CRISTOLOGIA
CRISTOLOGIA
CRISTOLOGIA
Por
Curso de Teologia.
1 – Tópicos
1.1 Sagradas Escrituras, Introdução à Sagrada Escritura e Introdução à Teologia.
A PESSOA DE JESUS CRISTO
Cristo é Deus. “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo
era Deus”. Outras passagens da Escritura corroboram com a divindade de Jesus
Cristo, como seja: (Jô 10:30, 33, 38; 14:9; 11:20, 28; II Cor 9:5; e correlatas).
Muitas afirmações feitas no Antigo Testamento a respeito de Jeová são
interpretadas e cumpridas no Novo Testamento, referindo-se à pessoa de Jesus Cristo.
Veja, por exemplo, os casos seguintes:
VATICINIO
CUMPRIMENTO
Isaias 40:3-4
Lucas 1:68-69, 76.
Êxodo 3:14
João 8:56-58
Jeremias 17:10
Apocalipse 2:23
Isaias 60:19
Lucas 2:32
Isaias 6:10
João 12:37-41
Isaias 8:13-14
I Pedro 2:7-8
Números 21:6, 8
I Corintios 10:9
Salmos 23:1
João 10:11; I Pedro 5:4.
Ezequiel 34:11-12
Mateus 4:10
Cristo é Todo-Poderoso. “Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra”, (Mt 28:18).
Eu sou o Alfa e o Ômega, diz o Senhor Deus, aquele que é, e que há de vir, o “Todo-
Poderoso”, (Ap 1:8).
Cristo é Eterno. “Respondeu-lhe Deus: Em verdade, em verdade eu vos digo: Antes que
Abraão existisse, Eu sou”, os Evangelhos de João destaca este aspecto da divindade de
Cristo nos seguintes textos: (1:18; 6:57; 8:19; 10:30, 38; 14:7, 10, 20; 17:21, 26).
Cristo é Criador. “Todas as coisas foram feitas por intermédio dEle e sem ele nada do
que foi feito se fez... Estava nu mundo, e o mundo foi feito por ele, e o mundo não o
conheceu”, ((Jô 3, 10). Porque nEle foram criadas todas as coisas que há nos céus e na
terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam potestades: tudo foi
criado por Ele e para Ele, (Cl 1:16-17). “Havendo Deus antigamente falado muitas
vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos nestes últimos dias
pelo Filho, a quem constituiu herdeiro da sua glória, por quem fez também o mundo”,
(Hb 1:1-6, 8)).
· “O caráter de Jesus Cristo da tremenda força à nossa crença nEle. Sua vida foi tudo
quanto uma vida deve ser quando julgada segundo os padrões mais elevados”. – Bispo
McDowell.
· “Ainda que algo do caráter de Jesus Cristo se tenha revelado, em uma era e algo mais
dEle em outra, a própria eternidade, todavia, não é suficiente para manifestá-lo
inteiramente”. - Flavel.
· “Seu caráter saiu aprovado através dos ataques maliciosos de dois mil anos, e hoje,
perante o mundo apresenta-se impecável em todos os sentidos. Seu nome é sinônimo de
Deus sobre a terra”. – Bispo Foster.
O Amor de Jesus Cristo. Por “amor de Jesus Cristo” se entende seu desejo e disposição
na promoção do bem-estar dos objetos de sua afeição pessoal, e de sua devoção
particular. Neste particular, são objetos de amor de Jesus Cristo:
A obra de Jesus Cristo envolvia toda a sua vida e ministério terrenos. Envolve a sua
pregação, os seus milagres, a sua morte, ressurreição e glorificação. Abordamos a obra
de Jesus Cristo aqui, apenas no que diz respeito à nossa redenção.
Em seu escopo, a morte de Jesus Cristo tem duplo aspecto: o universal e o restrito.
Assim sendo, entendemos que a morte de Jesus Cristo foi:
O mundo foi incluído no alcance e providencia da morte de Jesus Cristo, e até certo
ponto compartilha de seus benefícios. Mas essa provisão sé se torna plenamente eficaz e
redentora, no caso daqueles que crêem. Isto é, a morte de Jesus Cristo é universal em
seu alcance, mas restrita em sua eficácia, uma vez que só aqueles que aceitam serão
salvos.
(Não há melhor defesa contra a especulação do que a fé no Senhor ta como Deus no-
lo revelou, toda especulação é derrotada pela fé que venço o mundo, pela fé que ouviu
as promessas: “Tende bom ânimo, eu venci o mundo”, Jô 16:33). Cristo é o Senhor vivo
que domina todos os tempos. Em 1743, alguém glosando, o mencionado final de João,
escrevia: “Oxalá, pelo menos o nosso mundo desse guarida aos livros que descrevem
obra do Senhor exaltado”. Certamente a exaltação de Jesus Cristo está indispensável
mente ligada a tudo o quanto ele fez na terra e que João descreve com admiração;
mas, de fato merece ponderação especialíssima a realidade de que este Senhor é o
Senhor da Igreja, o Cristo exaltado, que está a fazer uma obra indescritível e
continuado em seu reino, e cuja proteção nunca cessa. A viva fé da comunidade
tampouco cessará, mas sempre ecoará a antiga proclamação criptológica:
VERDADEIRO DEUS E VERDADEIRO HOMEM, baseada no testemunho dos
profetas e apóstolos. Perfeito resumo desta fé são as palavras lapidares de (Hb 13:8):
Cristo é o mesmo, ontem, hoje e para sempre. Esta inalterabilidade do Ser de Jesus
Cristo vence qualquer especulação. Aquele qu sabe quem ele é conhece sua obra e
repousa confiado: Estas coisas vos têm dito para que tenhais paz em mim.
Jesus =" Jeová é salvação"; o filho de Deus, Salvador da humanidade, Deus encarnado.
1)CRISTOLOGIA:UM RESUMO DO ESTUDO DE JESUS CRISTO: Deus tornado
ser humano (Jo 1.14) para salvar as pessoas (1Jo 4.14). “Jesus” quer dizer “Javé é
Salvador”; é a forma grega de “Josué” (Mt 1.21). “Cristo” quer dizer “Ungido”; é o
mesmo que o termo hebráico MESSIAS (At 17.3).Genealogia de Jesus( Lc. 3:23- 38)
Jesus Cristo é o Espírito da Profecia.
2)TÍTULOS: EMANUEL (Mt 1.23); FILHO DE DAVI(Lc 20.41); FILHO DE DEUS
(Jo 1.34); FILHO, DO HOMEM (Mt 25.31);SENHOR (At 2.36);VERBO (Jo 1.1-14=
Palavra);SERVO; ( Fp 2.7); SERVO DO SENHOR (Is.53); CORDEIRO de Deus (Jo
1.29); SUMO SACERDOTE.(Hb 7.26; Hb.8.6);MEDI ADOR (1Tm 2.5);NAZARENO
(At.2:22-36);SALV AD OR (Mt.1:18-25);PRINCIPE DA PAZ (Is.9:7).
3)QUEM É ELE?Resposta pela declaração explicativa dos nomes e títulos pelos quais
Ele é conhecido conforme a Bíblia. Jesus veio à terra no tempo anunciado por Deus
(Gl.4:4), num momento em que o povo esperava Messias (Mt.11:3; Jo.4:25; Jo.1:41;
Ag.2:7).
Mas Jesus era humilde e diferente do que o povo achava para ser o Messias (Jo.1:11).
Jesus queria saber o que as pessoas sabiam dele, apesar de acharem que Ele era João
Batista ou
Seitas Heréticas-Consideram Jesus como um ser que não é divino, mas apenas mais
desenvolvido;
Teologia Cristã-Eterno:Profeta (Jo.4:19);Sacerdote(Hb.8:3);Rei (Mt.25:31). Jesus é
Deus que se fez homem, sem pecado, tornando-se salvador e Senhor do seu povo
através do seu sacrifício na Cruz.
Em muitos lugares, ela continua sendo concebida como a Teologia da práxis dos
Pastores (ministros sagrados), como indica seu nome, em sentido estrito; logicamente,
depois do Concílio, a tarefa dos Pastores se compreende desde uma eclesiologia de
comunhão. Por outra parte, a Igreja é construída por todos os cristãos e, portanto, é
conveniente uma matéria que tenha por objetivo a ação da Igreja, e que se situe em
diálogo com as modernas «ciências humanas» (como a pedagogia, a psicologia, a
sociologia, etc.). Este segundo enfoque, mais amplo, é, a meu entender, o mais fecundo.
O ponto de partida é que a Teologia é uma e é ciência da fé. Pois bem, a fé é plena
quando é vivida. A fé plasma tanto a vida do crente como da comunidade cristã.
Portanto, toda a teologia possui uma dimensão pastoral ou prática, uma íntima relação
com a vida. Hoje parece fundamental tomar consciência desta relação entre a teologia e
a vida cristã ou a práxis eclesial. Porque com freqüência, ou se cultiva uma teologia
distante ou isolada da práxis eclesial, ou se cultiva uma pastoral tendente ao ativismo,
que prescinde da contemplação e também da teologia.
Romanos 7:15-24 (o crente nos domínios do sangue de Jesus, mas sem a cruz).
Gálatas 2:20 (o crente dominado pelo sangue de Jesus e pela cruz ).
Leiamos Romanos 8:10
“E, se Cristo está em vós, o corpo, na verdade, está morto por causa do pecado, mas o
espírito vive por causa da justiça”.
GREGO: Δε (dê = Mas) ει (i = se) χριστóς (Christós = Cristo) εν (en = em) υμιν, (ymin
= vós), το (to = o) σωμα (soma = corpo) μεν (men = por um lado) νεκρον (nekron =
morto) δια (dia = por causa de) αμαρτίαν (amartían = pecado) δε (de = por outro lado)
το (to = o) πνευμα (pnevma = espírito) ζωη (zoi = <é> vida) δια (dia= por causa de)
δικαιοσύνην (dikeosýnin = justiça*).
* δικαιοσύνην = Justiça. Etimologias:
1. Que declara (alguém) justo e absolvido.
2. Que torna alguém protegido pela lei (a lei sagrada).
3. Que torna o indivíduo perfeitamente fiel à verdade.
4. Que conduz o indivíduo à conformidade com o direito, qualificando-o através de
valores.
A Lei Moral sempre andará de mãos dadas com os bons costumes (quando falamos de
moral estamos falando de bons costumes, de ética, comportamento exemplar, ações
pessoais positivas...), com a fidelidade (social, civil, matrimonial, familiar, comercial,
política, nos negócios particulares...), com o respeito, a reverência, a obediência, a
educação, a santidade. É impossível dissociar a Lei Moral das leis espirituais. Andam
realmente de mãos dadas. Aliás, a vida com Deus começa com a Lei Moral. A chamada
ministerial começa na Lei Moral. Um bom cidadão, sempre será um grande servo de
Deus. Tudo quanto é pertinente ao Todo-Poderoso Deus tem a Lei Moral como base.
“...libertados do pecado, fostes feitos servos da justiça (δικαιοσύνην)” – Rm 6:18.
A) Como defender padrões morais diante da privação de valores positivos na família, na
sociedade, nos domínios da Igreja local, nos meios políticos, violando-os?!!!! Ex 20:17.
B) Como repudiar roubos e assaltos, tão freqüentes no seio da sociedade civil e política,
roubando os dízimos do Senhor?!!!!! Ml. 3:8-9.
C) Como pregar contra o adultério, adulterando?!!!! Ex 20:14.
D) Como censurar crentes viciados, cultivando algum vicio abominável diante da
Palavra de Deus?!!!! Leitura: Ef 4:17-31.
A Bíblia, o Crente e a Moral
Βιβλία – Πιστός
– και η ηθικός
A Lei Moral, e todas suas infindas e extraordinárias riquezas, encontram-se presentes no
seio da humanidade desde os princípios da civilização humana. Na realidade, a moral é
tão eterna quanto Deus. Sim!! Quando Ele veio ao Monte Horebe para revelar-Se a
Moisés, trouxe consigo parte de Seus padrões morais: Ex 20:1ss.
Conseqüentemente, então, a única voz autorizada a revelar a fonte da moral
genuinamente moral é a Bíblia Sagrada, a Palavra de Deus. Padrões de honradez é uma
coisa, doutrina moral segundo a Bíblia Sagrada, é uma outra coisa.
As Escrituras Sagradas revelam-nos a verdade absoluta, o pecado em todos seus
aspectos, o caminho da vida, a paz, o amor, etc. No entanto, entre o caminho da paz, do
amor, da segurança e o crente, encontra-se a moral. Sem ela, nada feito!!!! Sim!!! Sem o
elemento chamado moral não é possível paz com Deus, vida espiritual plena ou chegar
às moradas celestiais. A oração desqualifica-se. O culto a Deus é adoração em vão.
Momentos antes da morte física, Davi, oficializando a chamada de seu filho Salomão
como o futuro rei da nação hebréia, virou-se pro filho e determinou-lhe o primeiro ato
como Rei de Israel: “...esforça-te...e sê homem” – 1 Reis 2:2.
Essa relação íntima entre a história de Jesus e a história de Israel aparece de novo
quando considerarmos como a história de Jesus sobreviveu. Ela sobreviveu porque
Jesus sobreviveu. Ela sobreviveu porque Jesus depois da sua morte também exerce o
mesmo efeito em pessoas humanas que exercera nos seus primeiros discípulos. Assim
com levara os seus discípulos irresistivelmente para dentro da presença do Deus deles,
começou agora, pela primeira vez, encarar não-judeus de certo modo com o Deus de
Israel. Desse modo, a história bíblica de Israel, este que era chamado de dentro de outras
nações e por causa destas, agora novamente encenada e representada na história de
Jesus. Jesus é assim aquele israelita que acorda não-judeus para que estes conheçam e
louvem o amor com que Deus ama o seu povo Israel. E é que esse é o efeito de Jesus,
representado no testemunho e vida dos seus seguidores, que dura e que se repete até
hoje.
No ler cuidadosamente dos Evangelhos, chega a ser claro que apresentam Jesus
constantemente como judeu o qual, na sua vida curta, seguia plenamente a TORóH,
embora a interpretasse talvez um pouco mais flexível para os seus discípulos do que
para si mesmo. Depois da sua morte, porém, quando se mostrou a realidade viva que
animava os seus discípulos de novo e especialmente quando ele agia através deles
chamando não-judeus para o serviço de Deus que chamava de Pai, o acento não jazia
em primeira linha na TORóH. Agora jazia antes, como já parece ter sido no começo, no
domínio de Deus sobre a terra, e isso aqui e agora hoje ou num dia de amanhã, o qual é
que já era tão perto que agia para dentro do hoje. O único Jesus a quem a Igreja seguia e
a quem segue hoje é o Jesus que chama os seus discípulos hoje para trabalharem e
orarem para o domínio do Deus de Israel sobre a terra inteira aqui e hoje. A história de
Jesus, com que a Igreja se importa, está e fica uma história não terminada; pois a tarefa
a que Jesus assumia em si está ainda longe da sua complementação, devendo portanto
ainda ser feita. Se cristãos fossem, nos seus pronunciamentos, mais sérios e cuidadosos,
não levantariam por isso a reivindicação de já estarem salvados, mas falariam com
Paulo só de salvação como Jesus falou do domínio de Deus, a saber sempre na forma de
futuro, e isso em vista a um futuro que aquilo que fazemos hoje e como nos
comportamos faça muito importante.
O juntar em pares mais evidente e, por isso, mais familiar é a ligação de Israel como a
TORóH e a da Igreja com Jesus. Isso está bem fácil a aceitar, pois todos o temos feito
durante já faz dezenove séculos. É fácil, mas a história do relacionamento horrível entre
Igreja e povo judaico durante desses dezenove séculos nos deveria advertir do perigo
duma tal junção em pares. Quando a TORóH é coisa de Israel está sendo determinado
pela TORóH, e quando na Igreja se trata de Jesus e ela está sendo determinada por ele,
porque então uma dessas comunidades deveria ter algo a ver com a outra?
Cristãos podiam dizer e disseram: Deixemos aos judeus a velha TORóH deles, nós
temos a verdade em Jesus.
Judeus podiam, por sua vez dizer e disseram: Deixai à Igreja o louco Jesus dela, nós
temos a verdade na TORóH.
É que uma verdade importante está sendo expressa por esse pôr tradicional em par dos
conceitos: Ambas as tradições são realmente diferentes uma da outra. Uma parte
essencial dessa diferença consiste em que cada uma das duas tradições nasceu no seu
momento outro que a motivou:. Israel, o povo judaico, vê o Sinai e o dom da TORóH
como o seu acontecimento de fundação, a Igreja olha à vida, à morte e à ressurreição de
Jesus como o seu acontecimento de fundação. Além disso, e ainda mais importante:
Essa junção em par pode também sugerir a função paralela que TORóH faz para Israel o
que Jesus faz para a Igreja. Poderíamos expressar isso na forma duma relação. TORóH
é para Israel o que Jesus é para a Igreja, ou Jesus efetua na Igreja o que TORóH efetua
em Israel. TORóH e Jesus servem nas comunidades que fundam como origem,
instrução normativa para a vida e garantia de assistência divina e presença divina na
comunidade.
Seja isso como for, a prova histórica é de supor que a primeira junção em par produziu
o preço terrível da alienação mútua, para silenciar completamente da inimizade mútua.
Israel, como a menor e mais fraca das duas comunidades, no que se referia ao seu
número e poder, precisava pagar em carne pela inimizada que tinha surgido. A Igreja,
por sua vez, pagou no espírito a sua dissolução da relação com Israel dada por Deus.
Comecemos com o par TORóH e Jesus. Era obviamente sempre já um fato, o qual em
geral era muito percebido por cristãos, que Jesus de Nazaré era produto da TORóH. Isso
quer dizer que era judeu, e isso é que as Igrejas começam hoje fazer ponto de partida de
afirmações sobre ele. Era judeu e, a isso, um judeu fiel à TORóH. O Evangelho de
Mateus expressa isso especialmente claro com a palavra atribuída a Jesus quando diz
que qualquer um que afrouxar o mínimo dos mandamentos será chamado o mínimo no
Reino de Deus. Essa tradição referente a Jesus deve ter sido bem válida em geral, pois
nenhum dos evangelistas, os quais provavelmente todos eram não-judeus, menciona que
Jesus tivesse quebrado mesmo um único mandamento da TORóH.
Que Jesus era judeu tinha, porém, mais outra coisa como conseqüência. A pesquisa neo-
testamentária atualmente melhor se move num consenso sólido sobre que Jesus se
entendeu como profeta de renovação judaica. A pesquisa leva hoje o fato da ocupação
brutal da terra Israel pelo exército romano mais a sério do que no passado. No conexo
dessa ocupação, o caráter subversivo da pregação do nazareno sobre a proximidade
imediata do domínio de Deus se põe especialmente clara em evidência. A Jesus está
atribuída a palavra notável de que se deva dar ao césar e a Deus o que pertence cada vez
a cada um deles, a saber o seu exército, deixando o que pertence a Deus, a saber a terra,
ser devolvido a Deus e ao povo de Deus. Uma interpretação tal o faz então
completamente compreensível porque as repartições romanas condenaram e executaram
Jesus como rebelde.
Mas se Jesus de fato estava ao lado da TORóH e da liberdade do seu povo, não deveria
nunca ter um evangelho livre de lei, como o imaginavam os reformadores do século
dezesseis. Pois como judeu fiel, Jesus pôde ver a TORóH mesma como evangelho,
como mensagem alegre. Totalmente no sentido em que os rabinos ensinaram depois.
Quando a TORóH veio ao mundo, liberdade veio para dentro do mundo. Servir a Deus é
liberdade perfeita, ensinaram também as Igrejas, mas não viam que a TORóH não é
outra coisa que o modelo dum serviço livre e alegre a Deus. Jesus ensinava esse serviço
absoluto a Deus. Faz isso e viverás! E exatamente isso era a mensagem da TORóH.
Mas ainda não nos referimos à relação decisiva entre Jesus e TORóH. Essa relação
decisiva chega a ser clara pela determinação mais próxima do nosso assunto: Hoje. O
Jesus que nos interessa hoje – apesar de todos os esforços que a pesquisa histórico-
crítica fez – é o Jesus do testemunho original apostólico, a saber o Jesus segundo a
Escritura. Os escritos contêm mais que TORóH, e sabemos que para os primeiros
cristãos a ordem dos livros era outra, e hoje ainda é, que a tradição rabínica que se
estava desenvolvendo e a do Judaísmo hodierno, mas em ambas as tradições a TORóH
está em primeiro lugar. O Jesus então que morreu e ressuscitou segundo a Escritura, o
Jesus que já estava sendo pregado quando o apóstolo Paulo se juntou bem no começo ao
movimento Jesus, era e é aquele sobre quem, além de segundo a Escritura, logo fora da
TORóH não temos informação nenhuma. A sua vida nos foi apresentada como conexo
da vida do seu povo de TORóH. A sua doutrina está formulada na linguagem da
TORóH. Fora da TORóH, Jesus é, não só incompreensível, mas desconhecido. Aqui
estamos hoje.
Viramo-nos agora à outra ligação para o futuro: Israel e Jesus. Sob certo respeito, essa
ligação é inevitável, embora dificilmente uma feliz, pois além de Moisés ninguém tem
exercido influência maior à história do povo judaico do que Jesus, nem por sua vez
Rambam, o grande Maimônides, pois a Igreja de Jesus foi a inimiga mais conseqüente e
mais durante à qual tinha de enfrentar. Mas queria tomar em consideração a
possibilidade duma ligação mais positiva, a saber aquela dum judeu no meio do seu
próprio povo judaico.
Mas vamos supor uma vez – supor só especulativamente – que a Igreja um dia
começaria dizer sim à TORóH, como ela o aqui e lá já começa a fazer, agradecendo a
Deus por que o povo judaico ficou fiel a Deus, por não se deixar fazer cristãos. Quando
um dia tal chegar, em que judeus pela primeira vez veriam cristãos como amigos e
apoiadores em vez de inimigos missionantes, que eram durante tantos séculos. Então
judeus talvez estariam dispostos a reconsiderar Jesus como judeu de TORóH, que ele
era realmente, a saber um deles. Mas mesmo nisso, judeus nunca o verão assim como
cristãos o vêem, pois para eles não é aquele que o Deus de Abraão, Isaac e Jacó usava
para lhes apresentar-Se a Si Mesmo. Mas possam descobrir que é pelo menos um co-
judeu cuja vida finalmente ainda, apesar de tantos séculos de inimizade, despertou ao
povo judaico alguns amigos e aliados. Assim depende finalmente da Igreja se judeus
obtenham a ver a ligação entre Jesus e Israel. Isso quer dizer então que a ligação entre
Jesus e Israel representa um desafio muito maior para a Igreja do que para o povo
judaico. Quer dizer que cristãos não poderão servir nunca a esse judeu único, sem
simultaneamente servir aos seus co-judeus. A solidariedade com ele exige a
solidariedade com o povo dele. Só poucos avançaram até esse ponto, mas espero que é
possibilidade para a Igreja de amanhã.
CONCLUSÃO
Um dos principais problemas envolvidos com este tema é que a linguagem
humana é inadequada, por suas limitações, para expressar conceitos envolvidos com as
coisas divinas. Todos os comentaristas têm chegado à conclusão unânime de que a
palavra protótokos aplicada a Cristo não significa o primeiro a ser criado. Se Paulo
visasse afirmar isto de Cristo ele teria usado o vocábulo protoktistos.
Em que sentido é Jesus "o primogênito de toda a criação"?
Colossenses 1:15-20 é uma das passagens mais fortes que afirma a primazia de Jesus
Cristo. Este trecho mostra que Jesus é superior à criação, acima de todas as autoridades,
e o cabeça da igreja. Em Jesus habita "toda a plenitude da Divindade" (Colossenses 2:9;
1:19).
"Primogênito" nem sempre tem o sentido do primeiro que nasceu. Esta palavra é usada
várias vezes na Bíblia para mostrar a posição de honra ou privilégio que alguém
recebeu. Por exemplo, Deus chamou Israel de primogênito entre os povos (Êxodo 4:22).
Diversas outras nações já existiam séculos antes de Deus criar a nação de Israel.
Primogênito não quer dizer, neste caso, o primeiro que passou a existir. Quer dizer
simplesmente que Deus colocou Israel numa posição de honra acima de todas as nações.
No Novo Testamento, todos os filhos de Deus são primogênitos (Hebreus 12:23) porque
Deus os colocou numa posição de honra. No mesmo sentido, o Pai colocou Jesus numa
posição de primazia acima de todas as criaturas.
Os judeus não compreendem que Jesus Cristo não veio só como Messias ( o ungido),
mas também veio como o Servo de Iahweh e o "Filho do Homem". O que causa
vergonha para os judeus é precisamente o fato de a figura de Jesus como o Servo de
Iahweh ter sido o destaque na sua primeira vinda. Porém, na segunda vinda Ele virá
como Messias e o Filho do Homem. Se Jesus, em Mt20.28, não aceitou o título de
Messias foi porque a idéia dos judeus sobre o Ungido não era a concepção verdadeira.
A próprio modo de vida de Jesus não aceitava a concepção judaica sobre o Messias.
Há livros apócrifos que não mencionam o termo "Messias", mas mencionam os termos
"Eleito" e "Filho do Homem". Veja os livros de Enoc e IV Esdras.
Não esqueça que da mesma forma que Moisés demonstrou sinais para que o povo
acreditasse nele como o enviado de Deus (, e isso, de acordo com o pentateuco, foi o
bastante para crerem em Moisés),Jesus também o fez.
Entendo que no próprio pentateuco existem passagens que podem colocar em dúvida o
fato de Jesus ser o Messias, como exemplo Dt 13.2-6. Como resolver isso? Paulo
explica: da mesma forma que Abraão teve fé em YHWH, devemos ter fé em Jesus, o
Cristo.
A palavra moshiach (traduzida como messias) significa "o ungido", o que não implica o
sentido dado pelos cristãos de "salvador". A doutrina de um ser inocente, semidivino
que se sacrifica para nos salvar das consequências dos nossos pecados é uma doutrina
pagã (veja o artigo As origens da divindade de Jesus Cristo) sem qualquer fundamento
no pensamento judaico ou escrituras bíblicas. Nos textos judeus, o termo messias foi
usado com todos os reis, sacerdotes, certos guerreiros, mas nunca em figuras
escatológicas. Na Tanach (Bíblia), o termo moshiach é usado 38 vezes: dois patriarcas,
seis sacerdotes, uma vez com Cyrus, 29 Reis israelitas como Saul e David. Nem uma
vez é a palavra moshiach usada em referência ao messias esperado ( a segunda vinda de
Jesus). Até no livro apocalíptico de Daniel, a única vez que o termo Moshiach é
mencionado em relação ao assassino do sacerdote. Os rolos do Mar Morto,
a Pseudepigrapha e Apócrifa não mencionam uma única vez sobre o Messias.
O homem destinado a ser o messias será um descendente direto do Rei David (Isaías
11:1) através da família de Salomão, filho de David ( 1 Crónicas 22:9-10). Ele fará com
que as pessoas do mundo sirvam a Deus (Isaias 11:2), será mais sábio do que Salomão
(Mishnah Torah Repentance 9:2), será maior do que os patriarcas e profetas (Aggadah
Génesis 67), e será mais honrado do que os reis (Mishnah Sanhedrin 10), pois ele será
rei do mundo (Pirkei Eliezer).
Entre os objectivos principais que o Messias cumprirá durante a sua vida (Isaías 42:4):
. Ordenar a construção de Jerusalém e do Terceiro Templo.
. Juntar o povo Judeu em todo o mundo e retornar à terr de Israel (Isaías 11:12; 27:12-
13)
. Influenciar todas as pessoas de todas as nações a largarem as suas crenças antigas e
reconhecer e servir o único, verdadeiro . Deus de Israel (Isaías 11:9-10; 40:5 e
Zephaniah 3:9)
. Trazer paz mundial (Isaías 2:4)
Existem mais de doze profecias adicionais, mas não é mencionado a "segunda vinda" na
Tanach e o novo testamento também não é mencionado. De forma a evitar confusões
com o messias o código da lei judaica estabelece critérios para reconhecer a identidade
do Messias.
" Se um rei vier da casa de David que medita na Tora, observa os mandamentos escritos
(e orais) assim como o Rei David, convence todo em Israel em seguir o caminho da
tora e luta as guerras de Deus, pode então se assumir que essa pessoa é o Messias.
Se ele fizer todas estas coisas e se construir o Terceiro Templo na sua localização, e
recolher os Judeus exilados, ele é sem sombra de dúvidas o Messias. Mas se ele não
tiver sucesso ou se for morto então ele não é o Messias."
Centenas de anos antes do nascimento do histórico Jesus, foi escrito na Tanach (Bíblia):
. Números 23:19: Deus não é um homem, que possa ser enganoso, nem filho de homem,
que possa se arrepender. Diria ele e não o faria ou falava e não o confirmaria?
. Salmos 146:3: Não confiem em príncipes ou no filho de Homem, pois ele não salva.
Até o Novo Testamento confirma que Jesus não é o Messias:
. Quando o povo quis fazer de Jesus o Rei dos Judeus (outro nome dado ao messias),
Jesus se retirou desse lugar, não permitindo que o confirmassem como o Messias.
. Mateus 20:28: As próprias palavras de Jesus indicam que ele não era o Messias " assim
como o filho de deus não veio para ser servido, mas para servir.
Com a morte de Salomão, o Reino de David dividiu-se em dois: ao sul, o reino de Judá,
ligado à casa de David.
Ao norte o reino de Israel, constituído pelas dez tribos separatistas.
Eis como o livro dos reis descreve o conflito que levou à divisão do Reino:
“Todo o Israel (as dez tribos separatistas) viu então que o rei não queria ouvi-los e
replicaram: “Que temos nós a ver com a casa de David? Nós temos herança com o filho
de Jessé!
Governa a tua casa David!” E Israel foi para as suas tendas.
Mas o rei Roboão continuou a reinar sobre os filhos de Israel que pertenciam à tribo de
Judá” (1 Rs 12, 16-17).
O rei do reino do Norte não era da casa de David. Eis a razão pela qual não estava
ligado à promessa messiânica.
Os escribas do reino do norte redigem um livro, assinando-o com o nome de Moisés, a
fim de lhe dar credibilidade.
O livro é um resumo da Lei mosaica já existente. No livro do Deuteronómio, a
esperança messiânica não é associada à casa de David, pois os reis do norte não eram
descendentes de David.
O futuro Messias será um profeta à maneira de Moisés.
Temos assim um messianismo associado à casa de David, outro associado à teologia
sacerdotal dos levitas e, finalmente, outro associado à missão profética de Moisés.
O rei, para a teologia ligada à esperança davídica (2 Sam 7, 12-16), é o medianeiro entre
Deus e o povo.
Com o desaparecimento da monarquia, a teologia sacerdotal começa a acentuar cada
vez mais a vinda de um Messias sacerdote.
O Sumo-sacerdote, agora passa a ser, não o rei, mas um sacerdote eleito pelos demais
sacerdotes.
Este Sumo-sacerdote é o medianeiro entre Deus e o Povo. Realiza tarefas políticas, pois
não existe rei.
Os textos proféticos começam a falar de dois Messias: um da casa de David e outro da
linhagem sacerdotal (Zac 3, 8; 6, 11-12; Jer 33, 17-22).
Com a divisão do reino de David, o medianeiro entre Deus e o povo, para o reino do
norte é o profeta.
O Deuteronómio anuncia o futuro Messias como tratando-se de um profeta:
Disse Moisés: “As gentes das terras que vos vou dar acreditam em agoireiros e
adivinhos, mas a ti, o Senhor Deus não o permite.
O Senhor teu Deus suscitará no meio de vós, dentre os teus irmãos, um profeta como eu.
Deves escutá-lo.
No Monte Horeb dissestes: “Não queremos mais ouvir o Senhor no meio de relâmpagos
e trovões, nem voltar a ver o fogo enorme, a fim de não morrermos.”
O Senhor disse-me então: Está certo o que eles dizem. Suscitar-lhes-ei um profeta como
tu, dentre os seus irmãos.
Porei as minhas palavras na sua boca e ele lhes dirá tudo o que eu lhes ordenar.
Os que não derem crédito às palavras que esse profeta vai pronunciar em meu nome, eu
próprio lhe pedirei contas” (Dt 18, 14-19).
A tradição cristã atribuiu a Cristo esta tríplice missão messiânica, dizendo que Jesus
Cristo é rei, sacerdote e profeta.
Se quisermos ser fieis ao pensamento bíblico teremos de dizer que é uma maneira de
dizer que Jesus possui a plenitude da função de medianeiro.
São Paulo diz que o Senhor ressuscitado é o único medianeiro entre Deus e o Homem (1
Tim 2, 5).
Jesus, nos evangelhos, designa-se a si próprio como um profeta com uma sorte idêntica
à dos outros profetas:
“Hoje, amanhã e depois devo seguir o meu caminho, pois não pode acontecer que um
profeta morra fora de Jerusalém” (Lc 13, 33).
Jesus declara que nenhum profeta é honrado na sua terra. As pessoas da sua terra
diziam:
“Não é ele o filho do carpinteiro? Não se chama a sua mãe Maria e seus irmãos Tiago,
José, Simão e Judas?
E as suas irmãs não vivem todas entre nós? De onde lhe vem, pois, tudo isto?
Estavam, pois, escandalizados por causa de Jesus. Mas Jesus disse-lhes: “Um profeta só
é desprezado na sua pátria e em sua casa.
E não fez ali muitos milagres por causa da falta de fé daquela gente” (Mt 13, 55-58).
As palavras do evangelho de Marcos são praticamente as mesmas que as do evangelho
de Mateus de Mateus (cf. Mc 6, 4).
O evangelho de João e o de Lucas limitam-se a dizer que, certo dia, Jesus afirmou que
um profeta não é bem recebido na sua terra (Jo 4, 43; Lc 4, 24).
O facto destas afirmações de Jesus estarem nos quatro evangelhos significa que têm um
grande peso histórico.
Jesus, portanto, dá-se a si mesmo o título de profeta. As multidões também o aclamam
como profeta:
“A multidão dizia: “Este é Jesus, o profeta de Nazaré da Galileia” (Mt 21, 11).
Os chefes dos judeus procuravam matar Jesus, mas tinha receio, pois a multidão
considerava-o um profeta:
“Os sumo-sacerdotes e os fariseus, ao ouvirem as suas parábolas, compreenderam que
eram eles os visados.
Embora procurassem um meio de prender Jesus tinham receio, pois o povo considerava
Jesus um profeta” (Mt 21, 45-46).
Os discípulos de Emaús, após a morte do Senhor falam dele como de um grande
profeta:
“E um deles, chamado Cléofas, respondeu: “Tu és o único forasteiro a ignorar o que lá
se passou nestes dias?” Ele perguntou-lhes: “Que foi”. Responderam-lhe: “O que se
refere a Jesus de Nazaré, profeta poderoso em obras e palavras diante de Deus e de todo
o povo” (Lc 24, 18-19).
A Samaritana falando com Jesus chama-lhe profeta. Jesus não rejeitou este título (Jo 4,
19).
Mais à frente, o próprio Jesus diz á Samaritana que é o Messias (Jo 4, 26).
Como vemos, os evangelhos não vêem dificuldade em chamar profeta a Jesus Cristo,
apesar que saberem antecipadamente que ele é o Messias.
No evangelho de João, ao ver as obras de Jesus, o povo interroga-se sobre se ele não
será o Messias Profeta à maneira de Moisés, tal como foi anunciado por Moisés (Dt 18,
15; 18-19). Depois da multiplicação dos pães, o povo diz que Jesus é realmente o
profeta anunciado:
“Aquela gente, ao ver o milagre que Jesus fizera dizia: “Este é realmente o profeta que
devia vir ao mundo”. Por isso Jesus, sabendo que viria buscá-lo para o fazerem rei,
retirou-se de novo, sozinho, para o monte” (Jo 6, 14-15).
Também aqui se vê claramente a associação do Messias profeta com o Messias rei sem
que isso trouxesse qualquer problema.
Ao falar de Jesus como sacerdote, o Novo Testamento nunca associa o sacerdócio de
Jesus ao sacerdócio cultual dos levitas:
“Mas Cristo veio como Sumo-sacerdote dos bens futuros, através de uma tenda maior e
mais perfeita, a qual não foi feita por mãos humanas, isto é, não pertence ao mundo
criado.
Entrou uma só vez no Santuário, não com o sangue de carneiros ou de vitelos (como os
sacerdotes levitas), mas com o seu próprio sangue, obtendo assim uma redenção eterna”
(Heb 9, 11-12).
São João diz que depois de Jesus prometer o Espírito Santo como fonte de Vida Eterna,
alguns dos ouvintes diziam que Jesus era o profeta, outros diziam que ele era o Messias:
“Entre a multidão de pessoas que escutaram o ensinamento de Jesus dizia-se: “Ele é
realmente o profeta”. Outros diziam: “É o Messias” (Jo 7, 40-41).
É curioso notar como João acentua que as pessoas diziam que Jesus era o profeta, não
um profeta. Esta maneira de falar referia-se, naturalmente, ao Messias profeta anunciado
no Deuteronómio.
Por outras palavras, dizer que Jesus é o profeta é o mesmo que dizer que ele é o
Messias.
Segundo o evangelho de Lucas, Jesus reconhece que a unção profética anunciada por
Isaías se referia á sua pessoa:
“Jesus veio a Nazaré onde se tinha criado. Segundo o seu costume entrou em dia de
sábado na sinagoga e levantou-se para ler.
Entregaram-lhe o livro do profeta Isaías e, desenrolando-o, deparou com a passagem em
que está escrito:
“O Espírito do Senhor está sobre mim,
Porque me ungiu para anunciar a Boa Nova aos pobres.
Enviou-me a proclamar a libertação aos cativos e,
Aos cegos,
O recobrar da vista.
Enviou-me para mandar em liberdade os oprimidos e a proclamar um ano de graça da
parte do Senhor”.
Depois enrolou o livro, entregou-o ao responsável e sentou-se.
Todos os que estavam na sinagoga tinham os olhos fixos nele.
Começou,
Então a dizer-lhes:
“Cumpriu-se hoje esta passagem da Escritura que acabais de ouvir” (Lc 4, 16-21).
Os evangelhos vêem Jesus como o Servo sofredor que foi maltratado e humilhado.
O Servo é justo e, por isso, não merecia aquelas humilhações.
Por ser solidário com os pecadores, o seu sofrimento e a sua morte violenta acabou por
trazer vida para os seus pecadores que mereciam, esses sim, ser humilhados e
castigados.
Jesus não é um profeta, mas o profeta, diz o evangelho de João. Isto significa que Jesus
realiza a sua missão messiânica como rei, sacerdote e profeta.
Ligadas ao sofrimento redentor podemos considerar duas realidades: que “o Pai amou
tanto o mundo que deu o Seu Filho unigênito” (Jo 3,16) para que o mundo fosse salvo
por Ele, e que foi por causa do pecado e da morte - “as raízes transcendentais do mal”
(SD, nº14) - e para que o homem não perdesse a vida eterna, que o Filho aceitou realizar
o projeto, a missão que Deus Pai lhe confiou.
Por tal missão que lhe foi confiada, realizando a reconciliação do Homem com Deus, o
Filho unigênito revela, com palavras e pela sua forma de situar-se perante os homens, os
Seus sofrimentos e necessidades, a inauguração de uma nova forma de entender (e
estender) o Reino dos Céus, mostra ser uma só coisa com o Pai; quem o vê, vê o Pai
(Cf. Jo 14,9). A Boa Nova que Jesus anuncia é essa relação de intimidade que Ele vive
com o Pai.
Ora se Ele constantemente se relaciona e fala do Pai, significa que se assume como
Filho e a Sua vontade é fazer a vontade do Pai que, acima de tudo, deseja que nenhum
dos Seus se perca (Cf.Mt 18, 12-24), se extravie.
Frente a esse Deus que é Pai, o Filho Jesus Cristo, em comunhão plena e total, embora
pedindo para que, se for possível aquele cálice passe sem que Ele o beba (Cf. Mt 26,42),
adere voluntariamente, obedientemente, à vontade do Pai e entrega-se ao sofrimento e à
morte.
O plano salvífico do Pai está prestes a ser cumprido: “Oh admirável condescendência
divina que para resgatar o escravo entregou o próprio Filho” (Precónio Pascal)).
No entanto, só com a Ressurreição de Cristo é integralmente completa a obra da
Redenção.
Especialista em mente humana taça perfil psicológico de Jesus Cisto e mostra facetas
desconhecidas da personalidade do Mestre.
Entrevista com o médico psiquiatra e psicoterapeuta Augusto Jorge Cury, autor dos
livros (coleção) - Análise da inteligência de Cristo.
Como explicar uma reação assim diante da morte e do aparente fracasso? Por causa de
comportamentos como esse, têm surgido cada vez mais teorias de que o Cristo que
viveu há dois mil anos nas terras da Província da Judéia, nos confins do Império
Romano, é muito diferente daquele descrito nos evangelhos e que dividiu em dois a
História. Na contramão dessa polêmica, não poucos cientistas, arqueólogos e
historiadores cristãos contestam tais informações e reafirmam a veracidade dos relatos
bíblicos.
Pois chegou a vez da psicologia entrar na disputa. Cristão daqueles que consideram a
vida um ministério, o médico psiquiatra e psicoterapeuta Augusto Jorge Cury, 44 anos,
foi um dos que gostava de criticar a veracidade da Bíblia. Autor de uma teoria
revolucionária sobre a construção dos pensamentos - a da inteligência multifocal,
reconhecida internacionalmente -, ele começou a estudar a mente de grandes
personagens históricos como Platão, Van Gogh e Freud. Mas foi quando decidiu
investigar a trajetória terrena de Cristo que teve a maior surpresa de sua vida. "Eu era
um ateu convicto e tornei-me cristão apaixonado", conta. O resultado dessa pesquisa
virou uma coleção de quatro livros, Análise da inteligência de Cristo, que viraram
bestsellers, com quase 200 mil exemplares vendidos no Brasil e no exterior. Tanto que
há meses Cury freqüenta a lista de mais vendidos da revista Veja. Ao todo, ele já
escreveu dez livros, todos na área de psicologia.
Agora, ele prepara o quinto e último volume da série, O Mestre inesquecível, no qual
estudará as transformações na personalidade dos apóstolos, durante e após suas
caminhadas com o Filho de Deus. Aliás, o tem especial interesse em analisar as relações
interpessoais de Jesus. Junto com a atividade de escritor, ele concilia as pesquisas que
realiza para uma universidade espanhola e consultas em sua clínica psiquiátrica. De sua
casa em Colina, uma tranqüila cidade do interior paulista, onde reside com a mulher e
três filhas, Augusto Cury falou com exclusividade a ECLÉSIA sobre a vida e a incrível
personalidade do homem de Nazaré, mostrando mais uma vez que o melhor retrato do
Cristo é aquele mesmo descrito nos evangelhos.
Como Filho de Deus, desde o início da sua infância ele tinha a consciência do seu
passado eterno e atemporal. Isso não é uma crença teológica, mas psicológica. Só isso
explica porque, aos doze anos, quando seus pais o perderam, ele estava discutindo com
segurança com os mestres da lei, a ponto de deixá-los maravilhados. Ficar longe dos
pais deveria tê-o deixado com medo, como qualquer garoto. Mas ele mostrou um
controle emocional que deixou sua mãe pasmada. Ali, ele discorreu com eloqüência e
convicção sobre aspectos da lei judaica, dando um significado ao templo que jamais
fora dado por alguém. O jovem Jesus chamou-o de "casa do meu Pai", e não um simples
lugar de adoração. Tal informação não lhe foi ensinada pelos seus pais. De onde Jesus
Cristo a teria extraído? De sua memória, que excede os limites do tempo. Com sua
sabedoria, ele encantava seus amigos e fascinava seus inimigos. Pilatos sentiu-se um
menino diante de sua postura. No encontro dos dois, foi a primeira vez que um réu
abalou completamente a estrutura de um juiz autoritário.
Especula-se bastante sobre o que teria feito Jesus entre os 12 e os 30 anos, quando
iniciou sua trajetória pública. Na sua opinião, o que aconteceu com ele naquele período?
Mas em que momento podemos dizer que ele foi apenas humano?
Bem, Jesus tinha aflições humanas quando suas experiências eram totalmente humanas,
como cair, conquistar pessoas, ser rejeitado, superar sua angústia no Getsêmani; mas
tinha a certeza divina nas questões que envolviam sua natureza transcendental. Por isso,
discorria sobre a superação da morte e sobre a eternidade com uma convicção que deixa
perplexo os mais lúcidos cientistas. A morte é a falência da medicina - mas para Cristo,
ela não existia. Deus quis ser um homem. O Filho de Deus dizia com prazer que era o
filho do homem. Ele, que era ilimitado, aprisionou-se num corpo frágil e limitado.
Todos temos limites e devemos cuidar da nossa qualidade de vida para não falirmos
com nossa saúde. Costumamos viver extremamente estressados e com diversos
sintomas psicossomáticos como cefaléia, dores musculares e fadiga, devido à tensão,
trabalho excessivo e responsabilidades sociais. Jesus não era diferente. Todos os dias,
haviam pessoas suplicando por sua ajuda. Pesava sobre ele a responsabilidade de
resgatar a humanidade para Deus. Ele era perseguido, discriminado e ainda por cima
tinha que perdoar e ter paciência, não apenas com seus inimigos, mas também com seus
amigos. Os discípulos não eram um fator de alívio, mas de problemas. Eles não
enxergavam seu plano transcendental e freqüentemente discutiam e entravam em
disputa. Mas pelo fato de saber filtrar tais estímulos, além de proteger sua emoção,
Jesus tornou-se uma pessoa tranqüila, capaz de convidar as pessoas a aprender com ele
a arte da mansidão. Meses antes de morrer, ele estava famosíssimo. Milhares de pessoas
o seguiam. Mas ele jamais perdeu as suas raízes, nem abandonou sua simplicidade.
Com respeito à sexualidade, Jesus superou seus instintos porque o amor que fluía do seu
ser transcendia ao prazer da sexualidade. Além disso, ele nunca se encontrava com
mulheres em lugares fechados ou isolados, mas em lugares públicos, abertos. Ele amou
muito cada ser humano, inclusive as prostitutas, e cuidou para que nunca ferisse a
consciência de ninguém.
Muita gente, com base em representações artísticas, acredita que Jesus foi uma pessoa
frágil e sofredora. Tal juízo corresponde à realidade de como era ele?
Tenho convicção de que não. Jesus transbordava alegria, gostava de festas. Ao redor de
uma mesa, ele disse belíssimas palavras. Era tão comunicativo e sociável que teve a
coragem de se convidar para jantar na casa de uma pessoa que não conhecia, como
Zaqueu. Do ponto de vista psiquiátrico, eu não creio que seja possível se ter uma
emoção mais alegre, serena e estruturada como a de Jesus Cristo.
Poucas pessoas foram tão longe no ateísmo como eu. Por pesquisar a construção de
cadeias de pensamentos e a gênese dos conflitos humanos, eu considerava Deus, bem
como Jesus Cristo, como desculpa do cérebro que não aceitava seu fim. Para mim, Deus
era um produto imaginário da psique, para aliviar sua dor diante das frustrações e perdas
existenciais e da inevitabilidade da morte. Mas duas coisas mudaram meu pensamento.
Primeiramente, ao estudar exaustivamente o funcionamento da mente humana, descobri
que ela tem fenômenos que ultrapassam os limites da lógica. Para produzir um
pensamento, entramos na memória e em meio a trilhões de opções resgatamos verbos,
substantivos e pronomes, sem saber como o fazemos. A construção de cadeias de
pensamentos não pode ser explicada pelo universo físicoquímico cerebral, pelo
computador biológico do cérebro. Compreendi que só a existência de um Deus
fantástico poderia explicar o anfiteatro da nossa inteligência. O segundo momento foi o
estudo das reações, dos pensamentos e das entrelinhas das idéias de Jesus. Compreendi
que era impossível que ele fosse fruto de uma ficção. Nenhum autor poderia construir
uma personalidade como a dele, que ultrapassa os limites da previsibilidade psicológica.
Amá-lo não é apenas um ato de fé, mas uma decisão de muita inteligência.
É possível fazer tal estudo apenas baseado nas informações contidas nos Evangelhos?
Os relatos bíblicos não conteriam narrativas com elementos fantásticos demais?
Há mais de 5 mil manuscritos do Novo Testamento existentes até hoje, o que o torna o
mais bem documentado dos escritos antigos. Muitas cópias pertencem a uma data
próxima dos originais. Há aproximadamente 75 fragmentos datados desde 135 d.C. até
o século 8. Todos esses dados, acrescidos ao trabalho intelectual produzido pelos
estudiosos da paleografia, arqueologia e crítica textual, nos asseguram de que
possuímos um texto fidedigno do Novo Testamento. É necessário imergir no próprio
texto e interpretá-lo de maneira multifocal e isenta, tanto quanto possível, de paixões e
tendências. Foi o que procurei fazer. Questionei os mais diversos níveis de coerência
intelectual dos autores dos evangelhos e dos textos que escreveram.
Nas suas obras, o senhor fala sobre intenções conscientes e inconscientes dos autores
dos evangelhos, para provar que o personagem Jesus não seria apenas uma criação
literária. Quais eram essas intenções?
Os autores dos evangelhos não tinham a intenção de fundar urna filosofia de vida, de
promover um herói político, ou construir um líder religioso - nem mesmo criar uni
homem diante do qual o mundo deveria se curvar. Queriam registrar fatos, mesmo que
incompreensíveis, de uma pessoa que revolucionou suas vidas e os ensinou a linguagem
do amor. Se os evangelhos fossem fruto da imaginação literária desses autores, eles não
falariam mal de si mesmos, não comentariam a atitude vexatória que tiveram ao negá-
lo, como fez Pedro. Eles teriam mesmo escondido a angústia de Cristo, que clamava ao
seu Pai para que afastasse de si seu cálice.
Jesus tinha uma forma própria de instruir seus discípulos. O senhor afirma em seus
livros que muitos desses pressupostos estão sendo desprezados pelos educadores
modernos. Por que? Estariam ultrapassados?
Jesus não enfileirava seus discípulos, mas os fazia sentar ao redor de si e os instigava a
desenvolver a arte de pensar. Ele era, sim, um magnífico contador de histórias. Usava a
arte da dúvida. Através de perguntas sistemáticas, fazia abrirem-se as janelas da mente
dos seus discípulos. Atuava nos papéis da memória através de gestos e reações
surpreendentes. Essas e outras técnicas psicopedagógicas que ele usou produziram
pensadores, e não servos; homens livres, e não dominados. Jesus mesclava a sua história
com a dos discípulos. Ele eliminava todas as barreiras entre eles. Discorria até sobre
suas angústias.
Se vivesse no mundo hoje, como Jesus Cristo seria visto pela psicologia?
Nos dias de hoje, as palavras de Jesus não apenas abalariam os alicerces da psiquiatria,
mas também das ciências, da educação. Ele deixava atônitas sua platéia. Seus discípulos
eram incultos, agressivos, competitivos, reagiam sem pensar. Ele escolheu a pior estirpe
de homens para segui-lo e os transformou não apenas em discípulos, mas na casta mais
nobre de pensadores.
Algumas correntes teológicas defendem que Jesus não teria realizado milagres ou só
teria feito alguns deles, que poderiam ser explicados de maneira natural pela ciência.
Sem a manifestação de poder sobrenatural, ele teria conseguido influenciar tanto a
sociedade de sua época?
A depressão é o ultimo estágio da dor humana. Só sabe o seu drama quem já a viveu.
Jesus não teve depressão no Getsêmani, mas uma reação depressiva intensa que durou
horas. Ele antecipou seu martírio e o vivenciou no palco de sua mente. Fez isso para se
preparar para suportar o que viria. Ele iria ser espancado, mutilado e crucificado, e
mesmo assim teria que agir com mansidão, doçura e perdão, como um cordeiro. Era
uma exigência insuportável. O estado de estresse a que estava submetido foi tão
violento que ele teve um sintoma psicossomático raríssimo na medicina, chamado
hematidrose, que é o suor sanguinolento. Ele sofreu em poucas horas mais do que
qualquer pessoa numa grave crise depressiva. Só que diferentemente da grande maioria
das pessoas, inclusive intelectuais e líderes cristãos, ele não escondeu a sua dor.
Chamou três amigos, Pedro, Tiago e João, e contou-lhes sobre seu sofrimento, mesmo
sabendo que eles o abandonariam horas depois. Com tal gesto, ele nos deixou um
princípio - não podemos maquiar nosso sofrimento, devemos sempre ter alguns amigos
para poder dividi-lo. Infelizmente, não poucos pastores, padres, executivos e médicos se
calam diante da sua dor, se destroem e até cometem suicídio porque têm vergonha de
falar dos seus sentimentos.
Há muito se discute, no meio evangélico, sobre uma eventual incompatibilidade entre a
psicologia e a fé cristã. Argumenta-se que o crente não precisa de assistência
psicológica, posto que sua fé em Deus seria capaz de eliminar todos os problemas. O
que o senhor pensa disso?
Os cristãos aceitam que as doenças físicas, mas não as psíquicas. Mas no fundo, todos
nós estamos doentes em nossa psique; todos temos transtornos emocionais. Podemos
não estar doentes por doenças catalogadas na psiquiatria e na psicologia, tais como a
síndrome do pânico, a depressão, o transtorno obsessivo, a fobia social. Mas estamos
doentes em nossa capacidade de amar, respeitar, dialogar, tolerar erros, superar a
solidão, vencer a culpa, governar nossos pensamentos, gerenciar nossa irritabilidade.
Jesus nunca fez milagres na alma, mas somente no mundo físico e no corpo humano. A
alma, ou psique, é lugar de transformação. Não há cura interior milagrosa, mas reedição
do filme do inconsciente, que às vezes é lenta e continua. Algumas doenças, corno
fobias ou conflitos sociais, resolvem-se mais rapidamente; mas outras, como os
transtornos obsessivos, que são idéias fixas, têm solução muito mais lenta. Quem não
conseguir superar uma doença psíquica através de sua fé deve procurar ajuda, sem medo
ou culpa.
Um bom psiquiatra ou psicólogo não faz milagre na personalidade das pessoas - apenas
leva o paciente a usar as próprias ferramentas da sua psique, que foram criadas por
Deus, para que ele deixe de ser vítima e passe a ser autor da sua história.
Quais as queixas mais comuns que pessoas praticantes da fé cristã apresentam nos
consultórios de psicologia?
Alguém que pratica a fé tem mais possibilidade de ser saudável e feliz. Alguém que
incorpora as características da humanidade de Jesus Cristo transforma a sua vida num
canteiro de segurança e liberdade. Mas ninguém tem um jardim sem espinhos, uma
estrada sem obstáculos. Não há gigantes na alma humana; todos somos aprendizes e
sujeitos a muitos conflitos. Mas quem passa por um conflito e o supera torna-se mais
belo interiormente e pode ser mais útil para Deus e para os homens.
A grande maioria das patologias psíquicas não é produzida por influência espiritual.
Não podemos negá-la, mas não devemos maximizá-la; caso contrário, negamos o livre
arbítrio. A grande maioria das patologias psíquicas deriva de leituras das matrizes de
memória que geram cadeias de pensamentos que desorganizam a psique. Se as doenças
mentais fossem derivadas de forças espirituais, não haveria muitos cristãos internados
em hospitais psiquiátricos. 0 apóstolo Paulo, que mencionou essas forças, não se referiu
a elas como causadoras de doenças, mas como bloqueadoras do plano de Deus. 0 que
estou convencido é de que o maior carrasco do homem é ele mesmo. O maior drama do
homem não é lidar com o mundo que o rodeia, mas com seu próprio ser. Preocupamo-
nos com a faxina da casa e do escritório, mas não com o lixo depositado na nossa
memória. Esse lixo é que contaminará o palco de nossa mente e o transformará num
palco de terror. O mal não é o que entra dentro do homem, mas o que sai da sua mente.
Livros Sapienciais
Provérbios - tipo mais simples, normalmente um par de versos (Prov.); Parábola - uma
comparação; Longos poemas e hinos (Jó 27,1; 29,1). Enigma ou adivinhas, utilizando
perguntas (Prov. 23,29ss; Ecl. 10,19; 22,14) Diálogos (Jó) Fábulas e alegorias (Prov.
5,15-23; Ecl. 12,1-6).
Para os Judeus, a verdadeira sabedoria humana tem uma fonte divina; Deus pode
comunicar e comunica a sabedoria a quem lhe apraz. Eis porque os escritores
Sapienciais se comprazem em contemplar a divina sabedoria : sabem que a deles
emanou Dela.
Jó:
O livro aborda o tema por que sofrem os bons?. O povo de antigo de Israel via como
castigo do pecado o sofrimento com isso aqueles considerados bons não sofriam, com o
tempo foi se vendo que não era bem assim não necessariamente acontecia está realidade
sobre o sofrimento. Esta concepção se impunha aos Judeus pelo fato de que ignoravam
a existência de uma póstuma consciente; julgavam que após a morte o indivíduo perdia
a lucidez da mente e se encontraria adormecido no cheol, incapaz de receber alguma
sansão. Por isto admitiam a retribuição do bem e do mal nesta vida mesmo.
É com este pano de fundo que se realiza o livro de Jó um homem reto, que perde bens e
saúde, três amigos diz para ele confessar os pecados graves que ele cometeu por ver
tamanho sofrimento, mas Jó se diz inocente e diz que está situação é inexplicável. Eliu
tenta dar uma explicação que o sofrimento dos bons é para que eles não se orgulhem.
Deus então intervém calando Jó e seus amigos por que quem é capaz de sondar os
desígnios da Providencia de Deus.
Deus é sábio demais para que precise prestar contar dos seus planos. Então Jó reconhece
a sua incapacidade de julgar a Deus e Deus devolve a saúde e os bens materiais.
Por conseguinte, reverencia e confiança constituem a atitude que o autor sagrado quer
incutir diante do problema da dor. Pondo em cheque a explicação antiga, ele não sabe
propor nova sentença, que dependeria da revelação de vida póstuma consciente e da
obra do Cristo Jesus.
Todavia o livro indica a solução pratica estritamente religiosa, que é valida até hoje.
Sim; mesmo depois de Cristo o homem não pode indicar o porque de todos os seus
sofrimentos; faça porem um ato de confiança absoluta na infalível Providencia Divina.
E não será frustado.
É preciso para compreender o sofrimento olhar para as realidades futuras, vida após a
morte, assim poderá colher os frutos das obras praticadas na terra. Em Jesus, o justo que
sofre em expiação dos pecados alheios e ressuscita dentre os mortos vem com um
sentido novo ao sofrimento. O livro de Jó se coloca em divisão entre uma mentalidade
do antigo testamento para o novo testamento.
Eclesiastes (Coélet)
Quem lê o livro, pode, à primeira vista, ficar confuso, por algumas realidades como:
pessimismo em relação a tudo, parece não ter ideal, nem animo na vida, dar-se a
impressão de materialismo por incentivar o gozo dos prazeres, todos viemos do pó e ao
pó voltaremos.
Para ter uma compreensão real da realidade do livro é preciso verificar estes pontos:
O autor de Ecl. não tinha uma consciência de uma vida póstuma. Compartilhava a idéia
de que, após a morte, o ser humano entra em estado de torpor e se torna incapaz de
receber a retribuição de seus atos bons e maus; por conseguinte Deus exerce sua justiça
aqui na terra em todos os homens. Ora o autor de Ecl. tem um certo desanimo por ver
que os ímpios são sadios, ricos e os fieis sofrem perseguições e miséria.
O autor é um homem pratico que fala do que observa e experimenta. Fala que na
verdade, ninguém vê a alma de um percorrer a sua trajetória depois da morte deste.
Quando o Ecl. recomenda o gozo dos prazeres materiais ele não faz como os ateus: ao
contrario, na falte de perspectiva de recompensa no além, ele convida seus discípulos a
gozar dos bens que Deus lhes dá no decorrer desta vida. Tem algumas passagens que
podemos verificar Ecl. 2,24; 9,9. Se Deus dá alguém prazer, o Eclesiastes julga legitimo
usufrui-lo como sendo dom de Deus.
As realidade sem nexo deste livro é um conflito do autor diante das possibilidades de
encontrar a felicidade. Com isso ele chega a uma conclusão que a passagem Ecl. 12,13s.
Esta conclusão bem mostra que o autor não é um cetico, nem um ateu; depois de haver
discutido o problema da retribuição, ele o acha insolúvel; por isso, chama seu discípulo
para o realismo: sejamos fieis a Deus e entreguemos nossas obras ao julgamento do
Senhor. Nesta proposição está timidamente expressa a esperança de que haverá
retribuição póstuma. Qualquer ímpeto de desespero ou revolta é superado por esse fecho
do livro, que representa a ultima palavra do autor temente e submisso a Deus.
As posturas de amargura significam a insatisfação da criatura humana que espera uma
resposta cabal para os seus anseios naturais. Todo homem foi feito para a vida, a justiça,
a verdade, o amor... de modo que, quando não os encontra sente amargura; O Ecl.,
através de suas afirmações quase irreverentes, pedia a revelação da vida póstuma
consciente, na qual cada um encontrará a plena satisfação das aspirações mais
fundamentais que Deus lhe deu. Assim o Ecl. segue caminho para o Evangelho; é um
brado a demanda do Evangelho. A sua mensagem de temer a Deus e observar os
mandamentos é absolutamente valida também para os Cristãos; no Novo testamento,
porém, é completada pela certeza de que existe a justa retribuição no além, de modo que
todas as desordens escandalosas da vida presente serão apagadas, cedendo à plena
ordem.
Provérbios
O conteúdo do Provérbios serve para orientar sabiamente a vida do leitor, seja no plano
individual, seja no social. Afirma claramente o temor de Deus como principio da
verdadeira sabedoria e que só em Deus o homem deve colocar sua confiança. O livro
consta de nove coleções. A coleção mais antiga é atribuída ao rei Salomão que são as
duas primeiras coleções.
Sabedoria
O livro é chamado, nos antigos manuscritos, Sabedoria de Salomão donde de fez livro
da Sabedoria.
3. 10,1 - 19,20 - Retoma a primeira parte do livro. O autor estabelece uma comparação
entre os ímpios (Egipicios idolatras) e os justos (Israelitas). Esta sabedoria guia
coletividade do povo. Esta parte é uma re-leitura do Êxodo em estilo de Midraxe, isto é
de modo a realçar a lição religiosa dos acontecimentos passados.
Eclesiástico (sirácida)
É um livro muito parecido com o Provérbios mais de uma disposição mais arrumada.
Salmos
Introdução:
Salmo vem do grego 'psalmo' que significa melodia (cantar hinos com o
acompanhamento de cardas.
O saltério é a oração do próprio Jesus. Cristo não só interpretou, citou, rezou, mas
sobretudo os viveu. Por isso também é a nossa oração, é a oração de Israel e da Igreja
(Mt 27,39 - Sl 22,8 ; Mt 27,43 - Sl 22, 9 ; Jo 19,24 - Sl 22,19).
Os Salmos ocupam lugar de destaque na expressão orante católica (missas, liturgia das
horas etc...).
Os Salmos devem ser vividos e não só recitados, pela Igreja os salmos são dirigidos a
Jesus.
1–81–8
9 – 10 9
11- 113 10 - 112
114 – 115 113
116 114 - 115
117-146 116 - 145
147 146 - 147
148-150 148 - 150
Amor ( de Deus pelos homens): 8, 22, 24, 30, 32, 35, 84, 85, 99, 102, 104, 105, 114,
135, 142, 144, 145.;
Amor ( do homem para com Deus): 15, 17, 41, 62, 114-115, 118;
Ver: Cruz; Anuncio ( da Boa Nova): 18A, 32, 46, 47, 95, 97, 116, 144.;
Apóstolo (Festa dos): Ver: Anuncio; Assembléia: 21, 34;
Batismo: 8, 22, 28, 33, 41, 65.; Caminho: 1, 22, 24;
Ver: Peregrinação Colheita: 64, 66, 143; Combate Cristão: 16, 17, 26, 30, 34, 90, 119,
120, 143;
Confiança: 4, 12, 22, 24, 26, 30, 33, 36, 54, 61, 70, 90, 117, 124, 129, 145.;
Conhecimento de Deus: 18A, 62, 89, 118.; Conversão: 6, 31, 37, 50, 80, 84, 94, 101;
Criação: 8, 18A, 32, 64, 103, 135, 137, 138, 146, 148.;
Desejo de Deus: 15, 26, 41, 62, 72, 83, 118, 141, 142.; Doença: 6, 27, 29, 40, 87, 142.;
Escolha: 15, 79, 83, 118, 136, 140.; Esperança: Ver: Confiança.;
Espirito ( de Deus ): 50, 103, 142, 147.; Eucaristia: Ver: Ação de Graças; Fé: Ver:
Confiança;
Fidelidade ( de Deus ): Ver: Amor; Fidelidade ( do homem ): Ver: Obediência: Guerra:
26, 43, 54, 59, 73, 78, 79, 82, 89, 119; Ver: Combate, Perseguição.;
Igreja: 32, 44, 45, 47, 67, 86, 99, 104, 121, 124, 147, 149.;
Julgamento ( de Deus ): 7, 9, 10, 16, 34, 49, 63, 74, 75, 81, 93, 95, 149.;
Justiça ( de Deus ): 47, 50, 64, 71, 84, 98, 110, 142, 144, 145.;
Justiça ( do homem ): 1, 14, 16, 23, 24, 25, 36, 100, 111, 127.;
Libertação: 3, 17, 19, 29, 55, 59, 67, 68, 76, 101, 106, 110, 113A, 117, 123, 135, 145,
146.;
Louvor: 32, 33, 46, 56, 65, 66, 95, 97, 112, 116, 148, 149, 150.;
Ver: Ação de Graças Mártires ( Festa dos ): 33, 115, 125, 144.;
Matrimonio: 20, 44; Morte: 4, 12, 15, 29, 41, 62, 87, 115, 141, 142.;
Nascimento: 8 Obediência: 18B, 39, 49, 100, 118, 122;
Oração: 5, 53, 69, 85, 101, 129, 140, 141.;
Palavra ( de Deus ): 11, 18, 28, 32, 55, 80, 94, 118, 129, 147.; Paz: 45, 84, 119, 121,
132.;
Pecado: 13, 35, 37, 57, 77, 105; Ver: Perdão; Perdão: 24, 31, 50, 64, 84, 102, 105, 129.
Ver:
Pecado; : Peregrinação: 41, 83, 120, 121; Perfeição ( do homem ): Ver: Justiça ( do
homem );
Perseguição: 3, 21, 34, 40, 42, 54, 55, 58, 63, 68, 70, 108, 139, 142.; Ver: Combate,
Guerra.;
Pobres: 9, 10, 21, 33, 67, 68, 75, 85, 108, 112, 114, 137, 139, 145, 149. Povo de Deus:
Ver:
Igreja; Provação: 21, 30, 38, 41, 56, 70, 72, 76, 87, 89, 90, 94, 101, 136, 137, 141; Ver:
Perseguição, Doença; Refeição: 22, 33, 77, 103, 144;
Reino ( de Deus ): 44, 92, 96, 97, 98, 109, 144, 149.; Renovação : 29, 50, 70, 84, 101,
102, 125.;
Riquezas: 36, 48, 61, 72.; Salvação: Ver: Libertação; Sofrimento: Ver: Doença,
Perseguição,
Provação, Guerra, Pobres.; Trabalho: 103, 126, 127.; Unidade: 47, 86, 121, 132, 147.;
Verdade:
Ver: Fidelidade; Vida: 15, 20, 21, 22, 33, 48, 89, 114, 141, 142.;
O Cântico dos Cânticos
1- Introdução:
O título deste pequeno livro é, na realidade, um superlativo, algo como: “o Cântico mais
bonito”; o melhor cântico; “o canto por excelência”
2- Autoria e Data:
A linguagem do livro é muito posterior a Salomão, provavelmente foi escrito por volta
da primeira metade do séc. IV a.C.
3- Comentário:
O Autor do Cântico quis descrever as peripécias do amor que nasce e, após muitas
vicissitudes, se consuma nas núpcias, para ilustrar o relacionamento vigente entre Javé,
o Deus da Aliança, e Israel, o povo de dura cerviz rebelde. Em perspectiva Cristã, pode-
se identificar o Cristo com o Esposo do Ct e a Igreja com a Esposa. Mais
particularmente ainda, os místicos cristãos consideram sob figura da Esposa a Virgem
Maria, e, por ultimo, toda e qualquer alma fiel. Sem duvida, o amor de Deus se revela,
de modo muito vivo, na Paixão do Senhor Jesus, quando
Cristo se entrega pelos pecadores, contrariando todas as regras do bom senso humano.
Os diversos poemas descrevem o curso deste amor: Começa com o primeiro despontar
até a união nupcial, passando por fases de hesitação. Não existe uma seqüência lógica,
todavia existe uma evolução progressiva em sentido do amor. Não fala de Deus,
apresenta cenas de forte paixão; é o que tem provocado estranheza através dos séculos
suscitando outras interpretações.
Vejamos algumas:
"No decurso dos séculos o Cântico foi interpretado de muitas maneiras, mas nenhuma
obteve a aceitação universal". Os dois enfoques dominantes são os seguintes:
a) Interpretação Alegórica: A obra seria uma alegoria, Deus seria o Amado e o povo a
amada (João fala de Jesus como noivo e dá a entender que a Igreja é a noiva - talvez por
influência do Cântico). Essa linguagem (nupcial) é muito usada por profetas (Oséias,
Jeremias e Ezequiel).
"Portanto, uma vez reconhecido o amor como elemento constitutivo do casamento, lado
a lado com a fundação de uma família, o indivíduo deixou de ser absorvido no grupo. É
um passo decisivo no que se concerne ao reconhecimento da dignidade pessoal de todo
homem e de toda mulher".
Em suma, o Cântico dos Cânticos é mais um documento que, do seu modo, atenta o
mistério da aliança de Deus com os homens, que enche toda a historia sagrada.
O povo do país podia manter sua própria religião e costumes. Mas a autoridade final era
Roma e reforçada pelo exército romano. No ano 6 d.C. , o país foi dividido em duas
províncias, Judéia e Galiléia. Heródes Antipas tornou-se o rei da Galiléia. Mas Judéia -
a capital espiritual e secular -ficou sujeita a norma romana direta , administrada por um
procurador romano baseado em Cesarea. O regime era brutal e autocrático. Ao assumir
o controle direto da Judéia, mais de dois mil rebeldes foram crucificados. O templo foi
saqueado e destruído. Impostos pesados foram criados.
Este estado de coisas foi melhorado por Poncio Pilatos, procurador da Judéia de 26 d.C.
até 36 d. C. Os registros existentes indicam que Pilatos era um homem corrupto e cruel,
e não só perpetuou, mas intensificou os abusos de seu predecessor. Pelo menos, à
primeira vista, é surpreendente que os Evangelhos não contenham críticas a Roma , nem
menções ao jugo romano.
Os judeus da Terra Santa , podiam ser divididos em várias seitas e subseitas. Havia, por
exemplo, os Saduceus, uma classe de pequenos mas abastados proprietários que, para
desprazer de seus compatriotas colaboravam de forma insidiosa com os romanos.
Entre as seitas e subseitas menores havia os Nazoritas dos quais Sansão , séculos antes
tinha sido membro; os Nazorianos ou Nazarenos , um termo que parece Ter sido
aplicado a Jesus e seus seguidores, realmente , a versão original grega do NT se refere a
"Jesus, o Nazareno" , expressão mal traduzida como " Jesus de Nazaré".
Em 6 d.C. , quando Roma assumiu o controle direto da Judéia , um fariseu rabino
conhecido como Judas da Galiléia tinha criado um grupo revolucionário altamente
militante, conhecido como Zelote e composto, parece, de fasiseus e essênios. Os zelotes
não eram propriamente uma seita. Eram um movimento com afiliados de várias seitas.
Todavia, para os Zelotes e para outros oponentes de Roma, este sacerdote marionete era,
necessariamente, um falso Messias. Para eles , o verdadeiro Messias significava algo
muito diferente - o legítimo rei perdido , o descendente desconhecido da casa de Davi ,
que libertaria seu povo da tirania romana.
Durante a vida de Jesus essa espera era enorme e continuou após sua morte. Realmente,
a revolta de Masada em 66 d.C. foi instigada pela propaganda feita pelos Zelotes em
nome de um Messias , cujo advento seria iminente.
OS EVANGELHOS
MARCOS (66 A 74 D.C.) - ATÉ O CAPÍTULO 16:4
Parece Ter vindo de Jerusalém e companheiro de Paulo. Se Marcos quisesse que seu
Evangelho sobrevivesse , não podia apresentar Jesus como um anti-romano e teria que
aliviar os romanos de toda culpa pela morte de Jesus. Esse artifício foi adaptado não
somente pelos autores dos outros Evangelhos, mas também pela antiga igreja cristã.
Sem tal artifício, nem os Evangelhos , nem a igreja teriam sobrevivido.
Embora tenha sofrido adulterações, era o mais fidedigno dos quatro. Seria Jesus casado?
Segundo o costume judaico da época, não era só usual, mas quase obrigatório que um
homem fosse casado. Com exceção de certos essênios de algumas comunidades, o
celibato era vigorosamente condenado. Se Jesus fosse celibatário, certamente haveria
uma forte reação e teria deixado algum traço.
A hipótese de casamento é reforçada pelo título de Rabino e a lei judia é explícita; " Um
homem não casado não pode ser professor". As bodas de Canaã sugere que o casamento
tenha sido a do próprio Jesus. É de se estranhar o fato de Jesus e sua mãe estarem lá; ele
ainda não havia iniciado seu ministério; e Maria lhe ordena que reponha o vinho.
Comporta-se como se fosse a anfitriã (João 2:3-4) "e faltando o vinho, a mãe de Jesus
lhe disse: eles não têm vinho. E Jesus respondeu: Mulher que importa isso a mim e a
vós? Ainda não é chegada a minha hora. Mas Maria, completamente à vontade ignora o
protesto do filho (João 2:5). Disse a mãe de Jesus aos que serviam: fazei tudo o que eles
vos disser. E os servos prontamente obedeceram, como se estivessem acostumados a
receber ordens de Maria e de Jesus."
No que concerne aos Evangelhos, ele ainda não tinha ainda demonstrado seus poderes;
e não havia razão para que Maria assumisse que ele os possuía. Mas mesmo que
houvesse, porque deveriam tais dons , singulares e sagrados , serem empregados com
um propósito tão banal?
Por que deveria Maria fazer tal pedido à seu filho? Por que deveriam dois convidados a
um casamento tomar sobre si a responsabilidade de servir; uma responsabilidade que ,
por costume , seria reservada ao anfitrião? A menos, é claro, que o casamento em Canaâ
fosse o próprio casamento de Jesus. Nesse caso seria responsabilidade sua servir o
vinho.
Outra evidência está em João 2:9-10 "O que governava a mesa chamou o noivo e disse-
lhe: todo homem põe primeiro o bom vinho: e quando os convidados já os têm bebido
bem, então lhes apresenta o inferior. Tu , ao contrário, tiveste o bom vinho guardado até
agora". Uma conclusão óbvia é que Jesus e o noivo são a mesma pessoa.
1.1.12 – Evangelhos Sinóticos
Os exegetas chamam evangelhos sinópticos aos de Mateus, Marcos e Lucas; desde que
a exegese começou a ser aplicada à Bíblia ainda no século XVIII que os especialistas se
aperceberam que, dos quatro evangelhos, os três primeiros apresentavam grandes
semelhanças em si, de tal forma que se colocados em três grelhas paralelas - donde vem
o nome sinóptico, do grego συν, "syn" («junto») e οψις, "opsis" («ver») -, os assuntos
neles abordados correspondiam quase inteiramente. Por parecer que quase teriam ido
beber as suas informações a uma mesma fonte, como os primeiros grandes exegetas
eram alemães, designaram essa fonte por Q, abreviatura de Quelle, que significa
precisamente «fonte» em alemão.
O estilo de Lucas é mais polido do que o de Mateus e Marcos, com menos hebraismos.
Lucas utiliza algumas palavras latinas (q.v. Lucas 7,41; 8,30; 11,33; 12,6 e 19,20), mas
nada de termos em aramaico ou hebraico, exceto sikera, uma bebida estimulante da
natureza do vinho, mas não processada de uvas (do hebraico shakar, "ele está
intoxicado", Levítico 10,9), provavelmente vinho de palmeira. Esse Evangelho contém
28 referências distintas ao Antigo Testamento.
Podemos dizer que o livro de Atos é o Evangelho do Espírito Santo. Aí se conta que o
Espírito Santo prometido faz nascer à comunidade cristã e a impulsiona para o
testemunho aberto e corajoso do nome de Jesus, isto é, para anunciar a palavra e a ação
libertadora de Jesus.
Sua fonte é o batismo pentecostal com o Espírito Santo, e o efeito é o poder de dar
testemunho perante o mundo. Esse testemunho é apresentado como resumo no sermão
pentecostal de Pedro dirigido aos membros da dispersão congregados em Jerusalém, e
em pormenores progressivas através do restante do livro.
A opinião quase universalmente aceita é que o evangelho segundo Lucas e os Atos têm
um autor comum. O autor dos Atos dos Apóstolos começa fazendo referência ao
“primeiro tratado” que se interpreta como a primeira prestação ou entrega do mesmo
volume histórico, dirigido a Teófilo, a mesma pessoa. Existem, pelo menos três
argumentos que confirmam a paternidade literária de Lucas: 1° – existe a evidência do
uso da primeira pessoa do plural nas seções 6,10-17; 20,5-15; 21,1-18; 27,1 – 28,16,
sugerindo que o autor era testemunha ocular, como o foi Lucas. 2° – há provas de que o
escritor era médico. E 3° – uma ampla e convincente tradição apóia a paternidade
literária de Lucas.
O livro de Atos dos Apóstolos é dividido em duas partes: a primeira parte é chamada de
“Atos de Pedro” e vai do capítulo 01 até o capítulo 12; e a segunda parte é chamada de
“Atos de Paulo” e vai do capítulo 13 até o capítulo 28. Esse livro retrata toda a história
do início da Igreja (a Igreja Primitiva), desde o dia da Ascensão do Senhor ao céu,
Pentecostes, Prisão e Fuga de Pedro, Conversão de Paulo, Concílio de Jerusalém,
Primeira, Segunda e Terceira Viagem missionária de Paulo, até o Encarceramento de
Paulo.
No livro de Atos dos Apóstolos encontramos uma narrativa de como foi o início da
igreja de Jesus Cristo aqui na terra, o exemplo deixado pelos apóstolos e um padrão
permanente para a igreja.
Quem quiser seguir a Cristo deve levar em conta os exemplos dos apóstolos vistos neste
livro. Exemplos de santidade, ousadia, sofrimento, oração, fraternidade e união.
Muitas pessoas têm procurado as igrejas evangélicas para obter benefícios materiais
apenas e esquecem-se do que é de fato a igreja;
A igreja tem sido usada por muitos apenas para “cobrar” bênçãos de Deus;
O relativismo é tolerado como normal por muitos. A idéia de pecado passa ser algo
muito vago, “depende”;
A mensagem pregada é mista, ora Jesus, ora Maria. Sobre isto Paulo escreveu aos
Coríntios:
Quero dizer, com isso, que cada um de vós diz: Eu sou de Paulo, e eu, de Apolo, e eu,
de Cefas, e eu, de Cristo.
Está Cristo dividido? Foi Paulo crucificado por vós? Ou fostes vós batizados em nome
de Paulo?
(1 Co 1.12,13)
Ora, se foi Jesus que morreu por nós, então nosso compromisso e esperança está em
Jesus.
A igreja de Jesus Cristo iniciou sofrendo muitas perseguições. Os apóstolos foram
presos, alguns apedrejados, outros mortos e tudo isto porque eles davam testemunho de
Jesus Cristo.
Eles pregavam era que Jesus havia ressuscitado, subido ao céu e que voltaria. Pregavam
que era necessário o arrependimento dos pecados e entregar a vida a Jesus Cristo para
obter a salvação.
A mensagem que Paulo, Pedro, Estevão, João, Tiago e outros pregavam naquela época
continua valendo para os nossos dias. Ela não caducou, pelo contrário, continua viva e
atual para a igreja contemporânea.
Leia o livro de Atos dos Apóstolos e compare como era a igreja primitiva e como é a
sua igreja. Será que dá para fazer uma comparação? A mensagem que eles pregavam
está sendo pregada na sua igreja? Você como cristão tem encarado o Reino de Deus
com a mesma seriedade que os irmãos da igreja primitiva encararam?
1.1.14 – Eclesiologia/ Mariologia
Durante o seu ministério público, o nosso Senhor anunciou a sua intenção de construir
(edificar) a sua igreja (Mateus 16:15-18). Certamente, ele não pretendia construir uma
estrutura tipo catedral (um prédio de “igreja”); ele planejava chamar os pecadores por
meio do evangelho para experimentar a salvação pela sua graça (2 Tessalonicenses
2:13-14; Efésios 1:6). Todos aqueles que respondessem ao convite divino seriam
“chamados”, ou seja, chamados para sair do mundo. De fato, a palavra grega traduzida
como “igreja” no Novo Testamento significa exatamente isto – um grupo de pessoas
que foram chamadas para sair.
Este aspecto do plano de redenção de Deus foi colocado em ação no primeiro dia de
Pentecostes depois da morte e ressurreição do Senhor. Os apóstolos pregaram a
mensagem da salvação, e as pessoas responderam, sendo batizadas em Cristo para o
perdão de seus pecados (Atos 2:22-47). Todos que responderam de maneira semelhante
nos dias seguintes tornaram-se parte deste grupo de pessoas “chamadas”, conhecido
como a igreja.
Muito tempo passou desde os eventos gravados no livro de Atos e muitas coisas
aconteceram em relação a história religiosa. Ao invés de uma igreja que Jesus
estabeleceu, há uma grande multidão de igrejas de todas as variedades. Enquanto
existem algumas semelhanças entre estes grupos religiosos, as diferenças entre elas são
surpreendentes. Elas têm diferentes formas de governo (organização), missões
diferentes e formas diferentes de louvor. As doutrinas que são ensinadas por todas estas
igrejas podem variar muito e há conflito óbvio entre o que uma igreja ensina e o que
outra igreja ensina. Os nomes diferentes usados pelos grupos religiosos servem apenas
para enfatizarem as suas diferenças.
Há uma indicação clara no Novo Testamento de que Jesus nunca pretendia a situação
religiosa atual. Deve ser muito triste para aquele que orou que todos os seus discípulos
gozassem da mesma união que ele e seu Pai (João 17:20-23) testemunhar a confusão
que existe hoje em dia. É evidente que o Senhor pretendia que a mensagem de salvação
não fosse mudada (Gálatas 1:6-9). Obviamente, ele pretendia que os seus discípulos
posteriores louvassem da mesma maneira que os primeiros membros da igreja louvavam
(veja, por exemplo, 1 Coríntios 11:23-34).
“Mas o mundo de hoje é diferente”. Está certo que vestimos de maneira diferente do
que as pessoas do primeiro século no Oriente Médio e que temos tecnologia avançada,
mas a natureza do homem não mudou, nem a sua necessidade pela salvação. Será que
nos tornamos sofisticados demais para o tipo de religião que Deus prescreve? Durante
os séculos que têm passado desde o estabelecimento da igreja do Senhor, os homens
têm deixado a tradição alterar e acrescentar àquilo que é ensinado no evangelho de
Cristo. Quem está disposto a amputar tal crescimento cancerígeno e voltar ao
cristianismo do Novo Testamento?
Temos o ensinamento dos apóstolos e profetas inspirados no Novo Testamento.
Podemos descrever a organização, missão e louvor da igreja primitiva quando lemos as
Escrituras. Não só é possível voltar ao ensino e à prática simples de igreja primitiva,
como é absolutamente necessário (2 João 9)!
Liberdade em Jesus é um nome bem sugestivo, que nos mostra que Jesus veio trazer
liberdade. Ele nos liberta do pecado e nos permite viver o que tanto queremos: que é
fazer a vontade de Deus!!
Hoje temos muitas igrejas que adoram o mesmo Deus, vemos várias formas de viver
para Deus, o que de uma certa maneira prende a pessoa àquela determinada
denominação religiosa. Antigamente na época dos apóstolos não havia igrejas nas
cidades e sim a igreja, havia uma igreja em cada cidade, ou seja, existia o povo que
vivia em novidade de vida na determinada cidade.
O Senhor Deus ressuscitou a Jesus dentre os mortos, o colocou a sua direita nos céus,
acima de todo o principado, poder, potestade, domínio, todo nome que se nomeia e
sujeitou todas as coisas a seus pés, e sobre todas as coisas o constituiu como cabeça da
igreja, que é o seu corpo. E o de Jesus são aqueles que o receberam, aqueles que o
Senhor Deus ressuscitou estando eles mortos em ofensas e delitos e os assentou nos
lugares celestias em cristo Jesus.
Edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Jesus é a principal
pedra da esquina, na qual todo edifício bem ajustado cresce para templo santo do
Senhor. Edificados para morada de Deus em Espírito.
A Bíblia diz: Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará, Jesus é a verdade, Jesus é
a vida, Jesus é o caminho que leva até Deus. A fé vem pelo ouvir a palavra de Deus,
ouvir falar de Jesus, os Dons espirituais são para que nós possamos chegar ao
conhecimento perfeito de Jesus, conseqüentemente para aumentar a nossa fé e nos
libertar de todo mau. Jesus disse vinde a mim todos os cansados e sobrecarregados, eis
que farei jorrar do teu ventre rios de água viva.
A palavra central não é cura, não é estabilidade financeira, não é venha a esta
denominação ou até mesmo neste mundo não sofrerás, mas graças a Deus é aceite a
Jesus e o que ele fez por você e viva uma nova vida para Deus. Tenha comunhão
conosco, com o Pai e com seu filho Jesus Cristo, deixe o Espírito de Deus agir e
manifestar o seu fruto em você. Seja um cidadão dos céus, tenha seu nome escrito no
livro da vida.
MARIOLOGIA
A Maternidade Divina
Theotókos, Mãe de Deus, solenemente proclamado pelo Concílio de Éfeso
(431). Em que sentido Maria é Mãe de Deus? O Eterno teve início?
IRRUPÇÃO DO SOBRENATURAL
“Sobrenatural” é dom de Deus (suave e discreto) que está acima das
exigências de qualquer criatura. O plano de salvação que Deus concebeu para o homem,
tem um objetivo sobrenatural: levar os homens à comunhão com a Vida de Deus,
fazendo-os filhos no Filho e habilitando-os à visão face-à-face da Beleza infinita.
O PROPÓSITO DA VIRGINDADE
As palavras de Maria: “Como se fará isso, pois não conheço varão?” (Lc
1,34) não insinuam necessariamente um voto, o desejo de entregar integralmente a
Deus. Antes de dar consentimento ao anúncio do anjo, Maria quis saber como se
conciliaria essa entrega total com a mensagem da maternidade. Uma tal afirmação de
virgindade é inédita e desconcertante para a mentalidade dos judeus.
A PALAVRA DO PAPA
UM CONCÍLIO IMPORTANTE
Ano de 392, a cátedra de S. Pedro era ocupada pelo Papa Sirício. Em
Cápua celebrou-se um importante Concílio com a participação de Bispos provenientes
de várias regiões do Oriente, e pela gravidade das questões: O cisma de Antioquia e o
exame da doutrina de Bonoso, que negava a perpétua virgindade de Maria. O Papa
Sirício acompanhou com vigilante atenção. S. Ambrósio de Milão deixou neles a marca
da sua personalidade forte e prudente.
NA LUZ DA ENCARNAÇÃO DO VERBO
Os Padres da Igreja perceberam com clareza que a virgindade de Maria,
antes de construir uma “questão mariológica”, é um “tema cristológico”. A virgindade
da Mãe é uma exigência da natureza divina do Filho; é a condição concreta em que,
segundo um livre e sapiente desígnio divino, se efetuou a encarnação do Filho eterno,
d’Aquele que é “Deus de Deus”. Só Ele é santo, só Ele é o Senhor, só Ele é o
Altíssimo. Para a tradição cristã, o seio virginal de Maria, fecundado pelo Pneuma
divino sem intervenção de homem, tornou-se , como o madeiro da cruz ou as ligaduras
do sepulcro, motivo e sinal para reconhecer em Jesus, o Filho de Deus.
OS FATOS
Na confissão de fé na virgindade da Mãe de Deus, a Igreja proclama
como fatos reais que Maria de Nazaré:
· Concebeu verdadeiramente Jesus, por obra do Espírito
Santo, sem intervenção de homem;
· Deu à luz, verdadeiramente e virginalmente, o seu Filho,
razão pela qual depois do parto permaneceu virgem; virgem também no que
se refere a integridade da carne;
· Viveu, depois do nascimento de Jesus, em total e perpétua
virgindade; e, juntamente com José, também ele chamado a desempenhar um
papel primário nos eventos iniciais da nossa salvação, se dedicou ao serviço
da pessoa e da obra do Filho.
EM SÍNTESE
O S. Padre renunciou expor teorias biológicas que nos últimos tempos
foram apresentadas para elucidar a partenogênese, como se pudesse enquadrar o caso de
Maria em alguma ocorrência conhecida pelas ciências médicas. Deus pode fazer o que
Ele quer com os elementos que Ele escolhe, por mais ineptos que pareçam. É Deus
quem toma a iniciativa de salvar o homem gratuitamente, e não é o homem que provoca
Deus para realizar atos salvíficos.
• Títulos cristológicos
São 190 ocorrências deste título nas cartas autênticas e 82 nas deutero-
paulinas, sendo que uma boa parte é referência a Deus, de modo semelhante à
compreensão de sua tradição judaica. Isso se torna, naturalmente, um desafio
hermenêutico. Quando, então, o título Senhor se une ao título Cristo o sentido
cristológico é incontestavelmente evidente. São 64 ocorrências, como em Rm 14,14,
quando Paulo diz: “Eu sou e fui persuadido pelo Senhor Jesus”, ou I Cor 9,1: “Não
vi o Senhor?”.
‘Senhor’, como referência de significação cristológica, tem este sentido
quando o título aparece inserido em frases como: I Cor 2,9 “...não crucificaram o
Senhor da Glória?”; I Cor 6,14: “ Deus ressuscitou o Senhor”; I Cor 7,10: “ordeno
não eu mas o Senhor”. Rm 14,6-9 o título ‘Senhor’ aparece por seis vezes em
referência ao tema pascal do morrer-viver em Cristo. Compreende-se que dele como
Senhor é que vem o sentido da vida e da morte do cristão.
‘Em Cristo/ én Kúryó” ocorre cerca de 30 vezes com um evidente sentido
cristológico, com alguma nuance tomada do Antigo Testamento, como em I Cor 1,31 e
II Cor 10,17, em referência a Jer 9,23, mas em paralelo ao sintagma.
Em algumas citações bíblicas o título se refere a Deus e a Cristo, como em
Rm 10 citando Jl 3,5; I Cor 1,31 citando Jer 9,23; I Cor 2,16 citando Is 40,13; I Cor
10,26 citando Sl 24.
‘Dia do Senhor’/ éméra Kúryou tem raízes no Antigo Testamento,
mantendo algumas vezes o sentido teológico original de ‘dia de ira e da manifestação do
juízo de Deus’, como em Rm2,5. A conotação cristológica é evidente quando se usa a
expressão “dia do Senhor nosso Jesus Cristo ( I Cor 1,8; II Cor 1,14), ou “dia de Cristo”
( Flp 1,6.10 e 2,16), ou ainda o uso tradicional de “dia do Senhor” ( I Cor 5,5; I Tess
5,2.4). Isso se confirma quando aparece em correlação à parusia, dita de Cristo (I Cor
15,23), ou do Senhor Jesus (I Tess 2,19; 3,13; 5,23), ou do Senhor (I Tess 4,15). Ou
também nas referências às vindas futuras.
É importante sublinhar, nesse contexto, entre outros aspectos, a grande
novidade cristã quando se trata do Shemá, a confissão fundamental da fé hebraica, Dt
6,4. Em Flp 2,11 o estrito monoteísmo hebraico é enriquecido pela introdução da
qualificação “Deus” e “Senhor”, com uma evidente coincidência.
Em síntese, a semântica cristã da significação do título ocorre
especialmente quando se trata de aclamações, quando os cristãos firmam sua identidade
reconhecendo o Cirsto como seu Senhor e Senhor do mundo ( Rm 10,9; I Cor 8,6); e
nas exortações parenéticas, quando se firma que o batizado não tem outro Senhor a não
ser Jesus Cristo, no compromisso de viver toda a sua existência buscando agradá-lo (I
Cor 7,10.32)
Filho de Deus/Ùiós toú Theoú
Neste evangelho, Jesus declara que é o filho de Deus, que foi enviado por
Deus para cumprir na cruz do calvário o plano de Deus para a salvação do homem.
Se você não sabe nada sobre Deus, comece por aqui. Se você acha que já
sabe tudo sobre Deus, volte sempre para João 3:16. Todos nós precisamos deste
lembrete. Afinal, a essência do problema humano é o coração, e o tratamento de Deus
está escrito em João 3:16.
>um moralismo.
No seguimento de Cristo, o cristão descobre o mais profundo da sua
humanidade.
Cristo é o fundamento da vida moral cristã, porque a vida que existe em nós é já vida
divina na humana: pela união com a Sua vida divina como filhos de Deus; pela união
corpórea com Jesus e os seus fiéis; pela unidade entre Cristo e o cristão nos atos
humanos.
A palavra igreja vem do grego ekklesia, que tem origem em kaleo ("chamo
ou convosco"). Na literatura secular, ekklesia referia-se a uma assembléia de pessoas,
mas no NT a palavra tem sentido mais especializado. A literatura secular podia usar a
apalavra ekklesia para denotar um levante, um comício, uma orgia ou uma reunião para
qualquer outra finalidade. Mas o NT emprega ekklesia com referência à reunião de
crentes cristãos para adorar a Cristo.
Que é a igreja? Que pessoas constituem esta "reunião"? Que é que Paulo
prentende dizer quando chama a igreja de "corpo de Cristo"?
Fundada a Igreja
Quarenta dias depois de sua ressurreição, Jesus deu instruções finais aos
discípulos e ascendeu ao céu (At 1.1-11). Os discípulos voltaram a Jerusalém e se
recolheram durante alguns dias para jejum e oração, aguardando o ES, o qual Jesus
disse que viria. Cerca de 120 pessoas seguidores de Jesus aguardavam.
Mas Pedro fez calar a multidão e explicou que estavam dando testemunho
do derramamento do ES predito pelos profetas do AT (At 2.16-21; Jl 2.28-32). Alguns
dos observadores estrangeiros perguntaram o que deviam fazer para receber o ES. Pedro
disse: " Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para
remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo " (At 2.38). Cerca de
3 mil pessoas aceitaram a Cristo como seu Salvador naquele dia (Atos 2.41).
A Comunidade de Jerusalém.
Os cristãos de Jerusalém ainda iam ao templo para orar (At 2.46), mas
começaram a partilhar a Ceia do Senhor em seus próprios lares (At 2.42-46). Estsa
refeição simbólica trazia-lhes à mente sua nova aliança com Deus, a qual Jesus havia
feito sacrificando seu próprio corpo e sangue.
A igreja crescia com tanta rapidez que os apóstolos tiveram de nomear sete
homens para distribuir víveres às viúvas necessitadas. O dirigente desses homens era
Estêvão, "homem cheio de fé e do Espírito Santo" (At 6.5). Aqui vemos o começo do
governo eclesiástico. Os apóstolos tiveram de delegar alguns de seus deveres a outros
dirigentes. À medida que o tempo passava, os ofícios da igreja foram dispostos numa
estrutura um tanto complexa.
Padrões de Adoração.
- Ordem do Culto:
- A Ceia do Senhor:
- Batismo:
- O Corpo de Cristo:
Paulo descreve a igreja como "um só corpo em Cristo" (Rm 12.5) e "seu
corpo" (Ef 1.23). Em outras palavras, a igreja encerra numa comunhão única de vida
divina todos os que são unidos a Cristo pelo ES mediante a fé. Esses participam da
ressurreição (Rm 6.8), e são a um tempo chamados e capacitados para continuar seu
ministério de servir e sofrer para abençoar a outros (1Co 12.14-26). Estão ligados numa
comunidade que personifica o reino de Deus no mundo.
Pelo fato de estarem ligados a outros cristãos, essas pessoas entendiam que
o que faziam com seus próprios corpos e capacidades era muito importante (Rm 12.1;
1Co 6.13-19; 2Co 5.10). Entendiam que as várias raças e classes tornam-se uma em
Cristo (1Co 12.3; Ef 2.14-22), e deviam aceitar-se e amar-se uns aos outros de um
modo que revelasse tal realidade.
Descrevendo a igreja com o corpo de Cristo, os primeiros cristãos
acentuaram que Cristo era o cabeça da igreja (Ef 5.23). Ele orientava as ações da igreja
e merecia todo o louvor que ela recebia. Todo o poder da igreja para adorar e servir era
dom de Cristo.
1.1.24 – Ecumenismo e Religiões comparadas
"Que pensais vós do Cristo? de quem é filho?" (Mt 22:42)
"Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo" (Mt 16:15)
Vimos no estudo anterior que a vinda de Jesus Cristo nada teve de
casual, e nem mesmo de inesperada. Ele veio na plenitude dos tempos, e sua missão já
estava completamente elaborada antes da fundação do mundo. Muitos aspectos de sua
primeira vinda já tinham sido profetizados por muitas pessoas, desde a queda de Adão.
A Bíblia afirma claramente que Jesus, o Verbo divino, se fez carne e
andou entre os homens (Jo 1:14). Quando estudamos a pessoa e obra de Jesus, não
podemos fugir ao importante fato de Deus ter se encarnado e assumido a condição
humana, à semelhança de todos os homens. Igualmente importante é a pergunta: Jesus é
realmente Deus ou apenas um homem extraordinário? Todos os verdadeiros cristãos
crêem que Jesus é Deus, com todas as prerrogativas divinas do Pai. Mas há sustentação
bíblica para tal afirmação? Vejamos.
1. As características Exclusivas de Deus em Jesus
As Escrituras não afirmam explicitamente que Jesus é Deus, mas
deixam muito claro que o Filho possui todas as características e atributos de Deus, não
podendo ser tido por alguém menos que Deus. As provas são abundantes em todo o NT.
Comecemos pela idéia que Cristo a seu próprio respeito.
1.1. A Autoconsciência de Jesus
Jesus tinha uma clara consciência sobre sua pessoa. As alegações que
Jesus fez sobre sua própria pessoa não teriam sentido se Ele não tivesse sobre si mesmo
a clara noção de divindade. Tudo indica que Ele sabia que era Deus, pois disse:
Que os anjos eram seus, e os poderia enviar (Mt 13:41). Em Lc 12:8,9 e
15;10, os anjos são chamados anjos de Deus.
Que o reino dos Céus (Mt 13:24,31,33,44,45,47), que é o reino de Deus (Lc
17:20), é também o seu reino (Mt 13:41).
Ter autoridade para perdoar os pecados (Mc 2: 1-12), tarefa que cabe
exclusivamente a Deus. Aliás, por causa disso os fariseus o acusaram dizendo "Isto é
blasfêmia! Quem pode perdoar pecados, senão um que é Deus?". Perdoar pecados é
uma prerrogativa divina.
Que julgará todos os homens, separando os bons dos maus (Mt 25:31-46, Lc
13: 23-30). No AT, o Deus Todo-Poderoso, é o único chamado de Juiz de toda a terra
(Gn 18:25) e o único com prerrogativa de julgar as nações (Jz 11:27; Sl 75:7; Sl 82:8;
Ec 11:9 e 12:4). Só Deus pode exercer tal autoridade e poder.
Ser o Senhor do sábado (Mc 2: 27,28). O valor do sábado foi definido por
Deus (Ex 20: 8-11), e somente alguém igual a Deus poderia anular ou modificar essa
norma.
Ter autoridade pessoal no mesmo nível que a autoridade do AT (Mt
5:21,22,27,28). Nessas passagens, Jesus deixa claro ter autoridade para estabelecer
novos ensinamentos, no mesmo nível da autoridade que era dispensada ao ensino de
Moisés e dos profetas das Escrituras.
Ter poder para vivificar e ressuscitar os mortos (Jo 5:21). Somente Deus
teria poder para vivificar os mortos. Jesus não só alegou, como também ressuscitou a
várias pessoas (Lc 7:11-15; Mt 9:18,19,23-26; Jo 11:17-44). Mas de seus milagres, sem
dúvida, a ressurreição de si mesmo, foi seu maior sinal (Mt 12:39).
Ser a ressurreição e a vida (Jo 11:25). Alegava ter poder suficiente para
fazer tornar a viver qualquer que cresse nEle, mesmo que esta morresse. Um atributo
exclusivo do Senhor Deus, que Ele estava reivindicando nessa passagem.
1.2. Suas afirmações com respeito ao Pai
Jesus, alegou várias vezes possuir um relacionamento íntimo e mesmo
bastante incomum com o Pai, que soaria como loucura, caso Ele não Deus.
Ele afirma ser um com o Pai (Jo 10:33).
Afirma que quem O vê, vê o Pai (Jo 14: 7-9).
Afirma que preexistia antes de Abraão (Jo 8:58). Sua afirmação é no
presente "Eu Sou", semelhante ao nome com que o Deus Eterno se revelou a Moisés no
sinai (Ex 3:14,15). Isso ficou tão claro para os judeus (sua reivindicação de divindade),
que quiseram apredejar a Jesus por blasfêmia.
Afirma que quem O honra, está honrando o Pai (Jo 5:23).
Afirma ter a mesma natureza de vida que existe somente em Deus, o Pai (Jo
5:26).
1.3. As reações e afirmações das pessoas que conviveram com Ele
Várias pessoas do NT, que tiveram contacto com Jesus, se
manifestaram, uns contra, outros a favor, da clara posição e prerrogativa que Jesus
requeria e assumia para sua vida.
A reação do povo comum (Jo 7:11,12,31,40,41,46): muitos acreditavam ser
Ele o Messias prometido, outros que enganava o povo. Ninguém permanecia indiferente
ante a sua pessoa.
A reação e declaração do sumo sacerdote à resposta franca de Jesus (Mt 26:
62-65): a clara afirmação de Jesus que se sentaria a direita do Todo-Poderoso (o lugar
de honra, que só deveria ser dada a Deus), levou o sumo sacerdote a rasgar suas vestes
(ato realizado na presença de uma grande calamidade) e o sinédrio a sancionar a pena de
morte por blasfêmia, uma vez que Ele se fizera igual a Deus. Aliás, essa passagem é
uma das declarações mais claras da divindade de Jesus.
De alguns escribas e fariseus (Jo 19:7,8): que Ele se fez a si mesmo o Filho
de Deus.
A declaração de Tomé (Jo 20:28): "Senhor meu e Deus meu!!". Jesus aceita
a declaração e adoração de Tomé. Caso não fosse Deus, certamente Ele aproveitaria tal
oportunidade para corrigir uma concepção errada sobre a sua pessoa.
2. Vários Testemunho das Escrituras sobre a divindade de Jesus
2.1. No evangelho de João
João identifica Jesus como o Verbo pré-encarnado, a Palavra em ação.
Em Jo 1, lemos "No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era
Deus" (vs.1). João deixa claro que Jesus é um com Deus, e ao mesmo tempo o distingue
de Deus (vs. 2). Afirma que todas as coisa foram feitas por meio dEle, e sem Ele nada
do que foi feito se fez (vs. 3). a Bíblia também afirma que no princípio todas as coisas
foram criadas por Deus (Gn 1:1), e assim João estabelece uma identificação entre Jesus
e o Deus Criador. Afirma também que esse Verbo divino se fez carne (vs. 14), e que
somente Ele revela plenamente a Deus (vs. 18). É um grande testemunho a respeito da
divindade do Filho.
2.2. Nos escritos de Paulo
Paulo mostra claramente sua crença na divindade de Jesus. Em Cl 1:15-20,
Paulo afirma que Jesus é a imagem do Deus invisível, no qual todas as coisa subsistem,
e que nEle reside toda a plenitude (veja também Cl 2:9).Paulo se refere ao julgamento
de Deus (Rm 2:3) e ao julgamento de Cristo (IITm 4:1; IICo 5:10), de maneira
intercambiável.
Em Fp 2:5-11, Paulo ensina que Jesus, sendo Deus, se autolimitou,
esvaziando-se a si mesmo de seus privilégios divinos e sendo reconhecido em figura
humana. Quando Paulo diz que Jesus tema forma (morphé no original) de Deus, a idéia
é que Cristo tem a mesma essência de Deus. Em outras palavras, o vs.5 quer dizer que,
embora Jesus tivesse a mesma essência de Deus, não utilizou isso em vantagem própria.
E logo em seguida deixa claro que virá um dia em que todos haverão de prestar honras e
louvores a Ele, numa linguagem só permitida a alguém que crê que Jesus seja realmente
Deus.
2.3. Nas outras epístolas
Em Hebreus: das epístolas não-paulinas, a de Hebreus, é a que mais
contrasta a divindade de Jesus com relação aos anjos e aos homens. Em Hb 1:3, afirma
que Jesus é o resplendor da glória e a expressão exata de Deus. Não somente isso, mas
também afirma que Jesus foi o meio pelo qual todas as coisas foram feitas (vs. 2), as
quais são sustentadas pela palavra do seu poder (vs. 3). Uma afirmação clara é
encontrada no vs.8, no qual Jesus é tratado por Deus: "mas acerca do Filho: O teu trono,
ó Deus, é para todo o sempre, e: Cetro de eqüidade é o cetro do seu reino". A
epístola continua argumentando que Jesus é muito superior aos anjos (Hb 1:4 - 2:9), a
Moisés (3:1-6) e aos sumos sacerdotes (4:14 - 5:10). Mas o autor deixa claro que sua
superioridade não reside apenas em termos de posição hierárquica, mas sim de natureza
intrínseca, pois todos os outros são criaturas, mas o Filho é Deus. Vejamos nais alguns
argumentos da Biblia:
Em I João: em 1:1-3, Jesus é o Verbo da vida eterna, já pré-existente no
princípio de todas as coisas, juntamente com o Pai. No capítulo 5:20, Jesus é chamado
de Filho de Deus e explicitamente identificado como verdadeiro Deus e a vida eterna:
"Também sabemos que o Filho de Deus é vindo, e nos tem dado
entendimentopara reconhecermos o verdadeiro; e estamos no verdadeiro,em seu Filho
Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna."
Em II Pedro: em 1:1, Pedro também chama a Jesus de Deus e Salvador:
"Simão Pedro, servo e apóstolo de Jesus Cristo, aos que conosco obtiveram
fé igualmente preciosa na justiça do nosso Deus e Salvador Jesus Cristo."
Em Apocalipse: em 1:8, o Senhor Deus Todo-Poderoso é apresentado como
o Alfa e o Ômega, que representado o princípio e o fim de todas as coisas. Mas em
1:17-18, Jesus se apresenta com os mesmos títulos outorgados ao Deus Todo-Poderoso:
"Quando o vi, caí a seus pés como morto. Porém ele pôs sobre mim a sua
mão direita, dizendo: Não temas; eu sou o primeiro e o último, e aquele que vive; estive
morto, mas eis que estou vivo pelos séculos dos séculos, e tenho as chaves da morte e
do inferno."
Também em 19:16, Jesus recebe o título de Rei dos reis e Senhor dos
senhores, uma clara alusão a sua soberania e majestade divinas.
2.4. No uso comum do termo Senhor por todo o N.T.
Vários foram os nomes pelos quais as Escrituras provam ser Jesus, o próprio
Deus encarnado: Deus (Hb 1:8); Filho de Deus (Mt 16:16); Reis dos reis e Senhor dos
senhores (Ap 19:16); Verbo (Jo 1:1), etc. Mas é pelo título Senhor que Jesus é mais
conhecido. ainda que tal termo seja geral e não prove por si mesmo a divindade de
Jesus, em várias passagens ele realmente indica a posição divina que Jesus desfrutava.
Quando os judeus traduziram o A.T. para o grego, os nomes sagrados de
Deus Yahveh (YHWH) e Adonai, foram traduzidos por Kyrios (que quer dizer Senhor,
dono), sendo tido por um termo reverente. O termo era também usado respeitosamente
pelos romanos para se referir a César, como o Senhor. Somente por estas razões, este
termo quando aplicado a Jesus já deveria dar suficiente conotação da divindade de
Jesus. Mas além disso, várias passagens que se referem a Jesus como Senhor são na
verdade citações do A.T., onde o nome original de Deus foi traduzido por Senhor (At 2:
20,21 em contraste com o 36 e Rm 10: 9, 13 e verifique Jl 2: 31,32; I Pe 3:15, confira
com Is 8:13). O título aqui dado a Jesus é no mesmo sentido que o A.T. dava ao Deus
Todo-Poderoso. Há outros textos que o título Senhor é usado tanto para o Pai (Mt 1;20;
9:38; At 17;24) quanto para o Filho (Lc 2:11; Jo 20:28; I Co 2:8; Fp 2;11).
Para o judeu, chamar a Jesus de Senhor, seria colocá-lO na mesma posição
de igualdade com o Deus das Escrituras. Os escritores do N.T., tinham isso em mente ao
se referir, muitas vezes, a Jesus como Senhor.
1.1.25 – História da igreja II, Medieval
Três fatores principais se combinaram para produzir a civilização européia
dos começos da Idade Média: o cristianismo, a influência dos bárbaros germânicos e a
herança das culturas clássicas. O efeito do terceiro foi provavelmente menor que o dos
outros. Fora do âmbito da filosofia, as civilizações grega e helenística tiveram uma
influência relativamente pequena. Se bem que a herança romana fosse ainda poderosa,
os homens do começo da Idade Média rejeitaram certos aspectos dela como
incompatíveis com o cristianismo e barbarizaram boa parte do resto.
História de Jesus
O principal alicerce da nova cultura foi a religião cristã, cujo fundador,
Jesus de Nazaré, nasceu numa cidadezinha da Judéia por volta do começo da era cristã e
foi executado cerca de trinta anos depois, no reinado de Tibério.
A crucificação de Jesus assinala um ponto decisivo da história cristã. A
princípio a morte do Mestre foi considerada pelos discípulos como o fim das suas
esperanças. Esse desespero, porem, não tardou a desvanecer-se, pois começaram a
circular boato de que ele estava vivo e fora visto por alguns dos seus adeptos mais
chegados. Os restantes dos fiéis convenceram-se sem dificuldade de que ele ressuscitara
dos mortos e era realmente um ser divino. Recobrando a coragem, reorganizou o
pequeno grupo e puseram-se a pregar e a testemunhar em nome do seu chefe
martirizado. Foi essa maneira obscura que nasceu mais uma das grandes religiões do
mundo, destinada a abalar os fundamentos do próprio império romano.
Vamos falar aqui do verdadeiro Jesus, não do Jesus dos altares. Tampouco
daquele que cada um traz no peito quando comunga da fé dos cristãos o Jesus histórico
é o personagem que nasceu viveu e morreu na Palestina, em carne e osso, num período
histórico determinado, numa época em que reinava o imperador Augusto. Por volta do
ano 6 a.C. e por volta do ano 30 a.C foi condenado à morte sob as ordens de Poncio
Pilatos. Naquela época os cristãos eram terrivelmente perseguidos por Herodes, porque
eles se negavam a adorar o imperador e a cultura os deuses de Roma, os cristãos foram
considerados fora da lei e sua religião, colocada na ilegalidade. Os cristãos eram
considerados inimigos da espécie humana.
O estado era acostumado a regular de maneira absoluta a vida religiosa de
seus súditos e como os cristãos não aceitavam a submissão, entraram em choque com o
Estado, formou-se uma forte oposição contra o Estado Romano, nutrindo sentimento de
hostilidade pela instituição imperial e preferindo a companhia dos que lutavam contra o
poder.
Segundo alguns estudiosos americanos que analisaram os quatro
evangelistas, Marcus, Mateus, Lucas e João, que eles não tem valor como prova
material da existência de Cristo. Cabe a todo bom cristão, seja ele, católico ou
evangélico ouvir os ensinamentos religiosos.
No seu início, o cristianismo era uma seita do meio rural judaico que
congregava uma pequena comunidade reunida em torno dos ensinamentos de Jesus.
Seus adeptos estavam ali mais para ajudar uns aos outros do que em busca da salvação
eterna. O cristianismo cresceu e se espalhou no mundo empurrado pela força poderosa
de sua mensagem. O mandamento do amor ao próximo como a si mesmo foi uma
novidade completa para a época.
A capacidade de servir ao outro foi à moda propulsora que transformou a
seita de dissidente Judeus em religião oficial do Império Romano no curto espaço de
300 anos.
Além de Jesus não pedir nada para si mesmo, Cristo pregava a fé em um só
Deus, Deus único, verdadeiro, falava também de um reino de paz, amor e solidariedade.
Isso não agradava aos donos do poder Romano e nem a hierarquia religiosa Judaica, não
ficava bem um Jovem sem profissão ou título definidos fossem anunciado como o Filho
de Deus e mais ainda que convidasse imorais e gente de outras religiões a compartilhar
desse Deus. De acordo com Boscov (2002: 89) “Essas duas coisas já bastaram para
fazer de Jesus um alvo.
Mas ele tinha ainda, segundo os Evangelhos, o dom de operar imensos
milagres, como curar leprosos, multiplicar os alimentos e ressuscitar os mortos. Tudo
isso era motivo para o crescimento de sua fama e para que suas palavras atraíssem cada
vez mais ouvintes. Ainda segundo Boscov (2004:90) “Num acordo político ainda não
esclarecedor para os historiadores, o sacerdote Caifás e o governador Pilatos”.
Decidiram, então, condenar Jesus, pelos simples fatos de que ele atraia os olhares para
se e por invadir o Templo de Jerusalém para expulsar os comerciantes que trabalhavam
ali. E como forma de humilhá-lo ao máximo, o Nazareno teve uma coroa de espinhos
fincada em sua cabeça e o fizeram carregar sua própria cruz até o monte chamado
“Golgota”, onde foi crucificado entre dos ladrões.
Nem os doze discípulos de Jesus esperavam por um desfecho tão trágico.
Mas foi por causa desse final trágico, prematuro e aparentemente injusto que, nos anos
seguintes à morte de Jesus, um embrião de Igreja surgiu em torno dele. A principal
razão gira em torno dos maiores mistérios ligados a Jesus, e também um dos dogmas
mais sagrados do cristianismo (a Ressurreição). Os relatos Evangélicos são
contundentes de que, após sua morte, Jesus se fez ver em várias ocasiões, por seus
discípulos. De acordo com Cardoso (1999: 26) “Se Deus o fez ressurgir dos mortos, ele
não era apenas um mensageiro divino, como seus seguidores provavelmente o julgavam
de início. Teria de ser o próprio Messias”. Séculos de estudo e debates teológicos ainda
não deram conta de todas as implicações da paixão e Ressurreição de Cristo. Mas elas
estão na essência da maneira como os cristãos enxergaram a enxergam Jesus no
decorrer de 2000 mil anos. Os ensinamentos que foi se cimentando nos primeiros
séculos da Igreja pregam que Cristo tem uma dupla natureza:
é integralmente divino e totalmente humano. “É divino porque é uma das
três formas de Deus – a Santíssima Trindade, composta por Pai, Filho e Espírito Santo –
e, como tal, existe desde antes da criação”(CARDOSO 1999:168). Jesus é Deus
encarnado em homem. Mas Jesus é também porque nasceu de uma mulher e viveu entre
os homens. A ressurreição justifica a crença na vida eterna e também indica que os
homens também podem ter um lugar ao lado do merecimento de cada um frente aos
ensinamentos de Jesus.
Diante do que já observarmos a intenção de Jesus não parecia ser fundar
uma Igreja, mas sim uma nova forma de viver em sociedade, onde o bem maior seria: o
amor, a solidariedade, a caridade e amizade. Mas de uma forma ou de outra a passagem
do Cristo pela Terra e os seus ensinamentos culminaram no cristianismo como religião e
na fundação da Igreja Católica. A “cristandade”, nunca primou pela a homogeneidade e
por isso no decorrer dos séculos Jesus tenha adquirido representações diversas. Quanto
à Igreja nos seus primeiros séculos, Jesus era quase sempre representado num trono,
com uma esfera que simboliza o mundo nas mãos.
Era o chamado Pantocrator, a palavra grega para “Senhor de todas as
coisas”. Sob forte influência da filosofia helênica, o que se acentuava aí não era a
dimensão humana de Jesus, mas, ao contrário, a sua majestade – a garantia de que o
mundo seria regido por uma ordem eterna superior. (BOSCOV, 2002: 90)
Entre a Antiguidade e a Idade Média é considerado um dos períodos mais
obscuros da história da humanidade. Mas o que surgiu dele, nos séculos XII a XIV, é
um outro Jesus (o cristo humano). É dessa época que vem o cristo crucificado, é a
crença em cristo pelos seguimentos dos mais relevantes para a história do cristianismo.
Também foi o das imitações do modo de vida de Cristo.
De acordo com Kostman (1979:185)
O cristianismo, embora violentamente perseguido, contribuiu de maneira
indireta, mas bastante acentuada, para a evolução do direito. Isso porque, ao contacto
dos cristãos, e mesmo quando ainda sujeitos a todos os vexames e a todas as calúnias, a
nova mentalidade de justiça, de fraternidade e de igualdade que eles procuravam
implantar ia insensivelmente ganhando terreno entre os seus próprios inimigos. Como
freqüentemente acontece às idéias novas e combatidas, alguns dos imperadores que
mais perseguiram o cristianismo promulgaram leis onde, individualmente, se revela
forte influência da nova doutrina por eles considerada indesejável.
Ainda segundo Kostman (1979:18). “E interessante que muitos dos mais
afamados jurisconsultos, desses homens que introduziram no direito romano as
concepções e a nova mentalidade de justiça divulgada pelos cristãos, viveram
exatamente no incerto e agitado período da anarquia militar”.
Diante do contexto percebe-se que o cristianismo mesmo tendo sido
rejeitado e os cristãos perseguidos, no início dos tempos, teve forte influência nos mais
diversos segmentos da sociedade antiga. Mas que até hoje tem forte influência sobre
nossa cultura. Isso significa que apesar da decadência da Igreja devido ao
desenvolvimento da ciência e da tecnologia, o cristianismo tem mostrado uma
resistência espetacular, e recompõe a cada revés ou ataque.
A fé é um sentimento que só quem tem a conhece. Aqueles que não tem fé
se julgam superior aos que tem e os que têm fé olham para os descrentes com pena. O
sentimento da fé, e o seu desdobramento na forma de religião organizada têm se
dividido em duas correntes. Uma busca em razões exteriores, freqüentemente de cunho
utilitarista. Outra as localiza nas profundezas da natureza humana.
A mente humana exige explicações para o sentido da vida, a fé seria, então a
explicação para tudo que a mente humana e a ciência não consegue explicar, nosso
coração preciso de conforto e as sociedades não floresce sem a ordem legitimada por
inspirações divina. A religião atenua nosso terror diante da finitude da vida, dá alguma
explicação para a origem do mundo, impõe obediência a valores morais essenciais para
a convivência humana. Se Deus não existe, tudo é permitido (BOSCOV, 2002:118).
Diante do citado percebe-se que a religião, a fé e a Igreja funcionam como
amenizadores de conflitos e mantenedores da moral e dos bons costumes. Além de
semear a justiça a solidariedade e o amor ao próximo.
1.1.26 – História da Igreja III, Contemporânea
A Igreja Contemporânea foi fundada no Rio de Janeiro por Marcos
Gledstone em 2006. Gledstone é formado em Teologia pela Universidade Metodista
Benett, advogado, homossexual e vai se casar com um presbítero de sua igreja em
meados desse ano. Ele alega que fundou essa Igreja com o intuito de amparar aqueles
que são renegados por sua orientação homossexual. Pensou anteriormente em abrir uma
filial da Comunidade Metropolitana, mas resolveu abrir uma congregação própria por
divergência de valores. Pense na criação desta igreja como a criação de uma empresa
qualquer. O fundador estuda o mercado, verifica qual o público alvo e quais os métodos
legais de alcançar esse público. Foi isso que Gledston fez; ao constatar o óbvio
crescimento da comunidade gay, ele abriu uma igreja com a proposta de ser inovadora,
voltada para aquele público em específico que não tinha um amparo. Assim a
concorrência é pouca e existem grandes chances dele crescer no mercado.
Católicos romanos não negam a suficiencia de Cristo, no entanto dão tanta
importância à Maria como intercessora que na prática ela é considerada co-redentora.
Os protestantes, mesmo respeitando a pessoa de Maria reafirmaram a verdade bíblica de
que não há outro mediador entre Deus e o homem, além de Jesus Cristo. Porém, os
evangélicos modernos tem feito a salvação depender da mediação de homens e
denominações, praticamente endeusando apóstolos, bispos e levitas. Precisamos
reafirmar Jesus Cristo somente!
Ao perceber a realidade da chamada Igreja moderna e notando que esta se
coloca no contexto social de forma abrupta modificando tudo aquilo que se entende
como um cristianismo normal, não se pode afirmar que Cristo seja visto nesta Igreja da
mesma forma que era visto nas igreja primitiva e medieval.
Pode-se inferir que a metodologia desta igreja faz com que se note uma
forma de cultuar a Deus pautada na aberração. Eles utilizam o texto sacrossanto para
defenderem a sua idéia causando uma profunda confusão na mente dos cristão sérios.
2 – A pessoa de Jesus
2.1 Conceito
O segundo versículo diz: “Pois a Vida foi manifestada, e nós a temos visto,
e dela testificamos, e vos anunciamos a Vida eterna que estava com o Pai, e a nós foi
manifestada” (Almeida). A Bíblia Viva traduz assim o versículo 2: “Este que é a vida,
que vem de Deus, foi revelado a nós, e nós asseguramos que O vimos; eu estou falando
de Cristo, Aquele que é a Vida Eterna. Ele estava com o Pai, e depois foi revelado a
nós.” Aqui, Jesus é chamado a Vida e Vida Eterna. Ainda mais, Ele estava com o Pai e
na plenitude dos tempos Ele foi manifesto aos homens. Assim, Cristo pré-encarnado, é
o próprio Deus, a segunda pessoa da Trindade. Ele é um com o Pai e é eterno. Ele não
teve princípio. Para a nossa mente humana é difícil entender a idéia de uma eternidade
sem princípio. A Bíblia começa relatando o início do “princípio” : “No princípio criou
Deus os céus e a terra” ( Gênesis 1. 1). Num determinado ponto da eternidade começa a
história do universo: é o princípio. Antes do princípio só Deus existia em sua triunidade:
Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo. João começa falando sobre este princípio.
Neste princípio vamos encontrar “o Verbo, e o Verbo estava com Deus e o Verbo era
Deus... todas as coisas foram feitas por intermédio dEle, e sem Ele nada do que foi feito
se fez” (João 1. 1, 3). O Evangelho eleva o sentido do termo princípio, dando a
entender tratar-se da “eternidade passada e sem data.” Nesta eternidade, quando ainda
não havia distinções de tempo, conforme nós concebemos hoje, o Verbo (Cristo) já
estava presente. Ele transcende a todas as considerações de tempo, pois Ele mesmo é
eterno e divino. Ao começar a criação, em sua forma espiritual, antes de existir qualquer
matéria, o Verbo eterno já era a mensagem de Deus para a Sua criação. Este Verbo é
também “Vida”, porquanto Ele é a Palavra da Vida. E isso quer dizer que toda a vida,
física ou espiritual, tem a origem nEle.
2.3 – Encarnação
2.3.1 - Forma
Não se deve pensar que as tentações de Jesus são resumidas nos quarenta
dias que passou no deserto tentado pelo diabo (Lucas 4. 1 – 13). Ele sofreu tentações
durante toda a Sua vida, como qualquer um de nós sofre. Aliás, na verdade, Ele sofreu
muito mais tentações do que nós, pois o diabo sabia quem Ele era e se conseguisse fazê-
Lo cair em uma tentação apenas, Jesus Cristo seria derrotado e não poderia executar a
obra de redenção dos homens. A maior tentação do inimigo era desviá-lo do caminho da
Cruz. Se lermos com cuidado os Evangelhos, iremos ver, quantas vezes o diabo tentou
afastar Jesus deste caminho. Mesmo estando na cruz, a tentação veio pelos seus
inimigos terrenos: “Se Tu és Filho de Deus, desce desta cruz e nós creremos em Ti”. Os
homens, de um modo geral, quando desafiados assim, querem provar que são capazes
de fazer aquilo que se lhes pede. Jesus poderia ter descido da cruz para provar que tinha
este poder, mas onde ficaria o plano de Deus para a salvação dos homens? Por isso Ele
resistiu a esta última tentação.
O plano divino para os que morrem antes da vinda do Senhor acha-se bem
ilustrado no caso de Lázaro. Jesus disse aos discípulos que Lázaro dormia e então
explicou que falava da morte de Seu amigo como um sono. Quando Cristo disse a Marta
que Lázaro ressurgiria, disse Marta: "Eu sei que ele há de ressurgir na ressurreição, no
último dia." S. João 11:24. Ela ouvira os ensinos de Cristo. Aguardava a ressurreição
final. Cristo então mostrou o que acontecerá quando Ele vier pela segunda vez.
Pondo-se à entrada do túmulo aberto, Jesus chamou: "Lázaro, vem para
fora." A Bíblia diz que Lázaro obedeceu à voz do Doador de vida e saiu, ainda envolto
na mortalha.
Cristo provou que alcançara a vitória sobre a morte mediante Sua
ressurreição. Sua morte pagou o preço de nossos pecados. Não O quereis aceitar hoje,
assegurando-vos a vida eterna quando a trombeta de Deus soar, por ocasião da vinda de
nosso Senhor?
2.4 – Jesus como Deus.
Jesus é Deus – O que a Bíblia diz sobre a divindade de Jesus?
A Bíblia, a fonte mais antiga e a mais historicamente confiável, diz na
verdade que Jesus é Deus? O que a Bíblia nos diz sobre Jesus e Sua identidade?
Vamos dar uma olhada em algumas das muitas passagens que claramente e
consistentemente respondem a essa pergunta, direto das páginas das Escrituras. Vamos
começar voltando uns 700 anos antes da vida de Cristo, ao livro do Velho Testamento
chamado de Isaías.
Jesus é Deus – Profecias
Messias Divino predito no Velho Testamento
Isaías 7:14: “Portanto o Senhor mesmo vos dará um sinal: eis que uma
virgem conceberá, e dará à luz um filho, e será o seu nome Emanuel.”1
“Emanuel” literalmente significa: “Deus conosco”. Veja também Mateus
1:23; Jesus era “Deus conosco”.
Esse Messias seria um filho humano, mas teria uma natureza superior
Isaías 9:6: “Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; e o governo
estará sobre os seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte,
Pai Eterno, Príncipe da Paz.”
Essa declaração era bem radical vindo de um profeta judeu e monoteísta--
principalmente ao chamar um ser humano de “Deus Forte”; essa foi uma declaração que
Deus realizou séculos depois em Cristo.
Uns 200 anos depois, mas ainda mais de 500 anos antes de Jesus andar na
terra, mais foi predito sobre a natureza divina do Messias
Daniel 7:13-14: “Eu estava olhando nas minhas visões noturnas, e eis que
vinha com as nuvens do céu um como filho de homem; e dirigiu-se ao ancião de dias, e
foi apresentado diante dele. E foi-lhe dado domínio, e glória, e um reino, para que todos
os povos, nações e línguas o servissem; o seu domínio é um domínio eterno, que não
passará, e o seu reino tal, que não será destruído.”
“Filho do Homem“ foi o primeiro título que Jesus usou sobre Si mesmo – e
essa passagem mostra que esse título foi uma clara e forte afirmação de Sua divindade.
Em Marcos, o primeiro Evangelho a ser escrito, Ele também incluiu a frase: “vindo com
as nuvens do céu“ (Marcos 14:62). Seus ouvintes entenderam a mensagem, recusaram-
se nela acreditar e a usaram como mais um motivo para matá-lO.
Jesus é Deus – Seu ministério terreno
O bebê Jesus foi adorado pelos Reis Magos
Mateus 2:11: “E entrando na casa, viram o menino com Maria sua mãe e,
prostrando-se, o adoraram; e abrindo os seus tesouros, ofertaram-lhe dádivas: ouro
incenso e mirra.”
Além de terem sido guiados ao local onde Jesus tinha nascido, esse Magos
aparentemente tinham sido informados por Deus sobre a identidade divina de Jesus, por
isso responderam apropriadamente com adoração.
Jesus aceitou adoração dos Seus discípulos Mateus 14:32-33: “E logo que
subiram para o barco, o vento cessou. Então os que estavam no barco adoraram-no,
dizendo: Verdadeiramente tu és Filho de Deus.’”
Na cultura judaica, apenas o único Deus verdadeiro pode ser adorado; as
ações dos discípulos mostram que reconheciam Jesus como sendo divino. Veja que
Jesus não os corrigiu ou disse: “Vocês não estão vendo que sou apenas um profeta
mortal? Parem de me adorar!“ Ao invés, Ele aceitou o seu louvor, sabendo que Ele
realmente era Deus em carne humana.
A exclamação de Jesus sobre Si mesmo
João 8:58-59: "‘Respondeu-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo
que antes que Abraão existisse, eu sou. Então pegaram em pedras para lhe atirarem; mas
Jesus ocultou-se, e saiu do templo.”
Essa é uma afirmação duplamente poderosa de Jesus: primeiro, que Ele já
existia antes de obter a forma humana e que Ele já vivia e estava presente (como Deus)
antes de Abraão; segundo, que Seu título era “Eu sou” --o mesmo título usado por Deus
Jeová em Êxodo 3:14. Seus ouvintes novamente compreenderam a mensagem e
apanharam pedras para executá-lO.
Mais uma afirmação de Jesus sobre Sua divindade
João 10:30-33: “‘Eu e o Pai somos um. Os judeus pegaram então outra vez
em pedras para o apedrejar. Disse-lhes Jesus: Muitas obras boas da parte de meu Pai vos
tenho mostrado; por qual destas obras ides apedrejar-me?Responderam-lhe os judeus:
Não é por nenhuma obra boa que vamos apedrejar-te, mas por blasfêmia; e porque,
sendo tu homem, te fazes Deus.”
Essa passagem não poderia ter deixado mais claro que os ouvintes altamente
educados de Jesus compreenderam Sua declaração de divindade. Eles só tinham duas
respostas possíveis: humilhar-se e prostrar-se diante dEle como os reis Magos e os
discípulos tinham feito, ou rejeitar Sua afirmação e acusá-lO de blasfêmia. Infelizmente
escolheram a segunda opção. Note que Jesus não nega a sua acusação porque estavam
corretos. Ele realmente estava afirmando ser Deus!
A resposta de Tomé ao Jesus ressurreto
João 20:27-29: “Depois disse a Tomé: Chega aqui o teu dedo, e vê as
minhas mãos; chega a tua mão, e mete-a no meu lado; e não mais sejas incrédulo, mas
crente. Respondeu-lhe Tomé: Senhor meu, e Deus meu! Disse-lhe Jesus: Porque me
viste, creste? Bem-aventurados os que não viram e creram.’"
Esse discípulo reconheceu, por causa da ressurreição de Jesus, quem Jesus
realmente era – e humildemente adorou a Jesus e declarou Sua verdadeira identidade:
“Senhor meu, e Deus meu!“ Jesus não só aceitou essa declaração, mas abençoa a todos
os discípulos – e a todos nós hoje – que chegam à mesma conclusão e demonstram
humildemente o seu louvor.
b) O testemunho do Pai
O grande quadro pintado no Novo Testamento é que o mundo será posto nas
mãos do Filho de Deus, e que de todas as nações e tribos e famílias um povo está sendo
reunido, salvo e separado do presente mundo mau e transferido para o reino do amado
Filho de Deus. Ele foi exaltado a Governador e Salvador, e Ele salvará todas estas
pessoas.
Até no Velho Testamento vocês podem ler sobre isso. Ali vocês verão uma
pessoa descrita como o Anjo da Aliança, sempre presente nos momentos cruciais. E
todos quantos estudaram este assunto através dos séculos concordam que este não é
outro senão o Senhor Jesus Cristo, manifestando--Se, antes da Sua vinda real e concreta
ao mundo, no que se costuma chamar de teofania, uma manifestação de Deus na forma
de ser humano.
Por que será que o Senhor interfere? Porque o mundo é dEle. Todo a obra
de nossa salvação foi posta em Suas mãos. Os antigos teólogos de séculos passados
costumavam dizer, e penso que há boas evidências na Bíblia para o que eles diziam -
que, antes dos tempos, reuniu-se um grande Conse¬lho entre o Pai e o Filho e o Espírito
Santo para tratar da questão do mundo e sua salvação. E a decisão do Conselho foi que
essa questão fosse entregue ao Filho, e o Filho a tomou e disse: "Eis-me aqui; envia-
me". E então Lhe foi dada a autoridade, o poder; Ele foi feito o Governador. E Lhe foi
dado tudo o que era necessário para habilitá-lo a ser o Salvador. E assim Ele foi Aquele
que esteve com a Igreja no Velho Testamento, como posteriormente nos foi dito por
Estêvão.
Pois bem, essas coisas são apenas prefigurações do Velho Testamento. Mas
depois este bebê nasceu, fez-Se homem, e empreendeu o Seu ministério público. Duas
vezes Deus disse desde o céu: "Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo"
(Mateus 3:17; 17:5). Isso foi Deus estabelecendo-O, nomeando-O Governador. Assim
como José foi exaltado por Faraó e pelo anel posto em seu dedo, e por um
pronun¬ciamento ordenando que todos o ouvissem e se inclinassem e se ajoelhassem
diante dele, e fizessem exatamente tudo o que ele dissesse, assim também Deus fez esse
pronunciamento acerca de Seu Filho; e na transfiguração Deus disse também: "Escutai-
o", "A ele ouvi" (Mateus 17:5; Marcos 9:7). Deus ordenou ao universo que O ouvisse.
Ele O designou; Ele O estabeleceu nesta posição.Não somente isso, Deus deu a Seu
Filho o poder que era necessário para levar a cabo estas funções. Deu-Lhe a capacidade
e o entendimento de que Ele necessitava; deu-Lhe o poder de operar milagres. O nosso
Senhor vivia dizendo isso. Ele disse: não sou eu que realizo estas obras. "O Pai, que está
em mim, é que faz as obras. Crede-me que estou no Pai, e o Pai em mim; crede-me, ao
menos, por causa das mesmas obras" (João 14:10,11). Deus Lhe deu poder na vida, e
ainda mais na morte. Nem a morte O pôde derrotar. "Ao qual Deus ressuscitou", disse
Pedro, "soltas as ânsias da morte, pois não era possível que fosse retido por ela... nem
permitirás que o teu Santo veja a corrupção" (Atos 2:24,27). Impossível, devido ao
poder de que Deus O revestira.
E então, após a Sua ressurreição, Ele apareceu a Seus discípulos e os enviou
a pregar. Eram apenas um punhado de homens, nada importantes e insignificantes - isso
não teve a menor importância. Disse Ele: "É-me dado todo o poder no céu e na terra.
Portanto, ide, ensinai todas as nações... e eis que eu estou convosco todos os dias, até à
consumação dos séculos" (Mateus 28:18-20).
Os escritores do Novo Testamento rivalizam uns com os outros na
declaração do poder do nosso Senhor ressurreto. Ele foi exaltado, diz Paulo aos efésios,
"acima de todo principado, e poder, e potestade, e domínio, e de todo nome que se
nomeia, não só neste século, mas também no vindouro" (Efésios 1:21). Ele está acima
de todos.
C) O Testemunho do Espírito Santo
- João 15:26 -
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: “Quando vier o Defensor
que eu vos mandarei da parte do Pai, o Espírito da Verdade, que procede do Pai, ele
dará testemunho de mim.
E vós também dareis testemunho, porque estais comigo desde o começo. Eu
vos disse estas coisas para que a vossa fé não seja abalada. Expulsar-vos-ão das
sinagogas, e virá a hora em que aquele que vos matar julgará estar prestando culto a
Deus. Agirão assim, porque não conheceram o Pai, nem a mim. Eu vos digo isto, para
que vos lembreis de que eu o disse, quando chegar a hora”.
“O Espírito dá testemunho de Jesus”
O Espírito Santo é quem nos dá testemunho da pessoa de Jesus Cristo e nos
convence de que Ele é o nosso Salvador. Jesus preparou os Seus discípulos para a hora
da provação tentando abrir-lhes a mente a fim de que compreendessem que, no
momento oportuno, o Espírito Santo lhes recordaria tudo o que haviam vivido juntos e
eles também poderiam dar testemunho Dele pelo mundo a fora. Assim como fez com os
Seus discípulos Jesus também nos adverte para que nós não nos admiremos com as
ações daqueles que não estão em sintonia com o projeto do Pai. Eles agem por
ignorância. A ignorância é o maior adversário no nosso processo de conversão a Jesus
Cristo. Enquanto nós não temos verdadeiramente uma experiência concreta com Jesus
Salvador, nós próprios nos tornamos antagonistas da nossa felicidade. Por isso, muitas
vezes, em nome de Deus nós aprisionamos as pessoas que estão a serviço do amor e da
verdade. O Senhor nos mostra isto quando diz que os que agem contra os princípios
evangélicos são os que não conhecem o Pai, o Filho e o Espírito Santo que é o Amor.
No entanto, o Espírito Santo que é o nosso defensor, é também um verdadeiro guia das
nossas ações. Se não estivermos em sintonia com o Espírito de Deus, podemos nos
equivocar mesmo quando servimos a Ele e a Lhe prestamos culto. As nossas ações
precisam ter coerência com o pensamento de Deus para que a nossa fé não seja abalada
nem tampouco a fé das pessoas com quem nós convivemos. O nosso testemunho de
vida é a prova da nossa fidelidade a Jesus e ao que Ele tem nos ensinado desde o
começo da nossa caminhada. Quando vier a dificuldade e a provação não deveremos
esquecer de que as promessas de Deus se cumprem e que Ele não nos deixará na mão.
Precisamos também nos lembrar do que Jesus já nos recomendou e seguir adiante na
nossa caminhada. Reflita – Você teme as pessoas que o (a) desafiam em nome de Deus?
– Você tem pedido ao Espírito Santo que o (a) defenda dos “ignorantes de Deus”? –
Você tem agido conforme o Espírito Santo lhe orienta? – Você continua firme mesmo
quando é perseguido (a) pelas idéias do mundo? – Você tem dado testemunho de que
realmente conhece a Deus?
1 João 5:6
Jesus o Filho de Deus veio ao mundo:
Pela água, que fala da Palavra de Deus. O Senhor Jesus disse a Nicodemos:
"Digo-lhe a verdade: Ninguém pode entrar no reino de Deus se não nascer da água e do
Espírito." (João 3:5 NVI). A água é a palavra viva aplicada pelo Espírito de Deus.
Pelo Sangue, referindo-se à Sua morte na cruz, culminando a Sua missão na
terra, assim pagando o preço da nossa redenção.
A água e o sangue que saíram do Seu lado quando foi ferido pelo soldado
depois de ter entregue a sua vida na cruz também dão testemunho (João 19:34,35) e,
cumprindo a profecia, os seus ossos não foram quebrados. João foi testemunha ocular
da crucificação de Cristo, e notou estes detalhes pessoalmente.
O Espírito Santo é a principal testemunha do batismo do Senhor Jesus e de
todo o Seu ministério, por Ele ser a verdade (João 15:26), assim como o próprio Senhor
(João 14:6). É o Espírito que pode dar vida a essas verdades. O Senhor Jesus disse aos
seus discípulos que ficassem em Jerusalém até serem batizados com o Espírito Santo,
quando então receberiam poder para serem Suas testemunhas pelo mundo inteiro. Sem o
Espírito Santo eles não podiam testemunhar eficazmente. A morte redentora de Cristo é
essencial para a salvação, e o Espírito Santo é essencial para tornar real esse fato em
nossas vidas por meio do testemunho que Ele dá mediante a Sua palavra, e os Seus
mensageiros.
Só o testemunho do Espírito Santo pode nos conduzir à fé salvadora, e à fé
que vence o mundo.
Quem testifica na terra? E quem tem o tríplice testemunho na terra?
A igreja apostólica de Jesus Cristo. Porque nós testificamos a existência de
Deus.
De que maneira?
Através do Espírito.
O testemunho do poder de Deus no mover apostólico: A água, a purificação
em Cristo que está fazendo de nós um povo diferente.
Essa água não está á venda em lugar nenhum, essa água está jorrando dentro
da igreja apostólica de Jesus Cristo porque nós estamos dando testemunho. Eu fui limpo
por Jesus!
E a igreja apostólica tem o poder e a autoridade do sangue.
Quando você fala: O sangue de Jesus tem poder! É só demônio capotando
em tudo quanto é lugar. Porque quem detém a autoridade e o poder do sangue é você, é
a igreja de Jesus Cristo. E é ele que dá testemunho aqui na terra, porque para nós o
sangue de Jesus tem poder.
Nós temos o tríplice testemunho: Está presente, o Pai, o Filho e o Espírito
Santo se movendo dentro da igreja.
d) O testemunho dos apóstolos
Estamos examinando a comissão apostólica a fim de nos orientar em nosso
trabalho evangelístico. O que exatamente Jesus queria que fosse feito no mundo?
Ouçamos o que ele diz e aprendamos com ele.
Os escritos de Lucas se concentram no testemunho apostólico. "Vós sois
testemunhas destas coisas" (Lucas 24:48). "Sereis minhas testemunhas" (Atos 1:8).
Essa linguagem é, às vezes, empregada com desleixo e descaso em nossos
dias. As pessoas falam de "testemunhar" por Jesus sem tê-lo experimentado da forma
que se vê nesses textos. Não somos testemunhas no sentido especial desse termo,
empregado em referência aos apóstolos. Eles viram Jesus que "depois de ter padecido,
se apresentou vivo, com muitas provas" (Atos 1:3; veja Lucas 24:36-43) e foram
enviados como testemunhas de sua ressurreição (Atos 1:22).
Ainda assim, creio que esse elemento da comissão apostólica deva fornecer
a orientação para o nosso trabalho hoje. Isso porque, se o testemunho dos apóstolos é o
meio pelo qual as pessoas se achegam à fé (João 17:20; veja 20:30-31), então devemos
estar preparados para enfrentar o mundo descrente no qual vivemos com esse
testemunho apostólico sobre a ressurreição de Jesus.
Várias abordagens poderiam ser usadas. Ao invés de tentar complicar, eu
geralmente simplifico, limitando o estudo ao evangelho de João. Essa abordagem
apresenta o testemunho da ressurreição enquanto estabelecendo a divindade de Jesus e,
por conseguinte, a autoridade por trás da comissão (Mateus 28:18).
João começa com um prefácio (1:1-18). Bem, o prefácio nada prova. A
prova vem mais adiante. Mas o prefácio rapidamente põe diante do leitor o que o autor
pensava de Jesus. Para encurtar, simplesmente chamo a atenção para a afirmação da
divindade.
Depois, ao prosseguirmos, procurando as referências de João à importância
da ressurreição, chegamos a João 2:13-22, em que Jesus recorre à ressurreição como
grande sinal autêntico a sua afirmação e confirma a sua autoridade (veja Mateus 12:38-
40). Mas, para entendermos esse assunto, primeiramente precisamos analisar a acusação
contra Jesus, a razão dos judeus terem insistido em matá-lo -- pois a ressurreição era o
inverso da morte e a abolição do veredicto dos judeus com respeito a Jesus.
Quatro textos são de especial importância. O primeiro é João 5:17-18. Os
judeus já perseguiam a Jesus por curar no sábado, mas, quando ele chamou Deus de Pai,
"os judeus ainda mais procuravam matá-lo, porque não somente violava o sábado, mas
também dizia que Deus era o seu próprio Pai, fazendo-se igual a Deus". O discurso
seguinte de Jesus não explica que os judeus se enganaram quanto à sua afirmação, mas
sim, confirma a impressão deles e explica a sua igualdade em relação a Deus. Os judeus
tinham tão pouco sucesso nas controvérsias com Jesus acerca do sábado, que a acusação
de violar o sábado nem é mencionada no seu julgamento. Mas, a outra acusação persiste
-- e Jesus, por fim, seria crucificado por ter afirmado que era Deus.
A segunda passagem é João 8:56-59. Jesus afirma ter existido antes de
Abraão, afirmação que é tida como blasfêmia. Então "pegaram em pedras para atirarem
nele" -- de novo, por ter afirmado que era Deus.
A terceira passagem explica o pecado em questão, do modo em que os
judeus o entendiam. Quando Jesus afirmou: "Eu e o Pai somos um" (neutro: uma coisa,
uma natureza, não uma pessoa), "pegaram os judeus em pedras para lhe atirar",
respondendo ao desafio dele com a explicação: "Não é por obra boa que te apedrejamos,
e sim por causa da blasfêmia, pois, sendo tu homem, te fazes Deus a ti mesmo" (João
10:30-33).
A última passagem é João 19:7. Pilatos tinha rapidamente percebido além
do véu das acusações políticas sem fundamento, e os judeus estavam, por fim, voltados
para a sua verdadeira queixa contra Jesus: "Temos uma lei, e, de conformidade com a
lei, ele deve morrer, porque a si mesmo se fez Filho de Deus."
Quatro vezes os judeus tentaram matar Jesus, conseguindo na última vez, e
sempre o motivo era o mesmo. Eles faziam questão que ele morresse por causa de suas
alegações ultrajantes a respeito da própria natureza. Por fim, foi morto acusado de
blasfemar quando afirmava ser Deus.
Se foi essa a acusação que o Sinédrio usou para matar Jesus, qual o
significado de sua ressurreição dos mortos pelo poder do Deus Todo-Poderoso?
DOCUMENTOS DA INTERNET:
http://www.cdof.com.br/monografia.htm)
http://www.wikepidia.com.br.