Proteção de Depositos Inflamaveis Por SPK
Proteção de Depositos Inflamaveis Por SPK
Proteção de Depositos Inflamaveis Por SPK
de líquidos inflamáveis
e combustíveis com
sistema de sprinklers
5º PRÊMIO INSTITUTO SPRINKLER BRASIL
VENCEDOR
Proteção de depósitos
de líquidos inflamáveis
e combustíveis com
sistema de sprinklers
Samuel de Andrade
Copyright © 2018 by Instituto Sprinkler Brasil
Diagramação e Capa
Rosalis Designer
Revisor Ortográfico
Carolina Machado (Revisão pra quê?)
Apresentação
1 _ INTRODUÇÃO. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
2 _ OBJETIVOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
3 _ ENTENDENDO OS LÍQUIDOS INFLAMÁVEIS. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
3.1 Características de um incêndio Classe B. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
3.2 Ponto de fulgor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
3.3 Ponto de ebulição. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
3.4 Ponto de ignição . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
3.5 Polaridade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
3.6 Viscosidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
3.7 Densidade do líquido e dos vapores. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
3.8 Classificação dos líquidos inflamáveis e combustíveis. . . . . . . . . . . . . . . . . 38
27
dos dispositivos e equipamentos como um dos fatores que necessi-
tam evoluir no tocante à segurança contra incêndio como um todo,
incluindo itens que serão discutidos aqui neste trabalho.
Assim, o presente texto vem contribuir para minimizar este
problema, compilando conceitos e os relacionando com a sua apli-
cação específica ao armazenamento de líquidos inflamáveis fracio-
nados.
28
2 _ Objetivos
29
Para atingir a finalidade do trabalho, buscou-se embasamento
em normas publicadas pela Associação Brasileira de Normas Téc-
nicas (ABNT) e pela National Fire Protection Association (NFPA),
bem como em documentos técnicos emitidos pelos Corpos de
Bombeiros dos diversos estados do Brasil, indicando os requisi-
tos comuns e as dificuldades que os profissionais de engenharia e
bombeiros militares podem encontrar no projeto, na instalação e
na aprovação dos sistemas de chuveiros automáticos para prote-
ção dos líquidos inflamáveis.
30
3 _ Entendendo os Líquidos Inflamáveis
31
espumas especiais para a classe. Os sistemas de chuveiros auto-
máticos em geral são dimensionados para controle e/ou extinção
desta classe de incêndio.
Os incêndios em líquidos combustíveis e inflamáveis, por sua
vez, segundo Del Carlo, Almiron e Pereira (2008, p. 225) são classi-
ficados como incêndios de classe B, cuja principal característica é a
queima em superfície. Neste caso, os líquidos inflamáveis, a deter-
minadas temperaturas, liberam gases que ao se incendiarem pro-
movem fogo na área de contato do líquido com o ar (comburente).
Para extinção deste tipo de incêndio, temos que buscar a redu-
ção da liberação dos gases ou da disponibilidade do oxigênio, atu-
ando por abafamento com uso de espumas ou pós químicos que
cubram a superfície do líquido que está queimando. Uma outra
técnica de combate é a nebulização de água por um sistema deno-
minado nas NFPA como water spray, termo o qual foi adaptado nas
normas nacionais como nebulização. A eliminação do comburente
do local também pode ser obtida pela substituição dele por outro
gás inerte como o CO2, todavia esta técnica acaba se restringindo
a pequenos espaços onde o confinamento da área é mais simples.
Os chuveiros automáticos para líquidos inflamáveis são um
dos tipos de sistemas possíveis para o combate a incêndio em
líquidos inflamáveis e poderão utilizar água, espuma mecânica
ou uma sequência de ambos, visando ao resfriamento do líquido
incendiado e dos recipientes vizinhos, bem como ao abafamento do
fogo pela nebulização de água ou cobertura com espuma.
32
não mantendo a combustão, sob condições específicas de ensaio.
(ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2013)
33
• NBR 5765: Asfaltos diluídos — Determinação do ponto de
fulgor — Vaso aberto Tag;
• NBR 14598: Produtos de petróleo — Determinação do ponto
de fulgor pelo aparelho de vaso fechado Pensky-Martens;
• NBR 7974: Produtos de petróleo – Determinação do ponto
de fulgor pelo vaso fechado Tag;
• ASTM D92: Standard Test Method for Flash and Fire
Points by Cleveland Open Cup Tester;
• ASTM D56: Standard Test Method for Flash Point by Tag
Closed Cup Tester; e
• ASTM D93: Standard Test Methods for Flash Point by Pen-
sky-Martens Closed Cup Tester.
34
3.4 Ponto de ignição
3.5 Polaridade
35
aplicação de espuma, porcentagens maiores de concentrado, tem-
pos maiores de aplicação de espuma e tipos de concentrado dife-
renciado, os quais serão detalhados nos capítulos seguintes.
3.6 Viscosidade
36
Figura 2. Gráfico de viscosidade dos líquidos
37
Os líquidos inflamáveis apolares, tais como a maioria dos
hidrocarbonetos, têm densidade inferior à da água. Por serem
imiscíveis em água, estes líquidos permanecem na parte superior
em uma mistura. Por conseguinte, em eventual transbordamento
de um recipiente no qual estão contidos, o líquido inflamável dei-
xará o recipiente primeiro. Outro efeito desta característica é
que a aplicação de água direta terá pouco efeito sobre as chamas,
devendo ser nebulizada sobre a área desejada.
Por este motivo, as espumas mecânicas, cuja densidade é ainda
menor que a dos líquidos inflamáveis e combustíveis, mostram-se
mais eficientes na extinção de incêndios com líquidos inflamáveis,
espalhando-se pela superfície dos líquidos em chamas.
38
Tabela 1. Classificação dos líquidos inflamáveis e combustíveis
Líquidos Ponto de fulgor (PF) Ponto de Ebulição (PE)
Inflamáveis
Classe I PF < 37,8° e PV < 2068,6 mmHg -
Classe I-A PF < 22,8°C PE < 37,8°C
Classe I-B PF < 22,8°C PE < 37,8°C
Classe I-C 22,8°C ≤ PF < 37,8°C -
Combustíveis
Classe II 37,8°C ≤ PF < 60°C -
Classe III-A 60°C ≤ PF < 93°C -
Classe III-B PF ≥ 93°C -
Nota: PV é a pressão de vapor
Fonte: Associação Brasileira de Normas Técnicas.
39
sobre o produto resultará no fenômeno conhecido como espumação
(sloop over), que é a evaporação instantânea da água ao tocar a
superfície do líquido em chamas. Tal fenômeno resultará em um
grande volume de vapor que carregará partículas do líquido em
chamas para fora da área incendiada inicial, espalhando o incên-
dio e trazendo grande risco às equipes que combatem as chamas.
Para evitar tais efeitos, convém segregar as classes de líquidos
inflamáveis de modo que os produtos classe IIIB não sejam arma-
zenados junto a produtos com pontos de fulgor menores, bem como
evitar que líquidos de classe IA sejam armazenados com outras
classes, inviabilizando a adoção de parâmetros de proteção por
chuveiros automáticos.
Ainda quanto à classificação dos líquidos, os fluxogramas das
figuras A.2, A.3 e A.4 da NBR 17505, parte 4, equiparam os líqui-
dos inflamáveis às classes de produtos sólidos descritas em outras
normas. Algumas combinações de classe de produtos, tipos de reci-
pientes, viscosidade dos líquidos e outros podem resultar na equi-
paração dos líquidos com as classes I ou III para materiais sólidos
conforme NFPA 13, ou como plástico grupo A não expandido, con-
forme a mesma norma, o que pode ser observado nas figuras 3, 4
e 5 abaixo.
40
Figura 3. Trecho adaptado do fluxograma da figura A.2 da NBR 17505,
parte 4
41
Figura 4. Trecho adaptado do fluxograma da figura A.3 da NBR 17505,
parte 4
42
Figura 5. Trecho adaptado do fluxograma da figura A.4 da NBR 17505,
parte 4
43
Figura 6. Inconsistência do fluxograma da figura A.4 da NBR 17505,
parte 4
Fonte: NFPA.
44
Em consonância com as tabelas descritas, a própria NFPA 13
na sua versão mais recente traz nas tabelas de classificação de
mercadorias alguns líquidos combustíveis e inflamáveis que serão
protegidos diretamente por esta e não pelos critérios da NFPA 30.
Tais quesitos ainda não foram contemplados na Instrução Técnica
do Corpo de Bombeiros da Polícia Militar de São Paulo nº 24 de
2011 (ITCB 24/2011); porém, a tabela 2, que segue, é um compi-
lado de tais classificações.
45
4 _ BREVE HISTÓRICO DA PROTEÇÃO
CONTRA INCÊNDIO PARA
LÍQUIDOS INFLAMÁVEIS
FRACIONADOS NO BRASIL
47
sendo este o principal parâmetro nacional de proteção por chuvei-
ros automáticos atualmente.
Quanto às normas estaduais publicadas pelos Corpos de
Bombeiros Militares, a norma do estado de São Paulo é pioneira
no assunto líquidos inflamáveis fracionados. Ela foi e ainda é
usada como base para as normas da maioria dos demais Corpos
de Bombeiros; portanto, será a base de nossa análise temporal
neste trabalho.
No estado de São Paulo, a primeira norma de segurança contra
incêndio mais abrangente foi o Decreto Estadual 20.811/1983, o
qual mencionava no item 4.4.5 o “Armazém de produtos acondicio-
nados”, dentro do item referente a líquidos inflamáveis, e definia
no item 6.3.3 as proteções exigidas, todavia não mencionava a exi-
gência de chuveiros automáticos para combate a incêndio nessas
ocupações.
No estado de São Paulo, desde o Decreto Estadual 38.069/1993,
a legislação apresenta alguns parâmetros para proteção con-
tra incêndio de líquidos inflamáveis e combustíveis fracionados.
Nesta primeira legislação, os líquidos eram protegidos por siste-
mas de espuma e resfriamento por linhas manuais, extintores,
sinalizações, entre outros. Porém, não era prevista a proteção des-
ses locais por sistemas de chuveiros automáticos. Este sistema
era exigido apenas para os casos em que a área construída ultra-
passava 10.000 m², ou seja, do mesmo modo como depósitos de
materiais sólidos.
Em abril de 2002, entrou em vigor o Decreto Estadual
46.076/2001 e as instruções técnicas respectivas. As instruções
foram posteriormente revisadas e republicadas em 2004. A ITCB
24/2004, que tratava de sistema de proteção por resfriamento, exi-
gia a proteção por resfriamento para áreas de acondicionamento
de líquidos inflamáveis em recipientes transportáveis apenas por
linhas manuais, não mencionando chuveiros automáticos ou asper-
sores. Por outro lado, a ITCB 25/2004, que tratava de sistema de
proteção por espuma mecânica, incluía trechos contraditórios, por
48
exemplo, no item 6.1.1.3 mencionava-se que “esta seção não trata
dos sistemas de chuveiros de espuma/água, sistema de neblina de
espuma/água ou sistemas de espuma de alta expansão”; porém,
em outros itens seguintes, mencionava chuveiros e aspersores.
Nestes itens em que os sistemas de chuveiros e aspersores eram
mencionados, contudo, não estavam listados todos os parâmetros
normativos necessários ao dimensionamento do sistema e não se
referenciavam outras normas que definissem tais parâmetros.
Ainda na vigência do Decreto Estadual 46076/2001, na ITCB
27/2004, que tratava do armazenamento de líquidos inflamáveis
e combustíveis, o item 5.4.1 previa a adoção do sistema de chuvei-
ros automáticos como meio para redução em até 50% de algumas
distâncias de segurança em determinada área. Já a ITCB 09/2004
previa que a adoção de chuveiros automáticos para áreas com
armazenamento de inflamáveis fracionados, classificada como
M-2, ampliava a área máxima de compartimentação de 1.000 m²
para 2.000 m².
Um dos grandes problemas no cumprimento da Instrução
Técnica 27/2004 era o limite máximo de armazenamento, o qual
deveria seguir a tabela 8 da referida norma (vide tabela 3 deste
trabalho). Tal tabela era extremamente restritiva; porém, pela
interpretação dela, poderíamos concluir que, com a adoção de
aspersores ou equivalentes (chuveiros automáticos), os limites
poderiam ser ampliados, contudo para limites ainda muito restri-
tos e aquém da necessidade de muitos estabelecimentos.
49
Tabela 3. Capacidade máxima de armazenamento conforme ITCB
27/2004
COM ASPERSORES OU EQUIVALENTES SEM PROTEÇÃO
CLAS- MÁXIMO POR PILHA MÁXIMO POR PILHA
SE DE
LÍQUIDO NÍVEL DE Largura das Largura das
INFLA- ARMAZE- Lar- Passagens Passagens
MÁVEL E NAGEM Total Altura Total Largura Altura
gura Princi- Late- Princi- Late-
COMBUS- Litros m Litros m m
m pais rais pais rais
TÍVEL
m m m m
Nível de
IA solo e 10.000 2,44 1,83 2,40 1,50 2.500 1,22 0,91 2,40 2,10
IB superiores
IC
Porões PROIBIDO PROIBIDO
Nível de
solo e 20.000 2,44 1,83 2,40 1,20 5.000 1,22 0,91 2,40 1,50
II superiores
Nível de
III-A solo e 42.000 3,63 2,73 2,40 1,20 10.000 2,44 3,63 2,40 1,20
III-B superiores
50
TABELA 4. Capacidade máxima de armazenamento conforme errata da
ITCB 27/2004
Arranjo de recipientes
Com as proteções previstas na tabela 6-M2 do Decreto
Estadual nº 46.076/01
CLASSE DE MÁXIMO POR PILHA
LÍQUIDO NÍVEL DE
INFLAMÁVEL E ARMAZENAGEM Largura das Passagens
COMBUSTÍVEL Total Largura Altura
Litros m m Principais Laterais
m m
IA Nível de solo e
10.000 2,44 1,83 2,40 1,50
IB superiores
IC Porões PROIBIDO
Nível de solo e
20.000 2,44 1,83 2,40 1,20
II superiores
Porões PROIBIDO
Nível de solo e
III-A 42.000 3,63 2,73 2,40 1,20
superiores
III-B
Porões 21.000 2,44 1,83 2,40 1,20
Nota: - Os números das colunas de total em litros representam o número de litros que
podem ser armazenados por pilha. Para os recipientes menores deve-se dividir o valor
máximo permitido dividido pelo seu volume.
- Os números nas colunas de largura e altura, representam as larguras e as alturas da
pilha.
Fonte: Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo.
51
volumétrica imposta pela ITCB 25/2011, esta norma inclui pon-
tos contraditórios, pois, para a NBR 17505, parte 4, a adoção de
chuveiros automáticos elimina a limitação de volume estabelecida
para áreas sem chuveiros automáticos, fato este que não ocorre na
norma estadual.
Uma melhor análise das características atuais da legislação
contra incêndio para chuveiros automáticos em área com líquidos
inflamáveis será feita no próximo capítulo.
52
5 _ LEGISLAÇÃO ATUALMENTE
APLICÁVEL À PROTEÇÃO CONTRA
INCÊNDIO PARA LÍQUIDOS
INFLAMÁVEIS FRACIONADOS
53
Tabela 5. Comparativo entre as legislações de proteção contra incêndio
dos estados da Federação quanto a chuveiros automáticos para áreas de
armazenamento de líquidos inflamáveis fracionados
LEGISLAÇÕES APLICÁVEIS À PROTEÇÃO
ESTADO POR CHUVEIROS AUTOMÁTICOS PARA LÍ- OBS.:
QUIDOS INFLAMÁVEIS FRACIONADOS
54
Lei 15802/2006. Norma Técnica 25/2014. Ado-
GOIÁS1 ta a NBR 17505 para os chuveiros automáticos NBR 17505
para líquidos inflamáveis.
55
Decreto Lei 247/1975 e Decreto Estadual
897/1976.
RIO DE JANEIRO NBR 17505
No art. 129, XIII, “e” cc art. 76 do Decreto Esta-
dual 897/1976 prevê-se que chuveiros automá-
ticos serão projetados conforme NBR.
1) Estados que adotaram norma semelhante a versão atual da Instrução Técnica nº 25/2011
do Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo.
2) Estados que adotaram normas semelhantes a versão de 2004 das Instruções Técnicas
do Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo.
Fonte: o autor.
56
Este trabalho fará, ainda, referência a outras normas que obri-
gatoriamente deverão ser consultadas para formar o arcabouço
completo de legislações necessárias ao dimensionamento do sis-
tema de chuveiros automáticos para líquidos inflamáveis.
A NFPA 13 é uma dessas normas que serão citadas ao longo do
trabalho e trata dos padrões de instalação para chuveiros automá-
ticos. Ela foi a norma utilizada como base para elaboração da NBR
10897, a qual trata do mesmo assunto. Todavia, a NFPA 13 é mais
abrangente que a NBR 10897, logo, usaremos um escalonamento
das normas, aplicando a NFPA 13 nos casos omissos na NBR 10897.
A NFPA 30 é outra norma que será citada neste trabalho, pois
foi a base para elaboração da NBR 17505, parte 4; porém, também
será aplicada de forma subsidiária na omissão da norma brasi-
leira ou para o correto entendimento do seu texto.
No tocante às normas nacionais mais específicas ao assunto líqui-
dos inflamáveis, ao comparar a abrangência da NBR 17505, parte
4, e a da ITCB 25/2011, nota-se que ambas se aplicam aos mesmos
casos. Segue transcrição do item 1.1 da NBR 17505, parte 4:
57
c) bebidas, quando embaladas em recipientes individuais, cuja
capacidade individual não ultrapasse 5 L;
d) remédios, alimentos, cosméticos e outros produtos de con-
sumo que contenham no máximo 50% em volume de líquidos
miscíveis em água, desde que a solução resultante não seja
inflamável ou combustível, quando embalados em recipientes
individuais que não excedam 5 L de capacidade;
e) líquidos que não tenham ponto de ignição, quando ensaiados
pela ABNT NBR 11341, ou norma equivalente para produtos
químicos, até seu ponto de ebulição ou até uma temperatura
em que a amostra usada no ensaio apresente uma mudança
evidente de estado físico;
f) líquidos com um ponto de fulgor superior a 35 °C em uma
solução ou dispersão miscível em água, com um conteúdo de
sólidos inertes (não combustíveis) e de água de mais de 80% em
peso, que não mantenham combustão;
g) bebidas destiladas e vinhos em barris ou pipas, de madeira.
(ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2013)
58
como dobrar os limites armazenados em cada pilha ou estante,
porém sem alterar o volume máximo do compartimento. Por outro
lado, a NBR 17505, parte 4, na tabela A.9, define limites de prote-
ção semelhantes aos da ITCB 25/2011, contudo apenas para casos
em que o sistema de chuveiros automáticos não é instalado. Para
os casos em que há chuveiros automáticos, não há limites fixos
de volume, limitando neste caso apenas o arranjo de armazena-
mento, recipientes permitidos, entre outros.
Observe, também, as tabelas 6 e 7 a seguir, que transcrevem
os limites de volume de armazenamento em ambas as normas sem
chuveiros automáticos.
59
Tabela 6. Quantidades máximas para armazéns de líquidos sem sis-
tema de proteção automática pela NBR 17505, parte 4
Armazenamento em recipien- Armazenamento em tanque Armazenamento em IBC de
tes/tambores portátil e em IBC metálicos plástico rígido e compostos
Altura Quan- Quan- Altura Quan- Quan- Al- Quantida- Quan-
Clas- máxi- tidade tidade máxi- tidade tidade tura de má- tidade
se de ma da máxima total ma da máxima total má- xima por total
líqui- pilha por pilha máximaa pilha por pilha máximaa xima pilha ou máximaa
dos m ou por L m ou por L da por seção L
seção seção pilha suporte
suporte suporte m L
L L
IA 2,2 2 500 2 500 NP NP NP NP NP NP
IB 2,2 5 200 5 200 2,5 7 500 7 500 NP NP NP
IC 2,2 10 400 10 400 2,5 15 000 15 000 NP NP NP
II 3,4 15 600 31 200 2,5 20 800 41 600 2,5 15 600 31 200
IIIA 4,9 52 000 104 000 2,5 83 000 166 500 2,5 52 000 104 000
IIIB 5,3 52 000 208 000 2,5 83 000 333 000 2,5 52 000 208 000
NP – Não permitido.
a
Aplica-se apenas às edificações isoladas ou edificações adjacentes a outros estabelecimentos que não
sejam para armazenamento.
NOTA Para calcular a quantidade máxima total permitida para cada classe individual de líquidos presen-
tes no armazém, proceder como a seguir, iniciando-se com a classe mais baixa de líquidos presentes e
procedendo em ordem decrescente de risco:
a) computar a proporção das quantidades de classe presentes em relação à quantidade máxima permiti-
da por pilha e expressar a razão como uma porcentagem;
b) adicionar as porcentagens como computadas, de forma a totalizar o percentual armazenado;
c) o total não pode exceder 100 %.
Por exemplo: 3 796 L de um líquido de classe IB em recipientes representa 73 % da quantidade
máxima permitida, de acordo com esta tabela. Como o percentual total não pode exceder 100 %, o
armazenamento de qualquer outra classe de líquido fica limitado a 27 % da quantidade máxima permitida
para aquela classe. Assim, o líquido de classe IA ficaria limitado a 675 L, correspondente a 27 % de 2
500 L, e líquido de classe II seria limitado a 4 212 L, que é 27 % de 15 600 L. De outra forma, se a relação
de líquidos de classe IB for reduzida para 70 % (3 640 L), a relação de líquidos de classe IA pode ser
aumentada para 30 % da quantidade máxima permitida, que seria de 750 L.
60
Tabela 7. Limites de armazenamento com as proteções previstas na
tabela 6M-2 do Decreto Estadual 56.819/2011 do estado de São Paulo
Classe de líquido
Piso de Em pilhas ou Em salas (L) (conforme
combustível e Em prateleiras
armazenamento paletizado (L) item 15 desta Parte da IT)
inflamável
Porões PROIBIDO
Porões PROIBIDO
Nota: quantidades maiores podem ser armazenadas em uma mesma edificação, desde que cada área
compartimentada respeite o limite de armazenamento previsto nesta tabela.
61
6 _ REQUISITOS ESPECÍFICOS DE
ACONDICIONAMENTO DOS
LÍQUIDOS INFLAMÁVEIS
E COMBUSTÍVEIS
64
Tabela 9. Capacidades máximas permitidas para recipientes, recipien-
tes intermediários para granel (IBC) e tanques portáteis, conforme
NBR 17505, parte 4
Volume de líquidos
Volume de líquidos inflamáveis (L)
Tipo de embalagem de líquidos combustíveis (L)
Classe IA Classe IB Classe IC Classe II Classe IIIAc
Vidro 0,5 1 5 5 20
Recipientes metálicos (outros que
não tambores) ou de plástico/ 5 20 20 20 20
bombonas aprovados
Recipiente de segurança (latão de
10 20 20 20 20
segurança)
Tambores metálicos (conforme
especificação de transporte) (1A1 450 450 450 450 450
/ 1A2)
Tanques portáteis metálicos e
IBC (conforme especificação de 3 000 3 000 3 000 3 000 3 000
transporte)
IBC de plástico rígido (31H1 ou
31H2) e IBC compostos para NP a NP a NP a 3 000 d 3 000 d
líquidos (31HZ1)
IBC de plástico composto com
NP a NP a NP a NP a NP a
internos flexíveis (31HZ2)
Sacos dentro de caixas NP a NP a NP a NP a NP a
Polietileno (1H1 e 1H2) (conforme
5 20b 20b 450 450
especificação de transporte)
Tambor de fibra (2A, 3A, 3BH, 3BL
NPa NPa NPa 450 450
ou 4A)
a
Não permitido.
b
Para líquidos miscíveis em água, de classe IB e de classe IC, o tamanho máximo permitido para
recipiente de plástico é 250 L, se estocado e protegido de acordo com a tabela A.1.
c
Para esta tabela, líquidos de classe IIIB não têm limitação de volume do recipiente para
armazenamento.
d
Para os líquidos de classe II, devem ser utilizados IBC de plástico rígido que seja antiestático e
condutivo, para evitar o acúmulo de cargas eletrostáticas nas paredes externas e o escoamento dessas
cargas no líquido, possibilitando operar em áreas classificadas como Zona 1 e 2. Para líquidos de classe
IIIA, podem ser utilizados IBC não condutivos, desde que a temperatura do líquido não esteja acima ou
próximo de 9 °C de seu ponto de fulgor e que não estejam presentes, no ambiente, vapores inflamáveis.
65
Os líquidos classe IIIB não possuem volumes máximos de reci-
pientes segundo a NBR 17505, enquanto a ITCB 25/2011 trata as
classes IIIA e IIIB de forma semelhante.
Além disso, a ITCB 25/2011 restringe-se a definir os volumes
dos recipientes, não determinando os demais critérios construti-
vos a serem adotados para esses recipientes. Por sua vez, a NBR
17505 é mais detalhada e traz critérios inclusive para construção
das válvulas de alívio e outros.
A observância dos critérios construtivos dos recipientes é
imprescindível para o dimensionamento dos sistemas de chuvei-
ros automáticos, pois os parâmetros destes são definidos por testes
laboratoriais realizados considerando o armazenamento nos tipos
de recipientes descritos nas normas. Conforme já descrito, deve-se
entender a proteção contra incêndio de forma sistêmica, sendo o
recipiente neste caso um dos componentes da engrenagem, sem o
qual o sistema todo pode estar comprometido.
Por consequência, quando as normas técnicas dos Corpos de
Bombeiros dos diversos estados remetem a proteção por chuvei-
ros automáticos à NBR 17505, é crucial que o projetista observe
os limites desta, pois são os requisitos que foram testados para a
proteção por chuveiros automáticos definidos pela NBR. O mesmo
vale para os casos em que o projetista adota a NFPA 30 como parâ-
metro de proteção.
Todavia, no Brasil se encontram projetos em que o engenheiro
se vale de partes de diferentes normas, utilizando aquelas que
mais lhe convêm, não observando que a proteção trazida por meio
de cada norma é um conjunto, visto que a adoção de recipientes
com características diferentes daquelas definidas pela norma não
garante a eficiência do sistema.
Ainda em relação às tabelas 8 e 9, os códigos expressos na
coluna “tipo de embalagem de líquidos”, tais como 31H1 e 1H1,
representam a classificação do material para o órgão responsá-
vel por transporte de produtos perigosos das Nações Unidas. Essa
classificação é aceita internacionalmente, e o Brasil é signatário
66
das convenções que a definiram. Tais recipientes trazem a identi-
ficação a seguir:
67
Adicionalmente, no caso de recipientes intermediários para
granel (IBCs) não metálicos e rígidos protegidos conforme as tabe-
las A.21 e A.22 da NBR 17505, parte 4, os fabricantes das embala-
gens devem garantir que tenham um desempenho aceitável para
armazenamento interno.
Os requisitos volumétricos da NBR 17505, parte 4, podem
ainda ser limitados ou ampliados pelos diversos itens da própria
norma nos diversos cenários e arranjos de armazenamento possí-
veis. Exemplo desta limitação é o item 5.3.1 da NBR que segue:
68
que após a instalação não sejam armazenados produtos em emba-
lagens fora dos limites previstos no dimensionamento.
Tal item deve, ainda, ser objeto de atenção por parte do serviço
de vistoria e aprovação dos Corpos de Bombeiros estaduais a fim
de que se garanta um correto funcionamento e se evitem danos a
pessoas e patrimônio.
69
líquidos inflamáveis, não importou da NFPA 13 todos os concei-
tos atinentes aos diversos arranjos. Nem as NBR 10897 e 13792,
nem a ITCB 24/2011 do Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do
Estado de São Paulo importaram tais conceitos. Logo, para a con-
ceituação desses itens, é obrigatória a consulta à NFPA 13.
70
Figura 9. Armazenamento de tambores em pilha sólida
71
empilhados, exceto se protegidos de acordo com o item 24 da NBR
17505, parte 4.
72
dessas estantes deve estar a não mais de 6 m de distância de um
dos corredores principais.
Fonte: Efacil.
73
Também se enquadram no conceito de estante aquelas descri-
tas pela NFPA 13 como back-to-back. São duas estantes sólidas ou
perfuradas de até 750 mm de profundidade cada, não excedendo
uma profundidade total 1,5 m, separadas por uma barreira vertical
longitudinal sem espaço de combustão longitudinal e com altura
de armazenamento máxima de 4,6 m.
Fonte: Alibaba.
74
podem ser fixas, portáteis ou móveis. A colocação do material pode
ser manual ou feita usando-se empilhadeiras. A colocação do
material pode ainda ser automática, usando-se sistemas de arma-
zenamento e remoção da mercadoria controlados por máquinas.
Elas são construídas em geral em aço e suas dimensões podem
variar muito. Suas filas podem ser simples, duplas ou múltiplas,
com ou sem prateleiras sólidas. A mercadoria-padrão utilizada na
maioria dos armazenamentos no Brasil tem dimensões de 1 m x
1,2 m (um pálete); contudo, a NBR 17505 e a NFPA 30 adotam
dimensões de 1,5 m x 1,5 m para um pálete.
Seguem alguns dos muitos exemplos de estruturas porta-pále-
tes que podem ser encontradas:
• Estrutura porta-páletes simples são aquelas que não têm
espaço de combustão longitudinal e têm profundidade
de até 1,8 m, com corredores com uma largura de 1,1 m.
Uma exceção é quando uma estrutura porta-pálete de fila
única com uma profundidade de até 1,8 m está localizada a
menos de 600 mm de uma parede, sendo este considerado
um espaço de condução longitudinal, e a estrutura deve ser
tratada como estrutura porta-pálete de filas duplas. Veja
exemplo na figura 13.
• Estrutura porta-pálete de filas duplas é aquela que tem
duas posições de paletes de profundidade. Os páletes são
suportados por barras paralelas ao corredor. Qualquer
número de páletes pode ser suportado por um par de bar-
ras. São estruturas menores ou iguais a 300 mm de pro-
fundidade ou estruturas de uma única linha, colocados de
costas para trás, com uma profundidade agregada de até
75
300 mm, com corredores com uma largura de até 1,8 m.
Veja exemplo na figura 13.
Fonte: Mecalux.
76
Figura 14. Exemplo de armazenamento em estrutura porta-pálete de
filas múltiplas drive-in rack
77
Figura 15. Exemplo de armazenamento em estrutura porta-pálete
múltipla móvel
Fonte: Mecalux.
78
Figura 16. Exemplo de armazenamento em estrutura porta-pálete de
filas múltiplas automatizada
79
Figura 17. Exemplo de armazenamento em estruturas porta-páletes
cantilever simples e duplas móveis
Fonte: Mecalux.
Fonte: Mecalux.
80
• Estrutura porta-páletes portáteis são aquelas que não
são fixadas no local e podem ser organizadas em qualquer
número de configurações, podendo ser armazenadas como
estruturas simples, duplas ou múltiplas. Veja exemplo na
figura 19.
81
6.2.6 Diferenças entre área controlável, sala de
armazenamento, armazém de uso geral e um armazém de
líquidos
82
Tabela 10. Quantidade máxima permitida de líquidos inflamáveis e
combustíveis por área controlável de armazenamento
Classes de líquidos Quantidade L Notas
IA 115 1e2
Líquidos inflamáveis IB e IC 460 1e2
IA, IB e IC combinados 460 1, 2 e 3
II 460 1e2
Líquidos combustíveis IIIA 1265 1e2
IIIB 50600 1, 2 e 4
NOTA 1 As quantidades podem ser aumentadas em 100% onde o armazenamen-
to for em gabinetes (armário de segurança) aprovados ou em latões de seguran-
ça, de acordo com a legislação aplicável. Onde a Nota 2 também for aplicada,
o aumento permitido para ambas as notas pode ser aplicado cumulativamente.
NOTA 2 As quantidades podem ser aumentadas em 100% se o armazenamento
for em edificações equipadas com um sistema de chuveiros automáticos insta-
lados de acordo com a ABNT NBR 10897 ou NFPA 13. Se a Nota 1 também for
aplicada, o aumento para ambas as notas pode ser aplicado cumulativamente.
NOTA 3 A quantidade armazenada de líquidos de classe IA não pode ultrapassar
115 l.
NOTA 4 As quantidades armazenadas são ilimitadas em uma edificação equipa-
da com um sistema de chuveiros automáticos instalados de acordo com a ABNT
NBR 10897 ou NFPA 13 e projetada de acordo com os critérios de proteção
contidos na Seção 24.
Fonte: Associação Brasileira de Normas Técnicas.
83
Espaço totalmente fechado dentro de uma edificação, em que
as paredes não faceiem com o ambiente externo da edificação,
que seja utilizado no armazenamento de líquidos inflamáveis e
combustíveis em recipientes, recipientes intermediários para
granel e tanques portáteis, cuja área útil não exceda 45 m2.
(ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2013)
84
Observe que o conceito trazido pela NFPA 30 abrange uma ocu-
pação classificada como “armazenamento de risco normal”, e não
somente um “armazenamento de baixo risco”, como trazido pela
NBR 17505. O conceito da norma americana especifica que os termos
“baixo risco” e “risco normal” devem ser os definidos pela NFPA 101;
já a NBR 17505 menciona o código de obras, porém não há um código
de obras único no Brasil, porque em geral estes são municipais e não
trazem menção à classificação do risco de incêndio. Por consequência,
se o projetista tentar seguir o conceito da norma nacional, pode ter
dificuldade de entender o que vem a ser um armazém geral.
Utilizar as normas dos Corpos de Bombeiros estaduais poderia
ser a alternativa mais próxima para classificar riscos na norma-
tização brasileira, visto que em geral essas normas usam como
parâmetro para classificar o risco de incêndio a carga incêndio
dos materiais armazenados. Porém, a NFPA 101 tem um conceito
mais amplo, que leva em consideração não somente a carga incên-
dio média do ambiente, mas também o risco relativo de início do
fogo, os riscos da fumaça ou gases gerados e o risco de explosão ou
outra ocorrência potencialmente ameaçadora à vida e à segurança
dos ocupantes do edifício ou da estrutura.
A classificação também não é feita apenas consultando tabe-
las, mas por uma análise de risco realizada por um profissional
habilitado e pelo proprietário do empreendimento, sendo depois
submetida a autoridade competente, em fase prévia ao projeto.
Tais procedimentos são inviáveis no Brasil devido à estrutura dos
Corpos de Bombeiros.
Segundo a NFPA 101, os conteúdos de baixo risco de uma
edificação são aqueles de baixa combustibilidade que não podem
resultar em incêndios autopropagativos e os conteúdos de risco
normal de uma edificação são aqueles que provavelmente quei-
marão com rapidez moderada ou para libertar um volume consi-
derável de fumaça.
A NFPA classifica ainda o conteúdo de alto risco de uma edifi-
cação como aqueles susceptíveis a queimar com extrema rapidez
85
ou cujas explosões são prováveis. Portanto, esse tipo de conteúdo
não se enquadra na definição de armazéns gerais utilizada na
NFPA 30.
Quanto ao conceito de “armazém para líquidos”, o item 3.9 da
NBR 17505, parte 1, apresenta um texto muito semelhante àquele
definido na NFPA 30, ou seja:
86
Tabela 11. Resumo dos limites de armazenamento do item 20.4 da NBR
17505, parte 4
87
não é proibido que este tenha quantidades limitadas de materiais
combustíveis comuns, todavia os materiais diferentes daqueles
utilizados para embalar líquidos devem estar separados do
armazenamento dos líquidos por uma distância mínima de 2,4 m
horizontalmente, por corredores ou por estruturas porta-páletes
vazias, e devem estar protegidos de acordo com o item 24 da NBR
17505, parte 4.
Resumidamente, por exemplo, tomando um depósito de uma
transportadora qualquer que armazene produtos em geral e líqui-
dos combustíveis e inflamáveis, temos as seguintes opções:
• Não prever chuveiros automáticos e armazenar o limite
permitido para uma área controlável, conforme tabela A.2
da NBR 17505, parte 4.
• Prever sistema de chuveiros automáticos, conforme NFPA
13 ou item 24 da NBR 17505, parte 4, e ampliar o limite
de produtos armazenados para o previsto no item 20.4 da
mesma norma (tabela 11 deste trabalho).
• Criar uma sala de armazenamento interno e armazenar o
limite previsto na tabela A.8 da NBR 17505, parte 4.
• Criar um armazém de líquidos separado ou anexo ao arma-
zém dos demais produtos e sem chuveiros automáticos,
obedecendo os limites de armazenamento da tabela A.9 da
NBR 17505, parte 4.
• Criar um armazém de líquidos separado ou anexo ao arma-
zém dos demais produtos e com chuveiros automáticos con-
forme item 24 da NBR 17505, parte 4, sem limite máximo
de armazenamento.
88
haver uma tabela exclusiva com limites de armazenamento, não
se aplicando a tabela A.9 da NBR 17505, parte 4, mas sim a tabela
A.7 da mesma norma.
A tabela A.7 define limites diferenciados de armazenamento
também para áreas comerciais com chuveiros automáticos (pro-
teção automática, conforme denominado pela tabela A.7). Esta
tabela faz distinção inclusive entre as áreas protegidas con-
forme a NBR 10897 e NFPA 13 daquelas protegidas conforme
a NFPA 30.
Essa diferenciação poderia levar o leitor a entender que peque-
nas quantidades de líquidos poderiam ser protegidas pela NBR
10897 ou NFPA 13, mas na verdade esta opção somente será ado-
tada quando assim for permitido pelo item 24 da NBR 17505,
parte 4. Pois, mesmo que haja intenção do projetista em adotar as
normas gerais para chuveiros automáticos, estas não têm parâ-
metros adequados para os líquidos inflamáveis.
89
A mercadoria é armazenada na estrutura porta-pálete sobre
as prateleiras as quais podem apresentar diversas configurações,
sendo as mais comuns as prateleiras abertas, prateleiras sólidas e
prateleiras com sarrafos ou ripas.
Para que uma prateleira seja considerada sólida (ver exemplo
da figura 20), ela pode ser fixa no lugar, constituída de sarrafos,
malha de arame, ou outro tipo de material, desde que localizada
dentro da área de prateleira com menos de 50% de abertura livre.
A área de uma prateleira sólida é definida pelo corredor perimetral
ou espaço de combustão em todos os quatro lados ou pela colocação
de cargas que bloqueiam as aberturas que, de outra forma, servi-
riam como espaços de combustão necessários. As prateleiras com
uma área igual ou inferior a 1,9 m² são definidas como estruturas
porta-páletes abertas. Prateleiras de malha de arame, sarrafos
ou outros materiais com mais de 50% em área aberta e onde os
espaços de combustão são mantidos são definidos como estruturas
porta-páletes abertas.
90
incluindo todos os espaços de combustão em determinada altura,
para evitar a propagação do fogo vertical.
91
Figura 21. Exemplo de armazenamento de mercadorias encapsuladas
Fonte: NFPA.
92
cavidades pequenas (células), interligadas ou não, dispersas
através de sua massa. (Tradução da NFPA, 2016)
93
Ambas mencionam que outros meios alternativos de prote-
ção aprovados pelo Corpo de Bombeiros local podem ser aceitos
como armazenamento protegido; porém, na legislação do Corpo de
Bombeiros do Estado de São Paulo, não há opções em substituição
ao chuveiro automático, e os demais que não adotam a norma do
estado de São Paulo remetem diretamente à NBR 17505 e não
têm normas específicas que apresentem opções.
O conceito de armazenamento protegido aplica-se a todas as
tabelas e partes dessas normas, mas alguns outros pontos devem
ser observados para que o armazenamento seja considerado pro-
tegido:
• Os recipientes IBCs rígidos e não metálicos devem ser
submetidos a um ensaio de fogo que demonstre seu
desempenho aceitável para a condição de armazenamento
interno com chuveiros automáticos e devem ser
adequadamente identificados com a marcação da
homologação do ensaio. Porém, este pré-requisito específico
é dificilmente observado no mercado brasileiro.
• Caso usado um recipiente de sobre-embalagem, este deve
ser fabricado com material compatível com o produto que
esteja armazenado no recipiente original, levando em con-
sideração que recipiente de sobre-embalagem é um reci-
piente utilizado para acondicionar outro danificado ou com
vazamento.
O volume de produtos acondicionados nos armazéns de líqui-
dos protegidos é ilimitado e, para a maioria dos casos, a NBR per-
mite o armazenamento desprotegido, porém limitando os volumes
permitidos.
Para locais diversos dos armazéns de líquidos, a NBR adota
outros critérios quando protegidos ou não; por exemplo: os líqui-
dos das classes II e IIIA somente poderão ser armazenados em
porões ou subsolos quando protegidos.
94
6.4 Linhas de mangueira
95
Tais meios de contenção e drenagem podem ser obtidos de
diversas maneiras, sendo as principais formas definidas pela NBR
17505:
96
Figura 22. Vista em planta do controle de líquidos em armazéns
97
Figura 23. Arranjo típico de drenos de piso
98
Acrescenta-se que a contenção não é exigida para todas as ocu-
pações onde houver líquidos inflamáveis nas quais for prevista
proteção por chuveiros automáticos, pois a NBR 17505-4 prevê
algumas exceções para as quais será dispensada. Essas situações
são descritas na figura A.5 da referida norma, a qual consiste em
um fluxograma que direciona para a necessidade ou não da con-
tenção.
Neste caso, um cuidado especial tem que ser tomado em rela-
ção à referida figura, pois há um equívoco na adaptação feita a
partir da figura 16.8.1 da NFPA 30. Na NBR há uma questão com
os seguintes dizeres: “todos os líquidos estão armazenados em
recipientes como definidos em 3.4”. Enquanto a tradução do texto
da NFPA seria: “Todos os líquidos são resinas de poliéster insatu-
radas como definido em 16.2.4?” (Are all liquids UPRs as defined in
16.2.4?). Observe a divergência nas figuras 24 e 25 que seguem.
99
Figura 24. Inconsistência no fluxograma da figura A.5 da NBR 17505,
parte 4
100
Figura 25. Trecho do fluxograma da figura 16.8.1 da NFPA 30
Fonte: NFPA.
101
Pela norma estadual, a contenção deve ter o volume equivalente
à maior pilha ou estante existente no local de armazenamento,
sendo obrigatória a colocação da contenção em local externo.
Por sua vez, a NBR 17505, parte 4, trabalha com os conceitos
de contenção e drenagem, sendo que estes devem conter o volume
vazado e adicionalmente o volume consumido pelo sistema de
combate a incêndio (chuveiros automáticos e linhas manuais). A
diferença torna a contenção pela norma nacional muito mais com-
plexa; porém, no caso de adoção do sistema de chuveiros automá-
ticos, como a ITCB 25/2011 remete à NBR 17505, este deve ser o
sistema previsto. Caso contrário, poderá haver transbordamento
da contenção interna e o fogo poderá se espalhar para uma área
superior à área de atuação do sistema de chuveiros automáticos,
tornando-o ineficiente.
102
7 _ COMPONENTES E REQUISITOS
DE UM SISTEMA DE CHUVEIROS
AUTOMÁTICOS PARA LÍQUIDOS
INFLAMÁVEIS
103
de líquidos inflamáveis e combustíveis em recipientes e tanques
IBC, tais como tipos próprios de bicos de chuveiros automáticos
para cada caso, densidades de aplicação, alturas de armazena-
mento e de telhado, entre outros. Deste modo, ao dimensionar os
sistemas de chuveiros automáticos para áreas de armazenamento
de líquidos inflamáveis e combustíveis, o projetista deve buscar os
parâmetros na NBR 17505 e complementá-los com as regras gerais
da NBR 10897 e posteriormente com as da NFPA 13, se necessário.
Para tanto, uma revisão básica das exigências envolvidas no
dimensionamento de um sistema de chuveiros automáticos deve
ser feita, conforme será visto nos itens que seguem.
Onde:
Q = vazão em lpm ou gpm
K = coeficiente de escoamento em lpm/bar1/2 ou gpm/psi1/2
P = pressão em bar ou psi
104
O coeficiente de escoamento varia conforme o diâmetro do ori-
fício e determina qual é a vazão de cada chuveiro automático em
função da pressão no orifício de saída da água. À medida que a
pressão ou o fator K adotados no sistema são maiores, maior será
a vazão do sprinkler, devendo o projetista trabalhar com tais parâ-
metros para atingir os requisitos do sistema desejado.
Conforme Wollentarski Júnior (2015), como a pressão na rede
não é infinita, quanto maior a vazão exigida, maior deve ser o
fator K adotado.
A NBR 17505 em geral define um tipo de fator K próprio para
cada caso singular ou determina um valor mínimo acima do qual o
projetista tem liberdade para adotar o fator K que melhor atenda
às suas necessidades de projeto. Os principais valores de fator K
mencionados na NBR 17505 são descritos na tabela A.12 (tabela
12 deste trabalho):
105
-se devido ao aumento da temperatura, liberando a passagem de
água pelo orifício, e podem ser por bulbo ou metálico.
No caso de sistemas do tipo dilúvio, os chuveiros automáticos
são abertos, ou seja, não há elemento termossensível bloqueando
a passagem de água. Neste caso o acionamento ocorre por meio de
sistema de detecção de incêndio ou manualmente.
Os chuveiros automáticos têm diferentes graus de sensibili-
dade térmica chamados pela NFPA 13 de RTI (response time index),
que garantem um acionamento mais ou menos precoce. A norma
americana classifica a sensibilidade em:
• Chuveiros de resposta-padrão (standard response – SR): são
aqueles cujo RTI é maior que 80(ms)1/2.
• Chuveiros de resposta especial: são aqueles cujo RTI está
entre 80(ms)1/2 e 50(ms)1/2.
• Chuveiros de resposta rápida (quick ou fast response – QR):
são aqueles cujo RTI é menor que 50(ms)1/2.
A NBR 17505 comumente usa as abreviaturas QR e SR para
designar a velocidade de acionamento dos chuveiros em suas tabe-
las. Em alguns casos é obrigatório o uso de chuveiros resposta
rápida; em outros, é obrigatório o uso de chuveiros de resposta-pa-
drão e, por vezes, a escolha fica a cargo do projetista.
106
spray (standard spray). Estes sprinklers direcionam a água
para cima para atingir o teto, antes de cair, direcionando
entre 40 e 60% da água em um sentido descendente. Atual-
mente são aceitos pela NFPA 13 apenas para usos específi-
cos e por algumas normas europeias. Veja as figuras 27 e 29.
• Chuveiros automáticos tipo spray (standard spray sprinkler):
segundo Oliveira, Gonçalves e Guimarães (2008, p. 247),
apresentam defletor que projeta a água seja para baixo,
com pequeníssima ou nenhuma quantidade dirigida contra
o teto. A descarga da água é abaixo do plano do defletor e a
forma de distribuição do jato é semiesférica, que é dirigido
totalmente sobre o foco do incêndio. Veja as figuras 26 e 28.
Fonte: o autor.
107
Figura 27. Diagrama de descarga de água por chuveiro automático
estilo antigo pendente
Fonte: o autor
Fonte: o autor.
Fonte: o autor.
108
Os chuveiros standard spray, por sua vez, têm alguns tipos pró-
prios, sendo eles:
• Modelo de controle densidade área (control mode density/
area – CMDA): trata-se de um tipo de chuveiro standard
spray que utiliza o método densidade/área para controle de
incêndios em áreas de armazenamento.
• Modelo de controle para aplicação específica (control mode
specific application – CMSA): chuveiro que atua no modo
de controle e caracteriza-se por produzir gotas grandes
de água, sendo testado e aprovado para uso em áreas de
incêndios de alta intensidade.
• Chuveiros de resposta e supressão rápidas (early suppres-
sion fast response – ESFR): chuveiro que atua no modo de
supressão e se caracteriza pelo coeficiente de descarga
K entre 201 e 363. Classifica-se como sendo de resposta
rápida e distribui água em grande quantidade de forma
especificada, sobre uma área limitada, de modo a propor-
cionar rápida extinção do fogo, quando instalado apropria-
damente. Porém, sua capacidade de supressão das chamas
só é confiável se utilizado dentro dos parâmetros restritos
para os quais foi testado.
109
Figura 30. Exemplo de aspersor
110
Tabela 13. Exemplo de exigência de temperatura pela NBR 17505,
parte 4
Recipiente do tipo sem alívio de pressão – Líquidos da classe IB, IC, II ou IIIA
K≥ QR K = 80
4,8 9,0 24,4 180 QR 114 A 1e2
160 141 °C ou 115
≤4 SR ou
K≥ K = 80
6,0 9,0 QR 24,4 180 QR 114 B 1e2
160 ou 115
141 °C
SR ou
K≥ K = 80
≤19 7,5 9,0 QR 12,2 270 QR 114 C 1
115 ou 115
141 °C
QR
>19 e K≥ SR 141 K = 80
7,5 9,0 16,3 270 ou 114 E 1
≤ 230 160 °C ou 115
SR
111
Tabela 14. Exemplo de exigência de faixa de temperatura pela NBR
17505, parte 4
Proteção por chuveiros de teto
Altura
Altura máxima de
máxima Chuveiros Projeto
c armazenamento Notas
do teto
m Densidade
m Tipo Resposta Área m²
L/min/m²
112
Figura 31. Diâmetro das bolhas de ar no interior dos bulbos termossen-
síveis conforme faixa de temperatura
Fonte: Hidrovar.
113
Figura 32. Diferença entre defletor up right e pendente
114
Figura 33. Exemplo de identificação de um chuveiro automático
115
terão área máxima de cobertura de até 9,3 m³. Por outro lado,
os sprinklers aplicados para proteger líquidos combustíveis classe
IIIB poderão ter área máxima de cobertura de até 11 m².
Para cálculo da área de cobertura de um chuveiro automático
em um projeto específico, veja o item 8.3.1 deste trabalho.
116
Figura 34. Armário com chuveiros sobressalentes
117
adaptações que podem interferir no funcionamento dos chuvei-
ros automáticos.
118
Observe que neste ponto há grande diferença entre os sistemas
convencionais de chuveiros automáticos previstos para materiais
classe I a IV pela NFPA 13, na qual o tempo de operação do sis-
tema, em geral, fica em torno de uma hora.
A NBR 17505, parte 4, não limita o tipo de fonte de suprimento
de água; portanto, devem ser adotados os critérios da NFPA 13 e
NBR 10897, podendo ser aceitos reservatórios elevados, reserva-
tórios no nível do solo, semienterrados ou enterrados, piscinas,
açudes, represas, rios, lagos, mar ou outra fonte que atenda aos
requisitos estabelecidos pela norma.
119
para líquidos inflamáveis neste estado, e nos demais que o adotam
como base, devem observar essa exigência.
Algumas seguradoras também exigem este tipo de sistema
reserva independentemente da previsão normativa, sendo comum
encontrar sistemas de bombeamento para chuveiros automáti-
cos dimensionados tanto pela NFPA 13 como pela NFPA 30, com
bomba principal, reserva e jockey.
Tipo de rede de distribuição
A norma NFPA 13, bem como a NBR 10897, classificam os sis-
temas de chuveiros automáticos quanto à presença de água na
rede e quanto ao sistema de acionamento em:
a) Sistema de tubulação molhada: trata-se de um sistema na
qual a tubulação fica pressurizada com água e ligada a uma
fonte de suprimento de água de modo que o rompimento de um
elemento termossensível de um ou mais chuveiros automáticos
aciona o sistema.
b) Sistema de tubulação seca: a tubulação fica cheia de água pres-
surizada apenas do ponto de suprimento de água até a vál-
vula de governo da rede, sendo que a partir deste ponto toda a
tubulação onde os chuveiros automáticos estão conectados e a
rede que os alimenta fica cheia de ar comprimido ou nitrogê-
nio. A válvula de governo é mantida fechada pela pressão do
gás na tubulação, que é maior que a da água. Quando o ele-
mento termossensível de um ou mais chuveiros automáticos se
rompe pela ação do calor, a pressão do ar diminui e a válvula
de governo abre-se, liberando a passagem da água, que pressu-
riza a rede e é descarregada pelos bicos que foram acionados.
c) Sistema de ação prévia: a configuração deste sistema é muito
semelhante à do sistema de tubulação seca; porém, paralelo ao
sistema de chuveiros automáticos, há um sistema de detecção
de incêndio, o qual é responsável pela abertura da válvula de
governo. Quando o sistema de detecção é acionado, uma vál-
vula libera a entrada da água e a pressurização da rede. Assim,
120
a tubulação onde os chuveiros estão conectados passa a estar
pressurizada com água e, em caso de rompimento de um ou
mais chuveiros automáticos, a água é descarregada pelos bicos
abertos.
d) Sistema dilúvio: neste tipo de sistema, os chuveiros automáti-
cos não têm elemento termossensível, ficando abertos. Conse-
quentemente a tubulação permanece vazia a partir da válvula
de dilúvio. A rede permanece pressurizada com água no trecho
entre o suprimento de água e a válvula dilúvio. Paralelamente
deve ser instalado um sistema de detecção de incêndio respon-
sável pelo acionamento do sistema; quando este entra em ope-
ração, a água é descarregada por todos os chuveiros ligados à
tubulação a partir da válvula dilúvio que for acionada. O aciona-
mento pode, ainda, ser manual, permanecendo a rede pressuri-
zada com água no trecho entre o suprimento de água e a válvula
dilúvio até o acionamento da válvula por um operador.
Esta mesma classificação é mencionada por Oliveira, Gonçal-
ves e Guimarães (2008 p. 240), Armani (2006, p. 39), Paula (2014,
p. 39) e Wollentarski Júnior (2015, p. 69), sendo ponto pacífico na
literatura.
A NBR 30, no item 16.4.2, descreve que os sistemas de chu-
veiros automáticos por água ou por água-espuma para líquidos
inflamáveis podem ser do tipo tudo molhado, pré-ação ou dilúvio,
sendo vedado, portanto, o uso de sistemas do tipo tubo seco.
Mais uma vez, cabem aqui algumas ressalvas no tocante à
NBR 17505. No item 24.2.2, a referida norma brasileira prevê:
121
item prevê apenas o sistema de chuveiros automáticos com uso de
espuma. De outro modo, o item 16.4.2 da NFPA 30, que foi a base
para o mesmo item da norma brasileira, prevê o termo “sistemas
de proteção contra incêndio por chuveiros automáticos e por água-
-espuma”, conforme segue:
122
a) Rede aberta (também conhecido como “espinha de peixe”): tra-
ta-se de uma rede em que há uma ou mais prumadas gerais,
as quais derivam para tubulações subgerais e ramais de diâ-
metros decrescentes, porém sem formar anéis de tubulação,
havendo um único percurso para a água. Tal configuração de
rede apresenta perda de carga elevada e, para a maioria dos
casos de armazenamento, torna-se inviável. Segundo Armani
(2016, p. 41) trata-se de um sistema que, paulatinamente, tem
sido substituído por outros em que haja menor perda de carga.
Fonte: o autor.
123
b) Anel: neste tipo de rede, a tubulação subgeral é instalada em
formato de um anel que circunda a área a ser protegida e os
ramais são ligados a esta rede por uma de suas extremidades.
Brentano (2011, p. 239), entende que a perda de carga neste
sistema não chega a ser significativa.
Fonte: o autor.
124
c) Grelha (na NFPA 13 é chamada de grid): todos os ramais são
ligados a uma subgeral em cada extremidade de modo que a
demanda de água é dividida entre estas, reduzindo, portanto,
a perda de carga na distribuição da água, permitindo redução
do diâmetro das tubulações e de potência da bomba.
Fonte: o autor.
125
Nem todos os arranjos oferecem parâmetros de proteção para
todas as alturas de telhado e armazenamento desejados.
A altura do telhado em geral é medida do piso do armazém
ao ponto mais alto do telhado, porém a NFPA 13 traz diversas
considerações sobre essa medida em relação à inclinação e à topo-
grafia do telhado, que pode apresentar saliências ou entrâncias
com dimensões que interferem consideravelmente no acúmulo da
fumaça e, portanto, na operação do sistema.
A altura de armazenamento é medida do piso até o topo da
mercadoria acondicionada no local. Do mesmo modo a NFPA 13
descreve diversas condições específicas quanto a diferentes mate-
riais armazenados em um mesmo local, ou em diferentes arranjos
que devem ser considerados não somente para líquidos inflamá-
veis e combustíveis, como para os demais materiais sólidos.
As especificidades na definição das alturas não serão aborda-
das neste trabalho, mas poderão ser encontradas na norma ame-
ricana e, em alguns casos, na NBR 10897.
126
vamente, pelas medidas “T” e “L”, as quais representam os dois
espaços mencionados.
127
Outra dificuldade da maioria dos projetistas é a definição do
leiaute de distribuição dos chuveiros intraprateleiras, devido ao
não entendimento das figuras trazidas pelas normas que exigem
tais sistemas. Assim, na sequência entre a Figura 39. e a Figura
40. foi transcrita e adaptada a figura A.7 da NBR 17505, parte 4,
para melhor entendimento da lógica de representação dos chuvei-
ros automáticos.
128
Figura 40. Representação didática da figura A.7 da NBR 17505, parte 4
Fonte: o autor.
129
Figura 41. Vista tridimensional do exemplo da Figura 39.
Fonte: o autor.
130
Observe que a figura da NBR 17505, parte 4, mostra uma
vista lateral do armazenamento (vista em elevação) e uma vista
superior (vista em planta), as quais devem ser unidas para mon-
tar uma ideia do leiaute tridimensional dos chuveiros. As figuras
representam apenas uma fração do armazenamento, podendo ser
replicadas inúmeras vezes para formar o armazenamento dese-
jado, observando apenas os limites de volume por pilha, estante
ou porta-pálete descritos nas demais partes da mesma norma.
A NBR 17505, parte 4, no item 24.3.1.3, determina outros
requisitos para o posicionamento dos chuveiros intraprateleiras.
Quanto a estes requisitos, destacamos a letra “f”, que diverge da
NFPA 30 e pode causar confusão. A letra “f” do item 24.3.1.3 da
NBR 17505, parte 4, determina:
131
8 _ DIMENSIONAMENTO DE UM
SISTEMA DE CHUVEIROS
AUTOMÁTICOS COM ÁGUA PARA
LÍQUIDOS INFLAMÁVEIS
133
Para os sistemas de chuveiros automáticos próprios para líqui-
dos inflamáveis, da mesma forma, os parâmetros foram baseados,
também, em testes laboratoriais em diversas escalas e em extra-
polação e interpolação matemática dos resultados, porém o HAN-
DBOOK DA NFPA 30 (2007) esclarece logo no seu escopo que os
parâmetros encontrados naquela norma são os mínimos para a pro-
teção para líquidos inflamáveis, devendo o projetista analisar todos
os riscos envolvidos no armazenamento de determinado produto.
Como exemplo dessa limitação, podem ser citados os líquidos
que reagem com água, os líquidos que têm combustão espontânea,
a toxicidade ou outros riscos especiais que podem ser observados
em diversos produtos químicos.
Da mesma forma, não é possível a utilização dos parâmetros
normativos aliados a suposições não previstas na norma, tais como
o aumento da altura de um telhado com correspondente aumento
de área de operação ou densidade percentualmente equivalente.
Tais alterações devem encontrar amparo técnico em testes labora-
toriais e estudos detalhados que garantam a eficiência do sistema.
Neste sentido a NFPA 13, no item 12.1.3.2, proíbe extrapolação de
alturas para chuveiros ESFR.
As principais limitações apresentadas pela NBR 17505, parte
4, são aquelas em relação a volumes de recipientes, material cons-
trutivo dos recipientes, arranjos, altura de armazenamento e altu-
ras de telhados. Observa-se, por exemplo, que, para a maioria dos
arranjos, a limitação de altura do telhado é de 9 m, havendo ape-
nas alguns casos com alturas maiores.
As limitações são mais aparentes quando determinada empresa
pretende adaptar um galpão de locação convencional ou armazém
de uso geral para o armazenamento de líquidos, pois os depósi-
tos usados para armazenamento de produtos sólidos, em geral,
possuem mais de 9 m de pé direito e piso construído com reforço
interno que impede cortes para construção das canaletas de con-
tenção. Assim, o ideal seria que armazéns de líquidos inflamáveis
fossem concebidos desde o início com tal finalidade.
134
8.2 Quando proteger
135
a) líquidos de classe I, II e IIIA: 9,3 m2 por chuveiro;
b) líquidos de classe IIIB: 11 m2 por chuveiro. (ASSOCIAÇÃO
BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2013)
136
Tabela 15. Área máxima de cobertura e afastamento entre chuveiros
automáticos para locais com armazenamento de líquidos inflamáveis e
combustíveis
Área máxima Distância
Densidade
Classe do Tipo de Altura do de cobertura máxima
Tipo de aplica-
líquido ar- chuveiros telhado por chuveiros entre bicos
de construção ção (lpm/
mazenado automáticos (m) automáticos ou ramais
m²)
(m2)* (m)
Não combus-
tível desobs- 9,3 3,7
truída
Não combus-
9,3 3,7
ESFR tível obstruída até 9,1 Todas
Combustível
9,3 3,7
desobstruída
Não combus-
tível desobs- 9,3 3,0
truída
Não combus-
acima de 9,3 3,0
ESFR tível obstruída Todas
9,1
Combustível
9,3 3,0
desobstruída
137
Área máxima Distância
Densidade
Classe do Tipo de Altura do de cobertura máxima
Tipo de aplica-
líquido ar- chuveiros telhado por chuveiros entre bicos
de construção ção (lpm/
mazenado automáticos (m) automáticos ou ramais
m²)
(m2)* (m)
Standard ≥ 10,2 9,3 4,6
up right e Todas Todas
pendente <10,2 11 4,6
Não combus-
tível desobs- 9,3 3,7
truída
Não combus-
9,3 3,7
ESFR tível obstruída até 9,1 Todas
Combustível
9,3 3,7
desobstruída
Não combus-
tível desobs- 9,3 3,0
truída
Não combus-
acima de 9,3 3,0
ESFR tível obstruída Todas
9,1
Combustível
9,3 3,0
desobstruída
(Equação 2) a = S . L
Onde:
a = área de cobertura de um chuveiro automático em m².
138
S = distância máxima entre os chuveiros automáticos em um
mesmo ramal, ou duas vezes a distância do último chuveiro auto-
mático do ramal para a parede, o que for maior; e
L = distância máxima entre os chuveiros automáticos em ramais
diferentes ou duas vezes a distância do chuveiro automático do
ramal para a parede, o que for maior.
139
chuveiros automáticos com fator K menor exigir maior pressão
que outro protegido com fator K maior.
Tabela 16. Variação da vazão (Q) em função da pressão (P) para os fato-
res K mais comuns
Fator K
lpm/
(bar)1/2 80 115 160 200 240 280 320 360 400
gpm/
(psi)1/2 5.6 8.0 11.2 14.0 16.8 19.6 22.4 25.2 28.0
Pressão
Vazão (Q)
(P)
bar lpm
0,5 56,57 81,32 113,14 141,42 169,71 197,99 226,27 254,56 282,84
1,0 80,00 115,00 160,00 200,00 240,00 280,00 320,00 360,00 400,00
1,5 97,98 140,85 195,96 244,95 293,94 342,93 391,92 440,91 489,90
2,0 113,14 162,63 226,27 282,84 339,41 395,98 452,55 509,12 565,69
2,5 126,49 181,83 252,98 316,23 379,47 442,72 505,96 569,21 632,46
3,0 138,56 199,19 277,13 346,41 415,69 484,97 554,26 623,54 692,82
3,5 149,67 215,15 299,33 374,17 449,00 523,83 598,67 673,50 748,33
4,0 160,00 230,00 320,00 400,00 480,00 560,00 640,00 720,00 800,00
4,5 169,71 243,95 339,41 424,26 509,12 593,97 678,82 763,68 848,53
5,0 178,89 257,15 357,77 447,21 536,66 626,10 715,54 804,98 894,43
5,5 187,62 269,70 375,23 469,04 562,85 656,66 750,47 844,27 938,08
6,0 195,96 281,69 391,92 489,90 587,88 685,86 783,84 881,82 979,80
6,5 203,96 293,19 407,92 509,90 611,88 713,86 815,84 917,82 1019,80
7,0 211,66 304,26 423,32 529,15 634,98 740,81 846,64 952,47 1058,30
7,5 219,09 314,94 438,18 547,72 657,27 766,81 876,36 985,90 1095,45
8,0 226,27 325,27 452,55 565,69 678,82 791,96 905,10 1018,23 1131,37
8,5 233,24 335,28 466,48 583,10 699,71 816,33 932,95 1049,57 1166,19
9,0 240,00 345,00 480,00 600,00 720,00 840,00 960,00 1080,00 1200,00
9,5 246,58 354,45 493,15 616,44 739,73 863,02 986,31 1109,59 1232,88
10,0 252,98 363,66 505,96 632,46 758,95 885,44 1011,93 1138,42 1264,91
10,5 259,23 372,64 518,46 648,07 777,69 907,30 1036,92 1166,53 1296,15
11,0 265,33 381,41 530,66 663,32 795,99 928,65 1061,32 1193,98 1326,65
11,5 271,29 389,98 542,59 678,23 813,88 949,53 1085,17 1220,82 1356,47
12,0 277,13 398,37 554,26 692,82 831,38 969,95 1108,51 1247,08 1385,64
Fonte: o autor.
141
Adotando como exemplo a tabela A.15 da NBR 17505, parte
4, parcialmente representada na tabela 17, imagine que a área
de operação de cada chuveiro automático adotada seja de 9 m²;
considerando que a tabela exige uma densidade de 12,2 lpm/m²
na referida área, a vazão será de 109,8 lpm (conforme equação
3). Observe na tabela 16 deste trabalho que todos os chuveiros
automáticos com fator K acima de 115 podem atender à referida
vazão. O chuveiro automático de fator K 115 necessitará de no
mínimo 0,89 bar para atingir a vazão desejada enquanto um chu-
veiro automático com fator K 80 necessitará de 1,89 bar.
K=
SR ou
K≥ 80 QR ou 1, 2
≤ 19 7,5 9,0 QR 12,2 180 114 C
115 ou SR e4
141 °C
115
142
a sua localização, devendo esta ser definida no ponto mais remoto
hidraulicamente do sistema.
Note que este ponto não necessariamente coincide com o local
mais distante da bomba de incêndio, razão pela qual se tornam
imprescindíveis cálculos adicionais quando o desenho de rede, tipos
de bicos, metodologia de cálculo, desníveis ou outros fatores diferi-
rem entre as diversas áreas protegidas por chuveiros automáticos.
(Equação 4) L = 1,2
Onde:
L = comprimento do lado maior da área de operação em m
A = área de operação em m²
Com o valor disponível do comprimento do lado maior da área
de operação, o próximo passo é definir a quantidade mínima de
chuveiros automáticos que serão incluídos nesta área de cálculo,
dividindo a área de operação do sistema pela área de cobertura
de um chuveiro automático (vide item 8.3.1 deste trabalho), logo:
_A
(Equação 5) N = a
Onde:
N = número de chuveiros automáticos na área de cálculo
A = área de operação do sistema de chuveiros automáticos em m²
a = área de cobertura de um chuveiro automático em m²
A seguir, deve-se localizar a área de operação do sistema na rede de
distribuição do sistema de chuveiros automáticos. Para tanto, deve ser loca-
lizada a área mais remota hidraulicamente da bomba de incêndio, posicio-
nando a linha representativa do lado maior, paralela ao ramal desejado. Essa
143
tarefa pode ser difícil, pois nem sempre o ponto mais remoto hidraulica-
mente é o mais distante da bomba de incêndio, e por vezes haverá necessi-
dade de repetir o processo de cálculo para mais de uma área, a fim de se ter
certeza do local exato.
Interferem na perda de carga e consequentemente na localização da área
de cálculo os desníveis, o diâmetro das tubulações, a quantidade e o tipo de
conexões, a vazão requerida da aplicação, entre outros fatores.
O número de chuveiros automáticos do ramal paralelo ao lado maior
será definido dividindo o comprimento do lado maior pela distância máxima
dos chuveiros neste ramal, ou seja:
(Equação 6) n =
_L
d
Onde:
n = número de chuveiros automáticos no ramal paralelo ao lado
maior da área de operação
d = distância máxima entre os chuveiros automáticos no ramal
paralelo ao lado maior da área de operação em m
L = comprimento do lado maior da área de operação em m
Os valores obtidos nas equações equação 5 e equação 6 serão
sempre arredondados para cima. Quando a distância entre chu-
veiros na área de cálculo for irregular, podem ser necessários ajus-
tes no número de chuveiros no ramal e na área de cálculo para
se garantir que a área mínima de aplicação e a dimensão do lado
maior desta sejam atingidas.
Na sequência o projetista incluirá sucessivamente um segundo
ramal paralelo ao lado maior, um terceiro e outros, se necessário,
até que se complete o número mínimo de chuveiros automáticos
na área de cálculo. Os chuveiros automáticos incluídos na área de
cálculo podem estar em ambos os lados de uma subgeral.
Como exemplo de aplicação dessas equações, se adotada a área
de operação de 180 m² trazida na tabela 17 e aplicada a equação
4 será obtido um comprimento mínimo de 16,1 m para o maior
lado da área de operação. Caso seja adotada uma distância entre
144
chuveiros e entre ramais de 3 m, a área de cobertura dos chuvei-
ros será de 9 m² e, aplicando as equações equação 5 e equação
6 deverá haver 20 chuveiros na área de operação e 6 chuveiros
no ramal paralelo ao lado maior da área de operação. Todavia,
observe a área de operação descrita na figura 42 e tente verificar
o que há de errado.
Fonte: o autor.
145
operação, a distância deles para a parede é de 1 m. Com isso, a
área de operação dos chuveiros é inferior aos 9 m² que usamos no
cálculo. Nesses casos devemos compensar a diferença acrescen-
tando chuveiros adicionais até que obtenhamos o mínimo de 180
m² exigidos, conforme pode ser visto na figura 43.
Fonte: o autor.
146
comprimento mínimo calculado, conforme pode ser observado na
figura 44.
Fonte: o autor.
147
(22 x 109,8 lpm) no primeiro caso e 3.403,8 (31 x 109,8 lpm) no
segundo caso.
Em redes de distribuição do tipo grid, a localização da área de
operação pode ser mais difícil, pois não há como se definir as dire-
ções dos fluxos de água em cada trecho, devendo ser feitos cálculos
adicionais para as posições que incluam um chuveiro imediata-
mente lateral à primeira área adotada, a fim de se confirmar que a
área adotada é efetivamente a mais desfavorável. Como exemplo,
observe a figura 45, na qual a linha em azul seria a área de ope-
ração para o cálculo inicial e as linhas em verde seriam as áreas
de operação para os cálculos adicionais. Caso alguns dos cálculos
adicionais demonstre ser mais desfavorável que o primeiro, novos
cálculos devem ser feitos alternando para outros chuveiros adja-
centes no mesmo sentido até que se obtenha um resultado mais
favorável.
Fonte: o autor.
148
Alguns sistemas computacionais disponíveis no mercado já
fazem sozinhos as estimativas de possíveis áreas de operação
adjacentes, auxiliando na definição da área mais desfavorável
hidraulicamente de uma rede de distribuição em grid.
(Equação 7) A = N . a
Onde:
N = número de chuveiros automáticos na área de cálculo
A = área de operação do sistema de chuveiros automáticos em m²
a = área de operação de um chuveiro automático em m²
Com o valor da área de operação do sistema de chuveiros, do
fator K e da pressão mínima, o projetista passa a ter os mesmos
dados que teria na metodologia CMDA e, portanto, pode seguir os
passos já relatados no item 8.4.1 para desenhar a área de cálculo
e definir a vazão mínima do bico mais remoto hidraulicamente.
149
8.4.3 Método ESFR
151
americana, a qual é repetitiva e redundante, pois, por exemplo,
diversas informações previstas nos itens são repetidas em notas
nas tabelas e em outros itens.
Este autor recomenda que o projetista opte por começar pelos
fluxogramas das figuras A.2 a A.4, pois eles incorporam em suas
questões as exigências dos itens da NBR 17505 e da NFPA 13,
alguns não presentes na NBR, ocorrendo casos em que a proteção
não será feita sequer com base na norma brasileira, mas sim com
base na norma americana.
Para os casos em que a consulta aos fluxogramas defina uma
tabela da NBR 17505, parte 4, a ser seguida, este autor sugere que
o projetista verifique o item 24.3.2 e subitens da norma brasileira
a fim de se a tabela encontrada atende aos critérios desejados.
Para os casos em que a consulta aos fluxogramas defina a adoção
de critérios da NFPA 13, o projetista deve obter os parâmetros de
proteção na norma americana.
Passando para a tabela selecionada, esta pode fazer referência
a esquemas previstos no item 24.4 e subitens ou leiautes de chu-
veiros intraprateleiras previstos no item 24.3.1.10 e subitens, bem
como nas figuras A.15 a A.19, todos da NBR 17505, parte 4.
Assim, compilando as informações trazidas por estas normas,
este autor sugere os seguintes passos para o dimensionamento
de um sistema de chuveiros automáticos para armazenamento de
líquidos inflamáveis:
1. classificação do(s) líquido(s) que será(ão) armazenado(s) no
local;
2. seleção do(s) arranjo(s) de armazenamento do(s) mate-
rial(is);
3. consulta aos fluxogramas das figuras A.2 a A.4 da NBR
17505, parte 4;
4. consulta ao item 24.3.2 e subitens da NBR 17505, parte 4;
5. consulta à tabela determinada nos dois passos anteriores;
6. definição dos limites volumétricos, da altura de armazena-
mento e de altura de telhado;
152
7. verificação da metodologia de cálculo determinada pela
tabela;
8. verificação da necessidade de chuveiros intraprateleiras;
9. consulta aos esquemas de projeto, se necessário;
10. caso necessário, definição do o leiaute dos chuveiros intra-
prateleiras;
11. definição do tipo de sistema a ser adotado (tubo molhado,
ação prévia ou dilúvio, água ou água-espuma);
12. definição dos parâmetros de cálculo (espaçamento mínimo
e máximo, pressão mínima e máxima, área de cobertura
mínima e máxima dos chuveiros, área de operação, fator K,
tipo de bico, entre outros);
13. desenho da rede;
14. definição da necessidade de contenção para o sistema;
15. desenho das contenções; e
16. cálculo hidráulico do sistema.
153
O autor sugere, também, que seja montada uma tabela com
todas as propriedades químicas relevantes dos líquidos armaze-
nados e incluída no projeto para facilitar conferência na análise
do Corpo de Bombeiros ou de outro órgão de inspeção, ou mesmo
auditorias futuras. Essa tabela pode auxiliar o usuário do arma-
zém quanto aos limites de uso do local.
154
há mais alternativas para serem seguidas, visto que o projetista já
respondeu às questões anteriores que esgotam o assunto.
Como exemplo, o fluxograma da figura A.4 da NBR 17505,
parte 4 (figura 49 deste trabalho), mostra a frase: “a concentração
do líquido é > 20% mas ≤ 50%”. Esta frase é usada como questão
e não como afirmativa, divergindo da figura 16.4.1(c) da NFPA
30 (figura 50 deste trabalho). O correto seria o uso de uma afir-
mativa, pois já há uma questão anterior no fluxograma sobre a
possibilidade de o líquido ter concentração “>50%” e outra questão
sobre a possibilidade de o líquido ter concentração “≤20%”, então
não haveria mais alternativas, cabendo, portanto, uma frase afir-
mativa, e não uma interrogativa.
Uma outra divergência encontrada entre as normas está na
figura A.3 da NBR 17505, parte 4 (figura 48 deste trabalho). Após
a questão “o líquido é de classe IIIB?”, a norma brasileira oferece
duas tabelas como opção de proteção, A.21 e A.22, enquanto a figura
16.4.1(b) da NFPA 30 (figura 49 deste trabalho) prevê três opções de
tabelas para proteção, 16.5.2.5, 16,5.2.9 e 16.5.2.10. Assim, observe
que na NBR 17505, parte 4, não foi apresentada a opção de prote-
ção pela tabela A.17, a qual corresponde à tabela 16.5.2.5 da NFPA
30. Poderia até ser cogitado que se tratou de exclusão proposital
pela norma brasileira, mas o item 24.3.2.5 da NBR determina que
a tabela é aplicável ao caso, contradizendo o fluxograma.
No fluxograma da figura A.4 da NBR 17505, parte 4 (figura
50 deste trabalho), nas opções oferecidas após a questão “o reci-
piente tem capacidade > 20 l?”. Uma das alternativas diz “Prote-
ger usando critérios de líquidos classe III como descrito na NFPA
13”, todavia a NFPA 13 não prevê critérios para líquidos classe III,
então o correto seria afirmar “Proteger usando critérios de merca-
dorias classe III como descrito na NFPA 13”, da mesma forma que
ocorre na figura 16.4.1(c) da NFPA 30 (figura 51 deste trabalho).
Por fim, ainda quanto à figura A.4 da NBR 17505, parte 4, este
trabalho, no item 3.8, descreve outra divergência desta em relação
à figura 16.4.1(c) da NFPA 30.
155
Figura 46. Divergências do fluxograma da figura A.2 da NBR 17505,
parte 4, em relação à figura 16.4.1(a) da NFPA 30
156
Figura 47. Divergências do fluxograma da figura 16.4.1(a) da NFPA 30
em relação à figura A.2 da NBR 17505, parte 4
157
Figura 48. Divergências do fluxograma da figura A.3 da NBR 17505,
parte 4, em relação à figura 16.4.1(b) da NFPA 30
158
Figura 49. Divergências do fluxograma da figura 16.4.1(b) da NFPA 30
em relação à figura A.3 da NBR 17505, parte 4
159
Figura 50. Divergências do fluxograma da figura A.4 da NBR 17505,
parte 4, em relação à figura 16.4.1(c) da NFPA 30
160
Figura 51. Divergências do fluxograma da figura 16.4.1(c) da NFPA 30
em relação à figura A.4 da NBR 17505, parte 4
161
8.5.4 Consulta ao item 24.3.2 e subitens da NBR 17505,
parte 4
162
c) líquidos não miscíveis de classe II e de classe III e líquidos
miscíveis de classe II e de classe III;
d) recipientes intermediários para granel rígidos e não metá-
licos aprovados. (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS
TÉCNICAS, 2013)
163
Note que por vezes a altura disponível do telhado será incom-
patível com a altura permitida pela norma. Nesses casos as alter-
nativas serão o rebaixamento do teto com forro ou retornar às
etapas anteriores do dimensionamento buscando outros tipos de
embalagens e arranjos que permitam a altura de telhado dese-
jada, se possível.
Caso seja adotada a solução de rebaixamento do teto com ins-
talação de forro, deve ser observada a NFPA 13, que especifica o
tipo de forro permitido e, em alguns casos, exige sprinklers na área
entre o forro e o telhado.
164
Para melhor entendimento da distribuição dos chuveiros intra-
prateleiras, veja o item 7.7 deste trabalho.
165
de pressão máximos e mínimos permitidos para o sistema, não
sendo objetivo deste trabalho descrever os conceitos hidráulicos
necessários a este dimensionamento.
166
9 _ COMPONENTES E REQUISITOS
ESPECÍFICOS DE UM SISTEMA
DE CHUVEIROS AUTOMÁTICOS
ÁGUA-ESPUMA
167
por chuveiros automáticos com base na NFPA 13, podendo neste
caso ser aplicados sistemas de média e alta expansão com base
na NFPA 11.
No tocante aos critérios para os sistemas de baixa expansão da
NFPA 16, esta norma não define os casos em que devem ser insta-
lados sistemas de água-espuma, visto que para tal finalidade deve
ser observada a NFPA 30.
Estes sistemas projetados conforme a NFPA 16, por utilizarem
uma combinação de agentes extintores (água e espuma), podem
ser aplicados seletivamente para materiais de classe A e B. Nestas
situações, o sistema de chuveiros automáticos de água-espuma
tem por finalidade a extinção dos incêndios, a prevenção de incên-
dios ou o controle e a proteção contra exposição.
A prevenção mencionada ocorre com a aplicação da espuma
sobre derramamentos de produtos em áreas de processo ou arma-
zenamento de líquidos inflamáveis, impedindo ou reduzindo a for-
mação de atmosfera propícia ao início de um incêndio. O mesmo
princípio aplica-se quando a espuma é usada para controle e pro-
teção de exposição, sendo o sistema acionado para deposição da
espuma sobre o produto que se quer proteger, reduzindo a incidên-
cia de calor oriundo de um incêndio próximo.
Para atender às finalidades descritas, o sistema de chuveiros
automáticos de água-espuma deve operar com espuma durante o
período de tempo e a densidade de aplicação para o qual foi dese-
nhado e prosseguir após este período aplicando água até que seja
desativado manualmente ou vice-versa.
168
concentrado de espuma (líquido gerador de espuma – LGE) inter-
ligada ao sistema por meio de um equipamento dosador que injeta
o concentrado na linha de água, gerando uma solução de espuma
com a porcentagem desejada de LGE, seguindo tal solução para os
equipamentos de descarga, onde ocorrem o batimento da solução
com o ar e a geração de espuma.
A NFPA 16 prevê ainda um tipo de sistema denominado sis-
tema de pulverização de água-espuma, o qual difere do sistema
de dilúvio pela existência de um tipo de bico especial, denominado
pulverizador de água-espuma. Tal sistema é instalado paralela-
mente a um sistema de chuveiro automático de água-espuma.
Quanto ao sistema de tubo molhado, a NFPA 16 prevê uma
variação possível denominada sistema pré-preparado (pre-primed
system), o qual consiste em um sistema do tipo tubo molhado no
qual a tubulação fica pressurizada com uma solução de água e
líquido gerador de espuma.
Todos esses tipos de sistemas são projetados para aplicação de
espuma por tempo determinado, após o qual eles aplicarão água,
podendo, ainda, ser usada a aplicação de água e posteriormente
de espuma.
9.2 Espuma
170
9.3 Líquidos geradores de espuma (LGE)
171
ou FFFP, bem como para incêndios envolvendo hidrocar-
bonetos.
• LGE média e alta expansão: concentrado, geralmente deri-
vado de surfactantes de hidrocarbonetos, que pode ser
usado em equipamentos especialmente projetados para
produzir espumas com proporções de volume de espuma de
solução de 20:1 para aproximadamente 1000:1.
• Outros LGE sintéticos: concentrados à base de agentes ten-
soativos de hidrocarbonetos e listados como agente umec-
tante, agente espumante ou ambos.
Os LGE usados em sistemas de chuveiros automáticos devem
ser listados pelo fabricante para uso com os dispositivos de des-
carga e dosadores para os quais o sistema for projetado, da mesma
forma o LGE usado para reposição do suprimento deve ser do
mesmo tipo e listado.
Deve ser observado, também, que não se devem armazenar
diferentes tipos e marcas de LGE misturados em um único reser-
vatório. Da mesma forma, não se devem dosar LGE diferentes
misturados, salvo se os fabricantes garantirem as compatibilida-
des. Todavia, podem ser aplicadas espumas geradas apartir de
concentrados FFFP e AFFF simultaneamente em um mesmo fogo.
Adicionalmente, a quantidade de LGE disponível para o sis-
tema deve ser suficiente para garantir a vazão e o tempo requeri-
dos pela NFPA 16, sendo que no caso de sistemas pré-preparados
a quantidade de LGE na rede será adicional ao volume requerido.
A empresa deverá, ainda, ter meios para repor a quantidade de
LGE em um período máximo de 24 horas após eventual uso. Tal
exigência pode ser suprida adotando um estoque com o dobro da
quantidade requerida ou se filiando a um plano de auxílio mútuo
entre empresas que garanta tal reposição.
Deve ser feita uma análise cuidadosa quanto à filiação a um
plano de auxílio mútuo (PAM) para garantia da reposição do LGE,
pois as empresas participantes do plano devem dispor de um
172
tipo e marca de LGE compatível com o sistema a ser utilizado e
em quantidade suficiente para reposição no prazo de 24 horas,
estando estas condições descritas em contrato do PAM para que
seja realmente garantida a reposição requerida.
Ocorre que em muitos casos as empresas utilizam o PAM como
fonte para reposição do LGE em suas plantas, mas os materiais
listados no contrato entre as partes não são compatíveis em quan-
tidade e tipo com o LGE necessário para reposição.
174
porcentagem de espuma apropriada para a condição hidrau-
licamente mais favorável.
• Ser compatível com as pressões disponíveis de água nas
condições mais favoráveis e menos favoráveis.
Observe que, para que estas condições sejam garantidas no
momento do dimensionamento do sistema, devem ser feitos cálcu-
los hidráulicos do ponto mais favorável hidraulicamente e do mais
desfavorável hidraulicamente, conforme rendimento da bomba de
incêndio e dos demais equipamentos adotados. Os cálculos devem
considerar ainda a situação de todos os sprinklers da área de cál-
culo operando e de somente quatro sprinklers operando, tanto no
ponto mais favorável como no mais desfavorável hidraulicamente,
devendo o sistema de dosagem ser capaz de atender a todas essas
condições de operação.
A NFPA 16 define que a injeção de LGE na tubulação de água
pode ser feita preferencialmente pelos métodos de pressão balan-
ceada ou por pressão positiva. Para tanto, a norma americana
descreve que o método de injeção por pressão balanceada devem
ser um dos seguintes:
175
• Um sistema de dosagem por pressão balanceada que utiliza
uma bomba de concentrado de espuma descarregando por
meio de um orifício de medição para um controlador de dose-
amento com as pressões do LGE e da água mantidas auto-
maticamente como iguais por meio do uso de uma válvula de
balanceamento de pressão.
176
• Um sistema de dosagem por pressão balanceada utilizando
um tanque diafragma ou bexiga para separar a água e o
LGE que controla a descarga por meio da diferença de pres-
são entre o LGE e a água bem como descarrega o LGE por
um orifício de medição para um controlador de dosagem.
177
Figura 54. Exemplo de esquema completo de sistema de dilúvio com
dosagem de espuma por tanque com bexiga
178
• Um sistema de dosagem de pressão balanceada que uti-
liza uma bomba de concentrado de espuma ou um tanque
de bexiga, enquanto um dispositivo regulador de pressão
colocado na linha de retorno da bomba deve manter a pres-
são constante na linha de alimentação de LGE em todas as
vazões de projeto. A pressão constante deve ser superior à
pressão máxima da água em todas as condições de operação.
179
• Um sistema que utilize uma bomba de LGE descarregando,
por meio de um orifício de medição para a linha de água
com a pressão de LGE no lado, a montante do orifício exce-
dendo a pressão da água por um valor de projeto específico.
180
Além dos métodos por pressão balanceada, é permitida a dosa-
gem de LGE pelos seguintes métodos:
• Sistemas de injeção espuma por pressão positiva que uti-
lizem uma bomba de LGE acoplada a um motor de acio-
namento que varie a quantidade de LGE para combinar
com as vazões de água, mantendo a porcentagem correta
de LGE na linha.
Fonte: Kidde.
181
• Sistemas de dosadores tipo around-the-pump, os quais con-
sistem em um edutor instalado em uma linha de derivação
entre a descarga e a sucção de uma bomba de água. Uma
pequena porção da descarga da bomba flui por este edutor
e dosa a quantidade necessária de LGE, descarregando a
mistura na sucção da bomba. A capacidade variável pode
ser regulada pelo uso de uma válvula de medição contro-
lada manualmente.
182
• Sistema de dosagem com edutores em linha, também conhe-
cidos como entre linhas, proporcionadores de linhas ou indu-
tores. Os edutores trabalham utilizando uma diferença de
pressão causada pelo efeito venturi, arrastando a água para
a linha de água. Têm a grande vantagem de ser mais bara-
tos economicamente, porém trabalham com faixas de vazão
quase fixas e têm uma perda de carga muito elevada, de
cerca de 35% da pressão de entrada. No caso de sistemas
com chuveiros automáticos, este equipamento também não
atende aos critérios descritos anteriormente e somente pode
ser utilizado para sistemas do tipo dilúvio, no qual a pressão
e vazão requerida para operação é sempre a mesma.
Fonte: Bucka.
183
Todavia, não é recomendado o uso de filtros em sistemas dosa-
dores com tanques de bexiga, pois podem interferir no processo de
dosagem.
Fonte: Ansul.
184
Figura 61. Exemplo de pulverizador água-espuma
185
9.8 Recalque
186
9.9.1 Densidade de aplicação
187
9.9.3 Linhas de mangueira
188
determina uma área mínima de aplicação de 465 m², enquanto
a NBR determina áreas na grande maioria das vezes bem infe-
riores.
Apesar de estranho, observe que a NFPA 16 exige uma densi-
dade mínima de aplicação muito menor que a NBR 17505, parte
4, para a maioria dos casos. Portanto, a redução de área é compen-
sada pelo aumento da densidade, gerando vazões semelhantes ou
maiores que as da NFPA.
189
pura. A equação de Darcy-Weisbach exige o cálculo do número de
Reynold e, portanto, a obtenção das especificações reais do pro-
duto junto ao fabricante do LGE.
Neste ponto o projetista deve encontrar dificuldade, pois mui-
tos catálogos oferecidos no mercado nacional não oferecem tais
informações, havendo necessidade de contato individualizado com
o fabricante. Já o Diagrama de Moody, necessário aos cálculos des-
ses trechos de tubulação, podem ser obtidos na própria NFPA 16,
facilitando o trabalho de dimensionamento.
Para as demais tubulações transportando água ou solução de
espuma, pode ser utilizada a equação de Hazen-Williams para
efeito de cálculo. A solução de espuma, apesar de ser uma mistura
de água e LGE, apresenta baixa concentração de LGE e, portanto,
entende-se que as alterações provocadas nos resultados de perdas
de carga são ínfimas.
O equilíbrio hidráulico deve ser outro objetivo do projeto, pois,
dependendo do modelo de proporcionador adotado, as perdas de
carga podem ser elevadas, devendo as pressões nos diversos tre-
chos ser equilibradas de modo a se obter um resultado realista.
Muitos projetos negligenciam o equilíbrio hidráulico e acabam
resultando em densidade de aplicação e dosagens de espuma
diversas do desejado.
Dimensionar os rendimentos reais dos equipamentos obtidos
junto ao fabricante será a base para o trabalho. Estes devem ser
resumidos em equações que representem seu rendimento e possam
ser utilizadas nos softwares de cálculos ou planilhas eletrônicas.
Para os casos de sistemas do tipo tubo úmido, tubo seco e pré-
-ação, devem ser realizados no mínimo dois cálculos hidráulicos
para se definir que o sistema de proporcionamento atende aos dois
extremos de funcionamento, conforme o item 7.4.2.2 da NFPA 16:
190
(2) Fluxo e pressão da demanda real calculada com base na
menor área de projeto hidraulicamente exigente, equilibrada
para o abastecimento de água disponível. (Traduzido pelo autor
de NFPA, 2015)
191
CONCLUSÃO
193
REFERÊNCIAS
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