Primeiro Concílio de Niceia
Primeiro Concílio de Niceia
Primeiro Concílio de Niceia
Índice
1Visão geral
2Características e propósitos
3Participantes
4Agenda e procedimentos
5Controvérsia ariana
o 5.1Argumentos a favor do
arianismo
o 5.2Argumentos contra o
arianismo
o 5.3Resultado do debate
6Credo Niceno
7Cálculo da Páscoa
8Cisma meleciano
9Promulgação da lei canônica
10Efeitos do concílio
11Função de Constantino
12Equívocos
o 12.1Cânone bíblico
o 12.2Trindade
13Questões disputadas
o 13.1Função do bispo de Roma
14Celebração litúrgica
15Ver também
16Referências
17Bibliografia
o 17.1Fontes primárias
o 17.2Fontes secundárias
Visão geral[editar | editar código-fonte]
[10]
O Primeiro Concílio de Niceia foi o primeiro concílio ecumênico da Igreja. Seus feitos
resultaram em um dos primeiros símbolos da fé e doutrina cristã, chamado de Credo
Niceno. Com a criação deste credo, estabeleceu-se um precedente para os concílios
locais e regionais subsequentes (Sínodos), realizados pelos bispos, para criar declarações
de crença e cânones da ortodoxia doutrinária — com a intenção de definir a unidade das
crenças para toda a cristandade.
Derivado do grego koiné (em grego: οἰκουμένη; transl.: oikouménē , "o habitado"),
"ecumênico" significa "no mundo todo; de âmbito geral, universal". O termo, de modo
[11]
geral, foi usado para se referir à Terra conhecida e habitada, o que naquele momento
da história se referia em grande parte ao Império Romano. Os primeiros usos do termo
aplicados a um concílio são em "Vida de Constantino", escrito por Eusébio de
[12]
Cesareia em torno de 338, no qual ele afirma que "ele convocou um concílio
ecumênico" (em grego: σύνοδον οἰκουμενικὴν συνεκρότει; transl.: sýnodon
[13]
oikoumenikḕn synekrótei), e numa carta ao Papa Dâmaso I e aos bispos
[14]
latinos do Primeiro Concílio de Constantinopla em 382.
Um dos propósitos do concílio foi resolver as divergências que surgiram dentro da Igreja
de Alexandria sobre a natureza de Jesus e sua relação com o Pai. Discussões sobre a
origem do Filho envolveram dois posicionamentos: se ele não teve começo e foi gerado
pelo Pai a partir de seu próprio ser ou se teve começo e foi criado do nada.
[15]
Alexandre e Atanásio, ambos de Alexandria, tomaram a primeira posição e o popular
presbítero Ário, de quem vem o termo arianismo, tomou a segunda. O concílio decidiu,
esmagadoramente, contra os arianos. De aproximadamente 318 participantes, todos, com
exceção de dois, concordaram em assinar o credo e estes dois, juntamente com Ário,
[10][16]
foram banidos para a Ilíria.
Outro resultado do concílio foi um acordo sobre quando celebrar a Páscoa, a mais
importante festa do calendário eclesiástico, decretado em uma epístola à Igreja de
Alexandria na qual se diz:
1. A questão ariana sobre a relação entre Deus, o Pai, e Deus, o Filho, não apenas
em sua forma encarnada, como Jesus, mas também em sua forma anterior a criação do
mundo.
2. A data de celebração da Páscoa.
3. O cisma meleciano.
4. Vários assuntos de disciplina da Igreja que resultaram em vinte cânones:
1. Estrutura organizacional da Igreja.
2. Padrões de dignidade e adequação de comportamentos e antecedentes
para o clero.
3. Reconciliação dos lapsis, com estabelecimento de normas para
arrependimento e penitência pública.
4. Readmissão à Igreja de hereges e cismáticos, incluindo questões sobre
quando a reordenação e o rebatismo seriam necessários.
5. Prática litúrgica, incluindo questões sobre o lugar dos diáconos e a prática
[40]
da oração durante a liturgia.
1. "Luz da Luz, verdadeiro Deus de verdadeiro Deus", o que proclama sua divindade.
2. "Gerado, não criado", o que afirma que ele não é uma mera criatura, trazida à
existência a partir do nada.
3. "De uma só substância com o Pai", o que afirma que, embora seja "Deus
verdadeiro" e Deus Pai também seja "Deus verdadeiro", eles são um único ser, de acordo
com o que é encontrado em João 10:30. O termo grego homoousios (que
significa consubstancial, isto é, "da mesma substância") é atribuído por Eusébio a
Constantino que, nesse ponto particular, pode ter escolhido exercer sua autoridade.
1. A visão de que "houve um momento em que Ele [o Filho] não existiu" foi rejeitada
para manter a co-eternidade do Filho com o Pai.
2. A opinião de que ele era "mutável ou sujeito a mudanças" foi rejeitada para
sustentar que o Filho, tal como o Pai, estava além de qualquer forma de fraqueza ou
corruptibilidade e, o mais importante, que Ele não poderia abandonar a perfeição moral
absoluta.
Assim, em vez de um credo batismal aceitável tanto para os arianos quanto para seus
oponentes, o concílio promulgou um que era claramente contrário ao arianismo e
incompatível com o núcleo distintivo de suas crenças. O texto desta profissão de fé é
preservado em uma carta de Eusébio para Atanásio, para sua congregação e outros
lugares. Embora fossem os mais anti-arianos, aqueles que defendiam o termo
consubstancialidade, a homoousia (traduzida como "da mesma substância", que havia
sido condenado no Sínodos de Antioquia em 264-268, estavam em minoria. O credo foi
aceito pelo concílio como uma expressão da fé comum dos bispos e da antiga fé de toda a
Igreja.
O bispo Ósio de Córdoba, um dos defensores do termo consubstancialidade, ajudou o
concílio a entrar em um consenso. Na época, ele era o confidente do imperador em todos
os assuntos da Igreja. Ósio esteve à frente das listas de bispos, e Atanásio atribui a ele a
formulação real do credo. Grandes líderes como Eustácio de Antioquia, Alexandre de
Alexandria, Atanásio e Marcelo de Ancira, todos aderiram à posição da
consubstancialidade.
Apesar de sua simpatia por Ário, Eusébio de Cesareia aderiu às decisões do concílio,
aceitando todo o credo. O número inicial de bispos que apoiavam Ário era pequeno. Após
um mês de discussão, em 19 de junho, restavam apenas dois: Teono de Marmárica,
na Líbia, e Segundo de Ptolemaida. Máris de Calcedônia, que inicialmente apoiou o
arianismo, concordou com todo o credo. Da mesma forma, Eusébio de
Nicomédia e Teógnis de Niceia também concordaram, exceto por certas declarações.
O imperador então determinou que todos que se recusassem a endossar o credo
seriam exilados. Ário, Teono e Segundo recusaram-se a aderir ao credo e foram exilados
na Ilíria, além de serem excomungados. As obras de Ário foram condenadas a serem
[10]
confiscadas e consignadas às chamas, enquanto seus partidários foram considerados
[52]
"inimigos do cristianismo". No entanto, a controvérsia continuou em várias partes do
[53]
império.
O Credo foi alterado para uma nova versão pelo Primeiro Concílio de Constantinopla em
381, o chamado Credo Niceno-Constantinopolitano.
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o.[81]
Trindade[editar | editar código-fonte]
Ver artigo principal: Trindade
O Concílio de Niceia tratou, principalmente, da questão da divindade de Cristo. Mais de um
século antes, o termo "trindade" (em grego: Τριάς; em latim: trinitas) foi usado nos escritos
de Orígenes (185-254) e Tertuliano (160-220), e uma noção geral de um "divino em três",
em algum sentido, foi expresso nos escritos do segundo século
de Policarpo, Inácio e Justino. Em Niceia, questões relativas ao Espírito Santo foram
deixadas, em grande parte, sem solução e assim permaneceram pelo menos até que o
[82]
relacionamento entre o Pai e o Filho ter sido resolvido por volta do ano 362. Assim, a
doutrina em uma forma mais completa foi formulada no Concílio de Constantinopla em
[83]
360, e uma forma final foi formulada em 381, primariamente trabalhada por Gregório
[84]
de Nissa.
Referências
1. ↑ Hefele
2. ↑ Britannica 2014
3. ↑ Ir para: SEC, pp. 112–114
a b
4. ↑ Ir para: SEC, p. 39
a b
9. ↑ Leclercq 1911b
10. ↑ Ir para: Vários autores (1911).
a b c d e
30. ↑ Pentecostarion
31. ↑ «Ancient See of York». New Advent.
2007. Consultado em 25 de outubro de
2007
32. ↑ Hitti, Philip K. (1951) History of Syria
including Lebanon and Palestine. Nova
Iorque: The Macmillan Company. p. 363
fn.
33. ↑ Cowper, B. H. (1861). Syriac
Miscellanies. London:Williams and
Norgate. pp. 9-10. Preterist Archive
website Consultado em 2 de abril de
2018.
34. ↑ Barnes 1981, pp. 214–215
35. ↑ Ir para: Atiya 1991
a b c d
fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Primeiro_Conc%C3%ADlio_de_Niceia