TCC - Serviço Social
TCC - Serviço Social
TCC - Serviço Social
CENTRO SÓCIOECONÔMICO
DEPARTAMENTO DE SERVIÇO SOCIAL
FLORIANÓPOLIS
2016
1
FLORIANÓPOLIS
2016
2
3
Primeiramente agradeço à Deus por ser meu sustento, meu guia e socorro, por me
revestir de força e coragem para enfrentar os desafios desta jornada tornando-a tranquila e
prazerosa, rumo a conclusão deste sonho. Oque seria de mіm sem а fé e esperança quetenho
nele? Méritos à Ele que é essencial em minha vida,obrigada por toda proteção Senhor.
Senhor obrigada também pela minha gravidez, pela dádiva de ser mãe, pela minha
filha.Por me permitir uma gestação durante esta trajetória acadêmica, me concedendo as
emoções do milagre da vida, eis que carreguei em meu ventre minha tão amada e abençoada
filha Ludmilla Marques Fernandes. O fato de me tornar mãe fez com que eu crescesse e
aprendesse ainda mais.
Aos meus pais LinauraMinelva Alves Marques e ValdelinoValdevino Marques por
todo apoio, incentivo, dedicação, amor, carinho e atenção. O sonho é meu, mais a vitória e
conquista é nossa. Obrigada por tudo, amo vocês.
Ao meu companheiro Eliazar Francisco Fernandes, pela cumplicidade amorosa,
estímulo, compreensão e acima de tudo obrigada pela paciência.
A esta universidade, seu corpo docente, direção е administração que oportunizaram
tamanho conhecimento, obrigada.
A todos os professores que contribuíram para o meu aprendizado, especialmente a
professora Tânia Regina Krüger, minha orientadora. Aela meu muito obrigado pelo suporte na
construção deste trabalho, por aceitar me conduzir neste desafio, pelas correções e seu
incentivo, por suas inestimáveis contribuições sobre a prática do Serviço Social na Saúde e
também por toda sua dedicação enquanto orientadora, obrigada pela confiança e apoio.
Aos sujeitos de pesquisa, que me permitiram chegar aos resultados obtidos eaqui
apresentados, registro meu muito obrigada.
À professora Maria Regina de Ávila, por ter aceitado participar da banca, e a
Assistente Social Daniela Castamannque mesmo não me conhecendo aceitou meu convite,
obrigada. Agradeço também a professa Teresa Kleba Lisboa pelo aceite para suplência.
Ao meu amigo de graduação Willian Danilo Santos pela amizade que vem desde
2012 graças a UFSC, obrigada pela parceria.
“Sem sonhos, a vida não tem brilho. Sem metas,
os sonhos não têm alicerces. Sem prioridades, os
sonhos não se tornam reais. Sonhe, trace metas,
estabeleça prioridades e corra riscos para
executar seus sonhos. Melhor é errar por tentar
do que errar por se omitir! ”
(Augusto Cury)
MARQUES, GlendaLinaura. O Serviço Social no NASF: as condições de trabalho e demandas
do exercício profissional. Trabalho de Conclusão de Curso em Serviço Social. Universidade Federal
de Santa Catarina. 2016.
RESUMO
ABSTRACT
The present Work of Course Conclusion has the objective to understand the working
conditions and the demands of the professional practice of Social workers of the Nucleus of
Support to the Family Health – NASF, through the demands, concerns, and conditions of
work. The Nucleus of Support to the Family Health – NASF was established in 2008 and has
as optics to broaden the scope of the actions of basic care with the purpose of making it more
dissolving, supporting the teams of the Family Health Strategy - ESF. Among the so-called
professionals to compose the team Support Core Family Health - NASF is the Social worker,
in this way its operation is a view with emphasis on the SUS, considering the social
determinants on health. For carrying out the work and in order to know the development of
Social Service in the NASF, was performed in addition to the bibliographical research, a
situational diagnosis through a script sent by e-mail to the Social workers of the following
cities: Governador Celso Ramos, Florianopolis, Porto Belo, Palhoça, Joinville, and São João
Batista. The research is based on study the approach of social research qualitative and
empirical. The course of the work was observed through the data collected that the actions of
the work of the social worker is still unknown in the middle of the Health. The greatest
number of demands for the Social Service arrive through different means (ESF, NASF,
management, community, and institution) and are essentially socio medical, emergency and
educational.
Key-words: Family Support Nucleos - NASF. Social Service.PrimaryCare.
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
Tabela 1: Perfil dos Assistentes Sociais entrevistados que trabalham nos NASF no período de
setembro a outubro de 2016, nas cidades de Governador Celso Ramos, Florianópolis, Porto
Belo, Palhoça, Joinville e São João Batista............................................................................. 33
Tabela 2: Perfil profissional, tempo de trabalho, carga horária e tipo de contrato de trabalho
indicado pelas assistentes sociais dos NASFs........................................................................ 34
Tabela 3: Eventos que os Assistentes Sociais entrevistados participaram nos anos 2014/2015
e início de 2016........................................................................................................................
35
Tabela 4: Livros e autores lidos pelos Assistentes Sociais entrevistados participaram nos anos
2014/2015 e início de 2016.................................................................................................... 36
Tabela 5: Formas de registro utilizado no cotidiano profissional no NASF / Secretaria de
Saúde...................................................................................................................................... 42
11
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 12
1 - O SUS, a política de atenção básica e o serviço social ....................................................... 14
1.1 - SUS: A política de Atenção Básica à Saúde ................................................................ 14
INTRODUÇÃO
Até obter os resultados com a pesquisa o objetivo deste trabalho como um todo era
compreender os fundamentos que delimitam o exercício profissional dos Assistentes Sociais
do Núcleo de Apoio a Saúde da Família – NASF, através das demandas, respostas e dinâmica
de trabalho. No entanto, esta era a intenção inicial, porém, as respostas obtidas pelas
profissionais foram apresentadas timidamente ou nem mesmo fizeram tal relato.
Este trabalho tem sua estrutura composta por dois capítulos, assim, no primeiro
realizamos uma revisãoda literatura e documentos no que tange ao SUS,a política de atenção
básica, o NASF e o Serviço Social nesse contexto da saúde. Já no segundo capítulo podemos
tratar sobre os resultados da pesquisa realizada, no que tange ao Serviço Social no NASF, tais
como a inserção do profissional,as condições de trabalho e as demandas de acordo com os
resultados do roteiro aplicado aos sujeitos de pesquisa. Trataremos das demandas que cada
equipe possuí, das que veem da gestão versus secretaria, quais as colocadas pelos usuários
individuais e coletivamente e as vindas de outras instituições.
13
Nos próximos tópicos será discorrido sobre a Atenção Básica à Saúde enquanto um
dos eixos estruturantes do Sistema Único de Saúde (SUS). A designação Atenção Básica à
Saúde enfatiza uma ótica de reorientação do modelo assistencial, a partir de um sistema
universal e integrado de atenção à saúde.Haverá ainda um enfoque central no que tange a
profissão de Serviço Social na saúde e no Núcleo de Apoio à Saúde da Família – NASF.
O Sistema Único de Saúde (SUS) foi criado pela Constituição Federal de 1988 e
regulamentado pelas Leis nº 8.080/90 (Lei Orgânica da Saúde - LOS) e a Lei Complementar
n° 8.142/90, com finalidade de alterar a situação de desigualdade na assistência à saúde da
população, tornando obrigatório o atendimento público a qualquer cidadão. Conforme Santos
(2012, p. 274), o SUS no seu processo histórico começou na prática em meados dos anos
1970, com movimentos sociais e políticos contra a ditadura, pelas Liberdades Democráticas e
Democratização do Estado que se ampliava e fortalecia por uma sociedade justa e solidária e
um novo Estado com políticas públicas para os direitos humanos básicos, com qualidades
universais. Já de acordo com Kruger (2014 p. 219) a implementação do SUS se deu com a
intensificação das práticas políticas e econômicas neoliberais e da perda substantiva do
conteúdo progressista da democracia.
O SUS é resultado da mobilização da sociedade civil por meio da Reforma Sanitária,
a fim de garantir uma sociedade menos desigual, na tentativa de combater as injustiças no
acesso à saúde, pois esta passa a ser entendida como direito do cidadão e dever do Estado.
Nessa perspectiva, Bravo (2001) corrobora ao dizer que uma das estratégias da Reforma
Sanitária, é o Sistema Único de Saúde (SUS). A finalidade deste sistema é propor ações de
promoção, de prevenção, de assistência e reabilitação. Ou seja, buscava-se a compreensão de
saúde ampliada, que considere os aspectos econômicos, culturais e sociais. Desta forma, era
preciso a implementação de um sistemaque oferecesse atendimento gratuito e que
vislumbrasse além da doença, as condições de vida e saúde como determinantes na sociedade.
15
O SUS é a maior política social brasileira nos últimos vinte cinco anos. E por ser
uma política social universal, tem: ampla dimensão em termos da rede de serviço
público e convênios com o setor filantrópico e privado, que vai da atenção primária
à média e alta complexidade; grande estrutura de gestão nas três esferas de
governos; um financiamento vinculado que só é menor em relação ao da educação;
envolve uma série de indústrias para produzir seus suprimentos que vão desde o
algodão, aos medicamentos e equipamentos médico-hospitalares; milhares de
trabalhadores de diferentes áreas; uma grande rede de escolas e universidades
públicas e privadas para formar os profissionais e realizar pesquisas; inúmeros
institutos e laboratórios públicos de pesquisas e produção de medicamentos, vacinas
e insumos. É por esta dimensão que o SUS é uma política social extremamente
visada, disputada e tensionada por vários segmentos e interesses socioeconômicos e
políticos.
No Brasil, desde meados da década de 1990, surge uma abordagem sobre atenção
primária em saúde sendo fortemente induzida pelo governo federal: o Programa
Saúde da Família (PSF). A partir daí nasce um modelo de proposta da atenção
básica em saúde que vem orientando a reorganização da lógica assistencial do SUS,
seu início foi em 1994 com a operacionalização do Programa Saúde da Família –
PSF, incorporando a experiência anterior do Programa de Agentes Comunitários de
Saúde – PACS.
Para Bravo e Matos (2007), o Serviço Social na saúde ganhou espaço a partir de
1930 a 1979, assim o surgimento e o desenvolvimento da profissão no Brasil se deu com
influência europeia. Foi através do aprofundamento do capitalismo no Brasil e das mudanças
ocorridas no panorama internacional com o término da 2ª Guerra Mundial, que houve a
expansão do Serviço Social no país a partir de 1945, bem como sua ampliação na saúde. A
influência norte-americana substituiu a europeia e os Assistentes Sociais passaram a defender
que o ensino e a profissão nos Estados Unidos haviam atingindo um grau mais elevado de
sistematização, assim sendo, na ação profissional, o julgamento moral deu lugar às análises de
cunho psicológico.
Os autores seguem argumentando que o “novo” conceito de saúde elaborado pela
Organização Mundial de Saúde - OMS em 1948, determinou a requisição de outros
profissionais, inclusive assistentes sociais. A partir disso considera-se então outra razão de
ampliação do Serviço Social na área da saúde, enfatizando os aspectos biopsicossociais,
vinculado ao agravamento das condições de saúde da população, exigindo um trabalho em
equipe multidisciplinar. Neste aspecto o Assistente Social consolidou uma tarefa educativa
em conexão aos hábitos de higiene e saúde, atuando nos programas prioritários estabelecidos
pelas normatizações da política de saúde.
Outro fator importante que impulsionou a inserção dos Assistentes Sociais na área da
saúde, a consolidação da Política Nacional de Saúde no país, com a ampliação dos gastos com
a assistência médica pela previdência social. A assistência por não ser universal gerou uma
contradição entre a demanda e o seu caráter excludente e seletivo.A inserção e atuação do
Serviço Social na área da saúde desenvolveu-se no âmbito curativo e com abordagem
individual através do Serviço Social de caso. Já a preocupação com a área da saúde enquanto
uma questão política se deu no final da década de 1980 e início da década de 1990 (BRAVO,
1996).
O Serviço Social na saúde recebeu influências da modernização que se operou no
âmbito das políticas sociais (BRAVO e MATOS 2007). No período de 1974-1979, o Serviço
Social na saúde não teve alteração, continuando orientado pela vertente modernizadora
conforme Bravo e Matos (2007). Nos anos de 1980 e 1990, há um movimento significativo na
saúde coletiva e no Serviço Social, como a ampliação do debate teórico e a incorporação de
algumas temáticas como o Estado e as políticas sociais fundamentadas no marxismo. Mesmo
considerando todo esse processo pode-se dizer que:
20
haja vista que, para sobrevier o assistente social precisa vender sua força de trabalho ao dono
do capital em troca de salário.
Contudo, pode-se dizer que os Assistentes Sociais estão desafiados a encarar a defesa
da democracia e das políticas públicas fazendo frente ao projeto neoliberal, tendo seu
embasamento na Constituição Federal de 1988 - CF/88, que é identificada como processo
democrático, produto de mudanças exigidas pela sociedade civil, na qual incorpora a
Assistência Social como política pública ao tripé da Seguridade Social em seus artigos 203 e
204.
24
preventivas, sem detrimento das assistenciais, bem como da equidade da oferta e das
oportunidades em saúde (BRASIL, 2010). Com isto podemos dizer que a integralidade pode
contribuir com a organização do processo de trabalho, afim de afastar o risco da fragmentação
(Campos, 2013).
1
A responsabilização compartilhada entre as equipes Saúde da Família e a equipe do
NASF na comunidade prevê a revisão da prática do encaminhamento com base nos processos
de referência e contra referência, ampliando-a para um processo de acompanhamento
longitudinal de responsabilidade da equipe de Saúde da Família, atuando no fortalecimento de
seus atributos e no papel de coordenação do cuidado no SUS (BRASIL, 2008 p.2).O NASF
está classificado em duas modalidades: NASF 1 e NASF 2. A Portaria Nº 154/2008 do MS
preconiza que o NASF 1 deverá ser composto por, no mínimo cinco profissionais de nível
superior de ocupações não-coincidentes.
Para efeito de repasse de recursos federais, poderão compor os NASF 1 as seguintes
ocupações do Código Brasileiro de Ocupações - CBO: Médico Acupunturista;
Assistente Social; Profissional da Educação Física; Farmacêutico; Fisioterapeuta;
Fonoaudiólogo; Médico Ginecologista; Médico Homeopata; Nutricionista; Médico
Pediatra; Psicólogo; Médico Psiquiatra; e Terapeuta Ocupacional (BRASIL, 2008 p.
2).
E o NASF 2 deverá ser composto por no mínimo três profissionais de nível superior
de ocupações não-coincidentes.
1
Apoio Matricial é ......
26
drogas, tendo como visibilidade a promoção da atenção integral em saúde e saúde mental. Já
na Portaria 2.488 de 21 de outubro de 2011, que estabelece a revisão de diretrizes e normas
para a organização da Atenção Básica, ESF e o PACS, modifica no que diz respeito ao NASF,
o número de ESF vinculadas às equipes NASF e inclui novos profissionais que poderão
compor as equipes. Assim, em conjunto com as equipes de Saúde da Família, os profissionais
do NASF organizam seu processo de trabalho tendo como foco o território delimitado de sua
responsabilidade.Já de acordo com a mais recente normatização do NASF, a Portaria
2.843/2011, com relação aos profissionais que poderão compor às equipes nos núcleos, vimos
algumas alterações como segue:
De acordo com as diretrizes do NASF que trata sobre a atuação do Serviço Social no
NASF, vimos que:
27
Nos Cadernos de Atenção Básica que compõe as Diretrizes do NASF (2010) está
estabelecido os seguintes objetivos para o Serviço Social no NASF:
Nesse capítulo iremos tratar sobre os procedimentos metodológicos que nos levou a
pesquisa.Antes da apresentação da pesquisa, é necessário enfatizar como chegamos a tais
resultados, quem foi nosso público-alvo, o tipo de pesquisa utilizada e outros procedimentos
metodológicos inerentes a este trabalho acadêmico.Há neste uma fundamentação através do
método dialético proposto por Marx, pois favorece uma aproximação com a dinamicidade e o
31
movimento do real, permitindo uma reflexão em que os diversos elementos dialogam entre si,
numa perspectiva de totalidade.
Diante do tema que guiou a pesquisa, assim intitulada “O Serviço Social no NASF: as
condições de trabalho e as demandas do exercício profissional”afim de conhecer os NASF em
algumas cidades de Santa Catarina, especificamente nas cidades deGovernador Celso Ramos,
Florianópolis, Porto Belo, Palhoça, Joinville e São João Batista, verificando ainda os
objetivos propostos, a abordagem de estudo é a pesquisa social qualitativa– empírica e
exploratória.
Segundo Minayo, et al. (1994), a abordagem qualitativa está relacionada com as
situações particulares, realça a realidade, mas não se preocupa com o que pode ser
quantificado. Esse método prioriza crenças, valores e atitudes, isto é, demanda análise
profunda das relaçõesdos processos e dos fenômenos que não podem ser reduzidos à
operacionalização de variáveis.Engloba os sistemas de relação que constroem o modo de
conhecimento exterior ao indivíduo, e também as representações sociais que compõem a
vivência das relações objetivas pelos atores sociais, que por sua vez lhe atribuem significados.
O método qualitativo tende, por meio dos dados empíricos, “conhecer, explorar e
descrever a complexidade e contradições dos fenômenos e relações interpessoais e sociais”
(CARVALHO, 2012, P.39) visando à familiaridade entre pesquisador e objeto de estudo que,
quando explorado sobre outra linha de pesquisa não alcança “facticidade, proximidade
concreta, visibilidade” (DEMO, 2012, P. 92).
Com relação ao caráter exploratório da pesquisa Gil (1991) salienta que a pesquisa
exploratória “tem como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema”.A
pesquisa ao focar na familiaridade visa torná-lo mais explícito ou a facilitar a construção de
hipóteses. Tem como característica a flexibilidade, de modo que qualquer aspecto relativo ao
tema estudado tem importância. Grande parte das pesquisas exploratórias envolve
levantamento bibliográfico, documental e entrevista ou questionário envolvendo pessoas que
tiveram alguma experiência com o tema de estudo.
Para a efetivação deste trabalho, foram definidos os seguintes
procedimentos:delimitar o estudo no seu aspecto bibliográfico, bem como a pesquisa
documental através dos documentos de domínio público e posteriormente o instrumental para
coleta de dados que foi produzido através de entrevistas por meio de um roteiro
semiestruturado, composto por 26 questões combinando perguntas abertas e fechadas.
32
Tabela 1: Perfil dos Assistentes Sociais entrevistados que trabalham nos NASF no período
de setembro a outubro de 2016, nas cidades de Governador Celso Ramos, Florianópolis,
Porto Belo, Palhoça, Joinville e São João Batista.
Escola de Ano de
Entrevistadas (o) Idade Sexo Pós-graduação
Formação Formação
AS1 28 F UFSC 2014 Não
AS2 45 F UFSC 1993 Especialização
AS3 23 F UFSC 2014 Especialização
Especialização e
AS4 39 F UFSC 2005
Mestrado
AS5 40 F FURB 2000 Especialização
AS6 27 F UFSC 2011 Especialização
Fonte: Roteiro de questões para identificação do perfil sócio ocupacional. Elaboração da autora.
Tempo de trabalho
Carga horária Contrato de trabalho Assistentes sociais
no NASF
1 ano e 4 meses 30 Celetista temporário AS1
2 anos 40 Estatutário AS2
03 meses 40 Celetista temporário AS3
(Contrato de um ano)
04 anos 40 Estatutário AS4
05 anos e 10 meses 30 Estatutário AS5
02 anos 30 Estatutário AS6
Fonte: Roteiro de questões para identificação do perfil sócio ocupacional. Elaboração da autora.
Dado o exposto, vimos que três profissionais realizam no NASF 40 horas semanais e
as demais apenas 30 horas semanais. Quanto ao contrato de trabalho, divide-se entre
Estatutário e Celetista, sendo dois celetista temporários e quatro estatutários. Em relação ao
tempo de trabalho no NASF, verificamos que o tempo de trabalho das profissionais oscila
entre três meses aaproximados seis anos.
Destacamos que os profissionais entrevistados não têm outro vínculo empregatício
de acordo com o que foi colocado em suas respostas no roteiro. A seguir apresentaremos outra
tabela que traz os eventos que os profissionais entrevistados participaram nos dois últimos
anos e início do atual.
35
Tabela 3: Eventos que os Assistentes Sociais entrevistados participaram nos anos 2014/2015
e início de 2016.
Nome do Evento Entrevistados
Seminário: Gênero e Feminismo AS1
Seminário: A atuação do Assistente Social na saúde em âmbito hospitalar: Residência
AS1
Integrada Multiprofissional em Saúde HU/UFSC
Mesa Redonda: Questão Social e Políticas Públicas AS1
Encontro:A intervenção do Assistente Social no Núcleo de Apoio à Saúde da Família
(NASF) AS1
CBAS AS2
ENPESS AS2
Congressos da Rede Unida AS2
ABRASCO AS2
III Seminário de Atenção Psicossocial AS3
Fórum Prevenção ao Suicídio AS3
I Encontro Regional de Apoio à Saúde da Família (NASF) AS3
II Congresso Catarinense de Assistentes Sociais, em Florianópolis – SC AS4
15º Congresso Brasileiro de Assistentes Sociais em Olinda – Pernambuco AS4
Serviço Social no Sistema Socioeducativo AS5
Iniciação de NASF AS5
Os impactos da violência na saúde pública, SUS e suas Leis AS5
Trabalhos de grupo na Atenção Básica AS5
II Colóquio Sobre Dependência Química – 2014 AS6
II Seminário de Atenção Psicossocial – Saúde Mental e Atenção Psicossocial em santa
Catarina: de um cenário de avanço de direitos ao avanço da construção de redes de AS6
atenção – 2014
Mesa Redonda: Perspectivas contemporâneas sobre a sociedade civil – 2014 AS6
Capacitação de Recursos Humanos e de Gestores de Políticas Públicas em Trabalho
AS6
social com Famílias – 2015
II Congresso Catarinense de Assistentes Sociais – 2016 AS6
36
Os dados acima, como os nomes dos eventos principalmente, foram colocados aqui
conforme informações obtidas por meio da pesquisa, não há, portanto, como afirmar que o
nome indicado pelas mesmas corresponde realmente ao título oficial do evento. Todas as
Assistentes Sociais participaram de eventos distintos, ou seja, em nenhum coincidiu a
participação de mais de uma profissional.
Percebemos que a maioria das profissionais priorizam suas participações em eventos
que tratam assuntos relevantes a área da saúde e a área do Serviço Social de um modo geral,
apenas três participaram de eventos com relação ao NASF, a partir disso é possível destacar
que poucas ultrapassam seu interesse por temas adversos. Mesmo assim enfatizamos que os
dados obtidos mostram que suas participações de certa forma reportam a intenção de obter
maior conhecimento num todo.
Através da pesquisa conseguimos saber também quais os livros e os autores lidos
pelas Assistentes Sociais nos dois últimos anos e início do atual, como mostrará a tabela a
seguir.
Tabela 4: Livros e autores lidos pelos Assistentes Sociais entrevistados participaram nos anos
2014/2015 e início de 2016.
Livros Autor Entrevistados
O Matriciamento no NASF: interpretações sobre o Eliezer Rodrigues Santos e Líria
AS1
trabalho do Assistente Social Maria Bettiol Lanza
Serviço Social e interdisciplinaridade: o exemplo
Eduardo Mourão Vasconcelos AS1
da saúde mental
Processos de responsabilização das famílias no
Regina Célia TamasoMioto AS1
contexto dos serviços públicos: notas introdutórias
Determinantes Sociais de Saúde e a ação dos
Vera Maria Ribeiro Nogueira AS1
assistentes sociais – um debate necessário
Projeto profissional, espaços ocupacionais e
Marilda Villela Iamamoto AS1
trabalho do(a) Assistente Social na atualidade
Yolanda Guerra AS2
Marilda Vilela Iamamoto AS2; AS6
José Paulo Netto AS2
Regina Célia TamasoMioto AS3; AS6
Maria Inês Sousa Bravo AS3
Ana Maria de Vasconcelos AS3
Serviço Social, Tecnologia da Informação e
Renato Veloso AS4
Trabalho
Serviço Social, ética e saúde. Reflexões para o
Maurílio Castro de Matos AS5
exercício profissional
Saúde mental e serviço Social Eduardo Mourão Vasconcelos AS5
SINASE – Comentado _ AS5
37
Com os dados apontados acima pode-se dizer que apenas as obras das autoras
Marilda Vilela Iamamoto e Regina Célia TamasoMioto foram lidas por mais de uma
profissional no período indicado.
Em relação a participação das Assistentes Sociais em Conselhos de Direito ou
Política Social, apenas duas das profissionais entrevistadas participa ou já participou. Desta
forma, verificamos que a AS4 já foi Conselheira dos Direitos da Criança em Florianópolis e
atualmente é Conselheira Municipal de Saúde em Palhoça, no que tange ao segmento dos
Profissionais de Saúde (segunda Gestão) e do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher,
segmento Saúde (primeira Gestão). Já a AS5 participou do Conselho Municipal da Criança e
do Adolescente de Joinville por 4 anos (02 ONG e 02 governamental) e participou do
Conselho Municipal de assistência.
Sabe-se que na organização do processo de trabalho em Saúde da Família e dentro
dos objetivos propostos para a área de Serviço Social, uma das ações do Assistente Social no
NASF conforme preconiza suas diretrizes é trabalhar com controle social, ou seja, realizar
ações de intervenção coletiva. Desta forma observa-seque o controle social está entre as ações
a serem realizadas pelos Assistentes Sociais no NASF, portanto os dados alcançados nos
mostram que não há prioridade nas ações relativas ao controle social nos espaços dos
Conselhos Locais de Saúde - CLS e Conselho Municipal de Saúde CMS, pois grande maioria
das entrevistadas nos informou que não tem uma participação efetiva e constante nesses
espaços.
Quanto à supervisão de estágio, considerada através da Resolução CFESS n° 533 de
2008 art.2° atividade privativa do Assistente Social, os dados obtidos foram que dos seis
profissionais, três realizam supervisão de estágio, e outros três não estão supervisionando até
a data da pesquisa.
38
de grupos onde não há espaço), não possui telefone e equipamentos de informática próprio, e
há dificuldades quanto ao acesso a redes de Internet. Ainda de acordo com a mesma, em Porto
Belo os trabalhos em grupo ainda não acontecem de forma plena. Como o NASF é recente,
existe resistência das ESF quanto aos serviços prestados pela equipe. Porém, em fase inicial,
trabalha-se com as unidades a possibilidade de realizar grupos (que, até então, não vem sendo
desenvolvidos pelas ESF). Possíveis grupos; grupo de cuidadores, grupo de saúde (trabalham
temas relacionados à saúde conforme demanda trazida pelos usuários), grupo de gestantes,
grupo de tabagista.
Na cidade de Palhoça, a Assistente Social informa que o NASF efetivamente está
implantado desde outubro de 2012, contemplando três regionais: Norte, Centro e Sul. Seu
enquadramento é o NASF 1 e os profissionais que compõem são: Assistente Social,
Psicólogo, Nutricionista, Farmacêutica Fonoaudióloga e Educador Físico. Atualmente, a
Assistente Social está ativa em uma Regional, a saber, regional Norte, visto que uma
profissional se afastou para assumir outro concurso público e outro profissional Assistente
Social está na Gestão como Coordenadora do NASF.
De acordo com a profissional o NASF Norte está dando cobertura a 06 UBS,
contemplando 11 Equipes ESF, enfatizando ainda o pleno conhecimento que não é permitido
tal situação pois ultrapassa o limite indicado pelas Portarias do Ministério da Saúde que
apontam o teto de 09 Equipes ESF para a Modalidade NASF 1. A mesma repassa esta
informação baseada nas Portarias do Ministério da Saúde nº 2.488, de 21 de outubro de 2011,
Portaria nº 3.124, de 28 de dezembro de 2012, Portaria nº 548 de 04 de abril de 2013, Portaria
nº 562 de 04 de abril de 2013. Entretanto já foi aprovado pelo Conselho Municipal de Saúde a
ampliação das Equipes NASF, de 03 para 06 Unidades e no momento foi enviado o Estudo do
Plano de Ampliação à Comissão Inter gestoresBipartite - CIB, para posterior envio ao
Ministério da Saúde.
Quanto a infraestrutura no local de trabalho relata que o NASF contempla sala de
atendimento nas 06 Unidades de Saúde com computador, já o telefone é privativo apenas na
sala da Unidade sede vinculada ao Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde - CNES.
Os profissionais circulam de acordo com as demandas: atendimento em consulta conjunta,
atendimento em consulta individual quando é necessário, visita domiciliar, grupos, reuniões
de matriciamento e reuniões externas como Fórum, Conselhos, Visita em pontos da Rede,
entre outros. Apenas para os casos de Visita Domiciliar utilizam o carro da Equipe ESF,
sendo que o restante do deslocamento é com carro próprio. A Assistente Social utiliza o
41
espaço da unidade Sede para contemplar seu arquivo profissional e para desenvolver
relatórios e contatos telefônicos que exijam maior discrição / sigilo.
Os trabalhos em grupo no NASF de Palhoça acontecem via articulação com a ESF
planejando a linha do cuidado. Ocorrem tanto na dimensão de facilitadora quanto co-
facilitadora. Dependendo do grupo, as ações ocorrem compartilhadas com outros profissionais
e/ou como apoio, ou ainda com demandas específicas de reconhecimento e acesso de direitos.
Os grupos normalmente tratam sobre os seguintes assuntos: Tabagismo, Atividade Física,
Alimentação Saudável, Gestante, Hiperdia, Pacientes com Artrite Reumatoide, Grupos de
Terapianos moldes da Terapia Comunitária, reunião com as equipes, etc. e ainda, palestras no
território tais como: Programa Saúde na Escola, Grupos de Famílias do CRAS, Semana de
SIPAT de Empresas no Território, nas turmas de medicina da UNISUL, na UDESC, etc.
Em Joinville a inserção da assistente social no NASF deu-se em agosto 2016, mesmo
ano de criação do NASF. Mediante informação da profissional seu enquadramento é o NASF
1, fazendo parte da equipe os seguintes profissionais; 1 (uma) Assistente Social, 1 (um)
Nutricionista, 1 (uma) Terapeuta Ocupacional, 1 (uma) Educadora Física e 2 (duas)
Psicólogas. O NASF de Joinville atualmente dá apoio a 7 (sete)ESF.
O ambiente de trabalho do NASF é na estrutura das UBSs, neste local são utilizadas
as salas de reuniões, consultórios e equipamentos já existentes nas unidades de uso
especificamente da equipe ESF. A profissional ainda enfatiza que o NASF utiliza a sala de
reunião da UBS de Pirabeiraba no Distrito Norte quando necessário, e em relação aos carros
os profissionais tem portaria para dirigir, porém utilizam os motoristas e carros das equipes.
A Assistente Social contribui com suas informações também sobre o trabalho em
grupo com os usuários, na qual acontece de diversas formas, tais como grupos fechados que
acontece após a avaliação do profissional responsável para o problema específico e grupos
terapêuticos. E os grupos abertos que ocorre por indicação da equipe Saúde da Família,
direcionados a qualidade de vida, exercícios físicos, educação em saúde, etc.
Na cidade de São João Batista existe uma equipe de NASF a qual foi implantada no
ano de 2011 sob a coordenação de uma Assistente Social. O enquadramento é o NASF 1
tendo uma equipe composta por uma assistente social, um nutricionista, um fisioterapeuta,
uma psicóloga e uma fonoaudióloga, que hoje atua também como coordenadora.
Em se tratando das condições de trabalho, através das informações obtidas, sabemos
que na cidade de São João Batista os profissionais de serviço social, fonoaudiologia e
psicologia possuem salas próprias e individuais de atendimentos. Já o nutricionista não possui
42
sala própria e utiliza salas que não estão sendo utilizados pelos médicos ou outro profissional
no momento para realizar seus atendimentos. O Fisioterapeuta atende em sala coletiva junto a
outro profissional de fisioterapia. Todas as salas possuem computador com internet e telefone.
A equipe do NASF possui carro próprio, que é utilizado para as visitas domiciliares e algumas
vezes para locomoção para cursos. O trabalho é planejado na sala de atendimento da
coordenadora do NASF, onde todas as segundas feiras são realizadas reunião para elaboração
do cronograma mensal e no decorrer da semana organizadas outras ações, se necessário. Os
relatórios coletivos são feitos na sala da coordenadora também, já os individuais cada
profissional realiza na sua sala.
A profissional contribui ainda com informações sobre os trabalhos em grupo com os
usuários, dizendo que os mesmos acontecem nas unidades de saúde, em espaços variados,
algumas vezes não muito adequadas ao sigilo, pois não existe uma sala específica para esses
atendimentos.A partir disso podemos dizer de acordo com o Código de ética profissional dos
Assistentes Sociais de 1993 que constitui direito do Assistente Social a inviolabilidade do
local de trabalho e respectivos arquivos e documentação, garantindo o sigilo
profissional.Quanto aos trabalhos em grupo algumas vezes são realizados por um profissional
específico e outras vezes por mais de um profissional ou pela equipe.
A partir do exposto e dentre as cidades pesquisadas, compreendemos que o primeiro
NASF implantado foi em Florianópolis em 2009, logo em Governador Celso Ramos no ano
de 2010, São João Batista em 2011, Palhoça em 2012, Porto Belo em 2015, e o mais recente
na cidade de Joinville em 2016.
Registros Entrevistados
Analisando a planilha acima, vimos que nenhuma das profissionais utilizam como
registro algum tipo de caderno do setor. E apenas a AS6 relatou outra forma, assim sendo,
informou que é realizado registro dos atendimentos em planilha do Excel, onde são
registrados nome, data de nascimento, número do cartão do SUS,demanda, encaminhamento
realizado e data do atendimento. Informou ainda que os demais profissionais do NASF
realizam registros no E-SUS, no entanto, tal sistema não contempla as necessidades do
profissional de serviço social. Por isso, apenas os atendimentos coletivos do serviço social são
registrados neste sistema. O único registro que coincidentemente todas as Assistentes Sociais
realizam nos seus respectivos ambiente de trabalho são os encaminhamentos. Em relação as
outras formas de registros há uma variedade de resultados conforme nos mostrou a planilha
acima. Portanto, percebemos com o resultado da pesquisa que todas as profissionais registram
suas ações das mais variadas formas, acredita-se que para sua garantia.
De acordo com a análise dos dadosacima, afirmamosque o registro do trabalho do
assistente social é um instrumento que reflete as habilidades e competências teóricas,
possibilitando o estudo e a avaliação da sua atuação no cotidiano. Os instrumentos de
registros podem ser utilizados pelas profissionais de acordo com aqueles que melhor se
adequam a cada necessidade individual das profissionais. Por isso o Assistente Social é livre
para criar e recriar instrumentos a fim de encontrar aquele que se adeque ai seu cotidiano,
possibilitando com isso explicitar os dados que retratam a realidade. Mediante os registros o
Assistente Social consegue elementos para problematizar, analisar seu o trabalho e assim dar
respostas qualificadas a suas demandas a partir da autocrítica e análise constante do fazer
44
profissional. Ressaltamos aqui o quanto é importante não tratar o registro meramente como
um acervo, pois isto pode empobrecer bem como desqualificar sua importância enquanto
instrumental técnico.
Quanto a sistematização das demandas, mediante relatos da AS1, a mesma considera
importante e sistematiza todas as demandas cotidianas, enfatizando ainda que tudo aquilo que
chega de forma isolada nada mais é do que necessidades e/ou demandas coletivas. Para a
mesma, a sistematização é necessária para que outro profissional compreenda ações já
realizadas e entenda o que ainda pode ser feito, momento para destacar sua capacidade
criativa e propositiva. A referida profissional relata ter rotina de registro em diário de campo,
relatórios, estudo social e relatórios estatísticos, tendo ainda mera consciência da importância
de fazer análises e/ou reflexões sobre a intervenção realizada e/ou realidade em que atua. Já a
AS2, nos informa que as demandas são sistematizadas através do sistema de informações da
SMS, desta forma, sendo realizado todos os registros de atendimentos realizados. A AS3
relata que atualmente não há a sistematização das informações, pois está há pouco tempo no
NASF, e volta a dizer que o mesmo foi criado em 2016, a outra profissional ficou apenas um
mês, acredita-se que por esse motivo ainda não se tratou sobre o assunto.
A AS4 relata que existe algumas formas de sistematização, fazendo parte o
prontuário eletrônico do paciente via GMUS, arquivo próprio da profissão, visitas
domiciliares, observação, estudo socioeconômico, relatórios, parecer, encaminhamentos.
Planos Terapêuticos Singulares (PTS) e Planos de Saúde no Território (PST). E ainda se tem a
clínica ampliada e o apoio matricial que ocorre via dimensão assistencial (atendimento de
assistência direta) e dimensão técnico-pedagógica (grupos de promoção de saúde, educação
permanente com as equipes, etc.). Já a AS5 relata as formas de sistematização sendo as
agendas, Reuniões, estudo de caso, matriciamento, visitas domiciliares, atendimento
individual compartilhado, etc.
Para a profissional, o Serviço Social possui papel fundamental dentro do NASF, pois
detém o compromisso de efetivar o projeto ético político e garantir o direito dos usuários com
promoção de autonomia e cidadania. Por último, temos a informação sobre o assunto da AS6
quando diz que as demandas são sistematizadas através dos estudos socioeconômicos, onde
são identificadas as demandas trazidas pelo usuário e outras percebidas pelo profissional no
atendimento.
A partir disso, é realizada a reflexão e estudo de caso individual ou com as equipes
ESF e/ou NASF, e/ou com a rede, quando necessário, para o acompanhamento,
45
observar e buscar estratégias para enfrentar algumas dificuldades. É evidente a busca por uma
boa qualidade de trabalho no espaço no NASF junto a ESF, para isso, as Secretarias muitas
vezes procuram formas de organizar este espaço disponibilizando salas que não
comprometam o sigilo profissional ou ainda colocando à disposição um veículo que possa
garantir aos profissionais o cumprimento de suas necessidades externas.
Mesmo que tenha essa busca incessante para melhorias, vimos que algumas
profissionais relatam que os espaços não são adequados para o trabalho e capacitação dos
profissionais, ou seja, ainda sentem algumas necessidades. Percebemos ainda que há casos de
resistência da ESF com a equipe do NASF, fazendo com que os profissionais do NASF se
sintam muitas vezes desestimulados e frutados para atuarem como deveriam por conta dessas
dificuldades que encontram em seu percurso.
Concomitante ao assunto aqui abordado, e com a finalidade de conhecer o trabalho
do serviço social no NASF das cidades estudadas, nos próximos itens desse estudo vamos
destacar as múltiplas demandas que perpassam o cotidiano destes profissionais.
Para uma abordagem mais detalhada sobre a ESF e o NASF é necessário conhecer
como se desenvolve a dinâmica de trabalho entre eles em relação ao repasse das demandas da
ESF para o NASF, mais especificamente entre ESF e Serviço Social. A partir dos resultados
obtidos, vimos que as profissionais destacam demandas variadas que chegam ao Serviço
Social colocadas pelas ESF, como segue.
Ainda que o Assistente Social tenha que intervir nas mais diversas expressões da
Questão Social, conforme a AS1 “as demandas da equipe Saúde da Família tende a reduzir a
nossa atuação profissional a uma única necessidade humana, a cesta básica, por exemplo”. A
profissional ainda contribui dizendo que há profissionais da equipe Saúde da Família que
pensam ser intervenções do Assistente Social a questão da higiene pessoal do usuário, “a
idosa está com piolho, a assistente social precisa fazer alguma coisa” (AS1). A demanda
referente a cesta básica citada pela profissional, apenas nos mostra que esta necessidade
continua refletindo ainda nos dias de hoje a carência sócio econômica de um grande segmento
47
2
Não obtivemos resposta da AS4 para essa questão, ressalto na oportunidade, que tentamos fazer um novo
contato com a profissional via e-mail, porém, não tivemos êxito.
52
Subtende-se com a fala da AS1 que os gestores e até mesmo outros profissionais da
referida Secretaria de Saúdedesconhecem o papel do Assistente Social no NASF, por este
motivo quaisquer demandas que aparecem solicitam ao Serviço Social.
A AS2 informa apenas que as demandas chegam através da reunião mensal da equipe
NASF e/ou por procura individualizada, e os encaminhamentos são de acordo com a realidade
objetiva e concreta de cada situação relatada. Enfatizo aqui que a profissional não especificou
quais as demandas que chegam ao Serviço Social. Já a AS3 não constatou nenhuma demanda
até o presente momento vindas da Secretaria de Saúde.
Através das contribuições da AS4, a profissional informa que são demandas diversas
que podem chegar via comunicação interna e e-mail institucional da Coordenação do NASF,
Diretora da Atenção à Saúde Integral, outras Diretorias de Segmentos específicos e
Vigilâncias. Como ESF e NASF compartilham a Linha de Cuidado, as demandas tem que ter
como porta de entrada a ESF, a qual conhece melhor o território e os pacientes.
Posteriormente acionam o NASF, nos casos que envolvem ou requerem o apoio dos membros
da equipe, seja, apoio aos grupos, Clinica Ampliada, Consulta Conjunta, Apoio Matricial,
ações no Território. Tais demandas podem ser respondidas pelas mesmas vias de
comunicação e presencialmente quando se torna necessário.
É importante ressaltar aqui que a profissional AS5 não contribuiu com essa questão.
Por fim a AS6 informa que as demandas da Secretaria de Saúde geralmente vêm por meio de
telefone ou a pedido do Secretário pessoalmente. São para concessão de benefícios em saúde
ou, por vezes, para avaliação de situação socioeconômica e encaminhamentos para outros
serviços. A partir do pedido é agendado a visita ou atendimento junto a coordenação do
NASF e, posteriormente, de forma informal, é realizada contra a referência ao secretário ou
pessoa que solicitou o atendimento.
Com os dados obtidos, podemos dizer que as informações apontam que a maioria das
demandas vindas da Secretaria de Saúde é para que o Assistente Social realize ações quanto à
organização do processo de trabalho, bem como desenvolver trabalho em conjunto com as
ESF, participação em programas de saúde e para avaliação socioeconômica, e ainda demandas
assistenciais de caráter individual.
Portanto, as respostas dos entrevistados indicam que as Secretarias demandam do
Serviço Social do NASF intervenção em atendimentos assistenciais, e emergenciais e ações
em programas pontuais, não priorizando estratégias de contribuição na construção,
planejamento, diagnósticos, coordenação e avaliação da política e serviços de saúde.
53
As demandas individuais dos usuários chegam por meio de procura espontânea e nos
dias de atendimento. As mais frequentes são para disponibilização de fraldas
geriátricas, cadeiras de rodas, muletas, andador, óculos, concessão de medicamentos
não padronizados pelo SUS, concessão de exames não disponibilizados pelo SUS,
mediação de conflitos familiares, auxilio e orientação para internação de pessoas
com transtornos mentais ou que fazem uso de drogas. Diante das demandas, são
realizadas as devidas orientações e encaminhamentos, e se necessário realizado novo
agendamento de atendimento para acompanhamento da situação (AS6).
Já a AS6 diz apenas que as demandas vindas de outras instituições costumam ser as
mesmas já relatadas e chegam ou são contra referenciadas por e-mail, ofício ou telefone,
dependendo do tipo de encaminhamento.
Concomitante ao que foi exposto aqui, podemos dizer que as profissionais
responderam em um sentido geral, visto que nenhuma delas especificou qual é a instituição
que está repassando tal demanda.
Sobre quais as demandas que as Assistentes Sociais recebem, está explicito que
apenas duas profissionais dominam melhor a questão, sendo as seguintes profissionais AS1 e
AS2. Realmente percebe-se mediante os resultados alcançados que as demandas muito se
igualam nas respostas obtidas com as profissionais nas questões anteriores. Aproveitamos
para ressaltar ainda que sentimos carência nessa questão em decorrência a algumas
profissionais, principalmente a AS3 e a AS5.
Com este estudo podemos dizer que a proposta do NASF é ambiciosa, porém é
necessário evoluir muito quando se trata da formação profissional, para que o mesmo consiga
trabalhar os obstáculos que são encontrados no decorrer do caminho. O trabalho em equipe
deverá ser assimilado no cotidiano da produção das ações de saúde, no trabalho coletivo e no
território onde a vida acontece. Podemos concluir que a responsabilidade sobre o êxito dos
NASF será de todos aqueles envolvidos em sua construção.
56
57
CONCLUSÃO
para sua renovação e futura atuação. Esse processo permite que o profissional busque
aperfeiçoamento intelectual para dar conta dos desafios postos a profissão.
Ressalta-se que nem todos os NASF’s que fizeram parte deste trabalho realizam ações
compartilhadas com a Estratégia de Saúde da Família (ESF) conforme preconiza o Ministério
da Saúde (BRASIL, 2008), ou seja, o apoio matricial como parte do processo de trabalho
muitas vezes não é executado. Evidencia-se que, as principais ações ora mencionadas e
desenvolvidas pelo assistente social no NASF algumas vezes não estão de acordo com o que
preconiza os Parâmetros para Atuação de Assistentes Sociais na Política de Saúde (2010).
Porém, enfatizamos que percebemos diante da leitura dos documentos que fizeram parte do
embasamento teórico neste, a importância do trabalho em equipe para o assistente social, ou
seja, o trabalho interdisciplinar na saúde. No entanto, cabe pontuar que das ações definidas
pelo Ministério da Saúde para o cumprimento do NASF, nas cidades destacadas, muitas vezes
as profissionais conseguem apenas realizar ações individuais e pontuais distanciando da
lógica de NASF pensada pelo Ministério da Saúde.
Percebo que esse cenário de ações individuais está atrelado a metodologia implantada,
bem como a compreensão do NASF adotada pela gestão dos municípios, ou seja, muitas
vezes não é dado abertura para estes profissionais atuarem junto à Estratégia de Saúde da
Família (ESF) e, para além disso, o NASF é porta de entrada do Sistema Único de Saúde
(SUS).Além dessas dificuldades, o assistente social ainda sofre com a desinformação de
alguns gestores da saúde, quanto ao objetivo do NASF auxiliando no trabalho da ESF
buscando ampliar a abrangência e o escopo das ações de atenção básica, visando sua
resolubilidade. No âmbito da Saúde, sobretudo no NASF, as demandas apresentadas e/ou
requisitadas ao assistente social são as mais diversas possíveis.Cabe destacarque “a equipe de
saúde e/ou os empregadores, frente às condições de trabalho e/ou falta de conhecimento das
competências dos assistentes sociais, têm historicamente requisitado a eles diversas ações que
não são atribuições dos mesmos” (CFESS, 2010, p. 46).Ainda conforme conforme os
Parâmetros para a Atuação de Assistentes Sociais na Política de Saúde (2010), algumas destas
ações tem caráter técnico-administrativo ou demandam uma função especifica da área da
saúde que não é comtemplada na formação dos Assistentes Sociais.
O trabalho do assistente social junto ao NASF é extremamente importante pois gera
resultados junto à comunidade, buscando melhoria de vida para a população, visando a
qualidade de vida e o acesso aos direitos básicos para a população. O Estado e demais
gestores da saúde (municípios) deveriam efetuar maiores investimentos e dar maior
59
assistência para que, cada dia mais pessoas possam ser auxiliadas e o trabalho das equipes e
profissionais da NASF possa ser mais efetivo e eficaz.
Por fim, vale ressaltar que com este estudo, de acordo com seu objetivo que era
identificar ascondições de trabalho e as demandas do exercício profissional, conseguimos
identificar com objetividadeas respostas dos assistentes sociais do NASFnas questões
aplicadas. No entanto, apesar dos limites e desafios para a construção deste trabalho,
reconhecemos a necessidade de aprofundar a discussão, haja vista que a pesquisa não está
limitada e não se pretendeu esgotar a problemática da questão apenas neste trabalho de
conclusão de curso, ou seja, é umprocesso investigativo e contínuo com a pretensão de
contribuir com a discussão do Serviço Social na área da saúde.
60
REFERÊNCIAS
BRAVO, Maria Inês Souza. A Política de Saúde no Brasil: trajetória histórica. In:
Capacitação para Conselheiros de Saúde. Rio de Janeiro: UERJ, 2001.
CAMPOS, Nayara Rúbio.O surgimento do NASF e a atuação do serviço social, publicada em
2013. Disponível em: <http://www.cress-
mg.org.br/arquivos/simposio/O%20SURGIMENTO%20DO%20NASF%20E%20A%20ATU
A%C3%87%C3%83O%20DO%20SERVI%C3%87O%20SOCIAL.pdf> acesso em
28/11/2016.
CARVALHO, Cristiano Costa de. As comissões locais de assistência social e a sociedade
civil: desafios no controle social da política municipal de assistência social de Belo Horizonte.
Belo Horizonte: UNA, 2012.
COHN, Amélia. O SUS e o Direito à Saúde: universalização e focalização nas políticas de
saúde. In. LIMA.N.T; GERSCHMAN.S; EDLER. F. C; SUÁREZ. J.M (orgs.) Saúde e
Democracia: História e perspectivas do SUS. Rio de Janeiro: Ed. Fiocruz, 2005.
DEMO, Pedro. Pesquisa e construção de conhecimento: metodologia científica no caminho de
Habermas. 7 ed. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2012.
GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo. Atlas. 1991.
_________________. Métodos e técnicas em pesquisa social. São Paulo: Atlas, 1999.
GIOVANELLA, Ligia. Atenção Primária em Saúde promove impactos positivos sobre a
situação de saúde ENSP, publicada em 25/01/2010. Disponível em:
<http://www.ensp.fiocruz.br/portalensp/informe/materia/index.php?origem=9&matid=19999
>. Acesso em: 04/10/2016.
KRÜGER, Tânia Regina. Serviço Social e Saúde: espaços de atuação a partir do SUS. Revista
Serviço Social & Saúde [online]. UNICAMP Campinas, v. IX, n. 10, Dez. 2010.
KRÜGER, Tânia Regina. SUS: da perda da radicalidade democrática ao novo
desenvolvimentismo. Revista katalysis, Florianópolis, v. 17, n.2, p.218-226, jul./dez. 2014.
Disponível em:< http://www.scielo.br/pdf/rk/v17n2/1414-4980-rk-17-02-0218.pdf> Acessado
em: 10 de Novembro de 2016.
MINAYO, Maria Cecília de Souza et al. Pesquisa social: teoria, método e criatividade.
Petrópolis, RJ: Vozes, 1994.
MODESTO, Paulo Eduardo Garrido. Reforma Administrativa e Marco Legal Das
Organizações Sociais No Brasil: as dúvidas dos juristas sobre o modelo das organizações
sociais. In: Revista do Serviço Social Público. Ano 48, nº2. Bahia: 1997.
NETTO, José Paulo e BRAZ, Marcelo. Economia Política: uma introdução crítica. 4ª Ed., São
Paulo: Cortez Editora, 2008.
NETTO. José Paulo; CARVALHO. Maria do Carmo Brant. Cotidiano: conhecimento e
crítica. São Paulo: Ed. Cortez, 2012.
SANTOS, Nelson Rodrigues dos. SUS, política pública de Estado: seu desenvolvimento
instituído e instituinte e a busca de saídas. Rio de Janeiro: Cebes; 2012.
SOUZA, João Francisco. “Sistematização da experiência por seus próprios sujeitos”. In
Tópicos Educacionais. Recife-PE: UFPE, Centro de Educação, Vol. 15, Nº1/3, 1997.
62
VIANA, Ana Luiza D’ávila. DAL POZ, Mario Roberto. A Reforma do Sistema de Saúde no
Brasil e o Programa Saúde da Família. Physis: Ver. Saúde Coletiva. Rio de Janeiro.P.11-48
1998.
63
APÊNDICES
Questionário
2 Cidade:
6 Idade:
7 Sexo:
( ) Masculino
( ) Feminino
10 Pós-Graduação:
( ) Residência
() Especialização
( ) Mestrado
( ) Doutorado
( ) Não possui
11 Que eventos participou nos dois últimos anos relacionados ao Serviço Social?
12 Identifique nome de livros e/ou autores lidos nos dois últimos anos que tenha relação com
o Serviço Social e sua área de trabalho.
3 Fale sobre a infra estrutura da instituição, tais como: salas de atendimento, equipamentos de
informática, telefone, transporte, espaço físico para planejar o trabalho e fazer relatórios, entre
outros.
65
a) Quais são e como chegam as demandas colocadas pela equipe ESF? Como você enquanto
profissional da área responde.
b) Quais são e como chegam as demandas da equipe NASF? Como você enquanto
profissional da área responde.
Data de preenchimento:
Você está sendo convidada (o) a participar da pesquisa para realização e Trabalho de
Conclusão de Curso de Graduação em Serviço Social no semestre 2016.2, intitulada “O
SERVIÇO SOCIAL NO NASF: as demandas, respostas e a dinâmica do exercício
profissional”. A justificativa da pesquisa é conheceros NASF’s em algumas cidades de Santa
Catarina, especificamente nas seguintes; São João Batista, Governador Celso Ramos,
Florianópolis, Joinville, Indaial, Palhoça e Porto Belo. O objetivo dessa pesquisa é
compreender os fundamentos que delimitam o exercício profissional dos Assistentes Sociais
do Núcleo de Apoio a Saúde da Família – NASF -, através das demandas, respostas e
dinâmica de trabalho.
A coleta de dados será através de um questionário encaminhado via e-mail mediante
consulta prévia sobre o interesse e disponibilidade. Esta forma de pesquisa qualitativa e a
forma de tratamento dos dados não oferecerão riscos a você entrevistada (o) nem ao seu setor
de trabalho. Os profissionais que responderem ao questionário da pesquisa serão identificados
por siglas ou nomes atribuídos aleatoriamente, de modo a assegurar a confidencialidade, a
privacidade, a preservação da identidade e a não estigmatização. A utilização das informações
se fará mediante procedimentos e linguagem cientifica e analítica, inclusive de modo a não
atingir a autoestima, respeitar os valores culturais, sociais, morais, religiosos e éticos. O
material e os dados obtidos na pesquisa serão usados exclusivamente para a finalidade
mencionada acima, sendo assim, teremos todos os cuidados possíveis para não haver riscos,
constrangimentos e desconfortos na realização da pesquisa, no tratamento e publicação dos
dados.
Para a tabulação dos dados, serão verificadas as relevâncias, as ênfases, as ausências,
que aparecerão em cada uma das questões do questionário. Do mesmo modo para efeitos de
análise as respostas serão comparadas. No conjunto do relatório de pesquisa (Trabalho de
Conclusão de Curso) serão realizados ensaios analíticos e reflexões acerca dos resultados
obtidos, bem como relacionados à literatura e documentos que fundamentam a pesquisa e o
trabalho profissional em Serviço Social. Este estudo beneficiará aos participantes de forma
indireta, considerando a dimensão intelectual, científica, teórica e instrumental em relação aos
68
Eu, _________________________________________________________, RG nᴼ
__________________, tendo recebido detalhadamente as informações acima e ciente dos
meus direitos, concordo em participar deste estudo e assino abaixo.
Florianópolis, _____/_____/_____
69
Nome: ____________________________________________
Assinatura do Participante: __________________________
Data: _____________________________________________
Nome: ____________________________________________
Assinatura do Pesquisador: __________________________
Data: _____________________________________________
Contato:
Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos – CEPSH / UFSC: (48) 3721-9206
Email:cep.propesq@contato.ufsc.br