Matematica e Raciocinio Lógico
Matematica e Raciocinio Lógico
Matematica e Raciocinio Lógico
lógico
matemática e raciocínio lógico
c) O antecessor de 56 é 55.
1. Numeração d) O antecessor de 10 é 9.
Subconjuntos de
Vale lembrar que um asterisco, colocado junto à letra que sim-
boliza um conjunto, significa que o zero foi excluído de tal conjunto.
Essa imagem mostra todos os conjuntos, sendo
ℕ∗ = {1, 2, 3, 4, 5, … . }
Números Inteiros
Números Naturais
1)ℤ∗ = … , −3, −2, −1, 0, 1, 2, 3, … . −
Os números naturais são o modelo matemático necessário para 𝐸𝑠𝑡𝑒 é 𝑜 𝑐𝑜𝑛𝑗𝑢𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑜𝑠 𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜𝑠 𝑖𝑛𝑡𝑒𝑖𝑟𝑜𝑠 𝑒𝑥𝑐𝑙𝑢𝑖𝑛𝑑𝑜 𝑜 𝑧𝑒𝑟𝑜.
efetuar uma contagem.
Começando por zero e acrescentando sempre uma unidade, ob- 2)ℤ+ =
temos os elementos dos números naturais: 0, 1, 2, 3, … . −
𝐸𝑠𝑡𝑒 é 𝑜 𝑐𝑜𝑛𝑗𝑢𝑛𝑡𝑜𝑠 𝑑𝑜𝑠 𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜𝑠𝑖𝑛𝑡𝑒𝑖𝑟𝑜𝑠 𝑛ã𝑜 −
ℕ = 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, … . 𝑛𝑒𝑔𝑎𝑡𝑖𝑣𝑜𝑠
Didatismo e Conhecimento 1
matemática e raciocínio lógico
Exemplo: √5 - √5 = 0 e 0 é um número racional. 1
- O quociente de dois números irracionais, pode ser um número Corrida: 𝑥120 = 12
racional. 10
7
Exemplo: √8 : √2 = √4 = 2 e 2 é um número racional. Bicicleta: 𝑥120 = 84
- O produto de dois números irracionais, pode ser um número 10
racional. Corrida+bicicleta=12+84=96
Nado=1200-96=24km
Exemplo: √5 . √5 = √25 = 5 e 5 é um número racional.
2)C
Exemplo: radicais( √2,√3) a raiz quadrada de um número natu- Para achar o preço do álcool: 3 𝑥3 = 9
ral, se não inteira, é irracional. 4 4
9 2 18 9
Números Reais O preço do álcool no combustível: 𝑥 = =
4 5 20 10
A reunião do conjunto dos números irracionais com o dos racio- 3 9
nais é o conjunto dos números reais. Gasolina: 𝑥3 =
5 5
9 9 18 + 9 27
Portanto o preço do combustível é: + = = = 2,7
5 10 10 10
3)C
3 5 1
+ −
2 3 8
Tirando o m.m.c:24
Exercícios
36 40 3 73
1) (FCC – 2012) – Um atleta, participando de uma prova de + − = = 3,04166 …
24 24 24 24
triatlo, percorreu 120 km da seguinte maneira: 1/10 em corrida,
7/10 de bicicleta e o restante a nado. Esse atleta, para completar a 4)D
prova, teve de nadar
(A) 18 km. 1 1 1 3+2+1 6
(B) 20 km. + + = = =1
2 3 6 6 6
(C) 24 km.
(D) 26 km.
Didatismo e Conhecimento 2
matemática e raciocínio lógico
Observações: Divisibilidade por 7
- Todo número natural é múltiplo de si mesmo. Um número é divisível por 7 se o dobro do último algarismo,
- Todo número natural é múltiplo de 1. subtraído do número sem o último algarismo, resultar um número
- Todo número natural, diferente de zero, tem infinitos múl- divisível por 7. Se o número obtido ainda for grande, repete-se o
tiplos. processo até que se possa verificar a divisão por 7.
- O zero é múltiplo de qualquer número natural.
Exemplo: 165928 é divisível por 7 pois:
Divisibilidade
8x2=16
16592-16=16576
Em algumas situações precisamos apenas saber se um número
natural é divisível por outro número natural, sem a necessidade de
Repete-se o processo com este último número.
obter o resultado da divisão. Neste caso utilizamos as regras co-
nhecidas como critérios de divisibilidade. Apresentamos as regras 6x2=12
de divisibilidade por 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10. 1657-12=1645
Um número é divisível por 2 se ele é par, ou seja, termina em Repete-se o processo com este último número.
0, 2, 4, 6 ou 8. 4x2=8
Exemplos: O número 5634 é divisível por 2, pois o seu último 15-8=7
algarismo é 4, mas 135 não é divisível por 2, pois é um número A diferença é divisível por 7, logo o número dado inicialmente
terminado com o algarismo 5 que não é par. também é divisível por 7.
Didatismo e Conhecimento 3
matemática e raciocínio lógico
Exemplos: Proposição2. O resto da divisão de um produto por um núme-
ro é o mesmo que o da divisão do produto dos restos dos fatores
a) 1º 3º 5º → Algarismos de posição ímpar (Soma dos alga- por esse número.
rismos de posição ímpar: 4 + 8 + 3 = 15.) Exemplo: Qual o resto da divisão do produto 4735 x 28624 x
4 3 8 1 3 74652 por 9?
2º 4º → Algarismos de posição par (Soma dos algarismos
de posição par:3 + 1 = 4) Solução:
15 – 4 = 11 → diferença divisível por 11. Logo 43813 é divi- Produto dos restos dos fatores: 1 x 4 x 6 = 24 e 24 deixa resto
sível por 11. 6 na divisão por 9. Logo, o resto do produto 4735 x 28624 x 74652
por 9 será 6.
Divisibilidade por 13
Exercícios
Um número é divisível por 13 se o quádruplo (4 vezes) do
último algarismo, somado ao número sem o último algarismo, re- 1) Qual é o menor número com dois dígitos que somando a
sultar um número divisível por 13. Se o número obtido ainda for 12345 o tornará um número divisível por 9?
grande, repete-se o processo até que se possa verificar a divisão
por 13. Este critério é semelhante àquele dado antes para a divisi-
2) Um número é divisível por 9 e por 5. Se somarmos 315 a
bilidade por 7, apenas que no presente caso utilizamos a soma ao
este número ele ainda continuará divisível por 9 e por 5?
invés de subtração.
3) Numa divisão, o divisor é 15, o quociente é 11 e o resto é
Exemplo: 16562 é divisível por 13? Vamos verificar.
2x4=8 o maior possível. Então o dividendo é:
1656+8=1664 a) 151
Repete-se o processo com este último número. b) 165
4x4=16 c) 175
166+16=182 d) 179
Repete-se o processo com este último número. e) 181
2x4=8
18+8=26 4) Qual é o menor número que devemos subtrair de 61577
Como a última soma é divisível por 13, então o número dado para que a diferença seja divisível ao mesmo tempo por 5 e por 9?
inicialmente também é divisível por 13.
5) Qual é o menor número que devemos adicionar a 25013
Restos das divisões para que a soma seja divisível ao mesmo tempo por 3 e por 7?
Na aplicação do caráter de divisibilidade, o resto da divisão de
um número qualquer por outro, cujo caráter de divisibilidade co- Respostas
nhecemos, será o mesmo resto encontrado na aplicação do caráter
pelo divisor considerado. 1) Somando os algarismos:1+2+3+4+5=15 dividido por 9
dá resto 6
Exemplo: Qual o resto da divisão de 1938 por 11? Devemos encontrar o menor múltiplo de 9 com dois dígitos,
que ao ser subtraído de 6, continue com 2 algarismos.
Solução: Esse número é o 18-6=12
Soma dos algarismos de ordem ímpar = 9 + 8 = 17 Então o menor número para ser somado é o 12.
Soma dos algarismos de ordem par = 1 + 3 = 4 Tirando a prova:12345+12=12357
17 – 4 = 13 e 13 dividido por 11 deixa resto 2. 1+2+3+5+7=18:9=2
Teoria dos restos
2) Sabemos que se a um número é divisível por n, somar-
mos n ou qualquer um dos seus múltiplos, o número resultante
Proposição 1. O resto da divisão de uma soma por um número
continuará sendo divisível por n. Como 315 também é divisível
é o mesmo que o da divisão da soma dos restos das parcelas por
por 5 e por 9, tal soma não afetará em nada a divisibilidade por
esse mesmo número.
tais números.
Exemplo: Qual o resto da divisão da soma 18 + 27 + 14 por 4?
3) Alternativa D
Solução:
Soma dos restos das parcelas: 2 + 3 + 2 = 7 e 7 deixa resto 3 O divisor equivale a 15 e o quociente a 11 e o resto o maior
na divisão por 4. Portanto, o resto da soma de 18 + 27 + 14 por 4 possível, ou seja, 14.
será 3. Portanto, 11.15+14=179
Didatismo e Conhecimento 4
matemática e raciocínio lógico
4) Um número que ao mesmo tempo divisível por 5 e por 9, Exercícios
é divisível também por 45.
O número 61577 seria divisível por 45 se o resto da divisão 1) Uma empresa de logística é composta de três áreas:
fosse igual a zero, como não é, o que precisamos fazer então é administrativa, operacional e vendedores. A área administrativa
subtrair de 61577 este resto, para que ele se torne um número di- é composta de 30 funcionários, a operacional de 48 e a de ven-
visível por 45. dedores com 36 pessoas. Ao final do ano, a empresa realiza uma
61577 dividido por 45 é igual a 1368, com um resto de 17. integração entre as três áreas, de modo que todos os funcionários
Logo: Devemos subtrair 17 de 61577 para que a diferença seja participem ativamente. As equipes devem conter o mesmo número
divisível ao mesmo tempo por 5 e por 9. de funcionários com o maior número possível. Determine quantos
funcionários devem participar de cada equipe e o número possível
5) 25013 dividido por 21, o produto de 3 por 7, é igual a de equipes.
1191, com um resto de 2.
Se subtrairmos 2 de 25013, o resultado será um número di- 2) (PM AC 2012 - Funcab) Sendo D o Maior Divisor Co-
visível por 21, mas o enunciado diz que devemos adicionar e não mum entre os números 525 e 1120, e M o Mínimo Múltiplo Co-
subtrair, então devemos acrescentar 19, que é o resultado de 21 – 2, mum entre eles, determine o valor de M - 250.D.
para obtermos o próximo número após 25013, que assim como ele A) 8050
também será divisível por 21. B) 8750
Assim sendo: C) 16000
Devemos adicionar 19 a 25013 para que a soma seja divisível D) 16835
ao mesmo tempo por 3 e por 7. E) 16765
Exemplo:
Assim, o mmc
Didatismo e Conhecimento 5
matemática e raciocínio lógico
Decomposição em fatores primos: 4) Temos que determinar o MMC entre os números 3, 4 e 6.
Equipes
O número de equipes será igual a 19, com 6 participantes cada
uma.
48 = 2 ∗ 2 ∗ 2 ∗ 2 ∗ 3
36 = 2 ∗ 2 ∗ 3 ∗ 3
30 = 2 ∗ 3 ∗ 5
𝑀𝐷𝐶 (30, 36, 48) = 2 ∗ 3 = 6
MMC (3, 4, 6) = 2 * 2 * 3 = 12
Concluímos que após 12 dias, a manutenção será feita nas três
Determinando o número total de equipes:
máquinas. Portanto, dia 14 de dezembro.
48 + 36 + 30 = 114 → 114: 6 = 19 Equipes
5)
O número de equipes será igual a 19, com 6 participantes cada
uma.
2) Alternativa A
2006+96=2102
Daí,
16800 – 250.35 = 16800 – 8750 = 8050 4. Números fracionários e
Operações com frações
3) alternativa C
Frações Equivalentes
Para encontrar frações equivalentes, multiplicamos o numera-
dor e o denominador da fração ½ por um mesmo número natural
diferente de zero.
Assim: ½, 2/4, 4/8, 3/6, 5/10 são algumas frações equivalentes
a 1/2
Simplificando Frações
Didatismo e Conhecimento 6
matemática e raciocínio lógico
Tipos de Frações O MMC(2,3,6)=6, então:
5,7 =
57 2 5 10 5
10 ∙ = =
3 4 12 6
0,76 = 76
100 Exercícios
Didatismo e Conhecimento 7
matemática e raciocínio lógico
Respostas
5. Números Decimais e Dízimas
1) Periódicas
1 3 1 1
− . =
3 4 3 12
Representação Decimal das Frações
20000 p
= 240000 𝑙 Tomemos um número racional q , tal que p não seja múltiplo
1
12 de q. Para escrevê-lo na forma decimal, basta efetuar a divisão do
numerador pelo denominador.
Nessa divisão podem ocorrer dois casos:
Temos que dividir por 1/12 porque se multiplicarmos, obte-
mos o que restava.
1º) O numeral decimal obtido possui, após a vírgula, um
número finito de algarismos. Decimais Exatos:
2)
2
3 2 29 = 0,4
+ = 5
7 5 35 1
= 0,25
29 6 4
1− =
35 35 35
= 8,75
4
35
72 ∙ = 420 153
6 = 3,06
50
2
420 ∙ = 168 2º) O numeral decimal obtido possui, após a vírgula, infinitos
5 algarismos (nem todos nulos), repetindo-se periodicamente.
Foram dadas 168 figurinhas ao meu irmão. Decimais Periódicos ou Dízimas Periódicas:
1 1 5 1
3) = 0,333...
+ = 3
21 24 56
1
Em uma hora eles conseguem assentar 5/56 = 0,04545...
2
56
1∙ = 11,2 167
5 = 2,53030...
6
1 hora-------60 minutos
0,2----------x Exemplo 1
X=12 minutos
Eles assentam juntos em 11 horas e 12 minutos Seja a dízima 0, 333... .
4) Façamos x = 0,333... e multipliquemos ambos os membros
1 1 5 por 10: 10x = 0,333
1− − = Subtraindo, membro a membro, a primeira igualdade da
3 4 12 segunda:
12 10x – x = 3,333... – 0,333... a 9x = 3 a x = 3/9
125 ∙ = 300 3
5 Assim, a geratriz de 0,333... é a fração
9
O brinquedo custa R$300,00 Exemplo 2
5 3 Seja a dízima 5, 1717... .
5) 75: :
8 7 Façamos x = 5,1717... e 100x = 517,1717... .
8 7 Subtraindo membro a membro, temos:
75 ∙ ∙ = 280 99x = 512 a x = 512/99 512
5 3 Assim, a geratriz de 5,1717... é a fração
O valor da multa é R$280,00 9
Didatismo e Conhecimento 8
matemática e raciocínio lógico
Classificando as Dízimas Periódicas em Simples e Com- 3) Resolva a expressão abaixo, apresentando a resposta na
postas forma mais simples.
Exercícios
2) Resolvendo a expressão
a)67/103
b)65/103
c)67/105
d)65/104
e)67/104
Respostas
1) Alternativa B
X=0,024024...
1000x=24,024024...
Subtraindo:
999x=24
X=24/999
Didatismo e Conhecimento 9
matemática e raciocínio lógico
2) Alternativa A
A dizima 0,333...é igual a:
X=0,333...
10x=3,333...
9x=3
X=1/3
0,3=3/10
Portanto
3)
4) Alternativa A
Y=0,242424...
100x=24,242424...
99x=24
X=24/99
5) Alternativa A
X=0,222...
10x=2,222...
9x=2
X=2/9
Didatismo e Conhecimento 10
matemática e raciocínio lógico
Sistemas de Unidade,
Notação Científica e Bases não
Decimais
Sistemas de unidade
Para a Física como ciência da Natureza, é fundamental a medição das grandezas utilizadas para descrever os aspectos do Universo que
os físicos aceitam como verdadeiros.
O processo de medida de uma grandeza física qualquer está associado à ideia de comparação. Neste sentido, medir uma grandeza é
estabelecer o seu valor como múltiplo de certa unidade. Por exemplo, quando dizemos que o comprimento de uma das dimensões de uma
mesa é 2 m, estamos dizendo que esse comprimento equivale a duas vezes o comprimento correspondente à unidade chamada metro.
O nome da unidade é sempre escrito em letras minúsculas. Os símbolos das unidades são entes matemáticos e não abreviaturas. Por
isso, eles não devem ser seguidos de ponto (exceto quando aparecem nos finais de frases) nem da letra s para formar o plural.
A tabela a seguir mostra as unidades de comprimento.
Unidades de Comprimento
km hm dam m dm cm mm
Quilômetro Hectômetro Decâmetro Metro Decímetro Centímetro Milímetro
1000m 100m 10m 1m 0,1m 0,01m 0,001m
Os múltiplos do metro são utilizados para medir grandes distâncias, enquanto os submúltiplos, para pequenas distâncias. Para medidas
milimétricas, em que se exige precisão, utilizamos:
Para distâncias astronômicas utilizamos o Ano-luz (distância percorrida pela luz em um ano):
Ano-luz = 9,5 · 1012 km
Massa
A subunidade grama é do gênero masculino. Por isso, ao falar e escrever o quilograma ou seus múltiplos ou submúltiplos, devemos fa-
zer a concordância correta. Por exemplo, escrevemos duzentos e um gramas ou trezentos e vinte e dois miligramas. Além disso, no símbolo
do quilograma (kg), a letra k é minúscula.
Unidades de Massa
kg hg dag g dg cg mg
quilograma hectograma decagrama grama decigrama centigrama miligrama
1000m 100m 10m 1m 0,1m 0,01m 0,001m
Superfície
A medida de superfície é sua área e a unidade fundamental é o metro quadrado(m²).
Para transformar de uma unidade para outra inferior, devemos observar que cada unidade é cem vezes maior que a uni-
dade imediatamente inferior. Assim, multiplicamos por cem para cada deslocamento de uma unidade até a desejada.
Unidades de Área
km 2
hm 2
dam 2
m2 dm2 cm2 mm2
Quilômetro Hectômetro Decâmetro Metro Decímetro Centímetro Milímetro
Quadrado Quadrado Quadrado Quadrado Quadrado Quadrado Quadrado
1000000m2 10000m2 100m2 1m2 0,01m2 0,0001m2 0,000001m2
Didatismo e Conhecimento 11
matemática e raciocínio lógico
Volume
Os sólidos geométricos são objetos tridimensionais que ocupam lugar no espaço. Por isso, eles possuem volume. Podemos encontrar
sólidos de inúmeras formas, retangulares, circulares, quadrangulares, entre outras, mas todos irão possuir volume e capacidade.
Unidades de Volume
km3 hm3 dam3 m3 dm3 cm3 mm3
Quilômetro Hectômetro Decâmetro Metro Decímetro Centímetro Milímetro
Cúbico Cúbico Cúbico Cúbico Cúbico Cúbico Cúbico
1000000000m3 1000000m3 1000m3 1m3 0,001m3 0,000001m3 0,000000001m3
Capacidade
Para medirmos a quantidade de leite, sucos, água, óleo, gasolina, álcool entre outros utilizamos o litro e seus múltiplos e submúltiplos,
unidade de medidas de produtos líquidos.
Se um recipiente tem 1L de capacidade, então seu volume interno é de 1dm³
1L=1dm³
Unidades de Capacidade
kl hl dal l dl cl ml
Quilolitro Hectolitro Decalitro Litro Decilitro Centilitro Mililitro
1000l 100l 10l 1l 0,1l 0,01l 0,001l
Notação Científica
A notação científica é uma outra forma de escrevermos números reais recorrendo a potências de 10.
Onde o coeficiente a é um número real denominado mantissa, cujo módulo é igual ou maior que 1 e menor que10 e o expoente b, a or-
dem de grandeza, é um número inteiro.
Para escrevemos o número real n em notação científica precisamos transformá-lo no produto de um número real igual ou maior que 1 e
menor que 10, por uma potência de 10 com expoente inteiro.
A mantissa é obtida se posicionando a vírgula à direita do primeiro algarismo significativo deste número.
Se o deslocamento da vírgula foi para a esquerda, a ordem de grandeza será o número de posições deslocadas.
Se o deslocamento da vírgula foi para a direita, a ordem de grandeza será o simétrico do número de posições deslocadas, será portanto
negativa.
Neste caso deslocamos a vírgula 3 posições à direita, então devemos multiplicar 4,9 por 10-3. Veja que neste caso a ordem de grandeza é
negativa.
Didatismo e Conhecimento 12
matemática e raciocínio lógico
Bases não-decimais Conversão sistemas não-decimais para decimais
Para expressarmos quantidades ou para enumerarmos objetos, Como vimos anteriormente, podemos expressar um mesmo
por exemplo, utilizamos um sistema de numeração. Existem vários número em diferentes bases.
sistemas de numeração, mas o mais comum e que é frequentemen- O número 9 na base 10 expressa-se como 1001 na base 2.
te utilizado por nós, é o sistema de numeração decimal. Isto é:
Neste sistema os números são representados por um agrupa-
mento de símbolos que chamamos de algarismos ou dígitos.
No sistema decimal contamos com dez símbolos distin-
tos: 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 e 9
Exemplo: Exemplo
Podemos representar os números da seguinte maneira Da mesma forma, o numeral 2345 na base dez, na base sete ou
1300=1 milhar + 3 centenas=1.10³+3.10² base seis representa números distintos, mas as regras para realizar
45=4 dezenas+5 unidades=4.10+5.10’ as operações não mudam com a mudança de base.
No entanto, ele não é a única base válida ou usada.
Os computadores utilizam a base 2 ( sistema binário ).
Qualquer sistema de numeração pode ser representado pela
seguinte expressão geral:
Tempo
96+13=109horas
Respostas
1hora---60min
109------x 1) 9km-9000 m
X=109x60=6540min
6540+28=6568 minutos
2) 1L-1dm³
1min-----60s 0,5m³=500dm³
6568----x Portanto, temos 500 l.
X=6568x60=394080s
3) 1t-1000kg-1000000g
Portanto, 394080+17=394097s Portanto,
Didatismo e Conhecimento 13
matemática e raciocínio lógico
4) 3,5kl-3500L Exercício: Determinar o valor de X para que a razão X/3 este-
ja em proporção com 4/6.
Solução: Deve-se montar a proporção da seguinte forma:
5) 0,57 hl-57 l
Chama-se de razão entre dois números racionais a e b, com 3) Um reservatório com capacidade para 8m³ de água, está
b 0, ao quociente entre eles. Indica-se a razão de a para b por com 2000L de água. Qual a razão da quantidade de água que está
a/b ou a : b. no reservatório para a capacidade total do reservatório? (Lembre-
-se que 1dm³ = 1L).
Exemplo:
4) Um número a somado a um outro número b totaliza
216. a está para 12, assim como b está para 15. Qual o valor
Na sala do 1º ano de um colégio há 20 rapazes e 25 moças.
de a e de b?
Encontre a razão entre o número de rapazes e o número de moças.
(lembrando que razão é divisão)
5) A idade de Pedro está para a idade de Paulo, assim como
5 está para 6. Quantos anos tem Pedro e Paulo sabendo-se que as
duas idades somadas totalizam 55 anos?
Respostas
Proporção 1) número de partidas:40+24+16=80
Proporção é a igualdade entre duas razões. A proporção entre
A/B e C/D é a igualdade:
2) número de partidas:26+15+11=52
Razão:26/52=1/2
Propriedade fundamental das proporções
Numa proporção: 3)8m³=8000dm³
2000/8000=1/4
4)
Didatismo e Conhecimento 14
matemática e raciocínio lógico
5)a=Pedro b=Paulo 2) Um terreno tem 100 metros de comprimento e está re-
presentado numa planta por 10 centímetros. Então sua escala é de:
a)1:1000
b)1:2000
c)1:100
d)1:1500
a+b=55 e)1:10000
3) Alternativa B
1-----50000
4-----x
X=200000cm
Cada unidade da escala, ou seja, 1 cm representa 50 km no
espaço real. 1----1250000
x----200000
Exercícios x=0,16
Didatismo e Conhecimento 15
matemática e raciocínio lógico
Divisão Proporcional
Algumas situações financeiras, ou somente casos envolvendo cuja solução segue das propriedades das proporções:
divisões, são satisfatoriamente resolvidas utilizando a divisão pro-
porcional. Essa divisão é aplicada em situações de partilha de he-
ranças, formulação de inventários, cálculo de salário proporcional
aos dias trabalhados, entre outras inúmeras situações.
Diretamente Proporcionais
Exemplo
Para decompor o número 220 em três partes A, B e C inversa-
mente proporcionais a 2, 4 e 6, deve-se montar um sistema com 3
equações e 3 incógnitas, de modo que A+B+C=220. Desse modo:
Exercícios
Didatismo e Conhecimento 16
matemática e raciocínio lógico
Respostas 5) P1=11k
P2=7k
1) P1=2k P3=13k
P2=3k P1+p2+p3=124
P3=5k 11k+7k+13k=124
P1+p2+p3=1200 K=4
2k+3k+5k=1200 P1=11.4=44
k=120 P2=7.4=28
p1=120.2=240
P3=13.4=52
p2=120.3=360
As parcelas procuradas são respectivamente 44, 28 e 52.
p3=120.5=600
Quem trabalhou 2 dias receberá R$240,00
3 dias-R$360,00
5 dias- R$600,00
Regra de Três Simples ou Composta
2) P1=5k
P2=7k
P1+p2=1560
5k+7k=1560 Regra de três simples
k=130
p1=130.5=650 Regra de três simples é um processo prático para resolver pro-
p2=130.7=910 blemas que envolvam quatro valores dos quais conhecemos três
Os ambulantes irão receber R$650,00 e R$910,00, respecti- deles. Devemos, portanto, determinar um valor a partir dos três já
vamente. conhecidos.
Didatismo e Conhecimento 17
matemática e raciocínio lógico
Regra de três composta Exercícios
Regra de três composta é utilizada em problemas com mais de 1)Em uma hora, 4 máquinas produzem 1200 parafusos. Nesse
duas grandezas, direta ou inversamente proporcionais. mesmo tempo, 3 máquinas produzirão quantos parafusos?
a) 800
Exemplos: b) 900
c) 1000
1) Em 8 horas, 20 caminhões descarregam 160m3 de areia. d) 1100
Em 5 horas, quantos caminhões serão necessários para descarregar e) 1600
125m3?
2) Uma torneira despeja 18 litros de água em 9 minutos. Em 2
Solução: montando a tabela, colocando em cada coluna as horas e 15 minutos despejará:
grandezas de mesma espécie e, em cada linha, as grandezas de a) 300
espécies diferentes que se correspondem: b) 270
c) 240
Horas --------caminhões-----------volume d) 220
8↑----------------20↓----------------------160↑ e) 200
5↑------------------x↓----------------------125↑
3) Um certo volume de medicação demora 6 horas para ser
A seguir, devemos comparar cada grandeza com aquela onde ministrado em um gotejamento de 12 gotas por minuto. Se o nú-
está o x. mero de gotas por minuto fosse de 18 gotas, quanto tempo teria
Observe que: demorado a aplicação desta mesma medicação?
Aumentando o número de horas de trabalho, podemos dimi-
nuir o número de caminhões. Portanto a relação é inversamente 4) Uma família com 2 duas pessoas consome 12m3 de água
proporcional (seta para cima na 1ª coluna). a cada 30 dias. Se mais uma pessoa com os mesmos hábitos de
Aumentando o volume de areia, devemos aumentar o número consumo se juntar a ela, quantos metros cúbicos de água eles
de caminhões. Portanto a relação é diretamente proporcional (seta consumirão em uma semana?
para baixo na 3ª coluna). Devemos igualar a razão que contém o
termo x com o produto das outras razões de acordo com o sentido 5) Um grupo de 10 trabalhadores descarregam 210 caixas de
das setas. mercadoria em 3 horas. Quantas horas 25 trabalhadores precisarão
Montando a proporção e resolvendo a equação temos: para descarregar 350 caixas?
V P D
12-----2-----30
Logo, serão necessários 25 caminhões x-----3-------7
Didatismo e Conhecimento 18
matemática e raciocínio lógico
Ao aumentar o número de pessoas, aumenta o volume Acréscimo
Diminuindo o número de dias, diminui o volume.
Portanto, são grandezas diretamente proporcionais Se, por exemplo, há um acréscimo de 10% a um determinado
valor, podemos calcular o novo valor apenas multiplicando esse
valor por 1,10, que é o fator de multiplicação. Se o acréscimo for
de 20%, multiplicamos por 1,20, e assim por diante. Veja a tabela
abaixo:
X=4,2
Com 3 integrantes, a família irá consumir 4,2m³. Acréscimo ou Lucro Fator de Multiplicação
10% 1,10
5) T=trabalhadores 15% 1,15
C=caixas
D=descarga 20% 1,20
47% 1,47
↑ T ↓C D↓
67% 1,67
10---210----3
25----350---x
Exemplo: Aumentando 10% no valor de R$10,00 temos:
↓T ↓C D↓
25----210----3
10----350---x Desconto
No caso de haver um decréscimo, o fator de multiplicação
será: Fator de Multiplicação = 1 - taxa de desconto (na forma de-
cimal)
Didatismo e Conhecimento 19
matemática e raciocínio lógico
Exemplo: Respostas
O preço de venda de um bem de consumo é R$ 100,00. O
comerciante tem um ganho de 25% sobre o preço de custo deste 1)
bem. O valor do preço de custo é:
a) R$ 25,00
b) R$ 70,50 R$1500,00-R$180,00=R$1320,00
c) R$ 75,00 O valor do desconto é de R$180,00 e o valor do produto é
d) R$ 80,00 R$1320,00
e) R$ 125,00
2) Como é um desconto:
Resolução 1-0,05=0,95
Ganho = lucro
Didatismo e Conhecimento 20
matemática e raciocínio lógico
Pode ser definido de duas maneiras: Exemplos
• Enumerando todos os elementos do conjunto: S={1, 3, N é um conjunto infinito (O cardinal do conjunto N (#N) é
5, 7, 9} infinito (∞));
• Simbolicamente: B={x ∈ N|x<8}, enumerando esses A = {½, 1} é um conjunto finito (#A = 2);
elementos temos: B = {Lua} é um conjunto singular (#B = 1)
B={0,1,2,3,4,5,6,7} { } ou ∅ é o conjunto vazio (#∅ = 0)
Classificação
Definição
Chama-se cardinal de um conjunto, e representa-se por #, ao
número de elementos que ele possui. Exemplo:
Exemplo A={a,b,c,d,e} e B={d,e,f,g}
Por exemplo, se A ={45,65,85,95} então #A = 4. A∩B={d,e}
Definições
Dois conjuntos dizem-se equipotentes se têm o mesmo car- Diferença
dinal. Uma outra operação entre conjuntos é a diferença, que a cada
Um conjunto diz-se par A, B de conjuntos faz corresponder o conjunto definido por:
a) infinito quando não é possível enumerar todos os seus ele- A – B ou A\B que se diz a diferença entre A e B ou o comple-
mentos mentar de B em relação a A.
b) finito quando é possível enumerar todos os seus elementos A este conjunto pertencem os elementos de A que não perten-
c) singular quando é formado por um único elemento cem a B.
d) vazio quando não tem elementos A\B = {x : x∈A e x∉B}.
Didatismo e Conhecimento 21
matemática e raciocínio lógico
Respostas
1) a) A ∪B={1, 2, 3, 4, 5, 6}
b) A∩B={4, 5}
c) A-B ={1, 2, 3}
2)
Exemplo:
A = {0, 1, 2, 3, 4, 5} e B = {5, 6, 7}
Então os elementos de A – B serão os elementos do conjunto A
menos os elementos que pertencerem ao conjunto B.
Portanto A – B = {0, 1, 2, 3, 4}.
Exercícios
1) Dados os conjuntos:
A={1,2,3,4,5}; B={4,5,6}
Leem jornal A=56-21=35
Calcular: Leem jornal B=106-35=71
a) A ∪ B Não leem o jornal B=66-35=31
b) A∩B
O valor de n é :35+21+71+31=158
c) A-B
3)
2) Numa escola há n alunos. Sabe-se que 56 alunos leem o
jornal A, 21 leem os jornais A e B, 106 leem apenas um dos jornais
e 66 não leem o jornal B. O valor de n é:
a) 249
b) 137
c) 158
d) 127
e) 183
Didatismo e Conhecimento 22
matemática e raciocínio lógico
5) Função Crescente – a > 0
B=270-80=190
Não A=340-190=150
A e B=80
A ou B=310-190=12
O número de estudantes é :190+80+120+150=540
Função Decrescente – a < 0
Funções de primeiro
e segundo grau
Função 1 grau
Estudo dos Sinais Podemos estabelecer uma formação geral para o cálculo da
raiz de uma função do 1º grau, basta criar uma generalização com
Definimos função como relação entre duas grandezas repre- base na própria lei de formação da função, considerando y = 0 e
sentadas por x e y. No caso de uma função do 1º grau, sua lei de isolando o valor de x (raiz da função). Veja:
formação possui a seguinte característica: y = ax + b ou f(x) = ax y = ax + b
+ b, onde os coeficientes a e b pertencem aos reais e diferem de y=0
zero. Esse modelo de função possui como representação gráfica ax + b = 0
a figura de uma reta, portanto, as relações entre os valores do do- ax = –b
mínio e da imagem crescem ou decrescem de acordo com o valor x = –b/a
do coeficiente a. Se o coeficiente possui sinal positivo, a função é Portanto, para calcularmos a raiz de uma função do 1º grau,
crescente, e caso ele tenha sinal negativo, a função é decrescente. basta utilizar a expressão x = –b/a.
Didatismo e Conhecimento 23
matemática e raciocínio lógico
Função Quadrática
Considerações
Concavidade
Imagem
2ª quando a < 0,
a<0
Didatismo e Conhecimento 24
matemática e raciocínio lógico
Exercícios
x Y
-3 6
-2 2
-1 0
-1/2 -1/4
0 0
1 2
2 6
(A)
(B)
(C)
(D)
(E)
Didatismo e Conhecimento 25
matemática e raciocínio lógico
5) (UFRGS) Para que a parábola da equação y=ax²+bx-1 con- 5)Alternativa B
tenha os pontos (-2; 1) e (3; 1), os valores de a e b são, respecti-
vamente,
(A) e
(C) e
(D) e
Somando:
(E) e
Respostas
1) a)S=1000+0,18V
b) S=1000+0,18*10000 = 2800.00
3) f(x) = 12% de x (valor das vendas mensais) + 800 (valor Considere os seguintes experimentos:
fixo) -Lançamento de um dado
f(x) = 12/100 * x + 800 -Lançamento de uma moeda
f(x) = 0,12x + 800 Mesmo se esses experimentos forem repetidos várias vezes,
f(450 000) = 0,12 * 450 000 + 800 nas mesmas condições, não poderemos prever o resultado.
f(450 000) = 54 000 + 800 Um experimento cujo resultado, embora único, é imprevisí-
f(450 000) = 54 800 vel, é denominado experimento aleatório.
O salário do vendedor será de R$ 54 800,00. A Teoria da Probabilidade surgiu para tentar medir a chance
de ocorrer um determinado resultado num experimento aleatório.
4) Alternativa C
a>0 pois a concavidade está para cima. Espaço Amostral
c=-9 - onde corta o eixo y
O conjunto de todos os resultados possíveis de um experimento
o eixo x é cortado em -3/2 e 3
aleatório é denominado espaço amostral, que vamos indicar por E.
portanto:0=a(-3/2)²+b(-3/2)-9
-lançamento de um dado: E={1, 2, 3, 4, 5, 6}
0=9a+3b-9
-lançamento de uma moeda:E={cara, coroa}
Qualquer subconjunto do espaço amostral é chamado evento.
Didatismo e Conhecimento 26
matemática e raciocínio lógico
Estatística Descritiva
A estatística descritiva é a etapa inicial da análise utilizada
para descrever e resumir os dados. A disponibilidade de uma gran-
de quantidade de dados e de métodos computacionais muito efi-
cientes revigorou está área da estatística.
Frequências
Adição de probabilidades A primeira fase de um estudo estatístico consiste em recolher,
contar e classificar os dados pesquisados sobre uma população es-
Sejam A e B dois eventos de um espaço amostral E, finito e tatística ou sobre uma amostra dessa população.
não vazio. Tem-se:
Frequência Absoluta
É o número de vezes que a variável estatística assume um
valor.
Exemplo
No lançamento de um dado, qual é a probabilidade de se obter Frequência Relativa
um número par ou menor que 5, na face superior? É o quociente entre a frequência absoluta e o número de
Solução elementos da amostra.
E={1,2,3,4,5,6} n(E)=6 Na tabela a seguir, temos exemplo dos dois tipos:
Sejam os eventos
A={2,4,6} n(A)=3
B={1,2,3,4} n(B)=4
Exemplo
Calcule a probabilidade de, jogando um dado ideal, obter um
número maior que 4.
Solução
E={1, 2, 3, 4, 5, 6} Se dividirmos esse valor pelo número total de jogadores, ob-
Evento:A={5, 6} teremos a média aritmética das alturas:
Didatismo e Conhecimento 27
matemática e raciocínio lógico
Média Ponderada 1. Sendo n ímpar, chama-se mediana o termo tal que o nú-
A média dos elementos do conjunto numérico A relativa à adi- mero de termos da sequência que precedem é igual ao número de
ção e na qual cada elemento tem um “determinado peso” é chama- termos que o sucedem, isto é, é termo médio da sequência ( ) em
da média aritmética ponderada. rol.
2. Sendo n par, chama-se mediana o valor obtido pela mé-
dia aritmética entre os termos e , tais que o número de termos que
precedem é igual ao número de termos que sucedem , isto é, a
mediana é a média aritmética entre os termos centrais da sequência
( ) em rol.
Exemplo Exemplo 1:
Determinar a mediana do conjunto de dados:
O peso médio (média aritmética dos pesos) dos 100 alunos {12, 3, 7, 10, 21, 18, 23}
de uma academia de ginástica é igual a 75 kg. O peso médio dos
Solução:
homens é 90 kg e o das mulheres é 65 kg.
Escrevendo os elementos do conjunto em rol, tem-se: (3, 7,
a) Quantos homens frequentam a academia?
10, 12, 18, 21, 23). A mediana é o termo médio desse rol. Logo:
b) Se não são considerados os 10 alunos mais pesados, o peso Md=12
médio cai de 75 kg para 72 kg. Qual é o peso médio desses 10
alunos? Resposta: Md=12.
Solução Exemplo 2:
Determinar a mediana do conjunto de dados:
a) x=número de homens {10, 12, 3, 7, 18, 23, 21, 25}.
Resposta:
Moda (Mo)
Exemplo 1:
O conjunto de dados 3, 3, 8, 8, 8, 6, 9, 31 tem moda igual a 8,
isto é, Mo=8.
Exemplo 2:
A=1020 O conjunto de dados 1, 2, 9, 6, 3, 5 não tem moda.
O peso médio é: Exemplo 3:
O conjunto de dados 1, 5, 5, 5, 6, 7, 8, 8, 8 possui duas modas,
5 e 8, e é chamada bimodal.
Medidas de dispersão
Duas distribuições de frequência com medidas de tendência
Mediana (Md) central semelhantes podem apresentar características diversas.
Necessita-se de outros índices numéricas que informem sobre o
Sejam os valores escritos em rol: grau de dispersão ou variação dos dados em torno da média ou de
qualquer outro valor de concentração. Esses índices são chamados
medidas de dispersão.
Didatismo e Conhecimento 28
matemática e raciocínio lógico
Variância
Há um índice que mede a “dispersão” dos elementos de um conjunto de números em relação à sua média aritmética, e que é chamado
de variância. Esse índice é assim definido:
Seja o conjunto de números , tal que é sua média aritmética. Chama-se variância desse conjunto, e indica-se por , o número:
Isto é:
Exemplo 1:
Em oito jogos, o jogador A, de bola ao cesto, apresentou o seguinte desempenho, descrito na tabela abaixo:
Solução:
b) A variância é:
Desvio padrão
Definição
Seja o conjunto de números , tal que é sua média aritmética. Chama-se desvio padrão desse conjunto, e indica-se por , o número:
Isto é:
Didatismo e Conhecimento 29
matemática e raciocínio lógico
Exemplo:
As estaturas dos jogadores de uma equipe de basquetebol são: 2,00 m; 1,95 m; 2,10 m; 1,90 m e 2,05 m. Calcular:
a) A estatura média desses jogadores.
b) O desvio padrão desse conjunto de estaturas.
Solução:
Exercícios
2) Calcule a probabilidade de retirar 1 bola vermelha de uma urna contendo 3 bolas brancas, 2 vermelhas e 5 verdes.
3) Observe as notas de três competidores em uma prova de manobras radicais com skates.
Competidor A: 7,0 – 5,0 – 3,0
Competidor B: 5,0 – 4,0 – 6,0
Competidor C: 4,0 – 4,0 – 7,0
4) O quadro seguinte mostra o desempenho de um time de futebol no último campeonato. A coluna da esquerda mostra o número de
gols marcados e a coluna da direita informa em quantos jogos o time marcou aquele número de gols.
Didatismo e Conhecimento 30
matemática e raciocínio lógico
5) Um casal pretende ter filhos. Sabe-se que a cada mês a pro- Competidor C
babilidade da mulher engravidar é de 20%. Qual é a probabilidade
dela vir a engravidar somente no quarto mês de tentativas?
Respostas 4) Alternativa E
1) 0,0,0,0,0,1,1,1,2,2,2,2,3,3,3,4,4,5,5,7
a) E={1, 2, 3, 4, 5, 6}
A moda é dada por zero, pois é o termo que mais aparece.
A={2}, n(A)=1
Já a mediana devemos observar a quantidade de termos, que
neste caso é 20 e quando a quantidade é par devemos pegar os
termos que estão no meio e tirar a sua média aritmética, o décimo
e o décimo primeiro termo. Temos 10° termo => 2 e 11° termo =>
2, logo a média entre eles é dada por (2+2)/2 = 2.
b) B={2, 4, 6} n(B)=3 E por último a questão nos pediu a média, que neste caso é a
média ponderada.
Então: Média = (0.5 + 1.3 + 2.4 + 3.3 + 4.2 + 5.2 + 7.1) / 5 +
3+4+3+2+2+1
Média = 45 / 20
Média = 2,25
c) C={3,6} n(C)=2 No enunciado ele nomeou cada um dos elementos sendo a
moda dada por Z, a mediana dada por Y e a média dada por X e
assim:
X = 2,25
Y=2
2) n(E)=10 Z=0
n(A)=2 Logo, Z < Y < X.
Desvio Padrão
É calculado extraindo a raiz quadrada da variância. Noções de Lógica
Competidor A
Competidor B Lógica
Didatismo e Conhecimento 31
matemática e raciocínio lógico
Proposição Exercícios
É toda expressão que encerra um pensamento de sentido 1) Qual é a negação da proposição “nenhum homem é
completo e pode ser classificada como V(verdadeira) ou F(Falsa). imortal”?
As proposições são indicadas por letras minúsculas: p, q, r,.. a) existem homens imortais.
Os símbolos V e F são chamados de valores lógicos. b) existem homens mortais.
A negação de uma proposição é dada por : ~p(lê-se não p).
c) nenhuma mulher é imortal.
d) todo homem é mortal.
e) todo homem é imortal.
Conectivo p q ?
É uma expressão que une duas proposições dando origem a
V V F
uma outra proposição.
a) e(∧) V F V
F V F
F F F
4)Se todos os nossos atos têm causa, então não há atos li-
vres. Se não há atos livres, então todos os nossos atos têm cau-
d) se, e somente se(↔) sa. Logo:
a) alguns atos não têm causa se não há atos livres.
b) Todos os nossos atos têm causa se e somente se há atos
livres.
c) Todos os nossos atos têm causa se e somente se não há
atos livres.
d) Todos os nossos atos não têm causa se e somente se não
há atos livres.
e) Alguns atos são livres se e somente se todos os nossos
atos têm causa
Didatismo e Conhecimento 32
matemática e raciocínio lógico
5) A negação de “Todos os filhos de Maria gostam de quiabo” é Montante
(A) nenhum dos filhos de Maria gosta de quiabo. O Montante é a soma do Juros mais o Capital Inicial. Essa
(B) nenhum dos filhos de Maria desgosta de quiabo. fórmula também será amplamente utilizada para resolver questões.
(C) pelo menos um dos filhos de Maria gosta de quiabo. M=C+J
(D) pelo menos um dos filhos de Maria desgosta de quiabo. M = montante
(E) alguns filhos de Maria não gostam de quiabo. C = capital inicial
J = juros
Respostas M=C+C.i.n
1) Alternativa A M=C(1+i.n)
2) Alternativa C
3) Alternativa B
Exemplo
4) Alternativa C
Maria quer comprar uma bolsa que custa R$ 85,00 à vista.
5) Alternativa D
Como não tinha essa quantia no momento e não queria perder a
oportunidade, aceitou a oferta da loja de pagar duas prestações de
R$ 45,00, uma no ato da compra e outra um mês depois. A taxa
Matemática Financeira de juros mensal que a loja estava cobrando nessa operação era de:
(A) 5,0%
(B) 5,9%
(C) 7,5%
Matemática Financeira (D) 10,0%
A Matemática Financeira possui diversas aplicações no atual (E) 12,5%
sistema econômico. Algumas situações estão presentes no cotidiano Resposta Letra “e”.
das pessoas, como financiamentos de casa e carros, realizações de
empréstimos, compras a crediário ou com cartão de crédito, aplica- O juros incidiu somente sobre a segunda parcela, pois a pri-
ções financeiras, investimentos em bolsas de valores, entre outras meira foi à vista. Sendo assim, o valor devido seria R$40 (85-45)
situações. Todas as movimentações financeiras são baseadas na es- e a parcela a ser paga de R$45.
tipulação prévia de taxas de juros. Ao realizarmos um empréstimo a Aplicando a fórmula M = C + J:
forma de pagamento é feita através de prestações mensais acrescidas 45 = 40 + J
de juros, isto é, o valor de quitação do empréstimo é superior ao va- J=5
lor inicial do empréstimo. A essa diferença damos o nome de juros.
Aplicando a outra fórmula J = C i n:
5 = 40 X i X 1
Juros Simples
Chama-se juros simples a compensação em dinheiro pelo em- i = 0,125 = 12,5%
préstimo de um capital financeiro, a uma taxa combinada, por um
prazo determinado, produzida exclusivamente pelo capital inicial. Exercícios
Em Juros Simples a remuneração pelo capital inicial aplicado
é diretamente proporcional ao seu valor e ao tempo de aplicação. 1) (FUNDATEC-Ag.administrativo-2013) Uma empre-
A expressão matemática utilizada para o cálculo das situações sa foi multada por jogar resíduos tóxicos em um rio, cujo valor
envolvendo juros simples é a seguinte: da multa foi de R$45.000,00 mais R$1.500,00 por dia até que a
J = C i n, onde: empresa se ajustasse às normas que regulamentam os índices de
J = juros poluição. Sabendo que a empresa pagou R$79.500,00 de multa, o
C = capital inicial número de dias que levou para se ajustar às normas exigidas foi de
i = taxa de juros A) 10.
n = tempo de aplicação (mês, bimestre, trimestre, semestre, B) 15.
ano...) C) 23.
Observação importante: a taxa de juros e o tempo de aplicação D) 30.
devem ser referentes a um mesmo período. Ou seja, os dois devem E) 35.
estar em meses, bimestres, trimestres, semestres, anos... O que não
pode ocorrer é um estar em meses e outro em anos, ou qualquer
outra combinação de períodos.
2) (FUNDATEC-Ag.administrativo-2013) Um emprésti-
mo de R$ 50.000,00 será pago no prazo de 5 meses, com juros
Dica: Essa fórmula J = C i n, lembra as letras das palavras “JU-
simples de 2,5% a.m. (ao mês). Nesse sentido, o valor da dívida na
ROS SIMPLES” e facilita a sua memorização.
Outro ponto importante é saber que essa fórmula pode ser tra- data do seu vencimento será:
balhada de várias maneiras para se obter cada um de seus valores, A) R$6.250,00.
ou seja, se você souber três valores, poderá conseguir o quarto, ou B) R$16.250,00.
seja, como exemplo se você souber o Juros (J), o Capital Inicial (C) C) R$42.650,00.
e a Taxa (i), poderá obter o Tempo de aplicação (n). E isso vale para D) R$56.250,00.
qualquer combinação. E) R$62.250,00.
Didatismo e Conhecimento 33
matemática e raciocínio lógico
3) (FAPEC-2013)Para que um capital dobre no sistema de
juros simples, à taxa Aplicações e Operações com
de 4% ao mês, será necessário quantos meses? Inequações
a) 25 meses
b) 50 meses
c) 15 meses
d) 20 meses
Inequação
4) Qual é o montante de um capital de R$1000,00 aplicado
à taxa de 10% ao ano pelo prazo de 2 anos? Uma inequação é uma sentença matemática expressa por uma
ou mais incógnitas, que ao contrário da equação que utiliza um
5) Luana aplicou R$12000,00 a juro composto de 6% ao sinal de igualdade, apresenta sinais de desigualdade. Veja os sinais
bimestre. Que quantia terá após 12 meses de aplicação? de desigualdade:
>: maior
Respostas <: menor
≥: maior ou igual
1) Alternativa C ≤: menor ou igual
M=C+J
79500=45000+J O princípio resolutivo de uma inequação é o mesmo da equa-
J=34500 ção, onde temos que organizar os termos semelhantes em cada
membro, realizando as operações indicadas. No caso das ine-
quações, ao realizarmos uma multiplicação de seus elementos
por –1 com o intuito de deixar a parte da incógnita positiva, inver-
temos o sinal representativo da desigualdade.
Exemplo 1
4x + 12 > 2x – 2
2) Alternativa D 4x – 2x > – 2 – 12
J=Cin 2x > – 14
J=50000.0,025.5=6250 x > –14/2
M=C+J x>–7
M=50000+6250=R$56250,00
Inequação-Produto
Exemplo
a)(-x+2)(2x-3)<0
4) M=C(1+in)
M=1000(1+0,10.2)
M=1200
O montante é de R$1200,00
5)
M=17022,23
t=6 por ter 6 bimestres em 12 meses
Didatismo e Conhecimento 34
matemática e raciocínio lógico
Inequação-Quociente Respostas
x-2≠0
x≠2
3)2x+6≤4x-4
-2x≤-10
x≥5
Então o menor número de três algarismos é o 100.
4)3x+3-3≤x+4
2x≤4
x≤2
S{x∈R|x≤2}
Exercícios
Didatismo e Conhecimento 35
matemática e raciocínio lógico
Sequências e
Progressões Aritméticas e
Geométricas
Sequências
Sempre que estabelecemos uma ordem para os elementos de um conjunto, de tal forma que cada elemento seja associado a uma posição,
temos uma sequência.
O primeiro termo da sequência é indicado por a1,o segundo por a2, e o n-ésimo por an.
Algumas sequências podem ser expressas mediante uma lei de formação. Isso significa que podemos obter um termo qualquer da se-
quência a partir de uma expressão, que relaciona o valor do termo com sua posição.
Para a posição n(n∈N*), podemos escrever an=f(n)
Progressão Aritmética
Denomina-se progressão aritmética(PA) a sequência em que cada termo, a partir do segundo, é obtido adicionando-se uma constante r
ao termo anterior. Essa constante r chama-se razão da PA.
Exemplo
A sequência (2,7,12) é uma PA finita de razão 5:
Classificação
As progressões aritméticas podem ser classificadas de acordo com o valor da razão r.
r<0, PA decrescente
r>0, PA crescente
r=0 PA constante
-Qualquer termo de uma PA, a partir do segundo, é a média aritmética entre o anterior e o posterior.
-A soma de dois termos equidistantes dos extremos é igual à soma dos extremos.
Termo Geral da PA
Podemos escrever os elementos da PA(a1, a2, a3, ..., an,...) da seguinte forma:
Didatismo e Conhecimento 36
matemática e raciocínio lógico
Observe que cada termo é obtido adicionando-se ao primeiro número de razões r igual à posição do termo menos uma unidade.
Numa PA finita, a soma de dois termos equidistantes dos extremos é igual à soma dos extremos.
Usando essa propriedade, obtemos a fórmula que permite calcular a soma dos n primeiros termos de uma progressão aritmética.
Exemplo
Uma progressão aritmética finita possui 39 termos. O último é igual a 176 e o central e igual a 81. Qual é o primeiro termo?
Solução
Como esta sucessão possui 39 termos, sabemos que o termo central é o a20, que possui 19 termos à sua esquerda e mais 19 à sua direita.
Então temos os seguintes dados para solucionar a questão:
Sabemos também que a soma de dois termos equidistantes dos extremos de uma P.A. finita é igual à soma dos seus extremos. Como esta
P.A. tem um número ímpar de termos, então o termo central tem exatamente o valor de metade da soma dos extremos.
Em notação matemática temos:
Assim sendo:
O primeiro termo desta sucessão é igual a -14.
Didatismo e Conhecimento 37
matemática e raciocínio lógico
Progressão Geométrica Exemplo
Denomina-se progressão geométrica(PG) a sequência em que
se obtém cada termo, a partir do segundo, multiplicando o anterior Dada a progressão geométrica (1, 3, 9, 27,..) calcular:
por uma constante q, chamada razão da PG. a) A soma dos 6 primeiros termos
Exemplo b) O valor de n para que a soma dos n primeiros termos seja
Dada a sequência: (4, 8, 16)
29524
Solução
a)
q=2
Classificação
As classificações geométricas são classificadas assim:
Termo Geral da PG
Pelo exemplo anterior, podemos perceber que cada termo é
obtido multiplicando-se o primeiro por uma potência cuja base é
a razão. Note que o expoente da razão é igual à posição do termo
menos uma unidade. Soma dos Termos de uma Progressão Geométrica Infinita
1º Caso:-1<q<1
Didatismo e Conhecimento 38
matemática e raciocínio lógico
Exercícios 4)(L, 4L, L²)
1)
r=93-100=86-93=-7
Operações com Matrizes,
Logaritmos, Raízes e Radicais,
Fatoração Algébrica
37 é o décimo termo.
Matriz
2)r=175 Chama-se matriz do tipo m x n, m ∈N* e n∈N*, a toda
(2000,2175, 2350,...) tabela de m.n elementos dispostos em m linhas e n colunas.
1 ano =12 meses Indica-se a matriz por uma letra maiúscula e colocar seus elemen-
tos entre parênteses ou entre colchetes como, por exemplo, a ma-
triz A de ordem 2x3.
Representação da matriz
Forma explicita (ou forma de tabela)
A matriz A é representada indicando-se cada um de seus ele-
mentos por uma letra minúscula acompanhada de dois índices: o
primeiro indica a linha a que pertence o elemento: o segundo indi-
3) ca a coluna a que pertence o elemento, isto é, o elemento da linha
an = a1 + (n – 1)r i e da coluna j é indicado por ij.
a20 = 150 + (20 – 1)50 Assim, a matriz A2 x 3 é representada por:
a20 = 150 + 19 ⋅50
a20 = 150 + 950
a20 = 1100
O valor da prestação no último ano será de R$ 1 100,00.
Didatismo e Conhecimento 39
matemática e raciocínio lógico
Adição de Matrizes Matriz Inversa
Seja A uma matriz quadrada de ordem n. Uma matriz B é cha-
Sejam A= (aij), B=(bij) e C=(cij) matrizes do mesmo tipo m x n. mada inversa de A se, e somente se,
Diz-se que C é a soma de A com B, e indica-se por A+B.
Dada as matrizes:
Exemplo:
Determine a matriz inversa de A.
,portanto
Propriedades da adição
Comutativa: A + B = B + A Solução
Associativa: (A + B) + C = A + (B + C)
Elemento neutro: A + O = O + A = A Seja
Elemento Oposto: A + (-A) = (-A) + A = O
Transposta da soma: (A + B)t = At + Bt
Subtração de matrizes
Logo,
Logaritmo
Multiplicação de matrizes
O produto (linha por coluna) de uma matriz A = (aij)m x p por
uma matriz B = (bij)p x n é uma matriz C = (cij)m x n, de modo que cada Ainda com base na definição podemos estabelecer condições
elemento cij é obtido multiplicando-se ordenadamente os elemen- de existência:
tos da linha i de A pelos elementos da coluna j de B, e somando-se
os produtos assim obtidos.
Dada as matrizes:
Exemplo
Didatismo e Conhecimento 40
matemática e raciocínio lógico
Consequências da Definição Condição de Existência
Da definição, temos:
Propriedades
Mudança de Base
Radicais
Solução
Equações Logarítmicas
Exemplo 3. n=1
Didatismo e Conhecimento 41
matemática e raciocínio lógico
4. n é par e a < 0
De modo geral, para a ∈ R+ , m ∈ N , n ∈ N * , se p ∈ N *
Considere como exemplo a raiz quadrada de -36, onde a = -36 , temos:
(negativo) e n = 2 (par).
Não existe raiz quadrada real de -36, porque não existe núme-
n. p
ro real que, elevado ao quadrado, dê -36. n
am = a m. p
Não existe a raiz real de índice par de um número real nega-
tivo. Se p é divisor de m e n, temos:
Propriedade dos Radicais
n: p
1ª Propriedade:
n
am = a m: p
3
Considere o radical
3
5 3 = 5 3 = 51 = 5 Multiplicando-se ou dividindo-se o índice e o expoente do ra-
dicando por um mesmo número natural maior que zero, o valor do
De modo geral, se a ∈ R+ , n ∈ N * , então: radical não se altera.
n
an = a Simplificação de Radicais
a na
n = Exemplo
b nb
Radical de um quociente
81 a 2 b 8 = 3 4.a 2 .b 8 = 3 4 . a 2 . b 8 = 3 2.a.b 4 = 9ab 4
Então: 12
38 = 3 3 2 e3 3 2 = 12 38 a 5 .b 3 = a 4 .a.b 2 .b = a 4 .b 2 . a.b = a 2b ab
Didatismo e Conhecimento 42
matemática e raciocínio lógico
Fatoração Algébrica 3)
Fatorar uma expressão algébrica significa escrevê-la na forma
de um produto de expressões mais simples.
Casos de fatoração
• Fator Comum:
Ex.: ax + bx + cx = x (a + b + c)
O fator comum é x.
Ex.: 12x³ - 6x²+ 3x = 3x (4x² - 2x + 1) 4)
O fator comum é 3x
• Agrupamento:
Ex.: ax + ay + bx + by
Agrupar os termos de modo que em cada grupo haja um fator
comum.
(ax + ay) + (bx + by)
Colocar em evidência o fator comum de cada grupo
a(x + y) + b(x + y)
Colocar o fator comum (x + y) em evidência (x + y) (a + b)
Este produto é a forma fatorada da expressão dada
• Diferença de Dois Quadrados: a² − b² Então:
= (a + b) (a − b)
• Trinômio Quadrado Perfeito: a²± 2ab + b²
= (a ± b)²
• Trinômio do 2o Grau:
Supondo x1 e x2 raízes reais do trinômio, temos: ax² + bx + c 5) Existem dois termos quadrados: 16b² e 25.
= a (x - x1) (x - x2), a≠0
e
Exercícios
2 . 4b . 5 = 40b → Não corresponde ao termo restante do
1) Calcule A + B sabendo que A = e B =
trinômio.
Respostas —————————————————————————
—————————————————————————
1)A + B = + = —————————————————————————
—————————————————————————
= —————————————————————————
—————————————————————————
2)
—————————————————————————
—————————————————————————
—————————————————————————
—————————————————————————
Didatismo e Conhecimento 43
matemática e raciocínio lógico
Temos as seguintes proposições:
19. RACIOCÍNIO LÓGICO: ESTRUTURAS
LÓGICAS, LÓGICA DE ARGUMENTAÇÃO: O Pão é barato. O Queijo não é bom.
ANALOGIAS, INFERÊNCIAS, DEDUÇÕES E A letra p representa a primeira proposição e a letra q, a segun-
CONCLUSÕES, LÓGICA SENTENCIAL (OU da. Assim, temos:
PROPOSICIONAL), PROPOSIÇÕES SIMPLES p: O Pão é barato.
E COMPOSTAS, TABELAS-VERDADE, q: O Queijo não é bom.
EQUIVALÊNCIAS, DIAGRAMAS LÓGICOS,
LÓGICA DE PRIMEIRA ORDEM, PRINCÍPIOS Negação (símbolo ~): Quando usamos a negação de uma
DE CONTAGEM E PROBABILIDADE, proposição invertemos a afirmação que está sendo dada. Veja os
OPERAÇÕES COM CONJUNTOS, exemplos:
RACIOCÍNIO LÓGICO ENVOLVENDO
PROBLEMAS ARITMÉTICOS, GEOMÉTRICOS ~p (não p): O Pão não é barato. (É a negação lógica de p)
E MATRICIAIS. ~q (não q): O Queijo é bom. (É a negação lógica de q)
Se uma proposição é verdadeira, quando usamos a negação
vira falsa.
Se uma proposição é falsa, quando usamos a negação vira ver-
dadeira.
Estruturas Lógicas – Verdade ou Mentira
Regrinha para o conectivo de negação (~):
Na lógica, uma estrutura (ou estrutura de interpretação) é um
objeto que dá significado semântico ou interpretação aos símbolos P ~P
definidos pela assinatura de uma linguagem. Uma estrutura pos-
V F
sui diferentes configurações, seja em lógicas de primeira ordem,
seja em linguagens lógicas poli-sortidas ou de ordem superior. As F V
questões de Raciocínio Lógico sempre vão ser compostas por pro-
posições que provam, dão suporte, dão razão a algo, ou seja, são Conjunção (símbolo Λ): Este conectivo é utilizado para unir
afirmações que expressam um pensamento de sentindo completo. duas proposições formando uma terceira. O resultado dessa união
Essas proposições podem ter um sentindo positivo ou negativo. somente será verdadeiro se as duas proposições (p e q) forem ver-
dadeiras, ou seja, sendo pelo menos uma falsa, o resultado será
Exemplo 1: João anda de bicicleta. falso. Ex.: p Λ q. (O Pão é barato e o Queijo não é bom). ∧ = “e”.
Exemplo 2: Maria não gosta de banana. Regrinha para o conectivo de conjunção (Λ):
Tanto o exemplo 1 quanto o 2 caracterizam uma afirmação/
proposição. P Q PΛQ
V V V
A base das Estruturas Lógicas é saber o que é Verdade ou
Mentira (verdadeiro/falso). Os resultados das proposições sempre V F F
tem que dar verdadeiro. Há alguns princípios básicos: F V F
F F F
Contradição: Nenhuma proposição pode ser verdadeira e fal-
sa ao mesmo tempo. Disjunção (símbolo V): Este conectivo também serve para
unir duas proposições. O resultado será verdadeiro se pelo menos
Terceiro Excluído: Dadas duas proposições lógicas contra- uma das proposições for verdadeira. Ex: p v q. (Ou o Pão é barato
ditórias somente uma delas é verdadeira. Uma proposição ou é ou o Queijo não é bom.) V = “ou”. Regrinha para o conectivo de
verdadeira ou é falsa, não há um terceiro valor lógico (“mais ou disjunção (V):
menos”, meio verdade ou meio mentira). Ex. Estudar é fácil. (o
contrário seria: “Estudar é difícil”. Não existe meio termo, ou es-
tudar é fácil ou estudar é difícil). P Q PVQ
V V V
Para facilitar a resolução das questões de lógica usam-se os V F V
conectivos lógicos, que são símbolos que comprovam a veracidade
das informações e unem as proposições uma a outra ou as transfor- F V V
mam numa terceira proposição. Veja: F F F
(~) “não”: negação
(Λ) “e”: conjunção Condicional (símbolo →): Este conectivo dá a ideia de con-
(V) “ou”: disjunção dição para que a outra proposição exista. “P” será condição su-
(→) “se...então”: condicional ficiente para “Q” e “Q” é condição necessária para “P”. Ex: P
(↔) “se e somente se”: bicondicional → Q. (Se o Pão é barato então o Queijo não é bom.) → = “se...
então”. Regrinha para o conectivo condicional (→):
Didatismo e Conhecimento 44
matemática e raciocínio lógico
P Q P→Q (CESPE – TRE-RJ – Técnico Judiciário)
V V V Texto para as questões de 04 a 07.
V F F
F V V O cenário político de uma pequena cidade tem sido movi-
mentado por denúncias a respeito da existência de um esquema de
F F V compra de votos dos vereadores. A dúvida quanto a esse esquema
persiste em três pontos, correspondentes às proposições P, Q e R:
Bicondicional (símbolo ↔): O resultado dessas proposições
será verdadeiro se e somente se as duas forem iguais (as duas ver- P: O vereador Vitor não participou do esquema;
dadeiras ou as duas falsas). “P” será condição suficiente e neces- Q: O Prefeito Pérsio sabia do esquema;
sária para “Q”. Exemplo: P ↔ Q. (O Pão é barato se e somente R: O chefe de gabinete do Prefeito foi o mentor do esquema.
se o Queijo não é bom.) ↔ = “se e somente se”. Regrinha para o
conectivo bicondicional (↔): Os trabalhos de investigação de uma CPI da Câmara Munici-
pal conduziram às premissas P1, P2 e P3 seguintes:
P Q P↔Q
V V V P1: Se o vereador Vitor não participou do esquema, então o
Prefeito Pérsio não sabia do esquema.
V F F P2: Ou o chefe de gabinete foi o mentor do esquema, ou o
F V F Prefeito Pérsio sabia do esquema, mas não ambos.
F F V P3: Se o vereador Vitor não participou do esquema, então o
chefe de gabinete não foi o mentor do esquema.
QUESTÕES
Considerando essa situação hipotética, julgue os itens seguin-
01. (ESAF - Receita Federal - Auditor Fiscal) A afirmação “A tes, acerca de proposições lógicas.
menina tem olhos azuis ou o menino é loiro” tem como sentença
logicamente equivalente: 04. Das premissas P1, P2 e P3, é correto afirmar que “O chefe
(A) se o menino é loiro, então a menina tem olhos azuis. de gabinete foi o mentor do esquema ou o vereador Vitor partici-
(B) se a menina tem olhos azuis, então o menino é loiro. pou do esquema”.
(C) se a menina não tem olhos azuis, então o menino é loiro.
(D) não é verdade que se a menina tem olhos azuis, então o ( ) Certo ( ) Errado
menino é loiro.
(E) não é verdade que se o menino é loiro, então a menina tem 05. Parte superior do formulário
olhos azuis. Considerando essa situação hipotética, julgue os itens seguin-
tes, acerca de proposições lógicas. A premissa P2 pode ser correta-
02. (ESAF - Receita Federal - Auditor Fiscal) Se Anamara é mente representada por R ∨ Q.
médica, então Angélica é médica. Se Anamara é arquiteta, então
Angélica ou Andrea são médicas. Se Andrea é arquiteta, então An- ( ) Certo ( ) Errado
gélica é arquiteta. Se Andrea é médica, então Anamara é médica.
Considerando que as afirmações são verdadeiras, segue- se, por- 06. Considerando essa situação hipotética, julgue os itens
tanto, que: seguintes, acerca de proposições lógicas. A premissa P3 é logica-
(A) Anamara, Angélica e Andrea são arquitetas. mente equivalente à proposição “O vereador Vitor participou do
(B) Anamara é médica, mas Angélica e Andrea são arquitetas. esquema ou o chefe de gabinete não foi o mentor do esquema”.
(C) Anamara, Angélica e Andrea são médicas.
(D) Anamara e Angélica são arquitetas, mas Andrea é médica. ( ) Certo ( ) Errado
(E) Anamara e Andrea são médicas, mas Angélica é arquiteta.
07. Considerando essa situação hipotética, julgue os itens se-
03. (ESAF - Receita Federal - Auditor Fiscal) Se Ana é pia- guintes, acerca de proposições lógicas. A partir das premissas P1,
nista, então Beatriz é violinista. Se Ana é violinista, então Beatriz é P2 e P3, é correto inferir que o prefeito Pérsio não sabia do esque-
pianista. Se Ana é pianista, Denise é violinista. Se Ana é violinista, ma.
então Denise é pianista. Se Beatriz é violinista, então Denise é
pianista. Sabendo-se que nenhuma delas toca mais de um instru- ( ) Certo ( ) Errado
mento, então Ana, Beatriz e Denise tocam, respectivamente:
(A) piano, piano, piano. 08. (CESPE - TRE-ES - Técnico) Entende-se por propo-
(B) violino, piano, piano. sição todo conjunto de palavras ou símbolos que exprimem um
(C) violino, piano, violino. pensamento de sentido completo, isto é, que afirmam fatos ou
(D) violino, violino, piano. exprimam juízos a respeito de determinados entes. Na lógi-
(E) piano, piano, violino. ca bivalente, esse juízo, que é conhecido como valor lógico da
proposição, pode ser verdadeiro (V) ou falso (F), sendo objeto
Didatismo e Conhecimento 45
matemática e raciocínio lógico
de estudo desse ramo da lógica apenas as proposições que atendam A menina tem olhos azuis ou o menino é loiro.
ao princípio da não contradição, em que uma proposição não pode (~P) (∨ ) (Q)
ser simultaneamente verdadeira e falsa; e ao princípio do tercei-
ro excluído, em que os únicos valores lógicos possíveis para uma Se a menina não tem olhos azuis, então o menino é loiro.
proposição são verdadeiro e falso. Com base nessas informações, (~P) (→) (Q)
julgue os itens a seguir. Segundo os princípios da não contradição
e do terceiro excluído, a uma proposição pode ser atribuído um e Sintetizando: Basta negar a primeira, manter a segunda e tro-
somente um valor lógico. car o “ou” pelo “se então”. “A menina tem olhos azuis (M) ou o
menino é loiro (L)”.
( ) Certo ( ) Errado
Está assim: M v L
(CESPE - TRT-ES – Técnico Judiciário) Proposição Fica assim: ~M → L
Texto para as questões 09 e 10. Se a menina não tem olhos azuis, então o menino é loiro.
Proposições são frases que podem ser julgadas como verda- 02. Parte inferior do formulário
deiras (V) ou falsas (F), mas não como V e F simultaneamente. As Resposta “C”.
proposições simples são aquelas que não contêm nenhuma outra
proposição como parte delas. As proposições compostas são cons- Anamara médica → Angélica médica. (verdadeira →
truídas a partir de outras proposições, usando-se símbolos lógi- verdadeira)
cos, parênteses e colchetes para que se evitem ambiguidades. As Anamara arquiteta → Angélica médica ∨ Andrea médica.
proposições são usualmente simbolizadas por letras maiúsculas do (falsa → verdadeira ∨ verdadeira)
alfabeto: A, B, C, etc. Uma proposição composta da forma A ∨ B, Andrea arquiteta → Angélica arquiteta. (falsa → falsa)
chamada disjunção, deve ser lida como “A ou B” e tem o valor ló- Andrea médica → Anamara médica. (verdadeira → verdadeira)
gico F, se A e B são F, e V, nos demais casos. Uma proposição com-
posta da forma A ∧ B, chamada conjunção, deve ser lida como “A Como na questão não existe uma proposição simples, temos
e B” e tem valor lógico V, se A e B são V, e F, nos demais casos. que escolher entre as existentes, uma proposição composta e supor
Além disso, A, que simboliza a negação da proposição A, é V, se A se é verdadeira ou falsa. Nesta questão analise as proposições à
for F, e F, se A for V. Considere que cada uma das proposições medida que aparecem na questão, daí a primeira proposição sobre
seguintes tenha valor lógico V. a pessoa assume o valor de verdade, as seguintes serão, em regra,
falsas. Embora nada impeça que uma pessoa tenha mais de uma
I- Tânia estava no escritório ou Jorge foi ao centro da cidade. profissão, o que não deve ser levado em consideração. Importante
II- Manuel declarou o imposto de renda na data correta e Carla lembrar que todas as proposições devem ter valor lógico verdadei-
não pagou o condomínio. ro. Para encontrar a resposta temos que testar algumas hipóteses
III- Jorge não foi ao centro da cidade. até encontrar a que preencha todos os requisitos da regra.
09. A partir dessas proposições, é correto afirmar que a - Se Anamara é médica, então Angélica é médica. (verdadeiro)
proposição “Manuel declarou o imposto de renda na data correta 1. V V
e Jorge foi ao centro da cidade” tem valor lógico V. 2. F F
3. F V
( ) Certo ( ) Errado
- Se Anamara é arquiteta, então Angélica ou Andrea são mé-
10. A partir dessas proposições, é correto afirmar que a propo- dicas. (verdadeiro)
sição. “Carla pagou o condomínio” tem valor lógico F. 1. F V V - Para ser falso Todos devem ser falsos.
2. V F V - A segunda sentença deu falso e a VF apareceu,
( ) Certo ( ) Errado então descarta essa hipótese.
3. V V F - Aqui também ocorreu o mesmo problema da 2º
Respostas hipótese, também devemos descartá-la.
Didatismo e Conhecimento 46
matemática e raciocínio lógico
03. Resposta “B”. Disjunção exclusiva (Ou... ou)
Representado pelo v, ou ainda ou.
Ana pianista → Beatriz violinista. (F → F) Pode aparecer assim também: p v q, mas não ambos.
Ana violinista → Beatriz pianista. (V → V)
Ana pianista → Denise violinista. (F → F) Regra: Só será verdadeira se houver uma das sentenças
Ana violinista → Denise pianista. (V → V) verdadeira e outra falsa.
Beatriz violinista → Denise pianista. (F → V)
Hipótese 1:
Proposições Simples quando aparecem na questão, suponha-
mos que sejam verdadeiras (V). Como na questão não há propo- P1: F → V = V (Não poderá aparecer VF).
sições simples, escolhemos outra proposição composta e supomos
P2: V F = V (Apenas um tem que ser verdadeiro).
que seja verdadeira ou falsa.
P3: F → F = V
1º Passo: qual regra eu tenho que saber? Condicional (Se...
então). Conclusões:
2º Passo: Fazer o teste com as hipóteses possíveis até encon- Vereador participou do esquema.
trar a resposta. Prefeito não sabia.
Chefe do gabinete foi o mentor.
Hipótese 1
Então:
- Se Ana é pianista, então Beatriz é violinista. (verdade) O chefe de gabinete foi o mentor do esquema ou o vereador
V V - Como já sabemos, se a (verdade) aparecer primeiro, a Vitor participou do esquema.
(falso) não poderá. V V = verdade, pois sabemos que para ser falso, todos devem
ser falsos.
- Se Ana é violinista, então Beatriz é pianista. (verdade)
F F - Já sabemos que Ana é pianista e Bia é violinista, então Hipótese 2:
falso nelas. P1: F → F = V
P2: F V = V
- Se Ana é pianista, Denise é violinista. (verdade) P3: F →V = V
VV
Conclusões:
- Se Ana é violinista, então Denise é pianista. (verdade) Vereador participou do esquema.
FF Prefeito sabia.
Chefe de gabinete não era o mentor.
- Se Beatriz é violinista, então Denise é pianista. (verdade)
V F - Apareceu a temida V F, logo a nossa proposição será Então:
falsa. Então descarte essa hipótese. O chefe de gabinete foi o mentor do esquema ou o vereador
Vitor participou do esquema.
Hipótese 2
F V = verdade.
- Se Ana é pianista, então Beatriz é violinista. (verdade)
FV 05. Resposta “Errado”.
Não se trata de uma Disjunção, trata-se de uma Disjunção
- Se Ana é violinista, então Beatriz é pianista. (verdade) Exclusiva, cujo símbolo é . Também chamado de “Ou Exclusivo”.
V F - A VF apareceu, então já podemos descartá-la, pois a É o famoso “um ou outro mas não ambos”. Só vai assumir valor
nossa proposição será falsa. verdade, quando somente uma das proposições forem verdadeiras,
pois quando as duas forem verdadeiras a proposição será falsa. Da
04. Resposta “Certo”. mesma forma se as duas forem falsas, a proposição toda será falsa.
Didatismo e Conhecimento 47
matemática e raciocínio lógico
06. Resposta “Certo”. P1: P → ~Q Verdade
Duas premissas são logicamente equivalentes quando elas F→FV
possuem a mesma tabela verdade:
Por que P é falso? Na condicional só vai ser falso se a pri-
P R P R P→R R→P P∨R meira for verdadeira e a segunda for falsa. Como “sabemos” que
a premissa toda é verdadeira e que ~Q é falso, P só pode assumir
V V F F V V V valor F.
V F F V F F F
F V V F V V V P2: R (ou exclusivo) Q Verdade
F (ou exclusivo) V V
F F V V V V V
Lembrando que na disjunção exclusiva, só vai ser verdade
Possuem a mesma tabela verdade, logo são equivalentes.
quando uma das proposições forem verdadeiras. Como sei que Q é
verdadeiro, R só pode ser falso.
Representando simbolicamente as equivalências, temos o se-
guinte:
P3: P → ~R Verdade
(P → R) = (P ∨ R) = (R → P)
F→VV
As proposições dadas na questão:
P = O vereador Vitor não participou do esquema. Se deduz que R é falso, logo ~R é verdadeiro. Consideramos
R = O chefe de gabinete do Prefeito foi o mentor do esquema. inicialmente o argumento sendo não válido (premissas verdadeiras
e conclusão falsa). Significa dizer que a questão está errada. Não
Premissa dada na questão: P3 = Se o vereador Vitor não par- é correto inferir que o Prefeito Pérsio não sabia do esquema. Foi
ticipou do esquema, então o chefe do gabinete não foi o mentor comprovado que ele sabia do esquema.
do esquema. Em linguagem simbólica, a premissa P3 fica assim:
(P → R). 08. Resposta “Certo”.
A questão quer saber se (P → R) é logicamente equivalente a
proposição: “O vereador Vitor participou do esquema ou o chefe Princípio da Não Contradição = Uma preposição será V ou
de gabinete não foi o mentor do esquema”, que pode ser represen- F não podendo assumir os 2 valores simultaneamente. Represen-
tada da seguinte forma: (P ∨ R). Vemos que P3 tem a seguinte tação: (P ∧ P). Exemplo: Não (“a terra é redonda” e “a terra não
equivalente lógica: (P → R) = (P ∨ R). Negamos a primeira sen- é redonda”).
tença, mudamos o conectivo “→” para “∨”, e depois mantemos Princípio do Terceiro Excluído = Uma preposição será V ou
a segunda sentença do mesmo jeito. Assim sendo, a questão está F, não podendo assumir um 3o valor lógico. Representação: P ∨
correta. As duas sentenças são “logicamente equivalentes”. P. Exemplo: Ou este homem é José ou não é José.
07. Resposta “Errado”. Uma proposição só poderá ser julgada verdadeira ou falsa,
A questão quer saber se o argumento “o Prefeito Pérsio não nunca poderá ser as duas coisas ao mesmo tempo.
sabia do esquema” é um argumento válido. Quando o argumento
é válido? Quando as premissas forem verdadeiras e a conclusão 09. Resposta “Errado”.
obrigatoriamente verdadeira ou quando as premissas forem falsas Da proposição III “Jorge não foi ao centro da cidade” que é
e a conclusão falsa. Quando o argumento não é válido? Quando as verdadeira e a questão diz “Manuel declarou o imposto de renda
premissas forem verdadeiras e a conclusão for falsa. Pra resolver na data correta e Jorge foi ao centro da cidade” a segunda parte
essas questões de validade de argumento é melhor começar de for- é falsa como o conectivo é “e” as duas teriam que ser verdadei-
ma contrária ao comando da questão. Como a questão quer saber ras (o que não acontece). Vamos analisar cada proposição de cada
se o argumento é válido, vamos partir do princípio (hipótese) que premissa, tendo em mente que as premissas tem valor lógico (V),
é inválido. Fica assim: daí tiramos um importante dado, sabemos que a premissa III é (V),
portanto vamos atribuir o valor lógico (V) a proposição “e” e o
P1: P → ~Q verdade valor lógico (F) a proposição “B”, agora vamos separar:
P2: R (ou exclusivo) Q verdade
P3: P → ~R verdade A: Tânia estava no escritório (V)
Conclusão: O prefeito Pérsio não sabia do esquema. falso B: Jorge foi ao centro da cidade (F)
Se é falso que o Prefeito Pérsio não sabia, significa dizer que Diante das análises iniciais temos que a premissa A v B, tem
ele sabia do esquema. Então, pode-se deduzir que as proposições valor lógico (V), mas que a proposição “B” tem valor lógico (F),
~Q e Q são, respectivamente, falsa e verdadeira. Na segunda pre- ou seja, A v (valor lógico F), para que essa premissa tenha o valor
missa: Se Q é verdadeira, R será obrigatoriamente falsa, pois na lógico (V), “A” tem que ter um valor lógico (V).
disjunção exclusiva só vai ser verdade quando apenas um dos ar-
gumentos for verdadeiro. E se R é falso, significa dizer que ~R é C: Manuel declarou o imposto de renda na data correta (V)
verdadeiro. Fazendo as substituições: D: Carla não pagou o condomínio (V)
Didatismo e Conhecimento 48
matemática e raciocínio lógico
O enunciado fala para considerar todas as premissas com va- 03.
lor lógico (V), logo, a premissa C ∧ D para ter valor lógico (V), Todos os brasileiros são humanos.
ambas proposições devem ter valor lógico (V). Todos os paulistas são brasileiros.
__________________________
E: Jorge não foi ao centro da cidade (V) ∴ Todos os paulistas são humanos.
Didatismo e Conhecimento 49
matemática e raciocínio lógico
- Se as premissas são falsas e a inferência é válida, a conclusão A proposição do item 4 foi inferida dos itens 2 e 3. O item 1,
pode ser verdadeira ou falsa (linhas 1 e 2). então, é usado em conjunto com proposição 4 para inferir uma
- Se as premissas são verdadeiras e a conclusão é falsa, a infe- nova proposição (item 5). O resultado dessa inferência é reafirma-
rência é inválida (linha 3). do (numa forma levemente simplificada) como sendo a conclusão.
- Se as premissas e a inferência são válidas, a conclusão é
verdadeira (linha 4). Validade de um Argumento
Desse modo, o fato de um argumento ser válido não significa Conforme citamos anteriormente, uma proposição é verdadei-
necessariamente que sua conclusão seja verdadeira, pois pode ter ra ou falsa. No caso de um argumento diremos que ele é válido ou
partido de premissas falsas. Um argumento válido que foi derivado não válido. A validade de uma propriedade dos argumentos dedu-
de premissas verdadeiras é chamado de argumento consistente. Es- tivos que depende da forma (estrutura) lógica das suas proposições
ses, obrigatoriamente, chegam a conclusões verdadeiras. (premissas e conclusões) e não do conteúdo delas. Sendo assim
podemos ter as seguintes combinações para os argumentos válidos
Premissas: Argumentos dedutíveis sempre requerem certo dedutivos:
número de “assunções-base”. São as chamadas premissas. É a par-
a) Premissas verdadeiras e conclusão verdadeira. Exemplo:
tir delas que os argumentos são construídos ou, dizendo de outro
modo, é as razões para se aceitar o argumento. Entretanto, algo que
Todos os apartamentos são pequenos. (V)
é uma premissa no contexto de um argumento em particular pode Todos os apartamentos são residências. (V)
ser a conclusão de outro, por exemplo. As premissas do argumento __________________________________
sempre devem ser explicitadas. A omissão das premissas é comu- ∴ Algumas residências são pequenas. (V)
mente encarada como algo suspeito, e provavelmente reduzirá as
chances de aceitação do argumento. b) Algumas ou todas as premissas falsas e uma conclusão ver-
A apresentação das premissas de um argumento geralmente dadeira. Exemplo:
é precedida pelas palavras “admitindo que...”, “já que...”, “ob-
viamente se...” e “porque...”. É imprescindível que seu oponente Todos os peixes têm asas. (F)
concorde com suas premissas antes de proceder à argumentação. Todos os pássaros são peixes. (F)
Usar a palavra “obviamente” pode gerar desconfiança. Ela ocasio- __________________________________
nalmente faz algumas pessoas aceitarem afirmações falsas em vez ∴ Todos os pássaros têm asas. (V)
de admitir que não entenda por que algo é “óbvio”. Não se deve
hesitar em questionar afirmações supostamente “óbvias”. c) Algumas ou todas as premissas falsas e uma conclusão fal-
sa. Exemplo:
Inferência: Uma vez que haja concordância sobre as pre-
missas, o argumento procede passo a passo por meio do proces- Todos os peixes têm asas. (F)
so chamado “inferência”. Na inferência, parte-se de uma ou mais Todos os cães são peixes. (F)
proposições aceitas (premissas) para chegar a outras novas. Se a __________________________________
inferência for válida, a nova proposição também deverá ser aceita. ∴ Todos os cães têm asas. (F)
Posteriormente, essa proposição poderá ser empregada em novas
inferências. Assim, inicialmente, apenas se pode inferir algo a par- Todos os argumentos acima são válidos, pois se suas premis-
tir das premissas do argumento; ao longo da argumentação, entre- sas fossem verdadeiras então as conclusões também as seriam.
tanto, o número de afirmações que podem ser utilizadas aumenta. Podemos dizer que um argumento é válido quando todas as suas
Há vários tipos de inferência válidos, mas também alguns invá- premissas são verdadeiras, acarreta que sua conclusão também é
verdadeira. Portanto, um argumento será não válido se existir a
lidos. O processo de inferência é comumente identificado pelas
possibilidade de suas premissas serem verdadeiras e sua conclusão
frases “Consequentemente...” ou “isso implica que...”.
falsa. Observe que a validade do argumento depende apenas da
estrutura dos enunciados. Exemplo:
Conclusão: Finalmente se chegará a uma proposição que con-
siste na conclusão, ou seja, no que se está tentando provar. Ela é o Todas as mulheres são bonitas.
resultado final do processo de inferência e só pode ser classificada Todas as princesas são mulheres.
como conclusão no contexto de um argumento em particular. A __________________________
conclusão respalda-se nas premissas e é inferida a partir delas. ∴ Todas as princesas são bonitas.
A seguir está exemplificado um argumento válido, mas que Observe que não precisamos de nenhum conhecimento apro-
pode ou não ser “consistente”. fundado sobre o assunto para concluir que o argumento é válido.
1. Premissa: Todo evento tem uma causa. Vamos substituir mulheres bonitas e princesas por A, B e C respec-
2. Premissa: O universo teve um começo. tivamente e teremos:
3. Premissa: Começar envolve um evento.
4. Inferência: Isso implica que o começo do universo envol- Todos os A são B.
veu um evento. Todos os C são A.
5. Inferência: Logo, o começo do universo teve uma causa. ________________
6. Conclusão: O universo teve uma causa. ∴ Todos os C são B.
Didatismo e Conhecimento 50
matemática e raciocínio lógico
Logo, o que é importante é a forma do argumento e não o co-
Se p, então q, p® q
nhecimento de A, B e C, isto é, este argumento é válido para quais-
ou
p. p
∴ q. ∴q
Didatismo e Conhecimento 51
matemática e raciocínio lógico
Argumentos Dedutivos Não Válidos Os argumentos dedutivos não válidos podem combinar
verdade ou falsidade das premissas de qualquer maneira com a
Existe certa quantidade de artimanhas que devem ser evita- verdade ou falsidade da conclusão. Assim, podemos ter, por
das quando se está construindo um argumento dedutivo. Elas são exemplo, argumentos não válidos com premissas e conclusões
conhecidas como falácias. Na linguagem do dia a dia, nós deno- verdadeiras, porém, as premissas não sustentam a conclusão.
minamos muitas crenças equivocadas como falácias, mas, na lógi- Exemplo:
ca, o termo possui significado mais específico: falácia é uma falha Todos os mamíferos são mortais. (V)
técnica que torna o argumento inconsistente ou inválido (além da Todos os gatos são mortais. (V)
consistência do argumento, também se podem criticar as intenções ___________________________
por detrás da argumentação). ∴ Todos os gatos são mamíferos. (V)
Argumentos contentores de falácias são denominados fala- Este argumento tem a forma:
ciosos. Frequentemente, parecem válidos e convincentes, às ve-
zes, apenas uma análise pormenorizada é capaz de revelar a falha Todos os A são B.
lógica. Com as premissas verdadeiras e a conclusão falsa nunca Todos os C são B.
teremos um argumento válido, então este argumento é não válido, _____________________
chamaremos os argumentos não válidos de falácias. A seguir, exa- ∴ Todos os C são A.
Se João parar de fumar ele engordará. Há argumentos válidos com conclusões falsas, da mesma for-
João não parou de fumar. ma que há argumentos não válidos com conclusões verdadeiras.
________________________ Logo, a verdade ou falsidade de sua conclusão não determinam
∴ João não engordará. a validade ou não validade de um argumento. O reconhecimento
de argumentos é mais difícil que o das premissas ou da conclusão.
Observe que temos a forma: Muitas pessoas abarrotam textos de asserções sem sequer produ-
zirem algo que possa ser chamado de argumento. Às vezes, os ar-
gumentos não seguem os padrões descritos acima. Por exemplo,
Se p, então q, p® q alguém pode dizer quais são suas conclusões e depois justificá-las.
¬p
Isso é válido, mas pode ser um pouco confuso.
Não p.
ou ∴ ¬q
mas não são. Por exemplo: “Se a Bíblia é verdadeira, Jesus foi
ou um louco, ou um mentiroso, ou o Filho de Deus”. Isso não
é um argumento, é uma afirmação condicional. Não explicita as
Este argumento é uma falácia, pois podemos ter as premissas premissas necessárias para embasar as conclusões, sem mencionar
verdadeiras e a conclusão falsa. que possui outras falhas.
Didatismo e Conhecimento 52
matemática e raciocínio lógico
Um argumento não equivale a uma explicação. Suponha “Sim, ele é o culpado”. Disse, por fim, o de camisa preta:
que, tentando provar que Albert Einstein cria em Deus, alguém “Eu roubei o colar da rainha; o culpado sou eu”. O velho e sábio
dissesse: “Einstein afirmou que ‘Deus não joga dados’ porque professor de Lógica, então, sorriu e concluiu corretamente que:
acreditava em Deus”. Isso pode parecer um argumento relevante, a) O culpado é o de camisa azul e o de camisa preta sempre
mas não é. Trata-se de uma explicação da afirmação de Einstein. mente.
Para perceber isso, deve-se lembrar que uma afirmação da forma b) O culpado é o de camisa branca e o de camisa preta sempre
“X porque Y” pode ser reescrita na forma “Y logo X”. O que mente.
resultaria em: “Einstein acreditava em Deus, por isso afirmou que c) O culpado é o de camisa preta e o de camisa azul sempre
‘Deus não joga dados’”. Agora fica claro que a afirmação, que mente.
parecia um argumento, está admitindo a conclusão que deveria d) O culpado é o de camisa preta e o de camisa azul sempre
estar provando. Ademais, Einstein não cria num Deus pessoal diz a verdade.
preocupado com assuntos humanos. e) O culpado é o de camisa azul e o de camisa azul sempre
diz a verdade.
Questões
05. O rei ir à caça é condição necessária para o duque sair do
01. Se Iara não fala italiano, então Ana fala alemão. Se Iara castelo, e é condição suficiente para a duquesa ir ao jardim. Por
fala italiano, então ou Ching fala chinês ou Débora fala dinamar- outro lado, o conde encontrar a princesa é condição necessária e
quês. Se Débora fala dinamarquês, Elton fala espanhol. Mas Elton suficiente para o barão sorrir e é condição necessária para a duque-
fala espanhol se e somente se não for verdade que Francisco não sa ir ao jardim. O barão não sorriu. Logo:
fala francês. Ora, Francisco não fala francês e Ching não fala chi- a) A duquesa foi ao jardim ou o conde encontrou a princesa.
nês. Logo, b) Se o duque não saiu do castelo, então o conde encontrou a
a) Iara não fala italiano e Débora não fala dinamarquês. princesa.
b) Ching não fala chinês e Débora fala dinamarquês. c) O rei não foi à caça e o conde não encontrou a princesa.
c) Francisco não fala francês e Elton fala espanhol. d) O rei foi à caça e a duquesa não foi ao jardim.
d) Ana não fala alemão ou Iara fala italiano. e) O duque saiu do castelo e o rei não foi à caça.
e) Ana fala alemão e Débora fala dinamarquês.
06. (FUNIVERSA - 2012 - PC-DF - Perito Criminal) Parte
02. Sabe-se que todo o número inteiro n maior do que 1 admi- superior do formulário
te pelo menos um divisor (ou fator) primo.Se n é primo, então tem Cinco amigos encontraram-se em um bar e, depois de algumas
somente dois divisores, a saber, 1 e n. Se n é uma potência de um horas de muita conversa, dividiram igualmente a conta, a qual fora
primo p, ou seja, é da forma ps, então 1, p, p2, ..., ps são os diviso- de, exatos, R$ 200,00, já com a gorjeta incluída. Como se encon-
res positivos de n. Segue-se daí que a soma dos números inteiros travam ligeiramente alterados pelo álcool ingerido, ocorreu uma
positivos menores do que 100, que têm exatamente três divisores dificuldade no fechamento da conta. Depois que todos julgaram
positivos, é igual a: ter contribuído com sua parte na despesa, o total colocado sobre
a) 25 a mesa era de R$ 160,00, apenas, formados por uma nota de R$
b) 87 100,00, uma de R$ 20,00 e quatro de R$ 10,00. Seguiram-se, en-
c) 112 tão, as seguintes declarações, todas verdadeiras:
d) 121
e) 169 Antônio: — Basílio pagou. Eu vi quando ele pagou.
Danton: — Carlos também pagou, mas do Basílio não sei di-
03. Ou Lógica é fácil, ou Artur não gosta de Lógica. Por outro zer.
lado, se Geografia não é difícil, então Lógica é difícil. Daí segue-se Eduardo: — Só sei que alguém pagou com quatro notas de
que, se Artur gosta de Lógica, então: R$ 10,00.
a) Se Geografia é difícil, então Lógica é difícil. Basílio: — Aquela nota de R$ 100,00 ali foi o Antônio quem
b) Lógica é fácil e Geografia é difícil. colocou, eu vi quando ele pegou seus R$ 60,00 de troco.
c) Lógica é fácil e Geografia é fácil. Carlos: — Sim, e nos R$ 60,00 que ele retirou, estava a nota
d) Lógica é difícil e Geografia é difícil. de R$ 50,00 que o Eduardo colocou na mesa.
e) Lógica é difícil ou Geografia é fácil.
Imediatamente após essas falas, o garçom, que ouvira atenta-
04. Três suspeitos de haver roubado o colar da rainha foram mente o que fora dito e conhecia todos do grupo, dirigiu-se exa-
levados à presença de um velho e sábio professor de Lógica. Um tamente àquele que ainda não havia contribuído para a despesa e
dos suspeitos estava de camisa azul, outro de camisa branca e o disse: — O senhor pretende usar seu cartão e ficar com o troco
outro de camisa preta. Sabe-se que um e apenas um dos suspeitos é em espécie? Com base nas informações do texto, o garçom fez a
culpado e que o culpado às vezes fala a verdade e às vezes mente. pergunta a
Sabe-se, também, que dos outros dois (isto é, dos suspeitos que (A) Antônio.
são inocentes), um sempre diz a verdade e o outro sempre mente. (B) Basílio.
O velho e sábio professor perguntou, a cada um dos suspeitos, qual (C) Carlos.
entre eles era o culpado. Disse o de camisa azul: “Eu sou o culpa- (D) Danton.
do”. Disse o de camisa branca, apontando para o de camisa azul: (E) Eduardo.
Didatismo e Conhecimento 53
matemática e raciocínio lógico
07. (ESAF - 2012 - Auditor Fiscal da Receita Federal) Parte Respostas
superior do formulário
Caso ou compro uma bicicleta. Viajo ou não caso. Vou morar 01.
em Passárgada ou não compro uma bicicleta. Ora, não vou morar (P1) Se Iara não fala italiano, então Ana fala alemão.
em Passárgada. Assim, (P2) Se Iara fala italiano, então ou Ching fala chinês ou Débo-
(A) não viajo e caso. ra fala dinamarquês.
(B) viajo e caso. (P3) Se Débora fala dinamarquês, Elton fala espanhol.
(C) não vou morar em Passárgada e não viajo. (P4) Mas Elton fala espanhol se e somente se não for verdade
(D) compro uma bicicleta e não viajo. que Francisco não fala francês.
(E) compro uma bicicleta e viajo. (P5) Ora, Francisco não fala francês e Ching não fala chinês.
08. (FCC - 2012 - TST - Técnico Judiciário) Parte superior do Ao todo são cinco premissas, formadas pelos mais diversos
conectivos (Se então, Ou, Se e somente se, E). Mas o que importa
formulário
para resolver este tipo de argumento lógico é que ele só será válido
A declaração abaixo foi feita pelo gerente de recursos huma-
quando todas as premissas forem verdadeiras, a conclusão também
nos da empresa X durante uma feira de recrutamento em uma fa-
for verdadeira. Uma boa dica é sempre começar pela premissa for-
culdade: “Todo funcionário de nossa empresa possui plano de saú- mada com o conectivo e.
de e ganha mais de R$ 3.000,00 por mês”. Mais tarde, consultando
seus arquivos, o diretor percebeu que havia se enganado em sua Na premissa 5 tem-se: Francisco não fala francês e Ching não
declaração. Dessa forma, conclui-se que, necessariamente, fala chinês. Logo para esta proposição composta pelo conectivo
(A) dentre todos os funcionários da empresa X, há um grupo e ser verdadeira as premissas simples que a compõe deverão ser
que não possui plano de saúde. verdadeiras, ou seja, sabemos que:
(B) o funcionário com o maior salário da empresa X ganha, no
máximo, R$ 3.000,00 por mês. Francisco não fala francês
(C) um funcionário da empresa X não tem plano de saúde ou Ching não fala chinês
ganha até R$ 3.000,00 por mês.
(D) nenhum funcionário da empresa X tem plano de saúde ou Na premissa 4 temos: Elton fala espanhol se e somente se não
todos ganham até R$ 3.000,00 por mês. for verdade que Francisco não fala francês. Temos uma proposição
(E) alguns funcionários da empresa X não têm plano de saúde composta formada pelo se e somente se, neste caso, esta premissa
e ganham, no máximo, R$ 3.000,00 por mês. será verdadeira se as proposições que a formarem forem de mesmo
valor lógico, ou ambas verdadeiras ou ambas falsas, ou seja, como
09. (CESGRANRIO - 2012 - Chesf - Analista de Sistemas) se deseja que não seja verdade que Francisco não fala francês e ele
Parte superior do formulário fala, isto já é falso e o antecedente do se e somente se também terá
Se hoje for uma segunda ou uma quarta-feira, Pedro terá aula que ser falso, ou seja: Elton não fala espanhol.
de futebol ou natação. Quando Pedro tem aula de futebol ou na-
tação, Jane o leva até a escolinha esportiva. Ao levar Pedro até Da premissa 3 tem-se: Se Débora fala dinamarquês, Elton fala
a escolinha, Jane deixa de fazer o almoço e, se Jane não faz o espanhol. Uma premissa composta formada por outras duas sim-
almoço, Carlos não almoça em casa. Considerando-se a sequência ples conectadas pelo se então (veja que a vírgula subentende que
de implicações lógicas acima apresentadas textualmente, se Carlos existe o então), pois é, a regra do se então é que ele só vai ser falso
almoçou em casa hoje, então hoje se o seu antecedente for verdadeiro e o seu consequente for falso,
da premissa 4 sabemos que Elton não fala espanhol, logo, para que
(A) é terça, ou quinta ou sexta-feira, ou Jane não fez o almoço.
a premissa seja verdadeira só poderemos aceitar um valor lógico
(B) Pedro não teve aula de natação e não é segunda-feira.
possível para o antecedente, ou seja, ele deverá ser falso, pois F Î
(C) Carlos levou Pedro até a escolinha para Jane fazer o al-
F = V, logo: Débora não fala dinamarquês.
moço.
(D) não é segunda, nem quarta, mas Pedro teve aula de apenas Da premissa 2 temos: Se Iara fala italiano, então ou Ching fala
uma das modalidades esportivas. chinês ou Débora fala dinamarquês. Vamos analisar o consequente
(E) não é segunda, Pedro não teve aulas, e Jane não fez o do se então, observe: ou Ching fala chinês ou Débora fala dina-
almoço. marquês. (temos um ou exclusivo, cuja regra é, o ou exclusivo,
só vai ser falso se ambas forem verdadeiras, ou ambas falsas), no
10. (VUNESP - 2011 - TJM-SP) Parte superior do formulário caso como Ching não fala chinês e Débora não fala dinamarquês,
Se afino as cordas, então o instrumento soa bem. Se o instru- temos: F ou exclusivo F = F. Se o consequente deu falso, então
mento soa bem, então toco muito bem. Ou não toco muito bem ou o antecedente também deverá ser falso para que a premissa seja
sonho acordado. Afirmo ser verdadeira a frase: não sonho acorda- verdadeira, logo: Iara não fala italiano.
do. Dessa forma, conclui-se que
(A) sonho dormindo. Da premissa 1 tem-se: Se Iara não fala italiano, então Ana fala
(B) o instrumento afinado não soa bem. alemão. Ora ocorreu o antecedente, vamos reparar no consequen-
(C) as cordas não foram afinadas. te... Só será verdadeiro quando V Î V = V pois se o primeiro ocor-
(D) mesmo afinado o instrumento não soa bem. rer e o segundo não teremos o Falso na premissa que é indesejado,
(E) toco bem acordado e dormindo. desse modo: Ana fala alemão.
Didatismo e Conhecimento 54
matemática e raciocínio lógico
Observe que ao analisar todas as premissas, e tornarmos todas
verdadeiras obtivemos as seguintes afirmações:
Francisco não fala francês
Ching não fala chinês
Elton não fala espanhol (C) Todo cavalo tem asas. Indica que se é cavalo então tem
Débora não fala dinamarquês asas, ou seja, posso afirmar que o conjunto de cavalos é um sub-
Iara não fala italiano conjunto do conjunto de animais que tem asas.
Ana fala alemão.
02. Resposta “B”. Observe que ao unir as premissas, a conclusão sempre se veri-
O número que não é primo é denominado número composto. fica. Toda vez que fizermos as premissas serem verdadeiras, a con-
O número 4 é um número composto. Todo número composto pode clusão também for verdadeira, estaremos diante de um argumento
ser escrito como uma combinação de números primos, veja: 70 é válido. Observe:
um número composto formado pela combinação: 2 x 5 x 7, onde 2,
5 e 7 são números primos. O problema informou que um número
primo tem com certeza 3 divisores quando puder ser escrito da
forma: 1 p p2, onde p é um número primo.
Sendo as proposições:
p: Lógica é fácil
q: Artur não gosta de Lógica
p v q = Ou Lógica é fácil, ou Artur não gosta de Lógica (P1)
(P2) Todo animal de 4 patas tem asas. Indica que se tem 4 pa-
tas então o animal tem asas, ou seja, posso afirmar que o conjunto Observe que só nos interessa os resultados que possam tornar
dos animais de 4 patas é um subconjunto do conjunto de animais a premissa verdadeira, ou seja, as linhas 2 e 3 da tabela verdade.
que tem asas. Mas já sabemos que Artur gosta de Lógica, ou seja, a premissa q é
Didatismo e Conhecimento 55
matemática e raciocínio lógico
falsa, só nos restando a linha 2, quer dizer que para P1 ser verda- II) Segunda hipótese: Se o inocente que fala a verdade é o de
deira, p também será verdadeira, ou seja, Lógica é fácil. Sabendo camisa preta, também não teríamos resposta, observem: Se ele fala
que Lógica é fácil, vamos para a P2, temos um se então. a verdade e declara que roubou ele é o culpado e não inocente.
Se Geografia não é difícil, então Lógica é difícil. Do se então III) Terceira hipótese: Se o inocente que fala a verdade é o de
já sabemos que: camisa branca achamos a resposta, observem: Ele é inocente e afir-
Geografia não é difícil - é o antecedente do se então. ma que o de camisa branca é culpado, ele é o inocente que sempre
Lógica é difícil - é o consequente do se então. fala a verdade. O de camisa branca é o culpado que ora fala a ver-
dade e ora mente (no problema ele está dizendo a verdade). O de
Chamando: camisa preta é inocente e afirma que roubou, logo ele é o inocente
r: Geografia é difícil que está sempre mentindo.
~r: Geografia não é difícil (ou Geografia é fácil)
p: Lógica é fácil O resultado obtido pelo sábio aluno deverá ser: O culpado é o
(não p) ~p: Lógica é difícil de camisa azul e o de camisa preta sempre mente (Alternativa A).
~r → ~p (lê-se se não r então não p) sempre que se verificar 05. Resposta “C”.
o se então tem-se também que a negação do consequente gera a Uma questão de lógica argumentativa, que trata do uso do co-
negação do antecedente, ou seja: ~(~p) → ~(~r), ou seja, p → r ou nectivo “se então” também representado por “→”. Vamos a um
Se Lógica é fácil então Geografia é difícil. exemplo:
Se o duque sair do castelo então o rei foi à caça. Aqui estamos
De todo o encadeamento lógico (dada as premissas verdadei- tratando de uma proposição composta (Se o duque sair do castelo
ras) sabemos que: então o rei foi à caça) formada por duas proposições simples (du-
Artur gosta de Lógica que sair do castelo) (rei ir à caça), ligadas pela presença do conec-
Lógica é fácil tivo (→) “se então”. O conectivo “se então” liga duas proposições
simples da seguinte forma: Se p então q, ou seja:
Geografia é difícil
→ p será uma proposição simples que por estar antes do então
é também conhecida como antecedente.
Vamos agora analisar as alternativas, em qual delas a conclu-
→ q será uma proposição simples que por estar depois do en-
são é verdadeira:
tão é também conhecida como consequente.
a) Se Geografia é difícil, então Lógica é difícil. (V → F = F) a
→ Se p então q também pode ser lido como p implica em q.
regra do “se então” é só ser falso se o antecedente for verdadeiro e
→ p é conhecida como condição suficiente para que q ocorra,
o consequente for falso, nas demais possibilidades ele será sempre
ou seja, basta que p ocorra para q ocorrer.
verdadeiro.
→ q é conhecida como condição necessária para que p ocorra,
b) Lógica é fácil e Geografia é difícil. (V ^ V = V) a regra do ou seja, se q não ocorrer então p também não irá ocorrer.
“e” é que só será verdadeiro se as proposições que o formarem
forem verdadeiras. Vamos às informações do problema:
c) Lógica é fácil e Geografia é fácil. (V ^ F = F) 1) O rei ir à caça é condição necessária para o duque sair do
d) Lógica é difícil e Geografia é difícil. (F ^ V = F) castelo. Chamando A (proposição rei ir à caça) e B (proposição
e) Lógica é difícil ou Geografia é fácil. (F v F = F) a regra duque sair do castelo) podemos escrever que se B então A ou B →
do “ou” é que só é falso quando as proposições que o formarem A. Lembre-se de que ser condição necessária é ser consequente no
forem falsas. “se então”.
2) O rei ir à caça é condição suficiente para a duquesa ir ao
04. Alternativa “A”. jardim. Chamando A (proposição rei ir à caça) e C (proposição
Com os dados fazemos a tabela: duquesa ir ao jardim) podemos escrever que se A então C ou A →
C. Lembre-se de que ser condição suficiente é ser antecedente no
Camisa azul Camisa Branca Camisa Preta “se então”.
3) O conde encontrar a princesa é condição necessária e sufi-
“sim, ele (de ca- “Eu roubei o colar da
“eu sou culpa- ciente para o barão sorrir. Chamando D (proposição conde encon-
misa azul) é o cul- rainha; o culpado sou
do” trar a princesa) e E (proposição barão sorrir) podemos escrever que
pado” eu”
D se e somente se E ou D ↔ E (conhecemos este conectivo como
um bicondicional, um conectivo onde tanto o antecedente quan-
Sabe-se que um e apenas um dos suspeitos é culpado e que o
to o consequente são condição necessária e suficiente ao mesmo
culpado às vezes fala a verdade e às vezes mente. Sabe-se, tam- tempo), onde poderíamos também escrever E se e somente se D
bém, que dos outros dois (isto é, dos suspeitos que são inocentes), ou E → D.
um sempre diz a verdade e o outro sempre mente. 4) O conde encontrar a princesa é condição necessária para a
duquesa ir ao jardim. Chamando D (proposição conde encontrar a
I) Primeira hipótese: Se o inocente que fala verdade é o de ca- princesa) e C (proposição duquesa ir ao jardim) podemos escrever
misa azul, não teríamos resposta, pois o de azul fala que é culpado que se C então D ou C → D. Lembre-se de que ser condição neces-
e então estaria mentindo. sária é ser consequente no “se então”.
Didatismo e Conhecimento 56
matemática e raciocínio lógico
A única informação claramente dada é que o barão não sorriu, - caso (V)
ora chamamos de E (proposição barão sorriu). Logo barão não sor- - compro uma bicicleta (F)
riu = ~E (lê-se não E). - viajo (V)
Dado que ~E se verifica e D ↔ E, ao negar a condição ne- - não caso (F)
cessária nego a condição suficiente: esse modo ~E → ~D (então o
conde não encontrou a princesa). Conclusão: viajo, caso, não compro uma bicicleta.
Se ~D se verifica e C → D, ao negar a condição necessária
nego a condição suficiente: ~D → ~C (a duquesa não foi ao jar- Outra forma:
dim).
Se ~C se verifica e A → C, ao negar a condição necessária c = casar
nego a condição suficiente: ~C → ~A (então o rei não foi à caça). b = comprar bicicleta
Se ~A se verifica e B → A, ao negar a condição necessária v = viajar
nego a condição suficiente: ~A → ~B (então o duque não saiu do p = morar em Passárgada
castelo).
Temos as verdades:
Observe entre as alternativas, que a única que afirma uma c ou b
proposição logicamente correta é a alternativa C, pois realmente v ou ~c
deduziu-se que o rei não foi à caça e o conde não encontrou a p ou ~b
princesa.
Transformando em implicações:
06. Resposta “D”. ~c → b = ~b → c
Como todas as informações dadas são verdadeiras, então po- ~v → ~c = c → v
demos concluir que: ~p → ~b
1 - Basílio pagou;
2 - Carlos pagou; Assim:
~p → ~b
3 - Antônio pagou, justamente, com os R$ 100,00 e pegou
~b → c
os R$ 60,00 de troco que, segundo Carlos, estavam os R$ 50,00
c→v
pagos por Eduardo, então...
4 - Eduardo pagou com a nota de R$ 50,00.
Por transitividade:
~p → c
O único que escapa das afirmações é o Danton.
~p → v
Outra forma: 5 amigos: A,B,C,D, e E. Não morar em passárgada implica casar. Não morar em pas-
sárgada implica viajar.
Antônio: - Basílio pagou. Restam A, D, C e E.
Danton: - Carlos também pagou. Restam A, D, e E. 08. Resposta “C”.
Eduardo: - Só sei que alguém pagou com quatro notas de R$
10,00. Restam A, D, e E. A declaração dizia:
Basílio: - Aquela nota de R$ 100,00 ali foi o Antônio. Restam “Todo funcionário de nossa empresa possui plano de saúde e
D, e E. ganha mais de R$ 3.000,00 por mês”. Porém, o diretor percebeu
Carlos: - Sim, e nos R$ 60,00 que ele retirou, estava a nota que havia se enganado, portanto, basta que um funcionário não te-
de R$ 50,00 que o Eduardo colocou. Resta somente D (Dalton) a nha plano de saúde ou ganhe até R$ 3.000,00 para invalidar, negar
pagar. a declaração, tornando-a desse modo FALSA. Logo, necessaria-
mente, um funcionário da empresa X não tem plano de saúde ou
07. Resposta “B”. ganha até R$ 3.000,00 por mês.
Didatismo e Conhecimento 57
matemática e raciocínio lógico
Na alternativa C a banca fez a negação da primeira propo- Ora, na primeira proposição composta da questão, temos que
sição e fez a da segunda e as ligaram no conectivo “ou”, pois no S V Q → PF V PN e pela mesma regra já citada, para esta ser ver-
conectivo “ou” tanto faz a primeira ser verdadeira ou a segunda dadeira S V Q tem que ser falsa. Bem, agora analisando individual-
ser verdadeira, desde que haja uma verdadeira para o resultado ser mente S V Q como falsa, esta só pode ser falsa se as duas premis-
verdadeiro. sas simples forem falsas. E da mesma maneira tratamos PF V PN.
Atenção: A alternativa “E” está igualzinha, só muda o conec-
tivo que é o “e”, que obrigaria que o erro da declaração fosse nas
Representação lógica de todas as proposições:
duas.
Didatismo e Conhecimento 58
matemática e raciocínio lógico
Não sonho acordado será VERDADE - Declarativas ou afirmativas: são as sentenças em que se
Admita todas as frases como VERDADE afirma algo, que pode ou não ser verdadeiro. Exemplo: Júlio César
Ficando assim de baixo para cima é o melhor goleiro do Brasil.
- Interrogativas: são aquelas sentenças em que se questiona
Ou não toco muito bem (V) ou sonho acordado (F) = V algo. Esse tipo de sentença não admite valor verdadeiro ou falso.
Se o instrumento soa bem (F) então toco muito bem (F) = V Exemplo: Lula estava certo em demitir a ministra?
Se afino as cordas (F), então o instrumento soa bem (F) = V - Imperativas ou ordenativas: são as proposições em que se
ordena alguma coisa. Exemplo: Mude a geladeira de lugar.
A dica é trabalhar com as exceções: na condicional só dá falso
quando a primeira V e a segunda F. Na disjunção exclusiva (ou... Proposições Universais e Particulares
ou) as divergentes se atraem o que dá verdade. Extraindo as con-
clusões temos que: As proposições universais são aquelas em que o predicado
Não toco muito bem, não sonho acordado como verdade. refere-se à totalidade do conjunto. Exemplo:
Se afino as corda deu falso, então não afino as cordas.
Se o instrumento soa bem deu falso, então o instrumento não “Todos os homens são mentirosos” é universal e simboliza-
soa bem. mos por “Todo S é P”
Joga nas alternativas: Nesta definição incluímos o caso em que o sujeito é unitário.
(A) sonho dormindo (você não tem garantia de que sonha dor-
mindo, só temos como verdade que não sonho acordado, pode ser Exemplo: “O cão é mamífero”.
que você nem sonhe).
(B) o instrumento afinado não soa bem deu que: Não afino as As proposições particulares são aquelas em que o predicado
cordas. refere-se apenas a uma parte do conjunto. Exemplo: “Alguns ho-
(C) Verdadeira: as cordas não foram afinadas. mens são mentirosos” é particular e simbolizamos por “algum S
(D) mesmo afinado (Falso deu que não afino as cordas) o ins-
é P”.
trumento não soa bem.
(E) toco bem acordado e dormindo, absurdo. Deu não toco
Proposições Afirmativas e Negativas
muito bem e não sonho acordado.
No caso de negativa podemos ter:
Proposições ou Sentenças
Uma proposição é uma afirmação que pode ser verdadeira ou “Nenhum homem é mentiroso” é universal negativa e simbo-
falsa. Ela é o significado da afirmação, não um arranjo preciso das lizamos por “nenhum S é P”.
palavras para transmitir esse significado. Por exemplo, “Existe um
número primo par maior que dois” é uma proposição (no caso, “Alguns homens não são mentirosos” é particular negativa e
falsa). “Um número primo par maior que dois existe” é a mes- simbolizamos por “algum S não é P”.
ma proposição, expressa de modo diferente. É muito fácil mudar
acidentalmente o significado das palavras apenas reorganizando- No caso de afirmativa consideramos o item anterior.
as. A dicção da proposição deve ser considerada algo significante.
É possível utilizar a linguística formal para analisar e reformular Chamaremos as proposições dos tipos: “Todo S é P”, “algum
uma afirmação sem alterar o significado. S é P”, “algum S não é P” e “nenhum S é P”.
Tipos de Proposições
Didatismo e Conhecimento 59
matemática e raciocínio lógico
- Nenhum S é P (universal negativa – E) Exemplo
Sejam as proposições:
p = “Cacilda é estudiosa”
q = “Ela passará no AFRF”
Sentenças Abertas
1. p ( x) : x + 4 = 9
Didatismo e Conhecimento 60
matemática e raciocínio lógico
1. Quando uma proposição é verdadeira, sua negação é falsa. (7) S: a > b se e somente se b < a. S é composta das proposi-
2. Quando uma proposição é falsa, sua negação é verdadeira. ções simples p: a > b e q: b < a.
Didatismo e Conhecimento 61
matemática e raciocínio lógico
Proposição Composta - 02 proposições simples Questões
Assim, por exemplo, no caso de uma proposição composta 01. Considere as proposições p: Está frio e q: Está chovendo.
cujas proposições simples componentes são p e q, as únicas possí- Traduza para linguagem corrente as seguintes proposições:
veis atribuições de valores lógicos a p e a q são: a) P ˅ ~q
b) p → q
c) ~p ^ ~q
p q d) p ↔ ~q
V V e) (p ˅ ~q) ↔ (q ^~p)
V F
02. Considere as proposições p: A terra é um planeta e q: Ater-
F V ra gira em torno do Sol. Traduza para linguagem simbólica as se-
F F guintes proposições:
a) Não é verdade: que a Terra é um planeta ou gira em torno
Observe-se que os valores lógicos V e F se alternam de dois do Sol.
em dois para a primeira proposição p e de um em um para a se- b) Se a Terra é um planeta então a Terra gira em torno do Sol.
gunda proposição q, e que, além disso, VV, VF, FV e FF são os c) É falso que a Terra é um planeta ou que não gira em torno
do Sol.
arranjos binários com repetição dos dois elementos V e F.
d) A Terra gira em torno do Sol se, e somente se, a Terra não
é um planeta.
Proposição Composta - 03 proposições simples e) A Terra não é nem um planeta e nem gira em torno do Sol.
(Expressões da forma “não é nem p e nem q” devem ser vistas
No caso de uma proposição composta cujas proposições sim- como “não p e não q”)
ples componentes são p, q e r as únicas possíveis atribuições de
valores lógicos a p, a q e a r são: 03. Dada a condicional: “Se p é primo então p = 2 ou p é im-
par”, determine:
p q r a) a contrapositiva
b) a recíproca
V V V
V V F 04.
V F V a) Supondo V (p ^ q ↔ r ˅ s) = F e V (~r ^ ~s) = V, determine
V (p → r ^ s).
V F F b) Supondo V (p ^ (q ˅ r)) = V e V (p ˅ r → q) = F, determine
F V V V (p), V (q), V (r).
c) Supondo V (p → q) = V, determine V (p ^ r → q ^ r) e V (p
F V F
˅ r → q ˅ r).
F F V
F F F 05. Dê o conjunto-verdade em R das seguintes sentenças aber-
tas:
Analogamente, observe-se que os valores lógicos V e F se al- a) x² + x – 6 = 0 → x² - 9 = 0
b) x² ˃ 4 ↔ x² -5x + 6 = 0
ternam de quatro em quatro para a primeira proposição p, de dois
em dois para a segunda proposição q e de um em um para a ter-
06. Use o diagrama de Venn para decidir quais das seguintes
ceira proposição r, e que, além disso, VVV, VVF, VFV, VFF, FVV, afirmações são válidas:
FVF, FFV e FFF sãos os arranjos ternários com repetição dos dois
elementos V e F. a) Todos os girassóis são amarelos e alguns pássaros são ama-
relos, logo nenhum pássaro é um girassol.
Notação: O valor lógico de uma proposição simples p indica- b) Alguns baianos são surfistas. Alguns surfistas são louros.
-se por V(p). Assim, exprime-se que p é verdadeira (V), escreven- Não existem professores surfistas. Conclusões:
do: V(p) = V. Analogamente, exprime-se que p é falsa (F), escre- I- Alguns baianos são louros.
vendo: V(p) = F. II- Alguns professores são baianos.
III- Alguns louros são professores.
Exemplos IV- Existem professores louros.
Didatismo e Conhecimento 62
matemática e raciocínio lógico
a) Se as proposições P e Q são ambas verdadeiras, então a 10. Um agente de viagens atende três amigas. Uma delas é
proposição ( ̚ P) ˅ ( ̚ Q) também é verdadeira. loura, outra é morena e a outra é ruiva. O agente sabe que uma
b) Se a proposição T é verdadeira e a proposição R é falsa, delas se chama Bete, outra se chama Elza e a outra se chama Sara.
então a proposição R→ ( ̚ T) é falsa. Sabe, ainda, que cada uma delas fará uma viagem a um país dife-
c) Se as proposições P e Q são verdadeiras e a proposição R é rente da Europa: uma delas irá à Alemanha, outra irá à França e a
falsa, então a proposição (P ^ R) → (¬ Q) é verdadeira. outra irá à Espanha. Ao agente de viagens, que queria identificar
o nome e o destino de cada uma, elas deram as seguintes informa-
08. (CESPE - Papiloscopista) Sejam P e Q variáveis propo- ções:
sicionais que podem ter valorações, ou serem julgadas verdadei- A loura: “Não vou à França nem à Espanha”.
ras (V) ou falsas (F). A partir dessas variáveis, podem ser obtidas A morena: “Meu nome não é Elza nem Sara”.
novas proposições, tais como: a proposição condicional, denotada A ruiva: “Nem eu nem Elza vamos à França”.
por P → Q, que será F quando P for V e Q for F, ou V, nos outros
casos; a disjunção de P e Q, denotada por P v Q, que será F somen- O agente de viagens concluiu, então, acertadamente, que:
te quando P e Q forem F, ou V nas outras situações; a conjunção de a) A loura é Sara e vai à Espanha.
P e Q, denotada por P ^ Q, que será V somente quando P e Q forem b) A ruiva é Sara e vai à França.
V, e, em outros casos, será F; e a negação de P, denotada por ¬P, c) A ruiva é Bete e vai à Espanha.
que será F se P for V e será V se P for F. Uma tabela de valorações d) A morena é Bete e vai à Espanha.
para uma dada proposição é um conjunto de possibilidades V ou e) A loura é Elza e vai à Alemanha.
F associadas a essa proposição. A partir das informações do texto,
julgue os itens subsequentes. Respostas:
a) As tabelas de valorações das proposições P v Q e Q → ¬P
são iguais. 01.
b) As proposições (P v Q) → S e (P → S) v (Q → S) possuem a) “Está frio ou não está chovendo”.
tabelas de valorações iguais. b) “Se está frio então está chovendo”.
c) “Não está frio e não está chovendo”.
09. (CESPE - PF - Regional) Considere as sentenças abaixo.
d) “Está frio se e somente se não está chovendo”.
e) “Está frio e não está chovendo se e somente se está choven-
I- Fumar deve ser proibido, mas muitos europeus fumam.
do e não está frio”.
II- Fumar não deve ser proibido e fumar faz bem à saúde.
III- Se fumar não faz bem à saúde, deve ser proibido.
02.
IV- Se fumar não faz bem à saúde e não é verdade que muitos
a) ~(p ˅ q);
europeus fumam, então fumar deve ser proibido.
b) p → q
V- Tanto é falso que fumar não faz bem à saúde como é falso
que fumar deve ser proibido; consequentemente, muitos europeus c) ~(p ˅ ~q)
fumam. d) ~p ^ ~q
e) q ↔ ~p
Considere também que P, Q, R e T representem as sentenças
listadas na tabela a seguir. 03.
a) a contrapositiva: “Se p 2 e p é par, então p não é primo”.
b) a recíproca: “Se p = 2 ou p é ímpar, então p é primo”.
P Fumar deve ser proibido.
Q Fumar de ser encorajado. 04.
R Fumar não faz bem à saúde. a) Supondo V (p ^ q ↔ r ˅ s) = F (1) e V (~r ^ ~s) = V (2),
determine V (p → r ^ s). Solução: De (2) temos que V (r) = V (s)
T Muitos europeus fumam.
= F; Usando estes resultados em (1) obtemos: V (p) = V (q) = V,
logo, V (p → r ^ s) = F
Com base nas informações acima e considerando a notação
b) Supondo V (p ^ (q ˅ r)) = V (1) e V (p ˅ r → q) = F (2),
introduzida no texto, julgue os itens seguintes.
determine V (p), V (q) e V (r). Solução: De (1) concluímos que V
(p) = V e V (q ˅ r) = V e de (2) temos que V (q) = F, logo V (r) = V
a) A sentença I pode ser corretamente representada por P ^
c) Supondo V (p → q) = V, determine V (p ^ r → q ^ r) e V (p
(¬ T).
˅ r → q ˅ r). Solução: Vamos supor V (p ^ r → q ^ r) = F. Temos
b) A sentença II pode ser corretamente representada por (¬ P)
assim que V (p ^ r) = V e V (q ^ r) = F, o que nos permite concluir
^ (¬ R).
c) A sentença III pode ser corretamente representada por R que V (p) = V (r) = V e V (q) = F, o que contradiz V (p → q) = V.
→ P. Logo, V (p ˅ r → q ˅ r) = V. Analogamente, mostramos que V (p
d) A sentença IV pode ser corretamente representada por (R ˅ r → q ˅ r) = V.
^ (¬ T)) → P.
e) A sentença V pode ser corretamente representada por T → 05.
((¬ R) ^ (¬ P)). a) R – {2}
b) [-2,2[
Didatismo e Conhecimento 63
matemática e raciocínio lógico
06. d) Item CERTO. Proposição composta, com uma Conjunção
a) O diagrama a seguir mostra que o argumento é falso: (R ^ ¬T) como condição suficiente para P.
d) Item ERRADO. Dizer “...consequentemente...” é dizer
“se... então...”. A representação correta seria ((¬ R) ^ (¬ P)) → T.
09.
a) Item ERRADO. Sua representação seria P ^ T.
b) Item CERTO. Apenas deve-se ter o cuidado para o que diz a
proposição R: “Fumar não faz bem à saúde”. É bom sempre ficar-
mos atentos à atribuição inicial dada à respectiva letra. —————————————————————————
c) Item CERTO. É a representação simbólica da Condicional —————————————————————————
entre as proposições R e P.
Didatismo e Conhecimento 64
matemática e raciocínio lógico
Proposição Composta do Tipo P(p, q) Proposição Composta do Tipo P(p1, p2, p3,…, pn): a tabela-
-verdade possui 2n linhas e é formada igualmente as anteriores.
p ~p
V F
F V
Exemplo:
p q P(p, q)
a)
V V ? p = 7 é ímpar.
V F ? ~p = 7 não é ímpar.
F V ?
F F ? p ~p
V F
Proposição Composta do Tipo P(p, q, r)
b)
q = 24 é múltiplo de 5.
~q = 24 não é múltiplo de 5.
q ~q
F V
Didatismo e Conhecimento 65
matemática e raciocínio lógico
P Q P Q R P˄Q (P˄Q) → R ⌐(P˄Q) → R
V V V V V
V F V V F
F V V F V
F F V F F
F V V
Como você já deve ter reparado, uma tabela para P, Q e R é
F V F
assim:
F F V
P Q R F F F
V V V
Para completar esta tabela precisamos definir os operadores
V V F lógicos. Ao fazê-lo, vamos aproveitar para explicar como inter-
V F V pretá-los.
V F F
O Conectivo e “e” a conjunção
F V V
F V F O conectivo “e” e a conjunção de duas proposições p e q é
F F V outra proposição que tem como valor lógico V se p e q forem ver-
F F F dadeiras, e F em outros casos. O símbolo p ∧ q (p e q) representa
a conjunção, com a seguinte tabela-verdade:
Cada linha da tabela (fora a primeira que contém as fórmulas)
representa uma valoração. Agora, o que dizer sobre fórmulas mo- p q p∧ q
leculares, tais como ⌐P, Q∨R, ou (Q∧R) → (P↔Q)? Para estas, V V V
podemos estabelecer os valores que elas recebem em vista do valor V F F
de cada fórmula atômica que as compõe. Faremos isto por meio
F V F
das tabelas de verdade. Os primeiros passos para construir uma
tabela de verdade consistem em: F F F
Didatismo e Conhecimento 66
matemática e raciocínio lógico
O Conectivo “ou” e a disjunção p q p→q
O conectivo “ou” e a disjunção de duas proposições p e q V V V
é outra proposição que tem como valor lógico V se alguma das V F F
proposições for verdadeira e F se as duas forem falsas. O símbolo F V V
p v q (p ou q) representa a disjunção, com a seguinte tabela-ver-
F F V
dade:
Exemplo:
p q p∨ q
V V V a)
p: 7 + 2 = 9.
V F V
q: 9 – 7 = 2.
F V V p → q: Se 7 + 2 = 9 então 9 – 7 = 2.
F F F
p q p→q
Exemplo: V V V
b)
a) p = 7 + 5 < 4.
p = 2 é par. q = 2 é um número primo.
q = o céu é rosa. p → q: Se 7 + 5 < 4 então 2 é um número primo.
p ν q = 2 é par ou o céu é rosa.
p q p→q
p q p∨ q
F V V
V F V c)
p = 24 é múltiplo de 3.
b) q = 3 é par.
p = 9 < 6. p → q: Se 24 é múltiplo de 3 então 3 é par.
q = 3 é par.
p ν q: = 9 < 6 ou 3 é par. p q p→q
V F F
p q p∨ q d)
F F F p = 25 é múltiplo de 2.
q = 12 < 3.
c) p → q: Se 25 é múltiplo de 2 então 2 < 3.
p = O número 17 é primo.
q = Brasília é a capital do Brasil. O Conectivo “se e somente se” e a bicondicional
p ν q = O número 17 é primo ou Brasília é a capital do Brasil.
A bicondicional p se e somente se q é outra proposição que
tem como valor lógico V se p e q forem ambas verdadeiras ou
p q p∨ q ambas falsas, e F nos outros casos. O símbolo p ↔ q representa a
V V V bicondicional, com a seguinte tabela-verdade:
d) p q p↔q
p = O número 9 é par.
V V V
q = O dobro de 50 é 100.
p ν q: O número 9 é par ou o dobro de 50 é 100. V F F
F V F
p q p∨ q F F V
F V V
Exemplo:
O Conectivo “se… então…” e a condicional
a)
p = 24 é múltiplo de 3.
A condicional se p então q é outra proposição que tem como
q = 6 é ímpar.
valor lógico F se p é verdadeira e q é falsa. O símbolo p → q repre-
p ↔ q = 24 é múltiplo de 3 se, e somente se, 6 é ímpar.
senta a condicional, com a seguinte tabela-verdade:
Didatismo e Conhecimento 67
matemática e raciocínio lógico
p q p↔q
V F F
b)
p = 25 é quadrado perfeito.
q = 8 > 3.
p ↔ q = 25 é quadrado perfeito se, e somente se, 8 > 3.
p q p↔q
V V V
c)
p = 27 é par.
q = 6 é primo.
p ↔ q = 27 é par se, e somente se, 6 é primo.
p q p↔q
F F V
Exemplo: veja como se procede a construção de uma tabela-verdade da proposição composta P(p, q) = ((p ∨ q) → (~p)) → (p ∧ q), onde
p e q são duas proposições simples quaisquer. Resolução: uma tabela-verdade de uma proposição do tipo P(p, q) possui 24 = 4 linhas, logo:
a) Valores lógicos de p ν q
b) Valores lógicos de ~p
Didatismo e Conhecimento 68
matemática e raciocínio lógico
p q p∨q ~p (p ∨ q) → (~p) p ∧ q ((p ∨ q) → (~p)) → (p ∧ q)
V V V F F
V F V F F
F V V V V
F F F V V
d) Valores lógicos de p ∧ q
QUESTÕES
(A) p v ~q
(B) p → q c) ~p ∧ ~q
(C) p ↔ ~q e) (p v ~q) ↔ (q ∧ ~p)
(Expressões da forma “não é nem p e nem q” devem ser vistas como “não p e não q”)
03. Escreva a negação das seguintes proposições numa sentença o mais simples possível.
(A) É falso que não está frio ou que está chovendo.
(B) Se as ações caem aumenta o desemprego.
(C) Ele tem cabelos louros se e somente se tem olhos azuis.
(D) A condição necessária para ser um bom matemático é saber lógica.
(E) Jorge estuda física mas não estuda química.
Didatismo e Conhecimento 69
matemática e raciocínio lógico
04. Dada a condicional: “Se p é primo então p = 2 ou p é ím- 09. Dê o conjunto-verdade em R das seguintes sentenças aber-
par”, determine: tas:
(A) a contrapositiva (A) x² + x – 6 = 0 → x² - 9 = 0
(B) a recíproca (B) x² > 4 ↔ x² - 5x + 6 = 0
03.
(A) “Não está frio ou está chovendo”.
(B) “As ações caem e não aumenta o desemprego”.
(C) “Ele tem cabelos louros e não tem olhos azuis ou ele tem
olhos azuis e não tem cabeloslouros”.
(D) A proposição é equivalente a “Se é um bom matemático
então sabe lógica” cuja negação é “É um bom matemático e não
sabe lógica”.
(E) “Jorge não estuda lógica ou estuda química”.
(B)
04.
(A) contrapositiva: “Se p ≠ 2 e p é par então p não é pri-
mo”.
(B) recíproca: “Se p = 2 ou p é ímpar então p é primo”.
05.
(A) Supondo V(p Λ q ↔ r v s) = F(1) e V(~r Λ ~s) = V (2),
determine V(p → r Λ s).
Solução: De (2) temos que V (r) = V(s) = F; Usando estes
resultados em (1) obtemos:
V(p) = V(q) = V, logo,
V(p → r Λ s) = F
Didatismo e Conhecimento 70
matemática e raciocínio lógico
06.
(A) (p∨q) ∧ ~p ↔ (p∧~p) ∨ (q∧~p) ↔ F ∨ (q∧~p) ↔ (q∧~p)
07.
(A) (p∧q) ∨ ((p∧q) ∨ q) ∧ p ↔ ((p∧q) ∧ p ↔ q∧p
08.
(A) Válido
(B) Válido
(C) Sofisma. Considerando V(p) = V(q) = V( r ) = F e V(s) = V, todas as premissas são verdadeiras e a conclusão é falsa.
(D) Considere
p: O déficit público não diminui;
q: A inflação cai;
r: Os impostos são aumentados.
Analise o argumento: p → (q↔r), r →p, q →~r ╞ ~r
(Válido)
09.
(A) R- {2}
(B) [-2, 2[
10.
(A) “Todas as pessoas inteligentes sabem ler ou escrever”.
(B) “Existe pessoa culta que é sábia e não é inteligente ou que é inteligente e não é sábia”.
(C) “Existe um número primo que é igual a 2 e não é par”.
Equivalências
Na lógica, as asserções p e q são ditas logicamente equivalentes ou simplesmente equivalentes, se p ╞ q e q ╞ p. Em termos intuitivos,
duas sentenças são logicamente equivalentes se possuem o mesmo “conteúdo lógico”. Do ponto de vista da teoria da demonstração, p e
q são equivalentes se cada uma delas pode ser derivada a partir da outra. Semanticamente, p e q são equivalentes se elas têm os mesmos
valores para qualquer interpretação. A notação normalmente usada para representar a equivalência lógica entre p e q é p ≡ q, p ⇔ q ou p q.
Em símbolos:
d: “Hoje é sábado”. (d → f)
f: “Hoje é fim de semana”. (f → d)
Sintaticamente, (1) e (2) são equivalentes pela Lei da Contraposição. Semânticamente, (1) e (2) têm os mesmos valores nas mesmas
interpretações.
Didatismo e Conhecimento 71
matemática e raciocínio lógico
Há equivalência entre as proposições p e q somente quando a bicondicional p ↔ q for uma tautologia ou quando p e q tiverem a mesma
tabela-verdade.
O símbolo ↔ representa uma operação entre as proposições p e q, que tem como resultado uma nova proposição p ↔ q com valor lógico
V ou F. O símbolo ⇔ representa a não ocorrência de VF e de FV na tabela-verdade p ↔ q, ou ainda que o valor lógico de p ↔ q é sempre
V, ou então p ↔ q é uma tautologia. Exemplo:
Portanto, p → q é equivalente a ~q → ~p, pois estas proposições possuem a mesma tabela-verdade ou a bicondicional (p → q) ↔ (~q
→ ~p) é uma tautologia. Veja a representação: (p → q) ⇔ (~q → ~p)
Equivalências Notáveis
Nome Propriedade Dual
Dupla Negação (DN) ~~p ↔ p
Idempotente (IP) pVp↔p p∧p↔p
Comutativa (COM) pVq↔qVp p∧q↔q∧p
Associativa (ASS) p V (q V r) ↔ (p V q) V r p ∧ (q ∧ r) ↔ (p ∧ q) ∧ r
De Morgan (DM) ~(p V q) ↔ ~p ∧ ~q ~(p ∧ q) ↔ ~p V ~q
Distributiva (DIS) p ∧ (q V r) ↔ (p ∧ q) V (p ∧ r) p V (q ∧ r) ↔ (p V q) ∧ (p V r)
Absorção (ABS) p ∧ (p V q) ↔ p p V (p ∧ q) ↔ p
Reescrita da Condicional (COND) p → q ↔ ~p V q
Reescrita da Bicondicional (BI) p ↔ q ↔ (p → q) ∧ (q → p)
Elemento Neutro (EN) pVF↔p p∧V↔p
Elemento Absorvedor (EA) pVV↔V p∧F↔F
Complementares (COMPLE) p V ~p ↔ V p ∧ ~p ↔ F
F = contradição V = tautologia
(p V q) e p ∧ q
p q (p V q) (p V q) p q p∧q (p V q) ↔ p ∧ q
V V V F F F F V
V F V F F V F V
F V V F V F F V
F F F V V V V V
Didatismo e Conhecimento 72
matemática e raciocínio lógico
(p → q) e p V q (C) p ∧ (r ∨ s ∨ t) ⇔ (p ∧ r) ∨ (p ∧ s) ∨ (p ∧ t)
p ∧ (r ∨ s ∨ t) ⇔
p q p pVq p→q (p → q) ↔ p V q p ∧ (r ∨ (s ∨ t)) ⇔ (associativa em s ∨ t)
V V F V V V (p ∧ r) ∨ (p ∧ (s ∨ t)) ⇔ (distributiva)
(p ∧ r) ∨ (p ∧ s) ∨ (p ∧ t) (distributiva)
V F F F F V
F V V V V V (D) p ∧ q → r ⇔ p → (q → r)
F F V V V V p∧q→r⇔
~(p ∧ q) ∨ r ⇔ (reescrita da condicional)
QUESTÕES ~p ∨ ~q ∨ r ⇔ (De Morgan)
~p ∨ (~q ∨ r) ⇔ (associativa)
01. Demonstre as relações abaixo utilizando as equivalências ~p ∨ (q → r) ⇔ (reescrita da condicional)
notáveis: p → (q → r) (reescrita da condicional)
(A) p → q ∧ r ⇔ (p → q) ∧ (p → r)
(B) p → q ∨ r ⇔ (p → q) ∨ (p → r) (E) ~(~p → ~q) ⇔ ~p ∧ q
(C) p ∧ (r ∨ s ∨ t) ⇔ (p ∧ r) ∨ (p ∧ s) ∨ (p ∧ t) ~(~p → ~q) ⇔
(D) p ∧ q → r ⇔ p → (q → r) ~(~~p ∨ ~q) ⇔ (reescrita da condicional)
(E) ~(~p → ~q) ⇔ ~p ∧ q ~(p ∨ ~q) ⇔ (dupla negação)
~p ∧ ~~q ⇔ (De Morgan)
02. Demonstre, utilizando as equivalências notáveis, que as ~p ∧ q (dupla negação)
relações de implicação são válidas:
(A) Exemplo: Regra da simplificação: p ∧ q ⇒ q 02.
(B) Regra da adição: p ⇒ p ∨ q
Para provarmos uma relação de implicação temos que de-
p → p ∨ q ⇔ V (devemos demonstrar que a relação de
monstrar que a condicional p ∧ q → q é tautológica, ou seja, que
implicação equivale a uma tautologia)
a condicional p ∧ q → q ⇔ V
~p ∨ (p ∨ q) ⇔ (condicional)
~p ∨ p ∨ q ⇔ (associativa)
Desenvolvendo o lado esquerdo da equivalência, tem-se:
V ∨ q ⇔ (complementares ~p ∨ p)
p ∧ q → q ≡ (aplicando-se a equiv. de reescrita da condicional)
V (identidade)
~(p ∧ q) ∨ q ≡ (aplicando-se a Lei de Morgan)
~p ∨ ~q ∨ q ≡ (aplicando-se lei complementar, ~q ∨ q é (C) Regra do Silogismo Disjuntivo: (p ∨ q) ∧ ~q ⇒ p
uma tautologia) (p ∨ q) ∧ ~q → p ⇔ V (devemos demonstrar que a rela-
~p ∨ V ≡ (pela lei da identidade ~p ∨ V é um tautologia) ção de implicação equivale a uma tautologia)
V Portanto, está provado que p ∧ q ⇒ q é uma tautologia (p ∧ ~q) ∨ (q ∧ ~q) → p ⇔ (distributiva)
(p ∧ ~q) ∨ F → p ⇔ (complementares)
(B) Regra da adição: p ⇒ p ∨ q (p ∧ ~q) → p ⇔ (identidade)
(C) Regra do Silogismo Disjuntivo: (p ∨ q) ∧ ~q ⇒ p ~(p ∧ ~q) ∨ p ⇔ (condicional)
(D) Regra de Modus Ponens: (p → q) ∧ p ⇒ q ~p ∨ ~q ∨ p ⇔ (De Morgan)
(E) Regra de Modus Tollens: (p → q) ∧ ~q ⇒ ~p (~p ∨ p) ∨ ~q ⇔ (associativa)
V ∨ ~q ⇔ (complementares)
03. Usando as regras de equivalência, mostre a seguinte tauto- V (identidade)
logia: (p → q) → r ⇔ r ∨ (p ∧ ~q)
(D) Regra de Modus Ponens: (p → q) ∧ p ⇒ q
Respostas (p → q) ∧ p → q ⇔ V (devemos demonstrar que a relação
de implicação equivale a uma tautologia)
01. (~p ∨ q) ∧ q → q ⇔ (condicional)
(A) p → q ∧ r ⇔ (p → q) ∧ (p → r) (q ∧ ~p) ∨ (q ∧ q) → q ⇔ (distributiva)
p→q∧r⇔ (q ∧ ~p) ∨ q → q ⇔ (idempotente)
~p ∨ (q ∧ r) ⇔ (reescrita da condicional) ~((q ∧ ~p) ∨ q) ∨ q ⇔ (condicional)
(~p ∨ q) ∧ (~p ∨ r) ⇔ (distributiva) (~(q ∧ ~p) ∧ ~q) ∨ q ⇔ (De Morgan)
(p → q) ∧ (p → r) (reescrita da condicional) ((~q ∨ p) ∧ ~q) ∨ q ⇔ (De Morgan)
(~q ∧ ~q) ∨ (~q ∧ p) ∨ q ⇔ (distributiva)
(B) p → q ∨ r ⇔ (p → q) ∨ (p → r) ~q ∨ (~q ∧ p) ∨ q ⇔ (idempotente)
p→q∨r⇔ (~q ∨ q) ∨ (~q ∧ p) ⇔ (associativa)
~p ∨ (q ∨ r) ⇔ (reescrita da condicional) V ∨ (~q ∧ p) ⇔ (complementares)
~p ∨ q ∨ r ⇔ (associativa) V (identidade)
~p ∨ ~p ∨ q ∨ r ⇔ (idempotente, adicionei um
~p, pois ~p ∨ ~p ⇔ ~p) (E) Regra de Modus Tollens: (p → q) ∧ ~q ⇒ ~p
(~p ∨ q) ∨ (~p ∨ r) ⇔ (associativa) (p → q) ∧ ~q → ~p ⇔ V (devemos demonstrar que a
(p → q) ∨ (p → r) (reescrita da condicional) relação de implicação equivale a uma tautologia)
Didatismo e Conhecimento 73
matemática e raciocínio lógico
(~p ∨ q) ∧ ~q → ~p ⇔ (De Morgan) Marcando o valor da intersecção, então iremos subtraindo esse
(~q ∧ ~p) ∨ (~q ∧ q) → ~p ⇔ (Distributiva) valor da quantidade de elementos dos conjuntos A e B. A partir dos
(~q ∧ ~p) ∨ F → ~p ⇔ (Complementares) valores reais, é que poderemos responder as perguntas feitas.
(~q ∧ ~p) → ~p ⇔ (Identidade)
~(~q ∧ ~p) ∨ ~p ⇔ (condicional)
~~q ∨ ~~p ∨ ~p ⇔ (De Morgan)
q ∨ p ∨ ~p ⇔ (Dupla Negação)
q ∨ V ⇔ (complementares)
V
Ordem Proposição
1 (p → q) → r ⇔
2 ⇔(~p ∨ q) → r ⇔
3 ⇔~(~p ∨ q) ∨ r ⇔ a) Temos no grupo: 8 + 10 + 33 = 51 motoristas.
b) Dirigem somente carros 33 motoristas.
4 ⇔ r ∨ ~(~p ∨ q) c) Dirigem somente motos 8 motoristas.
5 r ∨ (p ∧ ~q)
No caso de uma pesquisa de opinião sobre a preferência quan-
to à leitura de três jornais. A, B e C, foi apresentada a seguinte
Diagramas Lógicos tabela:
Didatismo e Conhecimento 74
matemática e raciocínio lógico
Fora dos diagramas teremos 150 elementos que não são leito- Cada curva de Euler divide o plano em duas regiões ou zonas
res de nenhum dos três jornais. estão: o interior, que representa simbolicamente os elementos do
Na região I, teremos: 70 - 40 = 30 elementos. conjunto, e o exterior, o que representa todos os elementos que não
Na região II, teremos: 65 - 40 = 25 elementos. são membros do conjunto. Curvas cujos interiores não se cruzam
Na região III, teremos: 105 - 40 = 65 elementos. representam conjuntos disjuntos. Duas curvas cujos interiores se
Na região IV, teremos: 300 - 40 - 30 - 25 = 205 elementos. interceptam representam conjuntos que têm elementos comuns,
Na região V, teremos: 250 - 40 -30 - 65 = 115 elementos. a zona dentro de ambas as curvas representa o conjunto de ele-
Na região VI, teremos: 200 - 40 - 25 - 65 = 70 elementos. mentos comuns a ambos os conjuntos (intersecção dos conjuntos).
Uma curva que está contido completamente dentro da zona interior
Dessa forma, o diagrama figura preenchido com os seguintes de outro representa um subconjunto do mesmo.
elementos: Os Diagramas de Venn são uma forma mais restritiva de dia-
gramas de Euler. Um diagrama de Venn deve conter todas as pos-
síveis zonas de sobreposição entre as suas curvas, representando
todas as combinações de inclusão / exclusão de seus conjuntos
constituintes, mas em um diagrama de Euler algumas zonas podem
estar faltando. Essa falta foi o que motivou Venn a desenvolver
seus diagramas. Existia a necessidade de criar diagramas em que
pudessem ser observadas, por meio de suposição, quaisquer rela-
ções entre as zonas não apenas as que são “verdadeiras”.
Os diagramas de Euler (em conjunto com os de Venn) são
largamente utilizados para ensinar a teoria dos conjuntos no cam-
po da matemática ou lógica matemática no campo da lógica. Eles
também podem ser utilizados para representar relacionamentos
complexos com mais clareza, já que representa apenas as relações
válidas. Em estudos mais aplicados esses diagramas podem ser
utilizados para provar / analisar silogismos que são argumentos
lógicos para que se possa deduzir uma conclusão.
Com essa distribuição, poderemos notar que 205 pessoas leem
apenas o jornal A. Verificamos que 500 pessoas não leem o jornal
Diagramas de Venn
C, pois é a soma 205 + 30 + 115 + 150. Notamos ainda que 700
pessoas foram entrevistadas, que é a soma 205 + 30 + 25 + 40 +
Designa-se por diagramas de Venn os diagramas usados em
115 + 65 + 70 + 150. matemática para simbolizar graficamente propriedades, axiomas e
problemas relativos aos conjuntos e sua teoria. Os respetivos dia-
Diagrama de Euler gramas consistem de curvas fechadas simples desenhadas sobre
um plano, de forma a simbolizar os conjuntos e permitir a repre-
Um diagrama de Euler é similar a um diagrama de Venn, mas sentação das relações de pertença entre conjuntos e seus elementos
não precisa conter todas as zonas (onde uma zona é definida como (por exemplo, 4 {3,4,5}, mas 4 ∉ {1,2,3,12}) e relações de conti-
a área de intersecção entre dois ou mais contornos). Assim, um nência (inclusão) entre os conjuntos (por exemplo, {1, 3} ⊂ {1, 2,
diagrama de Euler pode definir um universo de discurso, isto é, 3, 4}). Assim, duas curvas que não se tocam e estão uma no espaço
ele pode definir um sistema no qual certas intersecções não são interno da outra simbolizam conjuntos que possuem continência;
possíveis ou consideradas. Assim, um diagrama de Venn contendo ao passo que o ponto interno a uma curva representa um elemento
os atributos para Animal, Mineral e quatro patas teria que con- pertencente ao conjunto.
ter intersecções onde alguns estão em ambos animal, mineral e de Os diagramas de Venn são construídos com coleções de cur-
quatro patas. Um diagrama de Venn, consequentemente, mostra vas fechadas contidas em um plano. O interior dessas curvas re-
todas as possíveis combinações ou conjunções. presenta, simbolicamente, a coleção de elementos do conjunto. De
acordo com Clarence Irving Lewis, o “princípio desses diagramas
é que classes (ou conjuntos) sejam representadas por regiões, com
tal relação entre si que todas as relações lógicas possíveis entre as
classes possam ser indicadas no mesmo diagrama. Isto é, o diagra-
ma deixa espaço para qualquer relação possível entre as classes, e
a relação dada ou existente pode então ser definida indicando se
alguma região em específico é vazia ou não-vazia”. Pode-se escre-
ver uma definição mais formal do seguinte modo: Seja C = (C1,
C2, ... Cn) uma coleção de curvas fechadas simples desenhadas em
Diagramas de Euler consistem em curvas simples fechadas um plano. C é uma família independente se a região formada por
(geralmente círculos) no plano que mostra os conjuntos. Os tama- cada uma das interseções X1 X2 ... Xn, onde cada Xi é o interior ou
nhos e formas das curvas não são importantes: a significância do o exterior de Ci, é não-vazia, em outras palavras, se todas as cur-
diagrama está na forma como eles se sobrepõem. As relações es- vas se intersectam de todas as maneiras possíveis. Se, além disso,
paciais entre as regiões delimitadas por cada curva (sobreposição, cada uma dessas regiões é conexa e há apenas um número finito
contenção ou nenhuma) correspondem relações teóricas (subcon- de pontos de interseção entre as curvas, então C é um diagrama de
junto interseção e disjunção). Venn para n conjuntos.
Didatismo e Conhecimento 75
matemática e raciocínio lógico
Nos casos mais simples, os diagramas são representados por - Animais que não possuem duas pernas e não voam (branco
círculos que se encobrem parcialmente. As partes referidas em um - fora).
enunciado específico são marcadas com uma cor diferente. Even-
tualmente, os círculos são representados como completamente Essas configurações são representadas, respectivamente, pe-
inseridos dentro de um retângulo, que representa o conjunto uni- las operações de conjuntos: diferença de A para B, diferença de B
verso daquele particular contexto (já se buscou a existência de um para A, intersecção entre A e B, e conjunto complementar de A e
conjunto universo que pudesse abranger todos os conjuntos possí- B. Cada uma delas pode ser representada como as seguintes áreas
veis, mas Bertrand Russell mostrou que tal tarefa era impossível). (mais escuras) no diagrama:
A ideia de conjunto universo é normalmente atribuída a Lewis
Carroll. Do mesmo modo, espaços internos comuns a dois ou mais
conjuntos representam a sua intersecção, ao passo que a totalidade
dos espaços pertencentes a um ou outro conjunto indistintamente
representa sua união.
John Venn desenvolveu os diagramas no século XIX, am-
pliando e formalizando desenvolvimentos anteriores de Leibniz e
Euler. E, na década de 1960, eles foram incorporados ao currículo Diferença de A para B: A\B
escolar de matemática. Embora seja simples construir diagramas
de Venn para dois ou três conjuntos, surgem dificuldades quando
se tenta usá-los para um número maior. Algumas construções pos-
síveis são devidas ao próprio John Venn e a outros matemáticos
como Anthony W. F. Edwards, Branko Grünbaum e Phillip Smith.
Além disso, encontram-se em uso outros diagramas similares aos
de Venn, entre os quais os de Euler, Johnston, Pierce e Karnaugh.
Diferença de B para A: B\A
Dois Conjuntos: considere-se o seguinte exemplo: suponha-
-se que o conjunto A representa os animais bípedes e o conjunto B
representa os animais capazes de voar. A área onde os dois círcu-
los se sobrepõem, designada por intersecção A e B ou intersecção
A-B, conteria todas as criaturas que ao mesmo tempo podem voar
e têm apenas duas pernas motoras.
Considere-se agora que cada espécie viva está representada Complementar de dois conjuntos: U \ (AB)
por um ponto situado em alguma parte do diagrama. Os humanos
e os pinguins seriam marcados dentro do círculo A, na parte dele Além disso, essas quatro áreas podem ser combinadas de 16
que não se sobrepõe com o círculo B, já que ambos são bípedes formas diferentes. Por exemplo, pode-se perguntar sobre os ani-
mas não podem voar. Os mosquitos, que voam mas têm seis per- mais que voam ou tem duas patas (pelo menos uma das caracte-
nas, seriam representados dentro do círculo B e fora da sobreposi- rísticas); tal conjunto seria representado pela união de A e B. Já
ção. Os canários, por sua vez, seriam representados na intersecção os animais que voam e não possuem duas patas mais os que não
A-B, já que são bípedes e podem voar. Qualquer animal que não voam e possuem duas patas, seriam representados pela diferença
fosse bípede nem pudesse voar, como baleias ou serpentes, seria simétrica entre A e B. Estes exemplos são mostrados nas imagens
marcado por pontos fora dos dois círculos. a seguir, que incluem também outros dois casos.
Assim, o diagrama de dois conjuntos representa quatro áreas
distintas (a que fica fora de ambos os círculos, a parte de cada
círculo que pertence a ambos os círculos (onde há sobreposição),
e as duas áreas que não se sobrepõem, mas estão em um círculo
ou no outro):
- Animais que possuem duas pernas e não voam (A sem so-
breposição).
- Animais que voam e não possuem duas pernas (B sem so-
breposição). União de dois conjuntos: AB
- Animais que possuem duas pernas e voam (sobreposição).
Didatismo e Conhecimento 76
matemática e raciocínio lógico
Diagrama de Venn mostrando todas as intersecções possíveis
entre A, B e C.
Complementar de A em U: AC = U \ A
Complementar de B em U: BC = U \ B
(B C) \ A
Proposições Categóricas
ANOTAÇÕES
- Todo A é B
- Nenhum A é B
- Algum A é B e
- Algum A não é B
Didatismo e Conhecimento 77
matemática e raciocínio lógico
Por convenção universal em Lógica, proposições da forma Todo A é B. É falsa.
Algum A é B estabelecem que o conjunto A tem pelo menos um Algum A é B. É falsa.
elemento em comum com o conjunto B. Contudo, quando dizemos Algum A não é B. É verdadeira.
que Algum A é B, pressupomos que nem todo A é B. Entretanto,
no sentido lógico de algum, está perfeitamente correto afirmar que 3. Se a proposição Algum A é B é verdadeira, temos as quatro
“alguns de meus colegas estão me elogiando”, mesmo que todos representações possíveis:
eles estejam. Dizer que Algum A é B é logicamente equivalente
a dizer que Algum B é A. Também, as seguintes expressões são
equivalentes: Algum A é B = Pelo menos um A é B = Existe um A 1 2
que é B.
Proposições da forma Algum A não é B estabelecem que o
conjunto A tem pelo menos um elemento que não pertence ao con- A B A B
junto B. Temos as seguintes equivalências: Algum A não é B =
Algum A é não B = Algum não B é A. Mas não é equivalente a
Algum B não é A. Nas proposições categóricas, usam-se também
as variações gramaticais dos verbos ser e estar, tais como é, são,
está, foi, eram, ..., como elo de ligação entre A e B.
Verdade ou Falsidade das Proposições Categóricas 4. Se a proposição Algum A não é B é verdadeira, temos as
três representações possíveis:
Dada a verdade ou a falsidade de qualquer uma das proposi-
ções categóricas, isto é, de Todo A é B, Nenhum A é B, Algum A é
B e Algum A não é B, pode-se inferir de imediato a verdade ou a 1 2
falsidade de algumas ou de todas as outras.
1 2
B Todo A é B. É falsa.
Nenhum A é B. Pode ser verdadeira (em 3) ou falsa (em 1 e
A = B
A 2 – é indeterminada).
Algum A é B. Ou falsa (em 3) ou pode ser verdadeira (em 1 e
2 – é ideterminada).
Didatismo e Conhecimento 78
matemática e raciocínio lógico
(B) “Algum livro é instrutivo” é uma proposição necessaria- (A) 220
mente verdadeira. (B) 240
(C) “Algum livro não é instrutivo” é uma proposição verda- (C) 280
deira ou falsa. (D) 300
(D) “Algum livro é instrutivo” é uma proposição verdadeira (E) 340
ou falsa.
(E) “Algum livro não é instrutivo” é uma proposição necessa- 08. Em uma entrevista de mercado, verificou-se que 2.000
riamente verdadeira. pessoas usam os produtos C ou D. O produto D é usado por 800
pessoas e 320 pessoas usam os dois produtos ao mesmo tempo.
03. Dos 500 músicos de uma Filarmônica, 240 tocam instru- Quantas pessoas usam o produto C?
mentos de sopro, 160 tocam instrumentos de corda e 60 tocam (A) 1.430
esses dois tipos de instrumentos. Quantos músicos desta Filarmô- (B) 1.450
nica tocam: (C) 1.500
(A) instrumentos de sopro ou de corda? (D) 1.520
(B) somente um dos dois tipos de instrumento? (E) 1.600
(C) instrumentos diferentes dos dois citados?
09. Sabe-se que o sangue das pessoas pode ser classificado em
04. (TTN - ESAF) Se é verdade que “Alguns A são R” e que quatro tipos quanto a antígenos. Em uma pesquisa efetuada num
“Nenhum G é R”, então é necessariamente verdadeiro que: grupo de 120 pessoas de um hospital, constatou-se que 40 delas
(A) algum A não é G; têm o antígeno A, 35 têm o antígeno B e 14 têm o antígeno AB.
(B) algum A é G. Com base nesses dados, quantas pessoas possuem o antígeno O?
(C) nenhum A é G; (A) 50
(D) algum G é A; (B) 52
(E) nenhum G é A; (C) 59
(D) 63
05. Em uma classe, há 20 alunos que praticam futebol mas não (E) 65
praticam vôlei e há 8 alunos que praticam vôlei mas não praticam
futebol. O total dos que praticam vôlei é 15. Ao todo, existem 17 10. Em uma universidade são lidos dois jornais, A e B. Exa-
alunos que não praticam futebol. O número de alunos da classe é: tamente 80% dos alunos leem o jornal A e 60% leem o jornal B.
(A) 30. Sabendo que todo aluno é leitor de pelo menos um dos jornais,
(B) 35. encontre o percentual que leem ambos os jornais.
(C) 37. (A) 40%
(D) 42. (B) 45%
(E) 44. (C) 50%
(D) 60%
06. Um colégio oferece a seus alunos a prática de um ou mais (E) 65%
dos seguintes esportes: futebol, basquete e vôlei. Sabe-se que, no
atual semestre: ANOTAÇÕES
- 20 alunos praticam vôlei e basquete.
- 60 alunos praticam futebol e 55 praticam basquete.
- 21 alunos não praticam nem futebol nem vôlei.
- o número de alunos que praticam só futebol é idêntico ao
número de alunos que praticam só vôlei.
- 17 alunos praticam futebol e vôlei. —————————————————————————
- 45 alunos praticam futebol e basquete; 30, entre os 45, não —————————————————————————
praticam vôlei.
—————————————————————————
O número total de alunos do colégio, no atual semestre, é
igual a: —————————————————————————
(A) 93 —————————————————————————
(B) 110
(C) 103 —————————————————————————
(D) 99
(E) 114 —————————————————————————
—————————————————————————
07. Numa pesquisa, verificou-se que, das pessoas entrevista-
das, 100 liam o jornal X, 150 liam o jornal Y, 20 liam os dois —————————————————————————
jornais e 110 não liam nenhum dos dois jornais. Quantas pessoas
foram entrevistadas? —————————————————————————
Didatismo e Conhecimento 79
matemática e raciocínio lógico
Respostas Passo 1: 60 tocam os dois instumentos, portanto, após fazer-
mos o diagrama, este número vai no meio.
Passo 2:
a)160 tocam instrumentos de corda. Já temos 60. Os que só
tocam corda são, portanto 160 - 60 = 100
b) 240 tocam instrumento de sopro. 240 - 60 = 180
110
instrutivo
03. Seja C o conjunto dos músicos que tocam instrumentos de Agora devemos juntar os desenhos das duas proposições ca-
corda e S dos que tocam instrumentos de sopro. Chamemos de F o tegóricas para analisarmos qual é a alternativa correta. Como a
conjunto dos músicos da Filarmônica. Ao resolver este tipo de pro- questão não informa sobre a relação entre os conjuntos A e G, en-
blema faça o diagrama, assim você poderá visualizar o problema e tão teremos diversas maneiras de representar graficamente os três
sempre comece a preencher os dados de dentro para fora. conjuntos (A, G e R).
Didatismo e Conhecimento 80
matemática e raciocínio lógico
A alternativa correta vai ser aquela que é verdadeira para n(sóF) = n(sóV) = 13
quaisquer dessas representações. Para facilitar a solução da ques- n(B) = n(só B) + n(BeV) + n(BeF-V) → n(só B) = 65 - 20 –
tão não faremos todas as representações gráficas possíveis entre 30 = 15
os três conjuntos, mas sim, uma (ou algumas) representação(ões) n(nem F nem B nem V) = n(nem F nem V) - n(solo B) = 21-
de cada vez e passamos a analisar qual é a alternativa que satisfaz 15 = 6
esta(s) representação(ões), se tivermos somente uma alternativa
que satisfaça, então já achamos a resposta correta, senão, desenha- Total = n(B) + n(só F) + n(só V) + n(Fe V - B) + n(nemF
mos mais outra representação gráfica possível e passamos a testar nemB nemV) = 65 + 13 + 13 + 2 + 6 = 99.
somente as alternativas que foram verdadeiras. Tomemos agora o
seguinte desenho, em que fazemos duas representações, uma em
que o conjunto A intercepta parcialmente o conjunto G, e outra em
que não há intersecção entre eles.
Didatismo e Conhecimento 81
matemática e raciocínio lógico
Começa-se resolvendo pelo AB, então somente A = 40 – 14 = Note que o nome das variáveis não é importante. É equiva-
26 e somente B = 35 – 14 = 21. lente a:
Somando-se A, B e AB têm-se 61, então o O são 120 – 61 = - estudante (x): x é um estudante.
59 pessoas. - estudante(y): y é um estudante.
10. Resposta “A”. Para que possamos finalmente expressar em detalhes a sen-
- Jornal A → 0,8 – x tença apresentada no exemplo precisamos codificar o significado
- Jornal B → 0,6 – x de Todo e algum em Todo estudante é mais jovem do que algum
- Intersecção → x instrutor. Os quantificadores e fazem este trabalho:
: significa para todo;
Então fica: : significa existe.
O cálculo proposicional possui limitações com respeito a Note que predicados diferentes podem ter um número distin-
codificação de sentenças declarativas. De fato, o cálculo proposi- to de argumentos: os predicados estudante e instrutor admitem
cional manipula de forma satisfatória componentes das sentenças apenas um argumento e por isto são chamados de predicados uná-
como não, e, ou, se ... então, mas certos aspectos lógicos que apa- rios, enquanto que o predicado jovem admite dois argumentos, e
recem em linguagens naturais ou artificiais são muito mais ricos. portanto é um predicado binário. O número de argumentos de um
Por exemplo, como expressar coisas do tipo: “Existe...” e “Para predicado é chamado sua aridade. Assim, os predicados unários
todo...” na lógica proposicional? têm aridade 1, enquanto que os predicados binários têm aridade
2, etc. No cálculo de predicados são permitidos predicados com
Exemplo: Considere a seguinte sentença declarativa: Todo es- qualquer aridade finita.
tudante é mais jovem do que algum instrutor. Na lógica proposi-
cional podemos identificar esta sentença com uma variável propo- Exemplo: Considere a sentença: Nem todos os pássaros po-
sicional p. No entanto, esta codificação não reflete os detalhes da dem voar. Escolhemos os seguintes predicados para expressar esta
estrutura lógica desta sentença. De que trata esta sentença? sentença:
- Ser um estudante.
- Ser um instrutor. - pássaro(x): x é um pássaro.
- Ser mais jovem do que alguém. - voar (x): x pode voar.
Para expressar estas propriedades utilizaremos predicados. Esta sentença pode ser codificada da seguinte forma:
Por exemplo, podemos escrever estudante (ana) para denotar que
Ana é uma estudante. Da mesma forma podemos escrever instrutor ¬(x (pássaro (x) → voar(x)))
(marcos) para denotar que Marcos é um instrutor. Por fim, pode-
mos escrever jovem (ana, marcos) para denotar que Ana é mais Exemplo: Uma outra maneira de expressar a mesma ideia da
jovem do que Marcos. Nestes exemplos, estudante, instrutor e jo- sentença anterior é dizer que: Existem alguns pássaros que não
vem são exemplos de predicados. Ainda precisamos codificar as podem voar. Esta última sentença pode ser codificada da seguinte
noções de “todo” e “algum”. Para isto introduziremos o conceito maneira:
de variável. Variáveis serão denotadas por letras latinas minúscu-
las do final do alfabeto: u, v, w, x, y, z (possivelmente acrescidas x
(pássaro (x) Λ ¬voar(x))
de sub-índices x1, x2, ...). Variáveis devem ser pensadas como “lu-
gares vazios” que podem ser preenchidos (ou instanciados) por Posteriormente veremos que as duas codificações dadas são
elementos concretos, como João, Maria, etc. Utilizando variáveis semanticamente equivalentes. De fato, existem transformações
podemos especificar o significado dos predicados estudante, ins- que convertem uma na outra.
trutor e jovem de uma maneira mais formal:
O vocabulário da lógica de primeira ordem consiste de três
- estudante (x): x é um estudante. conjuntos:
Didatismo e Conhecimento 82
matemática e raciocínio lógico
Onde cada símbolo de predicado e de função vem com sua - filho (x, y): x é filho de y.
aridade bem definida. Os predicados são casos especiais de fun- - pai (x, y): x é pai de y.
ção: enquanto as funções possuem contradomínio qualquer, os - irmão (x, y): x é irmão de y.
predicados têm contradomínio sempre igual a {V,F}. As constantes
são funções de aridade 0. Uma possível codificação para a sentença dada utilizando es-
tes predicados é:
Termos são definidos da seguinte forma:
- Qualquer variável é um termo; xy
(pai (x, João) Λ filho (y, x) → irmão (y, João))
- Se c F é uma função de aridade 0 então c é um termo;
- Se t1, ... , tn são termos e f F é uma função de aridade n > 0 Dizendo que: “para todo x e todo y, se x é o pai de João e se
então f (t1, ... , tn) é um termo. y é um filho de x então y é um irmão de João”. Representando a
- Nada mais é termo. noção de “pai” como função, que chamaremos de f: Neste caso,
f(x) retorna o pai de x. Note que isto funciona apenas porque o pai
Em BNF (Backus Naur form) temos: de uma dado x é único e está sempre definido, e portanto f é real-
mente uma função. Uma possível codificação para esta sentença é
t :: = x | c | f (t, ... , t) dada por:
Φ :: = p (t1, ... , tn) | (¬Φ) | (Φ Λ Φ) | (Φ V Φ) | (Φ → Φ) | (Φ Dada uma variável x, um termo t e uma fórmula Φ, definimos
↔ ψ) | ((xΦ) | ((xΦ) Φ [x/t] como sendo a fórmula obtida após substituir cada ocorrên-
cia livre de x em Φ por t.
Onde p é um símbolo de predicado de aridade n > 0, ti são
termos sobre F e x é uma variável. Exemplo: Considere novamente a fórmula x ((p(x) → q(x)) Λ
s(x, y)), que chamaremos simplesmente de Φ. Temos que Φ [x/f(x,
Adotaremos a seguinte prioridade de operadores: y)] = Φ. De fato, todas as ocorrências de x em Φ são ligadas, e
1. ¬, , ; portanto a substituição [x/f(x, y)] não tem nenhum efeito sobre esta
2. Λ, V; fórmula.
3. →, ↔.
Exemplo: Agora considere a fórmula (x (p(x) Λ q(x))) →
Exemplo: Considere a seguinte sentença: Todo filho de meu (¬p(x) V q(y)) que chamaremos simplesmente de ψ. Neste caso
pai é meu irmão. Podemos codificar esta fórmula de pelo menos temos uma ocorrência livre de x e, portanto [x/f(x, y)] é igual a (x
duas formas distintas: (p(x) Λ q(x))) → (¬p(f(x, y)) V q(y)). As substituições podem pro-
1. Representando a noção de “pai” como predicado: Neste duzir efeitos colaterais indesejados: Considere o termo f(x, y) e a
caso escolhemos três predicados: filho, pai e irmão com os se- fórmula y (p(x, y)). Então (y (p(x, y))) [x/f(x, y)] resulta na fórmula
guintes significados e aridades: (y (p(f(x, y), y))) se fizermos uma substituição “ingênua”. Observe
Didatismo e Conhecimento 83
matemática e raciocínio lógico
que o termo resultante possui uma semântica diferente da esperada Deve também haver um algoritmo que possa decidir se uma
porque a variável y do termo f(x, y) não corresponde a variável y aplicação dada de uma regra de inferência está correta ou não. É
quantificada universalmente na fórmula dada. Como resolver este importante notar que o cálculo de predicados pode ser formalizado
problema? de muitas maneiras equivalentes; não há nada canônico sobre os
axiomas e as regras de inferência propostos aqui, mas toda a for-
Dados um termo t, uma variável x e uma fórmula Φ, dizemos malização dará origem aos mesmos teoremas da lógica (e deduzirá
que t é livre para x em Φ se nenhuma ocorrência livre de x em Φ os mesmos teoremas a partir de um conjunto qualquer de axiomas
está no escopo de (y ou y para qualquer variável y que ocorra em t. não-lógicos).
Didatismo e Conhecimento 84
matemática e raciocínio lógico
Uma observação técnica é que se houver um símbolo de fun- A linguagem dos grupos abelianos ordenados tem uma cons-
ção de aridade 2 que representa um par ordenado (ou símbolos de tante 0, uma função unária −, uma função binária +, e uma relação
predicados de aridade 2 que representam as relações de projeção binária ≤. Assim:
de um par ordenado) então se pode dispensar inteiramente as fun- - [0, x, y são termos atômicos];
ções ou predicados de aridade > 2. Naturalmente o par ou as proje- - [+ (x, y), + (x, + (y, − (z))) são termos, escritos geralmente
ções necessitam satisfazer aos axiomas naturais. como x + y, x + (y + (−z))];
Os conjuntos das constantes, das funções, e das relações com- - [= (+ (x, y), 0), ≤ (+ (x, + (y, − (z))), + (x, y)) são fórmulas
põem a assinatura e são geralmente considerados para dar forma a atômicas, escritas geralmente como x + y = 0, x + y - z ≤ x + y,];
uma linguagem, enquanto as variáveis, os operadores lógicos, e os - [(∀x ∃y ≤ (+ (x, y), z)) ∧ (∃x = (+ (x, y), 0)) é uma fór-
quantificadores são geralmente considerados para pertencer à lógi- mula, escrita geralmente como (∀x ∃y (x + y ≤ z)) ∧ (∃x (x +
ca. Uma estrutura dá o significado semântico de cada símbolo da y = 0))].
assinatura. Por exemplo, a linguagem da teoria dos grupos consiste
Substituição: Se t é um termo e Φ(x) é uma fórmula que
de uma constante (elemento da identidade), de uma função de ari-
contém possivelmente x como uma variável livre, então Φ(t) se
dade 1 (inverso), de uma função de aridade 2 (produto), e de uma
definido como o resultado da substituição de todas as instâncias
relação de aridade 2 (igualdade), que seria omitida pelos autores
livres de x por t, desde que nenhuma variável livre de t se torne li-
que incluem a igualdade na lógica subjacente. gada neste processo. Se alguma variável livre de t se tornar ligada,
então para substituir t por x é primeiramente necessário mudar os
Regras de Formação nomes das variáveis ligadas de Φ para algo diferente das variáveis
livres de t. Para ver porque esta condição é necessária, considere
As regras de formação definem os termos, fórmulas, e as va- a fórmula Φ(x) dada por ∀y y ≤ x (“x é máximal”). Se t for um
riáveis livres como segue. O conjunto dos termos é definido recur- termo sem y como variável livre, então Φ(t) diz apenas que t é ma-
sivamente pelas seguintes regras: ximal. Entretanto se t é y, a fórmula Φ(y) é ∀y y ≤ y que não diz
- Qualquer constante é um termo (sem variáveis livres). que y é máximal. O problema de que a variável livre y de t (=y) se
- Qualquer variável é um termo (cuja única variável livre é transformou em ligada quando nós substituímos y por x em Φ(x).
ela mesma). Assim, para construir Φ(y) nós devemos primeiramente mudar a
- Toda expressão f (t1,…, tn) de n ≥ 1 argumentos (onde cada variável ligada y de Φ para qualquer outra coisa, por exemplo a
argumento ti é um termo e f é um símbolo de função de aridade n) variável z, de modo que o Φ(y) seja então ∀z z ≤ y. Esquecer desta
é um termo. Suas variáveis livres são as variáveis livres de cada condição é uma causa notória de erros.
um dos termos ti.
- Cláusula de fechamento: Nada mais é um termo. Igualdade: Há diversas convenções diferentes para se usar
a igualdade (ou a identidade) na lógica de primeira ordem. Esta
O conjunto das fórmulas bem-formadas (chamadas geralmen- seção resume as principais. Todas as convenções resultam mais
te FBFs ou apenas fórmulas) é definido recursivamente pelas se- ou menos no mesmo com mais ou menos a mesma quantidade de
guintes regras: trabalho, e diferem principalmente na terminologia. A convenção
- Predicados simples e complexos: se P for uma relação de ari- mais comum para a igualdade é incluir o símbolo da igualdade
dade n ≥ 1 e os ai são os termos então P (a1, ..., an) é bem formada. como um símbolo lógico primitivo, e adicionar os axiomas da
Suas variáveis livres são as variáveis livres de quaisquer termos ai. igualdade aos axiomas da lógica de primeira ordem. Os axiomas
Se a igualdade for considerada parte da lógica, então (a1 = a2) é de igualdade são
bem formada. Tais fórmulas são ditas atômicas. x=x
x = y → F(…, x, …) = F(…, y, …) para qualquer função F
- Cláusula indutiva I: Se Φ for uma FBF, então ¬Φ é uma FBF.
x = y → (R(…, x, …) → R(…, y, …)) para qualquer relação R
Suas variáveis livres são as variáveis livres de Φ.
(incluindo a própria igualdade)
- Cláusula indutiva II: Se Φ e ψ são FBFs, então (ψ ∧ Φ), (ψ
V Φ), (ψ → Φ), (ψ ↔ Φ) são FBFs. Suas variáveis livres são as A próxima convenção mais comum é incluir o símbolo da
variáveis livres de Φ e de ψ. igualdade como uma das relações de uma teoria, e adicionar os
- Cláusula indutiva III: Se Φ for uma FBF e x for um variável, axiomas da igualdade aos axiomas da teoria. Na prática isto é qua-
então ∀xΦ e xΦ são FBFs, cujas variáveis livres são as variáveis se idêntico à da convenção precedente, exceto no exemplo inco-
livres de Φ com exceção de x. Ocorrências de x são ditas ligadas mum de teorias com nenhuma noção de igualdade. Os axiomas
ou mudas (por oposição a livre) em ∀xΦ e xΦ. são os mesmos, e a única diferença é se eles serão chamados de
- Cláusula de fechamento: Nada mais é uma FBF. axiomas lógicos ou de axiomas de teoria. Nas teorias sem funções
e com um número finito de relações, é possível definir a igualdade
Na prática, se P for uma relação de aridade 2, nós escrevemos em termos de relações, definindo os dois termos s e t como iguais
frequentemente “a P b” em vez de “P a b”; por exemplo, nós se qualquer relação continuar inalterada ao se substituir s por t em
escrevemos 1 < 2 em vez de < (1 2). Similarmente se f for uma qualquer argumento. Por exemplo, em teoria dos conjuntos com
função de aridade 2, nós escrevemos às vezes “a f b” em vez de uma relação ∈, nós definiríamos s = t como uma abreviatura para
“f (a b)”; por exemplo, nós escrevemos 1 + 2 em vez de + (1 2). ∀x (s ∈ x ↔ t ∈ x) ∧ ∀x (x ∈ s ↔ x ∈ t). Esta definição de
É também comum omitir alguns parênteses se isto não conduzir à igualdade satisfaz automaticamente os axiomas da igualdade. Em
ambiguidade. Às vezes é útil dizer que “P(x) vale para exatamen- algumas teorias é possível dar definições de igualdade ad hoc. Por
te um x”, o que costuma ser denotado por ∃!xP(x). Isto também exemplo, em uma teoria de ordens parciais com uma relação ≤ nós
pode ser expresso por ∃x (P (x) ∀y (P (y) → (x = y))). Exemplos: poderíamos definir s = t como uma abreviatura para s ≤ t ∧ t ≤ s.
Didatismo e Conhecimento 85
matemática e raciocínio lógico
Regras de Inferência
A regra de inferência modus ponens é a única necessária para a lógica proposicional de acordo com a formalização proposta aqui. Ela
diz que se Φ e Φ → ψ são ambos demonstrados, então pode-se deduzir ψ. A regra de inferência chamada Generalização Universal é carac-
terística da lógica de primeira ordem:
Se ╞ Φ, então ╞ ∀xΦ
onde se supõe que Φ é um teorema já demonstrado da lógica de primeira ordem. Observe que a Generalização é análoga à regra da
necessitação da lógica modal, que é:
Se ╞ P, então ╞ ∀xP
Limitações: Apesar da Lógica de Primeira Ordem ser suficiente para formalizar uma grande parte da matemática, e também ser comu-
mente usada em Ciência da Computação e outras áreas, ela tem as suas limitações. Suas limitações incluem limitações em sua expressivida-
de e limitações com relação aos fragmentos das línguas naturais que pode descrever.
Expressividade: O teorema de Löwenheim–Skolem mostra que se uma teoria de primeira ordem tem um modelo infinito, então a teoria
também tem modelos de todas as cardinalidades infinitas. Em particular, nenhuma teoria de primeira ordem com um modelo infinito pode
ser categórica. Assim, não há uma teoria de primeira ordem cujo único modelo tem o conjunto dos números naturais como domínio, ou
cujo único modelo tem o conjunto dos números reais como domínio. Várias extensões da Lógica de Primeira-Ordem, incluindo a Lógica
de Ordem Superior e a Lógica Infinitária, são mais expressivas no sentido de que elas admitem axiomatizações categóricas dos números
naturais ou reais. Essa expressividade tem um custo em relação às propriedades meta-lógicas; de acordo com o Teorema de Lindström,
qualquer lógica que seja mais forte que a lógica de primeira ordem falhará em validar o teorema da compaccidade ou em validar o teorema
de Löwenheim–Skolem.
A lógica de primeira ordem é capaz de formalizar vários quantificadores na lingua natural, como “todas as pessoas que moram em Paris,
moram na França”. Mas existem várias características que não podem ser expressas na lógica de primeira ordem. “Qualquer sistema lógico
que é apropriado para analisar línguas naturais, precisa de uma estrutura muito mais rica que a lógica de primeira ordem” (Gamut 1991).
Didatismo e Conhecimento 86
matemática e raciocínio lógico
Axiomas e Regras Há muitas maneiras diferentes (mas equivalentes) de definir
provabilidade. A definição acima é um exemplo típico do cálculo
Os cinco axiomas lógicos mais as duas regras de inferência no estilo de Hilbert, que tem muitos axiomas diferentes, mas pou-
seguintes caracterizam a lógica de primeira ordem: cas regras de inferência. As definições de demonstrabilidade para a
lógica de primeira ordem nos estilos de Gentzen (dedução natural
Axiomas: e cálculo de sequentes) são baseadas em poucos ou nenhum axio-
mas, mas muitas regras de inferência.
Algumas Equivalências
Regras de Inferência
!, ! → !
Modus Ponens: !": !
!
!
Generalização Universal: !"#: !
∀!.!
Algumas Regras de Inferência
Estes axiomas são na realidade esquemas de axiomas. Cada
letra grega pode ser uniformemente substituída, em cada um dos
axiomas acima, por uma FBF qualquer, e uma expressão do tipo α
[t:= x] denota o resultado da substituição de x por t na fórmula α.
Cálculo de Predicados
∀!"(!) → !(!) (se ! c for uma variável, então não deve ser
O cálculo de predicado é uma extensão da lógica proposicio-
quantificada em P(x)).
nal que define quais sentenças da lógica de primeira ordem são
demonstráveis. É um sistema formal usado para descrever as teo- !(!) → ∃!"(!) !(x não deve aparecer livre em P(c)).
rias matemáticas. Se o cálculo proposicional for definido por um
conjunto adequado de axiomas e a única regra de inferência modus QUESTÕES
ponens (isto pode ser feito de muitas maneiras diferentes, então
o cálculo de predicados pode ser definido adicionando-se alguns 01. (CESGRANRIO - 2010 - Petrobrás) Parte superior do for-
axiomas e uma regra de inferência “generalização universal”. Mais mulário
precisamente, como axiomas para o cálculo de predicado, teremos: Dadas as sentenças A e B da lógica de primeira ordem, onde
- Os axiomas circunstanciais do cálculo proposicional (A1, A é a sentença e B é a sentença , tem-se que
A2 e A3); (A) A é consequência da lógica de B.
- Os axiomas dos quantificadores (A4 e A5); (B) B é consequência da lógica de A.
- Os axiomas para a igualdade propostos em seção anterior, se (C) A é consequência da lógica de B.
a igualdade for considerada como um conceito lógico. (D) B é consequência da lógica de A.
(E) B é consequência da lógica de A.
Uma sentença será definida como demonstrável na lógica de
primeira ordem se puder ser obtida começando com os axiomas 02. (CESGRANRIO - 2010 - Petrobrás) Parte superior do for-
do cálculo de predicados e aplicando-se repetidamente as regras mulário
de inferência “modus ponens” e “generalização universal”. Se nós Considere o conjunto de conectivos lógicos da lógica sen-
tivermos uma teoria T (um conjunto de sentenças, às vezes chama- tencial. Por definição, um conjunto de operadores B é completo
das axiomas) então uma sentença Φ se define como demonstrável se somente se todos os operadores de A podem ser expressos em
na teoria T se a ∧ b ∧ ...→ Φ é demonstrável na lógica de primei- função do(s) operador(es) de B. Analise as afirmativas a seguir:
ra ordem (relação de consequência formal), para algum conjunto I- é um conjunto de operadores completo.
finito de axiomas a, b, ... da teoria T. Um problema aparente com II- é um conjunto de operadores completo.
esta definição de “demonstrabilidade” é que ela parece um tanto ad III- é um conjunto de operadores completo.
hoc: nós tomamos uma coleção aparentemente aleatória de axio- IV- é um conjunto de operadores completo.
mas e de regras de inferência, e não é óbvio que não tenhamos aci- V- é um conjunto de operadores completo.
dentalmente deixado de fora algum axioma ou regra fundamental.
O teorema da completude de Gödel nos assegura de que este Conclui-se que
não é realmente um problema: o teorema diz que toda sentença ver-
dadeira em todos os modelos é demonstrável na lógica de primeira (A) uma das afirmativas acima é verdadeira e quatro são falsas.
ordem. Em particular, toda definição razoável de “demonstrável” (B) duas das afirmativas acima são verdadeiras e três são falsas.
na lógica de primeira ordem deve ser equivalente à definição aci- (C) três das afirmativas acima são verdadeiras e duas são falsas.
ma (embora seja possível que os comprimentos das derivações (D) quatro das afirmativas acima são verdadeiras e uma é falsa.
difira bastante para diferentes definições de demonstrabilidade). (E) todas as afirmativas acima são verdadeiras.
Didatismo e Conhecimento 87
matemática e raciocínio lógico
03. (CESGRANRIO - 2010 - Petrobrás) Parte superior do for- 06. (CESPE - SECONT-ES - Auditor do Estado) Se a proposi-
mulário Considere as premissas: ção simbolizada por A ∧ B → C for um argumento válido, então a
Premissa 1: as premissas 2 e 3 são verdadeiras. proposição A ∧ B ∧ (C) será falsa.
Premissa 2: das premissas 3 e 4, uma delas é verdadeira e a ( ) Certo ( ) Errado
outra, falsa.
Premissa 3: as premissas 1 e 4 são ambas verdadeiras ou am- 07. (CESPE - TRE-MA – Técnico Judiciário) Com base nas
bas falsas. regras da lógica sentencial, assinale a opção que corresponde à ne-
Premissa 4: as premissas 1 e 3 são ambas falsas. gação da proposição “Mário é contador e Norberto é estatístico”.
(A) Se Mário não é contador, então Norberto não é estatístico.
Sabendo-se que cada premissa acima é exclusivamente verda- (B) Mário não é contador e Norberto não é estatístico.
deira ou exclusivamente falsa, são verdadeiras APENAS as pre- (C) Se Mário não é contador, então Norberto é estatístico.
missas: (D) Se Mário é contador, então Norberto não é estatístico.
(A) 1 e 2. (E) Se Mário é contador, então Norberto é estatístico.
(B) 1 e 3.
(C) 2 e 3. 08. (FCC - TCE-GO - Técnico de Controle Externo) São
(D) 2 e 4. dadas as afirmações:
(E) 3 e 4. - Toda cobra é um réptil.
- Existem répteis venenosos.
04. (CESPE - TRE-MG – Técnico Judiciário) Considere as
sentenças apresentada a seguir. Se as duas afirmações são verdadeiras, então, com certeza,
G - O preço do combustível automotivo é alto. também é verdade que
M - Os motores dos veículos são econômicos. (A) Se existe uma cobra venenosa, então ela é um réptil.
I - Há inflação geral de preços. (B) toda cobra é venenosa.
C - O preço da cesta básica é estável. (C) algum réptil venenoso é uma cobra.
(D) qualquer réptil é uma cobra.
Admitindo que os valores lógicos das proposições compostas
(E) Se existe um réptil venenoso, então ele é uma cobra.
(M ∨ G) → (C ∧ I), I → (C ∧ G), G → M e C ∨ M são verda-
deiros, assinale a opção correta, considerando que, nessas propo-
09. (FCC - TCE-GO - Técnico de Controle Externo) No pró-
sições, os símbolos ∨ e ∧ representam os conectivos “ou” e “e”,
ximo domingo, Dona Marieta completará 100 anos de idade e sua
respectivamente, e o símbolo ¬ denota o modificador negação.
bisneta Julieta resolveu presenteá-la construindo a árvore genea-
(A) os motores dos veículos são econômicos e não há inflação
lógica de seus descendentes. Para tal, Julieta usou as seguintes
geral de preços.
informações:
(B) o preço da cesta básica não é estável e há inflação geral
- Dona Marieta teve 10 filhos, três dos quais não lhe deram
de preços.
netos e cada um dos demais lhe deu 3 netos;
(C) o preço do combustível automotivo é alto e os motores dos
- Apenas quatro dos netos de Dona Marieta não tiveram filhos,
veículos não são econômicos.
(D) os motores dos veículos são econômicos e o preço da ces- enquanto que cada um dos demais lhe deu 5 bisnetos;
ta básica não é estável. - Dos bisnetos de Dona Marieta, apenas nove não tiveram fi-
(E) o preço da cesta básica é estável e o preço do combustível lhos e cada um dos outros teve 2 filhos;
automotivo é alto. - Os tataranetos de Dona Marieta ainda não têm filhos.
05. (FCC - TRE-PI - Técnico Judiciário) Todos os advogados Nessas condições, é correto afirmar que o total de descenden-
que trabalham numa cidade formaram- se na universidade X. Sabe- tes de Dona Marieta é:
-se ainda que alguns funcionários da prefeitura dessa cidade são (A) 277
advogados. A partir dessas informações, é correto concluir que, (B) 272
necessariamente, (C) 268
(A) existem funcionários da prefeitura dessa cidade formados (D) 264
na universidade X. (E) 226
(B) todos os funcionários da prefeitura dessa cidade formados
na universidade X são advogados. 10. (CESGRANRIO - 2010 - Petrobrás) x ↔ y possui a mesma
(C) todos os advogados formados na universidade X traba- tabela verdade que:
lham nessa cidade. (A) x → y
(D) dentre todos os habitantes dessa cidade, somente os advo- (B) x → y
gados formaram-se na universidade X. (C) (x → y) ∨ y
(E) existem funcionários da prefeitura dessa cidade que não se (D) (x → y) ∧ (y → x)
formaram na universidade X. (E) (x → y) ∨ (y → x)
Didatismo e Conhecimento 88
matemática e raciocínio lógico
Respostas
Didatismo e Conhecimento 89
matemática e raciocínio lógico
Como tem o “~” na frente, Se C então I tem que ser falsa. E - uma disjunção - Não P ou Não Q.
para ser falsa I deve ser falso e C deve ser verdadeira. Desta forma
descobre-se o valor real de cada proposição. Mário é contador e Norberto é estatístico.
P e Q = P e não Q, portanto:
05. Resposta “A”. Se Mário é contador, então Norberto não é estatístico.
Didatismo e Conhecimento 90
matemática e raciocínio lógico
3 - o conjunto dos venenosos estar totalmente dentro do con- Ponto Amostral: Corresponde a qualquer um dos resultados
junto dos répteis, e parcialmente, também, dentro do conjunto das possíveis.
cobras. Espaço Amostral: Corresponde ao conjunto dos resultados
4 - o conjunto dos venenosos estar totalmente dentro do con- possíveis; será representado por S e o número de elementos do
junto dos répteis e totalmente dentro do conjunto das cobras. espaço amostra por n(S).
Evento: Corresponde a qualquer subconjunto do espaço
Logo, a única coisa que conseguimos garantir dentre as al- amostral; será representado por A e o número de elementos do
ternativas é que “todas as cobras são répteis”, elas podem ser ou evento por n(A).
não venenosas e os venenosos podem ou não ser répteis e podem
ou não ser cobras. Os conjuntos S e Ø também são subconjuntos de S, portanto
são eventos.
09. Resposta “C”. Ø = evento impossível.
S = evento certo.
Dona Marieta teve 10 filhos = 7 férteis e 3 inférteis.
Sete férteis tiveram 21 filhos = 17 férteis e 4 inférteis. Conceito de Probabilidade
Dezessete férteis tiveram 85 filhos = 76 férteis e 9 inférteis.
Setenta e seis férteis tiveram 152 filhos = 152 férteis. As probabilidades têm a função de mostrar a chance de ocor-
Descendentes = férteis + inférteis = 252 + 16 = 268 descen- rência de um evento. A probabilidade de ocorrer um determinado
dentes. evento A, que é simbolizada por P(A), de um espaço amostral S ≠
Ø, é dada pelo quociente entre o número de elementos A e o núme-
Seguindo os passos: ro de elemento S. Representando:
- Dona Marieta teve 10 filhos, três dos quais não lhe deram !(!)
netos e cada um dos demais lhe deu 3 netos; dos 10 filhos de Dona ! ! = !
!(!)
Marieta 3 não lhe deram netos, enquanto que 7 lhe deram 3 netos
“cada”, então fazemos o seguinte cálculo: 7. 3 = 21 netos. Exemplo: Ao lançar um dado de seis lados, numerados de 1 a
- Apenas quatro dos netos de Dona Marieta não tiveram filhos, 6, e observar o lado virado para cima, temos:
enquanto que cada um dos demais lhe deram 5 bisnetos; Sabemos - um espaço amostral, que seria o conjunto S {1, 2, 3, 4, 5, 6}.
que Dona Marieta teve 21 netos, mas, desses 21, quatro não tive- - um evento número par, que seria o conjunto A1 = {2, 4, 6}
ram filhos, enquanto que os outros 17 lhe deram 5 bisnetos cada: C S.
17. 5 = 85 bisnetos. - o número de elementos do evento número par é n(A1) = 3.
- Dos bisnetos de Dona Marieta, apenas nove não tiveram fi- - a probabilidade do evento número par é 1/2, pois
lhos e cada um dos outros tiveram 2 filhos; Dona Marieta teve 85
bisnetos, e desses 85 nove não tiveram filhos, o que implica que 76 !(!! ) ! !
! ! = =!=!
tiveram 2 filhos “cada”: 76 . 2 = 152 tataranetos. !(!)
- Os tataranetos de Dona Marieta ainda não têm filhos. Como !
os tataranetos não tiveram filhos, então somamos os filhos, netos, Propriedades de um Espaço Amostral Finito e Não Vazio
bisnetos e tataranetos: 10 + 21 + 85 + 152 = 268.
- Em um evento impossível a probabilidade é igual a zero. Em
10. Resposta “D”. um evento certo S a probabilidade é igual a 1. Simbolicamente:
P(Ø) = 0 e P(S) = 1.
Segundo Sérates (1997), a conjunção da sentença x → y com - Se A for um evento qualquer de S, neste caso: 0 ≤ P(A) ≤ 1.
a sentença y → x resulta na sentença x y. Assim, (x → y) ∧ (y → - Se A for o complemento de A em S, neste caso: P(A) = 1 -
x) equivale a x y. P(A).
x se e somente se y: somente admite resposta verdadeira quan-
do ambas possuem o mesmo sinal. Tabela verdade: tabela verdade Demonstração das Propriedades
de x-y e y-x:
Considerando S como um espaço finito e não vazio, temos:
x se e somente se y é equivalente a y, se x e x, se y.
Probabilidade
Ponto Amostral, Espaço Amostral e Evento
Didatismo e Conhecimento 91
matemática e raciocínio lógico
Portanto: P(A1) + P(A2) + P(A3) + ... + P(An) = 1
Probabilidade Condicionada
Eventos Independentes
Intersecção de Eventos
P(A1 A2 A3 … An) = P(A1) + P(A2) + P(A3) + ... + P(An) P(A ∩ B) = P(A) . P(B/A)
P(A ∩ B) = P(B) . P(A/B)
Eventos Exaustivos
Considerando A e B como eventos independentes, logo P(B/A)
Quando os eventos A1, A2, A3, …, An de S forem, de dois em = P(B), P(A/B) = P(A), sendo assim: P(A ∩ B) = P(A) . P(B). Para
dois, mutuamente exclusivos, estes serão denominados exaustivos saber se os eventos A e B são independentes, podemos utilizar a
se A1 A2 A3 … An = S definição ou calcular a probabilidade de A ∩ B. Veja a represen-
tação:
Didatismo e Conhecimento 92
matemática e raciocínio lógico
Problema: Realizando-se a experiência descrita exatamente n 05. Uma urna contém 500 bolas, numeradas de 1 a 500. Uma
vezes, qual é a probabilidade de ocorrer o evento A só k vezes? bola dessa urna é escolhida ao acaso. A probabilidade de que seja
escolhida uma bola com um número de três algarismos ou múltiplo
Resolução: de 10 é
- Se num total de n experiências, ocorrer somente k vezes o (A) 10%
evento A, nesse caso será necessário ocorrer exatamente n – k ve- (B) 12%
zes o evento A. (C) 64%
- Se a probabilidade de ocorrer o evento A é p e do evento A é (D) 82%
1 – p, nesse caso a probabilidade de ocorrer k vezes o evento A e (E) 86%
n – k vezes o evento A, ordenadamente, é:
06. Uma urna contém 4 bolas amarelas, 2 brancas e 3 bolas
vermelhas. Retirando-se uma bola ao acaso, qual a probabilidade
de ela ser amarela ou branca?
- As k vezes em que ocorre o evento A são quaisquer entre as 07. Duas pessoas A e B atiram num alvo com probabilidade
n vezes possíveis. O número de maneiras de escolher k vezes o 40% e 30%, respectivamente, de acertar. Nestas condições, a pro-
evento A é, portanto Cn,k. babilidade de apenas uma delas acertar o alvo é:
- Sendo assim, há Cn,k eventos distintos, mas que possuem a (A) 42%
mesma probabilidade pk . (1 – p)n-k, e portanto a probabilidade de- (B) 45%
sejada é: Cn,k . pk . (1 – p)n-k (C) 46%
(D) 48%
QUESTÕES (E) 50%
01. A probabilidade de uma bola branca aparecer ao se reti- 08. Num espaço amostral, dois eventos independentes A e B
rar uma única bola de uma urna que contém, exatamente, 4 bolas são tais que P(A U B) = 0,8 e P(A) = 0,3. Podemos concluir que o
brancas, 3 vermelhas e 5 azuis é: valor de P(B) é:
(A) 0,5
(B) 5/7
(C) 0,6
(D) 7/15
02. As 23 ex-alunas de uma turma que completou o Ensino (E) 0,7
Médio há 10 anos se encontraram em uma reunião comemorati-
va. Várias delas haviam se casado e tido filhos. A distribuição das 09. Uma urna contém 6 bolas: duas brancas e quatro pretas.
mulheres, de acordo com a quantidade de filhos, é mostrada no Retiram-se quatro bolas, sempre com reposição de cada bola antes
gráfico abaixo. Um prêmio foi sorteado entre todos os filhos dessas de retirar a seguinte. A probabilidade de só a primeira e a terceira
ex-alunas. A probabilidade de que a criança premiada tenha sido serem brancas é:
um(a) filho(a) único(a) é
Respostas
01.
03. Retirando uma carta de um baralho comum de 52 cartas,
qual a probabilidade de se obter um rei ou uma dama? 02.
A partir da distribuição apresentada no gráfico:
04. Jogam-se dois dados “honestos” de seis faces, numeradas 08 mulheres sem filhos.
de 1 a 6, e lê-se o número de cada uma das duas faces voltadas para 07 mulheres com 1 filho.
cima. Calcular a probabilidade de serem obtidos dois números ím- 06 mulheres com 2 filhos.
pares ou dois números iguais? 02 mulheres com 3 filhos.
Didatismo e Conhecimento 93
matemática e raciocínio lógico
Comoas 23 mulheres têm um total de 25 filhos, a probabilida- P (A B) = P (A) + P (B)
de de que a criança premiada tenha sido um(a) filho(a) único(a) é P (A B) = 40% . 70% + 60% . 30%
igual a P = 7/25. P (A B) = 0,40 . 0,70 + 0,60 . 0,30
4 4 8 2 P (A B) = 0,28 + 0,18
03. P(dama ou rei) = P(dama) + P(rei) = + = = ! P (A B) = 0,46
52 52 52 13
P (A B) = 46%
04. No lançamento de dois dados de 6 faces, numeradas de 1 a
6, são 36 casos possíveis. Considerando os eventos A (dois núme- 08.
ros ímpares) e B (dois números iguais), a probabilidade pedida é: Sendo A e B eventos independentes, P(AB) = P(A) . P(B) e
como P(AB) = P(A) + P(B) – P(AB). Temos:
9 6 3 12 1
! !∪! =! ! +! ! −! !∩! = + − = = P(AB) = P(A) + P(B) – P(A) . P(B)
36 36 36 36 3 0,8 = 0,3 + P(B) – 0,3 . P(B)
0,7 . (PB) = 0,5
05. Sendo Ω, o conjunto espaço amostral, temos n(Ω) = 500 P(B) = 5/7.
A: o número sorteado é formado por 3 algarismos; 09. Representando por a probabilidade pedida, temos:
A = {100, 101, 102, ..., 499, 500}, n(A) = 401 e p(A) = 401/500
06.
Sejam A1, A2, A3, A4 as bolas amarelas, B1, B2 as brancas e V1,
V2, V3 as vermelhas.
Temos S = {A1, A2, A3, A4, V1, V2, V3 B1, B2} → n(S) = 9 ANOTAÇÕES
A: retirada de bola amarela = {A1, A2, A3, A4}, n(A) = 4
B: retirada de bola branca = {B1, B2}, n(B) = 2
—————————————————————————
—————————————————————————
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Como AB = , A e B são eventos mutuamente exclusivos;
Logo: P(AB) = P(A) + P(B) =) = !! + !! = !! → ! ! ∪ ! = !! ≅ 67,0% —————————————————————————
!
07. —————————————————————————
Se apenas um deve acertar o alvo, então podem ocorrer os
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seguintes eventos:
(A) “A” acerta e “B” erra; ou —————————————————————————
(B) “A” erra e “B” acerta.
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Assim, temos:
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