ORTOGRAFIA (Apostila Radier)
ORTOGRAFIA (Apostila Radier)
ORTOGRAFIA (Apostila Radier)
ORTOGRAFIA
As palavras derivadas mantêm a grafia das formas primitivas => deslizamento (deslize)
=> nojento (nojo)
=> atrasado (atrás)
S—Z
Com segmento inicial A => azar/azia
Com segmento inicial E => exame/exílio
Com segmento inicial I => isolado/ isento
Com segmento inicial O => Osório/Osíris [EXCEÇÃO — ozônio]
Com segmento inicial U => usar/usina
Segmento final AZ => capaz/voraz
Segmento final EZ/EZA => altivez/sutileza [EXCEÇÃO — empresa/defesa/presa/despesa/represa/
surpresa]
Segmento final IZ => matriz/cicatriz [EXCEÇÃO — anis/gris]
Segmento final OZ => veloz/atroz
Segmento final UZ => capuz/cuscuz [EXCEÇÃO — jus/pus]
Segmento final ASA => casa/brasa
Segmento final ASE => frase/crase [EXCEÇÃO — gaze]
Segmento final ASO => caso/vaso [EXCEÇÃO — prazo]
Segmento final ESIA => maresia/burguesia
Segmento final ÊS => camponês/marquês
Segmento final ESA => milanesa/marquesa
Segmento final ESE => tese/catequese
Segmento final ESI => frenesi
Segmento final ESO => ileso/obeso
Segmento final ISA => poetisa/sacerdotisa [EXCEÇÃO — baliza/coriza/ojeriza]
Segmento final ISE => valise/análise [EXCEÇÃO — deslize]
Segmento final ISO => aviso/riso [EXCEÇÃO — guizo/granizo]
Segmento final OSO/OSA => gostoso/habilidosa [EXCEÇÃO — gozo]
Segmento final OSE => verminose/sacarose [EXCEÇÃO — doze {numeral}]
Segmento final USO/USA => parafuso/confusa [EXCEÇÃO — cafuzo]
Depois de ditongo => clausura/maisena
No final de sílaba átona => cútis/ourives
Segmento final IZAR => utilizar/exorcizar
Segmento final ISAR => avisar/analisar
Segmento final ZER/ZIR => fazer/conduzir [EXCEÇÃO — coser/transir]
Verbos PÔR/QUERER => puser/quiser
X — CH
LA — LI — LU — GRA — BRU
=> laxante/lixo/luxo/graxa/bruxa
Depois de ditongo
=> caixa/ameixa [EXCEÇÃO — caucho/recauchutar]
Origem tupi-guarani
=> caxambu/xingu
C—Ç
Nos sufixos
=> barcaça/armação/bonança/repartição/caniço/carniça/dentuço
Depois de ditongo
=> foice/beiço
Origem tupi-guarani
=> araçá/açaí
Origem africana
=> açude/paçoca
S — SS
Verbos terminados em ENDER => pretensão/ascensão
Verbos terminados em ERGIR => imersão/conversão
Verbos terminados em PELIR => impulso/repulsa
Verbos terminados em CORRER => discurso/recurso
Verbos terminados em CEDER => intercessão/concessão
Verbos terminados em GREDIR => progresso/agressão
Verbos terminados em PRIMIR => expressão/repressão
Verbos terminados em TIR => discussão/permissão
ACENTUAÇÃO
REGRAS GERAIS
Monossílabos tônicos — a(s)/e(s)/o(s) => cá/ ré/ pó
Proparoxítonas — todas são acentuadas => lâmpada/elétrico
Oxítonas — a(s)/e(s)/o(s) => atrás/café/avô
— em, ens => armazém/armazéns
Paroxítonas — I(s)/ US => júri/júris/bônus
R => açúcar/repórter
3
X => látex/ônix
N => hífen/éden
L => difícil/possível
Ã(o) [s] => ímã/órfão/órfãs
UM/ UNS => álbum/álbuns
PS => bíceps/tríceps
OM/ NOS => iândom/prótons
Outros casos de paroxítonas — Terminadas em ditongo decrescente => possíveis/móveis
— Terminadas em ditongo crescente => colégio/pátria
* Há gramáticas que as consideram proparoxítonas.
REGRAS ESPECIAIS
— Ditongos de pronúncia aberta ÉU/ ÉI/ ÓI => idéia/herói/heróico/troféu
— Circunflexo no primeiro “o” de palavras terminadas em oo => vôo/enjôo
— Coloca-se acento em I / U se:
Ocorrerem sozinhos na sílaba ou com "s" => caíste
Vierem precedidas de vogal com ou sem "s" => heroína
Não forem seguidas de "nh" => miúdo
Obs.: com "nh" não há acento => bainha, rainha
GUE/GUI/QUE/QUI — acento agudo . ú tônico => argúem
GUE/GUI/ QUE/QUI — trema . ü átono => cinqüenta
Observações:
TER/ VIR — acento circunflexo na 3ª pessoa do plural no presente do indicativo => Eles têm curso de
informática.
Derivados:
* acento agudo na 3ª pessoa do singular => Ele obtém sucesso sempre.
* acento circunflexo na 3ª pessoa do plural => Eles obtêm sucesso sempre.
Notações Léxicas
Acento gráfico — agudo ( ´ ), circunflexo ( ^ ) e grave ( ` )
Til ( ~ ) — indica nasalidade e pode servir para indicar sílaba tônica.
Trema ( ¨ ) — usado sobre o “u” dos grupos gue/gui/que/qui
Apóstrofo ( ‘ ) — supressão de sons.
Cedilha (ç) — indica o som “ss” em ça/ço/çu
Hífen ( - ) — liga elementos de palavras compostas, pronomes átonos e separa sílabas.
MORFOSSINTAXE
CLASSES DE PALAVRAS
São dez as classes de palavras:
Artigo = determina o substantivo.
Substantivo = nomeia pessoas, coisas, animais, lugares, etc.
Adjetivo = caracteriza o substantivo.
Pronome = substitui ou acompanha o substantivo.
Numeral = designa ordem ou quantifica alguma coisa.
Verbo = indica processo (fato) — estado, ação ou fenômeno da natureza e situa isso no tempo.
Advérbio = modifica o verbo, o adjetivo e o próprio advérbio.
Preposição = relaciona palavras.
Conjunção = liga orações e pode relacionar palavras.
Interjeição = expressa sentimentos.
OS NÚCLEOS
Substantivo
Pode ser núcleo do: sujeito, objeto direto, objeto indireto, predicativo do sujeito, predicativo do objeto,
complemento nominal, adjunto adnominal, adjunto adverbial, agente da passiva, aposto e vocativo
4
Verbo
Só poderá ser núcleo do predicado.
OS NÃO-NÚCLEOS
Artigo
Só poderá ser adjunto adnominal.
Advérbio
Só poderá ser adjunto adverbial
Adjetivo
Poderá ser: adjunto adnominal, predicativo do sujeito e predicativo do objeto
Pronome
Pronome adjetivo
Poderá ser: adjunto adnominal
Pronome substantivo
Poderá exercer as mesmas funções do substantivo
PERÍODO SIMPLES
TERMOS ESSENCIAIS
Sujeito é o ser do qual se diz algo
Classificação do sujeito
Simples: quando há apenas um núcleo. (A rosa tem espinhos.)
Composto: quando há dois ou mais núcleos. (O burro e o cavalo nadavam ao lado da canoa.)
Indeterminado: quando não se indica o agente da ação verbal. (Atropelaram uma senhora.)
Oração sem sujeito: quando se refere ao processo verbal em si mesmo. (Choveu durante o jogo.)
Predicado é o que se diz do sujeito, quando este existe ou algo que se diz sem qualquer referência
ao sujeito, quando este não existe.
Classificação do predicado
TERMOS INTEGRANTES
Complementos verbais
Objeto direto => quanto ao significado revela o alvo da ação ou o elemento pelo qual se desenvolve o
processo dinâmico; quanto ao aspecto sintático, é complemento verbal não regido de preposição, ligando-se
diretamente a verbos transitivos diretos e a verbos transitivos diretos e indiretos.
Objeto indireto => quanto ao significado, indica o alvo ou o destino da ação, ou ainda o elemento pelo qual se
desenvolve o processo dinâmico; quanto ao aspecto sintático, é complemento verbal regido de preposição
obrigatória, ligando-se indiretamente a verbos transitivos indiretos ou a verbos transitivos diretos e indiretos.
Complemento nominal
Quanto ao significado, completa o sentido de substantivos, adjetivos e advérbios, indicando o alvo do
processo expresso por essas palavras; quanto ao aspecto sintático, é função sintática regida de preposição,
servindo de complemento a nomes. Você é responsável pelos seus atos.
Agente da passiva
É o complemento de um verbo na voz passiva. Representa o ser que pratica a ação expressa pelo verbo
passivo. Vem regido normalmente da preposição por [de sua contração por + o (a) = pelo (a)] e menos
freqüentemente da preposição de. A brincadeira foi feita por nós.
TRANSITIVIDADE
O verbo quanto à sua transitividade pode ser:
Transitivo direto: pede um objeto direto. (A família comprou uma casa.)
Transitivo indireto: pede um objeto indireto. (Os jovens gostam de aventuras.)
Transitivo direto e indireto: pede um objeto direto + um objeto indireto. (O pintor ofereceu um quadro ao
amigo.)
Intransitivo: não pede complemento, mas pode vir acompanhado de um adjunto adverbial ou de um
predicativo. (Ela mora em Vila Velha./ Os pessegueiro floresceram.)
De ligação: apenas liga o sujeito ao seu predicativo. (Ela é linda./ Ele permaneceu triste.)
Verbos de ligação: ser, estar, permanecer, ficar, continuar...
TERMOS ACESSÓRIOS
Desempenham, na oração, uma função secundária, qual seja a de caracterizar um ser, determinar os
substantivos ou exprimir alguma circunstância.
Adjunto adnominal — caracteriza ou determina substantivos. A linda menina corria pela praia.
Aposto — explica, esclarece, desenvolve ou resume outro termo da oração. João, irmão de Neto, foi passear.
VOCATIVO — Do latim vocare = chamar — Usado para chamar alguém, portanto refere-se sempre à 2ª pessoa
do discurso. É um termo à parte. Não pertence à estrutura da oração. A ordem, meus amigos, é a base do
governo.
PERÍODO COMPOSTO
Exemplos:
Noticiou-se por aí que é duvidosa a vinda “Senhor, é bom que estejamos aqui”.
deles. (Mateus 17,4)
É arriscado que eles venham por este Ficou combinado que elas viriam para
caminho. os jogos olímpicos.
Importa que eles não conversem em sala. Foi noticiado pelo rádio que um
incêncio destruiu o edifício.
Cumpre que cheguem à hora certa. Informou-se oficialmente que o
Governador chagará amanhã.
2. ADJETIVAS: (têm valor de adjetivo) - que são introduzidas por pronomes relativos e se
subdividem em:
a)- RESTRITIVAS: Restringem a significação do substantivo ou do pronome antecedente.
Indispensável ao sentido da
frase. Não se separa por vírgula da oração principal.
Ex: O grande obstáculo que o grupo enfrenta é a travessia do Liso do
Sussuarão.
b)- EXPLICATIVAS: Acrescentam uma qualidade acessória ao antecedente. Vêm entre vírgulas
e, se retiradas do
período, não fazem falta ao sentido.
Ex: Grande sertão: veredas, que foi publicado em 1956, causou muito
impacto.
As ORAÇÕES ADJETIVAS são introduzidas pelos PRONOMES RELATIVOS : QUE,
quem (=aquele que), o qual, a qual, os quais, as quais, cujo (= do qual), cuja, cujos, cujas, ONDE
(= no qual + variações), quanto, quantos, quanta, quantas, etc. Ex: “Minha terra tem palmeiras
ONDE canta o sabiá”. (G.Dias)
O menino cujo pai eu vi é meu aluno.
“QUEM for brasileiro siga-me!” = Aquele que for brasileiro siga me!
Que você sinta a minha amizade em tudo quanto lhe ofereci.
8
3. ADVERBIAIS: que funcionam como adjunto adverbial de outra oração e vêm, normalmente,
introduzidas por conjunções subordinativas, exceto as integrantes (que introduzem as orações
substantivas).
CLASSIFICAÇÃO DA ORAÇÃO ADVERBIAL
De acordo com a conjunção subordinativa ou locução conjuntiva que a inicie, a oração
subordinada adverbial assim se classifica: Temporal - Causal - Final - Comparativa - Consecutiva -
Concessiva - Conformativa - Condicional - Proporcional, conforme seja introduzida
respectivamente por uma das CONJUNÇÕES SUBORDINATIVAS.
1. TEMPORAIS = quando, enquanto, logo que, desde que, apenas, até que, antes que, depois
que, senão quando,
sempre que, assim que, todas as vezes que, cada vez que, etc.
Ex: Quando leio alguns poemas de João Cabral, formam-se várias figuras
geométricas em minha mente.
2. 2. CAUSAIS = porque, pois, porquanto, como (=porque), pois que, por isso que, já que, uma
vez que, visto que, visto
como etc. Ex: Como aqui a morte é tanta, vivo de a morte ajudar.
3. FINAIS = para que, a fim de que, que, porque (= para que) etc. Ex: Tudo farei para que tu
voltes.
4. COMPARATIVAS = que, do que ( depois de: mais, menos, maior, menor, melhor, pior), qual
(depois de tal), quanto
(depois de tanto), como, assim como, bem como, etc. Ex: Ela agia como
um idiota.
5. CONSECUTIVAS = que (combinada com uma das palavras: tal, tanto, tão, tamanho, presentes
ou latentes na oração
anterior) de forma que, de maneira que, de modo que, de sorte que (às
vezes separadamente) etc.
Ex: Leu tanto as poesias de João Cabral que passou a escrever como ele.
6. CONCESSIVAS = embora, conquanto, ainda que, mesmo que, posto que, bem que, se bem
que, por menos que,
apesar de que, etc. Ex: Ainda que ela se esforce, não vai ter sucesso.
7. CONFORMATIVAS = conforme, segundo, consoante, como (= conforme), da mesma maneira
que, de modo que,
assim como, bem como, como que, etc.
Ex: Conforme você já estudou, o lirismo decorre da preocupação do poeta
com o próprio “eu”.
8.CONDICIONAIS: = se, salvo se, exceto se, caso, contanto que, sem que, a não ser que, dado
caso que, a menos
que, etc. Ex: “... se o compadre soubesse rezar... trabalhávamos meias”.
9. PROPORCIONAIS = à medida que, à proporção que, ao passo que, quanto mais ... mais,
quanto menos ... menos,
quanto mais ... tanto mais, quanto menos ... tanto mais, etc.
Ex: À medida que crescia, ficava mais alienado de tudo.
Outros Exemplos:
1. “Antes que a Terra fosse feita, eu já existia”.
2. “É o que te digo: vou e vou, porque devo, porque quero, porque é do meus direito.
“ (L.Barreto)
3. “... era uma manobra para chamar a atenção das tropas, a fim de que os jagunços
saíssem...” (A.Arinos)
4. “As idéias amortecem como a brasa do cigarro.” (G. Ramos)
5. “O caminho é tão comprido que não tem fim. “ (J. de lima)
6. “Por mais que se busque o segredo dessa perfeição, ele ficará impenetrável”.
7. “Conforme declarei, Madalena possuía excelente coração.” (G. Ramos)
9
8. “Que emprego preferes? - O que quiser, meu tio, contanto que eu trabalhe.” (M. de
Assis)
9. “Vão os hóspedes saindo do banquete, à proporção que outros chegam e ocupam
o seu lugar”.(M. de A.)
AS ORAÇÕES SUBORDINADAS REDUZIDAS
Dá-se o nome de ORAÇÕES SUBORDINADAS REDUZIDAS às que não se iniciam por
pronomes relativos nem por conjunção subordinativa e que têm VERBO numa das FORMAS
NOMINAIS: INFINITIVO, PARTICÍPIO, GERÚNDIO.
Em geral, podem ser desenvolvidas em orações subordinadas, raramente em
coordenadas, com o conectivo claro e o verbo no modo finito.
Classificam-se como as correspondentes desenvolvidas, acrescentando-se: reduzida de
infinitivo, gerúndio ou particípio, conforme a forma nominal em que se encontre o verbo, como
neste exemplo:
“Conhecendo o professor os alunos, não os teria castigado.”
Oração principal: Não os teria castigado.
Oração subordinada Adverbial condicional reduzida de gerúndio: Conhecendo o professor
os alunos (Se o professor conhecesse os alunos).
PONTUAÇÃO
Vírgula
Separa adjunto adverbial longo e deslocado => Antes do início do mês, começam as obras.
Separa aposto explicativo => Salvador, minha cidade natal, tem muitas igrejas.
Separa vocativo => Não diga isso, Mariana.
Separa expressões explicativas e corretivas => Falei, quer dizer, explodi!
=> São, aliás, somos felizes.
Separa nome de lugar antes da data => Brasília, 17 de janeiro de 1998.
Entre elementos enumerados => Estão aí Júlio, Carlos, Maria e Sílvia.
Indica verbo oculto => O pai trabalha na capital; a mãe, no interior.
Antes de subordinada substantiva apositiva => Teve um pressentimento, que morreria jovem.
Antes de subordinada adjetiva explicativa => Esta é a minha casa, que recebe tanta gente.
Separa subordinada adverbial deslocada => Se perder o emprego, vou para outra cidade.
Entre coordenadas assindéticas => Entrou no carro, ligou o rádio, ficou à espera.
Separa conjunção coordenativa deslocada => Não se defende; quer a própria condenação, portanto.
Antes de conjunção coordenativa => Decida logo, pois seu concorrente age rápido.
Antes de e e nem só em oração com sujeito diferente do da anterior => A vida continua, e você não muda.
Antes de mas também, como também (em correlação com não só) => Não só reclama, mas também torce
contra nós.
Ponto-e-vírgula
Para fazer uma pausa maior que a da vírgula e menor que a do ponto
=> A sala está cheia de móveis; o quarto cheira a mofo.
Separa coordenadas adversativas e conclusivas com conjunção deslocada
=> Não estuda; não quer, pois, a aprovação.
Separa orações que já têm vírgula no seu interior
=> Ivo, sozinho, lutava; Ana, sem forças, rezava.
Separa coordenadas que formam um paralelismo ou um contraste
=> Muitos entendem pouco; poucos entendem muito.
Aparece no final dos itens de uma enumeração
=> Há duas hipóteses para seu gesto: não conseguiu o emprego; a saúde da filha piorou.
Dois-pontos
Antes de aposto (explicativo ou enumerativo) de oração apositiva
=> Tem um sonho: viajar.
=> Leu três itens: “a”, “c”, e “i”.
Antes de citações
=> Ana gritava: “Eu faço tudo!”
Antes de explicação ou esclarecimento
=> Sombra e água fresca: as férias começaram.
=> Festa no prédio: síndico se mudou.
Depois da invocação nas correspondências
=> Cara amiga:
Depois de exemplo, nota, observação
=> Nota: aos domingos o preço será maior.
Depois de a saber, tais como, por exemplo
=> Combate doenças, tais como: dengue, tifo e malária.
Aspas
No início e no final das transcrições
=> O preso se defendia: “Não fui eu”.
Só aparecem após a pontuação final se abrangem o período inteiro
=> "Fica, amor.", quantas vezes eu te disse isso.
Destacam palavras ou expressões nos enunciados de regras
=> A preposição “de” não cabe aqui.
Indicam estrangeirismos, gírias, arcaísmos, formas populares
=> Ortografia é o seu maior “probrema”.
=> Você foi muito “legal” com a gente.
Destacam palavras empregadas em sentido irônico
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=> Foi “gentilíssimo”: gritou comigo e bateu a porta.
Destacam títulos de obras
=> “Quincas Borba” é o meu livro preferido.
Reticências
Indicam interrupção ou suspensão por hesitação, surpresa, emoção
=> Você...Aqui...Para sempre...Não acredito!
Para realçar uma palavra ou expressão seguinte
=> Abriu a caixa de correspondência e ... nada.
Indicam interrupção por ser óbvia a continuação da frase
=> Eu cumpro cada um dos meus deveres; já você...
Indicam supressão de palavras num texto transcrito
=> Ficar ou fugir, “...eis a questão”.
Podem vir entre parênteses, se o trecho suprimido é longo
=> “São onze jogadores: José, Mário (...) e Paulo.”
Parênteses
Separam a intercalação de uma explicação ou de um comentário
=> Ativistas (alguns armados) exigiam reformas.
Separam a indicação da fonte da transcrição
=> “Todo óbvio é ululante.”
Separam a sigla de Estado ou entidade após seu nome completo
=> Vitória (ES).
=> Programa de Integração Social (PIS).
Separam uma unidade (moeda, peso, medida) equivalente a outra
=> O animal pesava 10 arrobas (150kg).
Separam números e letras, numa relação de itens, e asterisco
=> (1), (2), (a), (b), (*).
Deslocado para linha seguinte, basta usar o segundo parêntese.
=> 1), 2), a), b).
Separa o latinismo sic (confirma algo exagerado ou improvável)
? Levava na mala US$ 20 milhões (sic).
O ponto sempre vem após o segundo parêntese, salvo se um período inteiro está entre parênteses
=> Todos voltaram contra (Alguns rasgaram a célula).
=> O perigo já passara. (A mão ainda tremia)
Travessão
É usado, duplamente, para destacar uma palavra ou expressão
=> A vida — quem sabe? — pode ser melhor.
Aparece, nos diálogos, antes da fala de um interlocutor, e depois dela, quando se segue uma identificação de
quem falou
=> — Agora? — indaguei.
=> — Imediatamente! — explodiu Júlio.
É usado duplamente quando um trecho extenso se intercala em outro
=> Vi Roma — quase me perdi pelas vielas — e Paris.
Ponto
Aparece no final da frase, quando se conclui todo o pensamento
=> Mudemos de assunto. O povo espera fortes medidas.
É usado nas abreviaturas
=> Gen., acad., ltda.
Estando a abreviatura no final da frase, não há outro ponto
=> Comprou ações da Multimport S.A.
Separa as casas decimais nos números, salvo os indicativos de ano
=> 127.814; 22.715.810.
=> Nasceu em 1976.
12
REGÊNCIA VERBAL
Trata as relações entre o verbo e seus complementos. O estudo de regência é muito complexo, pois há verbos
que apresentam regências diferentes conforme o sentido que têm e há outros que apresentam mais de uma
regência, com significados distintos.
Não se esqueça de que a preposição exigida pelo verbo deve ficar antes do pronome relativo.
São consideradas erradas construções em que se empregam complementos idênticos para verbos de
regência distinta.
ERRADO
Maria namora e gosta de João.
CORRETO
Maria namora João e gosta dele.
REGÊNCIA NOMINAL
Termo regente termo regido termo regente termo regido termo regente termo regido
(substantivo) (complemento (adjetivo) (complemento nominal) (adjetivo) (complemento nominal)
nominal)
Há nomes que admitem mais de uma preposição sem que o sentido seja alterado.
CRASE
Em palavras femininas em que o termo regente exija a preposição “a” e o termo regido admita artigo “ a”
=> Vou à festa hoje.
Locuções prepositivas
=> Ficou à espera do pai.
Locuções conjuntivas
=> Cresce à medida que estuda.
Locuções adjetivas
=> Houve um baile à fantasia.
OBSERVAÇÃO
Entre as locuções adverbiais de tempo estão incluídas as expressões que indicam horas
=> Chegou às duas horas.
A locução “à moda de” pode estar parcialmente subentendida na frase, mesmo assim continua exigindo
acento indicativo de crase
=> Usava sapatos à Luís XV.
CASOS ESPECIAIS
Casa
Sem especificativo — não admite acento indicativo de crase => Retornei a casa.
Com especificativo — admite acento indicativo de crase => Retornei à casa dos meus pais.
Terra
água/ mar — não admite acento indicativo de crase => Mandou o marinheiro a terra.
Terra
terra natal ou planeta — admite acento indicativo de crase => Mandou o marinheiro à terra onde
nasceu.
15
Antes de verbos
=> Estava decidido a fugir.
CONCORDÂNCIA
Concordância Verbal — O verbo altera-se para se ajustar em pessoa [1ª / 2ª / 3ª] e em número
[singular/plural] com seu sujeito
CONCORDÂNCIA VERBAL
— Não havendo nome no plural, o verbo fica no singular => A maior parte chegou agora.
Que
— concorda com o sujeito => Somos nós que fazemos isso.
Quem
— pode concordar com o antecedente ou ficar na 3ª pessoa do singular.
=> Sou eu quem faz isso.
=> Sou eu quem faço isso.
— Em título de obra, o verbo fica ou no singular ou no plural => Os Lusíadas é a maior obra da literatura
portuguesa ou Os Lusíadas são a maior obra da literatura portuguesa.
Pronome de tratamento
— sempre 3ª pessoa
=> Você é de onde?
=> Vossa Excelência chegou ontem?
Um e outro
ou Um e outro estudante pretendia morar lá.
ou Um e outro estudante pretendiam morar lá.
Verbos Impessoais
Haver = existir/acontecer
— 3ª pessoa do singular
=> Há muitas pessoas neste local.
Existir/acontecer
— concorda com o sujeito
=> Existem muitas pessoas neste local.
=> Acontecem muitos fatos estranhos nesta cidade.
Verbo Ser
— Pode concordar com o sujeito ou com o predicativo
Indicação de datas
ou no singular = subentendido dia antes do numeral
=> Hoje é 10.
ou no plural = subentendido dias após o numeral
=> Hoje são 10.
Concordância Siléptica de
— Gênero
=> Vossa santidade é caridoso.
— Número
=> A turma estava entusiasmada, queriam mais aulas.
— Pessoa
=> Os brasileiros somos entusiastas do futebol.
CONCORDÂNCIA NOMINAL
Adjetivo e Substantivo
OBSERVAÇÃO
— Quando o adjetivo tiver função de predicativo, tais concordâncias deixam de ser possíveis. Neste caso,
é obrigatória a concordância no plural.
=> O seu argumento e a sua razão eram justos.
OBSERVAÇÃO
Quando há adjetivo com função de predicativo, pode-se concordar com o primeiro ou com os dois
núcleos
=> Ficou irritada a platéia e o cantor.
=> Ficou irritado o cantor e a platéia.
=> Ficaram irritados a platéia e o cantor.
MAS
se o adjetivo anteposto referir-se a nomes próprios, o plural será obrigatório
=> As simpáticas Cintia e Valéria são irmãs.
Mesmo
— pronome concorda com a palavra a que se refere
=> Elas mesmas fizeram isso.
Anexo / Incluso
— concorda com a palavra a que se refere
=> As cartas vão anexas a este documento.
=> As faturas seguem inclusas neste documento.
Obrigado
— masculino > quando é o homem quem agradece
=> Obrigado, disse ele.
Bastante
20
— pronome concorda com a palavra a que se refere
=> Bastantes livros foram comprados no ano passado.
Meio
— numeral concorda com a palavra a que se refere
=> O caminhão transportava meia tonelada de frutas.
Quite
— concorda com a palavra a que se refere
=> Estamos quites, disse o patrão ao empregado.
Só
— = sozinho > varia > adjetivo
— = somente > não varia > advérbio
=> Eles estavam sós no quarto.
=> Elas estavam só no quarto.
“A sós” é invariável
Alerta
— é invariável
=> Os seguranças estavam alerta.
Menos
— é invariável
=> Há menos pessoas na aula hoje.
Próprio
— Concorda com a palavra a que se refere.
=> Elas próprias pediram isso.
OBSERVAÇÕES
— Um dos que
ou
=> Ele é um dos que mais trabalha neste país.
ou
=> Ele é um dos que mais trabalham neste país.
O primeiro passo para a compreensão dos textos é o reconhecimento de seu modo de organização discursiva e,
conseqüentemente, das características peculiares a cada um deles. Observemos, por exemplo, os três textos a seguir,
todos construídos a partir da sugestão do famoso quadro O quatro de Vicent em Arles, de Van Gogh.
O quarto estava localizado na parte Van Gohg viajou para Paris no fina O fato de viver longe de casa pode
velha de Paris. Não era grande nem de dezembro e no início de janeiro ter contribuído para uma maior
luxuoso, mas tinha tudo aquilo de que alugou o quarto onde iria mora por disposição artística do pintor. De
o artista necessitava naquele longo tempo. Logo que lhe foi fato, a história pessoal dos grandes
momento, de sua vida: uma cama- permitido ocupar o aposento, para lá artistas parece relacionar certa
beliche, duas cadeiras e uma mesa, transportou seus poucos pertences, dose de sofrimento à maior
sobre a qual ficava uma bacia e uma especialmente alguns quadros e capacidade de produção: assim foi
jarra d’água. Uma grande janela fotografias. Em seguida instalou o com Camões, Cervantes, Dante e
envidraçada iluminava fartamente o cavalete de pintura ao pé da janela, muitos outros. A alegria, ao
aposento, deixando sobre o assoalho por onde entrava a luminosidade contrário, parece estéril, não leva a
de tábua corrida um rastro de luz. Nas necessária e começou derivativos. Van Gohg certamente
paredes ao lado da cama havia dois imediatamente a pintar, certo do transportou a saudade e a solidão
quadros e alguma fotografias que sucesso que, no entanto, iria tardar para as telas que pintou em seu
lembravam ao pintor a sua origem. muito. quarto de Paris.
No quadro abaixo, você encontra as diferenças fundamentais entre esses três modelos, que serão estudados
pormenorizadamente a seguir:
Um texto, porém, só raramente apresenta-se em estado puro, ou seja, totalmente pertencente a um só modo de
organização discursiva; na maioria das vezes, sua classificação se faz pela predominância de seqüências de um tipo
sobre os demais.
APLICAÇÃO
1 - Classifique os modos de organização discursiva predominantes nos textos abaixo em descritivo (DE), narrativo (NA)
ou dissertativo (DI):
1. ( ) Uma vez, dois homens saíram na Semana Santa para caçar tatu. Quando eles estavem cavando o buraco, o tatu
saiu pra fora e falou pra eles:
— Isso tudo é vontade de comer carne? (Antonio Henrique Weitzel)
2. ( ) A aventura pode ser louca, mas o aventureiro tem que ser lúcido! (Chesterton)
3. ( ) De repente entrou aquele bruto crioulo. Tinha quase dois metros de altura, era forte como um touro, e caminhava
no mais autêntico estilo da malandragem carioca. Ladeado por duas mulheres imobilizadas por uma chave-de-braço
cada uma, caminhou calmamente até o centro da sala, enquanto as duas faziam o maiôs banzé, sem que ele tomasse o
menor conhecimento. A que estava presa na canhota era meio puxada para o sarará e chamava-o, com notável
regularidade, de “vagabundo”, “crioulo ordinário”, “homi safado” e outros adjetivos da mesma qualidade. A que estava
presa pelo lado direito tinha a chave-de-braço apertada pouquinha coisa (devia ser mais presepeira) e por isso, estava
meio tombada para frente. Dava as suas impressões sobre o crioulo com menos freqüência, mas, em compensação,
quando abria a boca, berrava mais alto que a sarará. Sua reivindicação era sempre a mesma: “Me larga, seu cachorro! “
De tipo, era mulata, gordinha. (Stanislaw Ponte Preta)
4. ( ) Um homem estava contando que tinha ido pescar no rio Paraibuna e matou uma traíra tão grande, que quase não
coube dentro do barco. Aí o outro falou:
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— Na minha fazenda trem um tacho tão grande que, quando alguém está mexendo o tacho, fala, do outro lado nem dá
pra escutar.
Aí o pescador perguntou:
— Mas pra que serve um tacho tão grande assim?
O homem respondeu:
— É pra fritar a traíra que você pescou! (Antonio Henrique Weitzel)
5. ( ) Só há dois minutos importantes no destino do homem: o minuto em que nasce e aquele em que morre. O resto
são horas perdidas da vida. (Mário da Silva Brito)
6. ( ) É necessário que se ensine às crianças o que seja moral; contudo, é dispensável que se lhes ensine o que seja
imoral. (Júlio Camargo)
2. Mostre duas ações no pretérito perfeito do indicativo que estejam em seqüência cronológica.
TEXTO 1
Este é o seu primeiro Pokémon. A mais desejada coleção do mundo vai chegar ao Brasil! Os primeiros Pokémons
“falam” inglês e já estão chegando às lojas, mas logo virão outros que “falam” a nossa língua. Aguarde novidades.
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TEXTO 2
Enquanto o Estado se contenta com os recursos que lhe fornecem os pobres, enquanto acha suficiente os subsídios que
lhe asseguram os que trabalham com suas próprias mãos, ele vive feliz, tranqüilo e honrado; os economistas e os
financistas se comprazem em reconhecer-lhe a probidade; mas logo que esse Estado infeliz, premido pela necessidade,
tenta pedir dinheiro aos que o têm, e tirar dos ricos uma fraca contribuição, faz-se-lhe sentir que está cometendo um
atentado odioso, violenta todos os direitos, falta com o respeito à coisa sagrada, destrói o comércio e a indústria, e
esmaga os pobres mexendo com os ricos.
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TEXTO 3
Pai nosso, que estais no céu, santificado seja o vosso nome, venha a nós o vosso reino, seja feita a vossa vontade,
assim na terra como no céu, o pão nosso de cada dia nos daí hoje, perdoai as nossas ofensas assim como perdoamos a
quem nos tem ofendido, não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal, amém!
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TEXTO 4
A Editoria Moderna gostaria de contar com a sua presença no lançamento do livro Como aprender a interpretar textos, de
Agostinho Dias Carneiro, no dia 28 de agosto, no salão azul do Hotel Copacabana Palace.
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TEXTO 5
Virgem. Você poderá receber ajuda de parentes, amigos ou companheiros de trabalho. Não despreze conselhos de
pessoas experientes. As vibrações de Júpter deverão ajuda-lo na parte da manhã, mas você deve colocar com a sorte.
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TEXTO 6
Cada um tira dos acontecimentos a conclusão que bem atende.
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TEXTO 7
Artigo 1º, parágrafo único: todo brasileiro é obrigado a ter vergonha na cara! (Capistrano de Abreu)
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TEXTO 8
Quais os nomes dos dias da semana em espanhol? – perguntou a pequena turista.
- Lunes, Martes, Miércoles, Jueves, Viernes, Sábado e Domingo – respondeu a professora.
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TEXTO 9
Durante a passeada de estudantes, ontem realizada no centro do Rio, um participante passou mal e foi levado
rapidamente ao Hospital Souza Aguiar. Como o atendimento tardou demais, o estudante recuperou-se com a ajuda de
amigos e voltou a tempo de assistir ao comício na Cinelândia.
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TEXTO 10
Querido diário: hoje briguei com meu namorado, mas desta vez parece que foi para sempre! Certamente vou sentir a
falta dele, mas há certos princípios que devem ser mantidos a qualquer preço, pois, caso contrário, perdemos o respeito
por nós mesmos...
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