Fraturas NOE
Fraturas NOE
Fraturas NOE
Fraturas naso-orbito-etmoidal:
diagnóstico e tratamento
Resumo
As fraturas da região fronto-naso-órbito-etmoidal envolvem estruturas anatômicas delicadas e complexas. O diagnóstico é baseado em achados
clínicos e radiográficos e, a tomografia computadorizada apresenta papel de extrema importância, seja para definir a extensão das fraturas, bem como
para estabelecer o plano de tratamento. No presente trabalho, é apresentado uma revisão de literatura sobre diagnóstico e tratamento de fratura
fronto-naso-órbito-etmoidal.
Descritores: Traumatismos Faciais; Diagnóstico; Terapêutica.
Abstract
Fractures of the Frontal-Nasal-Orbital-Ethmoidal region involve delicate and complex anatomical structures. Diagnosis is based on
clinical and radiographic findings, and CT scan plays an extremely important role, defining the extent of the fractures, and establishing
the treatment plan. The proposed study, shows a literature review to Frontal-Nasal-Orbital-Ethmoidal fracture.
Descriptors: Facial injuries. Diagnosis. Therapeutics.
Resumen
Las fracturas de la región fronto-naso-orbito-etmoidales implican en estructuras anatómicas delicadas y complejas. El diagnóstico se
basa en los hallazgos clínicos y radiológicos. La tomografía computarizada demostró papel extremadamente importante para definir el
alcance de las fracturas, y establecer un plan de tratamiento. En el presente trabajo se presenta una revisión de la literatura sobre el
diagnóstico y tratamiento de las fracturas fronto-naso-etmoidales.
Descriptores: Traumatismos Faciales; Diagnóstico; Terapéutica.
INTRODUÇÃO
A sociedade em busca do desenvolvimento do seio frontal. A área óssea mais delgada é a região
tecnológico aumentou a complexidade de suas relações da glabela enquanto que regiões como arcos
e de sua locomoção. Com isso, o trauma facial tem superciliares são mais espessas. Através do soalho da
aumentado muito nos últimos anos, em virtude dos cavidade há comunicação dos demais seios paranasais
acidentes automobilísticos, da violência urbana e dos com o seio frontal, bem como contato com as células
acidentes de trabalho1. etmoidais, por onde penetram, na fossa craniana
A região fronto-naso-órbito-etmoidal (FNOE) anterior, os filetes nervosos olfatórios. O teto orbitário
está situada na região central do terço médio superior é composto também pelo osso frontal5.
da face. Ela representa uma intrincada estrutura
esquelética pela confluência do nariz, órbitas, maxila e
crânio. Os delicados ossos próprios do nariz situam-se
anteriormente no denominado pilar central superficial
da face e sofrem fraturas com facilidade após trauma
de média ou mesmo baixa intensidade2.
Falhas no diagnóstico ou no tratamento podem
resultar em prejuízo estético e perdas funcionais que
podem se tornar até mesmo impossíveis de serem
reparadas a contento secundariamente3.
Os objetivos do tratamento são, basicamente, a
prevenção de infecção, isolamento do conteúdo
Figura 1. Representação anatômica do osso frontal
intracraniano, correção da drenagem de líquido (Fonte: Sobotta)6
cefalorraquidiano, restauração da função e restauração
da estética1. As órbitas são dois espaços simétricos entre o
Com base no exposto, este trabalho objetivou esqueleto facial e a base do crânio, descritas como
descrever os aspectos relacionados ao diagnóstico e forma de pêra ou em pirâmide. A base anterior de cada
tratamento das fraturas FNOE por meio de uma revisão órbita é formada pelo esqueleto facial e a extremidade
de literatura. posterior alcança medial e superiormente a base do
crânio. A órbita possui estreita relação com o ducto
REVISÃO DA LITERATURA nasolacrimal, a fossa pterigopalatina e os seios
- ANATOMIA paranasais. O teto da órbita é formado pelo osso
O osso frontal se compõe de três camadas: a frontal, o qual anteriormente contém o seio frontal e
externa ou camada cortical; a interna, sendo a mais posteriormente a asa menor do esfenóide. O assoalho
delgada de todas e por último uma camada da órbita é a menor das paredes e contém três ossos: a
intermediária e vascularizada, a díploe, presente nos superfície orbitária da maxila, a superfície orbitária do
demais ossos achatados do crânio. Na porção central e osso zigomático e o processo orbitário do osso
inferior do osso frontal, não se verifica a díploe, devido palatino. A parede medial é composta pelo osso
à presença do seio frontal. O osso frontal dá aos lacrimal, pela lâmina orbital do etmóide e a parede
tecidos moles a ele sobrepostos o contorno facial da lateral pela superfície orbitária da asa maior do
fronte, sendo de grande impacto estético o dano esfenóide e face orbital do osso zigomático7.
causado pela fratura dessa estrutura óssea4. Os músculos retos (medial, lateral, inferior e
O seio frontal é uma cavidade óssea pneumática superior), nascem de um anel fibroso que circunda o
revestida internamente por epitélio ciliado do trato forame óptico e o terço médio da fissura orbitária
respiratório. A velocidade ciliar é de cerca de 250 superior. O músculo oblíquo inferior origina-se do
ciclo\minuto e é mais rápida ao redor do ducto assoalho da órbita, lateralmente ao saco lacrimal,
nasofrontal. A fina parede posterior separa o seio das passando por baixo do globo para inserir-se próximo à
meninges e do lobo frontal do cérebro. O seio frontal é região da mácula. O músculo oblíquo superior se
ausente em 4% da população e apresenta superfície origina na região posterior da órbita, sofre um desvio
aproximada de 720 mm. A parede anterior é coberta em um tipo de polia (tróclea) situada atrás da rima
por tecido mole e a camada de mucina flui de modo orbitária súpero-nasal, e é então direcionado para trás,
espiral, de lateral para medial sendo mais lento no teto para se inserir no globo ocular. Os músculos
diagnóstico dessas fraturas. O contrário ocorrerá, caso seio frontal simples em galho verde ou sem
o paciente esteja inconsciente, situação na qual as deslocamento, ao passo que, as fraturas com
etapas de avaliação digital dos defeitos e motilidade deslocamento exigem uma redução aberta. As fraturas
ocular, estarão prejudicadas. Desta maneira, a da parede posterior do seio frontal são classificadas em
palpação é de suma importância para avaliação da três categorias: sem deslocamento, com deslocamento,
instabilidade da região. com deslocamento e lesão neurológica19. Cada
Krüger et al.14 afirmam em seu estudo que para subclassificação está associada com a penetração da
visualizar as fraturas do terço médio e do terço cortical externa e são tratadas de modos diferentes.
superior da face as tomadas radiográficas usadas eram
a de Waters, AP de Crânio, lateral de Crânio, Towne e - SINAIS E SINTOMAS
Hirtz. Segundo Dingman et al.20, quando o paciente
Hammer et al.7 relatam que com os exames apresentar evidências de injúria de alto impacto na
radiográficos convencionais, em especial a incidência região central do terço médio da face a suspeita clínica
de Waters e Hirtz, seja possível analisar os traços da de uma fratura FNOE deve sempre ser considerada, e
fratura nasal, moldura externa orbitária, em certas afirmam também que deve ser dada atenção a
regiões do seio frontal e da crista lacrimal. No entanto alterações neurológicas como perda da consciência, o
se faz necessária a solicitação de um exame mais que pode sugerir injúria crânio-encefálica
rigoroso, a tomografia computadorizada, nos casos em concomitante.
que se precisa a detecção dos traços da moldura interna Em um estudo de Doonquah et al.21 relatam que
da órbita. o impacto de alta energia sobre a região FNOE, pode
A tomografia computadorizada é o melhor resultar em fistulas liqüóricas e em morte por fraturas
recurso radiológico para o planejamento cirúrgico, com da base do crânio de imediato, com hemorragia
capacidade de detecção de diferenças entre tecidos, intracraniana ou por meningites secundárias.
algumas vezes não aparentes na simples análise da Mantovani et al.22, afirma que nos casos mais
imagem reconstruída, oferecendo imagens em secções graves pode ser observadas evidências de selamento do
ou cortes, sem sobreposição e possibilidade de dorso nasal com telecanto traumático. Pastori et al.5
processamento da imagem a qualquer momento15. afirmam que num primeiro momento, o edema difuso e
Sivori et al.16 afirmam que o padrão ouro para equimoses extensas podem dificultar o exame à
confirmação do diagnóstico, observação da extensão palpação das fraturas que revela a mobilidade de
da fratura e planejamento cirúrgico é a tomografia fragmentos ósseos, crepitação e degraus nos sítios de
computadorizada. Pode-se observar fraturas do soalho fraturas.
do seio frontal e teto de órbita, pelos cortes sagitais o Já Miloro et al.18, citam que os sinais e sintomas
ducto nasofrontal, através dos cortes coronais. relacionados a fratura FNOE são: hipoestesia na região
Peterson et al.17 relatam algumas formas supratroclear, dor na região frontal, rinoliquorragia
distintas de fraturas naso-órbito-etmoidal (NOE), como (laceração da dura-máter), epistaxe. Ao exame físico
unilateral, bilateral, simples ou cominutiva. Podem deve-se ficar atento ao abaulamento frontal, a linha de
ocorrer como fraturas isoladas ou conjugadas com fratura que pode atingir músculos oculares alterando a
outros grandes ossos da face. A fratura NOE tipo I é a motilidade ocular, edema ou hematoma subgaleal
forma mais simples que envolve somente a porção presentes que podem impedir a palpação adequada
medial da margem orbitária com o Ligamento Cantal mascarando as fraturas afundadas. A rinoliquorragia é
Medial (LCM) inserido e pode ocorrer bilateral ou sugestivo em fraturas da parede posterior podendo ser
unilateralmente. Na Fratura NOE tipo II pode ocorrer determinada pelo glicotest, dosagem de B2-transferrina
na forma unilateral ou bilateral, com segmentos ósseos ou uso de radioisótopos.
grandes ou cominuídos. Mais comumente o LCM As fraturas FNOE podem se manifestar por
permanece inserido a um grande segmento ósseo equimoses das pálpebras, edema nasal e palpebral,
central. A fratura NOE tipo III inclui cominução obstrução nasal e epistaxe. Muitas vezes envolvem não
envolvendo o segmento ósseo central, no qual o LCM apenas os ossos próprios do nariz, mas também o pilar
está inserido. O LCM é raramente avulsionado central profundo (etimóide-vômer-palatino) e os
completamente, mas há ocasiões em que o fragmento pilares centrais superficiais (fronto-órbito-naso-
ósseo é pequeno demais para realizar a reconstrução. maxilar) do terço médio da face.
Miloro et al.18, relatam não ser necessário Bell et al.23 relatam que as seqüelas mais
tratamento cirúrgico em fraturas da parede anterior do freqüentes são nariz em sela, desvios do septo nasal,
desabamento da ponta nasal, colapso das válvulas e redução e fixação das fraturas, o tratamento cirúrgico
telecanto traumático. Afirmam que os sintomas objetiva também o manejo correto do tendão cantal
também podem ser apnéia obstrutiva do sono e medial, chave para obtenção de um resultado ideal nas
obstrução nasal crônica. Costuma coexistir a rinite fraturas FNOE. Os autores relatam que os métodos,
crônica e as sinusites de repetição. realizados no passado, de redução fechada incluindo
Marzola et al.2 concluíram que o deslocamento aqueles envolvendo o uso de splints externos,
do ligamento cantal medial ocorre por meio da sua apresentavam resultados estéticos limitados.
disrupção da estrutura óssea ou acompanhando o As fraturas da parede anterior são reconstruídas,
deslocamento do osso onde se encontrava inserido. enquanto fraturas da parede posterior e lesões do
Provocando deformidade palpebral, o telecanto sistema de drenagem do seio são tratadas pelas técnicas
traumático representa a perda da tensão das placas de cranialização ou obliteração e normalmente, o
tarsais. tratamento cirúrgico imediato é o mais aceito1.
Freitas et al.24 citam que as fraturas FNOE Os fragmentos ósseos reduzidos devem ser
ocorrem por meio do deslocamento dos fragmentos, fixados com miniplacas e parafusos de titânio. A tela
resultando num achatamento do nariz combinado com de titânio apesar de elevar o custo da cirurgia, tem uma
uma distância intercantal aumentada. vantagem no que se refere ao suporte e consolidação
Fonseca et al.25, relatam que pacientes dos segmentos nos três planos do espaço.
clinicamente diagnosticados com fratura FNOE O tratamento cirúrgico imediato é importante no
apresentavam equimose e edema local, alterações tratamento destas fraturas, descrevendo que o
estéticas por depressão do osso frontal, parestesia do tratamento depende de sua complexidade, sendo as
nervo supra-orbitário do lado acometido, limitação de técnicas geralmente utilizadas são as incisões com
movimentos oculares e rinorréria. retalho bicoronal ou “asa de gaivota”, associadas á
Em 2006, Freitas et al.24 relataram que telecanto cirurgia endoscópica em casos de infecção fístula
traumático é resultado da ruptura do ligamento cantal liquórica e complicações orbitárias22.
medial. A distância intercantal média é 32-34 mm, para Freitas et al.24 relata que o manejo das fraturas
mulheres caucasianos e 33-34 mm, para homens. A FNOE visa a correção tanto das injúrias ao nível do
lesão ao ligamento cantal medial pode ser uni ou esqueleto quanto ao nível de partes moles. Portanto é
bilateral e, esta distância deve ser medida e comparada. fundamental neste grupo de pacientes o tratamento
Capaz de distorcer a anatomia local, o edema precoce, o que pode ser dificultado pela presença de
localizado torna impossível uma medida acurada da lesões associadas já que, se as fraturas FNOE ocorrem
distância intercantal. Contudo, esta distância pode ser na transição craniofacial.
estimada, já que é a metade da distância interpupilar. Papadopoulos et al.28 relatam que a estratégia
Mensinck et al.26 também relatam que é possível frequentemente utilizada é a de enxertia óssea
observar a epistaxe, depressão frontal, possíveis autógena na reconstrução primária para impedir a
alterações neurológicas e obstrução nasal. Segundo contração das partes moles sobre estrutura esquelética
Miloro et al.18, a dor e a cefaléia podem persistirem cominuída. Neste caso a área doadora de preferência é
sem uma causa identificável, se tornando crônicas. a própria calota craniana que permite a obtenção de
enxertos da tábua externa do parietal sem craniotomia.
- TRATAMENTO DAS FRATURAS Diversos tipos de enxertos têm sido utilizados
Em um trabalho feito no ano de 2004 por Becelli em cirurgias reconstrutivas, segundo o trabalho
27
et al. relatam que o restabelecimento da função e da realizado por Dalapicuta et al.29 sendo classificados de
estética é o principal objetivo do tratamento das acordo com sua origem em:
fraturas FNOE, assim como a manutenção do sistema 1. Enxerto autógeno ou autólogo, do mesmo
de drenagem lacrimal e a restauração da distância individuo, normalmente de alguma parte do próprio
intercantal. Relatam também que o reparo cirúrgico de corpo.
lesões envolvendo o complexo FNOE é difícil e que 2. Enxerto homógeno, homólogo ou aloenxerto,
sequelas funcionais e estéticas podem ocorrer mais obtidos de indivíduos da mesma espécie. É uma fonte
frequentemente depois do trauma, já que estas fraturas potencial de antígenos, apesar de serem geneticamente
apresentam elevado índice de complicações, como semelhantes ao receptor.
assimetria e infecção. 3. Enxerto heterógeno ou xenógeno, obtidos de
Manganello e Barros8 relatam que além da espécies diferentes. A fonte mais comum é o osso
bovino, tratado com algum solvente orgânico. possui um menor potencial de reabsorção e permite
4. Enxerto aloplásticos ou xeloplástico uma rápida incorporação do enxerto.
(sintéticos), quando os materiais são confeccionados Chaves Netto et al.35, mostraram que,
com substâncias inorgânicas ou materiais diferentes imediatamente após a remoção do enxerto ósseo, cerca
dos tecidos orgânicos do corpo, mas biocompatíveis. de 50% dos pacientes apresentam um quadro de
Costa et al.30, relatam que na reconstrução da parestesia dos tecidos moles da região do mento e que
pirâmide nasal, são utilizados enxertos ósseos do septo com o passar dos meses, esse percentual tende a
nasal, do crânio, da crista ilíaca ântero-superior e diminuir, sendo que, com 12 meses os testes clínicos
enxertos cartilaginosos do septo nasal ou das conchas não revelam a existência de alteração na sensibilidade.
auriculares. Os mesmos autores relatam que no mesmo De acordo com os autores, a parestesia que ocorre é
estudo os enxertos retirados da taboa externa da calota um fenômeno passageiro na grande maioria dos casos,
craniana, correspondente a 33% dos casos, foram sendo essencial esclarecer adequadamente os
envolvidos em fáscia temporal e fixados na região pacientes.
fronto-naso-orbital com miniplacas e parafusos de Já Kupplel et al.36 publicaram um trabalho que
titânio 2.0 ou 1.5 mm. Nos 23% dos casos em que se mostra que após a cirurgia, aproximadamente 45% dos
enxertou osso da crista ilíaca, foi utilizada incisão no elementos dentários mandibulares, incluindo incisivos,
sulco gengival superior (“degloving” do terço médio caninos e pré-molares, não apresentam resposta
da face). Os autores também afirmam que não se hesita quando submetidos ao teste de sensibilidade ao frio.
em indicar a via coronal em deformidades maiores Sendo que, antes da cirurgia, todos esses elementos
acometendo não apenas o nariz, mas também as responderam positivamente ao teste. Com o passar dos
paredes mediais das órbitas, caracterizando quadro de meses, os estudos mostraram que os elementos
nariz em sela e exigindo maior quantidade de enxerto, dentários tendem a voltar a apresentar sensibilidade ao
através da qual é possivel obter qualquer volume de frio, e em 12 meses, todos responderam de forma
enxerto ósseo das regiões parietais e, também, fáscia positiva, semelhante ao pré-operatório.
temporal para revesti-lo. Zhang et al.37 relam que os passos cirúrgicos a
Sbordone et al.31, relatam que a crista ilíaca serem estabelecidos consistem:
apesar de possuir grande morbidade pós-operatória 1. Na identificação exata do tipo de fratura (depende
deixando o paciente com dificuldade temporária de de um adequado estudo tomográfico)
deambular, fornece enxerto ósseo medular e córtico- 2. intervenção cirúrgica o mais precocemente possível,
medular em grande quantidade, o suficiente para 3. redução anatômica precisa e
grandes reconstruções de face. 4. fixação rígida com mini e microplacas, com atenção
Tanaka et al.32, afirmam que as complicações da máxima com a reconstrução de tecidos moles
remoção dos enxertos estão relacionadas à quantidade adjacentes.
de osso retirado, podendo ocorrer hemorragia interna Hammer et al.7, afirmam que abordagem ampla
com extensas áreas de hematoma, edema e dor. como aquela que pode ser obtida pelo acesso coronal
Podendo ocorrer lesões nas vísceras e penetração na torna-se necessária na maioria dos casos. Este tipo de
área abdominal, ruptura do nervo lateral femural acesso facilita a visualização das fraturas, seu
cutâneo, provocando parestesia definitiva ou parcial da reposicionamento e fixação interna rígida dos
porção lateral da coxa com dificuldade no caminhar. fragmentos ósseos com mini ou microplacas e
Em 2004, Katchburian et al.33 relataram que o enxerto parafusos de titânio.
ósseo retirado da calota craniana fornece grande Já Jesus et al.38 afirmam que o outro acesso que
quantidade de osso cortical e pequena quantidade de pode ser utilizado para o tratamento das fraturas FNOE
osso medular. Por ter origem intramembranosa tem é a incisão superciliar “eyebrow” ou “asa de gaivota”
menores índices de reabsorção, a morbidade do (céu aberto). Possui acesso direto à região FNOE,
ato cirúrgico é menor comparada com a da crista ilíaca. permitindo a localização do ligamento cantal medial,
Vale ressaltar que pode ocorrer pequena hemorragia, bem como a redução e fixação das fraturas na sutura
controlável, com a secção do ramo parietal da artéria frontonasal e na moldura interna da órbita
temporal superficial. Segundo Miloro et al.18, as complicações
Deatherage et al.34, relatam que o mento infecciosas surgem da oclusão do ducto nasofrontal ou
mandibular apresenta acesso facilitado, além de contaminação do seio por corpos estranhos
quantidade e qualidade óssea adequada possibilitando a penetrantes. A infecção mais usualmente encontrada é
remoção de um bloco ósseo cortico-medular, o que a meningite. Se o ducto nasofrontal é ocluído, o sangue