Resenha - A Segregação Urbana - Espaço Intra-Urbano No Brasil

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RESENHA

VILLAÇA, Flávio. Espaço intra-urbano no Brasil. São Paulo: Studio Nobel, 1998.
COSTA, Heloisa Soares de Moura. 2003. Natureza, mercado e cultura: caminhos da
expansão metropolitana de Belo Horizonte. In: Mendonça, J.G.; Godinho, M.H.L. Po-
pulação, espaço e gestão na metrópole: novas configurações, velhas desigualdades.
Belo Horizonte: Pucminas.

Aluno: Hugo Venâncio Miranda

O texto “A segregação urbana” extraído do livro “Espaço intra-urbano no Brasil”


de Flávio Villaça discorre em seu primeiro momento sobre o conceito de segregação.
Ao longo de sua obra o autor faz pontuações e indagações quanto aos princípios que
provocam a segregação socioespacial no Brasil.
O autor inicia o trecho em análise partir de uma conceituação de sítio social
com base em Milton Santos (1993). O mesmo expõe uma definição em que, o solo
conforme a sua localização pode derivar enquanto objeto de valor a partir da especu-
lação imobiliária. A tipologia edificante configura-se também em um fator importante
para tal pesquisa, já que o uso é seletivo e transforma toda uma região a partir de
melhorias, enriquecendo cada vez mais o lugar. Além disso, Villaça (2001) apresenta
alguns mapas de distribuição territorial de classes sociais. Em tais é apontado que,
em sua maioria possui uma região em comum para que ocorra a segregação.
Valendo-se disso, Flavio Villaça apresenta o conceito de segregação social, no
qual se define por um processo em que diferentes camadas sociais tendem a se agru-
par em determinados locais. Dispondo disso, a segregação socioespacial é determi-
nada conforme relevância de uma classe social, isto posto que, a dimensão em base
territorial é a condicionante para a segregação. O autor ainda retrata os pensamentos
de Lojkine (1981), em que a segregação é o produto da divisão social e espacial do
trabalho; sendo estipulado que os ricos se situam em terras mais caras e os pobres
com as mais baratas. Contudo o autor descarta tal assertiva com base em teses com-
provativas. Ainda em apoio aos pensamentos de Lojkine, Villaça expõe a ideia do
autor dos três tipos de segregação. Porém o autor escolhe a que é formada por zonas
e moradias, resultado tanto da classe média e alta, quanto da camada popular; deste
modo justificando a sua escolha a partir das zonas industrias.
A definição da segregação retoma novamente em seu texto, sendo de feito “vo-
luntário” e “involuntário”. O primeiro se produz a partir do individuo o desejo e
sentimento de se viver entre iguais. Já o involuntário ocorre de forma forçada, entre
diversos meios, sem ter opção de escolha. A exemplificação disto pode ser apresen-
tado por meio do planejamento estratégico. A exclusão socioespacial é em parte um
status social do ponto de vista de ambas as partes. Em certo ponto do texto, Villaça
(2001) conclui que a segregação é um processo necessário para se ocorrer a domi-
nação, seja no âmbito social, econômico ou politico por meio da construção de espa-
ços.
Por fim, partindo para uma outra dimensão do assunto, o autor expõe em como
que a arquitetura em sua forma edificante se mostra em meio segregacionista. A re-
flexão disso são os muros nas residências, sendo a prova concreta de que há segre-
gação. O artificio arquitetônico transmite a sensação de que há coexistência entre
ricos e pobres, além de ser um anteparo que repulsa a criminalidade. De fato, a es-
truturação metropolitana brasileira possui características modernistas, dado em que a
setorização é um elemento segregacionista.

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