O Novo Comentário Bíblico AT - Naum PDF
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Naum
I ntrodução
Jesus obviamente tenha falado sobre a questão de Aqueles que sabem que o Senhor é bom podem
amarmos os nossos inimigos (Mt 5.4 3 -4 8 ), Ele foi alegrar-se no fato de que Ele se vinga de atos
veemente ao advertir que o juízo seria inevitável perversos contra o Seu povo (Na 1.7,8).
(M t 5.2 1 ,2 9 ,3 0 ; 7.13,23). Ele disse que todos os O juízo vindouro é um chamado a que o povo
que lançarem m ão da espada à espada morrerão (Mt de Deus também não seja com placente com o
26 .5 2 ). Se houve alguma vez em que as palavras pecado. Implícitos em qualquer aviso de condena
de Jesus a respeito da inevitável destruição da ção estão o chamado a uma vida santa por parte
queles que vivem lançando mão da violência ti do povo de Deus e um chamado urgente para que
veram uma aplicação direta, essa ocasião foi com esse povo leve a mensagem de Deus àqueles que,
Nínive. sem salvação, sofrerão a ira do Criador. O juízo
Na conquista do mundo antigo, os assírios divino é um estranho ato (Is 28.21), mas, no final,
foram impiedosos e cruéis. Suas atrocidades in é fruto da bondade e da justiça de Deus.
cluíam, desde decepar mãos até queimar crianças Não se sabe muito sobre Naum, o autor deste
até a morte. Em muitos sentidos, o livro de Naum livro, a não ser o que está registrado nos três ca
é um estudo teológico sobre a máxima da espada. pítulos dessa profecia. Até seu local de nascimen
A fama de Nínive por causa de seus atos sangui to, Elcós (Na 1.1), é incerto. No entanto, uma
nários de repressão, de destruição e de levianda vez que Naum escreveu logo após a destruição de
de ia além de suas fronteiras. Deus não poderia Israel, em 722 a.C., podemos partir do princípio
ser bom se não chamasse uma nação perversa de que Elcós ficava em Judá.
como essa a prestar contas. O aspecto teológico A queda de Tebas, em 663 a.C. (Nô-Amom,
do livro de Naum é o da bondade de Deus no N a 3 .8 ), estipula o limite para a data mais an ti
sentido de levar à destruição aqueles que se ga do livro. A queda de N ínive, prenunciada
opõem à Sua vontade e maltratam Seu povo. pelo livro, aconteceu em 612 a.C ., pouco antes
N ínive não foi apenas cidade no mundo da destruição final do império assírio, em 609
antigo que recebeu o juízo prometido de Deus, a.C. Isso significa que o livro de Naum foi escri
mas também um protótipo do juízo vindouro de to antes de 612 a.C ., talvez tenha sido escrito
Deus contra todos os que praticam a maldade. durante a reforma de Josias, em 622 a.C.
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C r o n o lo g ia em N a u m — — — — — -- w m m J
1366
N aum 1.9-13
1367
1.9,10 N aum
EM FOCO
Z e l o s o ( h b . q a n n o ’)
1368
N aum 3.6,7
(Is 9.5) para pôr medo no coração de seus adver Entretanto, os tesouros de Nínive se esgotaram.
sários. Aqui a situação se inverteria. Enquanto Finalmente, ela ficou vazia.
outros teriam escudos, carros e lanças, o povo de 2 .1 1 ,1 2 — Nínive era uma cidade de leões (Na
Nínive seria banhado em seu próprio sangue. Ao 2 .1 3 ). Contudo, a despeito de todos os horrores
contrário de grande parte da literatura antiga, a que o leão de Nínive havia causado em outras
Bíblia não exalta a guerra. Ela faz uma descrição nações, ninguém mais precisava temê-lo.
assustadoram ente realista para m ostrar que a 2 .1 3 — Embora os babilônios tenham con
guerra é consequência da rebelião da humanida quistado a cidade, eles foram apenas instrumentos
de contra Deus. O Senhor não tem prazer em ver usados por Deus. O maior inimigo de Nínive era
o confronto de exércitos humanos. No entanto, o SE N H O R dos Exércitos.
às vezes, no juízo, Deus deixa de usar Suas mãos 3 .1 - 1 9 — O capítulo 3 de Naum é um pre
para deter os homens, expondo pessoas e nações núncio de tribulação que explica as razões por que
à sua própria destruição mútua desenfreada. Foi Nínive é sitiada e destruída.
isso o que aconteceu com Nínive. 3 .1 — Ai da cidade ensanguentada. Nínive era
2 .4 — Os carros se en fu recerão. O s assírios conhecida por todo o O riente Médio como uma
usavam os carros como máquinas de guerra. A cidade que se distinguia pela violência e pelo
habilidade de quem os dirigia é o que sustenta as derramamento de sangue.
imagens deste versículo. Mas, como no caso dos 3 .2 ,3 — C avalos e carros e r a m i n s t r u m e n t o s
escudos e das lanças de Naum 2.3, os carros de 3 d escrev e os h o rro res
d e g u e rr a . O v e r s íc u lo
Nínive não venceriam, por mais rápido que fos c a u s a d o s p e la m á q u i n a d e g u e r r a d a n a ç ã o , q u e
sem dirigidos. re s u lta r a m em corpos sem conta (n v i ) .
2 .5 — Eles, porém , tropeçarão na sua m archa. 3 .4 — O termo pecados refere-se ao paganis
A s pessoas na cidade ficariam tão atordoadas por mo. Qualquer adoração a deuses que não seja a
estarem sob ataque que ficariam sem ação. O adoração ao Deus das Escrituras é um ato de
termo nobres ( a r a ) talvez tenha sido com sarcas prostituição espiritual. Nínive era tão exímia em
mo aqui, visto que essas pessoas não parecem práticas pagãs que a cidade recebeu o título des
impressionar muito. critivo de m estra das feitiçarias. Desse modo, os
2 .6 — As portas do rio se abrirão. Acredita-se assírios “seduziram” inúmeros governantes para
que a destruição de Nínive tenha ocorrido quan que dependessem de sua ajuda militar. A lém
do os homens que a cercaram entraram na cidade disso, Nínive era um centro da adoração a ídolos.
por meio dos canais inundados. O ataque acon A cidade abrigava os templos de Istar, deusa do
teceu na época da inundação, quando os rios sexo e da guerra, e de Nabu, deus da sabedoria.
minaram os muros e as defesas da cidade. A rque A rtes mágicas como presságios, adivinhações,
ólogos encontraram evidências de escombros leituras de entranhas de animais e o uso de feiti
deixados pela inundação que podem estar asso ços e encantam entos faziam parte da religião dos
ciados à destruição da cidade. Portanto, as pala assírios — práticas contundentemente condenadas
vras de Naum se cumpriram à risca. em outra passagem das Escrituras (D t 18.9-14).
2 .7 ,8 — H uzabe está descoberta. A nação que 3 .5 — Eis que estou contra ti, diz o SE N H O R
tanto havia feito para escravizar outros agora dos Exércitos. A repetição dessa expressão encon
seria ela mesma levada cativa. trada em Naum 2.13 fica mais assustadora cada
Parai, parai, clam ar-se-á. Ninguém ouviria seus vez que é ouvida. Q uem poderia sobreviver à
gritos de pavor. oposição do Senhor?
2 .9 ,1 0 — Saqueai. A Assíria havia saqueado E te descobrirei na tua fa ce. O Senhor humilha
muitas nações, incluindo Samaria e outras cidades ria Nínive em público.
de Israel. Os despojos que podiam ser encontrados 3 .6 ,7 — O Senhor descreveu o destino de
d entro de seus muros pareciam não ter fim. Nínive como algo comparável a uma pessoa sobre
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3.8 N aum
a qual foi lançada uma imundície (n v i ) indescrití incapaz na esperança de encontrar refúgio, mas
vel. Quando Nínive estivesse em ruínas, ninguém sem ter como encontrá-lo.
teria com paixão dela. As nações se alegrariam com 3 .1 2 ,1 3 — Naum é satírico ao descrever que
o desaparecimento de Nínive. as fortalezas de N ínive seriam derrotadas com
3 .8 — N ô-Am om , que está situada entre rios. A tanta facilidade que elas seriam como árvores
destruição da cidade de Tebas, próxima ao rio frutíferas que deixam seus figos caírem na boca de
Nilo, em 663 a.C., seria um prenúncio da destrui quem espera para comê-los.
ção de Nínive. Nô-Amom é o nome hebraico de 3 .1 4 ,1 5 — Naum zombou de Nínive quando
Tebas, derivado do nome egípcio que significa disse ao povo que se preparasse para ser sitiado.
C idade de [do deus] Amom. O argumento parece O verdadeiro cerco de Nínive continuou por mais
sugerir que, antes de sua destruição, ninguém de dois anos.
teria imaginado a queda de Tebas. Mas a destrui 3 .1 6 ,1 7 — A despeito da grande força econô
ção aconteceu — pouco antes de ser escrito o mica e militar de Nínive, nada restava em poder
livro de Naum. A cidade de Tebas foi reconstru da cidade.
ída somente para ser destruída mais tarde, duran Em subindo o sol.Opovo de Nínive seria como
te o período romano (29 a .C .). Nínive, no entan insetos noturnos que desaparecem à luz do dia.
to, nunca seria reconstruída. 3 .1 8 — Os teus pastores dorm itarão. Quando
3 .9 ,1 0 — A cidade de Nô-Amom tinha mui os pastores não estão atentos, o rebanho não pode
tos aliados poderosos, mas eles não foram sufi ser protegido do perigo.
cientes para protegê-la no momento de necessi 3 .1 9 — Todos os que ouvirem a tua fam a baterão
dade. Quem se aliaria a Nínive para rechaçar o as palmas sobre ti. Todos os povos e nações que so
ataque do Senhor? freram nas mãos do poder abusivo de Nínive grita
3 .1 1 — Serás em briagada e te esconderás; tam riam e bateriam palmas ao ouvir sobre a destruição
bém buscarás força. Nínive seria como um bêbado da cidade. Não haveria lamentação por Nínive.
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ANTIGO
TESTAMENTO
com r e c u r s o s a d ic io n a is
Recursos:
• A p re s e n ta ç ã o e e sb o ço de c a d a livro da B íb lia .
• M ais de 5 0 0 n o ta s co m e n ta n d o c a d a v e rsícu lo ou grupos de
v ersícu los.
• M ais de 6 0 0 b o xes, c o m estu d os e x tra s sob re a orig em e o sig nificad o
de p a la v ra s-c h a v e e m h e b ra ic o ou grego; c ro n o lo g ia ; in fo rm a çõ e s
te o ló g ica s e h istó rica s; p rin cíp ios esp iritu ais a p licáv eis à vid a cristã ;
tab elas e quad ros re la c io n a n d o p erso n ag en s b íb lico s, e v e n to s
n arrad o s e fa to re s cu ltu ra is; estu d os sobre p erso n alid ad e e ca rá te r
dos p ro ta g o n ista s b íb lico s.
• M ais de 5 0 m apas das ro ta s p ercorrid as n a antig u id ad e pelos
p e rso n a g en s b íb lico s.
• A rtig os essen cia is, c o m u m a rica visão do A T e e scla re c im e n to s sobre
os p rin cip ais tem a s e d o u trin as b íb licas.