
enzimas pancreáticas.
Inibe o peristaltismo
Enterogastrona intestino delgado estômago estomacal e a produção
de gastrina.
157
Enquanto houver glicose disponível, ela será usada, e o metabolismo das gorduras será
interrompido. O estoque de glicose é representado pelo glicogênio, armazenado no fígado e
nos músculos. Em um adulto em jejum, o estoque de glicogênio esgotase dentro de 12 a 24
horas. A seguir, são consumidas as reservas de gordura e, se necessário, as de proteína,
posteriormente. As células podem usar até 50% de suas proteínas como fonte de energia,
antes que ocorra morte celular.
SISTEMA NERVOSO
O sistema nervoso, juntamente com o sistema endócrino, capacitam o organismo a
perceber as variações do meio (interno e externo), a difundir as modificações que essas
variações produzem e a executar as respostas adequadas para que seja mantido o equilíbrio
interno do corpo (homeostase). São os sistemas envolvidos na coordenação e regulação das
funções corporais.
No sistema nervoso diferenciamse duas linhagens celulares: os neurônios e as
células da glia (ou da neuróglia
). Os neurônios são as células responsáveis pela recepção e
transmissão dos estímulos do meio (interno e externo), possibilitando ao organismo a
execução de respostas adequadas para a manutenção da homeostase. Para exercerem tais
funções, contam com duas propriedades fundamentais: a irritabilidade (também
denominada excitabilidade ou responsividade) e a condutibilidade. Irritabilidade é a
capacidade que permite a uma célula responder a estímulos, sejam eles internos ou externos.
Portanto, irritabilidade não é uma resposta, mas a propriedade que torna a célula apta a
responder. Essa propriedade é inerente aos vários tipos celulares do organismo. No entanto,
as respostas emitidas pelos tipos celulares distintos também diferem umas das outras. A
resposta emitida pelos neurônios assemelhase a uma corrente elétrica transmitida ao longo
de um fio condutor: uma vez excitados pelos estímulos, os neurônios transmitem essa onda
de excitação chamada de impulso nervoso por toda a sua extensão em grande velocidade
e em um curto espaço de tempo. Esse fenômeno devese à propriedade de condutibilidade.
Para compreendermos melhor as funções de coordenação e regulação exercidas pelo
sistema nervoso, precisamos primeiro conhecer a estrutura básica de um neurônio e como a
mensagem nervosa é transmitida.
Um neurônio é uma célula composta de um corpo celular (onde está o núcleo, o
citoplasma e o citoesqueleto), e de finos prolongamentos celulares denominados neuritos,
que podem ser subdivididos em dendritos e axônios.
158
Os dendritos são prolongamentos geralmente muito ramificados e que atuam como
receptores de estímulos, funcionando portanto, como "antenas" para o neurônio. Os axônios
são prolongamentos longos que atuam como condutores dos impulsos nervosos. Os
axônios podem se ramificar e essas ramificações são chamadas de colaterais. Todos os
axônios têm um início (cone de implantação), um meio (o axônio propriamente dito) e um
fim (terminal axonal ou botão terminal). O terminal axonal é o local onde o axônio entra
em contato com outros neurônios e/ou outras células e passa a informação (impulso
nervoso) para eles. A região de passagem do impulso nervoso de um neurônio para a célula
adjacente chamase sinapse. Às vezes os axônios têm muitas ramificações em suas regiões
terminais e cada ramificação forma uma sinapse com outros dendritos ou corpos celulares.
Estas ramificações são chamadas coletivamente de arborização terminal.
Os corpos celulares dos neurônios são geralmente encontrados em áreas restritas do
sistema nervoso, que formam o Sistema Nervoso Central (SNC), ou nos gânglios
nervosos, localizados próximo da coluna vertebral.
Do sistema nervoso central partem os prolongamentos dos neurônios, formando feixes
chamados nervos, que constituem o Sistema Nervoso Periférico (SNP).
O axônio está envolvido por um dos tipos celulares seguintes: célula de Schwann
(encontrada apenas no SNP) ou oligodendrócito (encontrado apenas no SNC) Em muitos
axônios, esses tipos celulares determinam a formação da bainha de mielina invólucro
principalmente lipídico (também possui como constituinte a chamada proteína básica da
mielina) que atua como isolante térmico e facilita a transmissão do impulso nervoso. Em
axônios mielinizados existem regiões de descontinuidade da bainha de mielina, que
acarretam a existência de uma constrição (estrangulamento) denominada nódulo de
Ranvier. No caso dos axônios mielinizados envolvidos pelas células de Schwann, a parte
celular da bainha de mielina, onde estão o citoplasma e o núcleo desta célula, constitui o
chamado neurilema.
159
O impulso nervoso
O Sistema Nervoso
O SNC recebe, analisa e integra informações. É o local onde ocorre a tomada de
decisões e o envio de ordens. O SNP carrega informações dos órgãos sensoriais para o
sistema nervoso central e do sistema nervoso central para os órgãos efetores (músculos e
glândulas).
O Sistema Nervoso Central
O SNC dividese em encéfalo e medula. O encéfalo corresponde ao telencéfalo
(hemisférios cerebrais), diencéfalo (tálamo e hipotálamo), cerebelo, e tronco cefálico, que se
divide em: BULBO, situado caudalmente; MESENCÉFALO, situado cranialmente; e
160
PONTE, situada entre ambos.
No SNC, existem as chamadas substâncias cinzenta e branca. A substância cinzenta é
formada pelos corpos dos neurônios e a branca, por seus prolongamentos. Com exceção do
bulbo e da medula, a substância cinzenta ocorre mais externamente e a substância branca,
mais internamente.
Os órgãos do SNC são protegidos por estruturas esqueléticas (caixa craniana,
protegendo o encéfalo; e coluna vertebral, protegendo a medula também denominada
raque) e por membranas denominadas meninges, situadas sob a proteção esquelética: dura
máter (a externa), aracnóide (a do meio) e piamáter (a interna). Entre as meninges
aracnóide e piamáter há um espaço preenchido por um líquido denominado líquido
cefalorraquidiano ou líquor.
161
O TELENCÉFALO
O encéfalo humano contém cerca de 35 bilhões de neurônios e pesa aproximadamente
1,4 kg. O telencéfalo ou cérebro é dividido em dois hemisférios cerebrais bastante
desenvolvidos. Nestes, situamse as sedes da memória e dos nervos sensitivos e motores.
Entre os hemisférios, estão os VENTRÍCULOS CEREBRAIS (ventrículos laterais e terceiro
ventrículo); contamos ainda com um quarto ventrículo, localizado mais abaixo, ao nível do
tronco encefálico. São reservatórios do LÍQUIDO CÉFALORAQUIDIANO, (LÍQÜOR),
participando na nutrição, proteção e excreção do sistema nervoso.
Em seu desenvolvimento, o córtex ganha diversos sulcos para permitir que o cérebro
esteja suficientemente compacto para caber na calota craniana, que não acompanha o seu
crescimento. Por isso, no cérebro adulto, apenas 1/3 de sua superfície fica "exposta", o
restante permanece por entre os sulcos.
O córtex cerebral está dividido em mais de quarenta áreas funcionalmente distintas,
sendo a maioria pertencente ao chamado neocórtex.
162
Imagem: McCRONE, JOHN. Como o cérebro funciona. Série Mais Ciência. São Paulo, Publifolha, 2002.
A região superficial do telencéfalo, que acomoda bilhões de corpos celulares de
neurônios (substância cinzenta), constitui o córtex cerebral, formado a partir da fusão das
partes superficiais telencefálicas e diencefálicas. O córtex recobre um grande centro medular
branco, formado por fibras axonais (substância branca). Em meio a este centro branco (nas
profundezas do telencéfalo), há agrupamentos de corpos celulares neuronais que formam os
núcleos (gânglios) da base ou núcleos (gânglios) basais CAUDATO, PUTAMEN,
GLOBO PÁLIDO e NÚCLEO SUBTALÂMICO, envolvidos em conjunto, no controle do
movimento. Parece que os gânglios da base participam também de um grande número de
circuitos paralelos, sendo apenas alguns poucos de função motora. Outros circuitos estão
163
envolvidos em certos aspectos da memória e da função cognitiva.
O DIENCÉFALO (tálamo e hipotálamo)
Todas as mensagens sensoriais, com exceção das provenientes dos receptores do olfato,
passam pelo tálamo antes de atingir o córtex cerebral. Esta é uma região de substância
cinzenta localizada entre o tronco encefálico e o cérebro. O tálamo atua como estação
retransmissora de impulsos nervosos para o córtex cerebral. Ele é responsável pela condução
dos impulsos às regiões apropriadas do cérebro onde eles devem ser processados. O tálamo
também está relacionado com alterações no comportamento emocional; que decorre, não só
da própria atividade, mas também de conexões com outras estruturas do sistema límbico (que
regula as emoções).
O TRONCO ENCEFÁLICO
O tronco encefálico interpõese entre a medula e o diencéfalo, situandose ventralmente
ao cerebelo. Possui três funções gerais; (1) recebe informações sensitivas de estruturas
cranianas e controla os músculos da cabeça; (2) contém circuitos nervosos que transmitem
informações da medula espinhal até outras regiões encefálicas e, em direção contrária, do
encéfalo para a medula espinhal (lado esquerdo do cérebro controla os movimentos do lado
164
direito do corpo; lado direito de cérebro controla os movimentos do lado esquerdo do corpo);
(3) regula a atenção, função esta que é mediada pela formação reticular (agregação mais ou
menos difusa de neurônios de tamanhos e tipos diferentes, separados por uma rede de fibras
nervosas que ocupa a parte central do tronco encefálico). Além destas 3 funções gerais, as
várias divisões do tronco encefálico desempenham funções motoras e sensitivas específicas.
Na constituição do tronco encefálico entram corpos de neurônios que se agrupam em
núcleos e fibras nervosas, que, por sua vez, se agrupam em feixes denominados tractos,
fascículos ou lemniscos. Estes elementos da estrutura interna do tronco encefálico podem
estar relacionados com relevos ou depressões de sua superfície. Muitos dos núcleos do tronco
encefálico recebem ou emitem fibras nervosas que entram na constituição dos nervos
cranianos. Dos 12 pares de nervos cranianos, 10 fazem conexão no tronco encefálico.
165
Imagem: ATLAS INTERATIVO DE ANATOMIA HUMANA. Artmed Editora.
O CEREBELO
Situado atrás do cérebro está o cerebelo, que é primariamente um centro para o controle
dos movimentos iniciados pelo córtex motor (possui extensivas conexões com o cérebro e a
medula espinhal). Como o cérebro, também está dividido em dois hemisférios. Porém, ao
contrário dos hemisférios cerebrais, o lado esquerdo do cerebelo está relacionado com os
movimentos do lado esquerdo do corpo, enquanto o lado direito, com os movimentos do lado
direito do corpo.
O cerebelo recebe informações do córtex motor e dos gânglios basais de todos os
estímulos enviados aos músculos. A partir das informações do córtex motor sobre os
movimentos musculares que pretende executar e de informações proprioceptivas que recebe
diretamente do corpo (articulações, músculos, áreas de pressão do corpo, aparelho vestibular
e olhos), avalia o movimento realmente executado. Após a comparação entre desempenho e
aquilo que se teve em vista realizar, estímulos corretivos são enviados de volta ao córtex para
que o desempenho real seja igual ao pretendido. Dessa forma, o cerebelo relacionase com os
ajustes dos movimentos, equilíbrio, postura e tônus muscular.
166
Algumas estruturas do encéfalo e suas funções
Córtex Cerebral
Funções:
Pensamento
Movimento
voluntário
Linguagem
Julgamento
Percepção
A palavra córtex vem do latim para "casca". Isto porque o
córtex é a camada mais externa do cérebro. A espessura do
córtex cerebral varia de 2 a 6 mm. O lado esquerdo e direito do
córtex cerebral são ligados por um feixe grosso de fibras
nervosas chamado de corpo caloso. Os lobos são as principais
divisões físicas do córtex cerebral. O lobo frontal é responsável
pelo planejamento consciente e pelo controle motor. O lobo
temporal tem centros importantes de memória e audição. O lobo
parietal lida com os sentidos corporal e espacial. o lobo occipital
direciona a visão.
167
Cerebelo
Funções:
Movimento
Equilíbrio
Postura
Tônus muscular
A palavra cerebelo vem do latim para "pequeno cérebro”.
O cerebelo fica localizado ao lado do tronco encefálico. É
parecido com o córtex cerebral em alguns aspectos: o cerebelo é
dividido em hemisférios e tem um córtex que recobre estes
hemisférios.
O
Tronco Encefálico
Tronco
Funções:
Respiração
Ritmo dos batimentos
cardíacos
Pressão Arterial
Mesencéfalo
Funções:
Visão
Audição
Movimento dos Olhos
Movimento do corpo
Encefálico é uma área do encéfalo que fica entre o
tálamo e a medula espinhal. Possui várias estruturas
como o bulbo, o mesencéfalo e a ponte. Algumas
destas áreas são responsáveis pelas funções básicas
para a manutenção da vida como a respiração, o
batimento cardíaco e a pressão arterial.
Bulbo: recebe informações de vários órgãos do
corpo, controlando as funções autônomas (a chamada
vida vegetativa): batimento cardíaco, respiração,
pressão do sangue, reflexos de salivação, tosse,
espirro e o ato de engolir.
168
Ponte: Participa de algumas atividades do bulbo,
interferindo no controle da respiração, além de ser um
centro de transmissão de impulsos para o cerebelo.
Serve ainda de passagem para as fibras nervosas que
ligam o cérebro à medula.
O tálamo recebe
informações sensoriais do
corpo e as passa para o
Tálamo córtex cerebral. O córtex
Funções: cerebral envia informações
motoras para o tálamo que
Integração
Sensorial posteriormente são
distribuídas pelo corpo.
Integração Participa, juntamente com o
Motora tronco encefálico, do sistema reticular, que é encarregado de
“filtrar” mensagens que se dirigem às partes conscientes do
cérebro.
Sistema Límbico
Funções:
Comportame
nto
Emocional
Memória
Aprendizado
Emoções
Vida
vegetativa
(digestão,
circulação,
excreção
etc.) O Sistema Límbico é um grupo de estruturas que inclui
hipotálamo, tálamo, amígdala, hipocampo, os corpos
mamilares e o giro do cíngulo. Todas estas áreas são muito
importantes para a emoção e reações emocionais. O hipocampo
também é importante para a memória e o aprendizado.
169
A Medula Espinhal
Nossa medula espinhal tem a forma de um cordão com aproximadamente 40 cm de
comprimento. Ocupa o canal vertebral, desde a região do atlas primeira vértebra até o
nível da segunda vértebra lombar. A medula funciona como centro nervoso de atos
involuntários e, também, como veículo condutor de impulsos nervosos.
Da medula partem 31 pares de nervos raquidianos que se ramificam. Por meio dessa
rede de nervos, a medula se conecta com as várias partes do corpo, recebendo mensagens e
vários pontos e enviandoas para o cérebro e recebendo mensagens do cérebro e
transmitindoas para as várias partes do corpo. A medula possui dois sistemas de neurônios:
o sistema descendente controla funções motoras dos músculos, regula funções como pressão
e temperatura e transporta sinais originados no cérebro até seu destino; o sistema ascendente
transporta sinais sensoriais das extremidades do corpo até a medula e de lá para o cérebro.
Os corpos celulares dos neurônios se concentram no cerne da medula – na massa
cinzenta. Os axônios ascendentes e descendentes, na área adjacente – a massa branca. As
duas regiões também abrigam células da Glia. Dessa forma, na medula espinhal a massa
cinzenta localizase internamente e a massa branca, externamente (o contrário do que se
observa no encéfalo).
170
Durante uma fratura ou deslocamento da coluna, as vértebras que normalmente
protegem a medula podem matar ou danificar as células. Teoricamente, se o dano for
confinado à massa cinzenta, os distúrbios musculares e sensoriais poderão estar apenas nos
tecidos que recebem e mandam sinais aos neurônios “residentes” no nível da fratura. Por
exemplo, se a massa cinzenta do segmento da medula onde os nervos rotulados C8 for
lesada, o paciente só sofrerá paralisia das mãos, sem perder a capacidade de andar ou o
controle sobre as funções intestinais e urinárias. Nesse caso, os axônios levando sinais para
“cima e para baixo” através da área branca adjacente continuariam trabalhando. Em
comparação, se a área branca for lesada, o trânsito dos sinais será interrompido até o ponto
da fratura.
Infelizmente, a lesão original é só o começo. Os danos mecânicos promovem
rompimento de pequenos vasos sangüíneos, impedindo a entrega de oxigênio e nutrientes
para as células não afetadas diretamente, que acabam morrendo; as células lesadas
extravasam componentes citoplasmáticos e tóxicos, que afetam células vizinhas, antes
intactas; células do sistema imunológico iniciam um quadro inflamatório no local da lesão;
células da Glia proliferam criando grumos e uma espécie de cicatriz, que impedem os
axônios lesados de crescerem e reconectarem.
O vírus da poliomielite causa lesões na raiz ventral dos nervos espinhais, o que leva à
paralisia e atrofia dos músculos.
171
paralelamente formam um nervo. O nervo também é envolvido por uma bainha de tecido
conjuntivo chamada epineuro. Em nosso corpo existe um número muito grande de nervos.
Seu conjunto forma a rede nervosa.
Os nervos que levam informações da periferia do corpo para o SNC são os nervos
sensoriais (nervos aferentes ou nervos sensitivos), que são formados por prolongamentos
de neurônios sensoriais (centrípetos). Aqueles que transmitem impulsos do SNC para os
músculos ou glândulas são nervos motores ou eferentes, feixe de axônios de neurônios
motores (centrífugos).
Existem ainda os nervos mistos, formados por axônios de neurônios sensoriais e por
neurônios motores.
Quando partem do encéfalo, os nervos são chamados de cranianos; quando partem da
medula espinhal denominamse raquidianos.
Do encéfalo partem doze pares de nervos cranianos. Três deles são exclusivamente
sensoriais, cinco são motores e os quatro restantes são mistos.
Nervo craniano
Função
I-OLFATÓRIO sensitiva Percepção do olfato.
172
Controle da movimentação do globo ocular, da
III-OCULOMOTOR motora
pupila e do cristalino.
173
Imagem: AMABIS, José Mariano; MARTHO, Gilberto Rodrigues. Conceitos de Biologia. São Paulo, Ed.
Moderna, 2001. vol. 2.
Os 31 pares de nervos raquidianos que saem da medula relacionamse com os
músculos esqueléticos. Eles se formam a partir de duas raízes que saem lateralmente da
medula: a raiz posterior ou dorsal, que é sensitiva, e a raiz anterior ou ventral, que é motora.
Essas raízes se unem logo após saírem da medula. Desse modo, os nervos raquidianos são
todos mistos. Os corpos dos neurônios que formam as fibras sensitivas dos nervos sensitivos
situamse próximo à medula, porém fora dela, reunindose em estruturas especiais chamadas
gânglios espinhais. Os corpos celulares dos neurônios que formam as fibras motoras
174
localizamse na medula. De acordo com as regiões da coluna vertebral, os 31 pares de
nervos raquidianos distribuemse da seguinte forma:
oito pares de nervos cervicais;
doze pares de nervos dorsais;
cinco pares de nervos lombares;
O conjunto de nervos cranianos e raquidianos forma o sistema nervoso periférico.
Com base na sua estrutura e função, o sistema nervoso periférico pode ainda
subdividirse em duas partes: o sistema nervoso somático e o sistema nervoso autônomo
ou de vida vegetativa.
As ações voluntárias resultam da contração de músculos estriados esqueléticos, que
estão sob o controle do sistema nervoso periférico voluntário ou somático. Já as ações
involuntárias resultam da contração das musculaturas lisa e cardíaca, controladas pelo
sistema nervoso periférico autônomo, também chamado involuntário ou visceral.
O SNP Voluntário ou Somático tem por função reagir a estímulos provenientes do
ambiente externo. Ele é constituído por fibras motoras que conduzem impulsos do sistema
nervoso central aos músculos esqueléticos. O corpo celular de uma fibra motora do SNP
voluntário fica localizado dentro do SNC e o axônio vai diretamente do encéfalo ou da
medula até o órgão que inerva.
O SNP Autônomo ou Visceral, como o próprio nome diz, funciona
independentemente de nossa vontade e tem por função regular o ambiente interno do corpo,
controlando a atividade dos sistemas digestório, cardiovascular, excretor e endócrino. Ele
contém fibras nervosas que conduzem impulsos do sistema nervoso central aos músculos
lisos das vísceras e à musculatura do coração. Um nervo motor do SNP autônomo difere de
um nervo motor do SNP voluntário pelo fato de conter dois tipos de neurônios, um neurônio
175
préganglionar e outro pósganglionar. O corpo celular do neurônio préganglionar fica
localizado dentro do SNC e seu axônio vai até um gânglio, onde o impulso nervoso é
transmitido sinapticamente ao neurônio pósganglionar. O corpo celular do neurônio pós
ganglionar fica no interior do gânglio nervoso e seu axônio conduz o estímulo nervoso até o
órgão efetuador, que pode ser um músculo liso ou cardíaco.
O sistema nervoso autônomo compõese de três partes:
Dois ramos nervosos situados ao lado da coluna vertebral. Esses ramos são formados
por pequenas dilatações denominadas gânglios, num total de 23 pares.
Um conjunto de nervos que liga os gânglios nervosos aos diversos órgãos de nutrição,
como o estômago, o coração e os pulmões.
Um conjunto de nervos comunicantes que ligam os gânglios aos nervos raquidianos,
fazendo com que os sistema autônomo não seja totalmente independente do sistema
nervoso cefalorraquidiano.
176
demasiadamente as batidas do coração, o sistema parassimpático entra em ação, diminuindo
o ritmo cardíaco. Se o sistema simpático acelera o trabalho do estômago e dos intestinos, o
parassimpático entra em ação para diminuir as contrações desses órgãos.
O SNP autônomo simpático, de modo geral, estimula ações que mobilizam energia,
permitindo ao organismo responder a situações de estresse. Por exemplo, o sistema
simpático é responsável pela aceleração dos batimentos cardíacos, pelo aumento da pressão
arterial, da concentração de açúcar no sangue e pela ativação do metabolismo geral do
corpo.
Já o SNP autônomo parassimpático estimula principalmente atividades relaxantes,
como as reduções do ritmo cardíaco e da pressão arterial, entre outras.
Uma das principais diferenças entre os nervos simpáticos e parassimpáticos é que as
fibras pósganglionares dos dois sistemas normalmente secretam diferentes hormônios. O
hormônio secretado pelos neurônios pósganglionares do sistema nervoso parassimpático é
a acetilcolina, razão pela qual esses neurônios são chamados colinérgicos.
Os neurônios pósganglionares do sistema nervoso simpático secretam principalmente
noradrenalina, razão por que a maioria deles é chamada neurônios adrenérgicos. As fibras
adrenérgicas ligam o sistema nervoso central à glândula suprarenal, promovendo aumento
da secreção de adrenalina, hormônio que produz a resposta de "luta ou fuga" em situações
de stress.
A acetilcolina e a noradrenalina têm a capacidade de excitar alguns órgãos e inibir
outros, de maneira antagônica.
Glândulas
vasoconstrição Estimulação de secreção
gastrointestinais
Coração: músculo
Atividade aumentada Diminuição da atividade
(miocárdio)
Vasodilatação Constrição
Coronárias
Vasos sanguíneos
sistêmicos: Constrição Nenhum
Abdominal Dilatação Nenhum
Músculo Constrição ou dilatação Nenhum
Pele
177
Fígado Liberação de glicose Nenhum
Diminuição da produção de
Rim Nenhum
urina
Secreção da medula
Aumento Nenhum
supra-renal (adrenalina)
Em geral, quando os centros simpáticos cerebrais se tornam excitados, estimulam,
simultaneamente, quase todos os nervos simpáticos, preparando o corpo para a atividade.
Além do mecanismo da descarga em massa do sistema simpático, algumas condições
fisiológicas podem estimular partes localizadas desse sistema. Duas das condições são as
seguintes:
Reflexos calóricos: o calor aplicado à pele determina um reflexo que passa através da
medula espinhal e volta a ela, dilatando os vasos sangüíneos cutâneos. Também o
aquecimento do sangue que passa através do centro de controle térmico do hipotálamo
aumenta o grau de vasodilatação superficial, sem alterar os vasos profundos.
Exercícios: durante o exercício físico, o metabolismo aumentado nos músculos tem um
efeito local de dilatação dos vasos sangüíneos musculares; porém, ao mesmo tempo, o
sistema simpático tem efeito vasoconstritor para a maioria das outras regiões do corpo.
A vasodilatação muscular permite que o sangue flua facilmente através dos músculos,
178
enquanto a vasoconstrição diminui o fluxo sangüíneo em todas as regiões do corpo,
exceto no coração e no cérebro.
Nas junções neuromusculares, tanto nos gânglios do SNPA simpático como nos do
parassimpático, ocorrem sinapses químicas entre os neurônios préganglionares e pós
ganglionares. Nos dois casos, a substância neurotransmissora é a acetilcolina. Esse
mediador químico atua nas dobras da membrana, aumentando a sua permeabilidade aos íons
sódio, que passa para o interior da fibra, despolarizando essa área da membrana do músculo.
Essa despolarização local promove um potencial de ação que é conduzido em ambas as
direções ao longo da fibra, determinando uma contração muscular. Quase imediatamente
após ter a acetilcolina estimulado a fibra muscular, ela é destruída, o que permite a
despolarização da membrana.
SISTEMA RESPIRATÓRIO
O sistema respiratório humano é constituído por um par de pulmões e por vários
órgãos que conduzem o ar para dentro e para fora das cavidades pulmonares. Esses órgãos
são as fossas nasais, a boca, a faringe, a laringe, a traquéia, os brônquios, os bronquíolos e
os alvéolos, os três últimos localizados nos pulmões.
Fossas nasais: são duas cavidades
paralelas que começam nas narinas e
terminam na faringe. Elas são separadas uma
da outra por uma parede cartilaginosa
denominada septo nasal. Em seu interior há
dobras chamada cornetos nasais, que forçam
o ar a turbilhonar. Possuem um revestimento
dotado de células produtoras de muco e
células ciliadas, também presentes nas
porções inferiores das vias aéreas, como
traquéia, brônquios e porção inicial dos
bronquíolos. No teto das fossas nasais
existem células sensoriais, responsáveis pelo
sentido do olfato. Têm as funções de filtrar,
umedecer e aquecer o ar.
Faringe: é um canal comum aos
sistemas digestório e respiratório e comunica
se com a boca e com as fossas nasais. O ar
inspirado pelas narinas ou pela boca passa
necessariamente pela faringe, antes de atingir
a laringe.
179
Laringe: é um tubo
sustentado por peças de
cartilagem articuladas,
situado na parte superior do
pescoço, em continuação à
faringe. O pomodeadão,
saliência que aparece no
pescoço, faz parte de uma
das peças cartilaginosas da
laringe.
A entrada da laringe
chamase glote. Acima dela
existe uma espécie de
“lingüeta” de cartilagem
denominada epiglote, que
funciona como válvula.
Quando nos alimentamos, a
laringe sobe e sua entrada é
fechada pela epiglote. Isso
impede que o alimento
ingerido penetre nas vias
respiratórias.
O epitélio que reveste
a laringe apresenta pregas, as
cordas vocais, capazes de
produzir sons durante a
passagem de ar.
Traquéia: é um tubo de aproximadamente 1,5
cm de diâmetro por 1012 centímetros de
comprimento, cujas paredes são reforçadas por anéis
cartilaginosos. Bifurcase na sua região inferior,
originando os brônquios, que penetram nos pulmões.
Seu epitélio de revestimento mucociliar adere
partículas de poeira e bactérias presentes em
suspensão no ar inalado, que são posteriormente
varridas para fora (graças ao movimento dos cílios) e
engolidas ou expelidas.
180
Pulmões: Os
pulmões humanos
são órgãos
esponjosos, com
aproximadamente 25
cm de comprimento,
sendo envolvidos
por uma membrana
serosa denominada
pleura. Nos
pulmões os
brônquios
ramificamse
profusamente, dando
origem a tubos cada
vez mais finos, os
bronquíolos. O
conjunto altamente
ramificado de
bronquíolos é a
árvore brônquica
ou árvore
respiratória.
Cada bronquíolo termina
em pequenas bolsas formadas
por células epiteliais achatadas
(tecido epitelial pavimentoso)
recobertas por capilares
sangüíneos, denominadas
alvéolos pulmonares.
Diafragma: A base de
cada pulmão apóiase no
diafragma, órgão músculo
membranoso que separa o tórax
do abdomen, presente apenas em
mamíferos, promovendo,
juntamente com os músculos
intercostais, os movimentos
respiratórios. Localizado logo
acima do estômago, o nervo
frênico controla os movimentos
do diafragma (ver controle da Imagem: SÉRIE ATLAS VISUAIS. O corp
respiração)
181
FISIOLOGIA DA RESPIRAÇÃO
Ventilação pulmonar
A inspiração, que promove a entrada de ar nos pulmões, dáse pela contração da
musculatura do diafragma e dos músculos intercostais. O diafragma abaixa e as costelas
elevamse, promovendo o aumento da caixa torácica, com conseqüente redução da pressão
interna (em relação à externa), forçando o ar a entrar nos pulmões.
A expiração, que promove a saída de
ar dos pulmões, dáse pelo relaxamento da
musculatura do diafragma e dos músculos
intercostais. O diafragma elevase e as
costelas abaixam, o que diminui o volume
da caixa torácica, com conseqüente aumento
da pressão interna, forçando o ar a sair dos
pulmões.
182
Transporte de gases respiratórios
Nos alvéolos pulmonares o gás oxigênio do ar difundese para os capilares sangüíneos
e penetra nas hemácias, onde se combina com a hemoglobina, enquanto o gás carbônico
(CO2) é liberado para o ar (processo chamado hematose).
183
Nos tecidos ocorre um processo inverso: o gás
oxigênio dissociase da hemoglobina e difundese
pelo líquido tissular, atingindo as células. A maior
parte do gás carbônico (cerca de 70%) liberado pelas
células no líquido tissular penetra nas hemácias e
reage com a água, formando o ácido carbônico, que
logo se dissocia e dá origem a íons H+ e bicarbonato
(HCO3), difundindose para o plasma sangüíneo,
onde ajudam a manter o grau de acidez do sangue.
Cerca de 23% do gás carbônico liberado pelos
tecidos associamse à própria hemoglobina,
formando a carboemoglobina. O restante dissolve
se no plasma.
SISTEMA REPRODUTOR
SISTEMA REPRODUTOR MASCULINO
O sistema reprodutor masculino é formado por:
Testículos ou gônadas
Vias espermáticas: epidídimo, canal deferente, uretra.
Pênis
Escroto
Glândulas anexas: próstata, vesículas seminais, glândulas
bulbouretrais.
184
Imagem: GOWDAK, Demétrio; GOWDAK, Luís Henrique. Atlas de Anatomia Humana. São Paulo, Ed.
FTD, 1989.
Testículos: são as gônadas masculinas. Cada testículo é composto por um emaranhado
de tubos, os ductos seminíferos Esses ductos são formados pelas células de Sértoli (ou de
sustento) e pelo epitélio germinativo, onde ocorrerá a formação dos espermatozóides. Em
meio aos ductos seminíferos, as células intersticiais ou de Leydig (nomenclatura antiga)
produzem os hormônios sexuais masculinos, sobretudo a testosterona, responsáveis pelo
desenvolvimento dos órgãos genitais masculinos e dos caracteres sexuais secundários:
Estimulam os folículos pilosos para que façam crescer a barba masculina e o pêlo
pubiano.
Estimulam o crescimento das glândulas sebáceas e a elaboração do sebo.
Produzem o aumento de massa muscular nas crianças durante a puberdade, pelo
aumento do tamanho das fibras musculares.
Ampliam a laringe e tornam mais grave a voz.
185
Fazem com que o desenvolvimento da massa óssea seja maior, protegendo contra a
osteoporose.
Epidídimos: são dois tubos enovelados que partem dos testículos, onde os
espermatozóides são armazenados.
Canais deferentes: são dois tubos que partem dos testículos, circundam a bexiga
urinária e unemse ao ducto ejaculatório, onde desembocam as vesículas seminais.
Vesículas seminais: responsáveis pela produção de um líquido, que será liberado no
ducto ejaculatório que, juntamente com o líquido prostático e espermatozóides, entrarão na
composição do sêmen. O líquido das vesículas seminais age como fonte de energia para os
espermatozóides e é constituído principalmente por frutose, apesar de conter fosfatos,
nitrogênio não protéico, cloretos, colina (álcool de cadeia aberta considerado como
integrante do complexo vitamínico B) e prostaglandinas (hormônios produzidos em
numerosos tecidos do corpo. Algumas prostaglandinas atuam na contração da musculatura
lisa do útero na dismenorréia – cólica menstrual, e no orgasmo; outras atuam promovendo
vasodilatação em artérias do cérebro, o que talvez justifique as cefaléias – dores de cabeça –
da enxaqueca. São formados a partir de ácidos graxos insaturados e podem ter a sua síntese
interrompida por analgésicos e antiinflamatórios).
Próstata: glândula localizada abaixo da bexiga urinária. Secreta substâncias alcalinas
que neutralizam a acidez da urina e ativa os espermatozóides.
Glândulas Bulbo Uretrais ou de Cowper: sua secreção transparente é lançada dentro
da uretra para limpála e preparar a passagem dos espermatozóides. Também tem função na
lubrificação do pênis durante o ato sexual.
Pênis: é considerado o principal órgão do aparelho sexual masculino, sendo formado
por dois tipos de tecidos cilíndricos: dois corpos cavernosos e um corpo esponjoso (envolve
e protege a uretra). Na extremidade do pênis encontrase a glande cabeça do pênis, onde
podemos visualizar a abertura da uretra. Com a manipulação da pele que a envolve o
prepúcio acompanhado de estímulo erótico, ocorre a inundação dos corpos cavernosos e
esponjoso, com sangue, tornandose rijo, com considerável aumento do tamanho (ereção). O
prepúcio deve ser puxado e higienizado a fim de se retirar dele o esmegma (uma secreção
sebácea espessa e esbranquiçada, com forte odor, que consiste principalmente em células
epiteliais descamadas que se acumulam debaixo do prepúcio). Quando a glande não
consegue ser exposta devido ao estreitamento do prepúcio, dizse que a pessoa tem fimose.
186
Imagem: Superinteressante coleções O Corpo Humano - Sexo: a Atração Vital.
A uretra é comumente um canal destinado para a urina, mas os músculos na entrada
da bexiga se contraem durante a ereção para que nenhuma urina entre no sêmen e nenhum
sêmen entre na bexiga. Todos os espermatozóides não ejaculados são reabsorvidos pelo
corpo dentro de algum tempo.
Saco Escrotal ou Bolsa Escrotal ou Escroto: Um espermatozóide leva cerca de 70
dias para ser produzido. Eles não podem se desenvolver adequadamente na temperatura
normal do corpo (36,5°C). Assim, os testículos se localizam na parte externa do corpo,
dentro da bolsa escrotal, que tem a função de termorregulação (aproximam ou afastam os
testículos do corpo), mantendoos a uma temperatura geralmente em torno de 1 a 3 °C
abaixo da corporal.
A vagina é um canal de 8 a 10 cm de comprimento, de paredes elásticas, que liga o
colo do útero aos genitais externos. Contém de cada lado de sua abertura, porém
internamente, duas glândulas denominadas glândulas de Bartholin, que secretam um muco
lubrificante.
A entrada da vagina é protegida por uma membrana circular o hímen que fecha
parcialmente o orifício vulvovaginal e é quase sempre perfurado no centro, podendo ter
formas diversas. Geralmente, essa membrana se rompe nas primeiras relações sexuais.
A vagina é o local onde o pênis deposita os espermatozóides na relação sexual. Além
de possibilitar a penetração do pênis, possibilita a expulsão da menstruação e, na hora do
parto, a saída do bebê.
A genitália externa ou vulva é delimitada e protegida por duas pregas cutâneo
mucosas intensamente irrigadas e inervadas os grandes lábios. Na mulher
reprodutivamente madura, os grandes lábios são recobertos por pêlos pubianos. Mais
internamente, outra prega cutâneomucosa envolve a abertura da vagina os pequenos
187
lábios que protegem a abertura da uretra e da vagina. Na vulva também está o clitóris,
formado por tecido esponjoso erétil, homólogo ao pênis do homem.
Ovários: são as gônadas femininas. Produzem estrógeno e progesterona, hormônios
sexuais femininos que serão vistos mais adiante.
No final do desenvolvimento embrionário de uma menina, ela já tem todas as células
que irão transformarse em gametas nos seus dois ovários. Estas células os ovócitos
primários encontramse dentro de estruturas denominadas folículos de Graaf ou folículos
ovarianos. A partir da adolescência, sob ação hormonal, os folículos ovarianos começam a
crescer e a desenvolver. Os folículos em desenvolvimento secretam o hormônio estrógeno.
Mensalmente, apenas um folículo geralmente completa o desenvolvimento e a maturação,
rompendose e liberando o ovócito secundário (gaemta feminino): fenômeno conhecido
como ovulação. Após seu rompimento, a massa celular resultante transformase em corpo
188
lúteo ou amarelo, que passa a secretar os hormônios progesterona e estrógeno. Com o
tempo, o corpo lúteo regride e convertese em corpo albicans ou corpo branco, uma pequena
cicatriz fibrosa que irá permanecer no ovário.
O gameta feminino liberado na superfície de um dos ovários é recolhido por finas
terminações das tubas uterinas as fímbrias.
Tubas uterinas, ovidutos ou trompas de Falópio: são dois ductos que unem o ovário
ao útero. Seu epitélio de revestimento é formados por células ciliadas. Os batimentos dos
cílios microscópicos e os movimentos peristálticos das tubas uterinas impelem o gameta
feminino até o útero.
Útero: órgão oco situado na cavidade pélvica anteriormente à bexiga e posteriormente
ao reto, de parede muscular espessa (miométrio) e com formato de pêra invertida. É
revestido internamente por um tecido vascularizado rico em glândulas o endométrio.
FISIOLOGIA DA REPRODUÇÃO
SISTEMA REPRODUTOR MASCULINO
PUBERDADE: os testículos da criança permanecem inativos até que são
estimulados entre 10 e 14 anos pelos hormônios gonadotróficos da glândula hipófise
(pituitária)
O hipotálamo libera FATORES LIBERADORES DOS HORMÔNIOS
GONADOTRÓFICOS que fazem a hipófise liberar FSH (hormônio folículo estimulante) e
LH (hormônio luteinizante).
FSH à estimula a espermatogênese pelas células dos túbulos seminíferos.
189
LH à estimula a produção de testosterona pelas células intersticiais dos testículos à
características sexuais secundárias, elevação do desejo sexual.
TESTOSTERONA
Efeito na Espermatogênese. A testosterona faz com que os testículos cresçam. Ela
deve estar presente, também, junto com o folículo estimulante, antes que a espermatogênese
se complete.
Efeito nos caracteres sexuais masculinos. Depois que um feto começa a se
desenvolver no útero materno, seus testículos começam a secretar testosterona, quando tem
poucas semanas de vida apenas. Essa testosterona, então, auxilia o feto a desenvolver órgãos
sexuais masculinos e características secundárias masculinas. Isto é, acelera a formação do
pênis, da bolsa escrotal, da próstata, das vesículas seminais, dos ductos deferentes e dos
outros órgãos sexuais masculinos. Além disso, a testosterona faz com que os testículos
desçam da cavidade abdominal para a bolsa escrotal; se a produção de testosterona pelo feto
é insuficiente, os testículos não conseguem descer; permanecem na cavidade abdominal. A
secreção da testosterona pelos testículos fetais é estimulada por um hormônio chamado
gonadotrofina coriônica, formado na placenta durante a gravidez. Imediatamente após o
nascimento da criança, a perda de conexão com a placenta remove esse feito estimulador, de
modo que os testículos deixam de secretar testosterona. Em conseqüência, as características
sexuais interrompem seu desenvolvimento desde o nascimento até à puberdade. Na
puberdade, o reaparecimento da secreção de testosterona induz os órgãos sexuais masculinos
a retomar o crescimento. Os testículos, a bolsa escrotal e o pênis crescem, então,
aproximadamente mais 10 vezes.
Efeito nos caracteres sexuais secundários. Além dos efeitos sobre os órgãos
genitais, a testosterona exerce outros efeitos gerais por todo o organismo para dar ao homem
adulto suas características distintivas. Faz com que os pêlos cresçam na face, ao longo da
linha média do abdome, no púbis e no tórax. Origina, porém, a calvície nos homens que
tenham predisposição hereditária para ela. Estimula o crescimento da laringe, de maneira
que o homem, após a puberdade fica com a voz mais grave. Estimula um aumento na
deposição de proteína nos músculos, pele, ossos e em outras partes do corpo, de maneira que
o adolescente do sexo masculino se torna geralmente maior e mais musculoso do que a
mulher, nessa fase. Algumas vezes, a testosterona também promove uma secreção anormal
das glândulas sebáceas da pele, fazendo com que se desenvolva a acne póspuberdade na
face.
Na ausência de testosterona, as características sexuais secundárias não se desenvolvem
e o indivíduo mantém um aspecto sexualmente infantil.
ˉHormônios Sexuais Masculinos
190
estimula o aparecimento dos
diversos
caracteres sexuais secundários.
SISTEMA REPRODUTOR FEMININO
A pituitária (hipófise) anterior das meninas, como a dos meninos, não secreta
praticamente nenhum hormônio gonadotrópico até à idade de 10 a 14 anos. Entretanto, por
essa época, começa a secretar dois hormônios gonadotrópicos. No inicio, secreta
principalmente o hormônio foliculoestimulante (FSH), que inicia a vida sexual na menina
em crescimento; mais tarde, secreta o harmônio luteinizante (LH), que auxilia no controle
do ciclo menstrual.
Hormônio FolículoEstimulante: causa a proliferação das células foliculares
ovarianas e estimula a secreção de estrógeno, levando as cavidades foliculares a
desenvolveremse e a crescer.
Hormônio Luteinizante: aumenta ainda mais a secreção das células foliculares,
estimulando a ovulação.
Hormônios Sexuais Femininos
Os dois hormônios ovarianos, o estrogênio e a progesterona, são responsáveis pelo
desenvolvimento sexual da mulher e pelo ciclo menstrual. Esses hormônios, como os
hormônios adrenocorticais e o hormônio masculino testosterona, são ambos compostos
esteróides, formados, principalmente, de um lipídio, o colesterol. Os estrogênios são,
realmente, vários hormônios diferentes chamados estradiol, estriol e estrona, mas que têm
funções idênticas e estruturas químicas muito semelhantes. Por esse motivo, são
considerados juntos, como um único hormônio.
Funções do Estrogênio: o estrogênio induz as células de muitos locais do organismo,
a proliferar, isto é, a aumentar em número. Por exemplo, a musculatura lisa do útero,
aumenta tanto que o órgão, após a puberdade, chega a duplicar ou, mesmo, a triplicar de
tamanho. O estrogênio também provoca o aumento da vagina e o desenvolvimento dos
lábios que a circundam, faz o púbis se cobrir de pêlos, os quadris se alargarem e o estreito
pélvico assumir a forma ovóide, em vez de afunilada como no homem; provoca o
desenvolvimento das mamas e a proliferação dos seus elementos glandulares, e, finalmente,
leva o tecido adiposo a concentrarse, na mulher, em áreas como os quadris e coxas, dando
lhes o arredondamento típico do sexo. Em resumo, todas as características que distinguem a
mulher do homem são devido ao estrogênio e a razão básica para o desenvolvimento dessas
características é o estímulo à proliferação dos elementos celulares em certas regiões do
corpo.
O estrogênio também estimula o crescimento de todos os ossos logo após a puberdade,
mas promove rápida calcificação óssea, fazendo com que as partes dos ossos que crescem se
"extingam" dentro de poucos anos, de forma que o crescimento, então, pára. A mulher,
nessa fase, cresce mais rapidamente que o homem, mas pára após os primeiros anos da
191
puberdade; já o homem tem um crescimento menos rápido, porém mais prolongado, de
modo que ele assume uma estatura maior que a da mulher, e, nesse ponto, também se
diferenciam os dois sexos.
O estrogênio tem, outrossim, efeitos muito importantes no revestimento interno do
útero, o endométrio, no ciclo menstrual.
Funções da Progesterona: a progesterona tem pouco a ver com o desenvolvimento
dos caracteres sexuais femininos; está principalmente relacionada com a preparação do útero
para a aceitação do embrião e à preparação das mamas para a secreção láctea. Em geral, a
progesterona aumenta o grau da atividade secretória das glândulas mamárias e, também, das
células que revestem a parede uterina, acentuando o espessamento do endométrio e fazendo
com que ele seja intensamente invadido por vasos sangüíneos; determina, ainda, o
surgimento de numerosas glândulas produtoras de glicogênio. Finalmente, a progesterona
inibe as contrações do útero e impede a expulsão do embrião que se está implantando ou do
feto em desenvolvimento.
CICLO MENSTRUAL
O ciclo menstrual na mulher é causado pela secreção alternada dos hormônios
folículoestimulante e luteinizante, pela pituitária (hipófise) anterior (adenohipófise), e dos
estrogênios e progesterona, pelos ovários. O ciclo de fenômenos que induzem essa
alternância tem a seguinte explicação:
1. No começo do ciclo menstrual, isto é, quando a menstruação se inicia, a pituitária
anterior secreta maiores quantidades de hormônio folículoestimulante juntamente com
pequenas quantidades de hormônio luteinizante. Juntos, esses hormônios promovem o
crescimento de diversos folículos nos ovários e acarretam uma secreção considerável de
estrogênio (estrógeno).
2. Acreditase que o estrogênio tenha, então, dois efeitos seqüenciais sobre a secreção
da pituitária anterior. Primeiro, inibiria a secreção dos hormônios folículoestimulante e
luteinizante, fazendo com que suas taxas declinassem a um mínimo por volta do décimo dia
do ciclo. Depois, subitamente a pituitária anterior começaria a secretar quantidades muito
elevadas de ambos os hormônios mas principalmente do hormônio luteinizante. É essa fase
de aumento súbito da secreção que provoca o rápido desenvolvimento final de um dos
folículos ovarianos e a sua ruptura dentro de cerca de dois dias.
3. O processo de ovulação, que ocorre por volta do décimo quarto dia de um ciclo
normal de 28 dias, conduz ao desenvolvimento do corpo lúteo ou corpo amarelo, que secreta
quantidades elevadas de progesterona e quantidades consideráveis de estrogênio.
4. O estrogênio e a progesterona secretados pelo corpo lúteo inibem novamente a
pituitária anterior, diminuindo a taxa de secreção dos hormônios folículoestimulante e
luteinizante. Sem esses hormônios para estimulálo, o corpo lúteo involui, de modo que a
secreção de estrogênio e progesterona cai para níveis muito baixos. É nesse momento que a
menstruação se inicia, provocada por esse súbito declínio na secreção de ambos os
hormônios.
5. Nessa ocasião, a pituitária anterior, que estava inibida pelo estrogênio e pela
progesterona, começa a secretar outra vez grandes quantidades de hormônio folículo
192
estimulante, iniciando um novo ciclo. Esse processo continua durante toda a vida
reprodutiva da mulher.
1º dia do ciclo endométrio bem
desenvolvido, espesso e vascularizado
começa a descamar menstruação
hipófise aumenta a produção de FSH, que
atinge a concentração máxima por volta do
7º dia do ciclo.
amadurecimento dos folículos ovarianos
secreção de estrógeno pelo folículo em
desenvolvimento
concentração alta de estrógeno inibe
secreção de FSH e estimula a secreção de
LH pela hipófise / concentração alta de
estrógeno estimula ocrescimento do
endométrio.
concentração alta de LH estimula a
ovulação (por volta do 14º dia de um ciclo
de 28 dias)
alta taxa de LH estimula a formação do
corpo lúteo ou amarelo no folículo ovariano
corpo lúteo inicia a produção de
progesterona
OBSERVAÇÃO: a ovulação ocorre
aproximadamente entre 1012 horas após o pico estimula as glândulas do endométrio a
secretarem seus produtos
de LH. No ciclo regular, o período de tempo a
partir do pico de LH até a menstruação está aumento da progesterona inibe produção
constantemente próximo de 14 dias. Dessa de LH e FSH
forma, da ovulação até a próxima menstruação
decorrem 14 dias. corpo lúteo regride e reduz concentração
de progesterona
Apesar de em um ciclo de 28 dias a
ovulação ocorrer aproximadamente na metade do menstruação
ciclo, nas mulheres que têm ciclos regulares, não
importa a sua duração, o dia da ovulação pode
ser calculado como sendo o 14º dia ANTES do
início da menstruação.
Generalizando, podese dizer que, se o
ciclo menstrual tem uma duração de n dias, o
possível dia da ovulação é n – 14, considerando
n = dia da próxima menstruação.
193
.
SISTEMA ENDÓCRINO
Dáse o nome de sistema endócrino ao conjunto de órgãos que apresentam como
atividade característica a produção de secreções denominadas hormônios, que são lançados
na corrente sangüínea e irão atuar em outra parte do organismo, controlando ou auxiliando o
controle de sua função. Os órgãos que têm sua função controlada e/ou regulada pelos
hormônios são denominados órgãosalvo.
Constituição dos órgãos do sistema endócrino
Os tecidos epiteliais de secreção ou epitélios glandulares
formam as glândulas, que podem ser uni ou pluricelulares. As
glândulas pluricelulares não são apenas aglomerados de células
que desempenham as mesmas funções básicas e têm a mesma
morfologia geral e origem embrionária o que caracteriza um
tecido. São na verdade órgãos definidos com arquitetura
ordenada. Elas estão envolvidas por uma cápsula conjuntiva que
emite septos, dividindoas em lobos. Vasos sangüíneos e nervos
penetram nas glândulas, fornecendo alimento e estímulo
nervoso para as suas funções.
Os hormônios influenciam praticamente todas as funções dos demais sistemas
corporais. Freqüentemente o sistema endócrino interage com o sistema nervoso, formando
mecanismos reguladores bastante precisos. O sistema nervoso pode fornecer ao endócrino a
informação sobre o meio externo, ao passo que o sistema endócrino regula a resposta interna
do organismo a esta informação. Dessa forma, o sistema endócrino, juntamente com o
sistema nervoso, atuam na coordenação e regulação das funções corporais.
Alguns dos principais órgãos produtores de hormônios
Alguns dos principais órgãos produtores de hormônios no homem são a hipófise, o
hipotálamo, a tireóide, as paratireóides, as suprarenais, o pâncreas e as gônadas.
Hipófise ou pituitária
194
Situase na base do encéfalo, em
uma cavidade do osso esfenóide
chamada tela túrcica. Nos seres
humanos tem o tamanho aproximado
de um grão de ervilha e possui duas
partes: o lobo anterior (ou adeno
hipófise) e o lobo posterior (ou
neurohipófise).
Somatotrófico: atua no crescimento, promovendo o
alongamento dos ossos e estimulando a síntese de
proteínas e o desenvolvimento da massa muscular.
Imagem: AVANCINI & FAVARETTO.
Também aumenta a utilização de gorduras e inibe a
Biologia – Uma abordagem evolutiva captação de glicose plasmática pelas células,
e ecológica. Vol. 2. São Paulo, Ed.
Moderna, 1997. aumentando a concentração de glicose no sangue
(inibe a produção de insulina pelo pâncreas,
predispondo ao diabetes).
195
Imagem: CÉSAR & CEZAR. Biologia 2. São Paulo, Ed Saraiva, 2002
Hipotálamo
Localizado no cérebro diretamente
acima da hipófise, é conhecido por
exercer controle sobre ela por meios de
conexões neurais e substâncias
semelhantes a hormônios chamados
fatores desencadeadores (ou de
liberação), o meio pelo qual o sistema
nervoso controla o comportamento sexual
via sistema endócrino.
196
O hipotálamo
estimula a glândula
hipófise a liberar os
hormônios
gonadotróficos (FSH e
LH), que atuam sobre
as gônadas,
estimulando a
liberação de
hormônios gonadais
na corrente sanguínea.
Na mulher a glândula
alvo do hormônio
gonadotrófico é o
ovário; no homem,
são os testículos. Os
hormônios gonadais
são detectados pela
pituitária e pelo
hipotálamo, inibindo a
liberação de mais
hormônio pituitário,
por feedback.
Como a hipófise
secreta hormônios que
controlam outras
glândulas e está
subordinada, por sua
vez, ao sistema
Imagem: CÉSAR & CEZAR. Biologia 2. São Paulo, Ed Saraiva, 2002
nervoso, podese dizer
que o sistema
endócrino é
subordinado ao
nervoso e que o
hipotálamo é o
mediador entre esses
dois sistemas.
197
O hipotálamo também produz outros
fatores de liberação que atuam sobre a
adenohipófise, estimulando ou inibindo
suas secreções. Produz também os
hormônios ocitocina e ADH (antidiurético),
armazenados e secretados pela neuro
hipófise.
Tireóide
Localizase no pescoço, estando apoiada sobre as cartilagens da laringe e da traquéia.
Seus dois hormônios, triiodotironina (T3) e tiroxina (T4), aumentam a velocidade dos
processos de oxidação e de liberação de energia nas células do corpo, elevando a taxa
metabólica e a geração de calor. Estimulam ainda a produção de RNA e a síntese de
proteínas, estando relacionados ao crescimento, maturação e desenvolvimento. A
calcitonina, outro hormônio secretado pela tireóide, participa do controle da concentração
sangüínea de cálcio, inibindo a remoção do cálcio dos ossos e a saída dele para o plasma
sangüíneo, estimulando sua incorporação pelos ossos.
198
Paratireóides
São pequenas glândulas, geralmente em número de quatro, localizadas na região
posterior da tireóide. Secretam o paratormônio, que estimula a remoção de cálcio da matriz
óssea (o qual passa para o plasma sangüíneo), a absorção de cálcio dos alimentos pelo
intestino e a reabsorção de cálcio pelos túbulos renais, aumentando a concentração de cálcio
no sangue. Neste contexto, o cálcio é importante na contração muscular, na coagulação
sangüínea e na excitabilidade das células nervosas.
As glândulas endócrinas e o cálcio
Adrenais ou suprarenais
Pâncreas
É uma glândula mista ou anfícrina – apresenta determinadas regiões endócrinas e
determinadas regiões exócrinas (da porção secretora partem dutos que lançam as secreções
199
para o interior da cavidade intestinal) ao mesmo tempo. As chamadas ilhotas de Langerhans
são a porção endócrina, onde estão as células que secretam os dois hormônios: insulina e
glucagon, que atuam no metabolismo da glicose.
Imagem: AMABIS & MARTHO. Conceitos de Biologia Volume 2. São Paulo, Editora Moderna, 2001.
SISTEMA EXCRETOR
O sistema excretor é formado por um conjunto de órgãos que filtram o sangue,
produzem e excretam a urina o principal líquido de excreção do organismo. É constituído
por um par de rins, um par de ureteres, pela bexiga urinária e pela uretra.
200
Os rins situamse na parte
dorsal do abdome, logo abaixo do
diafragma, um de cada lado da
coluna vertebral, nessa posição
estão protegidos pelas últimas
costelas e também por uma camada
de gordura. Têm a forma de um grão
de feijão enorme e possuem uma
cápsula fibrosa, que protege o
córtex mais externo, e a medula
mais interna.
Cada rim é formado de tecido
conjuntivo, que sustenta e dá forma
ao órgão, e por milhares ou milhões
de unidades filtradoras, os néfrons,
localizados na região renal.
O néfron é uma longa
estrutura tubular microscópica que
possui, em uma das extremidades,
uma expansão em forma de taça,
denominada cápsula de Bowman,
que se conecta com o túbulo Imagem:
www.drgate.com.br/almanaque/atlas/excretor/excretor.htm
contorcido proximal, que continua
pela alça de Henle e pelo túbulo
contorcido distal; este desemboca
em um tubo coletor. São
responsáveis pela filtração do
sangue e remoção das excreções.
201
Como funcionam os rins
O sangue chega ao rim através da artéria renal, que se ramifica muito no interior do
órgão, originando grande número de arteríolas aferentes, onde cada uma ramificase no
interior da cápsula de Bowman do néfron, formando um enovelado de capilares denominado
glomérulo de Malpighi.
O sangue arterial é conduzido sob alta pressão nos capilares do glomérulo. Essa
pressão, que normalmente é de 70 a 80 mmHg, tem intensidade suficiente para que parte do
plasma passe para a cápsula de Bowman, processo denominado filtração. Essas substâncias
extravasadas para a cápsula de Bowman constituem o filtrado glomerular, queé
semelhante, em composição química, ao plasma sanguíneo, com a diferença de que não
possui proteínas, incapazes de atravessar os capilares glomerulares.
202
O filtrado glomerular passa
em seguida para o túbulo
contorcido proximal, cuja parede é
formada por células adaptadas ao
transporte ativo. Nesse túbulo,
ocorre reabsorção ativa de sódio. A
saída desses íons provoca a
remoção de cloro, fazendo com que
a concentração do líquido dentro
desse tubo fique menor (hipotônico)
do que do plasma dos capilares que
o envolvem. Com isso, quando o
líquido percorre o ramo
descendente da alça de Henle, há
passagem de água por osmose do
líquido tubular (hipotônico) para os
capilares sangüíneos (hipertônicos)
– ao que chamamos reabsorção. O
ramo descendente percorre regiões
do rim com gradientes crescentes
de concentração.
Imagem: GUYTON, A.C. Fisiologia Humana. 5ª ed., Rio de
Janeiro, Ed. Interamericana, 1981.
Conseqüentemente, ele perde ainda
mais água para os tecidos, de forma
que, na curvatura da alça de Henle,
a concentração do líquido tubular é
alta.
Esse líquido muito concentrado passa então a percorrer o ramo ascendente da alça de
Henle, que é formado por células impermeáveis à água e que estão adaptadas ao transporte
ativo de sais. Nessa região, ocorre remoção ativa de sódio, ficando o líquido tubular
hipotônico. Ao passar pelo túbulo contorcido distal, que é permeável à água, ocorre
reabsorção por osmose para os capilares sangüíneos. Ao sair do néfron, a urina entra nos
dutos coletores, onde ocorre a reabsorção final de água.
Dessa forma, estimase que em 24 horas são filtrados cerca de 180 litros de fluido do
plasma; porém são formados apenas 1 a 2 litros de urina por dia, o que significa que
aproximadamente 99% do filtrado glomerular é reabsorvido.
Além desses processos gerais descritos, ocorre, ao longo dos túbulos renais,
reabsorção ativa de aminoácidos e glicose. Desse modo, no final do túbulo distal, essas
substâncias já não são mais encontradas.
203
Imagem: LOPES, SÔNIA. Bio 2.São Paulo, Ed. Saraiva, 2002.
Os capilares que reabsorvem as substâncias úteis dos túbulos renais se reúnem para
formar um vaso único, a veia renal, que leva o sangue para fora do rim, em direção ao
coração.
Regulação da função renal
A regulação da função renal relacionase basicamente com a regulação da quantidade
de líquidos do corpo. Havendo necessidade de reter água no interior do corpo, a urina fica
mais concentrada, em função da maior reabsorção de água; havendo excesso de água no
corpo, a urina fica menos concentrada, em função da menor reabsorção de água.
O principal agente regulador do equilíbrio hídrico no corpo humano é o hormônio
ADH (antidiurético), produzido no hipotálamo e armazenado na hipófise. A concentração
do plasma sangüíneo é detectada por receptores osmóticos localizados no hipotálamo.
Havendo aumento na concentração do plasma (pouca água), esses osmorreguladores
estimulam a produção de ADH. Esse hormônio passa para o sangue, indo atuar sobre os
túbulos distais e sobre os túbulos coletores do néfron, tornando as células desses tubos mais
permeáveis à água. Dessa forma, ocorre maior reabsorção de água e a urina fica mais
concentrada. Quando a concentração do plasma é baixa (muita água), há inibição da
produção do ADH e, conseqüentemente, menor absorção de água nos túbulos distais e
coletores, possibilitando a excreção do excesso de água, o que torna a urina mais diluída.
204
Imagem: GUYTON, A.C. Fisiologia Humana. 5ª ed., Rio de Janeiro, Ed. Interamericana, 1981.
Certas substâncias, como é o caso do
álcool, inibem a secreção de ADH,
aumentando a produção de urina.
Além do ADH, há outro hormônio
participante do equilíbrio hidroiônico do
organismo: a aldosterona, produzida nas
glândulas suprarenais. Ela aumenta a
reabsorção ativa de sódio nos túbulos
renais, possibilitando maior retenção de
água no organismo. A produção de
aldosterona é regulada da seguinte
maneira: quando a concentração de sódio
dentro do túbulo renal diminui, o rim
produz uma proteína chamada renina, que
age sobre uma proteína produzida no
fígado e encontrada no sangue denominada
Imagem: GUYTON, A.C. Fisiologia Humana. 5ª ed.,
angiotensinogênio (inativo), convertendo Rio de Janeiro, Ed. Interamericana, 1981.
a em angiotensina (ativa). Essa substância
estimula as glândulas suprarenais a
produzirem a aldosterona.
205
Imagem: LOPES, SÔNIA. Bio 2.São Paulo, Ed. Saraiva, 2002.
Ureter
Os néfrons desembocam em dutos coletores, que se unem para
formar canais cada vez mais grossos. A fusão dos dutos origina um
canal único, denominado ureter, que deixa o rim em direção à
bexiga urinária.
Bexiga urinária
Uretra
A uretra é um tubo que parte da bexiga e termina, na mulher,
na região vulvar e, no homem, na extremidade do pênis. Sua
comunicação com a bexiga mantémse fechada por anéis musculares
chamados esfíncteres. Quando a musculatura desses anéis relaxa
se e a musculatura da parede da bexiga contraise, urinamos
206
EXERCICIOS
1- São ossos da calota craniana, EXCETO:
a) Parietal.
b) Mandibular.
c) Occipital.
d) Frontal.
a) Fêmur.
b) Ulna.
c) Patela.
d) Úmero.
207
1. Tecido sangüíneo ( ) Neurônio
2. Tecido ósseo ( ) Condrócito
3. Tecido nervoso ( ) Osteócito
4. Tecido muscular ( ) Glóbulo vermelho
5. Tecido cartilaginoso ( ) Fibra muscular
a) 3 – 2 – 5 – 4 – 1.
b) 3 – 5 – 2 – 1 – 4.
c) 5 – 2 – 3 – 4 – 1.
d) 4 – 2 – 5 – 1 – 3.
e) 4 – 1 – 2 – 3 – 5.
6 - Existem processos fisiológicos que não só mantêm a vida das células como também
são capazes de produzir novas células quando estas são lesadas, ficam doentes ou
sofrem desgaste. A respeito do tipo de divisão celular que dá origem a novas células
somáticas, assinale a alternativa INCORRETA.
7 - Os diferentes tipos de tecido muscular podem ser distinguidos entre si pelas formas
de suas células, mas principalmente pelos tipos de órgãos que elas formam e as funções
208
que desempenham. Assinale a alternativa que apresenta informações sobre a célula
muscular.
a) As células musculares lisas, por possuírem contração rápida, também são encontradas
em partes do coração.
b) O trato gastrintestinal é composto de muitas células musculares estriadas esqueléticas
de contração voluntária.
c) Células musculares do tipo cardíaco também são encontradas em órgãos que possuem
contração involuntária.
d) A contração voluntária é uma característica que diferencia as células estriadas
esqueléticas das demais.
e) Por possuírem contração duradoura, as células musculares lisas são encontradas em
músculos do corpo.
1. Audição ( ) Proprioceptores
2. Sensação de frio/calor ( ) Fotorreceptores
3. Visão ( ) Mecanorreceptores
4. Gustação ( ) Termorreceptores
5. Percepção da posição
das articulações ( ) Quimiorreceptores
a) 5 – 3 – 1 – 2 – 4.
b) 1 – 3 – 5 – 4 – 2.
c) 5 – 2 – 4 – 3 – 1.
d) 2 – 5 – 3 – 4 – 1.
e) 4 – 3 – 1 – 2 – 5.
209
e) Artérias conduzem maior quantidade de dióxido de carbono, e veias conduzem menos
dióxido de carbono.
a) Neurotransmissores.
b) Água e sais.
c) Ácido desoxirribonucléico (DNA).
d) Proteínas livres no sangue.
e) Hormônios liberados no sangue.
A) ósseo.
B) cartilaginoso.
C) nervoso.
D) muscular.
A) adrenalina.
B) noradrenalina.
C) acetilcolina.
D) serotonina.
A) inervação simpática.
B) peristaltismo.
C) microvilosidades.
D) peritônio.
A) Laringe.
B) Faringe.
C) Esôfago.
D) Fossas nasais.
211
18. São fatores fundamentais para a contínua limpeza das vias respiratórias do homem:
A) átrio direito.
B) átrio esquerdo.
C) ventrículo direito.
D) ventrículo esquerdo.
20. O sangue venoso que chega ao coração é bombeado para ser oxigenado nos
capilares dos alvéolos pulmonares através da(s)
A) artéria aorta.
B) veias cava.
C) artérias pulmonares.
D) veias pulmonares.
212
24. No homem, a lente natural que proporciona a acomodação visual para focalizar a
imagem corretamente sobre o fundo do olho é o(a)
A) retina.
B) córnea.
C) cristalino.
D) humor vítreo.
A) mesencéfalo.
B) diencéfalo.
C) ponte.
D) bulbo.
27. Há mais de dez anos o Brasil conseguiu erradicar a poliomielite através da aplicação
da vacina
A) tríplice.
B) Sabin.
C) BCG.
D) anti-rábica.
28. Marque o maior órgão do sistema linfático humano e que apresenta, entre outras
funções, a retirada de circulação de hemácias velhas e armazenamento deuma certa
quantidade de sangue.
A) Tonsila palatina.
B) Linfonodo.
C) Timo.
D) Baço.
A) osteoclastos.
213
B) osteoblastos.
C) osteócitos.
D) periósteo.
A) fêmur.
B) rádio.
C) ulna.
D) úmero.
32. Diferentemente do que ocorre no restante do corpo humano, sob a pele da bolsa
escrotal não há tecido adiposo. Em seu lugar existe um tecido muscular liso denominado
dartos. Esse detalhe tem relação com a
33. Marque a associação correta entre o número e o tipo de dentes na segunda dentição
humana.
TIPO NÚMERO
A) Incisivos 12
B) Caninos 4
C) Pré-molares 4
D) Molares 8
A) céfalo-raquidiano.
B) sinovial.
C) intersticial.
D) perilinfático.
214
A) AMP cíclico.
B) adenosina tri-fosfato.
C) nicotinamida adenina dinucleotídeo.
D) ácido desoxi-ribonucléico.
36. No tecido nervoso, as células da glia com a função de formar a bainha de mielina no
sistema nervoso central são os(as)
A) oligodentrócitos.
B) astrócitos.
C) micróglias.
D) células do epêndima.
37. Sobre a importância do colesterol para o corpo humano, marque a opção verdadeira.
A) veias jugulares.
B) artérias carótidas.
C) artérias coronárias.
D) veias cava.
39. Algumas artérias podem ter a sua pulsação percebida por um examinador durante o
exame físico de uma pessoa porque no seu trajeto passam próximos à superfície do
corpo. A artéria cuja pulsação NÃO pode ser percebida num exame físico normal é a:
A) femoral.
B) radial.
C) carótida.
D) ilíaca.
A) Fungi.
B) Monera.
C) Protista.
D) Plantae.
41. Marque a estrutura que NÃO é inervada pelo sistema nervoso autônomo.
A) Diafragma.
215
B) Miocárdio.
C) Estômago.
D) Intestino delgado.
A) basal.
B) germinativa.
C) espinhosa.
D) córnea.
47. Uma bala que atravessa exclusivamente a cavidade torácica pode causar lesão em
todos os seguintes órgãos, EXCETO
A) pulmão.
B) coração.
C) esôfago.
D) tireóide.
216
48. O órgão denominado “adrenal” pertence a qual dos sistemas orgânicos abaixo?
A) urinário.
B) endócrino.
C) reprodutor.
D) locomotor.
E) digestivo.
50. O pâncreas está relacionado diretamente com qual das estruturas anatômicas abaixo
relacionadas?
217
Na figura acima, I, II e III são respectivamente:
218
I - Em A, enquanto o tríceps braquial se contrai, o bíceps braquial relaxa.
II - Em B, o bíceps braquial relaxa, empurrando os ossos rádio e ulna e o antebraço se
estende.
III - Em A, a contração do bíceps braquial puxa os ossos do antebraço, que se dobra
sobre o braço.
IV - Em B, o bíceps braquial relaxa e o tríceps braquial se contrai, diminuindo de
tamanho e fazendo com que o antebraço se estenda.
a) I;
b) III;
c) I e II;
d) II e IV;
e) III e IV.
53 - Em uma aula prática sobre tipos de ossos, um grupo de alunos recebeu como tarefa
escolher e arrumar quatro ossos de acordo com a seguinte seqüência: dois ossos longos,
um osso laminar (plano ou chato) e um osso curto.
Assinale a opção em que a tarefa foi cumprida corretamente:
54 - Um certo tipo de articulação, que pode ser comparado à dobradiça de uma porta,
permite movimentos de flexão em um único plano. No corpo humano, esse tipo de
articulação é encontrado no (na):
a) ombro e quadril;
b) cotovelo e joelho;
c) quadril e pescoço;
d) pescoço e cotovelo;
e) ombro e joelho.
219
55 - Analise as descrições abaixo, que se referem a duas estruturas ósseas do corpo
humano.
A - formada pelos ossos coxais (do quadril), pelo sacro e pelo cóccix.
B - formada por parte da coluna vertebral, pelas costelas e pelo esterno.
As estruturas descritas em A e B são chamadas, respectivamente
de:
a) aumenta com a idade porque certos ossos se fragmentam formando ossos menores;
b) diminui após a fase adulta porque certos ossos se degeneram e são absorvidos pelo
organismo;
c) aumenta do nascimento até a adolescência e diminui após a fase adulta;
d) diminui com a idade porque certos ossos se soldam durante o desenvolvimento do
indivíduo;
e) é o mesmo do nascimento à senilidade.
220
I - Os órgãos assinalados pelo número 2 produzem a saliva que atua na digestão das
vitaminas e lubrifica o alimento, facilitando a deglutição.
II - A bile, produzida no órgão de número 5, possui sais biliares que, ao emulsionarem
as gorduras, facilitam a sua digestão.
III - A absorção das moléculas simples de nutrientes e a formação de fezes ocorrem,
respectivamente, nos órgãos indicados pelos números 7 e 8.
IV - A digestão das proteínas contidas nos alimentos é feita por enzimas secretadas
pelos órgãos de número: 4, 6 e 7.
A(s) afirmativa(s) correta(s) é/são somente:
a) I;
b) II e III;
c) III e IV;
d) I , II e IV;
e) II , III e IV.
221
a) glicogênio, lipídio e proteína;
b) amido, proteína e vitamina;
c) proteína, amido e lipídio;
d) glicogênio, lipídio e vitamina;
e) lipídio, proteína e amido.
a) pepsina .maltose;
b) lipase , lactose;
c) ptialina , amido;
d) tripsina , gordura;
e) sacarase , proteína.
60 - Sobre o esquema abaixo, que representa um coração humano, é correto afirmar que:
a) o sangue que sai do ventrículo esquerdo é enviado aos pulmões, onde sofre hematose;
b) o sangue que circula nas veias pulmonares e na aorta é rico em gás oxigênio;
c) a artéria pulmonar traz sangue oxigenado dos pulmões para o coração;
d) o sangue que circula no lado direito do coração é rico em gás oxigênio e pobre em
gás carbônico;
e) o átrio esquerdo se comunica com o ventrículo esquerdo por um orifício protegido
pela válvula tricúspide.
a) artérias;
b) veias;
c) arteríolas;
d) vênulas;
e) capilares.
222
A opção que apresenta a associação correta entre os números e as estruturas é: 1 2 3 4 5
a) brônquios;
b) esôfago;
c) laringe;
d) traquéia;
e) faringe.
a) hipotálamo;
b) hipófise;
c) córtex;
d) tálamo;
223
e) mesencéfalo.
65 - Sobre a figura abaixo, que representa o sistema reprodutor masculino, são feitas
três afirmativas:
a) 5, 2 e 7;
b) 4, 3 e 1;
c) 9, 7 e 2;
d) 1, 4 e 6;
e) 3, 6 e 5.
224
a) II;
b) I e III;
c) III e IV;
d) I, II e IV;
e) II, III e IV.
67. Um cadáver de cor clara só foi periciado e resgatado depois de cerca de 10h de
exposição ao sol. Nessa condição, a pigmentação de sua pele sofreu alteração. A
variação na cor da pele acontece por estimulação dos raios solares, principalmente, nos:
A) adipócitos.
B) fibroblastos.
C) colágenos.
D) melanócitos.
E) elementos da derme.
68. Uma criança morreu com falta de ar por obstrução na garganta, provocada ao tentar
engolir um botão de paletó. Houve fechamento na região das pregas vocais. A válvula,
que regula a passagem de alimento para as vias digestórias, é a:
A) cárdia.
B) pilórica.
C) esofágica.
D) ileocecal.
E) epiglótica.
69. Um indivíduo teve uma estaca de madeira encravada no mediastino e morreu por
hemorragia interna. Essa região está localizada:
A) abaixo do diafragma.
B) nos músculos hipogástricos.
D) no coração.
C) entre os pulmões.
E) colateralmente aos rins.
70. Num acidente automobilístico, o indivíduo teve fratura em duas vértebras cervicais.
Esta região é denominada de
A) torácica.
B) pescoço.
C) sacral.
D) lombar.
E) coccígea.
225
GABARITO
1. B
2. C
3. C
4. B
5. C
6. B
7. D
8. A
9. B
10. A
11. E
12. E
13. B
14. C
15. X
16. C
17. B
18. B
19. A
20. C
21. C
22. D
23. B
24. C
25. B
26. X
27. B
28. D
29. B
30. D
31. C
32. A
33. B
34. B
35. B
36. X
37. X
38. C
39. A
40. B
41. A
42. A
43. C
44. A
45. D
46. C
226
47. D
48. B
49. A
50. B
51. B
52. E
53. D
54. B
55. E
56. D
57. E
58. B
59. C
60. B
61. E
62. D
63. E
64. A
65. B
66. D
67. D
68. E
69. C
70. B
FONTES BIBLIOGRÁFICAS
227
-Textos sobre o assunto (disponíveis na internet)
Todo esse material foi compilado e resumido com o simples propósito de servir
como fonte de estudos, e foi produzido SEM FINS LUCRATIVOS.
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