Dipolo Magnético Ressonante e Seus Modelos
Dipolo Magnético Ressonante e Seus Modelos
Dipolo Magnético Ressonante e Seus Modelos
Escola de Engenharia
Curso de Graduação em Engenharia de
Telecomunicações
Niterói – RJ
Julho/2017
ii
Niterói – RJ
Julho/2017
iii
.
iv
BANCA EXAMINADORA
Niterói – RJ
Julho/2017
v
Agradecimentos
Agradeço a meus pais que sempre me apoiaram nos momentos mais difı́ceis e me deram
suporte necessário para que eu sempre conseguisse realizar meus sonhos, sempre com
palavras de amor e de afeto.
Agradeço ao meu irmão, que mesmo morando distante, sempre me deu motivação para
seguir em frente.
Agradeço, também, a Anne por estar ao meu lado nessa jornada, desde o inı́cio, e sempre
acreditou em mim quando eu mesmo não acreditava.
Obrigado ao Professor Tarcı́sio Dantas pela a orientação, sua presença foi fundamental
para a realização desse trabalho.
Agradecimentos
Aos meus pais Pedro Ernesto e Luciane que sempre me apoiaram, aconselharam, ajudaram
a moldar meu caráter e foram os maiores incentivadores da minha jornada. Sempre com
um amor incondicional e apoio para me ajudar a crescer.
À minha irmã Milliane, que sempre me motivou e serviu de inspiração para continuar me
esforçando.
À minha tia Rachel, que nos deixou precocemente, mas acompanhou minha caminhada e
sempre me incentivou a buscar meus sonhos.
Pedro Christo
Lista de Figuras
viii
ix
Lista de Tabelas
Agradecimentos vi
Lista de Figuras ix
Lista de Tabelas x
Resumo xiv
Abstract xv
1 Introdução 1
1.1 História da Radiofrequência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
3 Propagação Ionosférica 11
3.1 Camadas da Ionosfera . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
3.2 Variações na ionosfera . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
3.3 Fatores de degradação do sinal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
3.3.1 Condição Climática . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
3.3.2 Desvanecimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
xi
xii
3.3.3 Ruı́do . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
3.4 Propagação de Ondas Eletromagnéticas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
3.5 Propagação Terra - Terra . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
4 Antenas 18
4.1 Principais parâmetros para análise das antenas . . . . . . . . . . . . . . . . 18
4.2 Diagrama de radiação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
4.3 Diretividade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
4.4 Ganho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
4.5 Eficiência da Antena . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
4.6 Eficiência de Radiação da Antena . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
4.7 Baluns . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
4.8 Polarização . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
4.8.1 Polarização Linear . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
4.8.2 Polarização Circular . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
4.8.3 Polarização Elı́ptica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
4.9 Impedância de Entrada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
4.10 Largura de Banda . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
4.11 Antenas Lineares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
4.12 Antenas Loop . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
4.12.1 Loop Pequeno . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
4.12.2 Análise da Antena Loop Circular . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
4.12.3 Eficiência de Radiação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
4.12.4 Loop com corrente não Uniforme . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
4.12.5 Cálculo da Perda de Retorno . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
4.12.5.1 Perda de Retorno para Corrente Uniforme . . . . . . . . . 31
4.12.5.2 Perda de retorno para corrente não uniforme . . . . . . . . 32
4.12.6 Modelo Elétrico Equivalente para Cálculo da Impedância de Entrada 32
5 Resultados Experimentais 35
5.1 Loop Ressonante . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
5.1.1 Confecção da Antena . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
5.1.2 Equipamentos Utilizados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
xiii
6 Discusão de Resultados 65
7 Conclusão 69
Anexos 71
Referências Bibliográficas 80
xiv
Resumo
Abstract
This Final Course Assignment is a study about transmission and radio frequency, with
focus in Loop style antennas. The Loop antenna was chosen because it’s easy to manufac-
ture and the popular use on amateur-radio, witch draws attention about it’s differentes
arrangements and models, besides other applications that need a direcional and compact
antenna. Three Loop antennas are manufactured, tested and compared with theoretical
values.
Keywords: Antenna. Loop. Radio. Amateur-Radio. Shortwaves.
Capı́tulo 1
Introdução
glielmo Marconi (1874 – 1937) no ano de 1896, criação essa que se deve muito ao cientista
e inventor Nikola Tesla (1856 – 1943), pois Marconi se baseou nos estudos apresentados
por Tesla e usou as 19 patentes criadas para a elaboração do primeiro sistema de telegrafia
sem fio.
No começo do século XX, ocorreram os primeiros registros de transmissões radi-
ofônicas. Sua evolução e disseminação se deu rapidamente devido a sua versatilidade e
variadas aplicações. No que tange a diversas faixas e tipos de ondas, temos as ondas curtas,
que são caracterizadas como de altas frequências (HF – High Frequency) por permitirem
aos radiodifusores propagarem suas transmissões em milhares de quilômetros, dependendo
da condição atmosférica e do horário das transmissões. Podem atingir até o extremo do
globo terrestre, pois sua propagação se dá pela ionosfera, que reflete as ondas HF e per-
correm grandes distâncias. Assim, tais sistemas radiodifusores são conhecidos por Rádio
Difusão Internacional. Devido a sua capacidade de se propagar em grandes distâncias,
tal caracterı́stica é única em todo o espectro radioelétrico. Essa diferenciação permite
que seu uso tenha diversas aplicações, como por exemplo: propaganda, onde foi muito
usado na primeira guerra mundial pela Alemanha e durante a guerra fria em questões
polı́tico-econômicos entre os Estados Unidos e União Soviética; agências governamentais,
onde faziam transmissões diplomáticas, espionagem, meteorológicas, sincronização, hora
local e radioamadorismo, sendo essa uma faixa dedicada para uso civil.
O radioamadorismo possui faixas de frequências dedicadas, localizadas na faixa das
ondas curtas, em virtude do baixo preço dos equipamentos e da possibilidade de comunica-
ção a longa distância. Essas faixas dedicadas ao uso civil são reguladas e autorizadas pelo
órgão regulador de cada paı́s, possibilitando a comunicação entre grupos de entusiastas,
e desenvolvimento de estudos cientı́ficos na área, normalmente sem fins lucrativos.
Algumas tecnologias atuais foram desenvolvidas por radioamadores. Por exemplo,
o sistema de telefonia celular tem o mesmo princı́pio das estações repetidoras que são
amplamente utilizadas pelo radioamadorismo, onde uma estação tem o sistema de trans-
missão e recepção; outras tecnologias são o sistema de radar e a transmissão de dados via
micro-ondas. Tais tecnologias foram primeiramente difundidas entre os radioamadores e,
posteriormente, devido ao seu sucesso, se ramificaram em tecnologias usuais.
Uma das caracterı́sticas do radioamadorismo é a utilização de equipamentos impro-
visados ou fabricados pelos próprios usuários. As antenas em Loop são um bom exemplo
3
Espectro de Radiofrequências e
Serviços
Na região 2, onde o Brasil se encontra, temos serviços estabelecidos pela UIT, como
por exemplo, na faixa de VHF (30 - 300 MHz) temos serviços como o radioamadorismo
e a radio localização. Na faixa de MF (300 - 3000 kHz) temos o serviço móvel marı́timo,
o de radioastronomia e radioamadorismo e comunicação via satélite. Nas faixas SHF (3
- 30 GHz) e EHF (30-300 GHz) temos satélite de exploração da terra, pesquisa espacial,
telefonia celular via satélite (uplink e downlink ), radioamador / comunicação via satélite
amador, radio navegação, entre outros.
2.3 Radionavegação
Radionavegação é a aplicação de localização de algum ponto na Terra de acordo com a
intensidade do sinal de rádio recebido. No princı́pio da radionavegação, eram utilizados
sistemas com antenas direcionais, que indicavam a direção de uma estação, chamadas de
radiofaróis. Esse tipo de equipamento ficou conhecido como radiocompasso e funcionava
como uma bússola que sempre apontava para a estação sintonizada, ou radiofarol.
O modelo de antena direcional, normalmente utilizado na rádio navegação, é o
Loop Magnético. A princı́pio, a antena era instalada de forma a permitir rodar em torno
de seu próprio eixo. Por caracterı́stica da antena, quando colocada perpendicularmente
em relação ao sinal transmitido, por seu formato simétrico, um lado da antena anulava o
sinal do outro, assim era possı́vel encontrar a direção da estação procurando o ângulo em
que o sinal recebido era mı́nimo.
Horizon (Além do Horizonte), que é um tipo de radar que utiliza a propagação ionosférica
para a identificação de aeronaves, na proteção dos territórios. Tem um alcance igual a,
aproximadamente, 120 km.
2.4 Radioamadorismo
Radioamadorismo é a atividade técnico-cientifica que consiste em estudar e praticar co-
municação via rádio. Teve seu inı́cio no Brasil, com o padre Roberto Landell de Moura
e na Itália, com Guglielmo Marconi, entre o final do século XIX e século XX, onde se
iniciaram os primeiros estudos e transmissões de sinal via rádio.
É praticado em quase todos os paı́ses do mundo, como um hobby, que gerou grandes
contribuições para as comunicações, criando novos equipamentos, modos de transmissão
e explorando novas faixas a serem utilizadas. Foram os primeiros a utilizarem as faixas de
VHF e UHF. Atualmente, utilizam faixas de 30 kHz a 10 GHz para comunicações locais
8
Por ser uma atividade sem fins lucrativos, o radioamadorismo reúne um grande
número de praticantes que compartilham suas experiências, invenções e técnicas de trans-
missão em fóruns, clubes e encontros tanto nacionais como mundiais.
No Brasil, nos últimos anos vêm ocorrendo uma migração das tradicionais rádios
AM para FM, pois apesar do maior alcance, as primeiras sofrem mais com a interferên-
cia de outros equipamentos, além do crescimento da parcela de ouvintes de rádio por
dispositivos móveis e celulares, que não apresentam recepção AM.
Capı́tulo 3
Propagação Ionosférica
Em 1902, dois cientistas, Arthur Kenelly (1861 – 1939), e Oliver Heaviside (1850 – 1925)
sugeriram, teoricamente, que na camada superior terrestre havia uma região condutora
de eletricidade, camada essa que agiria como obstáculo e defletiria os sinais de rádio
que permitiram as experiências bem sucedidas de transmissão transatlântica, que haviam
ocorrido um ano antes. A existência da ionosfera só foi comprovada pelo cientista inglês
Edwar Appleton (1892 – 1965), através de experimentos. Ao longo dos anos, cada vez
mais cientistas estudaram os aspectos e a composição da ionosfera através de satélites,
foguetes e balões de alta atitude.
A ionosfera, como o próprio nome sugere, é composta basicamente por partı́culas
carregadas eletricamente, chamadas de ı́ons, que são moléculas ou átomos que podem
perder ou ganhar elétrons. Na ionosfera, esses ı́ons estão dispostos em muitas camadas,
que são capazes de refletir as ondas de rádio na faixa de HF e devolvê-las à terra, assim
fazendo com que as transmissões percorram grandes distâncias. Essa é uma região da
atmosfera compreendida entre 50 e 1000 km de altitude.
do sol, tem seu ápice ao meio dia e desaparece ao pôr do Sol. É caracterizada pela baixa
ionização, que não causa reflexão da onda eletromagnética, mas é suficiente para uma
razoável absorção, e a existência de uma densidade de partı́culas neutras razoavelmente
alta.
Camada E: Ocupa a faixa entre 90 e 140 km de altura, é uma camada útil na
propagação de ondas de rádio. Sua intensidade varia de acordo com o ângulo zenital do
Sol, atingindo o ápice ao meio dia e decaindo de acordo com o pôr do Sol. De acordo
com o horário do dia, pode apresentar grande absorção de energia eletromagnética. A
densidade de ı́ons é maior quando se aproxima do meio dia e apresenta comportamento
simétrico, em relação à densidade ao longo do dia.
Camada E Esporádica: Seu surgimento é uma condição de difı́cil previsão que
ocorre em situações bem especı́ficas, principalmente durante o ciclo solar, pois como foi
dito anteriormente, o sol é o agente principal de ionização da ionosfera. Dessa forma,
o surgimento da camada E esporádica tem relação total e direta com os ciclos solares.
Desse modo, a camada pode possuir extensões grandes, pequenas ou em nuvens. Como
a densidade dos elétrons e a composição da ionosfera sofrem uma mudança bastante
significativa, isso faz com que haja bloqueio parcial ou total de comunicações em altas
frequências, porém, com tais mudanças há também refrações, reflexões e dutificações
de ondas eletromagnéticas em faixas de frequências nas quais, em condições normais, a
camada E seria transparente. Por exemplo, os sinais VHF podem ser propagados a uma
grande distância; igual ocorre com os sinais MF. Basicamente, existem dois mecanismos
de propagação mais comuns nessa camada. Sendo o primeiro, onde ocorrem reflexões
simples através de uma única “nuvem”. E o segundo mecanismo é a reflexão nuvem
a nuvem, sendo esse meio de propagação muito difı́cil de ocorrer, onde duas “nuvens”
ionizadas estão localizadas entre as estações de recepção e transmissão e o sinal é refletido
de uma “nuvem” para outra até a estação receptora. Ambos os casos podem ser verificados
na figura 3.1.
O clima é um dos fatores que afetam a propagação, pois dependendo do fenômeno climá-
tico, as ondas podem alcançar distâncias maiores ou sofrer uma atenuação substancial.
Dentre os fatores climáticos, temos a atenuação causada por absorção, com as gotas de
chuva sendo bastante significativas para frequências acima da faixa de VHF, atenuação
causada devido ao nevoeiro bastante significativa em frequências acima de 2 GHz e ao
granizo, que apresenta uma atenuação consideravelmente menor do que as gotas de chuva
por ter um ı́ndice de refração menor que a mesma.
15
Não há regras que predigam os efeitos do tempo nas transmissões, pois tais varia-
ções de tempo são complexas e dinâmicas. Cabe a cada engenheiro, ao dimensionar um
enlace, levar em consideração esse tipo de atenuação e incluir uma margem no balancea-
mento do sistema, para evitar a degradação total do sinal.
3.3.2 Desvanecimento
3.3.3 Ruı́do
Existem diversas fontes de ruı́do que afetam a recepção, que podemos identificar como
o meio de propagação, equipamentos e cabos. No meio de propagação pode haver um
outro sinal causando interferência no sinal irradiado e sendo aleatório e difı́cil de prever.
Já o ruı́do do equipamento e do cabo, é um tipo que reconhecemos facilmente, pois todo
equipamento vem com as especificações já medidas pelo fabricante; assim sabemos em
quantos dB nosso sinal vai cair a uma certa distância, por exemplo.
teoria de campo, ela relaciona os campos fontes com os campos resultantes, também iden-
tificados como vetores de campo. Os vetores de campo e as suas fontes estão relacionadas
pelas equações 3.1.
Todo e qualquer problema de valor de contorno em eletromagnetismo, numa abor-
dagem macroscópica, tem solução através das equações de Maxwell, mas também, através
das equações constitutivas e das equações do contorno.
~ =ρ
∇·D
~ =0
∇·B
~
(3.1)
~ = J~ +
∇×H ∂D
∂t
~ = ~
∇×E − ∂∂tB
~ é o vetor deslocamento, ρ é a densidades volumétrica de carga, B
Onde D ~ é o vetor
~ é o vetor intensidade de campo magnético, J~ é o vetor densidade
indução magnética, H
~ é o vetor intensidade de campo elétrico.
de corrente elétrica e E
As relações constitutivas podem ser escritas da seguinte forma, para meios lineares, iso-
trópicos e uniformes:
~ = εE
D ~ = ε0 + P~
J~ = σ E
~ (3.2)
~ = µH
B ~
Antenas
Quando se fala em telecomunicações, logo associamos essa ideia às antenas, pois de fato,
elas têm um papel fundamental nas transmissões. Na sua definição, podemos dizer que
transformam energia eletromagnética confinada em energia eletromagnética irradiada e
vice-versa. Em outras palavras, a antena é uma estrutura de transição entre o espaço
livre e a linha de transmissão.
4.3 Diretividade
A diretividade da antena é definida pela razão da máxima intensidade de radiação em
uma dada direção, e a intensidade média irradiada em todas as direções da antena. A
intensidade média irradiada pela antena é igual à potência total irradiada pela antena
isotrópica. Se a direção não for especificada, a direção de maior intensidade é utilizada.
U 4πU
D= = (4.2)
U0 Prad
20
Para sistemas irradiantes, sem perdas ôhmicas, a potência total irradiada é igual
à potência média (integral do vetor de Poynting) irradiada pela antena.
4.4 Ganho
O ganho de uma antena é definido como o produto da diretividade pela eficiência de
radiação. Tal medição descreve as propriedades direcionais das antenas, considerando
apenas as perdas dielétricas e nos condutores. Para sabermos o ganho da antena temos
que definir a eficiência de radiação, que é a razão da potência radiada pela potência do
transmissor.
Pr ad
n= (4.3)
Pt
O ganho da antena é definido como,
4πR2 Smax
G= (4.4)
Pt
Sua equação é bastante similar a da diretividade, exceto pela referência, pois en-
quanto a equação da diretividade é uma relação da potência irradiada, o ganho é uma
relação da potência do transmissor. Logo, podemos relacionar as duas equações, como
segue.
G = nD (4.5)
e0 = er ec ed (4.6)
Onde:
21
e0 – Eficiência total
er – Eficiência da reflexão (1 − |Γ|2 )
ec – Eficiência do condutor
ed – Eficiência Dielétrica
Γ – Coeficiente de reflexão nos terminais de entrada da antena
Como é difı́cil computar ec e ed separadamente, é mais conveniente escrever os dois
como um termo só.
Rr
ecd = (4.8)
RL + Rr
4.7 Baluns
Um circuito elétrico é considerado balanceado quando seus dois condutores (ida e retorno)
ou terminais, têm módulo do potencial (tensão) iguais em relação à “terra”. Os cabos
coaxiais, diferente das antenas, são estruturas desbalanceadas, pois apresentam potenciais
na sua parte interna e sua malha, distintos, assim causando um desbalanceamento entre
seus terminais. Quando há o acoplamento de uma antena a um cabo coaxial, parte do
sinal refletido pela antena é irradiado pela malha metálica causando interferência no sinal
transmitido além de leituras imprecisas do SWR.
Para solucionar esse problema utilizamos um dispositivo chamado Balun (Balance
to Unbalace – Balanceado para Não-Balanceado), que realiza o casamento de impedância
necessário no acoplamento da antena ao cabo coaxial, de forma que o sinal refletido não
seja irradiado pela malha externa.
22
4.8 Polarização
Esta é uma propriedade do campo eletromagnético que descreve a variação da direção e
da amplitude do campo elétrico instantâneo, numa coordenada espacial de propagação.
A partir da escolha desta propriedade, é possı́vel realizar manobras técnicas importantes
visando o aumento da banda de frequências do sistema de comunicação, assim como
otimizar uma transmissão frente aos empecilhos naturais da atmosfera. A polarização,
definida pelo tipo de antena empregada, é classificada em linear, circular e elı́ptica.
A polarização elı́ptica pode ser definida em analogia com a polarização circular, contudo
fazendo as amplitudes das ondas lineares de amplitudes diferentes e defasada de 90o ou
amplitudes quaisquer e defesagem diferente de 0o , 90o e 180o .
Z = RA ± jXA (4.9)
24
Onde:
Z – Impedância da antena
RA – Resistência da antena
XA – Reatância da antena
A antena Loop eletricamente pequena, também é conhecida como Loop Magnético. Este
1
é considerado pequeno se tiver um comprimento de circunferência inferior a 10
do compri-
mento de onda. Por ser mais sensı́vel, a componente magnética da onda apresenta uma
resistência de propagação menor que a sua perda ôhmica, implicando em que a antena
não seja uma boa irradiadora de sinal. Geralmente, é utilizada como receptora, como em
rádio localização e sondas para medições em campo.
Existem algumas técnicas para aumentar a eficiência, tanto na transmissão quanto
na recepção da antena, tais como: utilizar um capacitor em ressonância com a antena,
adicionar uma “espira” ressonante à antena ou adicionar um ferrite ao seu núcleo, o que
aumenta a intensidade do campo magnético e a resistência de propagação da antena.
Para realizar a análise do campo de uma antena loop é utilizado o seguinte arranjo geo-
métrico: a antena é posicionada, simetricamente, no plano x − y com seu centro em z = 0,
além de assumir que o fio que constitui a antena é muito fino e a distribuição espacial de
corrente Ie = I0 onde I0 é constante.
A princı́pio será analisada a distribuição espacial da corrente (Ie ), que será impor-
tante para cálculos futuros, e serão demonstrados os desafios na caracterização desse tipo
de antena.
Assim temos:
Ix cos(φ0 ) −sen(φ0 ) 0 Iρ
Iy = sen(φ0 ) 0 (4.11)
cos(φ ) 0 I
φ
Iz 0 0 1 Iz
Expandindo, pode ser escrito da seguinte forma:
26
I = Iρ cos(φ0 ) − Iρ sen(φ0 )
x
Iy = Iφ sen(φ0 ) + Iφ cos(φ0 ) (4.12)
I =I z z
Na forma polar:
â = âr sen(θ)cos(φ) + âθ cos(θ)cos(φ) − âφ sen(φ)
x
ây = âr sen(θ)sen(φ) + âθ cos(θ)sen(φ) + âφ cos(φ) (4.13)
â = â sen(θ) − â cos(θ)
y r θ
e−jkR 0
Z
µ
A(x, y, z) = Ie (x0 , y 0 , z 0 ) dl (4.15)
4π C R
Por fim, chegamos à seguinte integral:
27
√2 2
e−jk r +a +2arsen(θ)cos(φ)
Z
aµI0
A(φ) = cos(φ) p dφ0 (4.16)
4π C
2 2
r + a + 2arsen(θ)cos(φ)
A solução da integral 4.16 é complexa, pois na sua parte real apresenta integrais
elı́pticas de segundo grau, e encontramos esse tipo de integral em outros cálculos que
envolvem a distribuição espacial da corrente. Não é a proposta desse trabalho resolver esse
tipo de equação, mas isso demonstra que apesar da construção simples e formato simétrico,
o que normalmente facilita na resolução das integrais, a modelagem dessa antena apresenta
um grau de dificuldade considerável. Nos próximos capı́tulos, será proposta uma solução
através de circuitos elétricos para transpor os desafios da integral em questão.
Uma solução para se trabalhar com antenas loop é considerar que o comportamento
do campo de um loop magnético pode ser comparado com o de um dipolo infinitesimal [5].
A diferença ocorre no campo próximo à antena, onde no dipolo infinitesimal é de natureza
capacitiva e da antena loop é de natureza indutiva. Quando um loop é comparado com
um dipolo, é levado em consideração que o comprimento da circunferência do loop deve
ser igual ao comprimento do dipolo e os dois com a corrente se comportando de forma
uniforme.
4
C 2
Rr = 20π (4.17)
λ
4
C
2
Rr = 20π N2 (4.18)
λ
A partir do momento em que o loop deixa de ser apenas uma espira e passa a ter N
espiras, não é possı́vel mais manter esse tipo de comparação, entre o loop e o dipolo, pois
28
o comportamento de sua corrente passa a não ser mais uniforme, coisa que não ocorre no
dipolo.
Quando as antenas Loop apresentam raios maiores que 0, 016λ [5] a variação de corrente
ao longo da circunferência deve ser levada em consideração. Isto é, podemos considerar a
corrente com distribuição cossenoidal ou como uma Série de Fourrier, da forma:
M
X
0
I(φ ) = I0 + 2 In cos(nφ) (4.19)
n=1
Figura 4.6: Gráfico da Amplitude da Corrente Pela Variação do Ângulo da Antena [5]
existem duas abordagens na modelagem da antena loop, corrente uniforme e corrente não
uniforme. Isso leva a duas abordagens diferentes para o cálculo da perda de retorno.
A antena loop para corrente uniforme é modelada como um dipolo, então podemos calcular
a perda de retorno através da impedância de entrada, dada na equação 4.20.
Onde:
Rr é a resistência de radiação
RL é a perda por efeito joule
LA é a indutância externa
Li é a indutância interna
Para calcular a perda por efeito joule utilizando a equação 4.21 [5].
r
a 2πf µ0
RL = (4.21)
b 2σ
Onde:
a é o raio da espira
b é o raio do condutor
f é a frequência
µ0 é a permeabilidade magnética
σ é a condutividade
Para calcular a indutância externa, utilizamos a equação 4.22 [5].
8a
LA = µ0 a ln −2 (4.22)
b
Para calcular a indutância interna, utilizamos a equação 4.23 [5].
r
a 2πf µ0
Li = (4.23)
2πf b 2σ
Com o valor de Zin é possı́vel encontrar o valor de Γ, coeficiente de reflexão, através
da equação 4.24.
32
Zi n − 50
Γ= (4.24)
Zi n + 50
E, por fim, calcular a perda de retorno através da equação 4.25.
1
Pr = 10log( )2 (4.25)
Γ
O cálculo para corrente não uniforme também é baseado na impedância de entrada, po-
rém os dados são obtidos a partir das tabelas do artigo [2], que apresenta tabelas com
modelagens de antenas loop onde encontramos a parte real e a parte reativa para cada
C
frequência, expressa em kb, kb = λ
, onde C é o comprimento da circunferência e λ é o
comprimento de onda. Assim, temos a equação 4.26 da impedância de entrada.
Zin = R + jX (4.26)
Onde:
R é a parte real
X é a parte reativa
Com o Zin podemos utilizar a equação 4.24, para encontrar o coeficiente de reflexão
e a equação 4.25, para encontrar a perda de retorno.
Onde:
ZL – Impedância da antena
Vg – Gerador de sinais
XA – Resistência do gerador
L – Comprimento da linha de transmissão
Usando a Teoria de Parâmetros Distribuı́dos, temos as seguintes soluções genéricas
para as ondas de tensão e corrente totais:
V
Z= (4.28)
I
Como a impedância, tensão e resistência são distribuı́das ao longo da linha, para
calcularmos a impedância da carga, iremos usar a coordenada z = 0.
V− ZL − Z0
+
= = ΓL (4.30)
V ZL + Z0
Como V + = |V + |ejφ+ e V − = |V − |ejφ− , teremos:
ejφ−
ΓL = Γ0 = Γ0 ejφL (4.31)
ejφ+
Onde: φL = φ− − φ+
Generalizando, para qualquer ponto:
1 + ΓL e+2jβz
Z(z) = Z0 (4.33)
1 − ΓL e+2jβz
Ou ainda,
Z(z) − Z0
= ΓL e+2jβz (4.34)
Z(z) + Z0
A equação 4.34 comparada com a 4.30 e 4.32 pode ser definida como o coeficiente
para qualquer ponto da linha de transmissão, ou seja, é a forma generalizada.
Voltando para a equação 4.32, pela identidade de Euler,
+ −
Z(z) = Z0 VV + (cosβz−jsenβZ)−V
(cosβz−jsenβZ)+V (cosβz+jsenβZ)
− (cosβz+jsenβZ)
+ − + −
(4.35)
+V )cosβz−(V −V )senβz
= Z0 (V
(V + =V − )cosβz−(V + +V − )senβz
ZL − jZ0 tg(βZ)
Z(z) = Z(0) (4.36)
ZL − jZL tg(βZ)
Capı́tulo 5
Resultados Experimentais
Nessa antena em questão foram utilizados fios de cobre para a confecção do loop. O loop
primário utiliza um fio de cobre de 1,8 mm de diâmetro e moldado em uma circunferência
com 8,75 cm de raio. O loop secundário utiliza um fio de cobre de 3,5 mm e foi moldado
em uma circunferência com 44 cm de raio.
Para sustentar a estrutura, foi utilizada uma canaleta de pvc. Na figura 5.2 mostra
como ficou a antena pronta.
Figura 5.4: Audio Generator da Delta em cima e Sweep Generator da Wiltron Company
na parte de baixo
38
(a) SO-239 Fêmea para BNC Macho (b) SO-239 Macho para BNC
Fêmea
5.1.4 Execução
A proposta inicial foi trabalhar na faixa de ondas curtas, entre 3 MHz e 30 MHz, porém
o gerador de sinal utilizado não atingia frequências abaixo de 5 MHz e o medidor de
SWR se mostrava pouco preciso nas frequências abaixo de 30 MHz. Resolvemos utilizar
frequências da faixa acima, VHF, para a antena ser melhor caracterizada.
Outro problema enfrentado foi a potência em que o gerador de sinais trabalhava,
que não era suficiente para o funcionamento do medidor de SWR passivo, visto que esse
tipo de equipamento é normalmente utilizado para radioamadorismo, onde as potências
empregadas são maiores que as dos equipamentos encontrados no laboratório. Assim, foi
necessário realizar um arranjo com o medidor de SWR configurado como um mediador de
perda de retorno, tornando possı́vel encontrar o SWR através das equações 5.1 5.2.
P erda(db) = −10log|Γ|2
−P erda(db)
(5.1)
Γ = 10( 20
;)
1+Γ
SW R = (5.2)
1−Γ
Onde: Γ é o coeficiente de reflexão.
5.2.1 Arranjo
5.2.2 Execução
Podemos observar, através do gráfico da figura 5.16, que para a mesma faixa de
frequências, os valores de SWR são bem próximos. Considerando a taxa de erro dos
equipamentos, é válido afirmar que os dois métodos de aferição apresentam resultados
relativamente próximos. O levantamento desses dados foram feitos sobre as mesmas con-
45
Figura 5.16: Comparação de SWR Obtido Pela Perda de Retorno e Pela Medição Direta
5.3.1 Execução
Foi utilizado o arranjo 1 especificado no item 5.2.1. A escolha desse arranjo ocorreu
por percebermos uma interferência de algum laboratório próximo que estava alterando
os valores aferidos, visto que a escala e a sensibilidade do Analisador de Transmissão era
mais adequada para esse tipo de situação.
Encontramos algumas dificuldades na execução desse experimento: A falta de um
ambiente livre de obstáculos para a realização do experimento, visto que a antena apre-
sentava variações de acordo com movimentações na sala; e uma provável interferência de
ruı́do externo causada por outros laboratórios próximos. O resultado pode ser visto no
gráfico 5.18.
5.4.2.1 Execução
Foi utilizado um Detector de SWR, modelo 805 da HP, que é um Slotted Line, uma Linha
de transmissão fendida; um Osciloscópio analógico; e uma carga em curto-circuito.
5.4.3.2 Montagem
5.4.3.3 Execução
A impedância de entrada da antena será calculada a partir dos parâmetros de onda es-
tacionária. Utilizando o osciloscópio junto com Detector de SWR é possı́vel encontrar,
53
Onde:
λz é o comprimento de onda
d1min é o primeiro ponto de mı́nimo encontrado
d2min é o segundo ponto de mı́nimo encontrado
A tabela 5.3 mostra os pontos de mı́nimo encontrados e o valor de λz calculados.
l = d1 v2 − d2 v2 (5.4)
Onde:
d1 v2 é o primeiro ponto de meia tensão
d2 v2 é o segundo ponto de meia tensão
Com as posições dos pontos mı́nimos e de meia tensão é possı́vel calcular o fator
m, que é o fator de correção do SWR, utilizando a equação 5.5.
log(cos( λlz ))
m= (5.5)
log( 12 )
55
Frequência m
800MHz 0,4526
850MHz 0,3839
900MHz 0,3406
950MHz 0,3458
Onde:
d1min é o primeiro ponto de mı́nimo com a linha em curto
d1max é o primeiro ponto de máximo com a antena acoplada
Na tabela 5.6 encontramos o resultado de ∆.
Frequência ∆
800MHz 0,0781 m
850MHz 0,0518 m
900MHz 0,0621 m
950MHz 0,1236 m
Além disso, são calculados os valores de tesão máxima e mı́nima para se obter o
SWR segundo a equação 5.7.
56
|V (Z)|max
SW R = (5.7)
|V (Z)|min
Com os valores calculados de m e do SWR podemos encontrar o SWR corrigido
através da equação 5.8.
m
m |V (Z)|max
SW R = SW R = (5.8)
|V (Z)|min
Na tabela 5.7 temos o valor das tensões máxima e mı́nima, do SWR e do SWR
Corrigido.
Frequência(MHz) Zin
800 21,2841+10,6792j
850 20,2974+31,7779j
900 12,6428+19,7711j
950 30,1552-53,9830j
Com esses resultados, seria possı́vel afirmar que entre 900 MHz e 950 Mhz a antena
entrou em ressonância. Resolvemos, então, refazer esse experimento entre essas duas
58
frequências para melhor explorar este efeito. Podemos ver SWR e o SWR Corrigido na
tabela 5.9 obtidos nessas novas medições.
Com o SWR corrigido, foi calculada a impedância de entrada com a equação 5.9.
Os resultados são vistos na tabela 5.10.
Frequência Zin
900 MHz 20,9827+29,2077j
930 MHz 94,0969+202,4679j
940 MHz 200,159-134,3359j
950 MHz 30,1552-53,9830j
960 MHz 47,4553-78,3503j
5.5.1 Execução
5.5.2 Resultados
Os resultados dos valores dos mı́nimos e os comprimentos de onda encontrados podem ser
vistos na tabela 5.11.
Depois foram realizadas as medições dos pontos de meia onda, que podem ser vistos
na tabela 5.12, e com eles foi possı́vel calculador o l segundo a equação 5.4.
Com os valores obtidos e calculados é possı́vel utilizar a equação 5.9 para calcular
a impedância de entrada da antena loop. Os resultados podem ser vistos na tabela 5.16.
Frequência(MHZ) ZL
900 11,0698+93,3168j
950 12,3613+13,364j
1000 70,4691-389,4776j
1050 24,9933+136,2039j
1100 23,4281-57,4701j
1150 139,6704-402,9564j
1200 45,1619+23,9198j
1210 116,1974+105,0614j
1220 213,3344-161,1499j
1230 47,9186-131,1859j
1240 15,5376-97,2056j
1250 22,8096-105,7813j
1300 349,8835-296,1848j
1350 7,2466-16,9704j
1400 19,4561-75,2698j
1430 4,9337+5,3256j
1500 8,6347-1,3943j
Além disso, temos o gráfico 5.29 que compara a perda de retorno no modelo teórico
de corrente não uniforme, com as medições na faixa de frequências correspondentes.
No gráfico 5.30, temos a comparação entre os resultados obtidos da perda de retorno
e a curva teórica. Os valores da curva teórica foram obtidos com o código de Matlab no
Anexo C, que tem base nas tabelas do trabalho [2].
64
Figura 5.30: Gráfico comparado a perda de retorno teórica com a obtida nas medições
Capı́tulo 6
Discusão de Resultados
Utilizamos duas técnicas para a medição do SWR nesse experimento. No item 5.2.2 foi
demonstrado que as duas técnicas obtêm resultados relativamente próximos e isso nos
permite comparar resultados de medições feitas pelas duas técnicas, porém a medição
feita pelo equipamento da Philmore se mostrou menos sensı́vel a interferências, oscilando
menos e facilitando a medição, mas ele apresenta a limitação de sua escala, que calcula
SWR até 8, além da necessidade de um nı́vel de sinal mais alto. Quando o SWR ultrapassa
a escala do aparelho ou o nı́vel de sinal é baixo, é necessário utilizar o arranjo 1 descrito
em 5.2.1, que calcula o SWR através da perda e possibilita calcular SWR mais altos.
Um dos objetivos desse experimento era encontrar pontos de ressonância para
cada antena nas faixas de frequência utilizadas. A princı́pio, as antenas loop pequeno,
loop grande e loop de duas espiras aparentavam alguns pontos que indicavam ressonância,
com SWR baixo, porém, ao utilizar o Balun e refazer as medições para a antena loop de
duas espiras é possı́vel ver, no gráfico da figura 5.23, que as medições sem o balun onde
a perda de retorno é máxima, o que se caracterizaria como ressonância, para as mesmas
frequências, nas medições com Balun a perda se mostrava pequena. O descasamento entre
a antena e o cabo coaxial pode ter causado essa ressonância medida. Seria necessário
realizar novamente os experimentos e aferir se o ponto de ressonância realmente ocorre
ou não.
Outro ponto a ver avaliado é a comparação das medições com a curva teórica na
comparação do loop grande com as correntes uniforme e não uniforme. No gráfico da
figura 5.19, podemos observar que sua perda de retorno sempre varia em uma determi-
nada faixa, devido ao erro do equipamento ou interferência de fatores externos, podendo
65
66
ser considerado constante. Para a faixa de frequência medida, isso ocorre tanto para cor-
rente uniforme quanto para não uniforme, sendo necessária uma medição com valores de
frequência mais altos para uma melhor comparação. No loop de duas espiras, comparado
com a corrente não uniforme no gráfico da figura 5.24, é possı́vel observar que a partir
de 40 MHz a variação da perda de retorno se torna mais estável, seguinte o modelo de
corrente não uniforme. Para a comparação do loop pequeno no gráfico da figura 5.30,
podemos observar que são as medições que mais se aproximam do teórico, com apenas al-
guns pontos de ressonância fora da curva, o que pode ter sido causado por algum conector
mecânico.
Levando em consideração não apenas o desempenho da antena, mas também os
equipamentos empregados, cabos e conectores, além de aspectos do meio ambiente ele-
tromagnético do laboratório, como interferências, ruı́dos externos e tipo de medições é
possivel fazer uma avaliação completa da realização dos esperimentos.Discutiremos cada
experimento separadamente, ignorando a antena Loop Ressonante, que por falta de equi-
pamentos com as caracterı́sticas necessárias para o funcionamento desse tipo de antena,
impossibilitaram a realização desse experimento.
Usamos duas técnicas diferentes para fazer a caracterização do SWR das antenas
na faixa de frequência de 6MHz até 100 MHz. A primeira era calculada diretamente pelo
equipamento Philmore, modelo FSM55 e a segunda era pela perda de retorno do sinal na
entrada do mesmo equipamento. A utilização, entre uma técnica e outra, dependia do
nı́vel do sinal e da escala, pois, no equipamento da Philmore, quando o SWR ultrapassava
a casa dos 12, sua escala ficava de difı́cil aferição e optávamos por fazer essas medições
pela perda de retorno. Outra motivação que nos levou entre a escolha das duas técnicas
foi o nı́vel de sinal, visto que o equipamento da Philmore é um equipamento passivo,
ou seja, não tem um amplificador e consequentemente não gera um ganho ao sinal e em
algumas faixas de frequências, principalmente as mais baixas, a aferição pelo equipamento
era impossı́vel.
Na faixa de frequência entre 76 MHz e 84 MHz do Loop Pequeno, utilizamos as
duas medições, como pode ser visto na figura 5.16. Podemos analisar pela tabela 5.1 do
valor médio que em ambas as configurações se assemelham bastante, tendo uma diferença
de 0,9. Quando analisamos as dispersões das medidas, observamos que os mesmo tem
um valor muito baixo, exceto para a frequência de 80 MHz que podemos considerar essa
67
Conclusão
O estudo realizado mostrou que dentre as três antenas estudadas a que teve o melhor
desempenho e mais próximo do teórico foi a antena de Loop de duas espiras, o que já era
de se esperar, pois pela teoria da corrente não uniforme quanto maior a circunferência da
antena em relação ao comprimento de onda melhor é a sua resposta. Podemos concluir,
também, que tal antena se comporta melhor com frequências mais altas tendo até um
ponto de ressonância encontrado. Outro ponto é quando comparamos os valores do loop
pequeno com o loop grande, que corrobora com a teoria da corrente não uniforme
Capı́tulo 8
Anexo A
a =.5∗88 e −2; % r a i o da e s p i r a
b = 0 . 5 ∗ 3 . 5 e −3; % r a i o do condutor
med 4 = [ . 0 5 .0053 81.46
.1 .0419 167.0
.15 .1548 265.3
.2 .5967 386.2
.25 1.721 549.5
.3 6.042 797.4
.35 23.5 1255.6
.4 131.5 2446.6
.45 1465.2 14782.6
.5 588.8 −3477.0
.55 185.6 −1617.7
.6 106.1 −1011.2
.65 89.32 −754.6
.7 79.48 −576.3
.75 76.52 −451.4
.8 77.55 −356.1
.85 81.63 −278.4
.9 88.5 −211.6
.95 98.43 −151.5
1.0 112.0 −95.32
1.05 130.5 −41.05
1.1 155.3 13.3
72
f 4=med 4 ( : , 1 ) ∗ 3 e8 /(2∗ p i ∗a ) ;
z i n 4=med 4 ( : , 2 ) + j ∗med 4 ( : , 3 ) ;
gama 4=( z i n 4 − 5 0 ) . / ( z i n 4 +50);
73
figure ;
h o l d on ;
p l o t ( f r e q /1 e6 , Pr , ’ x ’ ) ;
p l o t ( f 4 /1 e6 , Pr 4 , ’ + ’ ) ;
l e g e n d ( ’ C o r r e n t e Uniforme ’ , ’ C o r r e n t e Não Uniforme ’ ) ;
x l a b e l ( ’ f r e q u ê n c i a (MHz) ’ ) ;
74
75
figure ;
h o l d on ;
t i t l e ( ’ \ t e x t i t {Loop} 45cm (Com Balun ) ’ )
x l a b e l ( ’ f r e q u ê n c i a (MHz) ’ ) ;
y l a b e l ( ’ Perda de Retorno (dB ) ’ ) ;
p l o t ( f 2 /1 e6 , Pr 2 , ’ ∗ ’ ) ;
l e g e n d ( ’ Modelagem Não Uniforme ’ ) ;
g r i d on ;
hold o f f ;
Anexo C
a = . 5 ∗ 1 7 . 5 e −2; % r a i o da e s p i r a
b = 0 . 5 ∗ 1 . 8 e −3; % r a i o do condutor
77
78
f 4=med 4 ( : , 1 ) ∗ 3 e8 /(2∗ p i ∗a ) ;
z i n 4=med 4 ( : , 2 ) + j ∗med 4 ( : , 3 ) ;
79
figure ;
h o l d on ;
x l a b e l ( ’ f r e q u ê n c i a (MHz) ’ ) ;
y l a b e l ( ’ Perda de Retorno (dB ) ’ ) ;
p l o t ( f 4 /1 e6 , Pr 4 , ’ ∗ b ’ ) ;
l e g e n d ( ’ C o r r e n t e não uniforme ’ ) ;
hold o f f
g r i d on ;
80
Referências Bibliográficas
[3] Frederico de Araújo Portilho, Salmen Chaquip Bukzem The historical precedents for
instrument-based air navigation: need, appearance and evolution, Junho 2015.
[5] Constantine A. Balanis, Antenna Theory Analysis And Design, A John Wiley &
Sons, Inc., Publication, 3o Edição.
[14] Willian H. Hayt, Jr., John A Buck Eletromagnetismo, Editora LTC, 6o Edição.
[15] Joel R. Hallas, W1ZR Basic Antennas Understanding Pratical Antennas And Design,
ARRL.
[17] IEEE - 145, Standard for Definitions of Terms for Antennas, 2013.
[18] Zennaro, Marco; Fonda, Carlo. Radio Laboratory Handbook, Vol.1 2004.