Osnumerosinteiros
Osnumerosinteiros
Osnumerosinteiros
NO
ENSINO FUNDAMENTAL
Mini-Curso para
Aperfeiçoamento de
Professores de Matemática do
Ensino Básico
+ =
Pedro Luiz Malagutti
Yuriko Baldin
UFSCAR
2010
OS NÚMEROS INTEIROS
NO
ENSINO FUNDAMENTAL
OS NÚMEROS INTEIROS
NO ENSINO FUNDAMENTAL
Introdução
1 Diagnóstico
Referências
INTRODUÇÃO
OS NÚMEROS
INTEIROS NO
ENSINO FUNDAMENTAL
Objetivos
O objetivo fundamental deste curso é
fornecer ao professor um material didático
Este texto apresenta um de apoio ao ensino de números inteiros, a
Curso de Aperfeiçoamento partir do 6o ano do Ensino Fundamental. É
destinado a professores muito comum o professor de Matemática
que lecionam do 6o ao 9o desta série encontrar alunos com
anos do Ensino dificuldades em acompanhar o estudo deste
Fundamental. Os temas são
novo conceito de números, por apresentar
abordados pensando na
deficiência no conhecimento de números
aplicação prática em sala de
naturais, que deveria trazer dos primeiros
aula e, por isso, os
conteúdos são entremeados ciclos do Ensino Fundamental. Também é
com discussões frequente o professor encontrar alunos nas
pedagógicas, classes do 8o ano (ou até mesmo do 9o ano)
acompanhados de jogos e que mostram domínio insuficiente dos
atividades sobre os significados e das técnicas que envolvem os
números inteiros. números inteiros. Este curso foi elaborado
para auxiliar o professor a enfrentar estes
desafios.
Os Parâmetros Curriculares
Nacionais
6
A proposta pedagógica
O texto apresentado neste Curso não constitui um livro didático.
As dificuldades na aprendizagem
dos números inteiros
1
Brasil, (1998), Parâmetros Curriculares Nacionais, Terceiro e Quarto Ciclos do Ensino Fundamental,
Matemática, MEC/SEF, Brasília.
A passagem do campo dos números naturais para os números inteiros
impõe um salto conceitual significativo, devido às abstrações necessárias para
fundamentar as extensões que nem sempre são naturais e que são fruto de um
grande trabalho ao longo da história. Toda teoria matemática que estende uma
anterior deve generalizá-la, mantendo-a como uma subteoria e conservando na
teoria antiga todas as propriedades já válidas. Este princípio de
generalização/conservação é mostrado exemplarmente quando construímos os
inteiros a partir dos números naturais, constituindo assim uma oportunidade
ímpar de exibir ao estudante a força do pensamento lógico-dedutivo e o poder
generalizador da Matemática.
» = { 0, 1, 2, 3, ... }
Exemplo 2 Porque – ( – 5) = + 5?
−1
Exemplo 4 Uma “prova” que ≠
1
1 −1
O par (a,b) está relacionado consigo mesmo pois a + b = a + b; disto segue que a
relação é reflexiva.
A relação também é simétrica, isto é, se (a,b) está relacionado com (c,d), então
(c,d) está relacionado com (a,b). Isto segue diretamente da hipótese que a + d = b
+ c e portanto c + b = d + a.
A relação é reflexiva: se (a,b) está relacionado com (c,d) e (c,d) com (e,f) então
a+d=b+c
c+f =d+e
Somando e cancelando os termos comuns (já que a lei de cancelamento vale nos
números naturais), obtemos a + f = b + e, ou seja, (a,b) está relacionado com (e,f).
A classe de equivalência do par (a,b) é o conjunto de todos os pares de números
naturais que estão relacionados com (a,b). Esta classe é denotada por [(a,b)].
Podemos identificar esta classe com o número inteiro a – b. Se este número for
positivo ou nulo, ele se identifica com um número natural – por exemplo [(a,a)]
representa o número inteiro a – a = 0. Se a – b for negativo ela acaba de ser definido
como sendo [(a,b)]! É possível definir as operações aritméticas de adição, subtração
e multiplicação nos inteiros, bem como ordená-los, de modo que as propriedades dos
números naturais continuem ainda válidas neste novo contexto, isto é vendo » como
um subconjunto dos inteiros. O conjunto dos números inteiros, nesta abordagem, é
definido como sendo { [(a,b)] / a, b pertencem a » }.
Você sabia que esta abordagem foi utilizada no antigo curso ginasial (6º.
ao 9º. anos atualmente) para o ensino de números inteiros nas escolas
brasileiras, nos anos 60 e 70 do século passado dentro de um movimento
internacional chamado de Matemática Moderna?
Para todos x, y e z em » ,
x < y; x = y; y < x
(O4) Se x > 0 e y > 0 então x.y > 0 (a relação < é compatível com a
multiplicação);
Referências bibliográficas
1. DIAGNÓSTICO
COMO DETECTAR
DIFICULDADES COM
NÚMEROS INTEIROS ATRAVÉS DA
RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS
Este capítulo contém uma sequência de atividades para serem aplicadas com
alunos, a fim de diagnosticar o grau de compreensão dos conceitos
fundamentais de Números Inteiros. O grau de complexidade das atividades
permite detectar o nível de dificuldade do aluno em relação a um
determinado tópico do conceito ligado aos números inteiros. As
questões/atividades estão agrupadas de acordo com os estágios de
compreensão do conceito e da técnica operatória cuja deficiência se deseja
detectar.
QUESTÃO 1.1.3:
QUESTÃO 1.2.2:
QUESTÃO 1.2.3:
QUESTÃO 1.2.5:
QUESTÃO 1.2.6:
QUESTÃO 1.2.8:
M = -2 N=0 P = +4 Q = -5 X = -1
QUESTÃO 1.2.9:
QUESTÃO 1.3.1:
Resposta: ___________
O VALOR ABSOLUTO
QUESTÃO 1.3.3:
Resposta:______
QUESTÃO 1.3.4:
a) o oposto de +5
b) o oposto de -3
c) o oposto de 0
A B C D E
-2 -1 +5 -3 0
QUESTÃO 1.4.3:
QUESTÃO 1.4.5:
QUESTÃO 1.4.6:
a) b) c)
e) f)
d)
1.5 Registro de ações que requeiram
as operações de multiplicação e
divisão e o conceito de divisão exata
e divisão com resto.
QUESTÃO 1.5.1:
a) 2 × (+5) b) +2 × 5 c) 5 × 2 d) 5 × (-2)
QUESTÃO 1.5.2:
QUESTÃO 1.5.3:
QUESTÃO 1.5.5:
QUESTÃO 1.5.6:
(a) Usando a chave indicada na figura, descubra qual palavra foi codificada
como 23-25-7-25-22-13.
(c) Chicó codificou uma palavra de 4 letras com a chave 20, mas esqueceu-
se de colocar os tracinhos e escreveu 2620138. Ajude o Chicó colocando os
tracinhos que ele esqueceu e depois escreva a palavra que ele codificou.
(d) Em uma outra chave, a soma dos números que representam as letras A,
B e C é 52. Qual é essa chave?
1.6 Potenciação
QUESTÃO 1.5.1:
a) 3² = b) 2³ = c) 2² × (-2)³ = d) (4²)² =
e) 3×3×3 = f) (-3)5 : 32 = g) 2² + 2³ = h) 115 : (112 x 112 )=
QUESTÃO 1.5.2:
AS ORIGENS PRÉ-REQUISITOS
No cotidiano de um cidadão aparecem O material deste curso não
inúmeras situações em que um registro trabalha o conceito de números
numérico facilita a compreensão do evento naturais, nem a evolução histórica
que está ocorrendo. Foi assim que, na dos mesmos nas diversas
Antigüidade, os homens aprenderam a civilizações, por ser um tópico que
fazer contagem, em diversas culturas, e merece um curso inteiro à parte. A
houve a necessidade de registrar este fato. notação indo - arábica de números
Por exemplo, é perfeitamente naturais, 1, 2, 3 etc e o sistema
compreensível que, mesmo em culturas posicional decimal também serão
primitivas, houvesse a necessidade de considerados conhecidos.
saber quantos animais uma tribo possuía, Este Capítulo começa com a
ou ainda, quantos guerreiros podiam entrar necessidade de caracterizar os
em luta contra seus inimigos, Números Inteiros, destacando a
desenvolvendo inclusive a noção propriedade que os diferencia dos
quantitativa de mais e menos. A números naturais. O objetivo
representação numérica de atividades principal deste é desenvolver o
simples de contagem levou ao que se conceito de orientação numa reta
ensina e aprende nos anos iniciais do numérica que está subjacente ao
Ensino Fundamental, os Números Naturais. conceito de números com sinais.
2.1 Análise de situações-problema.
QUESTÃO 2.1.1:
ATIVIDADE 2.1.2:
O seguinte problema pode ser proposto aos alunos para fixar o conceito
de referência, a partir da qual se distingue a natureza oposta de registros
numéricos.
Dois são os jogadores deste jogo e este consiste em avançar uma casa
no sentido positivo ou recuar uma casa, conforme o resultado ao se jogar uma
moeda.
Inicia-se colocando as fichas de cada jogador na casa do “zero” = 0; tira-
se “par ou ímpar” para decidir quem joga primeiro a moeda. Os jogadores se
revezam a cada jogada. As regras do jogo são:
a) se der cara, avance uma casa;
b) se der coroa, volte uma casa;
c) ganha o jogo, quem estiver na casa de maior número, após 20
jogadas.
Sugestão para atividade: Suponhamos que sejam João e Pedro, dois
alunos que vão jogar. Após 5 jogadas, pare o jogo por um momento e leve a
classe a discutir a situação. Por exemplo, suponhamos que o resultado neste
ponto esteja assim:
• João tirou: cara, cara, cara, coroa, cara.
• Pedro tirou: cara, coroa, coroa, cara, coroa.
Questões a discutir:
a) Qual o número da casa que João chegou? [É a casa de número + 3].
b) Qual o número da casa que Pedro chegou? [É a casa de número – 1].
c) Quem está ganhando o jogo até o momento? Faça os alunos explicarem
a resposta, por meio de uma comparação (utilizando o termo
maior ou menor que) entre os números resultantes.
d) Proponha a cada aluno que está assistindo o jogo que desenhe uma reta
numérica orientada no caderno e localize as posições de João e
Pedro após 5 jogadas. Ao acompanhar o jogo após a retomada,
faça os alunos perceberem o movimento dos registros no sentido
positivo ou negativo na reta, conforme o resultado da jogada da
moeda.
ATIVIDADE 2.2.3:
-5 -4 -3 -2 -1 0 +1 +2 +3 +4 +5
[Resp.: 7]
O aluno deve ser convidado a interpretar que o oposto de -30, isto é –(-30),
é igual a +30, interpretando geometricamente este fato.
QUESTÃO 3.1.1:
- Qual o total de pontos que fiz num jogo de duas partidas, em que
ganhei 3 pontos na primeira e perdi 3 pontos na segunda?
Este jogo já foi trabalhado no Capítulo 1, para dar significado aos sinais
de + e – aos números inteiros positivos e negativos, respectivamente. Vamos
retomar o jogo para trabalhar a ideia intuitiva de adição de números inteiros. O
jogo é dinâmico e pode ser montado num tabuleiro com fichas representando
os robôs, ou ainda pode ser encenado numa classe ou num pátio, com alunos
fazendo o papel dos robôs, caminhando sobre uma reta com marcas
desenhada previamente.
PROBLEMA 3.2.3:
-2 -1 0 +1 +2
-3 4
+7
E observamos que saindo de +7 e andando -3, também chegamos a +4
(+7) + (-3) = +4
4 7
+(- 3)
(-20) + 12 + 36
faz sentido e pode ser feita agrupando-se parcelas. Por exemplo, podemos
começar adicionando as duas primeiras:
Todo número inteiro possui um oposto. A soma do seu inteiro com seu
oposto é 0. Use a Atividade do Robô para lembrar que somar o oposto a um
número inteiro é reverter o sentido do movimento a partir do ponto geométrico
inicial, adicionando uma quantidade igual em valor absoluto ao número inicial e,
portanto, o resultado final é a origem de referência, o número 0.
Trabalhe, por exemplo, os seguintes casos:
Exemplos Práticos:
Resumindo:
Equipe A Equipe B
1ª. carta
retirada
2ª. carta
retirada
3. carta
retirada
4ª. carta
retirada
5ª. carta
retirada
6ª. carta
retirada
7ª. carta
retirada
8ª. carta
retirada
9ª. carta
retirada
10ª. carta
retirada
Total de
pontos
Os resultados finais das três rodadas devem ser anotadas em uma outra
tabela, como a sugerida:
1ª. rodada
2ª. rodada
3ª. rodada
Somatória Final
Combina-se com o aluno que uma ficha azul anula uma ficha vermelha e
vice – versa. Isto é natural para o aluno, desde que ele já tenha participado da
atividade anterior com as cartas do baralho. Vejamos as etapas do trabalho:
Pode–se colocar uma ficha de cada cor, ou três fichas de cada cor, e
assim por diante. Observe que colocando-se números iguais de fichas azuis e
vermelhas, as fichas se anulam duas a duas, pois cada par de fichas com
cores diferentes representa o número zero.
+ + + + + +
Logo restarão 3 fichas azuis!
- - -
Vamos agora adicionar (+3) com (–6), ou seja, devemos juntar 3 fichas
azuis com 6 fichas vermelhas.
- - - - - -
Logo restarão 3 fichas
vermelhas!
+ + +
Então novamente, temos que uma ficha azul anula uma vermelha e vice-
versa e, portanto teremos como resultado da adição de (+3) com (–6), 3 fichas
vermelhas, ou seja, 3 negativo (- 3). Portanto (+3) + (- 6) = - 3.
Observe que temos, inicialmente, que retirar duas fichas azuis, mas só
temos 3 fichas vermelhas:
- - -
Precisamos, portanto criar fichas azuis. Observe que devemos fazer isto,
de modo a não alterar a situação inicial. Para isso, devemos criar “zeros”,
acrescentando, por exemplo, 3 fichas vermelhas e 3 fichas azuis. Logo, como
resultado, obteremos a seguinte situação:
+ + +
- - -
- - -
Veja que restam ainda um par de uma ficha vermelha e uma ficha azul e
mais cinco fichas vermelhas. Essas duas fichas do par se anulam e sobram as
outras cinco fichas vermelhas, que representam o sinal de menos. Logo a
resposta será (–5).
- - -
+ + + + +
Observe que temos, que retirar duas fichas vermelhas, mas só temos 3
fichas azuis:
+ + +
- - -
Este é o zero construído!
+ + +
Pague duas fichas Pague três fichas Receba 5 fichas Receba 1 ficha
azuis ao jogador azuis ao banqueiro vermelhas do azul do banqueiro
anterior jogador anterior
Retire 10 fichas
Entregue 5 fichas Receba 3 fichas vermelhas do seu O banqueiro deve
vermelhas ao vermelhas do colega à esquerda lhe dar 10 fichas
jogador anterior banqueiro e entregue-as ao azuis
banqueiro
Retire 10 fichas
Entregue 10 fichas Entregue 4 fichas O banqueiro deve azuis do seu
azuis ao banqueiro azuis ao banqueiro lhe dar 10 fichas colega à esquerda
vermelhas e fique com elas
Retire 10 fichas
vermelhas do seu Dê 10 fichas azuis Receba 10 fichas Dê 10 fichas
colega à esquerda ao seu colega da azuis do seu vermelhas ao
e entregue-as ao direita colega da direita banqueiro
banqueiro
FICHAS COM
FIM DO JOGO INSTRUÇÕES DO JOGO FIM DO JOGO
FINANCEIRO
Inicialmente a classe deve ser dividida em equipes. Em cada equipe, os
componentes deverão determinar quem será o banqueiro responsável, sendo
os três outros membros os jogadores que realizarão as transações “financeiras”.
Cada banqueiro deve distribuir 10 fichas azuis para cada um dos três jogadores
de sua equipe. As fichas com instruções são colocadas no centro da mesa,
empilhadas com a face escrita voltada para baixo, a fim de que os alunos não
possam ler os comandos antes de comprá-las.
6 6
4 4
1ª rodada
Para entender melhor o que foi dito acima, observe o seguinte exemplo:
• Se o peão estiver na casa zero (0), deverá ir para a casa –2, pois 0 + 3 + (–5) = –2.
• Se o peão estiver na casa 8, então deverá ir para a casa 6, pois 8 + (3 + (–5)) = 8
– 2 = 6.
• Se o peão estiver na casa -1 deverá ir para a casa -1 + 3 + (-5) = -3
O vencedor será quem chegar primeiro em uma das casas marcada com uma
estrela. Quem sair fora do tabuleiro (ultrapassar uma estrela) deve retornar à casa
0 e continuar jogando.
2ª rodada –
3ª rodada –
Considere que um dos peões esteja na casa (+2) do tabuleiro e seja (–3) o
resultado da jogada dos dados branco e vermelho. O jogador deverá então
descer três casas, indo para a casa (–1). O mesmo jogador deverá lançar o
dado dos sinais; podem ocorrer dois resultados:
a) Caso saia o sinal de + (mais) na face do dado, o peão permanecerá na
mesma casa do tabuleiro em que se encontra, ou seja, o sinal de + (mais)
não interferirá na posição do mesmo.
b) Caso saia o sinal de – (menos), o peão deverá se deslocar da casa (–1) em
que se encontra para a casa (+1) do tabuleiro (troca de sinal). Neste caso, o
sinal de – (menos) altera a posição do peão levando-o para a casa
simétrica com relação a 0 (zero).
O vencedor será quem chegar primeiro em uma das casas marcada com uma
estrela. Quem sair fora do tabuleiro (ultrapassar uma estrela) deve retornar à casa
0 e continuar jogando.
4ª rodada –
Vários tabuleiros como este podem ser feitos, com desafios diferentes.
Cada jogador, na sua vez, move sua peça de uma casa para outra do
labirinto, andando somente uma casinha por rodada, desde que caminhe
SEMPRE em ordem crescente na numeração das casas. Caso algum
participante fique sem saída, deve retornar ao ponto de partida (entrada) e
seguir por um outro caminho. Vence quem sair do labirinto em primeiro lugar.
4.4.5 Matix com Inteiros
Este é um jogo pedagógico clássico que envolve estratégia, antecipação
mental de jogadas, comparação entre números inteiros, além da operação de
adição de inteiros.
O vencedor será aquele que tiver feito o maior número de pontos com
suas fichas retiradas, depois de somados todos os pontos positivos e deles
subtraídos os pontos negativos.
15 -10 -10 -1 -1 -1 -2 -2
-2 -3 -3 -3 -4 -4 -4 -5
-5 -5 7 7 7 8 8 8
10 10 10 1 1 1 1 1
2 2 2 2 2 3 3 3
3 3 4 4 4 4 4 5
5 5 5 5 0 0 0 0
0 6 6 6 6 6 6
TABULEIRO DO MATIX COM INTEIROS
4.4.6 INTEIROS COM SEUS BOTÕES
Este jogo serve para desenvolver as habilidades operatórias com números
inteiros não muito pequenos e o conceito de valor absoluto de um número
inteiro.
306 150
15 45
O número que valerá é vermelho 306, ou seja -306, pois este número tem
maior valor absoluto que os três demais (150, 15 e 45). O número registrado
deve ser -306.
Cada aluno deverá realizar pelo menos 5 jogadas e vence tem obtiver mais
pontos ganhos.
Nenhuma 1 2 3 4 5 6 7 8
bolinha
Uma 9 10 11 12 13 14 15 16
bolinha
Duas 17 18 19 20 21 22 23 24
bolinhas
Três 25 26 27 28 29 30 31 32
bolinhas
Quatro 33 34 35 36 37 38 39 40
bolinhas
Cinco 41 42 43 44 45 46 47 48
bolinha
Seis 49 50 51 52 53 54 55 56
bolinhas
Isto resolve o problema neste caso, mas de algum modo não justifica ou
não dá significado à operação de multiplicação com o primeiro fator negativo,
pois uma definição traz em si, de certo modo, uma imposição; além disso o
argumento de usar a comutatividade não servirá para tratar o caso ainda não
estudado (-a) × (-b), a e b números naturais. O que fazer então?
1 . 3 = (- 4 + 5) . 3 = (- 4) . 3 + 5 . 3 = (- 4) . 3 + 15,
0 = (- 4) . 3 + 12
(-50) × 5
pode ser interpretada como: “o oposto de (50) × 5”, ou seja, o sinal “-”, que
inverte a qualidade do primeiro fator, permite inverter a qualidade do resultado
da multiplicação que é efetuada segundo a ideia básica de agrupamento.
Da mesma maneira,
(- 25) × 4 = - [25 × 4] = - [25 + 25 + 25 + 25] = - (100) = - 100.
(-a) × b = - [a × b],
qualquer que seja o número inteiro b, seja ele positivo, negativo ou nulo.
Vejamos mais alguns exemplos para fixar o conceito:
a) - 6 × (- 10) = - [6 × (-10)] =
= - [(-10) + (-10) + (-10) + (-10) + (-10) + (-10)] = - (- 60) = +60.
1º Caso: Formar grupos: Isto deve ser realizado quando o primeiro fator
é positivo.
- - - - - -
+ + + + + + + + + + + +
Ficamos ao todo com 12 fichas azuis, então (+3) x (+4) = +12
Por exemplo:
Faça (–2) x (–3)
+ + + + + +
- - - - - -
Queremos retirar 4 grupos, sendo que cada grupo tem 3 fichas azuis,
pois o primeiro sinal que aparece é negativo.
+ + + + + +
+ + + + + +
- - - - - -
Vence o jogo quem obtiver MAIOR número de pontos e não quem atingir
a chegada primeiro!
5.2.3: Jogo com copinhos de café
Exemplo:
(-4).(- 8).(10) =
Resolvemos primeiro a multiplicação de [(- 4) × (-8)],
[(- 4).(- 8)].(10) =
depois multiplicamos o resultado por 10.
= [32]. (10) = 320
Exemplo:
1 × 28 = 28; 1 × (-584) = -584; 37 × 1 = 37; (-3) × 1 = -3.
Usando decomposição
10 + 2 X
20 + 10
100 + 50
120 + 60
180
Usando um algoritmo
1
C D U Iniciamos multiplicando a unidade do número 12 pela
1 5 unidade do número 15. Então temos 2 × 5 =10 unidades,
X 1 2
3 0 e como 10 unidades equivalem a 1 dezena, somaremos
1 5 + 1 na casa das dezenas.
1 8 0
Usando o algoritmo:
1 1
M C D U Observe que durante a soma 5 + 6 na
3 7 6
coluna das dezenas obtemos 11 dezenas,
x 1 2
7 5 2 que é considerado então como 1 dezena e 1
3 7 6 + centena.
4 5 1 2
Uma ideia concreta que existe por trás da “divisão como operação
inversa da multiplicação” é exatamente a de “partilha” de uma quantidade
(positiva ou negativa) em partes iguais.
2 cm 2 cm 2 cm 2 cm 2 cm
-2 -1 0 1 2 3
Ora, com 6 voltas ele teria ultrapassado a marca de 300 km, e com 5
voltas ele não teria ainda completado 300 km. Isto significa que o carro parou
antes de completar 6 voltas!
Por isso, a divisão tratada nesta seção evidencia limitações que motivam
o estudo do tópico importante “Algoritmo da Divisão” no Capítulo 7 deste Curso
e também nos leva ao estudo de frações, dos números racionais.
6. POTENCIAÇÃO DE INTEIROS
COM EXPOENTES POSITIVOS
O PROCESSO DE RECURSÃO
COM A MULTIPLICAÇÃO
2ª Possibilidade:
(Cara, Coroa)
3a. Possibilidade:
(Coroa, Cara)
4ª. Possibilidade:
(Coroa, Coroa)
1 Moeda = 2 possibilidades;
2 Moedas = 4 = (2 · 2) possibilidades;
3 Moedas = 8 = (2 · 2 · 2) possibilidades;
2) Quando o expoente da potência for 3, este pode ser lido como “elevado
ao cubo”.
1 = 1 ⋅1 4 = 2⋅2 9 = 3⋅ 3 16 = 4 ⋅ 4
2 2 2
1 2 3 42
Expoente 3
1 = 1⋅1 ⋅1 8 = 2⋅2⋅2 27 = 3 ⋅ 3 ⋅ 3
13 23 33
Por exemplo: 54 · 53, pode ser reescrito como uma única potência. Para
isso, escrevemos o produto das potências como:
54 · 53 = 5 · 5 · 5 · 5 · 5 · 5 · 5 = 57
4 fatores 3 fatores
7 fatores
3 fatores 2 fatores
5 fatores
Por exemplo, a divisão 54: 53 pode ser reescrita como única potência:
4 fatores
54
5⋅5⋅5⋅5
5 4 : 53 = = = 5 4−3 = 51 = 5
5 3
5⋅5⋅5
3 fatores
53 5 ⋅ 5 ⋅ 5
53 : 53 = = = 5 3−3 = 5 0 = 1
5 3
5⋅5⋅5
6.3 Potências de 10
Sete zeros
= (5 · 9) · (104 · 107)
= 45 · 104+7 = 45 · 1011
Um Problema para mostrar a facilidade de calcular, usando potências.
Agora multiplicamos:
B = byte
MHz = megahertz
GHz = gigahertz
MB = megabyte
GB = gigabyte
KB = quilobyte
G = Giga = 109
M = Mega = 106
K = Quilo = 103
1
2 3 5
4
Os participantes do jogo devem determinar, através de um sorteio, qual
será o primeiro a jogar (por exemplo aquele que tirar o maior número no
lançamento do dado comum). Cada jogador, na sua vez, deverá proceder da
seguinte forma:
1ª. rodada
jogador 1
jogador 2
2ª. rodada
jogador 1
jogador 2
3ª. rodada
jogador 1
jogador 2
6 : ( - 3) = ( - 2), já que ( - 3) × ( - 2) = 6.
(- 6) : ( - 3) = ( + 2), já que ( - 3) × ( + 2) = ( - 6).
É claro, nestes casos, que o resultado da divisão é um número inteiro,
pois o primeiro número é um múltiplo inteiro do segundo número. Analisemos,
entretanto, o seguinte problema:
Ora, quando dividimos 700 por 55 obtemos 12 com resto 40. Isto
significa que o carro realizará 12 voltas completas, mas na última volta ele só
andará 40 km. Observe:
700 = 12 × 55 + 40
a = q × b + r,
com 0 ≤ r < |b|.
17 = (-1) × (-15) + 2.
Múltiplos
João amava Lúcia que amava João. Só que João além de amar Lúcia
também amava Leticia e tentava namorar as duas ao mesmo tempo. Durante a
semana, até que dava, mas quando chegava o sábado à noite era terrível. As
duas queriam João e este não possuía o dom da presença ao mesmo tempo
em dois lugares. Assim alternadamente ou Lúcia ou Leticia ficavam sem sair
com João, nos embalos de sábado à noite. João decidiu contar a Lúcia a
existência de Leticia e a Leticia sobre Lúcia. Claro que houve choros e lamúrias
de todos os lados. E João continuou dividido, sem saber como escolher entre
as duas. Aqui um detalhe, João morava próximo a uma estação ferroviária de
um subúrbio. Para visitar Lúcia, João pegava trens que iam no sentido da
direita cada meia hora, e para visitar Leticia, João pegava trens que iam a
esquerda cada meia hora também. Quanto a horários não havia dúvidas. Trens
para cada lado de meia em meia hora. Mas voltemos a dúvida existencial
afetiva do nosso amigo João. Como escolher entre Lúcia e Leticia? A solução
foi dada por Leticia que era professora de Matemática. Leticia propôs a João
um critério justo, equânime, salomônico para escolher a quem ir namorar. A
proposta foi: João sairia de casa sem saber com quem ir encontrar. Ao chegar
na estação pegaria o primeiro trem que passasse, fosse para a direita, fosse
para esquerda. Proposta aceita. João começou a usar esse critério
aparentemente justo e aleatório. Depois de usar o critério por cerca de três
meses, descobriu que visitara Leticia muito mais que Lúcia, e se a sorte quis
assim ficou com Leticia e com ela se casou sem nunca haver entendido porque
a sorte a privilegiara tanto. Só nas bodas de prata do seu casamento é que
Leticia contou a João a razão do mistério, de o trem ter escolhido, ela
preferencialmente a concorrente. Leticia estudara os horários dos trens e
verificara que os horários eram:
Leticia Lúcia
8h00 8h05
8h30 8h35
9h00 9h35
9h30 9h05
TRENS P/ TRENS P/
ESQUERDA DIREITA
Ou seja:
Para cada 25 min. de probabilidade de se pegar o trem que vai para a
esquerda havia só 5 min. de probabilidade de se pegar o trem que ia para a
direita.
Na guerra como no amor tudo vale..., até usar Matemática.
Você consegue vislumbrar o que esta história tem a ver com múltiplos?
Desenhe os horários em uma reta orientada que representa o tempo e observe
o que ocorre.
Divisores
a é
múltiplo b é divisor de a.
de b.
q é o quociente da
O resto divisão de a por b.
deve ser
zero.
Quais são os divisores de 12? São os números pelos quais 12 pode ser
dividido para que se obtenha zero como resto. Não é difícil de verificar que os
números 1, 2, 3, 4, 6 e o próprio 12 têm esta propriedade, não é mesmo?
Seriam estes então todos os divisores de 12? Não, pois teremos ainda os
números negativos: -1, -2, -3, -4, -6 e –12. Assim o conjunto de todos os
divisores de 12 é
Responda agora:
1. Quais são os múltiplos positivos de 30?________________________
2. Quais são os múltiplos positivos de 50?________________________
3. Existem números que são simultaneamente múltiplos positivos de 30
e de 50? Quais são eles?__________________________________
4. Qual é o menor destes múltiplos comuns?______________________
5. Existe um maior múltiplo comum? ____________________________
1. a = 3, b = 6 ______________________________________________
2. a = 2, b = 5______________________________________________
3. a = 20, b = 5_____________________________________________
4. a = 2, b = 50_____________________________________________
5. a = 1, b = 2222___________________________________________
6. a = 55, b = 55____________________________________________
7. a = 77, b = 770___________________________________________
O que aprendemos com isto? Que relação tem este fato com o máximo
divisor comum?
Um dia desses, uma colega trouxe-me uma questão que havia visto num
concurso. Era mais ou menos assim:
1 1 8
221 117 104 13
104 13 0
— Quem sabe ele não pensou: 117 não divide 221. Fazendo a diferença 221
menos 117, encontramos 104. Porém, 104 não divide 117. Fazendo então a
diferença 117 menos 104, encontramos 13, que divide 104 e é a resposta do
problema.
MMC de 4 e 6 (iniciando,
por exemplo, em D).
Observe que 12
quadrados tiveram suas
diagonais traçadas.
O método se baseia nos fatos: ao partirmos de um vértice do retângulo e
chegarmos a um outro vértice desse mesmo retângulo, traçamos diagonais de
um número de quadrados que corresponde a um múltiplo tanto de m quanto de
n; parando no primeiro outro vértice do retângulo ABCD, estamos determinando
o mínimo dentre os múltiplos comuns de m e n.
Marcelo Polezzi
UEMS, MS
mpolezzi@terra.com.br
O método
2. Trace uma das diagonais do retângulo marcando-a nos pontos que são
vértices de algum quadradinho unitário.
4. Trace linhas verticais (horizontais) passando por cada um dos pontos que
você marcou, unindo dois lados opostos do retângulo. Conte o número de
quadradinhos unitários existentes em qualquer um dos d retângulos
determinados por essas linhas verticais (horizontais): esse número m é o
MMC(a,b).
A figura a seguir ilustra o procedimento para a = 12 e b = 21.
Justificativa
Observação: Se o interesse for calcular apenas o MMC, basta traçar uma linha vertical
passando pelo ponto descrito no item 2 que seja o mais próximo do vértice superior
atingido pela diagonal e contar os quadradinhos existentes no menor retângulo
determinado por essa linha vertical.
Referências bibliográficas
[1] CARDOSO, M.L.GONÇALVES, O.A. Uma interpretação geométrica do MMC. RPM 32, p. 27-
28.
[2] OLIVEIRA, Z.C. Uma interpretação geométrica do MDC. RPM 29, p. 24-26.
[3] POLEZZI, M. A geometrical method for finding an explicit formula for the greatest common
divisor, The American Mathematical Monthly, vol 104, N5, p. 445-446, 1997.
8. NÚMEROS PRIMOS E O
TEOREMA FUNDAMENTAL DA
ARITMÉTICA
Como entender
a estrutura interna
dos números inteiros
3. Será que o mesmo ocorre com todos os inteiros? Não, por exemplo, o
conjunto dos divisores de 15 é D(15) = { -1, 1, -3, 3, -5, 5, -15, 15}.
Ora, se um número for primo, então ele já está “fatorado”, isto é, sua
decomposição é constituída de um único fator (o próprio número). Se ele não
for primo, ele tem divisores diferentes dele mesmo e de 1. Estes divisores são
menores do que o próprio número, e cada um deles pode ser primo ou não. Se
todos os divisores forem primos, conseguimos a decomposição; se algum
divisor não for primo, repetimos o processo para ele, obtendo divisores ainda
menores. Este processo sempre termina, pois estamos trabalhando com
números inteiros positivos. Isto dá uma ideia de como podemos demonstrar a
existência da decomposição em fatores primos.
54 = 2 × 3 × 3 × 3 = 2 × 33
63 = 3 × 3 × 7 = 32 × 7,
Exemplo: 45 = 3 × 3 × 5 = 32 × 5
20 = 2 × 2 × 5 = 22 × 5
Qualquer múltiplo comum desses dois números deve ter como fatores
primos: 2 com expoente 2 ou mais, 3 com expoente 2 ou mais, e 5 com
expoente 1 ou mais. Logo o menor dos múltiplos comuns é
mmc(45,20)= 22 × 32 × 5 = 900
Exemplo: 54 = 2 × 3 × 3 × 3 = 2 × 33
63 = 3 × 3 × 7 = 32 × 7
Paulo Argolo
Rio de Janeiro, RJ
E muito comum o aluno chegar à 5.ª série do 1.° grau (6º. ano
atualmente) apresentando inúmeras deficiências na aprendizagem de
conteúdos básicos de Matemática.
Procuraremos abordar uma dessas deficiências : saber determinar o
maior divisor comum (mdc) e o menor múltiplo comum (mmc) de dois ou mais
números naturais, não sabendo, entretanto, o que é um divisor nem o que é um
múltiplo de um número natural.
Introdução
Antes de apresentarmos um novo método para o cálculo do mdc e do
mmc de dois números, vamos recordar algumas definições: dados os
números naturais a e b, seu mdc (= máximo divisor comum) é, como o próprio
nome indica, o maior dos números que dividem tanto a quando b. Enquanto
seu mmc (= mínimo múltiplo comum) é o menor dentre todos os números
positivos que sejam, simultaneamente, múltiplos de a e de b. O número 1 é
divisor de qualquer número e, se os números a e b não admitem outro divisor
comum, tem-se que mdc (a, b) = 1 e diz-se, então, que a e b são primos entre
si.
. . . . .
2 100 = 22 3 52 7 e 198 = 2 32 11,
qualquer divisor comum a 2100 e 198 só pode ter 2 e 3 como fatores primos e
somente com expoentes 0 ou 1. O maior de todos será, então, 2 x 3, isto é
O outro método
Uma variação deste método simplifica os cálculos e fornece, ao mesmo
tempo, o mmc e o mdc dos números. Exemplificamos calculando o mmc e
o mdc dos mesmos números 2 100 e 198:
2 100 198 2
1 050 99 3
350 33
Tem-se (2 100, 198) = 2 3= 6 e
mdc x
mmc (2 100, 198) = 6 : X 33 = 69
> 350 300.
Observações
1. Os argumentos acima, para justificar o método, no caso particular estudado
do cálculo do mdc e do mmc de 2 100 e 198, se transportam ao caso
geral de dois números quaisquer a e b, sem mudanças significativas, mas
sob uma notação muito carregada, a partir da decomposição em fatores
primos de a e de b.
Bibliografia
[2] Elementos de álgebra, Monteiro, L. H. J. Ao Livro Técnico S.A., Rio de Janeiro, 1969. [3]
Introdução à teoria dos números, Sidki, S. 10? Colóquio Brasileiro de Matemática, Poços de
Caldas, 1975.
Quando as cigarras saem do solo, elas colocam seus ovos nas árvores,
que caem no solo e novas cigarras nascem, agora na forma de ninfas. Estas
ninfas entram no solo e vão lentamente se desenvolvendo por mais treze ou
dezessete anos e é por isto que ninguém as vê neste período.
Porque será que as cigarras demoram tanto tempo para aparecer? E por
que elas saem todas ao mesmo tempo? Uma tentativa de responder a estas
questões é a seguinte: quando as cigarras saem do solo, os pássaros se
alimentam delas, e se as cigarras aparecessem sempre, o número de pássaros
cresceria bastante e as cigarras correriam risco de extinção.
Como as cigarras demoram para sair do chão, os passarinhos não
podem contar com elas para sobreviver. É lógico que quando as cigarras saem
os pássaros fazem um belo banquete, mas eles não conseguem comer muito
de uma única vez, e muitas cigarras sobrevivem. Acontece que a vida dos
pássaros é, em geral, menor do que 13 ou 17 anos e eles não têm como se
programarem para se saciarem de cigarras, e as chances de sobrevivência das
mesmas aumentam muito. Em termos mais detalhados, os predadores de
cigarra vivem em ciclos de 2 a 5 anos. Se as cigarras viessem à superfície, por
exemplo a cada 15 anos, elas poderiam ser abatidas por um pico populacional
de predadores, que ajustariam seus ciclos de vida aos das cigarras, mas como
o ciclo de vida das cigarras é um número primo grande, as coincidências são
raras.
Embora esta seja uma explicação simplista do que acontece com as
cigarras, alguns estudos mostram que de fato, a “escolha” das cigarras por
números primos garante sua sobrevivência.
Bom trabalho!
REFERÊNCIAS