LIVRO - Estrutura Modular - Recuperado PDF
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ÍNDICE
7 NOTA PRÉVIA
9 INTRODUÇÃO
11 SUMÁRIO
13 LISTA DE FIGURAS E QUADROS
15 PARTE I
17 CONTEXTUALIZAÇÃO
18 FINALIDADES DA EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA E PROFISSIONAL
A Educação no Mundo Tecnológico Educação Tecnológica e
Profissional
21 ESTRUTURA MODULAR NA FORMAÇÃO: OPÇÕES FUNDAMENTAIS
22 ORGANIZAÇÃO E DESENVOLVIMENTO CURRICULAR
As Escolas Profissionais: Projecto Educativo «versus» Projecto de Ensino
Currículo Processo «versus» Currículo Produto
Princípios Estruturantes da Formação nas Escolas Profissionais
Os Fundamentos Psicopedagógicos do Processo de Desenvolvimento Curricula
Os Percursos de Conceptualização Modular a partir de 1989
Exemplificação do Desenvolvimento Curricular ao nível de cada Escola
Formação Convencional «versus» Formação Modular
V GESTÃO PROGRESSÃO E AVALIAÇÃO
Gestão Progressão
Metodologia de Progressão: quadro de possibilidades
Avaliação
Modalidades de Avaliação: a avaliação formativa e avaliação sumativa
44 ORGANIZAÇÃO DA ESCOLA
Objectivos Organizacionais Orientação Educativa
Organização dos Professores Tempos e Espaços
Projecto Educativo/Projecto de Escola Funções do Projecto
Educativo de Escola Dinâmica de Renovação Pedagógico
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MODELO DE PROFISSIONALIDADE DOCENTE
Competências Docentes
Formação de Professores centrada na Escola Profissional (FPCEP)
Modalidades da FPCEP
Que Identidade Docente?
PARTE II
TESTEMUNHOS DAS ESCOLAS
Gestão Pedagógica dos Espaços e dos Tempos
Recursos de Aprendizagem
Novos Papéis para os Actores Educativos
Novas Práticas de Acção Pedagógica
Modalidades de Trabalho Cooperativo
Avaliação Modular
Técnicas de Progressão Modular
Desenvolvimento Curricular Integrado
Relação Escola/Mundo de Trabalho
Elementos de Registo Administrativo em Função das Práticas de Progressão e Avaliação
Formação de Professores da EP
A Palavra aos Alunos
BIBLIOGRAFIA
ANEXO I
Súmula da Legislação que apoia a implementação do Projecto Educativo das EP's
ANEXO II
Definição de lermos / Clarificação de Conceitos
ANFXO III
Súmula de documentação produzida pelo CETAP ou outros para o Projecto das Escolas Profissionais
ANEXO IV
Texto de locução do Vídeo «E.M. nas EP's»
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NOTA PRÉVIA
O NACEM é constituído por técnicos integrados em Equipas de Projecto do GETAP no âmbito da Educação
Tecnológica, Artística e Profissional, mas que paralelamente constituem um Núcleo de Apoio à Concretização da
Estrutura Modular, nas Escolas Profissionais. Como professores e como técnicos, apostam na construção
colectiva de novos caminhos, de novas perspectivas, de novas práticas na educação/no ensino e trabalham para o
estabelecimento de pontes entre a administração central e as periferias, ou seja., as escolas, os professores, os
alunos, outros actores, a comunidade em geral.
O conteúdo da publicação livro/vídeo, ESTRUTURA MODULAR NAS ESCOLAS PROFISSIONAIS, que
agora surge, corresponde a um patamar de uma caminhada de acção-reflexão interactiva das escolas, da
comunidade científica das Ciências da Educação, dos professores e alunos, de personalidades nacionais e
estrangeiras que, com o GETAP, através de reuniões, seminários, informações, textos, relatos, em diferentes
espaços e tempos, foi sendo concretizada ao longo destes três últimos anos. Estamos ainda no início, as escolas
encontram dificuldades a vários níveis, mas o interesse e o investimento demonstrados por todos aqueles que
connosco têm colaborado questionando, criticando... exigindo... respondendo... reorganizando... — leva-nos a
acreditar no futuro promissor deste empreendimento.
Não faz sentido agradecer algo que é de todos e para iodos... De qualquer modo não queremos deixar de referir a
maneira tranca e participativa de todos os actores que têm dado contributo ao edifício em construção e também
realçar os relatos de projectos, os exemplos de unidades, de materiais produzidos na acção, jornais, desdobráveis,
fichas de trabalho, módulos, e... outros documentos elaborados ou divulgados pelas escolas que, até ao presente,
nos foram sendo enviados.
Finalmente destacamos a empenhada supervisão científica desta publicação realizada pela Drª Maria Luísa
Garcia Alonso
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INTRODUÇÃO
Depois de um sistemático e regular trabalho de (in) formação sobre Estrutura Modular realizado pelo NACEM
(Núcleo de Apoio à Concretização da Estrutura Modular) em muitas Escolas Profissionais, chega a hora de
reunir numa publicação os princípios as finalidades, as opções psicopedagógicas e metodológicas, os caminhos
organizacionais que foram sendo evocados e trabalhados a propósito do desenvolvimento da Estrutura Modular
nas Escolas Profissionais (EP's).
O quadro de inteligibilidade que aqui se procura configurar e o inventário de oportunidades para uma outra
organização do ensino, propiciadora de melhores aprendizagens, são o objecto e a preocupação maior das
páginas que certamente vai gostar de ler.
Neste espaço introdutório é, provavelmente, oportuno lembrar que o objectivo desta mudança é proporcionar
melhores aprendizagens aos alunos (respeitando-as especificidades, as necessidades, os ritmos...) e chamar a
atenção do leitor para duas condições imprescindíveis à adopção sucedida de um desenvolvimento modularizado
dos currículos das Escolas Profissionais.
A primeira condição para ensinar e aprender melhor tem a ver com a construção de um modelo de
profissionalidade docente De facto, a Estrutura Modular pode ser um bom meio (um bom instrumento) para
permitir urna nova organização do ensino geradora de aprendizagens individualizadas relevantes, significativas c
Integradoras; pode ser um bom meio de respeitar as diferenças e as necessidades individuais e garantir a
diversidade de percursos. No entanto, é preciso que os professores e os íomT3_dores sejam profissionais, isto c,
que possuam um elevado saber científico, tecnológico, técnico e pedagógico, que relevem atitudes e
comportamentos congruentes com o trabalho que deles se espera, que eticamente se coloquem ao serviço dos
aprendentes que saibam exercer a autonomia didáctica e pedagógica. Este parece ser o primeiro grande desafio,
não inteiramente resolúvel com a tradicional formação contínua, sendo necessário procurar a resposta para a
interrogação: como se constrói um bom profissional, um bom ensinante que compreenda e adopte os princípios e
as metodologias inseridas e recomendadas nesta publicação
A segunda condição para ensinar e aprender melhor tem a ver com as dinâmicas de direcção e gestão pedagógica
das EP's. Parece ser verdade que um bom profissional só o poderá ser num contexto organizacional, numa
dinâmica directiva e gestionária que aproveite e incentive os saberes, os saberes-fazer e promova o
desenvolvimento da criatividade e da interactividade. A concretização de uma Estrutura Modular ao serviço de
novas e outras aprendizagens passa por uma significativa liderança pedagógica, que mobilize os profissionais
para a construção do sucesso educativo, que crie dinâmicas e oportunidades para a realização desta outra forma
de organizar o ensino, as aprendizagens, a progressão e a creditação dos saberes.
Certamente que outras condições serão necessárias como poderá ler nas páginas que se seguem. No entanto,
seleccionamos estas duas por nos parecerem condições estratégicas para o sucesso de uma mudança que muito
poderá enriquecer a educação tecnológica e profissional e o próprio sistema educativo.
Apenas mais duas palavras finais: a primeira para dizer que é preciso continuar a investigar, e agir crítica e
criativamente, a construir (e aprender) no terreno, a avaliar contínua e formativamente o desenvolvimento da
Estrutura Modular. A segunda para prevenir o leitor quanto a um estilo que por vezes assume uma natureza
prescritiva e se constrói desejando "uma realidade ideal". Mas os leitores certamente compreenderão que as
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condições ideais que aqui se recomendam (ou prescrevem) são as metas e os caminhos que ansiamos. E o
desafio, que esta publicação não pode deixar de ser, está também na procura e na construção de um outro ensino
para que os jovens possam aprender melhor.
JOSÉ MATIAS ALVES
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SUMARIO
Neste trabalho faz-se uma abordagem ao quadro conceptual de uma Estrutura Modular que se considera
compatível com o sucesso do Projecto Educativo das Escolas Profissionais considerado em todas as suas
dimensões: pessoal, social e profissional.
A Estrutura Modular das EP's constitui urna forma de organizar a formação profissional de um modo flexível
tendo implicações ao nível do desenvolvimento curricular, da organização da escola e das práticas pedagógicas e
tendo ainda subjacente a opção por princípios psico-pedagógicos estruturantes.
Parte-se do conceito de módulos como unidades de aprendizagem autónomas integradas num todo coeso, que
permitem a um aluno ou a um grupo de alunos adquirir um conjunto de conhecimentos., capacidades, atitudes
através de experiências ou actividades de aprendizagem cuidadosamente concebidas, respeitando a diversidade
dos alunos. Estas unidades de aprendizagem, os módulos, constituem pois componentes significativas, completas
em si mesmas, mas interligadas, fazendo parte de um todo cuja estrutura interna permite sequências alternativas.
Assiste-se actualmente, ao nível dos sistemas de ensino em geral, e particularmente em determinados níveis, a
uma expansão do recurso à abordagem modular do currículo, organizando os conteúdos/actividades do ensino-
aprendizagem em partes cognitivamente significativas de modo a oferecer percursos flexíveis que possibilitem
ritmos de progressão mais diferenciados e personalizados.
Com a Estrutura Modular das EP's pretende-se ainda que os módulos permitam o desenvolvimento de
capacidades globais ao nível do ser pessoa, do ser cidadão e do ser trabalhador.
Assim, na Parte I desta publicação, após referência às grandes finalidades da educação no mundo tecnológico e
profissional, abordam-se as grandes opções, os princípios orientadores e os critérios de enquadramento curricular
e pedagógico da Estrutura Modular das EP's, nomeadamente quanto a:
• organização e desenvolvimento curricular;
• modos de gestão, progressão e avaliação;
• organização da escola;
• modelo de profissionalidade docente.
Apresenta-se na fig. 1 um quadro representativo de uma abordagem integradora da Estrutura Modular nas EP"s.
A Parte II deste trabalho contém Testemunhos de Escolas Profissionais relativamente a tentativas de
concretização da Estrutura Modular.
Desejamos que este documento, meio de (in) formação generalizado a todas as EP's, represente um instrumento
útil, agradável e desencadeador da continuação do encontro e do debate em torno do Projecto Estrutura Modular
nas Escolas Profissionais.
NACEM - ANTÓNIO SILVA
CELESTE MARÇAL
ELVIRA LEITE
MARINA GRAÇA
Luísa Orvalho (Coordenadora)
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A ESTRUTURA MODULAR PARA AS EP'S Finalidades - Formação integral
Implica
É UMA FORMA DE ORGANIZAR A Formação para a mudança
FORMAÇÃO PROFISSIONAL DE UM MODO Formação qualificada
FLEXÍVEL
Projecto
educativo
de escola
DESENVOLVIME
NTO Um desenvolvimento curricular aberto e flexível
CURRICULAR
Exige condições
de
implementação
INTERVENÇÃO
Relações educativas / atitudes / papeis:
PROFISSIONAL
professor-aluno / aluno-professor / aluno
DOCENTE
alunoo / grupos de alunos-escola-
comunidade-mundo do trabalho;
(…)
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LISTA DE FIGURAS E QUADROS
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE QUADROS
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10
11
ESTRUTURA MODULAR NA FORMAÇÃO: OPÇÕES FUNDAMENTAIS
Neste capítulo abordam-se as grandes opções, os princípios orientadores e os critérios de enquadramento
curricular e pedagógico que subjazem à proposta de Estrutura Modular preconizada para as EP's, enquanto forma
flexível de organizar a formação profissional - Destacam-se, fundamentalmente aqueles que dizem respeito a:
• Organização e desenvolvimento curricular;
• Modos de gestão, progressão e avaliação;
• Organização da Escola; formas de organização dos espaços, dos tempos, do agrupamento dos alunos, das
redes interaccionais;
• Modelo de profissionalidade docente.
Transformar a estrutura organizativa tradicional do nosso sistema educativo/formativo, mudar o currículo e
encorajar uma formação voltada para o futuro, que fomente um sistema de educação que se prolongue pela vida
inteira do tipo "liga e desliga", são alguns dos eixos de orientação.
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ORGANIZAÇÃO E DESENVOLVIMENTO CURRICULAR
As Escolas Profissionais: Projecto Educativo "versus" Projecto de Ensino
No modelo formativo das Escolas Profissionais, criadas peio Dec.-Lei 26/89 de 21 de Janeiro, enquanto
modalidade especial de educação escolar consagrada na nova Lei de Bases do Sistema Educativo (Lei nº 46/86
de 14 de Outubro) optou-se por uma organização do currículo aberta e flexível, capaz de dar resposta aos
desafios da formação profissional do mundo de hoje.
As EP's representam uma alternativa de formação pós 9º ano (escolaridade obrigatória), de longa duração - 3
anos" 1
Resultantes da iniciativa autónoma da sociedade civil (autarquias, empresas, sindicatos, autoridades locais,
fundações, simples cidadãos,...) estas escolas, oferecem uma formação assente em princípios estruturantes e
organizativos centrados em projectos educativos diversificados, num esforço de valorização e elevação dos
recursos humanos, a nível de técnicos intermédios (nível II da CEE), necessários à modernização empresarial e
organizacional do mundo do trabalho e ao desenvolvimento sócio-económico-cultural das regiões.
A formação é organizada em módulos, unidades significativas de aprendizagem de natureza e duração variáveis,
que se combinam entre si formando uma Estrutura Modular. Esta organização permite integrar formandos com
níveis de formação e características muito diferenciadas e responde, entre outros, a três pressupostos subjacentes
à criação destas escolas:
• orientação educativa diferenciadas;
• apoio personalizado;
• significado formativo da avaliação.
A construção do currículo, aqui entendido como projecto global, cultural e de formação, e a mediação do
currículo (interpretação que cada professor faz do plano de estudos e programas — perfil de formação — e a
planificação do processo de ensino-aprendizagem, são vistos à luz duma concepção profissional da função
docente, da autonomia dos territórios educativos e de um novo papel regulador da administração central, neste
domínio. A concretização do currículo faz-se a partir da proposta curricular base — nível de responsabilidade da
Administração Central — que a escola trabalha construindo, para um contexto específico, o projecto curricular
integrado no respectivo projecto educativo e que cada professor ou equipa de professores desenvolve ao realizar
a planificação das actividades para o(s) grupo(s) de aluno(s). Os níveis de concretização do currículo passam
assim por etapas sucessivas que ganham progressivamente em contextualização ao mesmo tempo que as
reelaborações e interpretações em cada um destes níveis de responsabilidade permitem avançar do
desenvolvimento curricular.
A estrutura curricular modular no Projecto Educativo das Escolas Profissionais, enquanto comunidades de
aprendizagem e formação, implica, ao nível da concepção:
• Princípios estruturantes;
• Finalidades;
• Critérios para a organização e articulação das componentes do currículo;
1
Embora a formação dependa do ritmo dos alunos, considera-se os 3 anos como tempo médio regulador
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• Perspectivas de desenvolvimento curricular.
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Ao nível da realização:
• Planificação das actividades (conteúdos, metodologias, materiais, formas de organização dos espaços e
tempos, agrupamentos dos alunos, redes interaccionais, modo de progressão, regime de docência,...);
• Desenvolvimento de experiências de ensino-aprendizagem diversificadas;
• Reflexão sobre a acção, nomeadamente, através da investigação-acção que torne possível o
desenvolvimento profissional dos professores (clarificação das teorias de acção subjacentes à actividade
desenvolvida na sala de aula) e da participação em equipas de trabalho cooperativo para a partilha de
soluções concretas que as situações de ensino/aprendizagem dinamicamente colocam ao professor;
• Avaliação do processo e dos produtos da aprendizagem.
Ao nível do contexto:
• Uma nova forma de pensar e organizar a Escola.
Isto pressupõe novos papéis para os professores, alunos, pais, a comunidade científica e pedagógica (nas suas
vertentes cultural, profissional e sindical), organizações representativas da sociedade em geral, e, nomeadamente
para o Estado, exigindo uma nova modalidade de formação contínua para os formadores.
A prática do professor é um desafio permanente que resiste a fórmulas, modelos, soluções externas. Por isso, ele
tem que tornar-se um investigador permanente, crítico, reflexivo cuja formação/autoformação decorre de um
processo de educação, um processo de construção do saber e do saber-fazer, que ocorre numa comunidade
educativa — e não de um processo de formação constituído pela frequência de um conjunto de cursos
descontextualizados. "O professor concebido como um profissional do ensino — no que diz respeito à sua
actividade com os alunos — e como um profissional da aprendizagem — no que se refere à sua própria
educação" (Teodoro, V. D., 1992).
Uma formação com estas características facilitará aos professores/formadores serem os mediadores activos,
críticos, criativos e reflexivos do currículo, capazes de tomarem decisões autónomas e adequadas a cada nova e
diferente situação, traçar novos percursos e avaliar os processos e os produtos da sua acção (reflexão em, durante
e sobre a acção). Uma formação contínua, do modo abrangente, descentralizada, participativa e inovadora como
esta, contribui "para melhorar a qualidade do ensino e, consequentemente, a qualidade das aprendizagens através
da melhoria do desempenho profissional dos professores.
A intervenção dos professores na elaboração do currículo e no desenvolvimento curricular, no quadro de uma
nova ciência de acção pedagógica e de uma nova ética da decisão educativa, determina, em grande parte, a forma
de entender as suas competências e deste modo a possibilidade de um trabalho livre e criativo de concepção
pedagógica e de inovação curricular, mais adequado às necessidades de cada contexto.
Currículo Processo "versus" Currículo Produto
O conceito de currículo não é unívoco, e, consoante o nível de concepção (central, regional, local, de escola, do
professor, do aluno) e as perspectivas que se adoptam, assim podemos ter várias interpretações. Não se pretende
aqui, nem é o local próprio, desenvolver uma teoria do currículo, mas antes abordar algumas das suas dimensões
que são importantes para a compreensão da proposta de Estrutura Modular apresentada.
O currículo, enquanto projecto curricular que preside às actividades educativas escolares proporcionando
informações concretas sobre as intenções educativas e sobre como conseguir realizá-las na prática, é um
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instrumento socializador, técnico e de renovação psico-pedagógica.
Será um instrumento social e cultural na medida em que resultar dum trabalho consensual de equipa, embora
tendo partido de concepções muito diversas sobre a exigência duma educação tecnológica actualizada, sobre as
relações do currículo com a prática educativa e das teorias psicopedagógicas subjacentes ao trabalho na sala de
aula.
Este consenso, representa um marco interpretativo comum, um ponto de referência essencial para a definição e a
fundamentação do projecto educativo, caracterizador de cada EP, pela sua qualidade mediadora, entre a realidade
e o pensamento de cada um dos implicados na sua elaboração e desenvolvimento. Este modelo de currículo
representa também um instrumento técnico que concretiza uma ideia de educação e a operacionaliza na prática
pedagógica.
O projecto curricular ao reflectir a concepção do processo de ensino-aprendizagem que preconiza, é indicador
do estado de actualização das teorias psicopedagógicas que lhe estão subjacentes, é por isso um indicador de
renovação psicopedagógica.
É necessário acabar com a ideia que o currículo, só tem uma dimensão — os conteúdos a ensinar aos alunos.
Mais do que a selecção do que deve ser aprendido pelos alunos/o que se ensina (conteúdos de conceito, de
princípio, de procedimento, de valor, de norma, de atitude), a questão é como aprendem os alunos/como é
preciso ensinar, o que avaliar e como avaliar, quando avaliar.
Um modelo conceptual para o desenvolvimento curricular poderá ser:
1. Que objectivos educacionais quer a escola atingir? A QUEM?
(Qual é a identidade própria da minha escola? Qual
o perfil profissional do(s) técnico(s) que a escola O QUÊ?
quer formar? Quais as grandes competências, as PORQUÊ?
atitudes, os valores, as capacidades que deseja PARA QUÊ? ENSINAR?
desenvolver nos jovens? Qual é o perfil de saída?
Qual o contributo da minha disciplina ou área……………………………COMO?
disciplinar para este perfil?)
2. Que experiências devem ser vivenciadas pelos alunos? QUANDO?
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Cada escola, orientada pelas directrizes gerais do sistema, deve compor e formular a sua proposta educativa,
estabelecendo os objectivos que lhe parecem prioritários e, para os quais, a participação dos professores e demais
actores do processo educacional deverá contribuir.
Para que a proposta curricular construída não seja apenas uma possibilidade mas se transforme numa
realidade que continuamente é necessário reformular, a acção de cada um deverá estar articulada com a de todos
os outros — todos os envolvidos no processo pedagógico deverão ser capazes de percebê-la na sua totalidade, e,
a partir dela, planear a sua acção em particular, sem a desligar do todo.
O trabalho no processo, deixa de ser um trabalho rígido e estático, exigindo que as decisões sejam tomadas,
antes, como ponto de referência para o desenvolvimento do ensino-aprendizagem, durante, para atender às
exigências de cada situação/realidade sempre dinâmica, e, depois, com fins avaliativos e de continuidade da
prosposta.
Um desenvolvimento curricular nestes moldes, estabelecido gradualmente, resultante do trabalho cooperativo
crítico e reflexivo, num clima de entusiasmo, comprometimento e responsabilidade, conduzirá não a uma
atomização do saber, mas a uma integração coerente com a realidade. A partir desta forma de desenvolvimento
curricular a qualidade será reconhecida e o desempenho dos diferentes actores avaliado.
A formação que se pretende desenvolver no Projecto Educativo das Escolas Profissionais orienta-se por um
conjunto de princípios e factores de enquadramento das actividades de aprendizagem, entre os quais se destacam,
como fundamentais, os seguintes:
Pluridimensionalidade — O desenho curricular base — plano curricular — inclui três componentes de formação:
sociocultural, científica e técnica, tecnológica e prática.
A conceptualização dos perfis de formação assenta em perfis profissionais polivalentes abrangendo uma família
de profissões, dentro da mesma área de formação profissional. Valoriza as competências, os valores, as atitudes,
os saberes-fazer, os saberes-estar, os saberes, o desenvolvimento de capacidades de criatividade, comunicação,
trabalho em equipa, resolução de problemas, responsabilidade, poder empreendedor,... ferramentas importantes
na adaptação à geografia mutacional e organizacional do mundo do trabalho.
Flexibilidade — Só uma planificação flexível, interactiva e iteractiva torna possível um currículo construído no
processo. A flexibilidade manifesta-se quanto à construção do currículo (onde componentes regionais são
incentivadas), quanto ao desenvolvimento curricular, quanto à sequencialidade dos módulos, quanto aos locais
de aprendizagem (contexto de trabalho, estágios noutros países, intervenção de outros actores no processo
educativo,...), quanto às novas formas organizativas e de gestão de espaços e tempos, quanto à utilização de
recursos educativos diversificados. As Escolas Profissionais gozam de autonomia pedagógica, (e também
administrativa e financeira). Em oposição a uma proposta curricular centralista e uniformizadora, existe um
quadro de referência permanente, uma matriz, susceptível de ser contextualizada, recriada, reinterpretada e
adaptada consoante as realidades e a diversidade dos projectos educativos. O currículo sendo flexível é aberto
na medida em que algumas das finalidades emergem das redes de interacções que cada escola protagoniza e das
relações estabelecidas entre o professor e os alunos na realidade da sala de aula.
Apostar num currículo aberto e flexível exige novas competências e consequentemente novas opções para a
formação contínua de professores que será fundamentalmente uma formação em acção.
Confluência — Valoriza a integração dos saberes em detrimento de práticas disciplinares atomizadas. Integra
pensamentos, sentimentos e acções. Dá ênfase ao desenvolvimento curricular gerador de projectos integradores
de diferentes disciplinas e saberes que torne possível a aprendizagem significativa capaz de desenvolver todas as
capacidades (cognitivas, afectivas, sociais e psicomotoras) dos alunos.
Progressão diferenciada dos alunos no plano de estudos — O ritmo de progressão no plano de estudos é
sobretudo determinado pelas aprendizagens realizadas por cada aluno e não por uma arbitrária norma
burocrática que diz que todos progridem ao mesmo ritmo e são classificados no mesmo momento. A
progressão faz-se segundo o ritmo próprio induzido pelos ambientes de aprendizagem. Não se trata de ficar à
espera de uma "natural" progressão mas de provocar um ritmo de desenvolvimento.
A progressão tem em conta não só o ritmo próprio de cada aluno, como também os interesses, as motivações
ligadas à sua vida social e profissional presente e futura. O aluno é assim responsável pelo seu percurso
formativo, isto exige uma nova forma de organizar os espaços educativos enquanto espaços de formação,
novas práticas de acção pedagógica, novas relações, novas atitudes, novos papéis para professores e alunos.
Creditação de saberes adquiridos — A formação valoriza o que o aluno já sabe quer seja adquirido na escola ou
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na vida prática. A creditação faz-se no fim de cada conjunto significativo de aprendizagens. Para efeito de
reconhecimento de saberes adquiridos na vida real e/ou profissional e não certificados, pode o aluno solicitar
uma avaliação de módulos através da realização de uma "testagem" de conhecimentos/competências
integrados no projecto educativo da escola. As "equivalências" são funcionais e não administrativas.
Avaliação modular com significado essencialmente formativo — Ênfase na auto e hetero-avaliação contínua,
como forma de melhorar o processo de ensino-aprendizagem. Um currículo processo, com função
fundamentalmente formativa, trabalha com processos cognitivos internos, o que exige novas atitudes em
relação à avaliação.
"Não se trata só de avaliar o produto de ensino-aprendizagem através da observação de mudanças
comportamentais, mas também, e fundamentalmente mudanças qualitativas, que entram no terreno das
atitudes, dos valores e das crenças. A avaliação modular estimula o sucesso educativo de todos os alunos,
favorece a confiança própria, contempla os vários ritmos de aprendizagem e a progressão é o garante da
qualidade da formação.
Na perspectiva cognitiva a noção de inteligência deixa de ser uma capacidade inata (teoria behaviorista) ou
decorrente do desenvolvimento de estruturas biológicas (teoria desenvolvimentalista) mas pode ser adquirida e
melhorada, mediante a aquisição de competências diversas e operacionais de processamento de informação —
processos cognitivos.
Todo o processo cognitivo, ou tarefa cognitiva, implica a recepção dum estímulo (a informação), o tratamento
desta informação (selecção, codificação, armazenamento, evocação,...) e a retribuição duma resposta. O
desenvolvimento cognitivo pode ser conseguido mediante a aquisição de estratégias cognitivas, que devem ser
ensinadas na escola (ensinar por transferência, dar realce à motivação dos alunos, aplicação às situações novas e
do mundo real, tornar os alunos conhecedores das dificuldades que muitas vezes os impedem de aproveitar ao
máximo as suas capacidades intelectuais, nomeadamente os bloqueios da emoção e da motivação, medo do
insucesso, do completamento de tarefas, ...).
O conhecimento por parte do aluno do resultado da execução de cada tarefa, o “feed-back”, é um elemento
fundamental para o seu desenvolvimento cognitivo e afectivo na medida em que o sucesso na tarefa predispõe
para novas aprendizagens, é motivador, funciona como impulso cognitivo, motivação intrínseca; o
conhecimento das dificuldades pode constituir estímulo para tentar de novo — significado formativo da
avaliação.
A organização das actividades e das estratégias de ensino-aprendizagem assenta em critérios psicopedagógicos
que cada professor assume mesmo que implicitamente (competência cultural em procedimentos pedagógicos ou
recursos de acção prática), uma vez que dela depende muito o sucesso do processo de aprendizagem, e este
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depende da capacidade do professor adaptar o ensino a estilos e ritmos de aprendizagem diversificados e
individualizados. A dimensão de artífice do professor (entre outras) é aqui crucial — a arte de ensinar reside na
competência de encontrar a melhor intervenção para que cada aluno aprenda significativamente em cada situação
específica de ensino-aprendizagem.
Até agora focaram-se os modelos psicopedagógicos que mais se coadunam com a acção pedagógica do professor
na realidade da sala de aula, na proposta de E.M. preconizada para as EP's. Por contraponto referem-se também
outras concepções que os professores frequentemente associam, quando se fala da Estrutura Modular.
A Estrutura Modular é muitas vezes identificada como: ensino programado, unidades capitalizáveis,
aprendizagem por descoberta ou o sistema personalizado de instrução. As situações de aprendizagem propiciadas
pelo professor variam consoante o grau de estruturação, o factor de controlo, o número de alunos e o tamanho
dos grupos. Em síntese apresenta-se no Quadro I uma breve descrição desta problemática.
1
Quadro 1
Modelos de Ensino
MODELO DE CARACTERIZAÇÃO DO ÊNFASE NA DIMENSÃO DO FACTOR DE GRAU DE
ENSINO MODELO TEORIA GRUPO CONTROLO ESTRUTURAÇÃO
PSICOLÓGICAA DO PROCESSO
E/A
21
Ensino Programado Todos os alunos, independentemente da Behaviorista Indivíduo ou Centrado no Baixo
sua diversidade, seguem a mesma grupos pequenos material didáctico
sequência de módulos pré-determinada
limitando-se a receber conhecimento
estático e socorrendo-se com fre-
quência, da repetição do mesmo
exercício para atingir o nível desejado.
A sequência de actividades e tarefas é,
em geral, independente da resposta do
aluno
Unidades Fragmenta os percursos educativos. Behaviorista Indivíduo ou Centrado no Baixo
Capitalizáveis dotando os jovens adultos de grupos pequenos material didáctico
instrumentos didácticos que lhes
permitam atingir os objectivos
previstos, em função das suas
motivações e necessidades, de modo a
assegurar a sua progressão pessoal e/ou
profissional.
Aprendizagem por O conhecimento é construído pelo Desenvolvime Indivíduo Centrado no Baixo. O
descoberta indivíduo em interacção com o ntalista material didáctica professor
ambiente. Visa o desenvolvimento de intervém só
capacidades de resolução de problemas quando solicitado
num processo de auto-aprendizagem pelo aluno
por experimentação com recursos de
aprendizagem diversificados.
Sistema Baseia-se no conhecimento operante Behaviorista Indivíduo ou Toda aprendizagem Elevado. Exige
personalizado de cujo referencial teórico é a psicologia grupos pequenos é controlada pelo do professor que
instrução (SPI), do estímulo - resposta--reforço. Este professor. Centrado diagnostique
conhecido por sistema modular de e/a surgiu como no aluno. situações,
Sistema Keller de reacção ao ensino expositivo centrado O professor é o prescreva meios,
Ensino exclusivamente no professor. Vê no condutor do ensino- planifique
reforço positivo permanente e na aprendizagem. sistematicamente
existência de objectivos claros, a as actividades de
possibilidade de optimizar os ritmos aprendizagem e
individuais de aprendizagem avalie
continuamente os
resultados
22
Modularizado nas O papel do professor deve ser de Cognitivista Pequenos grupos Centrado no aluno Elevado. Exige
EP's mediador da aprendizagem do dentro da turma com orientação e do professor um
aluno. mediação do papel de
O ensino deve basear-se num professor (papel diagnóstico para a
diálogo entre o aluno e o professor, facilitador do selecção,
ser partilhado por ambos inter-acção professor) sequencialização
mútua. e organização das
O aluno é responsável pela construção actividades para
da sua aprendizagem. cada grupo de
alunos e a
construção de
materiais
didácticos,
adequados e
diversificados.
Relevância no
processo de
NACEM
GETAP, 1992
23
Curso Plano Curricular
(75%)
TÉCNICA, TECNOLÓGICA E
PRÁTICA OU ARTÍSTICA
(50%)
24
A concepção dos programas disciplinares é da responsabilidade do GETAP, quer por encomenda a especialistas,
assentando no pressuposto de que devem ser uma engenharia do currículo para as tarefas da aprendizagem e não
só uma listagem de conteúdos, ou, através da validação dos programas elaborados pelas escolas.
Na sua estrutura geral o programa é constituído por: introdução, tema integrador, elenco modular/carga
horária por módulo, perfil do(s) docente(s), bibliografia geral. A estrutura de cada módulo é constituída por:
objectivos, conteúdo, sugestões de actividades, critérios de avaliação, instalações e equipamentos, articulações,
bibliografia e recursos didácticos.
Parte-se do conceito de módulos como unidades de aprendizagem autónomas integradas numa estrutura de
conjunto coesa, que permitem a um aluno ou a um grupo de alunos adquirir um conjunto de conhecimentos,
capacidades e atitudes através de experiências ou actividades de aprendizagem cuidadosamente concebidas,
respeitando a diversidade de ritmos. Os módulos fazem parte de um todo cuja estrutura permite sequências
flexíveis — A Estrutura Modular (Fig. 5).
«A aposta na estrutura modular representa um dos elementos matriciais da projecto formativo das Escolas
Profissionais» (Azevedo, J. 1991).
CULTURAL
m m2
SOCIO-
(- (...)
m1, m2,…. Módulos das disciplinas
ml
CIENTÍFICA
m2
(...)
ml
TÉC. TECN.
ARTÍSTICA
m2
PRÁT. OU
(...)
Uma das potencialidades da estrutura modular, a sua flexibilidade, potencia uma grande adaptabilidade dos
módulos ao projecto educativo que cada escola protagoniza, aos objectivos pedagógicos e às estratégias de
ensino-aprendizagem.
No exercício responsável da respectiva autonomia pedagógica cada escola pode introduzir componentes de
inserção local e adequar o desenvolvimento dos módulos às realidades do curso, do meio e do tecido socio-
económico-cultural.
25
Exemplificação do Desenvolvimento Curricular ao nível de cada Escola
A partir das propostas programáticas oferta GETAP, constituídas por conjunto de módulos disciplinares, a escola,
com a participação da sua equipa docente, elabora a sua proposta curricular que fará parte integrante do seu plano
de actividades.
Desta planificação curricular de nível local poderão resultar: macromódulos — módulos integrados de diferentes
disciplinas, módulos pluridisciplinares, fusão de módulos de uma mesma disciplina; a inclusão de módulos
intercalares — módulos de apoio (conhecimentos prévios) ou de enriquecimento; a reorganização da
sequencialidade interna dos módulos (critérios longitudinais ou transversais ao currículo); a manutenção de
módulos uni-disciplinares; (...).
A Fig.6 e a Fig. 7 pretendem exemplificar propostas de desenvolvimento curricular que se adeqúem às
realidades de cada escola e simultaneamente salvaguardem a atomização do saber que uma modularização pode
comportar.
D1 D2 D3 D4 (…) D7
SOCIOCULTURAL
X
COMPONENTES DE FORMAÇÃO
CIENTÍFICA
C
TÉC. TECNOL.
PRÁTICA OU
ARTÍSTICA
NACEM
GETAP, 1992
26
Como se vê, na Fig. 6 o desenvolvimento curricular exemplificado diz respeito a um dado curso e na Fig. 7 o
exemplo tem em consideração os vários cursos/especificações da mesma área de formação, oferecidos pela EP.
Estes exemplos pretendem elucidar, como é possível às escolas procederem a práticas de desenvolvimento
curricular facilitadoras da integração de conhecimentos, capacidades e atitudes e da gestão diversificada dos
ritmos evitando-se assim duplicar repetições de conteúdos. Sem os condicionalismos das barreiras-ano, tenta-se
também responder mais coerentemente às finalidades da formação integrada tornando-a mais significativa.
27
GESTÃO, PROGRESSÃO E AVALIAÇÃO
Gestão
Dentro dos princípios de autonomia pedagógica, o processo de gestão, progressão e avaliação tem como
objectivos desenvolver formas organizativas que se adaptem às características de cada escola, nomeadamente no
desenvolvimento curricular, nas actividades educativas e na avaliação.
O exercício da autonomia deve reger-se no respeito pelos seguintes princípios reguladores do funcionamento da
escola:
• defesa de valores e de espaços de cidadania;
• liberdade de aprender e de ensinar;
• democraticidade de organização e de participação;
• iniciativa própria;
• responsabilização dos órgãos da escola;
• inserção da escola na comunidade;
• subordinação dos instrumentos administrativos e financeiros aos objectivos pedagógicos,
A prática dos princípios atrás enunciados no ensino tecnológico e profissional deve exigir da comunidade
educativa capacidades para:
E se o aluno não conseguir completar todos os módulos, no final dos três anos da formação?
Este problema deve ser equacionado desde a primeira hora, desde o primeiro mês, o primeiro ano e não no final
da formação.
Os momentos de avaliação qualitativas previstos na portaria de avaliação implicam propostas de planos de
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recuperação que incluam estratégias diferenciadas e diversificadas para apoiar e promover aqueles alunos que
não estão a acompanhar o(s) ritmo(s) dos demais. Cada professor, cada equipa de professores deve, em cada
módulo, proporcionar aos alunos vivências de actividades conforme as suas necessidades.
No desenvolvimento das sequencialidades modulares estabelecidas pela escola e registadas no plano de
actividades, não faz sentido deixar alunos com módulos intercalares em atraso, obrigando-os a uma
"recuperação" no final do ano, em período de férias ou em época especial de Setembro.
Isto negaria a aprendizagem significativa na medida em que conceitos relevantes para o desenvolvimento das
estruturas cognitivas não foram ainda processados pelos alunos.
À medida que este sistema de progressão se for generalizando numa determinada escola, é aconselhável que os
horários de cada disciplina se flexibilizem de modo a haver mais do que um professor a leccionar grupos
diferenciados segundo os níveis de realização das aprendizagens.
Aulas com diversos professores e em último extremo, um único aluno; aulas com diversos professores e um
grupo de alunos; alunos organizados em grupos de trabalho temporário e equipas de projecto; passagem de
alunos por grupos de trabalho individual ou independente e vice-versa, são formas que podem permitir ao aluno
um gosto antecipado por aquilo que vai experimentar quando mais tarde se deslocar na geografia organizacional
do local de trabalho (que se caracteriza por: dispersão; descentralização; interpenetração na comunidade;
administração ad-hocrática; flexibilidade de horários;...)
A supressão de obstáculos à progressão, isto é, o desaparecimento da "reprovação" e "repetências" tradicionais, a
recuperação de módulos não sucedidos por medidas de compensação (aulas de apoio educativo, pedagogia
diferenciada, acompanhamento individual,...) permitem que o aluno não sucedido num determinado momento
não tenha que voltar ao ponto de partida do seu percurso visto que ele já adquiriu parte das competências
desse módulo.
O regime de progressão adoptado por cada EP termina com a Prova de Aptidão Profissional (PAP), que assume
a natureza de projecto transdisciplinar integrador de todos os saberes, atitudes e capacidades desenvolvidos ao
longo da formação, em ligação estreita com os contextos de trabalho (estágios, alternância,...), que o torna
inovador em relação a qualquer outra modalidade de ensino do nosso sistema educativo.
Do processo de avaliação desta prova faz parte um júri constituído por diferentes actores do tecido educativo,
social e económico.
As condições de progressão curricular dos alunos nos cursos e as formas de apuramento das classificações
finais estão previstas na Portaria nº 423/92 de 22 de Maio.
Avaliação
Em cada momento da nossa vida avaliamos e somos avaliados. De forma permanente, somos solicitados por
situações problema que exigem soluções eficazes e eficientes. O mesmo é dizer que somos desafiados, formal e
informalmente, para rápida e economicamente saber traçar, obter e fornecer informações úteis que permitam
estabelecer um juízo de qualidade sobre processos alternativos de forma a favorecer a tomada de decisão e a
mudança, melhorando o nosso nível de "rendimento" pela "reabilitação" ou (re)organização dos nossos processos
de actuação.
31
Se esta questão se coloca, de forma "natural", na nossa vida quotidiana, ela torna-se objecto de uma reflexão
sistemática, cuidadosa e objectiva quando a reconhecemos como componente essencial do processo de ensino-
aprendizagem.
O processo de avaliação em Estrutura Modular deve ser contínuo, flexível, formativo, não selectivo, eficaz,
evidenciando uma relação pedagógica viva, que permita o desenvolvimento de todas as capacidades do aluno e
respeite a diversidade e os ritmos de aprendizagem.
Avaliar, não só o produto mas também o processo de aprendizagem, implica participação activa, reflexiva e
crítica de todos os intervenientes.
Para desenvolver o processo de avaliação, os professores e os restantes actores educativos devem saber:
32
complexidade do papei do professor que deve ser, simultaneamente preceptor, condutor e animador do grupo,
da turma;
Exigente, obrigando a uma programação cuidada dos processos de aprendizagem, a uma atenção permanente, a
um esforço de trabalho suplementar;
Coercitiva, clarificando o campo de acção pedagógica e definindo como e para onde se vai, coloca os actores
numa rede de interacções» (Matias Alves, 1991).
As variáveis enunciadas facilitam as práticas pedagógicas em termos de qualidade/quantidade.
A avaliação caracteriza o método e o projecto pedagógico, não podendo ser considerada actividade isolada
dentro do processo de ensino-aprendizagem.
O processo didáctico é a racionalidade em acção, correspondendo a uma utilização pedagógica da informação,
através de formas contínuas e interactivas de análise e interpretação de dados, recorrendo para isso a uma gama
diversificada de métodos e técnicas. Nesta perspectiva, um processo avaliativo formativo não se esgota numa
simples "média". E preciso distinguir a "quantidade de saber" que o aluno possui, da informação recolhida sobre
o valor desse saber. Isto é, há que privilegiar os saberes-fazer, os saberes-criar sobre os saberes-repetir, dando-se,
assim, prioridade aos processos de aprendizagem. Deste modo, a avaliação situa-se num plano de interpretação,
por professor e aluno, do "continuum" experiencial, complexo e dinâmico do ensino e da aprendizagem.
A relação entre estas duas regulações nem sempre se torna evidente. Existe uma excessiva tendência para
sobrepor a lógica do ensino à lógica da aprendizagem, hipotecando a margem de autonomia do sujeito que
aprende, e por isso o próprio valor de uma avaliação formativa. A não repetição do mesmo tipo de erros pelo
aluno passa por formas de auto-correcção dos seus processos cognitivos, produzindo-se assim resultados de boa
qualidade. Deste modo o aluno participa verdadeiramente numa avaliação formativa global, cabendo ao
professor não a aplicação de fichas correctivas standardizadas, mas o fornecer de meios específicos, adequados
de aprendizagem tais como:
• fontes suplementares de informação entre a produção e a correcção;
• momentos de discussão em pequenos grupos;
33
• trabalho, individualizado;
• …
• explicitar de forma clara quais os objectivos de aprendizagem a atingir para cada módulo, macromódulo
unidisciplinar ou pluridisciplinar, projecto integrador, ...;
• definir os saberes prévios necessários para a entrada em cada módulo;
• explicitar os critérios e as propostas de avaliação concretas para as tarefas que estruturam o processo de
aprendizagem;
• organizar e registar o processo de avaliação dos alunos;
• decidir quanto a reclamações individuais, de grupo ou ainda de encarregados de educação ou outros
intervenientes no processo educativo, relativos à progressão dos alunos;
• gerir equivalências.
Para além desta acção continuada, a avaliação formativa realiza-se também no conselho de turma pelo menos
duas vezes por ano. Aqui o colectivo de professores analisa as condições de realização das aprendizagens, as
classificações atribuídas por cada professor nos diferentes módulos realizados, as práticas docentes e discentes, a
organização pedagógica dos espaços e dos tempos assim como todas as variáveis do sistema, decidindo sobre as
alterações necessárias, reajustamentos a introduzir no processo de ensino-aprendizagem e particularmente
quanto à planificação de a actividades de apoio e/ou enriquecimento. É também neste momento que a avaliação
sumativa realizada módulo a módulo poderá ser analisada, permitindo traçar o perfil evolutivo da aprendizagem,
aprovar as classificações e propor para ratificação à direcção pedagógica que, após verificação e aprovação,
afixa os resultados em pautas próprias e adequadas ao projecto de cada escola.
A avaliação sumativa dos alunos é feita na escala de zero a vinte valores. Esta avaliação só será afixada em
pauta quando as competências estabelecidas no início de cada módulo tiverem sido atingidas com sucesso.
A classificação final de cada disciplina ou área disciplinar integrada, definida por cada escola no seu projecto
educativo, e registada no plano de actividades é feita pela média ponderada de todos os módulos que a
integram.
34
Quando um aluno reinicia um determinado percurso de formação, a avaliação diagnostica do saber e do saber-
fazer assume relevância significativa, devendo operacionalizar-se tomando como referência os pré-requisitos de
entrada e os critérios de sucesso dos módulos constituintes do percurso formativo a iniciar.
Para efeito de reconhecimento de equivalências, aos alunos provenientes de outras escolas, com projectos
diferentes, poderá ser solicitada uma avaliação de módulos através da realização de uma "testagem" de
conhecimentos/competências, uma vez conseguida a integração do aluno no projecto educativo da escola. Daqui
se deduz que não há equivalências administrativas mas funcionais.
A pressão social e o progresso da investigação educacional têm vindo a reforçar o peso relativo da avaliação
formativa — porque implicada na formação dos processos de cognição e na promoção da mudança qualitativa
das capacidades, bem como no desenvolvimento de atitudes participadas (e por isso mais autónomas) — sendo a
avaliação sumativa desejável no final de cada módulo.
A concepção aqui apresentada de avaliação só faz sentido se existir coerência e articulação entre o processo de
ensino-aprendizagem e o desempenho da EP e da sociedade. No quadro da avaliação modular, a verificação
sistemática da compreensão dos módulos e a avaliação personalizada da adequação dos saberes e dos saberes-
fazer com os objectivos previstos, traduz-se numa óptica global, na valorização dos recursos humanos. Se por
um lado, se pretende que em cada módulo o aluno adquira conhecimentos/competências específicas, por outro
lado, no final da formação pretende-se uma formação integral, correspondente ao perfil profissional de
saída. Por tal razão, as provas de avaliação que certificam as qualificações adquiridas deverão ter uma natureza
próxima da vida profissional futura e não ser provas académicas descontextualizadas.
Mas será na prática social e profissional que o desempenho dos alunos permitirá avaliar o real sucesso do
processo formativo protagonizado por cada EP. Daqui decorre a necessidade de um acompanhamento contínuo
dos profissionais saídos das EP's o que está já a ser feito através do projecto — "Observatório das Entradas
na Vida Activa".
35
ORGANIZAÇÃO DE ESCOLA
A natureza da organização das Escolas Profissionais depende dos objectivos traçados pela comunidade educativa
e das acções desencadeadas para os atingir ou seja: organização dos tempos e dos espaços, gestão das instalações,
modos de agrupamento dos alunos, recolha, elaboração, gestão e reprodução de material didáctico, distribuição
do serviço educativo, relações escola/meio exterior e tudo isto em função do projecto educativo da escola. A
concepção de planos e projectos organizacionais, implica opções que não poderão ser improvisadas e tomadas ao
acaso. É a partir de uma reflexão conjunta antes, durante e no final do ano escolar e da participação contínua de
todos os actores educativos incluindo alunos, que a escola vive práticas coerentes com as intenções. Os actores
são também autores, os professores são simultaneamente gestores, os aprendentes participam também na
organização, enfim, a hierarquia dá lugar à cooperação, o centralismo dá lugar à distribuição de papéis, de
poderes, de responsabilidades, numa cumplicidade colectiva.
Objectivos Organizacionais
A qualidade da estrutura organizacional vai depender da coesão dos professores em torno de objectivos comuns,
delineados em trabalho de equipa, antes de iniciar o ano lectivo. Mas alterações significativas observadas na
comunidade envolvente, requerem uma revisão e alteração dos objectivos da escola. Requerem uma reavaliação,
para uma redefinição. Os objectivos pedagógicos vão influenciar e desenhar os projectos organizacionais e estes
configurar a escola. E na prática pedagógica, nas vivências do dia a dia que os objectivos educacionais se
concretizam. Agindo em diferentes níveis da estrutura da escola, cada um é responsável pelo desenvolvimento
das actividades e projectos, cujo produto final será o resultado da acção integrada dos que configuram a
comunidade educativa.
Cabendo a cada Escola Profissional a organização do seu próprio projecto educativo e correspondente processo
de ensino-aprendizagem, tendo em conta a caracterização da região em que está inserida, isto é, o contexto, os
recursos e as limitações, há todo um trabalho a desenvolver, numa dinâmica que mantém a escola sempre viva.
Neste movimento, todos os actores envolvidos compreendem o seu papel parcelar na totalidade do projecto
porque participam nele. É neste desdobrar de etapas, de reflexões e de acções concertadas que se vão
concretizando os objectivos traçados e redefinindo outros.
Orientação Educativa
A escola é: alunos, professores, pais e a comunidade envolvente nas redes de interacção que estabelecem. A
Escola Profissional introduziu outros actores educativos com papéis relevantes e complementares ao do professor
nomeadamente, os animadores do processo ensino-aprendizagem, da socialização comportamental, do
acompanhamento personalizado, etc. Cada escola adoptou, conforme o seu critério, o director de turma, o
coordenador de curso, o tutor, o conselheiro de orientação educativa e profissional, o animador de grupo de
projecto, o psicólogo, etc.
36
No início do ano, antes dos alunos serem agrupados por turmas ou por grupos haverá, num primeiro diagnóstico,
um levantamento dos níveis de conhecimentos adquiridos por estes, principalmente quanto às disciplinas de
continuação, no sentido de prever o trabalho a desenvolver com cada aluno ou grupos de alunos em tempos
seguintes.
Os alunos são sensibilizados para as características da escola, do seu Projecto Educativo e perfil do curso, são
informados sobre os normativos, o regulamento interno da escola e da Prova de Aptidão Profissional ... e
tomarão conhecimento das características específicas do desenvolvimento curricular. As actividades envolvidas
no módulo inicial de Integração Socioeducativa (proposta GETAP) poderão ser bons instrumentos de
identificação do espaço educativo e da formação profissional oferecida.
Os professores, organizados por grupos disciplinares, por áreas interdisciplinares ou por projectos integradores,
reúnem periodicamente em tempos previstos nos horários, para planificar, reflectir, preparar, investigar,... e
também para a coordenação horizontal (tratar da problemática relacionada com a sequencialidade do percurso de
cada aluno ou grupo de alunos) e a coordenação vertical (tratar da articulação de conteúdos e actividades e parti-
cipar em projectos que envolvam as várias disciplinas). Os níveis de coordenação dependerão da dimensão da
escola, da quantidade de cursos, da partilha de poderes, da participação nas decisões,... podendo isto traduzir-se
no aparecimento de diferentes estruturas de coordenação: director pedagógico, director de curso, coordenador de
curso, acompanhante da PAP,... etc.
No âmbito da formação contínua, e para além de acções de formação propostas pela escola ou por entidades
exteriores, os professores devem desencadear todo o percurso de auto-formação, ou seja, estudar, preparar,
teorizar a acção educativa e reflectir sobre ela, trabalhando na preparação, na acção, na reflexão e na avaliação.
Os professores, deverão ter uma disponibilidade compatível com as necessidades do projecto educativo que
contemplará a possibilidade de encontros para o trabalho reflexivo em grupo e a elaboração de material
didáctico. Uma vez que os professores são admitidos por convite e não por concurso público, a aceitação do
lugar envolve o compromisso de uma nova maneira de viver a escola, numa permanência mais por dias, por
manhãs ou tardes, do que por horas intercalares, implicando novos direitos e deveres na contratação dos
docentes.
Tempos e Espaços
Muito se tem reflectido e vivido, entre desejos e possibilidades reais. Residualmente fica-nos o esboço de uma
organização de tempos, coerente com o nosso sistema modular. Horários flexíveis, que sirvam as necessidades
ditadas pelo projecto educativo assumido pela escola e consequentemente pelos professores e alunos envolvidos
e de acordo com as metodologias utilizadas, com os projectos planeados, e as actividades desenvolvidas. Não há
modelos únicos a reproduzir. Há situações presenciais, com forte interferência do professor, situações de
projecto, de apoio pedagógico (apoio pontual a alunos com problemas particulares ou a alunos com interesses
específicos) e situações em contexto real de trabalho (aproximação à vida profissional). Os horários dependem
37
do modo como se processa o percurso de formação, trabalho disciplinar ou interdisciplinar, por temas-problema,
etc. Cada situação de ensino-prendizagem tem um lugar e um tempo próprios e a auto gerir pelos alunos e
professores em função dos objectivos traçados, das conveniências e características da aprendizagem de cada
aluno.
Os horários devem contemplar tempos flexíveis, reformuláveis ao longo do ano, dada a margem de
imprevisibilidade de necessidades, e tempos fixos negociados previamente. Se os tempos são organizados em
função do sucesso da aprendizagem tem que se verificar um equilíbrio entre os momentos de exposição orai feita
pelo professor e tempos de pesquisa dentro e fora da escola, de trabalho individuai autónomo ou com apoio e de
trabalho em grupo, feito pelos alunos.
Em termos pedagógicos o tempo anual previsto no piano de estudos compreende tempos de formação dentro da
escola com a presença do professor ou professores e tempos de trabalho fora da escola incluindo a formação em
contexto de trabalho real.
A barreira ano neste sistema fica diluída uma vez que se actua ao ritmo dos alunos. Mas toda esta
problemática se liga à configuração dos espaços. Os espaços específicos mesmo que arquitectonicamente sejam
adequados ao novo "modelo" de escola, são recriados em função de novas necessidades. Digamos que há
espaços predestinados, vocacionados para esta ou aquela actividade, (consulta bibliográfica, organização de
dados colhidos, elaboração de sínteses e relatórios, visualização de material áudio e vídeo, trabalho laboratorial e
oficinal), e espaços permanentemente enriquecidos de utensílios de trabalho, materiais didácticos diversificados,
organizados por equipas de professores ou outros adquiridos pela escola.
A sala de aula onde tradicionalmente os alunos permanecem todo o tempo e os professores rodam consoante as
disciplinas que ministram, dá lugar a uma outra configuração, ou seja, passa a haver vários espaços-recurso
específicos de permanência rotativa dos alunos quer individualmente quer em grupo, — os alunos ora estão num,
ora estão noutro, consoante as necessidades, as actividades e as opções. A permanência dos alunos na escola é
por manhãs ou tardes de trabalho interactivo ou individual, apoiados por professores sempre presentes. Poderá
contudo haver uma sala de aula como espaço de referência e ponto de encontro do grupo/turma ou grupo
"família" iniciais. Neste espaço os professores apresentam os módulos, clarificam objectivos, estimulam a
memória sobre os saberes prévios necessários à entrada de cada módulo, oferecem os materiais e meios para a
realização das actividades, planificam com os alunos, distribuem guiões de aprendizagem, questionam os
resultados, propõem novas actividades e tarefas, esclarecem, programam, projectam, etc...
O espaço envolvente exterior é um mundo a descobrir. A escola abre-se, rompe os muros e interage com outros
espaços reais. Não há lugares sacralizados para aprender, tanto se aprende em sala como no terreno, a ler um
livro como a realizar uma tarefa, a ver um filme ou a discutir sobre um tema; tanto se aprende na fábrica como
na rua, na oficina como no museu, no campo, como dentro da escola, na sala de aula....As situações de
simulação da realidade dentro da escola intercalam com situações em contexto real de trabalho, fora da escola.
Todos estes momentos são integrados nos tempos formais para as aprendizagens. Nos contactos com o meio
aprende-se a ser profissional e absorvem-se as mudanças constantes que se vão operando. A escola, ao aceitá-las
como desafios, actualizasse e renova-se quebrando a indesejável tendência para resistir à mudança.
Alunos, professores, especialistas (profissionais no activo que vão participar na escola) e outros actores sociais,
38
vivem os espaços e os tempos de harmonia com as situações educativas. Numa concepção ainda mais ampla de
escola, os alunos vão ter a possibilidade de realizar módulos, sobre temas-problema universalistas, noutras
escolas nacionais ou estrangeiras. Também os estágios em contexto real de trabalho e as provas de aptidão
profissional (primeira entrada na vida profissional) realizados em empresas, ou diversas instituições e
comunidades, fortalecem a concepção de escola aberta.
Toda a reflexão feita até aqui nos leva à conclusão de que as escolas profissionais têm que ter uma identidade,
uma proposta pedagógica que sirva de base para o desenrolar do trabalho e que sirva também de referencial para
a sua avaliação, tão pertinente em termos de eficácia. As escolas partem da construção de um Projecto Educativo
variável de escola para escola e reformulável em si mesmo.
Cada escola vai encontrar, no exercício da responsabilidade pedagógica e no espaço da autonomia que lhe cabe, o
seu próprio caminho, canalizando de forma articulada todas as competências e energias dos seus actores, todas os
recursos ao seu alcance. A escola terá que assentar numa estrutura participativa, numa gestão intuitiva ligada à
reso¬lução de problemas, envolvendo práticas educativas transdiscíplinares e comunitárias. Com um projecto
educativo próprio, a escola assumirá responsavelmente o controlo do seu futuro que depende muito mais da
consciência profissional, da competência e entrega dos que vivem o seu quotidiano, do que das medidas oficiais e
de normativos provenientes dos organismos centrals. As pessoas são mais relevantes do que os sistemas.
Qualquer trabalho, qualquer questão a tratar, qualquer produção a realizar, pode ser matéria para um projecto,
precisamente porque está por fazer. Projecto é planificação flexível, é antecipação, é previsão, mas acima de tudo
é empenhamento da pessoa ou pessoas, que nele participam. Trabalhar por projectos é uma actividade dinâmica e
criativa, se houver uma margem de coincidência entre o projecto de produção e o projecto de si — eu sou aquilo
que faço — então o projecto leva a um investimento tanto maior quanto mais cada um se afirmar ao realizá-lo.
Quando o projecto educativo da escola, envolve projecto pessoal, na relação com os outros, com o meio, cada um
reconhece os outros e é reconhecido por eles, daí se atribuir ao Projecto uma Função Social.
O projecto educativo vai desencadear a realização de projectos parcelares no percurso de formação e essa
prática oferece oportunidades para o desenvolvimento de atitudes de nego¬ciação e cooperação, de
responsabilidade individual e de grupo. A intenção é formar pessoas capazes de tomar em mãos o seu destino e
não pessoas submissas e dependentes — formação para o desenvolvimento. Daí a Função Política do Projecto
que também evidencia uma Função Económica na medida em que a fase de planificação atende à rendibilização
dos recursos materiais e humanos e às limitações de tempo, produzíndo-se colectivamente e de forma reflexiva.
Trabalhando por projectos a escola passa a aceitar o sonho, o desejo, a curiosidade, os senti¬mentos e emoções,
as experiências pessoais... e como tal produz motivação, dá sentido às acções e actua ao nível da consciência
social e profissional, daí a sua Função "Terapêutica". Também porque as diversas fases do projecto revelam
39
necessidades de pesquisar, produzir conhecimentos, envolver conteúdos disciplinares e pluridisciplinares,
resolver problemas e de uma avaliação contínua, tem, por isso uma Função Pedagógica.
O projecto educativo da escola renova-se ano a ano pela entrada de novos dados, pelas questões e pontos críticos
avaliados no ano anterior e pelas necessidades que induzem novas propostas. Um projecto que se apresente
apenas por um documento escrito, com objectivos, recursos, actividades e calendarizações, independentemente
dos processos que conduzem à sua realização, tem com certeza pouco impacto na vida da escola.
É fundamental uma participação e negociação entre todos os intervenientes para se estabelecer um
"compromisso" sobre os princípios subjacentes à política da escola. Não basta que se elabore o plano do projecto
e se afixe na sala dos professores, o essencial é que haja repartição de tarefas e poderes, negociações, consensos e
intervenções.
Pelo projecto a escola torna-se modular, flexível, centra-se nos alunos, como produtores de saberes integrados na
rede social e pratica o cooperativismo. Pelo desenvolvimento do projecto educativo, expressão da vida de cada
escola, confirma-se a autonomia e define-se a acção educativa. O projecto é o factor mais relevante da vida
organizativa de uma escola profissional pela cumplicidade que cria em todos os intervenientes locais e pela
exigência de atitudes construtivas e reflexivas.
Na génese do projecto educativo de cada escola colocam-se questões relevantes para serem trabalhadas peio
corpo docente, mas no desenvolvimento há três fases fundamentais: análise da realidade, planificação/
intervenção e avaliação.
Análise da realidade
Avaliação
A avaliação dos projectos educativos da escola é um trabalho relevante que permite a retroacção e clarificação
dos pontos críticos do percurso, para os superar. E fundamenta] prever momentos para a formulação de perguntas
através de indicadores e instrumentos diversificados para a recolha de informação. Cada situação vai exigir o uso
de instrumentos e métodos muito diferentes — observação directa, entrevista, questionário, grupo de discussão,
etc... e o tratamento desses dados vai evidenciar os aspectos positivos e negativos do projecto.
Todo este trabalho de análise, planificação e avaliação deve ser colectivo e desencadeado em tempos previstos
para cada fim.
41
Dinâmica de Renovação Pedagógica
Ninguém põe em dúvida que os professores mais inovadores já elaboraram materiais de apoio às unidades
didácticas e já concretizaram projectos educativos com êxito mesmo no ensino formal. Mas o que neste momento
se pretende no âmbito da Estrutura Modular nas Escolas Profissionais, é partir dessas experiências pontuais para
uma generalização, tornando-as acessíveis a todos os professores. Para além da construção e divulgação de outros
materiais realizados por equipas de especialistas contratados para esse fim, muito se conta com a capacidade das
escolas realizarem o seu próprio material de apoio. É verdade que os professores, regra geral, não são chamados a
participar nas propostas de alteração dos sistemas, o .que os torna passivos no seu papel de meros executores de
ordens administrativas. As propostas didácticas são normalmente reproduzidas e a sua origem está muitas vezes
nos autores de programas e de livros adoptados (principais mediadores do currículo) o que pode
descontextualizar todo trabalho a desenvolver por cada escola. Mas no sistema modular das Escolas Profissionais
deve-se contar, desde o início, com a participação dos professores empenhados neste projecto, uma vez que o
modelo curricular é aberto e flexível possibilitando uma dinâmica de recriação contínua. Caberá aos professores
de cada escola, em equipa, apoiados por especialistas, estabelecerem as sequencialidades e os ajustes que
considerarem mais adequados ao perfil profissional respectivo. Isto não significa que cada um possa tomar
decisões isoladamente e com critérios individualistas, pretende-se que cada actor ou grupo, faça a gestão do papel
que lhe couber, de maneira criativa e responsável em conformidade com os objectivos e planos consignados no
projecto educativo da escola, que ajudou a construir ou que aceitou.
Surgirão dificuldades e barreiras, mas é a caminhar que se descobre o caminho. Para criar entusiasmo e
desenvolver capacidades didácticas é fundamental que as escolas ofereçam:
• condições mínimas de trabalho;
• um ambiente comunicativo e integrador;
• informações atempadamente;
• oportunidades para que os professores coloquem os seus problemas e sejam apoiados na sua resolução;
• condições para que as suas iniciativas e propostas inovadoras sejam discutidas e apoiadas;
• espaços e tempos de convívio, de lazer e de animação Sociocomunitária;
• momentos de acção formativa para além da autoformação;
• possibilidades de troca e divulgação de experiências a nível local, nacional e transnacional.
Gestão Organizacional
Para que a gestão organizacional seja coerente com o projecto é fundamental que as escolas disponham de uma
estrutura flexível que se adapte à diversidade de actividades a desenvolver, desde as tarefas do sector
administrativo, àquelas que envolvam um trabalho em equipa e de relação com o meio exterior, nomeadamente
do mundo de trabalho. De um modo geral, as Escolas Profissionais são pequenas e possibilitam um tipo de
gestão participada que vai ao encontro do desenho organizacional proposto. Será por este tipo de gestão que se
viabiliza o Projecto Educativo das Escolas Profissionais. A importância atribuída e a atenção dada a toda a
comunidade educativa no processo de gestão da escola, pressupõe o controlo contínuo dos percursos dos
42
educandos e dos resultados educativos; é para a qualidade das aprendizagens e do ensino que nos queremos
encaminhar.
43
b) conhecimento profundo/participação no Projecto Educativo da Escola Profissional;
c) abertura às problemáticas socioeconómica e do mundo do trabalho quer ao nível local, quer regional e
nacional, quer mundial;
d) inserção na realidade local, nomeadamente no contexto de trabalho;
e) adequação às modalidades específicas do ensino-aprendizagem nas Escolas Profissionais e especialmente: a
uma conceptualização dos saberes mais integradora e às práticas da inter/transdisciplinaridade; ao
desenvolvimento curricular modular; à gestão modular dos programas e respectiva gestão das actividades do
ensino-aprendizagem; ao sistema de avaliação modular; às práticas decorrentes da autonomia pedagógica da
Escola Profis¬sional; à necessidade de produção de recursos/suportes didácticos próprios...
Trata-se pois de competências fundamentais para a definição funcional do perfil profissional do professor de
uma EP.
Sugestão para uma 1ª fase de um percurso formativo conducente às
competências genéricas do professor/formador da EP:
-Integrar-se no projecto educativo da EP o que implica:
9 identificar a vocação predominantemente local da EP;
9 aprofundar saberes relacionados com essa realidade local;
9 integrar-se no modelo curricular e de gestão autonómica da EP.
-Identificar:
9 necessidades;
9 recursos;
9 limitações;
9 prioridades da formação de professores da EP.
-Elaborar, em equipa, um plano de formação de professores/formadores da EP a
integrar no respectivo plano de actividades e a implementar ao nível da escola
ou de redes de associação de Escolas (Centros de Formação).
A um segundo nível poder-se-á afirmar que a equipa dos professores de cada Curso/da Escola Profissional,
constituída como equipa docente, deverá manifestar-se:
9 coesa;
9 participativa;
9 interactiva;
9 aberta a uma formação integrada, interdicispíinar;
9 interveniente;
9 participante no meio, nomeadamente no mundo do trabalho;
9 (...)
o que induzirá à Formação dos Professores Centrada na Escola Profissional (FPCEP).
A Formação de Professores Centrada na Escola Profissional decorre do projecto de
formação elaborado pela equipa de professores e insere-se no plano de actividades e,
consequentemente, no Projecto Educativo da EP.
Finalmente a um terceiro nível, a direcção pedagógica da EP, nos domínio da gestão e da animação da
formação, deverá assumir um papei fulcral do qual decorrerá um mais adequado desempenho dos professores e
também dos outros actores deste processo educativo.
44
É do director pedagógico que, em grande medida, depende a capacidade de dinamização do corpo docente. Um
director pedagógico (DP) empenhado, aberto às problemáticas dos jovens, da comunidade, do mundo do
trabalho, interessado pelos problemas da educação, pela inovação pedagógica, constitui hoje em dia um do
pontos-chave da escola de sucesso, da escola em que o processo de envolvimento permite a acção conjunta, em
que a comunicação e a interacção entre os seus diferentes actores tornam possível uma acção comum.
Estes três níveis que acabámos de referir são interactivos e será na sua convergência que se desenvolverá um
perfil profissional do professor/formador da EP.
A Estrutura Modular das EP's ao propor, como vimos, uma nova forma de conceber, gerir e realizar o
desenvolvimento curricular, novas estratégias de ensino-aprendizagem, novos papéis dos alunos, dos
professores, da escola e da comunidade, novos e outros recursos de aprendizagem e ainda novas maneiras de
produzir e utilizar tais recursos, pressupõe uma formação de professores que parte das práticas e dos
processos, sistemática, contínua, acessível a todos, adequada ao ''real" de cada um/de cada equipa docente,
inserida à escala local, de acordo com uma perspectiva de formação construtivista — Formação de Professores
Centrada na Escola Profissional.
A formação de professores centrada na escola constitui, hoje em dia, uma tendência generalizada no domínio da
formação contínua dos professores (Blackburn - Moisan,1989) e oferece, entre outras, a grande vantagem de
facilitar a formação centrada nas práticas e nos processos; dado o seu cariz construtivista, pode potenciar mais
rapidamente a melhoria da qualidade da acção docente/discente.
Modalidades da FPCEP
A FPCEP pode assumir modalidades muito diversificadas como cursos ou acções presenciais, seminários,
reuniões-encontro de preparação em comum de materiais para o ensino-apren-dizagem, para troca de
experiências, para planificação, etc, visitas a outras escolas ou instituições e empresas, participação em projectos
de investigação-acção, observação recíproca, (...)
46
3 - Produção de materiais de formação, consulta e apoio ao ensino-aprendizagem, para serem utilizados por
alunos e professores.
4 - Autoformação, individual ou em equipa, a partir de suportes documentais.
A formação presencial pode ser organizada pelas Escolas Profissionais, por instituições do Ensino Superior ou
outras que, sendo acreditadas, poderão conferir aos formandos créditos correspondentes à formação realizada.
As acções presenciais destinam-se a:
• melhorar a qualidade dos desempenhos docentes;
• criar condições objectivas e subjectivas de interactividade dos diferentes actores, tudo isto
numa dinâmica em que a prática de atitudes inovadoras, o debate de projectos e a sua
avaliação se realizam em momentos específicos de tempo e de relação directa formador-formando.
Os projectos de investigação-acção podem apoiar quer a autoformação dos professores para as práticas da
aula, quer os projectos da Escola ou da relação Escola-Comunidade e, dada a sua característica de realização
em contexto, podem desencadear práticas mais experienciais e inovadoras e simultaneamente fundamentadas.
47
3. Produção de materiais de formação e apoio ao ensino-aprendizagem
Estas actividades, realizadas individualmente ou em equipa a partir de suportes documentais (textos escritos,
diapositivos, videocassetes, CD-ROM, CD-I,...), constituem a forma hoje em dia mais acessível de potenciar a
FPCEP. Com estes materiais podem as escolas desenvolver interessantes estratégias de formação de carácter
sistemático.
Existe já uma vasta documentação produzida pelo GETAP para o projecto das EP's. Veja-se sobre este
assunto o Anexo 3.
No reduzido tempo de existência das Escolas Profissionais —- três anos, no máximo — as dilacções
resultantes do contacto no terreno com os professores destas escolas, dos estudos desenvolvidos, da avaliação
sistemática do projecto das EP's, dos debates com especialistas das Ciências da Educação, das dinâmicas de
intervenção do GETAP nomeadamente do NACEM, entre outros, têm demonstrado existir desde já um
processo de desenvolvimento de uma identidade profissional docente específica deste segmento do sistema
de ensino.
Para este "sentir profissional" ainda em construção, naturalmente concorrem factores como:
• o novo contexto organizacional destas escolas cuja realidade é assumida e partilhada por todos os
intervenientes;
• a sua filosofia educativa própria que parte de uma autonomia pedagógica, administrativa e financeira e que se
concretiza através de projectos educativos claramente definidos e partilhados por todos os actores;
• o estabelecimento de perfis de entrada e as condições de recrutamento e de contratação personalizadas;
• o maior empenhamento e o mais rápido envolvimento dos professores nos projectos e uma maior
interactividade nas equipas docentes;
• a "expectativa" de vir a constituir-se um corpo profissional docente autónomo do ensino
profissional/tecnológico.
48
Relativamente à problemática da formação inicial dos professores do ensino profissional verifica-se que, em
Portugal, ainda não existe um quadro legal e normativo que possibilite a qualificação profissional destes
professores e capaz de lhes dar acesso a uma carreira profissional específica. Ora isso exige perfis de
formação inicial adequados e claramente definidos. Para o desenvolvimento do projecto educativo das EP's, esta
não qualificação profissional específica é considerada um ponto crítico, factor de bloqueio. Entretanto, na
ausência de profissionalização, as EP's têm criado, elas próprias, critérios de recrutamento do seu pessoal
docente. Veja-se, por exemplo, o anúncio seguinte que documenta um modo do como se vem construindo a
"identidade docente" das EP's:
Admissão de docentes
A Escola Profissional de (...) admite professores em full-time, em regime de
requisição ou outro de acordo com as condições particulares dos interessados,
para os seguintes grupos e disciplinas:
(...)
Condições de Admissão:
- Habilitação própria.
- Identificação com a região.
- Boa capacidade de trabalho e empenhamento.
- Identificação com métodos de ensino inovadores e criativos.
- Personalidade aberta à mudança.
Oferecemos:
- Vencimento acima da média.
- Boas condições de trabalho (turmas pequenas, equipamentos adequados, etc.j.
- Integração em equipa coesa e fortemente motivada.
As candidaturas devem ser enviadas com carta de apresentação e curriculum vitae, manuscritos, até
ao dia 31 do corrente mês, para. (...)
(Anúncio do jornal Público/lulho/92)
O recrutamento personalizado tem sido, até ao presente o ponto de partida do funcionamento docente nas
EP's.
À guisa de conclusão, todo o modelo das Escolas Profissionais aponta para que seus professores desenvolvam
competências docentes em campos muito mais abertos do que os tradicionalmente considerados, como sejam
os que a seguir se citam:
49
• profissionais de educação;
• mediadores do currículo/construtores de projectos curriculares;
• gestores do currículo integrado;
• gestores de estratégias do processo ensino-aprendizagem;
• criadores de alternativas de aprendizagem adequadas a uma diversidade de dinâmicas;
• facilitadores de comunicação/animadores das actividades;
• construtores de ambientes de aprendizagem;
• produtores/utilizadores de materiais de ensino-aprendizagem;
• investigadores práticos, reflexivos, críticos e criativos;
• agentes de tomada de decisões e resolução de problemas, na acção;
(…)
50
51
TESTEMUNHOS DAS ESCOLAS
Conscientes das dificuldades vividas pelas escolas no processo de implementação da Estrutura Modular, mas continuando a
promover espaços diversificados de encontro de ideias e de práticas, integramos nesta publicação, alguns Testemunhos de
Escolas Profissionais relativamente a tentativas de concretização da E. M.
Por certo a amostra não será significativa, nem tão pouco paradigmática, mas com ela apenas se pretende motivar uma
reflexão crítica sobre o «como» e sobretudo marcar o início de futuras publicações centradas em relatos mais detalhados e
completos de vivências nas EP's, no contexto da E. M.
Deseja-se que as escolas se organizem internamente, cruzem experiências, tomando iniciativas de modo a responder
significativamente ao apelo que aqui é lançado. O texto que se segue, formalmente apresentado sob a forma Da Intenção...
A Concretização, '" por certo levantará interpretações e reflexões que poderão ser discutidas pelos professores na escola,
em trabalho de grupo, tornando-se ponto de partida para outras experiências.
52
GESTÃO PEDAGÓGICA DOS ESPAÇOS E DOS TEMPOS
DA INTENÇÃO...
(...) Cada situação de ensino-aprendizagem tem um lugar e um tempo próprios e a autogerir pelos alunos e professores (...)
(...) Devem ser criadas condições pedagógicas e organizacionais que permitam (...) adequar os tempos e os espaços à
natureza das actividades de aprendizagem (...)
Não há modelos únicos a reproduzir (...)
(...) Os horários dependem do modo como se processa o percurso de formação, o trabalho disciplinar ou interdisciplinar, por
temas-problema, etc. (...) devem contemplar tempos flexíveis, reformuláveis, dada a margem de imprevisibilidade de
necessidades, e tempos fixos, negociados previamente (...)
A sala de aula, onde tradicionalmente os alunos permanecem todo o tempo e os professores rodam consoante as disciplinas
que ministram, dá lugar a uma outra configuração, ou seja, passa a haver vários espaços-recurso específicos de
permanência rotativa dos alunos quer individualmente quer em grupo — os alunos ora estão num, ora estão noutro,
consoante as necessidades, as actividades e as opções (...)
O espaço envolvente exterior é um mundo a descobrir. A escola abre-se, rompe os muros e interage com outros espaços
reais (...)
53
... À CONCRETIZAÇÃO
«
(…)a criação de um Gabinete de Promoção e Animação tem-
nos permitido c r i a r dinâmicas de envolvimento v i r a d a s para o
exterior da nossa escola (…)
(…) relativamente à disciplina de Higiene e Segurança no Trabalho e
dentro do horário flexível, os alunos puderam aprender em espaços
exteriores à escola Nomeadamente no Centro Tecnológico de
Calçado de S. João da >madeira, no Centro de Formação
Profissional de S. João da Madeira, na Fábrica de Montagem de
Automóveis Renault em Aveiro (…)
Escola Profissional de Felgueiras, 1992
54
RECURSOS DE APRENDIZAGEM
DA INTENÇÃO...
(...) Devem ser criadas condições pedagógicas e organizacionais que possibilitem: (...) Dispor de materiais didácticos, em
quantidade e de qualidade, que permitam rendibilizar as actividades; (...)
(...) Cada aluno ou grupo de alunos deve dispor de materiais diversificados, oportunidades e modos diferentes de assimilar o
programa. Deste modo as competências do aluno serão reforçadas e melhoradas, aumentando o seu ritmo de aprendizagem
porque passa a dispor permanentemente de indicadores de sucesso, automotivando-se para a máxima solicitação das suas
possibilidades, avançando de êxito em êxito. Não se trata de fazer com que alunos mais lentos "apanhem" os mais
"avançados", mas sim que tentem reduzir as dificuldades de percurso ao longo do processo de aprendizagem. (...)
Para além da construção e divulgação de outros materiais realizados por equipas de especialistas contratados para esse
fim, muito se conta com a capacidade das escolas realizarem o seu próprio material de apoio (...)
55
... À CONCRETIZAÇÃO
(...) Solicitámos a colaboração das Embaixadas e Organismos Nacionais ligadas à Cultura e ao Património (...)»
EPRAL - Estremoz, 1992
«(...) A escola instalou-se num edifício de propriedade municipal, a antiga casa dos Magistrados, que tinha servido para
múltiplas funções de âmbito comunitário local. Durante a adaptação do edifício a escola, tivemos a agradável surpresa de
encontrar um significativo conjunto de publicações periódicas nacionais e estrangeiras dos anos 30, 40 e 50. Perante este
acervo e a chegada contínua de monografias, ocorreu-nos a ideia de entregar o respectivo tratamento documenta! aos
alunos, como componente prática e integrativa do processo de ensino-aprendizagem do curso Biblioteca Arquivo e
Documentação (B.A.D.) (...)»
«(...) Se levantar levemente os olhos, e observar o fatal lugar comum e contemporâneo, vê que a televisão sustenta e
equaciona esse túnel que se rasga entre nós e o imaginário — o distante vulto de diferentes culturas tangíveis, e o
permanente desafio a uma criatividade consciente.
56
Não será esta envolvência uma conjugação de eleição para
provocar um sistema para o ensino-aprendizagem? (...)
Cada programa tem a duração de uma hora, tempo onde se encabem diferentes momentos
temáticos, seja um magazine televisual de sensibilidades plurais e com abrangência às múltiplas
especificidades disciplinares (a matéria que será substância do programa a emitir é recolhida numa actividade continuada mormente pela disciplina de
Comunidade c intervenção Social (CIS), e nos suportes de trabalho sob alçada da disciplina de Estagio. Certo é, que o produto dos macromódulos que envolvem inter-
acção e contemporaneidade com as acções de CIS e Estágio enquadram oportunamente e com legitimidade este quadro).
(...) Este suporte surge para muitos como primeiro promotor de consciência dos formandos para uma dinâmica real da
programação (...)»
Escola Profissional Montemor-o-Velho, 1992
«(...) São recursos da EPRAL todos os meios, materiais e humanos, postos à disposição pela comunidade e passíveis de
utilização pela escola na implementação da acção socio-educativa.
Os recursos humanos da EPRAL são, em primeira análise, toda a comunidade escolar: formandos, formadores, estrutura
administrativa, bem como aqueles que no decurso do processo educativo contribuam, ainda que de forma pontual ou não
permanente, para o sucesso do mesmo, por sua iniciativa ou solicitação da comunidade escolar. Os recursos materiais
são todos os materiais e equipamentos utilizáveis pela comunidade escolar. Será de evidenciar os equipamentos
laboratoriais que promovem a inovação tecnológica em cada uma das áreas de formação, cuja aquisição e
disponibilidade merecerá especial atenção da Direcção da escola, pela especificidade que enforma o ensino profissional.
(...)
(...) A Escola tenderá, contudo, a desenvolver em toda a comunidade humana que a vive a capacidade e a necessidade
de procurar e elaborar com criatividade novos materiais ou fontes de materiais.
57
Considerando as características de inovação tecnológica, capacidade de utilização e valor/ custo que caracterizam a
generalidade de equipamentos já adquiridos e a adquirir pela EPRAL e considerando, ainda, a existência de equipamentos
interessantes ao desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem desta escola noutras instituições, nomeadamente,
Universidades, Escolas Secundárias, Centros de Formação... será preocupação desta escola e da sua Direcção procurar o
estabelecimento de protocolos que fomentem o intercâmbio da utilização dos mesmos, promovendo a rendibilização da
capacidade laboratorial existente, numa óptica regional (...)»
EPRAL-Évora, 1992
58
NOVOS PAPÉIS PARA OS ACTORES EDUCATIVOS
DA INTENÇÃO...
(...) Cabendo a cada Escola Profissional a organização do seu próprio projecto educativo e correspondente processo de
ensino-aprendizagem, tendo em conta a caracterização da região em que está inserida, isto é, o contexto, os recursos e as
limitações, há todo um trabalho a desenvolver, numa dinâmica que mantém a escola sempre viva. Neste movimento, todos
os actores envolvidos compreendem o seu papel parcelar na totalidade do projecto porque participam nele. É neste
desdobrar de etapas, de reflexões e de acções concertadas, que se vão concretizando os objectivos traçados e redefinindo
outros.(...)
A escola é: alunos, professores, pais e comunidade envolvente nas redes de interacção que estabelecem. (...)
A escola é: alunos, professores, pais e comunidade envolvente nas redes de interacção e estabelecem. A Escola Profissional
introduziu outros actores educativos com papéis relevantes e complementares ao do professor nomeadamente, os
animadores do processo ensino-aprendizagem, da socialização comportamental, do acompanhamento personalizado, etc.
Cada escola adoptou, conforme o seu critério, o director de turma, o coordenador de curso, o tutor, o conselheiro de
orientação educativa e profissional, o animador de grupo de projecto, o psicólogo, etc. (...)
59
A CONCRETIZAÇÃO
«(...) considerou-se como tarefa essencial recriar os papéis tradicionais de discente e docente e ainda
criar novos papéis que reforçassem e
completassem a nova realidade do ensino
profissional: o orientador educativo e o
responsável de curso. Esta tarefa, iniciada no fim
do 1º ano do projecto EPRAL, resultou da
consciencialização, pelos diferentes actores — -
formandos, formadores, director pedale que a
construção da nova relação pedagógica e a
ligação permanente ao mundo do trabalho
necessitavam de um suporte mais permanente e
interveniente em todo o processo que vinha sendo
vivido na EPRAL.,
Portadores da "cultura escolar tradicional", desde logo foi consciencializada a necessidade de uma
mudança radical ao nível dos papéis de formando e formador, pelo que se procuraram novos
comportamentos, novas atitudes que os corporizassem. E uma tarefa que, em conjunto, vem sendo
aprofundada. A praxis diária é, pontualmente, objecto de reflexão conjunta, é matéria de
pesquisa e de sistematização. Ao longo das múltiplas sessões de trabalho em que formadores,
formandos e direcção pedagógica vivem esta questão, tem sido salutar a generosidade com que todos
questionam e se questionam.
60
É neste contexto de construção e reconstrução constante da relação pedagógica que surgem as figuras do
orientador educativo e do responsável de curso. Também estes, que vêm completar o círculo deste novo
processo, assumiram o seu papel numa lógica de construção a partir da necessidade base que levou à sua
emergência. Convirá referir que o entendimento por nós partilhado de círculo não é o de um círculo fechado
em que as relações se esgotam, antes o de um círculo aberto, com múltiplos "interfaces" com o meio. Cada
um dos actores assume, não em exclusividade mas preferencialmente, a ligação a diferentes segmentos
desse mesmo meio: Orientador Educativo/Agregado Familiar, Responsável de Curso/Mundo do Trabalho-
Empresas do Sector... Esta relação com o meio, mais ou menos estruturada, mais ou menos formal, é
entendida como um processo de intercâmbio constante e permanente.
O processo iniciado, fruto da necessidade por todos sentida de se criar um novo modelo de relações no
âmbito da concretização da estrutura modular, foi, continua a ser, uma aposta conjunta, uma pesquisa
conjunta, uma construção conjunta.
Não quer isto dizer que, ao longo destes meses, não tenha havido alguns sobressaltos. Houve momentos de
maior ou menor desânimo. É, por vezes, em situações mais críticas, fácil reivindicar o "status quo" tradicional.
Assumir, pelo formando, uma postura activa de negociação e da consequente responsabilização, verso
a passividade tradicional, foi objecto de alguns desalentos, quer por parte dos orientadores
educativos, quer por parte de alguns formadores e mesmo da Direcção Pedagógica. Também os
formadores, alguns dos quais em situação de acumulação, dividindo a sua actividade entre a
EPRAL e a Escola formal, "não resistiram", pontualmente, à tentação de "muscular" a sua acção.
Gratificante foi, contudo, verificar que o espírito de constante e mútua aferição de comportamentos
e atitudes permitiu ultrapassar essas situações pontuais.
61
A concretização das primeiras PAP's, já no próximo ano lectivo, obriga ao aprofundamento dos
novos papéis e mais justifica as opções entretanto tomadas:
b) O formador vem assumindo uma nova postura em que a abertura e disponibilidade? São
indispensáveis, face a um processo de gestão partilhada em que o formando é
conhecedor/actor e não só destinatário/espectador. Para este processo contribui o formador
pela entrega, no primeiro momento do módulo, a cada um dos formandos, de um Guião
completo do módulo, do qual constam:
• Pré-requisitos
• Objectivos
• Conteúdos
• Documentos de Informação/materiais
• Actividades propostas (passíveis de negociação)
• Fichas de auto-controlo
• Avaliação (passíveis de negociação)
Estas informações são dadas aos formandos os quais, após negociação dos aspectos
negociáveis i n d i v i d u a l m e n t e ou em grupo (actividades, formas de avaliação e seus
prazos...), são transcritas num documento individual próprio que constitui como que um contrato
formando/formador.
62
O empenhamento que é exigido ao formador foi de molde a aconselhar a procura de formadores
que possam dedicar-se exclusivamente à escola Profissional. Na impossibilidade de um quadro de
formadores a tempo inteiro, caminhámos para a constituição de um "núcleo duro", reforçado à medida que o
número de turmas e consequentemente o número de
horas/formação vão aumentando. No próximo ano lectivo
(1992/93) no pólo de Évora é previsível que a dedicação
exclusiva se verifique em mais de 70% dos casos.
63
d) O responsável de curso, também "instituído" no decurso do presente ano lectivo de 1991/92, pretende
ser o "interface" permanente Escola/Mundo do Trabalho. É convidado de entre as figuras que, na
região, sejam de reconhecida competência técnica na área de cada um dos cursos e possuam fácil
relacionamento com o mundo empresarial do sector. É, preferencialmente, alguém exterior à escola
que, com a dedicação de 10h/mês, em média, e, através de contactos com os formandos e
formadores, ajuíza da qualidade técnica da formação, da sua adequação às necessidades do meio,
cria condições para a organização de visitas de trabalho, de momentos de formação em contexto de
trabalho, bem como dos estágios. Pelo perfil pretende-se que proceda à divulgação da formação, sua
qualidade e adequação às necessidades locais e regionais, junto do empresariado e da comunidade
em geral.
Também o responsável de curso tem um papel que vimos construindo em conjunto, existindo já na
generalidade dos cursos ministrados na EPRAL. O seu desempenho tem sido dentro dos parâmetros
antes enunciados, mas muito marcado pelo cunho pessoal que a independência do papel permite.
Como dissemos, desde o início, este tem sido um processo cuja necessidade todo actores do processo
educativo têm sentido, que a própria Direcção tem fomentado, mas é |: um processo em construção e
permanente reconstrução, é uma das vertentes da investigação/acção que caracteriza a implementação da
Estrutura Modular. É uma tarefa difícil,» geradora de momentos de desânimos, os quais têm sido facilmente
ultrapassáveis pela riqueza e intensidade da relação humana que caracteriza a vivência neste novo espaço/
escola. Este é mesmo o traço positivo reconhecido em primeiro lugar por todos os intervenientes no processo,
inclusivamente pelos encarregados de educação.
É com este capital — a riqueza da relação humana forjada entre nós — que iremos aprofundando esta
vertente do projecto educativo (...)».
EPRAL - Évora, 19
«(...) O Director Pedagógico é na nossa escola, o órgão singular de gestão da escola nos ?
domínios de orientação e coordenação pedagógica e da formação do pessoal docente e ;' não
docente (...)
64
NOVAS PRÁTICAS DE ACÇÃO PEDAGÓGICA
DA INTENÇÃO...
(...) Num determinado grupo de alunos o professor não pode fazer de conta que todos estão no mesmo
módulo, não deve expor para todos, não deve centrar o ensino no módulo ideal do programa: deve
trabalhar em cada grupo, ouvir, esclarecer dúvidas, fazer breves exposições que se coadunem com os
problemas do módulo em que cada grupo se encontra, fornecer materiais para um trabalho com o máximo
de eficácia e autonomia. (...)
A prática do professor é um desafio permanente que resiste a fórmulas, modelos, soluções externas (...)
(...) A concretização da Estrutura Modular exige uma acção pedagógica articulada com a diversidade das
dinâmicas de aprendizagem e ajustada aos diferentes ritmos de progressão (...)
65
A CONCRETIZAÇÃO
1. O Tratamento Documental
1.2. - Após esta intervenção prioritária, no campo das publicações periódicas, embora o
tratamento documental fosse incompleto, passámos ao tratamento das monografias.
Com efeito constatámos que gradualmente ia aumentando o número de monografias que
chegavam à escola por compra ou oferta. Por sugestão do professor da disciplina, a direcção da
66
Escola mandou fazer carimbo próprio com o nome da instituição e livro de registo para registar
as referidas monografias.
A semelhança do tratamento das monografias, também aqui os alunos foram divididos em
grupos e realizaram as tarefas da cadeia documental após o cumprimento das horas
curriculares. De início as monografias foram carimbadas, nas folhas próprias, registadas
no livro de registo; depois foram catalogadas, indexadas e cotadas à medida que se iam
transmitindo os conteúdos da I.S.B.D. (M) (...)».
2
A apresentação do programa televisual processa-se através de monitores distribuídos nos espaços reservados aos tempos livres,
nas diversas instalações escolares.
A emissão pode ainda ser solicitada em tempos complementares aos programados e contempla os formandos em regime diurno e
pós-laboral.
3
A matéria que será substância do programa a emitir é recolhida numa actividade continuada mormente pela
disciplina de Comunidade c Intervenção Social (CIS), e nos suportes de trabalho sob alçada da disciplina de Estágio.
Certo é, que o produtos dos nucromódulos que envolvem interacção e contemporaneidade com as acções de CIS e
67
A televisão, como uma janela para o mundo, é em si, um território aglutinador das mani-
festações comunitárias da geografia em que se inscreve a escola, mas também um meio
dialogante com as sensibilidades cosmopolitas com saberes de outras culturas, proporcio-
nando um entendimento e dimensionamento universalista da formação. Em suma, a
televisão surge aqui como suporte integrador para o tema integrador da animação
sociocultural que é a comunidade — a televisão como alvo de observação multimodo, como
lugar da escola, sublinhando que os lugares da escola não podem ser uniformes.
6
As matérias recolhidas, consoante a sua morfologia ou os suportes e medias que as sustentam, são integradas no
episódio do Centro de Recursos Audio-Visuais e Bibliográficos.
Consciencializa-se assim a importância de manutenção e gestão de um património
7
Formandos que integram o segundo ano de actividade — turma AA do curso de Animação Sociocultural — ou
de ano anterior portadores de formação acrescida e com permeável enquadramento.
8
Exemplos múltiplos ilustram a acção — dinamização do projecto de reinserção social, para população jovem em
regime de socialização de rua c portadora de comportamentos desviantes — Bairro de Realojamento da Quinta
do Paço/Tavarede, distrito de Figueira da Fo/; animação de Jogos Tradicionais, o Encontro Distrital de Crianças,
cooperando com a União das Instituições de Solidariedade Social —Castelo de Montemor-o-Velho; confecção do
68
(formação de relatórios e portofólios), que o formando adquire licitamente na televisão 9 ,
como media de valorização progressiva e interactiva — uma clareza da linguagem, facilidade
de exposição, diagramação textual, domínio retórico e performativo.
A televisão é então pretexto para o ensaio de um ensino diferenciado, e com múltiplos
processos de aprendizagem, é um suporte prototípico de situações experimentais 10 vulneráveis
à necessidade de adequar os ritmos da aprendizagem às características e capacidades dos
diversos utentes, seja, proporcionar que os formandos portadores de conhecimentos básicos
diferentes, sigam percursos diversificados mas autênticos, atingindo em suma, qualificações
semelhantes certificadas com o mesmo valor social nas comunidades dialogantes, e de que a
televisão é meio e denúncia (a televisão, não é porém suporte único, nem se esgota em si
própria, é exemplo de exercício e catarse, é aqui despertador de consciências e solicitador de
métodos).
A efectivação deste modelo abrangedor e criador de situações culturais tangíveis, oferecido
em trabalho animado e sedutor, efectiva-se numa metodologia de trabalho exequível numa
programação por projectos, inscritos numa formação integrada. Trabalhar por projectos,
formula-se de uma forma dinâmica progressiva e organizada, onde o formando é motivado
para sediar-se em determinados contextos, específicos e particulares, onde o formando estuda
os paradigmas da realidade social, do objecto em observação, e arquitecta propostas de
solução às questões encontradas, quer sejam de sensibilidade sociocultural, quer do âmbito
especificamente profissionalizante 11 . Esta atitude processual, em si forma populações de
trabalho dinâmicas e interactivas com contabilizada eficácia, dando vivenciação e contexto
aos recursos e experiências de vida conquistados, como do conhecimento de todos os
intervenientes sociais e sociabilizantes da comunidade alvo.
Para esta formação de saberes, a metodologia aplicada, desenvolve-se em diferentes
formalidades e posturas, sustentada numa estrutura modular de programas 12 , tendo por
função sistematizar a formação profissional.
Um primeiro plenário diagnostica o nível de grupo na temporalidade em que a acção é
colocada como sujeito do desafio. Ele prognostica assim as competências e especificidades
colegiais e arquitecta o projecto de grupo de uma forma envolvente e aglutinadora. Assim,
perante as linhas coordenadoras do projecto desenhado, desenvolve-se a análise do seu
contexto, definindo então o campo de acção, os problemas parcelares contidos, sem perder as
linhas norteadoras e uma consciência global — em resultado, arquitecta-se neste plenário o
suporte para um concurso de ideias, aberto a toda a população formanda que incabe o desafio
para o exercício da situação experimental 13
10
A efectivação do espectáculo audio-visual usando o media televisão estimula múltiplas aplicações de material recolhido ou integrado em
arquivos ou mediatecas como ainda motiva a criação de eventos sociais específicos inéditos— entrevistas, debates, reportagens, documentários,
manifestos educativos, informativos, desportivos ou lúdicos.
11
No âmbito do curso do Animação Sociocultural — disciplinas de Comunidade e Intervenção Social e Estágio e em colaboração com outros
cursos ministrados na Escola, como Técnico de Informação Turística e Desenhador Projectista — desenvolve-se o projecto de sinalização da vila
de Montemor-o-Velho, um trabalho conjugado e sequente à classificação pictogramática das instalações da comunidade escolar; arquitectura e
confecção de umRoteiro/Cuia para a vila de Montemor-o-Velho, no âmbito da animação turístico-lúdica.
12
A implementada estrutura modular, recebe nos entendimentos mais contemporâneos, uma gestão curricular com conjugação dos diferentes
envolventes disciplinares. De uma forma dialogante e contemporânea proporciona-se assim a dinamização demacromódulos onde módulos da
mesma ou de diferentes disciplinai interagemem Seminários comprometidos com temas/problemas específicos.
13
"Os formandos do curso de Animação Sociocultural trabalham por projectos, num espírito de workshop. Sempre que a situação
justifique dinamizam-se plenários que integram os diversos elementos desta comunidade —formandos de diferentes níveis,
69
Dos perfis proporcionados pela análise estrutural do nível grupal, constrói-se o momento . da sua
organização. Este elenco colegial, orienta-se então em células — sub-grupos estruturais e de vocação
própria —, que desenvolvem o organigrama planificador do trabalho em curso, gerem a atribuição de
14
tarefas específicas e papéis a assumir por cada uma das personagens da estrutura colegial
garantindo uma orientação educativa personalizada e o sucesso de cada um enquanto pessoa.
Nesse espírito de organização dinamiza-se uma formulação de competências, diagramando um
trabalho em equipa conforme os vocacionamentos tecnológicos disponibilizados. Porém a fórmula de
organização implementada caracteriza-se por um modelo rotativo de experiências múltiplas, logo
15
habitando diferentes situações laboratoriais , contemplando todos os elementos do arquipélago
activo.
É nesta contemporaneidade que se desenvolve o trabalho para uma catalogação dos recursos
recolhidos, dos meios aplicáveis, como ainda de uma estruturação temporal e da gestão dos
16
tempos .
17 18
Assim, formula-se um escalonamento da actividade em sala e no terreno . A apreensão de
saberes flui assim resultante de um aturado trabalho sobre a recolha de dados conquistados na
geografia alvo (registos audiovisuais, videográficos, entrevistas, monografias), trabalho laboratorial
em que a actividade analítica proporciona o tratamento dos dados colhidos, elaborados agora para a
edição do trabalho em curso; para a mostra — para a emissão do programa televisivo em si.
É nesta apresentação que se publica a produção em resultado do trabalho dos grupos, e que vive a
autoscopia simultânea — objecto de globalização, alvo da análise crítica pelo fruidor e pelo autor de
uma forma contemporânea, conjugada e dialogante — uma avaliação formativa.
Em suma, o programa televisivo editado é o fórum onde se enuncia a exposição das aprendizagens
assimiladas — a consciência de posse de saberes e sua troca.
O suporte é assim proposto pela disciplina de Comunidade e Intervenção Social, espaço para a
acção, que o estágio põe em prática dinamizando situações experimentais. A comunhão destas duas
disciplinas, produz uma cumplicidade permanente em que se dialogam as linhas programáticas
orientadoras, onde CIS sucede como um vestuário topográfico da comunidade — o dramaturgo, e o
Estágio a radiografia da sua dinâmica — o encenador. Assim para a realização do estágio —
exercitando a metodologia global que integra de uma forma conjugada a teoria e a prática — efectiva-
se uma formação da animação, desenvolvendo a consciência das suas valências plurais, e a
apreensão de um saber de abrangência generalista e aglutinadora — promotora de vocacionamento.
Os suportes de análise — inscritos em instituições determinadas, e perante situações sociais
específicas — desenham-se na circulação da consciência do eu à do dimensionamento universal,
num percurso galvanizador de identidade.
Tudo começa pelo estudo da pessoa; do eu para a família, enquadrando o contributo de múltiplas
14
Jornalista, redactor, locutor, técnico videográfico, tele-informático, director artístico, cenógrafo, caracterizador,
gestor, promotor ou publicitário são algumas das funções que podem viver neste Simposium, mas muitas mais podem ser
interpretadas
15
No espírito da aplicação macromodular, implementou-se uma consciencialização dos suportes adequáveis ao
exercício da situação experimental mas também da sua exequibilidade. Assim, uma prática com outras comunidades
formadoras, iniciativas, situações ou eventos utilizam os meios disponibilizados pelas mesmas. São exemplo as
condições deixadas pela VII Bienal de Cerveira; Escola Profissional de Ofícios Artísticos; Escola Superior de
Educação de Viana do Castelo; Escola Profissional de Artes e Ofícios do Espectáculo; Museu da Criança da
Fundação Bissaya Barreto e.o
16
A atenção exigida pela gestão do tempo televisual na produção, e o tempo psicológico na leitura videográfica, é um
meio disciplinador de particular oportunidade nesta formação generalizadora
17
Formação ministrada em espaços caracterizados, estúdios, oficinas, ateliers como ainda espaços especificamente
construídos para a vivenciação de um evento
18
"Na procura de situações alvo, promove-se um estudo geograficamente alargado proporcionando uma valo-
rização abrangente e de sensibilidades multiformes. Tudo sem deixar de proporcionar eleição à comunidade em
que a escola se inscreve.
70
disciplinas ,8.
A comunidade escolar constrói-se na relação sequencial à família, integrando novos
dimensionamentos comunitários, como parte sensível da geografia local e peça responsável na
comunidade concelhia 19.
Forçosamente, esta condução não vive ensimesmada, logo abre braços à geografia circundante,
20
inter-concelhia chegando à dimensão do distrito, particular e característico, motivador de
integração e contextualidade 2'.
Tudo são contributos para uma consciência de nacionalidade, de país com identidade cultural própria
22
.
É nesta conquista antropológico-cultural que se cultiva abertura a um dimensionamento cosmopolita
dos valores culturais, a um apanágio universalista da formação — a um desenho do mundo.
Podemos referir ainda que paralelamente às vivências múltiplas sintonizadas no organigrama base
que norteia este sistema de ensino-aprendizagem, dinamizam-se as unidades complementares de
estágio " — eventos vocacionais programados, criados na intenção de fazer colmatar lacunas
formativas diagnosticadas, como rectificar disparidades de ritmos na apreensão de saberes inerentes
a uma formação por integração curricular de módulos. Cumpre-se assim uma preparação preliminar
que zela, no processo de formação, por satisfazer necessidades prioritárias detectadas —
propedêutica para uma assimilação de saberes mais específicos e caracterizadores do perfil de
competências preconizado para o animador sociocultural.
Esta formação integral 2'' proporcionada pelas unidades complementares de estágio, contribuem
ainda para um diagnóstico precoce de vocacionamentos, sensibilidades e relações empáticas,
disponibilizando assim matéria para um estudo das linhas orientadoras
,8
Ministram-se nesta temporalidade os módulos temáticos das disciplinas conjugadas CIS e Estágio: O eu, os nós e os outros
(Ml); A família é uma realidade cultural (M2); Maternidade e primeira infância (M3) e Terceira idade c velhice (M4).
"Módulos: A escola, meio de socialização (M7), e a Dimensão cultural da juventude (M6); Um grupo é um conjunto de relações (Ml 2)
e Uma instituição ô um conjunto de forças cm equilíbrio (Ml 3); O Bairro, comunidade urbana (M5) e Situação social da mulher (M8). '°
Módulos: Animação cultural integrada no desenvolvimento local (Ml 5). 21 Módulos: Cultura, «Sub-cultura», Aculturação e Mudança
Social (M9). " Módulo: A comunidade 6 partícula e pertença (M14).
"Ilustram a experiência de unidades complementares de estágio de que são exemplo os ateliers dinamizados no || âmbito da gestão
da arte — Formulações e processos da animação da cultura: da Europãlia 91, à Expo 98 por crítico especialista em gestão da arte —
Instituto Nacional de Administração; Comportamentos desviantes e sociedades de risco, num workshop em colaboração com o
Instituto de Reinserção Social — Ministério da Justiça e.o. " Com periodicidade quinzenal promovem-se no Fórum da escola
apresentações temáticas específicas, comunicações, mostras fílmicas e videográficas, debates e exposições animadas pelos
formadores ou especialistas ? convocados, substanciando a formação integral.
71
do formando, quer como potencial animador sociocultural com especificidades capitalizadas, quer na
progressão de uma carreira valorizadora dentro de um percurso lógico e anunciador de sucesso (...)».
«(...) Com efeito, e para além da continuidade dada a projectos já iniciados nos anos anteriores, foi
criado um conjunto de actividades de enriquecimento constituídas em núcleos diferentes e nos quais
participam alunos e professores responsáveis por cada um desses núcleos. São disso exemplo:
Projecto Empresa — (Professores responsáveis — Carlos Marques e António Andrade) — que envolve
alunos do 2° ano de Contabilidade e de Informática e que por sua vez se subdivide em:
- Núcleo IRC.
- Núcleo IRS.
- Núcleo IVA.
- Núcleo Contribuição Autárquica.
- Núcleo Gestão Financeira.
- Núcleo Produtos Financeiros.
- Núcleo Direito.
- Núcleo Bolsa.
Cada subdivisão integra, por sua vez elementos de Informática e Contabilidade. O projecto tem como
objectivo a criação de uma Base de Dados e a gestão dos diversos códigos fiscais (nomeadamente
IRS,IRC, Cont. Autárquica e Direito do Trabalho) para cada um dos assuntos acima referidos.
A sua concretização implicou um trabalho de pesquisa junto das instituições (D.G.C.I. e Repartição de
Finanças) bem como o envolvimento de diversas disciplinas. No que respeita ao Núcleo de Gestão
Financeira, realizou uma análise à contabilidade de três anos de uma empresa da região.
O Núcleo de Produtos Financeiros desenvolveu, por sua vez, um trabalho segundo duas perspectivas:
por um lado, fazer um levantamento dos produtos financeiros existentes na região, nomeadamente
Bancos, Correios e Estado; por outro lado, o desenvolvimento de um aplicativo informático que permita
verificar a taxa de rentabilidade de qualquer destes produtos.
Após a selecção de um grupo de empresas cotadas na Bolsa, o Núcleo Bolsa realizou um aplicativo
que gerisse as suas variações em termos de Bolsa de Valores. Estiveram envolvidas neste projecto
disciplinas tão diversas como Matemática, Contabilidade, Cálculo Financeiro, Administração de
Empresas, Informática, Técnicas e Linguagem de Programação e Estrutura Organização e Tratamento
de Dados.
Núcleo Comunicação — (Professor responsável — Carlos Rocha) — constituído por alunos do 2° ano
de Comunicação. Envolve um conjunto diversificado de acções no domínio das relações públicas;
produção de meios gráficos e audiovisuais. Foi responsável pela elabo-ração do cartaz, convites e
gravação em vídeo da festa de encerramento do ano lectivo "Serão na Corte do Século XVIII."
Núcleo Rádio — (Professores responsáveis — Ornar Rosa e Alice Cruz) — pretende retomar e dar
continuidade à experiência iniciada no ano lectivo anterior: animação de um espaço radiofónico numa
rádio local que, entre outros assuntos, permita a divulgação dos projectos e actividades da escola,
fomente o diálogo com elementos da população do concelho (empresários e habitantes) directa ou
indirectamente ligados às áreas para as quais a escola está vocacionada — p. ex. consultórios
financeiro, fiscal e informático.
72
Núcleo Revista — tem como principal objectivo a publicação de uma revista no início do 49 trimestre de
1992. O seu conteúdo pretende dar a conhecer a realidade e o projecto educativo da E.P.S.M.,
detectar, divulgar e apontar eventuais soluções face às necessidades sentidas por exemplo por
empresários da região em domínios tão sensíveis à sua actividade como a legislação e fiscal idade.
Neste núcleo há quatro alunos dos três cursos a desenvolver a sua PAP no Projecto Revista.
Encarados como forma de dinamizar o espaço escola, estes núcleos surgem como complemento do
processo ensino/aprendizagem que assegura uma presença viva em todas as actividades dinamizadas
pela escola. Inclusivamente será com base nos projectos destes núcleos que alguns alunos vão
desenvolver a sua PAP. Assim sendo, não devem nem podem ser encarados como compartimentos
estanques, mas sim como factores potencializadores e mobilizadores das capacidades existentes,
fundamentais num processo educativo que se pretende inovador, criativo e actuante.
É, de resto, com base em todos os pressupostos anteriores que surge o Projecto "Serão na Corte do
Século XVII" (da responsabilidade do Professor João Oliveira) realizado no final do ano lectivo. De
facto, a sua concretização advém do interesse manifestado pelos alunos do 2o ano do curso de
Comunicação em aprofundar o trabalho desenvolvido no ano anterior sobre a evolução da moda dos
sécs. XVIII - XX. Nesta actividade, cuja implementação se deve também à necessidade, por parte da
E.P.S.M., de procurar as raízes e passado histórico-cultural do concelho como forma de reviver e recriar
o passado, procurou-se apontar a necessidade de preservar o património local, conduzindo desde logo
os jovens a um olhar diferente face a um património que devem sentir como seu e susceptível de ser
revivido.
Inerentes a um projecto desta natureza estão, como é evidente, objectivos de natureza educativa
sujeitos a avaliação interdisciplinar e intermodular. No caso presente os alunos foram avaliados nas
disciplinas de Português, Área de Integração, Artes Gráficas, Teoria da Comunicação e Audio Visuais.
Interessante em todo este processo foi também o facto de os alunos poderem escolher, juntamente
com os professores, os módulos em que seriam avaliados
O grupo de alunos era composto por gente cuja idade se situava entre os 17 e os 25 e mais anos. Uma
grande variedade de interesses os levara a matricular-se no curso. Diferenciados níveis culturais, uns
com a escolaridade obrigatória cumprida (9Qano) outros com os 10°, 11e e 12° inacabados. Tudo gente
com problemas — de natureza escolar, de ingresso na vida activa. Para uns, a necessidade de
conseguir completar o 12° ano, para outros a possibilidade de um lugar na sociedade, para quase todos
a possibilidade de um meio-emprego que o curso lhes vinha proporcionar.
73
O suporte bibliográfico dos programas, quer de Museologia quer de Inventariação apresentava-se na
sua maioria em línguas estrangeiras e com obras muitas delas tora do nosso mercado ou esgotadas
por editadas há muito. Fez falta, desde logo, um manual de apoio orientador de certos princípios. Numa
zona interior, com equipamentos de apoio algo limitados, a experiência constituiu uma aposta e um
desafio.
Os conjuntos urbanos, que como o museu edifício tem as suas salas, esta ou aquela rua, o centro
histórico, a praça, o largo, um beco até... A chaminé, a janela, a calçada, a árvore do largo, a fonte, um
nunca acabar de exemplos a espicaçar a sua curiosidade como um jogo em que afinal nos
descobrimos... Depois o acervo de alfaias mesmo ali ao lado da Escola era um desafio constante por
múltiplas razões, desde a recolha, à inventariação, à exposição e divulgação. Não era necessário o
museu-imaginário.
E sempre a ideia de que o museu não se limitava ao edifício com os seus vários alçados.
O museu encontra-se espalhado por toda uma comunidade. As próprias pessoas são fontes de
informação ilimitada.
Primeiro foi a devassa da cidade rua a rua, largo a largo, monumento a monumento. O que estava certo
e o que estava errado. Toda uma política de fazer acordar as pessoas sem as violentar ou atacar.
Depois batemos os arredores. Museus com acervos importantes, outros modestos. Uns
deficientemente arrumados e instalados. Outros muito limpos na sua pobreza envergonhada de
reduzidos acervos. Outros um bric-à-brac lamentável. Alguns, raros, com exposição qualificada.
Visitaram-se diversos monumentos importantes na área do concelho e seguidamente passámos a
outros dos dois distritos alto-alentejanos.
Um questionário distinto acompanhou cada uma dessas visitas — um para os museus, outro para os
monumentos.
74
Conversou-se com o pessoal ligado a uns e outros. Inteiraranvse dos problemas existentes e das
dificuldades. Do amadorismo, da carolice apaixonada com os melindres que eia traz, por vezes.
Na sequência desta experiência aparece a razão de ser de coleccionar os objectos, de ir à raiz desta
curiosidade, necessidade e estudo. O porquê deste percurso... E as voltas que deu ao longo dos
séculos e à medida que as sociedades e as artes e as ciências ganhavam novos patamares.
E simultaneamente com o que se passava pelo mundo, o que ia acontecendo a nível nacional.
E o que importa continuar a inventariar, a arrumar, classificar. Os meios de ontem, os de hoje, os que o
futuro nos aponta já.
O grande contributo que a Museologia e a Inventariação, à luz das novas tecnologias, podem
proporcionar (...)».
De momento, optou-se por uma metodologia de trabalho de projecto fazendo apelo a actividades de
investigação e trabalho de campo, de modo a desenvolver capacidades essenciais à formação
profissional: a autonomia, a organização, a responsabilização, a cooperação e ainda a imaginação e a
criatividade, inerentes ao pensamento divergente desenvolvido por este tipo de trabalho.
O projecto "Uma escola — uma empresa" poderá, no próximo ano, possibilitar uma candidatura ao
"Projecto PETRA", inserindo-se no tema "Aprender a Empreender".
Orientados por estes princípios gerais definimos um plano de actividades que se apresenta como uma
proposta de trabalho necessariamente aberta, dinâmica e flexível, permitindo ajustamentos ao longo do
percurso sempre que as avaliações feitas ou outros condicionalismos os impuserem. Ele não será mais
do que uma parte de um plano mais vasto que irá sendo definido e realizado ao longo dos três anos do
curso.
De acordo com os princípios enunciados e.os pressupostos considerados, são definidos como
objectivos gerais:
75
1.3. - Fazer uma ligação correcta da teoria com a prática, dos saberes escolares com os saberes
sociais;
1.4. - Estabelecer a ligação da escola com a comunidade;
1.5. - Valorizar conhecimentos e saberes de cada disciplina mas sem perder a dimensão
interdisciplinar do conhecimento;
4. - Desenvolver acções de formação para pessoal não docente cuja acção se reputa
essencial ao bom funcionamento da escola;
Actividades
1. - FORMAÇÃO DE PROFESSORES
Conferência Nacional
76
2. - PROCESSO PEDAGÓGICO - PLANIFICAÇÃO E AVALIAÇÃO
de Informática
- Visita aos CTT - Alunos do Curso de T.I.G., professor de Em data a determinar pelos CTT
Práticas Administrativas
-estágios
77
4. - PROIECTO «UMA ESCOLA — UMA EMPRESA»
- Entrevista com Raul Dória, neto - Alunos e professores de Portu- Em data oportuna
78
CONTINUAÇÃO DO QUADRO DA PÁG. ANTERIOR
TEMAS ACTIVIDADES DATAS INTERVENIENTES
9. As formalidades legais
empresa
sede social
social
10. Documentos e Im- - Estudo e elaboração dos documentos a Ao longo do - Alunos
79
1. «Projecto da Exposição: Escola/Empresa — projecto Raul Dória — duas gerações em
confronto»
O projecto da Escola Raul Dória prevê, entre outros trabalhos, o desenvolvimento de estudos, pelos
alunos, para a criação de uma empresa de prestação de serviços temporários na escola, em que os
alunos possam participar executando tarefas nas áreas do Comércio, Contabilidade e Informática de
Gestão e ainda organizando e gerindo a própria empresa em actividade. (...)
(...) As afinidades encontradas à partida entre o nosso plano de formação e o do Professor Raul Dória
concretizado na viragem para o século XX, levam-nos naturalmente a querer conhecer melhor o que
foi a sua escola, técnicas e materiais aí utilizados. E ao saber que esses materiais existiam no Arquivo
Distrital do Porto, quisemos conhecê-los e divulgá-los, possibilitando aos nossos alunos e professores
um trabalho de pesquisa e de análise de elevado interesse pedagógico e desafiando a cidade do Porto
para outras iniciativas futuras. Esta ideia inicial, concebida na relativa modéstia do nosso Plano de
Actividades, viria a ganhar uma outra dimensão após contactos com o Arquivo Distrital do Porto. O
entusiasmo e interesse dos seus responsáveis e a riqueza do espólio existente motivaram-nos para
uma iniciativa de outra dimensão e de objectivos mais amplos.
2. Objectivos
3. Participantes
4. Local
Sugestões: Mercado Ferreira Borges / Secretaria do Estado da Cultura / Casa do Infante / Casa D. Hugo
80
5. Data: 23 a 30 de Novembro de 1991
7. Orçamento
81
MODALIDADES DE TRABALHO COOPERATIVO
DA INTENÇÃO...
(...) a equipa dos professores, de cada Curso da Escola Profissional, constituída como equipa
docente, deverá manifestar-se:
• coesa;
• participativa;
• interactiva;
• aberta a uma formação integrada, interdicisplinar;
• interveniente;
• participante no meio, nomeadamente no mundo do trabalho; (...)
Aulas com diversos professores e em último extremo, um único aluno; aulas com diversos professores
e um grupo de alunos; alunos organizados em grupos de trabalho temporário e equipas de projecto;
passagem de alunos por grupos de trabalho individual ou independente e vice-versa, são formas que
podem permitir ao aluno um gosto antecipado por aquilo que vai experimentar quando mais tarde se
deslocar na geografia organizacional do local de trabalho (...)
82
À CONCRETIZAÇÃO
«(...) Sobre a interdisciplinaridade, sempre vantajosa para dar corpo ao conhecimento, julgamos que
tem sido mais facilmente atingida, com os módulos
e com a possibilidade que os professores têm em
actuar em conjunto ou alternadamente no mesmo
módulo pelo que poderão desenvolver igualmente
uma maior socialização. Esta socialização
julgamos verificar-se na medida em que o ensino
modular tem litado a participação de mais do que
um professor na mesma disciplina, com diferentes
tipos de formação e de comunicação, pelo que tem
exigido um trabalho cooperativo realizado dentro
das possibilidades de tempo dos respectivos
professores, tantas vezes extracurricular-mente
(...)»
«(...) Na base deste ensino estão os trabalhos de projecto sempre realizados em grupo (...)»
Módulo Zero
(...) O maior ou menor sucesso dos alunos depende, em larga medida, do seu grau de adaptação a
uma realidade escolar diferente e da coerência que sejam capazes de encontrar nos novos estímulos
que se lhes apresentam.
O peso da carga horária a que estão sujeitos, por outro lado, não propicia a reflexão e,
consequentemente, a compreensão da lógica curricular dos cursos, o que contribui para diminuir o
alcance e a eficácia do ensino que se ministra.
Sendo indispensável, portanto, que o aluno tenha plena consciência das exigências a que vai
submeter-se, indispensável será também que se inicie a sua actividade pelo conhecimento da filosofia
pedagógica do curso que se inicia.
Pelo exposto, a Direcção Pedagógica da Escola Técnico-Profissional do Comércio Escritórios e
Serviços Raul Dória sugere o programa em anexo em que se enuncia como objectivos comuns:
83
Integrar os alunos no Grupo Turma; no Curso / na Escola.
84
Módulo de Integração Sociocuiíural dos W
alunos
j
:
Exposição cujo tema é "Escola Empresa
Raul Dória - Duas gerações em con
fronto".
Verifica-se que ele está dividido em sete p
partes: fundamentação, objectivos, |:
participantes, local, data, apoios, orçamento. §.
Em diálogo com os colegas do teu grupo define os aspectos j
mais importantes tratados na fundamentação e nos objectivos. Regista-os no fe
espaço a seguir.
4. Aponta outros organismos ou instituições que aches que a escola deva contactar para apoiar a
Exposição (...)».
Porto. 1991/92
85
AVALIAÇÃO MODULAR
DA INTENÇÃO...
(...) O processo de avaliação em Estrutura Modelar deve ser contínuo, flexível, formativo, não selectivo,
eficaz, evidenciando uma relação pedagógica viva, que permita o desenvolvimento de todas as
capacidades do aluno e respeite a diversidade e os ritmos de aprendizagem. Avaliar, não só o produto
mas também o processo de aprendizagem, implica participação activa, reflexiva e crítica de todos os
intervenientes (...).
A avaliação caracteriza o método e o projecto pedagógico, não podendo ser considerada actividade
isolada dentro do processo de ensino-aprendizagem (...).
86
A CONCRETIZAÇÃO
Finalidades da Avaliação
Informar aluno e professor do domínio de saberes, capacidades ... Detectar problemas do ensino-
aprendizagem — respectivas causas. Fornecer as informações necessárias à tomada de decisões
(reformulação de objectivos, métodos, actividades, ritmo...)
Estimular o aluno a desenvolver-se nos diversos domínios.
Verificar a adequabilidade da concepção, implementação e gestão dos planos de estudo, de modo
a introduzir adaptações e alterações. Classificar os alunos.
87
Intervenientes
Aluno
Professor
Conselho de professores
Director de turma / Orientador Educativo de turma
Responsável de curso
Direcção pedagógica
O processo de ensino-aprendizagem deve tender para que o aluno seja capaz de se auto-avaliar, i.e.,
seja capaz de identificar os indicadores que lhe permitam ajuizar das suas capacidades, do seu valor,
do seu mérito (...)».
Director pedagógico
Contextos
'Individualização remedia-
ção/enriquecimento
88
CONTINUAÇÃO DO QUADRO DA PAG. ANTERIOR
89
TÉCNICAS DE PROGRESSÃO MODULAR
DA INTENÇÃO...
(...) A progressão faz-se segundo o ritmo próprio induzido pelos ambientes de aprendizagem. Não se
trata de ficar à espera de uma "natural" progressão mas de provocar um ritmo de desenvolvimento.
A progressão tem em conta não só o ritmo próprio de cada aluno, como também os interesses, as
motivações ligadas à sua vida social e profissional (...)
A diversidade das progressões é determinada pelos ritmos e estilos dos alunos, pelo que devem ser
criadas condições organizacionais, pedagógicas e didácticas (...)
(...) não se deveria verificar o problema do professor ir "adiantado" com a generalidade dos alunos, e
haver um grupo que vai no módulo mais " atrasado" procurando resolver sozinho, os problemas de
aprendizagem desse módulo e simultaneamente ir acompanhando o módulo que professor e alunos
"adiantados" estão a trabalhar. As práticas de ensino-aprendizagem devem ajustar-se às necessidades
dos alunos e não os alunos ajustarem-se ao ritmo imposto por uma progressão normativa. Cabe ao
professor proporcionar actividades e recursos não uniformizados, adequados às necessidades de cada
um, "provocando" a progressão criterial do aluno e não o deixando à espera eia sua "natural"
progressão.
À medida que este sistema de progressão se for generalizando numa determinada escola, é
aconselhável que os horários de cada disciplina se flexibilizem de modo a haver mais do que um
professor a leccionar grupos diferenciados segundo os níveis de realização das aprendizagens. (...)
90
A CONCRETIZAÇÃO
;(...) No que se refere à progressão dos alunos, sentimos por parte dos professores
grandes dificuldades sobretudo nos primeiros
módulos. Os professores pretendiam repetir os
módulos em que não havia aproveitamento, várias
vezes com intervalos de tempo muito curtos,
criando uma enorme perturbação, atrasos na
progressão da aprendizagem e também uma
sobrecarga de trabalho injustificada. Sentimos
necessidade de definir, então, um dado critério de
avaliação, tendo em conta os diferentes ritmos dos
alunos e as dimensões das turmas (...)
91
DESENVOLVIMENTO CURRICULAR INTEGRADO
DA INTENÇÃO...
(...) Cabe à Escola Profissional participar na definição do currículo, nomeadamente na construção de
módulos que contemplem componentes regionais do currículo. O desenvolvimento curricular valoriza a
integração dos saberes em detrimento de práticas disciplinares atomizadas. Integra pensamentos,
sentimentos e acções. Dá ênfase ao desenvolvimento curricular gerador de projectos integradores de
diferentes disciplinas e saberes que tornem possível a aprendizagem significativa capaz de desenvolver
todas as capacidades (cognitivas, afectivas, sociais e psicomotoras) dos alunos (...)
(...) No exercício responsável da respectiva autonomia pedagógica cada escola pode introduzir
componentes de inserção local e adequar o desenvolvimento dos módulos às realidades do curso, do
meio e do tecido sócio-económico-cultural (...)
(...) A partir das propostas programáticas oferta CETAP, constituídas por conjuntos de módulos
disciplinares, a escola, com a participação da sua equipa docente, elabora a sua proposta curricular que
fará parte integrante do seu plano de actividades. Desta planificação curricular de nível local poderão
resultar: macromódulos (...)
92
A CONCRETIZAÇÃO
«(...) 1. Introdução
Ao longo de um primeiro ano de implementação do
plano curricular do curso, do contacto com os
jovens e do tr abalho desenvolvido pelos
formadores, verifi-caram-se repetições e
desarticulação de programas de disciplinas que
poderiam desenvolver um trabalho integrado.
Verificou-se também, que algumas disciplinas
precisavam de conhecimentos do âmbito de outras
cujos conteúdos os formandos já deveriam
dominar.
Constatou-se que, articulando os programas,
era possível disponibilizar horas de formação para
desenvolver metodologias de trabalho mais activas, em que o formando seria o elemento chave na
construção dos saberes.
Pareceu-nos ainda que com algumas alterações aos programas, eliminando repetições de conteúdos e
dando-lhes outros arranjos, era possível libertar horas que pudessem vir a ser utilizadas em estágios
que não estão previstos e que nos parecem importantes. Assim, procedeu-se a uma análise horizontal
e vertical dos programas disponíveis de Química, Biologia/Microbiologia, Produção Agro-Pecuária,
Processamento e Controlo de Qualidade de Produtos e Tecnologias dos Equipamentos.
2. Objectivos do trabalho
3. Metodologia
Este trabalho, ainda inacabado, desenvólve-se em várias fases, que passaremos a explicitar.
/ - Fase
Em Setembro de 1991, reuniram-se os [Directores Pedagógicos cios Pólos onde estão a ser
ministrados estes cursos com formadores das disciplinas que são objecto deste estudo;
93
decidiram que no 1Q ano do curso a carga horária de Biologia/Microbiologia deveria ser reforçada e a de
Processamento e Controlo de Qualidade de Produtos deveria diminuir devido à sua dependência dos
conhecimentos de Microbiologia. Decidiu-se reforçar a carga horária de Química, no início do ano, para
uma melhor compreensão dos conteúdos das outras disciplinas.
Decidiu-se ainda fazer a análise dos programas com vista à sua articulação.
2- Fase
Consistiu numa análise pormenorizada dos programas das disciplinas já referidas e a explicitação, em
quadros, dos conteúdos dos módulos que as constituem (ver exemplo da grelha nas páginas 106 e
107).
Nos quadros, em letras maiúsculas, estão escritos os nomes dos módulos e em letras minúsculas, os
principais conteúdos desses módulos.
A análise dos quadros confirmou a existência de conteúdos repetidos e outros que podiam ser
explorados de uma forma articulada por várias disciplinas. Os asteriscos indicam os módulos, ou os
seus conteúdos, que se repetem ou que são articuláveis com outros módulos ou outros conteúdos.
Estes conteúdos, sendo tratados de uma forma articulada, serão certamente, mais facilmente
assimilados pelos formandos porque aparecem integrados e com uma lógica perceptível, pelo que mais
facilmente se pode ver a sua utilidade seja ela prática ou de suporte a outros conhecimentos.
3'3 Fase
4ª Fase
Promoveram-se reuniões com os formadores das disciplinas envolvidas neste estudo, que previamente
tinham analisado os materiais já produzidos.
Daí resultaram propostas de trabalho concretas, umas que passam por um trabalho a desenvolver
pelos formadores que vierem a ser responsáveis por estas disciplinas e outras que, sendo de alcance
mais amplo, deverão ser propostas ao GETAP, dado que envolvem alterações de programas já
existentes e propõem conteúdos a introduzir nos programas que ainda desconhecemos.
5-' Fase
Será a última fase do trabalho: a reestruturação dos programas das disciplinas que foram objecto de
estudo.
Ao longo das reuniões que se realizaram, definiram-se algumas propostas que, a serem aceites, nos
parece que irão de encontro aos objectivos que nos propusemos e que em termos muito gerais
contribuirão, na nossa perspectiva, para: tornar mais aliciante o curso
94
:
e mais adaptado quer à preparação para a vida activa quer para o prosseguimento de estudos;
melhorar o rendimento dos formandos; promover o sucesso escolar e educativo. Foram definidas
propostas de carácter geral para cada uma das disciplinas em análise, \ módulos interdisciplinares e
propostas algumas alterações aos programas já existentes. Fizeram-se sugestões de módulos a
introduzir nos programas que ainda não conhecemos.
Conclusão
Fez-se um estudo aprofundado dos programas de disciplinas afins do qual resultou a verificação da
existência de repetições de conteúdos e de desajustamentos nos anos em que era proposta a sua
exploração. Encontraram-se outros que não eram importantes no âmbito deste curso e verificou-se
também que havia alguns conteúdos com grandes potencialidades de tratamento interdisciplinar.
Fizeram-se propostas concretas de alterações de programas e de introdução de módulos. Propusemos
a organização de módulos interdisciplinares.
Pensamos que, depois do trabalho que será desenvolvido em Setembro p.f., será possível propor a
introdução de estágios e esperamos que se caminhe no sentido da introdução de metodologias activas
de trabalho.
«(...) Pedagogia e Einstein à parte, a Área de Integração, "pedra de toque" do ensino nas j Escolas
Profissionais, tem todas as potencialidades para permitir uma educação pela ino-vação ou uma inovação
na educação.
95
GRELHA DC ANÁLISE PARA A ARTICULAÇÃO HORIZONTAL E VERTICAL OOS PROGRAMAS
CÉLULA - MORFOLOGIA CELULAR CONSTITUINTES QUÍMICOS DOS CÉLULA - SISTEMA MEMBRANARES SISTEMAS VIVOS E ENERGIA -
QUANTIOADE E MEDIDA: VELOCIDADE DAS TRANSFORMA- REACÇÕES INCOMPLETAS E EQUÍLI- REACÇÕES ÁCIDO - BASE *
ÇÕES QUÍMICAS BRIO QUÍMICO • Ião H*e comportamento
• Mole • Transformações dos mate- • Transformações de materiais ácido - base
• Fórmulas químicas e seu riais - velocidade de reac- • Transi, físicas e químicas in- • Força de ác. e bases e cons-
significado ção versas tantes de equilíbrio
< • Concentração de soluções • Controlo de velocidade das ♦ Reac. incompletas e inter- • Comportamento ác.-base de
• Significado das equações reacções químicas pretação molecular substâncias que não têm
químicas • Mecanismo das reacções • Constante de equilíbrio normalmente essa designa-
5
• Cálculos baseados em • Catalizadores e seu interesse • Como alterar o estudo de ção
equações químicas equilíbrio - aplicações • Cálculos de pH
QUÍ,
PRODUTOS ALIMENTARES E INDÚS- MÉTODOS GERAIS DE CONSERVA- UTILIZAÇÃO DO FRIO AUMENTAR ESTERILIZAÇÃO
LLJ
TRIA ALIMENTAR ÇÀO
CLIMA E SOIOS FACTORES DE PRODUÇÃO NUTRIÇÃO VEGETAL E FERTILIZAÇÃO TÉCNICAS GERAIS DE PRODUÇÃO
1
-< • Definição dos termos • Luz • Considerações gerais: • Mobilização dc> solo
3 • Componentes climáticos • Temperatura - Comp. quím. da planta e • Sementeiras (plantação)
Ó • Água do solo* • Adubação mineral
• Constituintes ecláficos • Processo de assimilação • - as soluções do solo - * Controle de infestantes
as • Transpiração da planta - - o complexo de troca • • Fotossanidade
< • Crescimento radicular e - o poder tampão do solo ■
absorção de nutrientes • • Macro e micro-nutrientes e
9 • Interacções água-planta suas funções nas plantas
3"
- solo ■ • Fertilização
97
RELAÇÃO ESCOLA/MUNDO DO TRABALHO
DA INTENÇÃO...
(...) O regime de progressão adoptado por cada EP termina com a Prova de Aptidão Profissional (PAP),
que assume a natureza de projecto transdisciplinar integrador de todos os saberes, atitudes e
capacidades desenvolvidas ao longo da formação, em ligação estreita com os contextos de trabalho
(estágios, alternância, ...), que o torna inovador em relação a qualquer outra modalidade de ensino do
nosso sistema educativo (...)
(...) os estágios em contexto real de trabalho e as Provas de Aptidão Profissional (primeira entrada
na vida profissional) realizados em empresas, ou diversas instituições e comunidades, fortalecem a
concepção de escola aberta (...)
98
... À CONCRETIZAÇÃO
«(...) Na pretendida e desejada ligação dos jovens com as empresas e com o meio a fim de facilitar a
passagem destes à vida activa, procuramos desenvolver várias acções, que incluíram visitas a alguns
locais onde se desenvolve o trabalho dos profissionais que serão mais tarde, feiras internacionais,
bancos, empresas terminais de carga, alfândegas...
Convidamos alguns profissionais a deslocarem-se à escola para dar o seu contributo para a formação
dos nossos alunos, e entre eles pais que exercem profissões que estão relacionadas ou têm interesse
para o curso.
Para implementar o plano curricular de Técnico de Serviços Comerciais/Comércio Externo que inclui um
estágio de 200 horas, concorremos ao Programa comunitário PETRA ao qual apresentamos um projecto
destinado a deslocar os alunos a França, onde fizeram estágio de três semanas. Este estágio tem
objectivos específicos: domínio da língua, sobretudo falada; conhecimento de outro tipo de
metodologias; aprendizagem de novos métodos, comparação entre disciplinas dadas na nossa escola e
disciplinas que nas mesmas áreas são leccionadas noutros organismos; visita a empresas francesas
que se dediquem sobretudo ao Comércio Externo; contacto directo com a cultura francesa e com alguns
aspectos da vida do dia a dia. Pretende igualmente proporcionar aos jovens que frequentam a nossa
escola condições mais favoráveis e aliciar outros jovens que muitas das vezes se encontram inscritos
nas Escolas Secundárias por tradição ou porque seguem os amigos e não se encontram convictos dos
cursos frequentados.
Ainda não estamos em condições de poder fazer uma avaliação da importância que este tipo de
actividades possa ter na aprendizagem mas no decorrer do próximo ano, estamos convencidos que pelo
menos na generalidade e sobretudo em algumas das disciplinas os alunos terão outro aproveitamento.
Além deste estágio outras acções estão previstas, algumas delas mais uma vez relacionadas com
projectos comunitários a que concorremos e que já foram aprovadas. Refiro um estágio em Inglaterra,
agora de duas semanas e que decorrerá próximo das férias da Páscoa, destinado a aperfeiçoar a língua
inglesa, ferramenta indispensável ao exercício das funções que mais tarde venham a desempenhar».
«(...) Vive-se presentemente um momento vital para a definição e identidade da Escola. Pretendemos
torná-la mais efectiva ao provocarmos de forma natural e positiva uma ligação ao mundo empresarial.
Neste sentido o alargamento do número de promotores da escola está nos nossos planos de
concretização, bem como a operacionalização do Conselho Técnico-Pedagógico, órgão basicamente
constituído por representações do tecido empresarial da região (...)»
(...) Diversos encontros com os Empresários da Região em acções que reuniram os empresários, os
professores, alunos, pais, direcção e entidade promotora (...)»
«(...) A escolha dos cursos da nossa escola, obedece a um estudo de âmbito local em que foram
ouvidas opiniões de entidades ligadas ao tecido empresarial; foram também consultadas publicações de
organismos ligados a associações de classe e, para além disto, o grupo Tecla dispõe de informações
colhidas a partir de órgãos da Comunicação Social, onde se manifestam as primeiras carências ao nível
das áreas (.-.).»
99
ELEMENTOS DE R E G I S T O ADMINISTRATIVO EM FUNÇÃO DAS
PRÁTICAS DE PROGRESSÃO E AVALIAÇÃO
DA INTENÇÃO...
(...) No âmbito da autonomia e relativamente à avaliação, o(s) professor(es) da EP deve(m): (...)
(...) É também neste momento que a avaliação sumativa realizada módulo a módulo poderá ser
analisada, permitindo traçar o perfil evolutivo da aprendizagem, aprovar as classificações e propô-las
para ratificação à direcção pedagógica que, após verificação e aprovação, afixa os resultados em pautas
próprias e adequadas ao projecto de cada escola (...)
100
A CONCRETIZAÇÃO
«(...) Introdução
O que é o EP GEST
Sem tornarmos exaustiva a exposição, iremos apresentar alguns exemplos de trabalho que este
software pode realizar.
O seu funcionamento assenta em menus, podendo o utilizador seleccionar um vasto número de
operações. Nas páginas seguintes apresentamos alguns dos possíveis trabalhos que o software pode
realizar.
Registo Base
101
Tabelas:
Cursos
Níveis
Disciplinas
Módulos
Mód. por disciplina
Turma
Professores
Prof. por módulo
Alunos
Código:
Nome:
Número de Horas: Coeficiente:
Disciplina:
Professor:
Registos Diários
Manutenção:
Horários Gerar
Avaliações > Modifica avaliações
Manutenção
Inserir notas
Avaliações Quantitativas
Faltas
Sumários
Abonos dos alunos
Registos de um sumário:
Sumário:
Professor:
Turma:
Módulo:
Hora: Data
Teórica ou Prática Duração:
102
Registo de uma avaliação qualitativa:
Código:
Módulo:
Aluno:
Data:
Conhecimentos:
Execução:
Interesse:
Participação:
Comportamento:
Professor:
Impressos
Impressos:
Horários
Disciplina
Ficha pessoa! > Aluno
Professor
Curriculum
Pauta> Quantitativa> Avaliação
Módulo
Disciplina
Qualitativa > Avaliação
Módulo
Aluno
EPAS
Módulo(s) Professor(es)
Assinatura
Verificado em
A Direcção ...........
Mesta pauta podem ficar registadas as classificações de todos os módulos que compõem a disciplina e
de todos os alunos da turma. Na parte posterior da pauta existe uma relação dos módulos e respectiva
designação bem como o professor que o desenvolve e respectiva assinatura. Na parte final da pauta
existe um espaço para verificação, assinatura e selo da Direcção.
103
Exemplo de uma pauta de avaliação qualitativa:
## Nome do aluno:
# Nome do Módulo:
(1) Utiliza-se para o registo das avaliações qualitativas uma escala numérica de 1 a 5 que depois na
impressão da pauta é substituída por parâmetros (...).
(2) E indicado o nome do professor responsável pelo módulo.
Esta pauta pode ser também uma ficha de avaliação formativa para cada aluno. Assim, podemos
conseguir uma informação qualitativa de toda a turma e dos módulos que se pretendem ou
simplesmente a avaliação qualitativa de um módulo ou de um aluno.
Listagens
Esta aplicação tem a possibilidade de dar um conjunto de listagens que nos permitem dar resposta a
algumas questões que surgem com os pedidos de financiamento que periodicamente solicitamos.
Vejamos o menu Listagens:
Listagens:
Avaliações Qualitativas
Por dia
Por datas
Por mês
104
Por mês
Por módulo
Encarregados de Educação
Professores
Rácios CETAP
Nome: Teóricas:
Custo / hora:
Subtotal: Práticas:
Custo / hora:
Subtotal: Total
ilíquido: Imposto:
Total líquido:
A RECEBER:
Visto por ....... .Conferido por
O Professor
Apresentámos aqui, o que consideramos um humilde testemunho do que pode ser a organização
administrativa e pedagógica de uma Escola Profissional, segundo a Estrutra Modular. Do nosso ponto
de vista consideramos a experiência positiva, pela eficácia que se consegue na elaboração de
documentos, e um conjunto de registos fundamentais a toda a orgânica da EP. Pensamos que se
poderá desenvolver, a outro nível mais elevado, software que dê resposta às solicitações da orgânica
das EP's, pelo que nos disponibilizamos para contribuir, em conjunto com as outras escolas, para esse
objectivo (...)».
105
(...)
DIA MULTIDISCIPLINAR - FICHA DE ACTIVIDADES DO ALUNO
Q
Aluno n _____ Turma _____ Nome
O aluno entregará esta Ficha ao seu Orientador Educativo na. primeira ocasião
Duração
H l-
T -
L
Módulos Precedentes
Módulos Consequentes
106
<(...) AVALIAÇÃO MODULAR
Aluno:
N<->
Curso: ____
Disciplina:
Módulo Avaliado:
N° de Ordem .____ Na de horas Previstas Utilizadas
Indicações de Avaliação Diagnóstico:
Principais Estratégias
Obersvaçòes
CLASSIFI ) Valores
Ã
EPRAL, 1992
107
<•(...)
ESTRUTURA MODULAR
JUSTIFICAÇÃO/ DIDÁCTICA DA ALTERAÇÃO
Curso: ___________
Disciplina: _________
1
N"' Total de módulos
RECOMENDAÇÕES ESPECIAIS:
)
V
Esta ordem corresponde à proposta pelo programa O Professor
Évora,____/ ____/ 199 _ ___________________
SIM D NÃO D
EPRAL, 1992
108
«(...)
CURSO ____
DISCIPLINA
Módulo n - ) valores
Módulo n9 Módulo n9
(
) valores valores
Data
Data Data
Professor Professor Professor
Conteúdo < ■scriçã sumária): Conteúdo (descrição sumária): Conteúdo (descrição sumária):
d o
109
«(...) LIGAÇÃO ALUNO-ESCOLA-FAMILIA
NOME: _________________________________________________________
CURSO __________________________________ ANO _________ TURMA
REGISTO DE ESTÁGIOS
NOME: _________________________________________________________
CURSO__________________________________ ANO ________ TURMA .
Data Objectivo Dura- Local ' Entidade Apreciação da Rubrica Avalia- Coordenador
Gorai ção Acolhedora Ent. Responsável ção
Acolhedora Ent. Acolhedora
110
FICHA DE AVALIAÇÃO FORMATIVA
NOME:
CURSO ANO TURMA
CAPACIDADE DE DISCIPLINAS
INICIATIVA
COMUNICAÇÃO
IMAGINAÇÃO / CRIATIVIDADE
ORGANIZAÇÃO E MÉTODO
DESTREZA MOTORA
ASSIDUIDADE
111
FORMAÇÃO DE PROFESSORES DA EP
DA INTENÇÃO...
(...) A prática do professor é um desafio permanente que resiste a fórmulas, modelos, soluções externas.
Por isso, ele tem que tornar-se um investigador permanente, crítico, reflexivo cuja formação/autoformação
decorre de um processo de educação, um processo de construção do saber e do saber fazer, que ocorre
numa comunidade educativa — e não de um processo de formação constituído pela frequência de um
conjunto de cursos descon-textualizados.
"O professor concebido como um profissional do ensino — no que diz respeito à sua actividade com os
alunos — e como um profissional da aprendizagem — no que se refere à sua própria educação" (Teodoro,
V. D., 1992).
Os professores, organizados por grupos disciplinares, por áreas interdisciplinares ou por projectos
integradores, reúnem periodicamente em tempos previstos nos horários, para planificar, reflectir, preparar,
investigar,... e também para a coordenação horizontal (tratar da problemática relacionada com a
sequencialidade do percurso de cada aluno ou grupo de alunos) e a coordenação vertical (tratar da
articulação de conteúdos e actividades e participar em projectos que envolvam as várias disciplinas). Os
níveis de coordenação dependerão da dimensão da escola, da quantidade de cursos, da partilha de
poderes, da participação nas decisões,... podendo isto traduzir-se no aparecimento de diferentes
estruturas de coordenação: director pedagógico, director de curso, coordenador de curso, acompanhante
da PAP,... ele. (...)
(...) No âmbito da formação contínua, e para além de acções de formação propostas pela escola ou por
entidades exteriores, os professores devem desencadear todo o percurso de autoformação, ou seja,
estudar, preparar, teorizar a acção educativa e reflectir sobre ela, trabalhando na preparação, na acção,
na reflexão e na avaliação.
Os professores, deverão ter uma disponibilidade compatível com as necessidades do projecto educativo
que contemplará a possibilidade de encontros para o trabalho reflexivo em grupo e a elaboração de
material didáctico. (...)
(...) uma formação de professores que parte das práticas e dos processos, sistemática, contínua,
acessível a todos, adequada ao "real" de cada um/de cada equipa docente, inserida à escala local (...)
112
A CONCRETIZAÇÃO
(...) De um conjunto de actividades que se foram desenvolvendo ao
longo deste (I primeiro ano, achamos justo
- Intercâmbio com a Escola Profissional de Cortegaça através do Curso comum de Técnicos de Controlo
de Qualidade.
- Intercâmbio com diversas Embaixadas através de material de apoio didáctico (...)»
«(...) Iniciado o ano escolar, desde logo e apesar de procurarmos transmitir a todos, mas em especial
aos professores, o que se pretendia com esta forma de ensino através de entrevistas, reuniões e
cedência de materiais já elaborados pelo GETAP, notamos dificuldades e algumas incomprensões por
parte de muitos desses professores, o que nos levou a pensar que uma acção de formação mais
alargada e profunda se impunha. Recorremos então aos planos operacionais do I.E.F.P.
nomeadamente ao P02.3 para formação de formadores e levamos a cabo 3 acções que decorreram nos
dias 2, 4, 5 e 6 de Março, 21, 22, 23 e 24 de Abril do corrente ano, subordinados ao tema
"Sensibilização à Formação Profissional e ao Ensino Modular". O número de formandos abrangidos foi
de 45, e o curso contou com a colaboração de Técnicos do I.E.F.P., do GETAP e outros.
113
Durante alguns dias os professores participantes, uns já professores da nossa escola, e outros,
professores de outras escolas, puderam ouvir falar e discutir sobre o que se entendia por estrutura
modular, quais as suas implicações, dificuldades e importância.
Nestas acções foi mesmo possível explicitar de um modo mais rico o projecto que se pretende para a
CIOR. As acções desenvolvidas foram seguidas pela maioria dos participantes, e atingido o objectivo
pretendido.
Verificámos ainda alguns outros aspectos curiosos, sendo um deles o modo como esta acção serviu
de veículo para a divulgação da escola e outro o desejo expresso por muitos dos professores
presentes de virem a pertencer a esta escola quando esta aumentasse os seus quadros.
Este tipo de acções mostrou-se, pois, altamente vantajoso e deixou em aberto a necessidade de
virmos a desenvolver outras, especialmente na área da avaliação: avaliação da própria estrutura
modular e avaliação dos alunos (...)».
114
A PALAVRA AOS ALUNOS...
(...) Esta escola é um espectáculo. É uma escola diferente em todos os aspectos.
Quando vim, senti uma mudança radical: o tratamento entre professor aluno e aluno professor é
diferente, falamos mais abertamente uns com os
<(...) Este ensino é diferente porque podemos
trabal har em casa e adiantarmo-nos nas matérias
(...)
Inês, ne 3 - 15E, Escola Profissional Artística da Marinha Grande in Jornal «Divergências», 1992
«(...) Quanto à Estrutura Modular, está a ser bem acolhida pelos alunos sendo em sua opinião muito
melhor do que o ensino tradicional, pois permite o sucesso a toda a gente e 1 ao mesmo tempo facilita a
quem compreenda a matéria, que avance mais rapidamente (...) j
(...) Na base deste ensino estão os trabalhos de projecto, sempre realizados em grupo. Para
que se tenha uma ideia do empenhamento dos alunos no trabalho de projecto aqui ficam
alguns já realizados e outros em curso: Aparelhos, Higiene e Segurança, Feira do Lixo,
Stephcns, Cultura e Subculturas, Poluição Industrial, entre outros (...)
(...) No entanto os alunos acham que deviam ser organizadas mais actividades (...)
(...) Os alunos estão muito mais satisfeitos com esta escola do que com as outras que
frequentaram, embora se trabalhe muito mais e quase não se tenham tempos livres, nem
mesmo quando um professor falta, porque os alunos são sempre ocupados com os
projectos em curso ou com outras aulas (...)»
Alexandra Martins, Escola Profissional Artística da Marinha Grande in jornal «Divergências», 1992 js;
115
«(...) Sim, concordo com a Estrutura Modular faz eliminar aqueles testes escritos horríveis,
do final do período, ou do ano com revisão da matéria toda (...)».
«(...) Aqui temos que pôr à prova de outra maneira o que sabemos. Temos que aplicar os
conhecimentos (...)»
«(...) Esta modalidade é muito mais trabalhosa porque nada pode ficar em branco (...) e temos que
apresentar muitos trabalhos de pesquisa (...)».
«(...) O problema é ainda termos poucos materiais de apoio à nossa disposição (...)».
«(...) Acho que temos que ser mais esclarecidos no início do ano, sobre o sistema porque ele exige
maior responsabilidade da nossa parte (...)».
«(...) A minha escola ainda não está a funcionar segundo este sistema, mas pelo que me disseram, fico
com medo de nos tirarem a turma que é onde eu estou com os meus colegas e amigos. Então depois
como é!? (...) não se convive!? (...)».
«(...) Gosto, porque eu sei o que tenho para fazer. Na minha escola podemos estar a trabalhar mesmo
fora dos horários normais dos professores. Eles estão mais próximos dos alunos. Entusiasma mais
(...)».
«(...) Eu gostava mais se seguissem tudo à risca. Tenho professores que apenas nos dão mais testes
sobre o mesmo tema, mas não nos dão apoio na maneira de aprender as coisas, talvez porque não
tenho bases, não consigo aprender bem! Sinto que os professores têm dificuldades em atender aos
que ainda não sabem e ao mesmo tempo ensinar outras coisas aos outros (...)»
«(...) Depende das disciplinas, e claro, dos professores. Mas acho que se torna tudo mais prático.
Neste sistema vê-se melhor o que é preciso saber! (...)».
Testemunhos presenciais dos alunos recolhidos nas acções que o
NACCM promoveu nas Escolas Profissionais
116
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NACEM (Núcleo de Apoio à Concretização da Estrutura Modular) — ORVALHO, Luísa (coordenadora); ALVES,
Matias; GRAÇA, Marina; LEITE, Elvira; MARÇAL, Celeste; TEIXEIRA, Ana. - Estrutura Modular nas Escolas
Profissionais — Quadro de Inteligibilidade. GETAP. ME. Porto, 1991.
NACFM — ORVALHO, Luísa (coordenadora); ALVES, Matias; GRAÇA, Marina; LEITE, Elvira; MARÇAL, Celeste;
s
TEIXEIRA, Ana. Folha de Divulgação. N 1. GETAP. ME. Porto, 1991.
NACEM — ALVES, José Matias — Avaliação Modular in Folha de In(formação) Estrutura Modular. N" 1. GETAP. ME.
Porto, 1991.
NACEM — GRAÇA, Marina — Estratégias de Formação de Professores centradas na Escola Profissional in Folha de
In(formação) Estrutura Modular. N" 2. GETAP. Mr. Porto, 1991.
NACTM — ORVALHO, Luísa (coordenadora); ALVFS, Matias; GRAÇA, Marina; LFI1 E, Elvira; MARÇAL, Celeste;
THXEIRA, Ana. Estrutura Modular. Roteiro in Folha de In(formação) Estrutura Modular. N" 3. GEFAP. ME. Porto,
1" Versão 1991. 2" Versão 1992.
NÓVOA, António (Orj>); HAMELINE, D.; SACRISTAN, ].; FSTLVF. |.; WOODS, P.: CAVACO. M. II. -Profissão,
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Professores. Porto Editora. Porto, I9 J1 .
NÓVOA, António; POPKEWITZ S. 1. (Orj>.) - Reformas Educativas e Formação de Professores. EDUCA. Lisboa,
1992.
ORVALHO, Luísa — Desafio das Novas Tecnologias de Informação e a Formação de formadores in Actas do Fórum
Impasses e Novos Desafios na Formação de Professores, f TNPROF. Porto. 1989.
118
ORVALHO, Luísa — Uma Abordagem Metacognitiva de Resolução de Problemas - Trabalho realizado no âmbito da
cadeira de Desenvolvimento Cognitivo e Sucesso Escolar do Curso de Mestrado em Ciências de Educação, Área
de Especialização, Informática no Ensino. Universidade do Minho. Braga, 1990.
ORVALHO, Luísa — A Estrutura Modular: um projecto de inovação e mudança. Um desafio ao papel do Professor.
Comunicação publicada no Suplemento do Jornal Expresso. Outubro, 1991.
ORVALHO, Luísa — O Projecto educativo das EP's em Portugal: um modelo flexível de organizar a formação
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TAVARES, José — A Aprendizagem como construção de conhecimento pela via da resolução de problemas e da
reflexão. Centro de Investigação, Difusão e Intervenção Educacional. Aveiro, 1992.
119
ANEXO 1
Q
2. Decreto-Lei n 26/89, de 21 de Janeiro.
• Cria as Escolas Profissionais no âmbito do ensino não superior.
Q
4. Decreto-Lei n 405/91, de 16 de Outubro.
• Estabelece o quadro legal da formação profissional inserida quer no sistema educativo quer no
mercado de emprego.
Q
5. Portaria n 423/92, de 22 de Maio.
• Institui um regime específico de avaliação dos alunos das Escolas Profissionais criadas pelo
Q
Decreto-Lei n 26/89 de 21 de Janeiro.
120
ANEXO 2
Autoformação - Autoformação não é autodidatismo mas pode ser definida como momentos em que se aprende
individualmente ou em grupo (com os pares ou outros profissionais de educação) em função de
objectivos de formação identificados e com o apoio de recursos adequados, Esses momentos
podem ter lugar na escola, em casa, no centro de formação,... e são ritmados por auto-avaliação.
Autonomia administrativa - Capacidade da escola tomar decisões próprias de carácter administrativo/ financeiro e
nomeadamente quanto a: admissão de alunos, exames, equivalências, gestão e formação de
pessoal não docente, gestão dos apoios socioeducativos, instalações e equipamentos; ao nível da
gestão financeira, gerir as verbas previstas no Orçamento da Escola, Fundo Social Europeu,
Segurança Social, contributo dos promotores, recursos próprios...
Autonomia pedagógica - Capacidade da escola poder inserir elementos de decisão próprios, de acordo com o seu
projecto educativo e no âmbito pedagógico, nomeadamente: a gestão do currículo e das
actividades educativas e programas; a avaliação, orientação e acompanhamento dos alunos; a
gestão de espaços escolares, de tempos; o recrutamento e formação dos docentes,...
Comunidade Educativa - Integra professores, alunos, pessoal não docente, pais, encarregados de educação, autarquia,
interesses sócio-económico-culturais da região.
Eficiência Uma organização (neste caso a escola) é eficiente quando utiliza o número de recursos (humanos, financeiros
1. a Formação de Professores (FP) centrada nos projectos da escola e com o envolvimento das
equipas de professores;
2. a FP realizada no espaço-escola como local de formação;
3. a FP centrada nas práticas dos professores;
4. a FP desenvolvida a partir da auto-organização dos professores.
121
O educador holista parte do todo que cada um é e procura desenvolver a sua integridade
pessoal e inter-pessoal mesmo naquilo que releva das diferenças.
Metacognição - Termo introduzido por Flavell no início dos anos setenta que designa a capacidade de cada um
Problema - Entende-se:
• algo de que se não conhece a solução;
• questões que necessitam de uma resposta que tenha de ser elaborada pelo sujeito e não
apenas recordada;
• algo que exija criar um método para descobrir a(s) resposta(s);
• um projecto pessoal.
Projecto - {de projicere: lançar em frente). É o que se tem intenção de fazer num futuro mais ou
menos longínquo (Littré).
O projecto concretiza uma intenção; coloca uma finalidade e prevê um determinado número de
meios para o atingir; é designado um programa de actividades sucessivas pelas quais estes
meios são postos em prática (traduzido e adaptado de BRU et NOT, 1987).
O projecto exige a observação das circunstâncias, das condições do contexto e análise
sistemática cio que se observa, do que se vê, do que se ouve, do que se contacta. Tudo terá
que ser compreendido através de acções empenhadas. O projecto pressupõe uma ordem lógica
nas acções mas a ordem possível é a que cada um lhe confere porque nela se procuram
adequações, contextualizações. Formulado em termos mais operatórios, o Projecto deve
provocar um consenso negociado e ser traduzido em objectivos.
Ritmo de progressão - Tempo de aprendizagens (conhecimentos, capacidades e atitudes) realizadas por cada aluno
no âmbito do percurso formativo. A progressão faz-se segundo o ritmo próprio induzido pelos
ambientes de aprendizagem. Não se trata de ficar à espera de uma "natural" progressão mas de
provocar um ritmo de desenvolvimento.
122
ANEXO 3
Súmula de documentação produzida pelo GETAP ou outros para o Projecto das Escolas Profissionais
ALVES, José Matias — Escolas Profissionais. O Desafio vai começar in Correio Pedagógico. N- 26. Porto. Jan, 1989.
ALVES, José Matias — Escolas Profissionais in Cadernos de Economia. Ano II. N" 6. Lisboa, Março, 1989.
ALVES, José Matias — Modos de Organização, Direcção e Gestão das Escolas Profissionais - Um estudo de quatro
situações. Dissertação de Mestrado em Ciências da Educação, Área de Especialização, Administração Escolar.
Universidade do Minho. Braga, 1992.
ALVES, José Matias — Escolas Profissionais. Sentido de uma Política e os Desafios da Inovação. Comunicação
apresentada às Jornadas Flavia Criativa. E.P. Chaves, 1990, (Texto policopiado).
ALVES, José Matias — Avaliação dos Processos de Funcionamento das Escolas Profissionais in INOVAÇÃO. Vol. 3.
s
N 3. IIE. ME. Lisboa, 1990.
ANESPO — Escolas Profissionais. Dossiers Publimédia. Suplemento Jornal Expresso. Vol 1-13. Julho, 1991. Vol 11-
12. Outubro. 1991.
AZEVEDO, Joaquim — Les Ecoles Professionnelles au Portugal: le suivi d'une politique contractualle entre le Ministère
de 1'Education et les acteurs locaux. Comunicação apresentada nas Journeés Internationales sur L'Evaluation des
Programmes de Vulgarisation - Développemmment. Toulouse, 1990. (Texto policopiado).
AZEVEDO, Joaquim — Escolas Profissionais e Desenvolvimento Local in Boletim Informativo, n- 2. INETE. 1990.
AZEVEDO, Joaquim — A Educação Tecnológica. Anos 90. Edições ASA. Porto, 1991.
AZEVEDO, Joaquim — Escolas Profissionais - Papel do Estado e da Sociedade Civil in Actas da Conferência Nacional
Novos Rumos para a Educação Tecnológica e Profissional.GETAP. ME. Porto, 1991.
AZEVEDO, Joaquim — Portugal; Technical and Vocational Educ^tion. Shorl presentation. 1991-1992. GETAP. ME.
Porto, 1992. Comunicação apresentada em Phoenix - Arizona - USA. (Texto policopiado).
AZEVEDO, Joaquim; CARNEIRO, Roberto — Vocational Schools in Portugal - Innovation Project of Social Dialogue and
Institucional Solidarity. Comunicação EC - US, Conference «Schools and Industry: Partners for a equality
Education». Holanda, Noordwijk, 26 Jun. 1992.
AZEVEDO, Joaquim; IMAGINÁRIO, Luís — Uma hipótese sem fundamento in APRENDER. N° 13, 5-9. E.S.E.
Portalegre, 1991.
123
COOPER5, & Lybrand — Avaliação do Desempenho das Escolas Profissionais. A Caracterização do Sistema. Relatório
a
final da I fase do Projecto. Lisboa, 1992.
CORREIA, Amélia; ROCHA, Conceição; SILVA, António — Área de integração - que modelo de Interdisciplinaridade no
Projecto Educativo das Escolas Profissionais? Porto, 1992. (Texto polícopiado)
CRUZ, Manuela — Organização Pedagógica das Escolas Profissionais. Um modelo possível. Porto, 1992. (Texto
policopiado).
CRUZ, M. Teresa; AMORIM, M. Amélia — A Formação Integral - O Papel da Área de Integração no Currículo in Actas
Conferência Nacional Novos Rumos para o Ensino Tecnológico e Profissional. CETAP. ME. Porto, 1991.
FIGUEIREDO, Irene — Escolas Profissionais. Currículo e Autonomia. Relatório do Projecto de Investigação. Trabalho
realizado no âmbito da cadeira Metodologia de Investigação. Instituto de Educação. U. Minho. Braga, 1990.
FONSECA, A. — Um Sabor Diferente. Uma Avaliação das Escolas Profissionais. GETAP. ME. Porto, 1992.
GETAP: ALVES, José Matias (Coordenador) [et al| — Avaliação do Funcionamento das Escolas Profissionais.
Relatório provisório. GETAP. ME. Porto. 1990. (Texto policopiado).
GETAP — Caracterização das ofertas e da frequência dos Cursos Técnicos (ETP) e Profissionais (EP) -GETAP. ME.
Porto, 1991.
GETAP: ORVALHO. Luísa (Coordenadora); ALVES, Matias; VOUGA, Célia; GRAÇA, Marina — O Modelo de
E s t r u t u r a Modular para as EP's. Implicações e Propostas de acção para a sua implementação. Relatório.
GETAP. ME. Porto, Dezembro 1990. (Texto policopiado).
GETAP — Novos Rumos para o Ensino Tecnológico e Profissional. Actas da Conferência Nacional. GETAP. Porto, Fev. de 1991.
GETAP — Oferta de Formação - Técnicos Intermédios para Sustentar o Desenvolvimento. GETAP. ME. Porto, 1991.
á
GETAP: PORFÍRIO, Manuel (Coordenador). CORREIA, Amélia; GRAÇA, Marina; LEITE, Elvira. {2- e 3 versões). PINHO,
Eduarda; RIBEIRO, Eugenia - Integração Sociocducaliva dos Alunos. - Módulo de Animação à Distância. GETAP. ME. Porto.
J
1- versão - 1989. 2° versão - 1990. 3 versão - 1991. (Texto policopiado).
124
GETAP — Dossier de Apoio à Gestão das Escolas Profissionais. GETAP. ME. Porto, Dezembro de 1992.
GRAÇA, Eduardo [et ai] — As Escolas Profissionais. Desafio à Sociedade in Actas da Conferência Nacional Novos Rumos para o
Ensino Tecnológico e Profissional. GETAP. ME. Porto, 1991.
GRAÇA, Eduardo — As Escolas Profissionais: um projecto educativo. Comunicação no Encontro Nacional das Novas Escolas
Profissionais com início de actividade em 1992/93. Lisboa, 1992. (Texto policopiado).
s
GRAÇA, Marina C. — A Formação de Formadores in Revista INOVAÇÃO. Vol. 3. N 3. lie. ME. Lisboa, 1990.
GRAÇA, Marina C. — A Formação de Professores das Áreas Tecnológicas e Profissionais. Tendências Actuais in Actas do
FÓRUM Impasses e Novos Desafios na Formação de Professores. FENPROF. Porto, 1989.
GRAÇA, Marina C. — Formação de Professores das EP's in Boletim de Informação. N" 1 1. GETAP. ME. Porto, 1990 e número
especial para a Conferência Nacional. GETAP. ME. Porto, 1991.
9
IMAGINÁRIO, Luís — Perfis e Áreas de Formação Profissional. Cadernos GETAP. N 3. ME. Porto, 1989.
LOUSADA, José; PINHO, Eduarda — Inserção dos Professores no Projecto das Escolas Profissionais in Actas da Conferência
Nacional Novos Rumos para o Ensino Tecnológico e Profissional. GETAP. ME. Porto, 1991.
MARQUES, Margarida — A Decisão Política em Educação. O Partenariado Socioeducativo como Modelo Decisional. O caso das
Escolas Profissionais. Dissertação de Mestrado em Ciências da Educação, Educação e Desenvolvimento. U.N.L./F.C.T..
Lisboa, 1992.
MARQUES, Margarida — Escolas Profissionais Artísticas, uma avaliação crítica. Comunicação à Conferência Nacional do Ensino
Artístico. Maia, Outubro 1992. (Texto policopiado).
MARQUES, Margarida — Abordagem Sistémica das Relações entre o Sistema Educativo e o Sistema Económico. A Participação
dos Actores: o caso das Escolas Profissionais in Actas da Conferência Nacional do Ensino Tecnológico e Profissional.
GETAP. ME. Porto, 1991 -
MARQUES, Margarida; REQUEIO, Teresa — Os alunos das Escolas Profissionais. Caracterização e Expectativas. Análise
sociográfica in Conferência Nacional Novos Rumos para o Ensino Tecnológico e Profissional. GETAP. ML. Porto, 1991.
MARQUES, Margarida — Contributos para a Análise Quantitativa da Evolução do Modelo Educativo das Escolas Profissionais in
s
INOVAÇÃO. Vol. 3. N 3. UE. Lisboa, 1991.
a
MARQUES, Margarida — As Escolas Profissionais - Um Novo Modelo de Formação in Revista INOVAÇÃO, Vol. 3- N 3. UE. ME.
Lisboa, 1990.
NACEM (Núcleo de Apoio à Concretização da Estrutura Modular) — ORVALHO, Luísa (coordenadora); ALVES, Matias; GRAÇA,
Marina; LEITE, Elvira; MARÇAL, Celeste; TEIXEIRA, Ana; - Estrutura Modular nas Escolas Profissionais — Quadro de
Inteligibilidade. GETAP. ME. Porto, 1991.
NACEM — ORVALHO, Luísa (coordenadora); ALVES, Matias; GRAÇA, Marina; LEITE, Elvira; MARÇAL, Celeste; TEIXEIRA,
õ
Ana; Folha de Divulgação N 1. GETAP. ME. Porto, 1991
Q
NACEM — ALVES, Matias — Avaliação Modular in Folha de In(formação) Estrutura Modular. N 1. GETAP. ME. Porto, 1991.
NACEM — GRAÇA, Marina — Estratégias de Formação de Professores centradas na Escola Profissional in Folha de In
s
(formação) Estrutura Modular, N 2. GETAP. ME. Porto, 1991.
NACEM — ORVALHO, Luísa (coordenadora); ALVES, Matias; GRAÇA, Marina; LEITE, Elvira; MARÇAL, Celeste; TEIXEIRA,
Q a
Ana; Estrutura Modular. Roteiro in Folha de In(formação) Estrutura Modular N 3. GETAP. ME. Porto, 1'-'Versão, 1991, 2
Versão, 1992.
125
NACEM — ORVALHO, Luísa (coordenadora); ALVES, Matias; GRAÇA, Marina; LEITE, Elvira; MARÇAL, Celeste; TEIXEIRA,
Ana; — V' Relatório de Avaliação da Experiência "Implementação da Estrutura Modular nas Escolas Profissionais" do
Projecto "Plano de Concretização da Estrutura Modular nas EP's". GETAP. ME. Porto, 1991. (Texto policopiado).
ORVALHO, Luísa — Desafio das Sovas Tecnologias de Informação e a Formação de Formadores in Actas do Fórum Impasses e
Novos Desafios na Formação de Professores. FENPROF. Porto. 1989.
ORVALHO, Luísa — Uma Abordagem Metacognitiva de Resolução de Problemas - Trabalho realizado no âmbito da cadeira de
Desenvolvimento Cognitivo e Sucesso Escolar do Curso de Mestrado em Ciências de Educação. Área de Especialização,
Informática no Ensino. Universidade do Minho. Braga, 1990.
ORVALHO, Luísa — A Estrutura Modular: um projecto de inovação e mudança. Um desafio ao papel do Professor. Comunicação
publicada no Suplemento do jornal Expresso. Outubro, 1991.
ORVALHO, Luísa. — A Estrutura Modular. Um modelo organizativo de formação profissional in Actas da Conferência Nacional
Novos Rumos para o Ensino Tecnológico e Profissional. GETAP. ME.
Porto, 1991.
ORVALHO, Luísa — A Educação Tecnológica e a Formação Profissional face ao Desafio Nacional e Europeu. Redes de
parcerias. Comunicação apresentada no Seminário PETRA II "Implicações da Estrutura Modular na Gestão dos Projectos
Educativos". Tabuado - Torre de Nevões, 1992. (Texto policopiado).
ORVALHO, Luísa — O Projecto Educativo das EP's em Portugal: um modelo flexível de organizar a formação profissional; um
processo de desenvolvimento curricular inovador - Comunicação apresentada ao II Congresso cia S.P.C.E. Braga, 1992.
ORVALHO, Luísa — Novos Perfis de Formação: as estratégias de valorização do ensino profissional in PESCA E NAVEGAÇÃO.
Q
Ano XII. N 119, Setembro, 1992.
PORTUGAL. Ministério da Educação. GETAP (ALVES, J. Matias) Portugal: 1'enseignement technique et professionnel et les défis
des écoles professionncllcs. Rapport national. Comunicação apresentada ao A t e l i e r CODIESEE Technologie et production
dans les programmes de 1'enseignement secondaires. Patras, 1990. (Texto policopiado).
PORTUGAL. Ministério da Educação. GETAP (ORVALHO, Luísa) - Portugal: Case Study. Comunication made ai lhe 7th
CODIESEE Consultation Meeting, on «Curriculum Development in Europe: Strategies and Organization». Bucharest.
Romain. 1-5 June 1992. Book / Report of the Workshop. CIDREE.
PORTUGAL. Ministério da Educação (CARNEIRO, Roberto) — Palavras do Senhor Ministro da Educação por ocasião do
primeiro Encontro Nacional de directores e promotores de Escolas Profissionais. Porto, Novembro, 1989. (Texto policopiado).
RAMOS, Fernanda - O desafio do diálogo e do associativismo. Uma oportunidade ao desenvolvimento. ANESPO. Comunicação
apresentada no Seminário PETRA II "Implicações da Estrutura Modular na Gestão dos Projectos Educativos". Tabuado -
Torre de Nevões, 1992. (Texto policopiado).
RAMOS, Lucília — O Modelo das Escolas Profissionais (contributos para uma reflexão teórica pertinente) in Actas da
Conferência Nacional Novos Rumos para o E n s i n o Tecnológico e Profissional. GETAP. ME. Porto, 1991.
RIBEIRO, Eugenia; LOUSADA, António; SOARES, Rosa — Certificação e Qualificação Profissional na Área das Artes Gráficas -
Uma Experiência. Comunicação apresentada à Conferência Nacional do Ensino Artístico. Maia, Outubro 1992. (Texto
policopiado).
ROCHA, Conceição — Formação de Professores nas Escolas Profissionais. Comunicação apresentada no Seminário PETRA II
"Implicações da Estrutura Modular na Gestão dos Projectos Educativos". Tabuado - Torre de Nevões, 1992. (Ttexto
policopiado).
126
SILVA, Porfírio — A Área de Integração como Lugar Estratégico no Desenvolvimento do Projecto Educativo de uma Escola
Profissional in Actas da Conferência Nacional Novos Rumos para o Ensino
Tecnológico e Profissional. GETAP, ME. Porto. 1991.
VALENTE, Odete — Estrutura Modular. Implicações na elaboração dos programas e avaliação dos alunos. Porto, Março 1990.
Adaptação e Síntese elaborada por ORVALHO, Luísa da Comunicação proferida no Hotel Tuela, no dia 12 de Dezembro 1989.
(Texto policopiado).
127
ANEXO IV
Todos nós temos interiorizado um modelo de escola que a maior parte das vezes, corresponde ao que designamos
como escola tradicional.
Tomemos um exemplo.
O espaço escola está dividido em salas por onde são distribuídos os alunos.
Para gerir e organizar os alunos durante períodos de cinquenta minutos é "colocado" um professor.
O professor depara com um número de alunos com diferentes características e ritmos de aprendizagem diversos.
Por exemplo, o João tem facilidade na comunicação escrita, possui destreza manual mas tem dificuldades de
relacionamento interpessoal.
O António, por sua vez exprime-se bem oralmente e tem facilidades na Química... mas tem grandes dificuldades
em Matemática, o que fez com que reprovasse já por duas vezes.
A Luísa por exemplo, não demonstra interesse pela Expressão Plástica, mas revela grande entusiasmo por todos
os assuntos referentes à área da informática.
O professor dá a matéria que vem no programa sem ter atenção às diferenças dos alunos.
Para tentar romper com esta organização as Escolas Profissionais optaram pela estrutura modular que tem
implicações ao nível do desenvolvimento curricular da organização da escola e das práticas pedagógicas.
Ou seja, uma unidade de aprendizagem autónoma, integrada num todo coeso que permite aos alunos adquirirem
capacidades diversificadas através de experiências ou actividades múltiplas.
Hoje em dia a palavra módulo entrou na linguagem corrente, sendo utilizado em situações muito diversas.
Em mobiliário, o termo módulo significa que está normalizado, que os elementos são completamente
independentes, podendo combinar-se entre si de modos diferentes de forma a garantir coerência à diversidade
das configurações.
128
Os jogos baseados no encaixe de peças é outro exemplo de organização por módulos.
Aqui um módulo é uma peça que permite diferentes configurações mediante novas relações entre os elementos ou
através da junção de mais elementos.
Há assim uma maior intervenção da criatividade do construtor e um maior grau de liberdade, resultando o total das
interacções entre as partes.
Este sistema de módulos também se aplica no ensino, através de unidades de aprendizagem de natureza e
duração variáveis, que se combinam entre si formando uma Estrutura Modular.
No modelo formativo das Escolas Profissionais optou-se por uma organização do currículo aberta e flexível, capaz
de dar resposta aos desafios da formação profissional do mundo de hoje.
• avaliação formativa
Em resumo, a estrutura modular é uma concepção que permite múltiplas escolhas de qualquer projecto. Os
módulos são elementos de um processo ao serviço de um projecto e não um fim em si mesmo. Esta estrutura
Ao nível da concepção:
- Princípios estruturantes
- Finalidades
- Critérios para a organização e articulação das componentes do currículo.
Ao nível da realização:
Ao nível do contexto:
Em síntese, as escolas profissionais são comunidades de formação com uma imagem própria que exigem novos
papéis aos alunos; Aos professores; Aos pais;
E à própria comunidade em geral (tais como associações sindicais, empregadores, administração do estado).
A concretização da estrutura modular exige do professor uma planificação cuidadosa da acção pedagógica e
articulada à diversidade das dinâmicas de aprendizagem e dos ritmos de progressão.
Se não se verificar esta conjugação e adequação de actuações podemo-nos confrontar com uma situa ção muito
semelhante a esta:
Atenção... Atenção...
Vamos lá começar!
Como sabem esta é uma aula da área Vender e vocês como futuros técnicos de comércio vão ler de conhecer as
novas realidades do comércio bem como os novos hábitos de compra dos consumidores.
129
Vão ter que desenvolver um espírito inovador e empreendedor.
Assim, este grupo irá fazer um módulo que abordará as diferentes variáveis que contribuem para o sucesso de uma
loja, bem como as técnicas de exposição dos produtos.
Este grupo irá fazer um módulo onde serão abordados os diferentes aspectos que tem a ver com a relação
cliente/vendedor.
A Rita...
A Rita pode ir para o computador e inserir no relatório aquele gráfico que fizeram sobre a cadeia de
supermercados.
Vocês já repararam concerteza, que em qualquer ramo de comércio se estabelecerem uma comparação entre as
lojas, umas vão caracterizar-se por lojas "antigas" e outras que vocês não podem deixar de considerar como um
novo modelo de comércio.
Nas montras!
Na decoração!
E nos clientes...
Mas como sabem os clientes também são um factor que estabelece a diferença...
130
Vocês sabem que a apresentação de uma loja é importante...
As montras...
Mas o vendedor se quer ser um vendedor de sucesso tem que aprender a identificar todos os tipos de clientes...
Pois. Eu conheço uma senhora que está sempre a pedir ao dono de uma loja que tenha uma determinada marca.
Desculpem.
O professor não proporcionou aos seus alunos orientação que lhes permita um trabalho autónomo.
Nem criou propostas de actividades alternativas capazes de manter os níveis de motivação intrínseca dos alunos.
Não foi capaz de preparar estratégias adequadas aos diferentes ritmos de aprendizagem.
O professor não organizou o espaço e os agrupamentos dos alunos em função das actividades.
131
É claro que vou, já passa um minuto da hora!
Mas eu não demoro nada. Eu queria tanto provar aqueles sapatos bordeaux ■— bordeaux de Bordéus que estão
aqui na montra.
Minha senhora amanhã também estamos abertos e de certeza absoluta que não vou vender os sapatos esta noite.
Amanhã?
Sim.
Está bem!
Sente-se lá!
Mas vê-se logo que uma pessoa com a minha elegância não podia usar o 40!
O minha senhora: sabe quem se enganou? Fui eu que a deixei entrar depois da hora.
Qual é o seu número?
Aí está!
Eles ficam-me bem... mas se calhar ficava-me melhor noutra côr. Assim num vermelho mais vermelho.
Não tem?
Bom, na vossa opinião, quais foram as atitudes incorrectas que o vendedor tomou perante o cliente?
Logo no início... a forma como o vendedor pretendia que a cliente não entrasse na loja não foi muito simpática!
Está bem! Mas já passava da hora! As pessoas têm que aprender a respeitar os horários!
132
Para mim, o mais incorrecto foi o vendedor não ter confirmado o número que a senhora calçava!
Para mim o mais importante é que o vendedor falhou porque fez tudo contrariado!
Através do vídeo o professor criou uma situação que possibilitou uma aprendizagem activa.
Assim o espaço aula é entendido como um lugar de trabalho técnico, prático e de reflexão, com uma dinâmica
individual e cooperativa.
É para o meu tio. Ele faz anos. Não sei muito bem o que lhe hei-de dar.
Bem idade... Eu pessoalmente dava-lhe vinte e poucos... trintas. Mas o meu pai por exemplo diz que ele tem
cinquenta.
Júlio Pereira?
Música clássica?
Música clássica, como? Quer dizer! O que é para o senhor música clássica?
Sim.
Não sei. Eu acho que música clássica não deve interessar muito, porque são sempre aquelas orquestras.
133
É muito barulho. Talvez outra coisa...
Mais mexida?
Desculpe?
Mais mexida?
Deste modo foram proporcionados momentos de trabalho em equipa que permitiram aos alunos um
desenvolvimento integrado de competências, capazes de fomentar futuras atitudes profissionais na organização do
trabalho, na reorganização de processos de produção e no alargamento das competências sociais, culturais e
pessoais.
A montra pode revelar um produto novo surgido no mercado ou um produto com um preço mais competitivo.
Júlio Pereira?
Música clássica?
Música clássica, como? Quer dizer! O que é para o senhor música clássica?
Sim.
Não sei. Eu acho que música clássica não deve interessar muito, porque são sempre aquelas orquestras.
Mais mexida?
Desculpe?
Mais mexida?
Deste modo foram proporcionados momentos de trabalho em equipa que permitiram aos alunos um
134
desenvolvimento integrado de competências, capazes de fomentar futuras atitudes profissionais na organização do
trabalho, na reorganização de processos de produção e no alargamento das competências sociais, culturais e
pessoais.
A montra pode revelar um produto novo surgido no mercado ou um produto com um preço mais competitivo.
Ou seja diferentes formas de colocar esses produtos nos moveis de exposição que estão no interior da loja
Essa exposição tem por fim criar pólos de atracção para o consumidor e facilitar-lhe assim a procura dos produtos.
Já reparaste que há lojas que conseguem estes objectivos e há outras que não têm este tipo de preocupações
Pega numa máquina fotográfica e percorre <is ruas à v o l t a da nossa escola tentando captar exemplos de montras e expositores
para que possas mais tarde a n a l i s a r os diversos componentes.
O espaço de aprendizagem organiza-se através de uma interacção da sala de aula com o espaço exterior numa procura de
novos recursos de formação.
O novo conceito de espaço-aula "salta" as fronteiras da sala tradicional para conquistar todo o espaço necessário à realização
de actividades e de tarefas propostas a cada aluno ou grupo de alunos, nomeadamente em contexto de trabalho real.
Correu bem!
Bem... numa primeira reunião vimos quais eram os elementos que precisávamos para o nosso t r a b a l h o e as s i m d i v i d i m o s
as tarefas, Eu e a Vanda tomos ao Centro de Documentação aqui da escola e fizemos um levantamento do que lá e x i s t i a e que
nos podia interessar para a r e a l i z a ç ã o do trabalho.
O André consultou no computador uma base de dados para descobrir iniormacão sobre a população do bairro.
Eu e a Ana fomos á biblioteca e conseguimos encontrar bastante informação de carácter social, cultural e económico, que nos
ajudou muito a c a r a c t e r i z a r o nosso bairro.
Com certeza.
Está certo.
Foi feita uma análise do bairro, para encontrar as zonas que privilegiavam a instalação de indústrias, as zonas comerciais e
as que têm maior ac tivi dade cultural, tentámos também traçar um perfil dos habitantes destas diversas zonas.
Para além disso observámos imagens antigas do bairro e comparámo-las com fotografias actuais, registando as alterações
que se verificaram.
Após a compilação, de todos estes elementos elaborámos um dossier final que foi apresentado e discutido na sala de aula com o
professor de Integração e os outros colegas.
Portanto agora com estes dados vamos tentar ver os aspectos de viabilização de uma loja de discos neste bairro.
Acham possível?
Certos aspectos.
A estrutura curricular modular pode apresentar diferentes modalidades de organização; micromódulos, módulos, macromódulos,
articulados de forma Uni ou Pluridisciplinar e ainda Inter ou Transdisciplinar.
Isto permite uma gestão integrada e flexível dos programas, o que f a c i l i t a o trabalho c o n j u n t o dos professores na sala de
aula.
Mas será que esta estrutura modular responde às exigências do projecto formativo dos jovens?
Este desafio que se coloca às escolas profissionais exige de todos os intervenientes uma atitude constru ti v a e reflexiv a para
r
a v a l i a r passo a passo a qualidade deste projecto e ass im permitir ao jovem profissional em cada momento, se cidadão do
seu tempo.
136
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