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AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DE VENDAS NOVAS FICHA DE TRABALHO

9.º Ano de Escolaridade

COMPREENSÃO ORAL DO DOCUMENTÁRIO OS LUSÍADAS, DA SÉRIE “GRANDES LIVROS”

No documentário que vais ver, ouvirás a opinião de especialistas na obra épica (e lírica também) de Camões
e no próprio autor. Estes especialistas referem-se, essencialmente, à biografia do autor (parte A), ao seu poema
épico, Os Lusíadas (parte B), e ao contexto histórico e social em que o autor viveu (parte C). As questões que se
seguem foram divididas nestas três partes, não se seguindo, portanto, a ordem pela qual as informações são
transmitidas no documentário. Fica atento(a) e responde às questões.

PARTE A – A BIOGRAFIA de Luís Vaz de Camões

1. Completa o quadro com a informação relativa à vida de Camões.

Datas Acontecimentos
1525/1517 Data provável do seu nascimento.
------------ A sua erudição indica que terá recebido formação académica, provavelmente em Coimbra.
Em Lisboa, _frequenta salões aristocráticos e a corte_____ . É um fidalgo pobre mas bem relacionado
1545
que faz sucesso __com as damas__ . Foi, pois, um poeta fogoso e um __sedutor_____ compulsivo.
1549 - 51 Em ____Ceuta___ , numa expedição militar, terá __perdido um olho__ .
De regresso a Lisboa retoma a vida boémia, tendo-se envolvido numa ___rixa___ durante a qual
1552 agrediu __Gonçalo Borges____ . Foi, por esse motivo, encarcerado na _____prisão do Tronco_____,
onde ficaria até 1553.
Libertado (por carta régia de perdão), embarca para a ___Índia__ , desconhecendo-se se o faz de livre
1553 vontade ou se terá sido ___desterrado___ pelo Rei. Tem, nesta altura, início um exílio que duraria
___17___ anos e durante o qual escreveu grande parte d’Os Lusíadas, longe, portanto, do seu país.
1555 – 79 Elaboração ____d’Os Lusíadas, longe do seu país_________________________ .
Em __Goa__ , Camões presta serviço militar como _____escudeiro em diferentes expedições__ .
Depois de uma existência errática e miserável, causada, consta, por uma personalidade explosiva,
1553
orgulhosa e até arrogante que lhe dificulta o acesso à __classe aristocrática____, terá iniciado a escrita
d’Os Lusíadas.
1563 Foi nomeado ___provedor dos defuntos em Macau_______ (o único cargo oficial que conhecemos).
Na viagem de regresso de Macau, sofre um ___naufrágio____ na foz do rio __Mekong_, salvando o
1566 (“3
seu manuscrito a nado, mas perde a sua amada chinesa, ___Dinamene_____ , considerando-se este o
anos
episódio mais trágico da vida de Camões, apesar de não haver certeza de que tenha realmente
depois”)
acontecido.
Vive em Moçambique. Conta Diogo de Couto que foi ___preso__ por dívidas e que vive na penúria,
1567 dependendo da __caridade dos amigos______ . Estes amigos decidem pagar a sua viagem de regresso
a Lisboa.
Regressa a um país que não conhece, que é dominado pela ___instabilidade política_______ e pela
____intriga palaciana___, e termina de escrever Os Lusíadas. Dedica o poema a ____D.
1570 Sebastião________ , um monarca insensato e caprichoso, e prepara a edição da sua obra. Consegue o
alvará do Rei e também consegue passar pelo crivo da ____Inquisição____ , apesar de a sua epopeia
estar repleta de passagens potencialmente sacrílegas.
Publicação d’____Os Lusíadas___, que melhora as suas condições de vida, graças a uma ___tença
1572
anual de 15000__ réis que D. Sebastião lhe concede devido ao __serviço militar___________ prestado.
_____Morre____ em Lisboa, a 10 de __junho__ . O corpo terá sido lançado em ___vala
1580
comum_________ .

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PARTE B – O TEMPO de Camões: Contexto histórico e social

2. Completa o texto com a informação em falta.

Camões viveu em pleno renascimento. Pelas ruas de Lisboa, circulavam mercadores de especiarias e ourives
de todo o mundo. No cais, as línguas variadas dos marinheiros eram uma nota permanente que fazia da mais ilustre
cidade do reino uma terra de viagens de estar e de não estar, de chegar e de partir, de longos percursos pelo tempo
e por rotas impossíveis. No porto, fervilhavam gentes, dinheiro, mercadorias, ferreiros e carpinteiros navais.

Camões é considerado por muitos um génio, o príncipe dos poetas. Os seus conhecimentos das mais diversas
áreas (História de Portugal e Universal, filosofia, geografia, ética, ciências naturais, mitologia, autores clássicos e
modernos), que transparecem nas inúmeras referências complexas, exatas e precisas que faz na sua obra, revelam a
sua erudição, erudição essa que situa Camões no devido lugar da História, pois é um homem que sintetiza
plenamente o ideal renascentista por ser um homem de cultura, um homem de ação e um supremo artesão das
palavras. É, pois, um herói que concilia os feitos das armas e a escrita.

Reinou D. João III em Portugal durante grande parte da sua vida. Este rei, que herdara o império construído
pelos seus antecessores, foi confrontado com uma tarefa árdua para manter Portugal como dono do mundo: o
império estava muito disperso geograficamente, os portugueses eram um povo pequeno (cerca de milhão e meio) e,
como tal, as suas praças começaram a estar sob constante ameaça (holandeses, castelhanos e franceses desafiavam
o monopólio das rotas marítimas no Oriente e os turcos ameaçavam as praças africanas). D. João III abandona,
portanto, o projeto imperial do pai e do avô e retira praças em África e concentra a sua atenção no Brasil, iniciando a
colonização.

Depois da morte de D. João III, e tendo D. Sebastião apenas 3 anos e meio, assume o cargo a sua avó, D.
Catarina. Foi, no entanto, afastada pelo Cardeal D. Henrique em 1567. Inconformada, manobra para que D.
Sebastião seja declarado maior aos 13 anos e este acaba por assumir o cargo. Cedo se revelou, no entanto, um
monarca insensato e caprichoso: dispensou os conselheiros reais e fez-se rodear de fidalgos que lhe satisfaziam os
seus caprichos; sonhava com a glória e os feitos das armas e, apesar das diversas tentativas nesse sentido, recusou
casar-se, não tendo, portanto, deixado descendentes. O poderio do Estado Português e do Império estavam em
crise, com muitas dificuldades e a ameaçar colapsar. Em 1578 D. Sebastião morre na batalha de Alcácer Quibir,
mergulhando o país na mais grave crise política. O Cardeal D. Henrique assume novamente o trono, mas tendo já
alguma idade e não tendo descendentes, o inevitável aconteceu e Portugal acabou por cair nas mãos de Catela,
assumindo o seu trono D. Filipe II, Rei de Castela (D. Filipe I, Rei de Portugal).

A expansão portuguesa marca o início do mundo moderno, do mundo globalizado. Os Portugueses foram, de
facto, os primeiros a pôr em contacto direto os extremos do planeta e a misturá-los de forma espontânea.

PARTE C – Os Lusíadas

N’Os Lusíadas, Camões descreve e representa aquilo que viu com os seus próprios olhos.

A ação narrada tem início quando a armada de Vasco da gama está já muito próxima do seu destino, mas
não havia forma de os marinheiros o saberem, dado não existir um mapa para a Índia. Nesse momento, Júpiter (o
pai dos deuses) reúne os deuses e, nesse consílio, Vénus revela-se uma aliada dos Portugueses e Baco um
antagonista.

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A introdução da mitologia na obra de Camões garante-lhe elevação; por outro lado, era uma forma de
Camões estruturar de maneiras diferente a composição da narrativa. São os deuses pagãos que, de facto, comandam
a ação n’Os Lusíadas. No entanto, é ao Deus cristão que Vasco da Gama implora proteção. Há, pois, um convívio
natural entre o maravilhoso pagão e o cristão, sendo este um dos truques narrativos mais eficazes da obra.

Numa pausa em Melinde, proporcionada por Vénus, que conduz os Portugueses a este porto de abrigo para
descansarem depois de Baco os ter dirigido para sucessivas armadilhas em Moçambique e Mombaça, Camões
aproveita para, na voz de Vasco da Gama e acedendo a um pedido do rei de Melinde, contar a História de Portugal e
a sua aventura marítima. Faz, portanto, uma outra viagem, no tempo, para recuar ao início da nossa nacionalidade.
Desta forma, Camões dá a algumas figuras da História de Portugal a dimensão mítica dos grandes heróis da
Antiguidade Clássica (“Quem faz os heróis é quem escreve sobre eles”).

Na sua obra, o autor cruza a dimensão épica dos feitos de armas com o retrato íntimo da tragédia amorosa.
É disso exemplo a história do amor trágico de Inês de Castro, símbolo do amor eterno.

No momento das despedidas em Belém, surge o Velho do Restelo, figura que entrou para o imaginário
popular como símbolo do conservadorismo, da incapacidade de arriscar, do medo de inovar. As despedidas,
carregadas de mágoa e de aflição, são marcadas pelo seu discurso, que confere um tom de perversa inutilidade à
partida.

Terminada a narrativa ao Rei de Melinde, Vasco da Gama retoma a viagem, guiado agora por um piloto que
lhe foi cedido e que conhecia a rota da Índia. O destino está próximo, mas antes era preciso ainda encontrar uma
tempestade criada por Baco. Vénus, a deusa aliada dos Portugueses, intervém, levando as suas ninfas a seduzirem e
acalmarem os ventos furiosos. Vasco da Gama chega, assim, em segurança a Calecute e, com a sua hábil diplomacia,
propõe um pacto de comércio. Depois de alguns percalços causados por Baco, a armada inicia a viagem de regresso.
Vénus prepara, depois, uma recompensa para os Portugueses: a Ilha dos Amores.

PARTE C – Os Lusíadas

3. Classifica as seguintes afirmações como verdadeiras ou falsas, de acordo com o que ouviste no documentário.
Corrige, seguidamente, as afirmações falsas.

a. N’Os Lusíadas, Camões descreve e representa aquilo que imaginou a partir das várias leituras que fez sobre as
diversas partes do mundo. F aquilo que viu com os seus próprios olhos.
b. A ação narrada tem início quando a armada de Vasco da Gama está ainda muito afastada do seu destino. F –
está já muito próxima do seu destino, mas não havia forma de os marinheiros o saberem, dado não existir um
mapa para a Índia.
c. Nesse momento, Júpiter (o pai dos deuses) reúne os deuses e, nesse consílio, Vénus revela-se uma aliada dos
Portugueses e Baco um antagonista. V
d. A introdução da mitologia na obra de Camões garante-lhe elevação; por outro lado, era uma forma de
Camões estruturar de maneiras diferente a composição da narrativa. V
e. São os deuses pagãos que, de facto, comandam a ação n’Os Lusíadas e é a eles que Vasco da Gama implora
proteção. F No entanto, é ao Deus cristão que Vasco da Gama implora proteção.
f. Um dos truques narrativos mais eficazes da obra consiste no convívio natural entre o maravilhoso pagão e o
cristão. V
g. A pausa em Melinde foi proporcionada por Vénus, que lhes possibilita, assim um merecido descanso. V

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h. Em Melinde, Vasco da Gama conta apenas a aventura marítima da sua armada ao Rei. F – conta a História de
Portugal e a sua aventura marítima
i. Camões equipara, na sua obra, algumas figuras da História de Portugal aos grandes heróis da Antiguidade
Clássica. V
j. O amor não tem lugar na obra de camões, que se dedica exclusivamente a retratar a dimensão épica dos
feitos de armas dos Portugueses. F – Inês de Castro – amor tráigo/ Ilha dos Amores
k. As despedidas da armada em Belém são ensombradas pela figura do Velho de Restelo, símbolo do
conservadorismo, da incapacidade de arriscar, do medo de inovar que considera aquela partida inútil e
perversa. V
l. Retomada a viagem, a armada não encontra obstáculos até chegar à Índia e, como tal, Vénus não é obrigada a
intervir para ajudar os marinheiros. F - O destino está próximo, mas antes era preciso ainda encontrar uma
tempestade criada por Baco. Vénus, a deusa aliada dos Portugueses, intervém, levando as suas ninfas a
seduzirem e acalmarem os ventos furiosos.
m. Vasco da Gama chega em segurança a Calecute e, com a sua hábil diplomacia, propõe um pacto de comércio.
V
n. Depois de alguns percalços causados por Baco, a armada inicia a viagem de regresso. Vénus prepara, depois,
uma recompensa para os Portugueses: a Ilha dos Amores. V

PARTE D – IMPOrtãncia de camões e d’Os Lusíadas

10 de junho – único feriado nacional (decretado pelo Estado Novo) que celebra o aniversário da morte de
um poeta – é oficialmente o Dia de Portugal e Camões o poeta oficial da Pátria.

Os Lusíadas são considerados uma peça central de construção de uma identidade nacional.

Os lusíadas foram considerados uma obra-prima da literatura mundial (razão pela qual Camões foi
considerado o príncipe dos poetas do seu tempo), porque sendo uma epopeia, é, ao mesmo tempo, um canto de
exaltação e um canto de crise: a obra foi publicada em 1572, no final de um século prodigioso e um século depois da
viagem de Vasco da Gama, numa altura em que a visão do Homem era menos confiante e menos exaltante.

Epopeia – topo do Cânone dos géneros literários, a par da tragédia, era considerada a forma mais prestigiada
de a literatura poder enaltecer os feitos dos Portugueses. Outros escritores já o haviam tentado, mas sem sucesso,
tendo sido Camões quem foi capaz de levar a bom porto tal projeto.

A obra tem um inegável valor literário e ideológico como épico nacional.

A maior herança de Camões foi a modernização da língua portuguesa, sendo, depois dele, capaz de rivalizar
na forma e no conteúdo com os maiores idiomas do mundo.

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