Comparação Entre Métodos de Análise de Curto-Circuito
Comparação Entre Métodos de Análise de Curto-Circuito
Comparação Entre Métodos de Análise de Curto-Circuito
UNESP
Faculdade de Engenharia do Campus de Guaratinguetá
Guaratinguetá
2012
1
Guaratinguetá
2012
2
CDU 621.316.17
3
4
DADOS CURRICULARES
de modo especial, aos meus pais Edson e Lidia e meu irmão Eduardo,
que sempre incentivaram e apoiaram minha vida acadêmica, meus
amigos que sempre me deram força durante a graduação e que muito
me ensinaram.
6
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar agradeço a Deus, pela minha vida, família, colegas, amigos e todas
as outras pessoas maravilhosas que Ele me deu a oportunidade de conhecer e que foram parte
da minha formação,
aos meus pais Edson e Lidia, que sempre incentivaram meus estudos e apoiaram minhas
decisões para que eu pudesse aproveitar as oportunidades que surgiram em minha vida,
mesmo que, para isso, precisassem enfrentar algumas dificuldades,
ao meu irmão Eduardo, responsável pela escolha da minha carreira,
aos meus primos, tios, avós e outros familiares, responsáveis pela minha formação
pessoal,
ao meu orientador, Prof. Dr. Rubens Alves Dias por me oferecer a oportunidade de
realizar esse trabalho e me incentivar a realiza-lo,
aos membros da banca Prof. Dr. Durval Luiz Silva Ricciulli e Prof. Dr. Paulo Armando
Panunzio, por aceitarem participar e avaliar este importante obra de minha vida acadêmica,
aos meus queridos amigos Alexandre N. de Souza Nassabay, Ana Carolina Guerra
Dutra, Ana Cláudia Luciano da Silva, Daniel Solferini de Carvalho, Felipe Rafael Gomides,
Fernando Lamas Granero, Gabriel Seiji Fontana, Gisele Machado Mota, Guilherme Kinouti
Costa, Guilherme Zorzi Pedrazoli, Henrique Yoshikawa, Ildo Borges de Campos Bólico
Ferreira, José Carlos Silva Júnior, Juliana Salgueiro Marcon, Luiza Fernandes M. dos
Santos, Luiz Felipe Dias, Pedro Raphael de Souza Pedroso Bento, Rafael da Silva Pascoal,
Renan Barbosa Rossetti e Tyfany Pereira da Silva, todos foram muito importantes emocional
ou academicamente durante minha formação,
aos meus amigos da república Palace II, que me ofereceram sua amizade e seu teto, que
foi essencial durante a minha graduação,
aos meus queridíssimos amigos e colegas formandos 2011 da turma de engenharia
elétrica, com quem compartilhei anos de estudo e companheirismo,
aos meus queridos amigos e colegas das turmas de engenharia elétrica com quem
estudei no 2º semestre de 2011 e em 2012, que me receberam amigavelmente e com os quais
tive o prazer de compartilhar o final da minha graduação,
aos meus amigos do setor de Energias & Utilidade da BASF S. A., em especial os
estagiários Jaqueline Silvério Zancanari, José Cleber dos Santos Lima e Lucas Nascimento e
7
Silva, aprendiz Sarah Pereira Weber e nosso Supervisor Marcelo Camargo Brunca e da MVA
Engenharia, que muito me ensinaram durante meus estágios, profissional e pessoalmente,
aos meus amigos do CAEEL, todos me proporcionaram momentos de amizade e
aprendizado que serão de grande importância na minha vida profissional e pessoal,
aos meus amigos da Lobateria, atividade extracurricular diversificada na qual pude
aliviar a pressão da graduação,
aos meus amigos do Rotaract Clube de Aparecida, que foram compreensivos com a
minha ausência nos eventos e reuniões devido às obrigações da graduação,
aos amigos da Divisão de Manutenção de Equipamentos Auxiliares à Geração, em
especial os estagiários, que foram parte da minha primeira experiência profissional e me
influenciaram na escolha da graduação e a minhas amigas Talitha Caires Antoniolo, Anelize
Queiroz Amaral e Patricia Neli, parte importante dessa fase da minha vida,
aos meus amigos e colegas do curso técnico em eletroeletrônica e ensino médio no
CTIG – Unesp, em especial Aline Prudente Botelho, Ethienne Bueno Sá, Fernando Lemos da
Silva, Kerolene Barbosa, Luciana Cláudia Almeida, Marcelo Teberga e Talitha Costa, parte
essencial do começo da minha formação,
aos amigos de todas as partes do Mundo com quem compartilhei meu intercâmbio, em
especial Elisa Ferrari, Ricardo Cesar Otero e os membros do Rotaract Club Karlsruhe que
espero um dia reencontrar e desejo muito sucesso a todos,
a todos os outros amigos e colegas com quem estudei ou compartilhei alguma
experiência extracurricular ou ainda simplesmente conheci em algum momento da graduação,
agradeço e desejo a todos muito sucesso no futuro,
a todos os professores da Unesp – Guaratinguetá e do Colégio Técnico Industrial de
Guaratinguetá, que me instruíram para formar a profissional que serei, em especial ao Prof
Sérgio Rogério Bruno, um dos melhores professores que já tive em minha vida acadêmica e
ao Prof. Dr. Daniel Julien B. da S. Sampaio, que me proporcionou a oportunidade do meu
intercâmbio.
8
RESUMO
Sobrecorrentes podem colocar em risco todo o sistema elétrico e os seres vivos, elas são
resultado de curtos-circuitos e falhas que podem ocorrer nos sistemas elétricos, por mais bem
projetado que sejam. Logo é importante prever estas falhas com análises dos sistemas
elétricos para que seja possível projetar adequadamente as proteções, a fim de que essas
intervenham corretamente e evitem perdas técnicas e, principalmente, humanas. No entanto
não há um padrão para os métodos de cálculo das correntes de curto-circuito, os principais
autores nacionais das literaturas sobre o assunto sugerem diferentes métodos, conhecer as
particularidades entre eles facilita e agiliza a escolha e boa aplicação dos mesmos. Para tanto,
é escolhido um caso base, a partir de um sistema elétrico que apresente um curto-circuito, o
qual será analisado pelos métodos apresentados.
ABSTRACT
Overcurrents may endanger the whole electrical system and living beings, they are the result
of short circuits and failures that can occur in electrical systems, no matter how well designed
they are. Therefore it is important to predict these failures with analysis of electrical systems
to make it possible to design appropriate protections, to ensure that those intervene properly
and avoid technical and mainly human losses. However there is no standard for calculation of
the short circuit currents, the main authors of the national literature about the subject suggest
various methods, knowing the particularities among them provides quick and easy choice and
proper application of them. To do so, a base case from an electrical system that presents a
short circuit is chosen, which will be analyzed using the methods presented.
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE TABELAS
LISTA DE SÍMBOLOS
SUMÁRIO
1.1 Introdução
Sistemas elétricos, por mais bem dimensionados que sejam, sempre estão sujeitos às
falhas e curtos-circuitos, resultando em sobrecorrentes que podem colocar em risco estes
sistemas e os seres vivos, dentre os quais os humanos. Logo é importante que elas sejam
previstas com as análises de sistemas para que seja possível projetar as proteções adequadas
para proteger o sistema e os cabos, barras, chaves e outras partes para suportar os efeitos
térmicos e mecânicos provocados pelas sobrecorrentes (COTRIM, 2009).
1.2 Justificativa
Cada projeto tem sua gama de informações iniciais que são necessárias aos cálculos e
saber qual dos métodos é mais adequado a elas é essencial para que não haja desperdício de
tempo e recursos.
As literaturas clássicas de instalações elétricas sugerem métodos distintos de cálculo
das correntes de curto-circuito, pois não há uma regra básica para executá-lo. Analisar,
comparar e concluir sobre esses métodos é o objetivo deste estudo. Aqui são analisados os
métodos apresentados por três autores: Ademaro Cotrim (2009), Hélio Creder (2007) e João
Mamede Filho (2011).
2.1 Introdução
Segundo Kasikci (2002) antes de 1962, VDE 0670 era a norma para os cálculos de
circuito. O VDE 0102 foi lançado em 1971 e revisado em 1975, então os cálculos para redes
26
de baixa e alta tensão eram feitas de maneira uniforme. Enquanto isso, novos
desenvolvimentos em sistemas de energia elétrica foram realizadas e diversos softwares
surgiram no mercado A fim de atender às exigências e evolução, em 1985, a DIN VDE 0102
foi estendida para incluir informações sobre os novos equipamentos.
A DIN VDE 0102:1990 descreve um método de cálculo uniforme que visa garantir um
padrão seguro, é um método aproximado que não utiliza dados operacionais, mas a norma não
abrange todas as condições operacionais relevantes. Ela foi adaptada para o padrão
internacional na IEC 60909-0, ela apresenta uma versão mais confiável (NIPPERT;
BEHRENS; KNY, 2005).
3 ASPECTOS CONCEITUAIS
3.1 Introdução
Os métodos apresentados por Cotrim (2009), Creder (2007) e Mamede Filho (2011)
apresentam desenvolvimentos distintos e que envolvem alguns conceitos que devem ser
apresentados para a sua compreensão.
São correntes com altos valores de pico em curtos períodos (frações de segundos).
Segundo Mamede Filho (2011) estes valores de pico são compreendidos entre dez e cem
vezes a corrente nominal no ponto de defeito da instalação e dependem da localização deste.
E são provocadas pela perda de isolamento de algum elemento energizado do sistema elétrico.
As correntes de frequência industrial (50/60 Hz) que circulam durante uma falta
provêm de máquinas elétricas girantes ou dos capacitores de potência. Consideram-se fontes
de correntes de curto-circuito os geradores síncronos, os motores e os compensadores
síncronos, os motores e os sistemas das concessionárias (COTRIM, 2009).
3.7.1.1 Considerações
desnecessária uma grande precisão e são usados processos aproximados que envolvem
diversas hipóteses simplificadas. São elas:
x A falta é admitida distante de qualquer gerador (fonte) e é alimentada em um
único ponto por uma rede de alimentação.
x A rede de baixa tensão é radial.
x Os valores de tensão de alimentação e as impedâncias os diferentes
componentes são supostos como constantes.
x As resistências de contato e as impedâncias de falta não são levadas em
consideração, isto é, consideram-se faltas diretas.
x A falta é simultânea em todas as fases, se for polifásica.
x As correntes de falta não são calculadas para faltas internas em um cabo de um
conjunto de cabos paralelo.
x Não ocorrem modificações nos circuitos durante a falta; o número de fases
envolvidas permanece o mesmo (por exemplo, um curto-circuito trifásico
permanece trifásico durante a duração do curto).
x As capacitâncias das linhas e as admitâncias paralelas dos elementos passivos
são desprezadas.
x As faltas duplas para a terra em diferentes locais não são consideradas.
x Os comutadores de derivações dos transformadores são admitidos na posição
principal.
x As impedâncias de sequência negativa são admitidas iguais às de sequencia
positiva.
x A influência dos motores pode ser desprezada, desde que atendida à condição
dada na equação (3.24).
(3.1)
Sendo:
Ik = Corrente de curto-circuito permanente
I"k = Corrente de curto-circuito simétrica inicial
37
(3.2)
Sendo:
ZQ = Impedância equivalente de curto-circuito da sequência positiva
I''kQ = Corrente de curto-circuito trifásica simétrica inicial.
cQ = Fator de tensão relativo ao barramento Q.
UNQ = Tensão nominal da rede
(3.3)
(3.4)
Sendo
RQ = Resistência equivalente de curto-circuito da sequência positiva
XQ = Reatância equivalente de curto-circuito da sequência positiva
(3.5)
Sendo:
S''kQ = Potência aparente de curto-circuito trifásica simétrica inicial.
UQ = Tensão da rede
38
A Impedância de Sequência Zero da rede de alta tensão não se faz necessária, pois os
transformadores “desacoplam” esses sistemas do circuito.
Para transformadores utiliza-se a equação (3.6):
(3.6)
Sendo:
ZT = Impedância de sequência positiva do transformador
RT = Resistência de sequência positiva do transformador
XT = Reatância de sequência positiva do transformador
(3.7)
Sendo:
ZTBT = Impedância do transformador referida ao lado de baixa
SNT = Potência aparente nominal.
UNT, BT = Tensão nominal da baixa.
ukN = Impedância percentual do transformador
(3.8)
Sendo:
RTBT = Resistência do transformador referida ao lado de baixa
uRN = Resistência percentual do transformador
Se as perdas no cobre PkN e a corrente nominal de baixa tensão INT, BT são conhecidas,
pode-se utilizar a equação (3.9) para a para determinar a resistência referida ao lado de baixa.
(3.9)
Sendo:
PkN = Perdas no Cobre
INT, BT = Corrente nominal da baixa.
39
Para a reatância referida ao lado de baixa (XTBT) é dada pela equação (3.10).
(3.10)
Sendo:
XTBT = Reatância do transformador referida ao lado de baixa
Tabela 3.1 Valores típicos de transformadores nacionais (dados fornecidos por fabricantes)
(ABNT, 2007).
Potência nominal Tensão de curto Perdas no cobre
(kVA) circuito (%) (W)
15 3,5 340
30 3,5 570
45 3,5 780
75 3,5 1.140
112,5 3,5 1.500
150 3,5 1.910
225 4,5 2.700
300 4,5 3.360
500 5,0 6.800
750 5,0 12.650
1.000 5,0 14.550
(3.11)
Sendo:
ZL = Impedância de sequência positiva do cabo
RL = Resistência de sequência positiva do cabo
XL = Reatância de sequência positiva do cabo
40
(3.12)
(3.13)
Sendo:
l = Comprimento
R'L = Resistência relativa do cabo
X'L = Reatância relativa do cabo
(3.14)
(3.15)
Todas as impedâncias do lado de alta tensão (AT) devem ser referidas ao lado de baixa
tensão (BT), através da relação de transformação nominal tN, conforme a equação (3.16).
(3.16)
Sendo:
tN = Relação de transformação
UNT, AT = Tensão nominal no lado de AT
(3.17)
Sendo:
ZAT,t = Impedância do lado de AT, referida ao lado de BT
ZAT = Impedância total do lado de AT
Pretende-se calcular:
x Ik3: corrente de curto-circuito trifásico permanente.
x Ik2: corrente de curto-circuito bifásico permanente.
x Ik1: corrente de falta direta fase-terra permanente.
(3.18)
Sendo:
UN = Tensão nominal de linha no lado de BT
Zk = Impedância total vista do ponto em que ocorre a falta.
c = Fator de tensão para o cálculo de correntes de curto-circuito máximo e
mínimo, de acordo com a Tabela 3.3.
42
(3.19)
Para falta direta fase-terra (também com componentes simétricos), utiliza-se a equação
(3.20).
(3.20)
Sendo:
Z1 = Impedância de sequência positiva total
Z0 = Impedância de sequência zero total
(3.21)
Sendo:
ZN = Impedância do condutor neutro
ZPE = Impedância do condutor de proteção
(3.22)
Sendo:
U0 = Tensão de fase
43
(3.23)
(3.24)
Sendo:
= Somatório das correntes nominais dos motores ligados diretamente à
rede onde ocorre a falta.
I"k = Corrente de curto-circuito simétrica inicial na ausência dos motores
Quando está condição não for satisfeita, pode-se considerar na maioria dos sistemas de
baixa tensão uma contribuição, dada pela equação (3.25).
(3.25)
Sendo:
IkM = Corrente de contribuição dos motores
(3.26)
(3.27)
(3.28)
(3.29)
(3.30)
(3.31)
Sendo:
Z = Impedância do transformador em ohms;
Zb = Impedância-base em ohms;
Z% = Impedância percentual do transformador;
Vn = Tensão secundária do transformador;
N = Potência aparente do transformador;
I = Corrente
In = Corrente nominal do transformador;
= Corrente trifásica de curto-circuito (eficaz).
(3.32)
(3.33)
45
(3.34)
1) Entrada
Dada a impedância de entrada pela equação (3.35), considerando a resistência nula.
(3.35)
Sendo:
V = Tensão de entrada
NCC = Capacidade de ruptura exigida pela Concessionária
Ze = Impedância de entrada
Re = Resistência de entrada
Xe = Reatância de entrada
46
(3.36)
2) Transformadores
São dadas as equações de (3.37) a (3.39).
(3.37)
(3.38)
(3.39)
Sendo:
ZT = Impedância do transformador
RT = Resistência do transformador
XT = Reatância do transformador
R% = Resistência percentual do transformador
3) Cabos
x Resistência do cabo é dada pela equação (3.40).
(3.40)
Sendo:
RL = Resistência do cabo
n = Número de condutores por fase
A = Seção transversal do cabo
l = Comprimento do cabo
ρ = Resistividade elétrica do material do cabo
(3.41)
Sendo:
XL = Reatância do cabo
x' = Reatância relativa do cabo
47
4) Barramento
x Resistência do barramento é dada pela equação (3.42).
(3.42)
Sendo:
n = Número de barramentos por fase
A = Seção transversal do barramento
RB = Resistência do barramento
Sendo:
h = Altura do barramento
d = Comprimento do barramento
(3.45)
Sendo:
IkA = Corrente de curto trifásica
Zt = Impedância total referenciada no ponto a ser analisado
48
(3.46)
Sendo:
ISA = Valor de crista da corrente de curto assimétrica
λ = Fator de assimetria
x Reatores limitadores.
A Figura 3.14 é a base pra elaborar o diagrama unifilar simplificado da Figura 3.15 e o
diagrama de blocos da Figura 3.16.
Para simplificar os cálculos utilizará de valores por unidade (pu), tendo como Pb, em
kVA e a tensão secundária do transformador da subestação Vb, em kV.
Considera-se também que o valor da impedância do diagrama de sequência negativa é
igual ao da impedância de sequência positiva, logo é necessário calcular apenas a impedância
de sequência zero e positiva.
(3.47)
Sendo:
Rus = Resistência de entrada
(3.48)
Sendo:
Pcc = Potência de curto-circuito no ponto de entrega da concessionária
Vnp = Tensão nominal primária no ponto de entrega
Icp = Corrente de curto-circuito simétrica
(3.49)
(3.50)
Sendo:
Xus = Reatância do sistema
Pb = Potência de base
Zus = Impedância do sistema
53
(3.51)
Sendo:
Rpt = Resistência relativa percentual
(3.52)
Sendo:
Rut = Resistência do transformador
Vb = Tensão base
54
(3.53)
Sendo:
Zut = Impedância do transformador
Zpt = Impedância percentual do transformador
(3.54)
Sendo:
Xut = Reatância do transformador
(3.55)
(3.56)
(3.57)
(3.58)
(3.59)
55
Sendo:
RuΩ = Resistência do condutor de sequência positiva
Lc2 = Comprimento do circuito, medido entre os terminais do barramento do
QGF e o ponto de conexão com o barramento do CCM
Lc1 = Comprimento do circuito, medido entre os terminais do transformador e
o ponto de conexão com o barramento
Nc1 = Número de condutores por fase do circuito mencionado.
ou
Nc2
(3.60)
(3.61)
(3.62)
(3.63)
Sendo:
XuΩ = Reatância relativa de sequência positiva do condutor fase
XcΩ = Reatância do circuito, em ohm
Xuc = Reatância do circuito, em pu
56
(3.64)
(3.65)
Sendo:
Zuc = Impedância do condutor
(3.66)
Sendo:
(3.67)
(3.68)
Sendo:
RbΩ = Resistência ôhmica da barra
Lb = Comprimento da barra
Nb1 = Número de barras em paralelo
Rub = Resistência da barra
(3.69)
(3.70)
Sendo:
XubΩ = Reatância ôhmica da barra
Xub = Reatância da barra
58
Os valores da impedância e reatância ôhmica da barra são dados pela Tabela 3.6.
(3.71)
Sendo:
Zub = Impedância da barra
(3.72)
Sendo:
Zutot = Impedância total
Corrente de base para utilização dos valores pu é dada pela equação (3.73).
(3.73)
Sendo:
Ib = Corrente base
A corrente de curto-circuito simétrica, valor eficaz, é então dada pela equação (3.74).
(3.74)
Sendo:
Ics = Corrente de curto-circuito trifásica
(3.75)
Sendo:
Icst = Corrente de curto-circuito nos terminais do transformador
In = Corrente nominal do transformador
Zpt% = Impedância percentual do transformador
(3.76)
Sendo:
Fa = Fator de assimetria determinado segundo a relação obtida na Figura 3.11.
Ica = Corrente de curto-circuito assimétrica
60
(3.77)
Sendo:
Icim = Impulso da corrente de curto-circuito
(3.78)
Sendo:
Icb = Corrente de curto-circuito bifásica
Para resistência da malha terra pode-se medir ou calcular, o valor máximo permitido
pelas concessionárias é de 10 Ω, nos sistemas de 15 a 25 kV é caracterizado por seu
componente resistivo. A impedância de aterramento depende do projeto. Então, a corrente de
curto circuito fase-terra máxima (Iftma) é dada pela equação (3.79).
(3.79)
Sendo:
Zu0t = Impedância de sequência zero do transformador que é igual à sua
impedância de sequência positiva.
Zu0c = Impedância de sequência zero de contato
61
(3.80)
(3.81)
(3.82)
Sendo:
RcΩ0 e XcΩ0 = Resistência e reatância de sequência zero (Tabela 3.5).
Ru0c = Resistência de sequência zero de contato
Xu0c = Reatância de sequência zero de contato
(3.83)
Sendo:
Ruct = Resistência de contato, em pu.
Rumt = Resistência malha terra, em pu
Ruat = Resistência de aterramento, em pu
(3.84)
(3.85)
(3.86)
Segundo o autor, quando ocorre uma falta os motores de indução ficam submetidos a
uma tensão praticamente nula, provocando sua parada. Porém a inércia do rotor e da carga faz
com que o movimento continue e o motor passa a atuar no sistema como um gerador. Nos
62
motores de tensão nominal acima de 600 V e de alta potência tem grande influência nas
correntes de falta (25% nas bases de potência e tensão nominais), para os motores pequenos
(220 V, 380 V e 440 V – comuns em sistemas industriais) a influência é pequena, cuja
reatância equivalente é igual a 25% na base das potências e para os motores de alta potência e
tensão nominal inferior a 600 V a impedância será de 28% (na base da potência e tensões
nominais).
63
4 APLICAÇÃO
4.1 Introdução
A estrutura apresentada na Figura 4.1 é a base para os métodos propostos por Cotrim
(2009), Creder (2007) e Mamede Filho (2008), onde-se calcula as correntes de curto-circuito
devido à falha F indicada.
Dados:
St = 1000 kVA Potência dos transformadores
Vp = 13,8 kV Tensão primária
Vs = 380 V Tensão secundária
Z% = 5,5 % Impedância percentual do transformador
R% = 1,1 % Resistência percentual do transformador
Icc = 5,0 kA Corrente de curto-circuito no ponto de entrega
SCC = 120 MVA Potência de curto-circuito da concessionária
Conexão dos transformadores: ∆/Y
Logo,
l = 1,7 km
R'L1 = 0,1510 mΩ/m
X'L1 = 0,1320 mΩ/m
Logo,
65
l L2 = 15 m
SL2 = 300 mm²
R'L2 = 0,0601 mΩ/m (Tabela 3.2)
X'L2 = 0,0918 mΩ/m (Tabela 3.2)
66
Logo,
l = 130 m
S = 120 mm²
R'L3 = 0,1530 mΩ/m (Tabela 3.2)
X'L3 = 0,0933 mΩ/m (Tabela 3.2)
Logo,
Logo,
Logo,
Como o método faz uso dos valores pu, inicia-se definindo as bases. Com Ib dada pela
equação (3.73).
Sb = 1000 VA
Vb = 380 V
Ib = 1519 A
PCu = 11000 W
método apresentado por Mamede Filho (2011) fornece uma tabela com os valores das
impedâncias dos cabos. E, ainda, faz a referência as impedâncias do lado de alta, como
a da rede e da linha 1 (concessionária), ao lado de baixa, através da relação de
transformação. Também considera a impedância do cabo da entrada ao transformador.
Tabela 4.2 Comparação entre os métodos quanto aos dados necessários e considerações dos
mesmos
Método apresentado por
Consideração Mamede Filho
Cotrim (2009) Creder (2007)
(2011)
Apresenta valores
Influência dos
Apresenta equação Não considera percentuais das
motores
impedâncias
Utiliza a
Utiliza a resistência relativa Utiliza a resistência
Resistência dos resistividade do
do material do cabo no relativa do material
cabos material do cabo
cálculo do cabo no cálculo
no cálculo
Utiliza a
Utiliza as perdas no cobre
Resistência do resistência Utiliza as perdas no
ou a resistência percentual
transformador percentual do cobre no cálculo
do mesmo no cálculo
mesmo no cálculo
Fator de tensão,
Resistência
informações do cabo da
percentual do Perdas ôhmicas no
Valor extra a entrada ao transformador,
transformador, cobre, resistências
conhecer impedância de sequência
resistividade do de aterramento
zero do cabo (fornecidas
material do cabo
pelo fabricante)
Utiliza valores em
Referencia a impedância do Calcula apenas as
pu, apresenta
transformador e linha do correntes de
Particularidades valores de correntes
lado de alta ao lado de baixa curto-circuito
de curto circuito
do transformador trifásico
máxima e mínima
78
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
ABB. Electrical installation handbook – Protection, control and electrical devices. 6. ed.
Bergamo: ABB SACE, 2010. 536p.
COTRIM, Ademaro A. M. B. Instalações Elétricas 5. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall,
2009. 496p.
CREDER, Hélio. Instalações Elétricas 15. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2007. 428p.
KNIGHT, G.; SIELING, H. Comparison of ANSI and IEC 909 Short-circuit Current
Calculation Procedures. Toronto: IEEE Xplore, 2002.
LIMA FILHO, D. L. Projeto de Instalações Elétricas Prediais. 6ª ed. São Paulo: Ed. Érica,
2001. 254p.
MAMEDE FILHO, João. Instalações Elétricas Industriais 8. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2011.
666p.
NIPPERT, T.; BEHRENS, T.; KNY, K.-H. Short-circuit Current Calculation According
to DIN VDE 0102 (Issue 2002) in Planning and Operation of an Urban Distribution
System. Turin: IEEE Xplore, 2005
TLEIS, Nasser D.. International standards for short-circuit analysis in ac power systems. In:
Power Systems Modelling and Fault Analysis: Theory and Practice. Oxford: Elsevier,
2008. p. 451-484.