Tripela
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Tripela
- 2012 -
Ficha técnica
Introdução ....................................................................................................... 13
01 A Criação de uma modalidade desportiva ............................................ 14
02 O surgimento da Tripela: contexto e primeiros passos ........................ 18
03 Caracterização da modalidade ............................................................... 42
04 Ensino/Aprendizagem da modalidade ................................................. 74
05 Variante: Tripela de praia ....................................................................... 84
06 A Tripela nos media .................................................................................. 88
Glossário .......................................................................................................... 92
Conclusão ........................................................................................................ 94
//PREFÁCIO
Criada pelo Doutor Rui Matos, e com o apoio crítico dos Drs.
Nuno Amaro e Pedro Morouço, eis que surge, designadamen-
te para todos os amantes do desporto, mais uma modalidade
desportiva: a Tripela! Vivemos um tempo de aventura, de ino-
vação, de utopia. E portanto uma época de questionamento
do usual, do habitual, do corriqueiro. Questionar sempre foi
a alavanca poderosa do conhecimento. Mas, se questionar é
desconstruir, é também reconstruir. Os autores deste livro
são três operosos “agentes do desporto” e portanto, se man-
têm vivo o espírito crítico, evitam a inovação pela inovação
e procuram através da tripela, o que no desporto há de mais
pedagógico, de mais livre e libertador. O desporto é um dos
aspectos da motricidade humana. Mais do que uma activida-
de física, é uma actividade humana E, como actividade hu-
mana, com as características do tempo donde nasce. Hoje,
portanto, amplamente mediatizado e nas mãos férreas de um
economicismo globalizado, onde o espectáculo se promove,
para que nasça o espectador, acéfalo, acrítico, incapaz de ver,
no desporto, uma clareira de convívio. Admirando o espectá-
culo desportivo, praticado por superdotados e supertreinados
e onde a ética e a estética sejam ideias-mestras, Rui Matos,
Nuno Amaro e Pedro Morouço pretendem ser arquitectos,
obreiros e dinamizadores de uma empresa que desafia o mais
ousado: fazerem da tripela (e, por extensão, do desporto)
um factor de progresso e desenvolvimento desportivos, na
sociedade toda, incluindo a escola. Oxalá eles consigam fazer
o que muitos de nós só conseguem ambicionar!
A rigor, um desporto escolar com a mesma organização ins-
titucional e as mesmas modalidades, através dos anos, é, diga-
mo-lo sem receio, um museu. Aliás, demasiadas vezes, a es-
cola é a guardiã de um conhecimento ultrapassado. A tripela
coloca à escola o desafio descomunal de não deixar fossilizar-
-se, diante de novas ideias e de novas práticas. É evidente
que a tripela vai receber (ou já recebeu) a cólera da inveja, a
hipocrisia dos mesureiros e o desinteresse dos insignificantes
– enfim, dos que, vivos embora, já morreram! O facto de se
dizer leiriense talvez também assuste um certo regionalismo
pacóvio. Mas, com uma ou outra inevitável adversidade, a in-
teligência, o entusiasmo e o amor ao desporto do Rui Matos,
do Nuno Amaro e do Pedro Morouço hão-de congregar ao
seu redor uma legião de admiradores e constituir até uma
célula-mãe que irá proliferar, em realizações sucessivas, ao
nível da teoria e da prática. É certo que a tripela está a dar
agora os primeiros passos. Mas, estou certo, porque desporto
que nasceu na sua cidade, a autarquia leiriense não deixará
de promover esta modalidade, com sólida âncora na cidade
do Lis. É socialmente injusto que se gaste um ror de dinheiro
com o espectáculo desportivo e se despreze o estudo e a in-
vestigação, onde o desporto cientificamente se fundamenta.
Ora, foi no estudo e na investigação que se abriram horizon-
tes científicos que permitiram o surgimento da tripela. Existe
uma consciência crescente do papel construtivo da não-line-
aridade, da desordem, do processo histórico, no âmbito do
conhecimento científico. De facto, é da desordem que pode
nascer uma nova ordem...
Mas, é de uma nova ordem a tripela? Ao afirmar-se como
motricidade humana (entendida a motricidade como a ener-
gia para o movimento intencional da transcendência, ou da
superação), a esta modalidade podem excomungá-la os de-
tentores do saber oficial, mas parece cientificamente actual.
Educação do físico tão-só é que ela não é. Segundo Edgar
Morin, no ser humano se fundem o físico, o biológico e o
antropossociológico. Não se trata de fazer bestas esplêndi-
das, mas pessoas que, pelo movimento intencional, se tor-
nam mais humanos, visando a plenitude do ser. A ciência
da motricidade humana, ao integrar o desporto, a dança, a
ergonomia, a reabilitação e a educação motora (vulgo: edu-
cação física) vem dizer-nos que a área do conhecimento da
impropriamente denominada Educação Física não se destina
só ao desporto e à escola, nas ao homem todo e a toda a hu-
manidade. Desde o período pré-natal até à morte tem lugar,
na vida de cada um de nós, o especialista em motricidade
humana. É neste espírito que nasce a tripela. Só me resta fe-
licitar o Doutor Rui Matos e os Drs. Nuno Amaro e Pedro
Morouço, pela oportunidade do seu livro e pela capacidade
crítica diante da sua profissão. Uma profissão merece admi-
ração e respeito não só pelo que produz, mas também pela
postura crítica diante do que produz. É a partir desta postura
crítica que a história das ciências se processa, se desenvolve.
Parabéns aos autores deste livro. Com mais alguns entusiastas
de igual saber, de igual têmpera, de igual constância, a tripela
terá a altura e a extensão do sonho donde nasceu.
Manuel Sérgio
//INTRODUÇÃO
A CRIAÇÃO
DE UMA
MODALIDADE
DESPORTIVA
Apesar de, muitas vezes, se dizer que, no Desporto, “está tudo inventado”,
cremos haver sempre espaço para o aparecimento de modalidades que, por
um ou por outro aspecto, se revelem inovadoras e que possam motivar jo-
vens e menos jovens para a sua prática.
Ao querer-se criar/inventar uma modalidade desportiva, diversos serão os
critérios que poderão ser atendidos para que a mesma seja, de facto, inova-
dora e possa ter aceitação generalizada. Vejamos alguns deles, com os respec-
tivos exemplos:
//OBJECTIVO
Em todas as modalidades desportivas pretende-se, utilizando uma adequada
mescla de aspectos técnicos, tácticos, físicos/motores e psicológicos, obter
determinados desempenhos que permitam levar de vencida os adversários/
oponentes, concorram eles de forma simultânea ou sequencial. Indepen-
dentemente desta forma, o objectivo a atingir passa, entre outros, por per-
correr uma determinada distância no menor tempo possível (atletismo -
corridas), projectar um objecto/corpo o mais longe/alto/preciso possível
(atletismo - saltos e lançamentos; tiro) ou colocar um objecto num local
defendido por um ou mais adversários, impedindo que esse(s) o faça(m)
em sentido contrário (futebol, andebol, basquetebol).
//OBJECTO(S) UTILIZADOS
Das formas aos pesos, dos materiais aos tamanhos, é grande a variedade de
objectos/engenhos que se manipulam no Desporto. A bola é o mais utili-
zado, variando no tamanho (ordenados de forma crescente: ténis de mesa,
beisebol, andebol, futebol, basquetebol), na forma (maioritariamente redon-
da mas também oval – râguebi, futebol americano e australiano), no peso
(servem os exemplos dados para o tamanho, podendo colocar-se o próprio
//FORMA DE MANIPULAÇÃO/CONSTRANGIMENTOS
Vários desportos obrigam a determinadas formas de manipulação dos ob-
jectos (peso encostado ao pescoço até à parte final do lançamento do mes-
mo, não agarrar a bola de voleibol, a não ser na preparação do serviço, não
driblar, agarrar e voltar a driblar no basquetebol e no andebol, não elevar
acima da cintura o volante no serviço em badminton).
//ESPAÇO DE JOGO
Algumas modalidades desportivas ou variantes de outras já existentes afirmam
a sua diferença pelo local onde se desenrolam (futebol, andebol e râguebi
de praia), introduzindo, algumas vezes, particularidades na modalidade-mãe
(jorkyball, pela utilização de paredes e tectos que o futsal não tem).
16 // TRIPELA
ONDE ESTÁ, ENTÃO, A INOVAÇÃO DA TRIPELA?
Assim, é ao nível de qualquer um (ou mais do que um) destes critérios que
deverá surgir a proposta de uma nova modalidade desportiva. Um aspecto
importante a ter em conta será a possibilidade de se usufruir de material/
equipamento/espaços já existentes, pois, em caso contrário, o lançamen-
to dessa nova modalidade será mais oneroso e difícil, mas não impossível!
Quando caracterizarmos a Tripela esperamos que fique evidente que a sua
inovação se situa, fundamentalmente, ao nível do terceiro e quarto critérios
enunciados (Partes do corpo utilizadas/proibidas na manipulação e Forma
de manipulação/constrangimentos).
O SURGIMENTO
DA TRIPELA:
CONTEXTO E
PRIMEIROS PASSOS
Este capítulo pretende descrever de forma sumária o percurso histórico da
Tripela. Assim, com o cunho pessoal do inventor, debruça-se sobre os prin-
cipais momentos impulsionadores desta modalidade.
//O MOMENTO
Estávamos no mês de Fevereiro do ano de 2008 quando a ideia surgiu. Coin-
cidindo com um período de alguma descompressão, motivada pela entrega
da versão provisória da Tese de Doutoramento, eis que a perspectiva de criar
uma nova modalidade desportiva colectiva se instalou, de forma persistente,
no meu cérebro.
//AS BASES
A minha experiência desportiva nos domínios do futebol e andebol, respec-
tivamente como praticante e treinador, aliada à minha formação enquanto
profissional de Educação Física, abriu caminho à criação da Tripela.
//A MOTIVAÇÃO
A vontade de inovar, o espírito criativo e inquieto e uma costela flutuante
de inventor apontaram o caminho. A pouca variedade de oferta de despor-
tos colectivos nas Escolas (Futebol, Basquetebol, Andebol, Voleibol e pouco
mais) fizeram o resto. Poder ficar na História do Desporto como criador de
uma modalidade desportiva, deixando esse legado de orgulho aos meus des-
cendentes e compatriotas em geral, também pesou!
//A IDEIA
E se, em vez de se praticar com pés ou mãos, se jogasse com pés e mãos?
Mãos a receber, pés a enviar: agarra, larga e pontapeia - a Tripela!
22 // TRIPELA
//TRIPELA: O JOGO INAUGURAL
Primeiros contactos
Tida a ideia, escolhido o nome, pensadas as regras básicas (de que falamos
no capítulo 4) e experimentado o jogo no campo, era preciso pensar na
concretização: como dar a conhecer
a modalidade? Dado que o Andebol
(por via das regras) e o Futsal (pelo
remate e pela dinâmica) apareciam
como as modalidades com maiores
afinidades e mais inspiradoras da
Tripela, decidi que o jogo de apre-
sentação deveria pôr em confronto,
precisamente, uma equipa de cada
um destes desportos. Relativamente
ao Andebol, pelo conhecimento e
Primeiros treinos
Ficou combinado, com cada equipa, que iríamos fazer, pelo menos, dois
treinos antes do jogo de apresentação. Este, por conveniência de ambas, fi-
cou aprazado para o dia 14 de Junho de 2008, no Pavilhão Desportivo da
Juventude Desportiva do Lis.
Foi muito interessante ver como as equipas se adaptaram a esta nova mo-
dalidade, transferindo para ela aspectos técnico-tácticos da sua modalidade
de eleição. Da natural hesitação inicial, rapidamente se passou para um jogo
com alguma fluidez e com momentos de grande espectacularidade, mo-
tivando ainda mais atletas e treinadores para participarem naquele que se
esperava vir a constituir um momento histórico: o jogo inaugural da Tripela!
E árbitros?
Tendo em conta que iríamos ter em confronto uma equipa de Andebol e outra
de Futsal, pareceu-me adequado convidar dois árbitros, um de cada uma des-
sas modalidades. Por dificuldades de vária ordem, não foi possível ter árbitros
de Andebol, marcando presença dois árbitros de Futsal, já retirados das arbitra-
gens oficiais. Algumas explicações, alguns visionamentos de filmagens feitos
em aulas e a presença num dos treinos permitiu que chegassem ao dia “D”
mais ou menos preparados!
24 // TRIPELA
Quem iria vencer?
Sendo um jogo em que pés e mãos têm papel fundamental, quem iria ven-
cer: as mãos (equipa de Andebol) ou os pés (equipa de Futsal)?
Algum nervosismo
Apesar de ter sido (quase) tudo pensado, com o aproximar da hora de iní-
cio do jogo começou a surgir um ligeiro formigueiro: teríamos público em
número satisfatório? A demonstração agradaria?
Momentos espectaculares
Foram muitos os momentos espectaculares e que entusiasmaram os especta-
dores presentes, dos quais apresentamos uma breve amostra:
26 // TRIPELA
O resultado
Na Tripela, como no Andebol de praia, cada parte (das duas) tem uma pon-
tuação independente, isto é, para se vencer o jogo dever-se-á vencer cada
uma das duas partes do jogo. Se cada equipa vencer uma das partes, deverá
proceder-se a um desempate, num formato bastante semelhante ao reali-
zado, precisamente, no Andebol de praia. E foi o que aconteceu neste jogo,
com a vitória a sorrir, após golo de ouro, à equipa de Andebol da Juventude
Desportiva do Lis (golo de ouro porque as equipas falharam todos os cinco
lançamentos de um contra o guarda-redes, tendo André Afra concretizado
na primeira tentativa do referido golo de ouro, após não concretização de
um elemento do Núcleo Sportinguista de Leiria.
28 // TRIPELA
//TRIPELA: ACÇÕES DE (IN)FORMAÇÃO
Avançamos agora, neste périplo pela recente história desta modalidade, com
o relato de algumas das acções de (in)formação que realizámos. Estas acções
surgiram como o principal mecanismo de divulgação da modalidade. Achá-
mos que sensibilizando profissionais de Educação Física e Desporto, obtería-
mos a promoção da Tripela a uma escala maior.
30 // TRIPELA
E.B. 2,3 José Saraiva, Leiria
Dia 10 de Janeiro de 2009, sábado. Desta vez, mais do que uma acção de (in)
formação, tratou-se de uma participação englobada num convívio despor-
tivo entre Professores de Educação Física e alunos, no qual a Tripela marcou
presença. Nova aceitação positiva, com destaque para a adesão por parte de
alunos e alunas!
32 // TRIPELA
… e na Turquia
Acompanhado pelo meu colega Pe-
dro Morouço, estive, em representação
da ESECS – IPL, presente no Sports Fest
2009. O Sports Fest teve lugar em Istam-
bul – Turquia e tratou-se de um evento
que envolveu cerca de 800 participan-
tes oriundos de 20 países. Este evento
envolveu competições desportivas em
diversas modalidades desportivas e teve
lugar nas instalações desportivas da Uni-
versidade de Bogaziçi. No primeiro dia
de actividade constituímos a comitiva lusa na cerimónia de abertura dos
jogos. A nossa participação consistiu na apresentação da modalidade Tripela.
Para o efeito, foi utilizada a projecção do filme promocional da modalidade,
desenvolvido pelo CRM, da ESECS - IPL, no ecrã gigante do espaço principal
e, nos vários dias dos eventos, foi levada a cabo uma explicação e demons-
tração do jogo, utilizando voluntários para o efeito. No sentido de chegar
a todos os envolvidos e permitir que a
sua divulgação fosse o mais internacio-
nal possível, foram ainda entregues, a
todas as delegações, cerca de 10 exem-
plares dos boletins de regras que foram
traduzidos para Inglês. O feedback que
obtivemos foi bastante positivo, com
promessas de divulgação e aplicação nos
respectivos países.
34 // TRIPELA
Destaca-se a presença do Professor
Manuel Sérgio, licenciado em Filo-
sofia, Doutorado e Professor Agre-
gado em Motricidade Humana pela
Universidade Técnica de Lisboa, cuja
tese fundamentou a alteração da de-
signação do então Instituto Superior
de Educação Física (actual Faculdade
de Motricidade Humana da Univer-
sidade Técnica de Lisboa).
O evento contou, ainda, com a pre-
sença da Dr.ª Isabel Damasceno, Pre-
sidente da Câmara Municipal de Leiria, do Doutor Gonçalo Lopes, adjunto
do Governador Civil de Leiria e de Francisco Carapinha, Delegado da Fun-
dação INATEL/Agência de Leiria, na Cerimónia de Abertura.
Como prelectores, para além do Professor Manuel Sérgio e de Rui Matos,
criador da modalidade, esteve ain-
da o Mestre Rui Lança, da Funda-
ção Inatel.
Os participantes puderam também
assistir a uma demonstração de Tri-
pela, no relvado do Estádio, reali-
zada por alunos e professores do
Curso de Desporto e Bem-Estar da
ESECS, assim como visitaram uma
exposição sobre a Tripela, na qual
puderam observar alguns objectos
e documentos relativos à modali-
36 // TRIPELA
6 equipas de estudantes e docentes
do curso de Desporto e Bem-Estar
proporcionaram momentos fantásti-
cos de Tripela, que entusiasmaram os
espectadores presentes.
A equipa DBE PL, composta por do-
centes e estudantes, foi a grande ven-
cedora deste torneio.
Mais recentemente, a Escola Superior
de Educação e Ciências Sociais, em
parceria com a Fundação INATEL –
– Agência de Leiria e com a colabo-
ração do Atlético Clube da Sismaria, organizou a 3ª Taça de Tripela de Praia,
nos dias 23 e 24 de Julho de 2011, na Praia da Vieira.
O torneio decorreu inserido na 5ª etapa do Circuito Regional de Andebol de
Praia e regressou, por motivos logísticos, ao formato de torneio quadrangular.
Desporto e Bem-Estar, Jornal de Lei-
ria, Dicis Team e Lois/Caiado foram as
equipas participantes, com destaque
para a estreia dos Nazarenos (Dicis
Team) na modalidade.
A vitória sorriu à equipa do Jornal de
Leiria, após uma final bastante dis-
putada com a equipa de Desporto e
Bem-Estar.
Curiosidade: todos os jogos se decidi-
ram no shoot-out!
38 // TRIPELA
Oficina de Formação Creditada - A Tripela na Escola
Dirigida a professores de Educação Física e Desporto, relevando para efeitos
de progressão em carreira de professores dos grupos 260 e 620, esta acção
contou, até ao momento, com a realização de duas edições. Em cada uma
das edições contámos com a presença entusiasta de 27 professores, os quais
dinamizaram, no seu conjunto, 1200 alunos de escolas do ensino básico e
secundário.
Brevemente iremos realizar a terceira edição desta oficina de formação, face
às manifestações de interesse entretanto realizadas.
10-09-2008
Escola Secundária Afonso Lopes Vieira, Leiria Professores de Educação Física 20
03-12-2008
Escola E.B. 2,3 Guilherme Stephens, Marinha Grande Alunos, Projecto de Turma 25
10-12-2008
Escola E.B. 2,3 D. Dinis, Leiria Professores de Educação Física 10
10-01-2009
Escola E.B. 2,3 José Saraiva, Leiria Professores e alunos 20
27-01-2009
Escola Secundária de Porto de Mós Alunos do Secundário 66
18-03-2009
Pavilhão do Telheiro, Leiria Alunos e Professores de DBE, Torneio 60
25-03-2009
Participantes no IWE 2009
ESE de Coimbra 30
26 a 29-03-2009
Visitantes do FITEC
FITEC, Batalha -
07 a 09-05-2009 Participantes no II
INEF Corunha, Espanha Congresso de Desportos de Equipa -
15 a 18-05-2009
Istambul, Turquia Participantes do SPORTFEST -
27-05-2009
ESE de Coimbra Turma 1º ano de Desporto e Lazer 20
03-06-2009
Escola E.B. 2,3 João Afonso, Aveiro Alunos do 6º ano 64
06-06-2009
Estádio Municipal de Leiria Alunos e Profs. EF, 1º Colóquio da Tripela 40
40 // TRIPELA
DATA//LOCAL PÚBLICO-ALVO N.º
16-09-2009
14
Pavilhão da ESALV, Leiria Professores de Educação Física
24-10-2009
Pavilhão da Escola Correia Mateus Formandos do Workshop de Futsal 26
28-10-2009
Pavilhão da Escola Marquês de Pombal, Pombal Professores de Educação Física 10
CARACTERIZAÇÃO
DA MODALIDADE
A Tripela pode ser caracterizada como uma modalidade desportiva colectiva
de invasão, não havendo, por via desta última característica, uma separação
física dos adversários por nenhum tipo de dispositivo (como uma rede no
voleibol).
A nível escolar pode, naturalmente, ver constituídas equipas mistas em ter-
mos de género, com a ressalva de se controlarem determinadas característi-
cas da prática, nomeadamente as respeitantes ao remate (potência, distâncias
e características da bola). No âmbito federativo, deverão ser constituídas
equipas por sexo.
Disputa-se, preferencialmente, em pavilhão, num espaço de 40 por 20 me-
tros, 5 contra 5 jogadores, com substituições ilimitadas e volantes, cabendo
a um deles a função de joker.
Obriga a uma utilização sequencial de membros superiores e inferiores (por
esta ordem), em cada posse de bola individual, respectivamente para fazer a
sua recepção e o seu envio (passe ou remate).
44 // TRIPELA
5. ZONA DE SUBSTITUIÇÕES: Sobre a linha lateral do lado em que se encon-
tram os bancos dos substitutos, e perpendicularmente a essa linha, traçam-
-se duas linhas de 80 cm de comprimento (ficando 40 cm dentro do terreno
de jogo e 40 cm no exterior), a 4,50 metros de um lado e do outro da linha
de meio campo. É por entre cada uma destas duas linhas de 80 cm e a linha
de meio campo que os jogadores deverão sair e entrar quando se efectuar
uma substituição, do respectivo lado do seu banco.
Lei II - A Bola
A bola é esférica, o invólucro de cabedal ou de outros materiais aprovados.
Na sua concepção não pode ser utilizado qualquer material susceptível de
constituir perigo para os jogadores.
CASTIGO
a) O jogo não será interrompido por uma infracção aquando de uma subs-
tituição. Os jogadores faltosos serão advertidos logo que a bola esteja fora
de jogo.
b) No caso de uma substituição “volante”, se um substituto penetra no ter-
reno de jogo antes que o jogador substituído tenha saído completamente, os
árbitros interromperão o jogo. O árbitro central advertirá o jogador substi-
tuto e recomeçará o jogo com um pontapé livre a favor da equipa adversária
no local onde a bola se encontrava quando o jogo foi interrompido, salvo se,
nesse momento, ela se encontrava no interior da área de grande penalidade
do jogador faltoso. Nesse caso, o pontapé livre deverá ser efectuado sobre a
linha de 9 m, no ponto mais próximo do sítio onde a bola se encontrava no
momento em que o jogo foi interrompido.
46 // TRIPELA
c) Se durante uma substituição “volante”, um substituto penetra no terreno
de jogo ou um jogador deixa o terreno sem passar pela zona de substitui-
ções, os árbitros interromperão o jogo. O árbitro advertirá o jogador faltoso
e recomeçará o jogo com um pontapé livre a favor da equipa adversária.
O livre será executado no local onde a bola se encontrava no momento em
que o jogo foi interrompido, salvo se, a mesma se encontrava no interior da
área de grande penalidade do jogador faltoso. Nesse caso, o pontapé livre de-
verá ser executado sobre a linha de 9 metros, no ponto mais próximo do lo-
cal onde a bola se encontrava no momento em que o jogo foi interrompido.
DECISÕES
É de 4 o número mínimo de jogadores permitido para poder iniciar um
encontro. No caso de expulsões de jogadores, o encontro deverá terminar se,
por parte de uma equipa (ou de ambas), não houver mais que 2 jogadores
no rectângulo.
CASTIGO
Por qualquer infracção a esta lei, o jogador faltoso será mandado sair do ter-
reno de jogo para regularizar o seu equipamento ou para ir buscar qualquer
peça do equipamento em falta. A ordem de saída será dada na primeira oca-
48 // TRIPELA
referido; não se podem realizar dois quicares consecutivos, pelo mesmo
jogador, pelo que uma sua nova utilização apenas poderá ocorrer por outro
jogador ou após a bola ter voltado à posse do que o havia efectuado, após
esta ter sido jogada por um outro qualquer jogador, colega ou adversário
(exemplo o driblar no basquetebol e andebol); se a bola, no decorrer do
quicar com mais de um quique, tocar no solo ou noutra parte corporal antes
de ser agarrada com a(s) mão(s), deverá ser marcado um livre contra a equi-
pa do jogador que o realizou. Em caso algum se poderá recorrer ao quicar
na marcação de uma qualquer reposição da bola em jogo.
É permitido:
- Segurar a bola por um máximo de 3 segundos, também quando está em
contacto com o solo;
- Dar um máximo de 3 passos com a bola.
Um passo é considerado dado quando:
a) Um jogador que está com ambos os pés no solo levanta um pé e o baixa
novamente, ou move um pé de um lado para o outro;
b) Um jogador só tem um pé assente no solo e, ao apanhar a bola, pousa o
outro pé;
c) Um jogador, após um salto para apanhar a bola, só toca o solo com um
pé, e salta sobre o mesmo pé ou toca o solo com o outro pé;
d) Um jogador, após um salto para apanhar a bola, toca simultaneamente
com ambos os pés no solo, levanta um dos pés e volta a pousá-lo, ou muda
um dos pés de um lado para o outro.
Comentário:
Conta como um passo, se um pé é deslocado de um lado para outro e depois
o outro pé é arrastado para junto do mesmo.
Estes aspectos, relativos a tempo com a bola e número de passos/apoios, são
os que são aplicados no andebol.
50 // TRIPELA
ESCLARECIMENTO: um jogador que tenta efectuar uma intercepção (com
os membros superiores) não incorre em falta mesmo que não a agarre
directamente ou que, após intercepção sem agarre, a não consiga agarrar
antes que ela toque o solo. Contudo, neste caso, não poderá jogá-la nova-
mente antes de um seu colega ou adversário o fazer. Também não poderá
ser aproveitada a intercepção para, de forma “forçada”, empurrar a bola
para a frente ou na direcção de um companheiro de equipa. Assim, sem-
pre que os árbitros considerarem ter havido um não agarrar deliberado
quando tal, na intercepção, era claramente possível, deverão marcar falta
contra a equipa desse jogador. Também deverá ser penalizada a intercepção
com o pé, apenas permitida ao Joker e na sua área, quando este (Joker), ao
fazê-lo, coloque nitidamente em causa a integridade física do executante
da tripela. Recomenda-se que esta utilização seja feita a uma distância
prudente do executante e num plano lateral, nunca frontal (ou seja, não
reduzindo a distância entre o executante e o pé que se opõe, evitando, as-
sim, o jogo perigoso por “pé em riste”).
Com excepção das situações de reposição da bola em jogo, nas quais deverá
o pé de apoio estar sempre em contacto com o solo, e sem se deslocar, até à
entrada da bola em jogo, nada impede que, em situação de jogo corrido, um
jogador lance a bola em qualquer direcção, inclusive na direcção da baliza
adversária, progredindo assim no terreno, desde que, antes que ela toque o
solo, a pontapeie, para a realização do quicar e/ou passe ou remate. Deste
modo, o largar/pontapear deve ser visto numa perspectiva mais ampla que
o mero largar e pontapear de imediato, podendo jogar-se técnica e tactica-
mente com esta possibilidade. Contudo, a bola, aquando de uma qualquer
reposição em jogo, só o estará de facto (em jogo) a partir do momento do
contacto do pé com a mesma, pelo que, caso alguém contacte a bola antes
de esta ter sido pontapeada pelo executante da reposição em jogo, será ne-
52 // TRIPELA
formalidades e prazos fixados ou a fixar nos Regulamentos da entidade sob
cuja jurisdição o jogo se disputou;
f) A partir do momento em que ingressa no terreno de jogo, advertirá todo
e qualquer jogador que tenha comportamento incorrecto ou atitude incon-
veniente e expulsá-lo-á do jogo em caso de reincidência. Nestes casos, de-
verá comunicar o nome do culpado à entidade competente, consoante as
formalidades e prazos estipulados nos Regulamentos da entidade sob cuja
jurisdição o jogo se disputou;
g) Não permitirá a nenhuma pessoa, para além dos jogadores, o ingresso no
terreno de jogo sem a sua autorização;
h) Interromperá o jogo se, em seu entender, um jogador estiver gravemente
lesionado, mandando-o transportar, logo que possível, para fora do campo
e fazendo recomeçar imediatamente o jogo. Se um jogador estiver ligeira-
mente lesionado, a partida só será interrompida quando a bola deixar de
estar em jogo;
Se um jogador estiver capaz de se dirigir até à linha de baliza ou à linha late-
ral, não poderá ser tratado dentro do terreno de jogo;
i) Dará ordem de expulsão do terreno de jogo a todo o jogador que, em sua
opinião, for culpado de conduta violenta, de brutalidade, ou ainda que actue
com propósitos injuriosos ou grosseiros;
j) Dará o sinal de recomeço do jogo, após qualquer interrupção;
k) Decidirá se a bola apresentada para o jogo satisfaz as exigências da Lei II;
l) Em caso de divergência de opinião entre o árbitro central e o de baliza,
relativamente à falta/sanção a assinalar/aplicar, a dupla deverá reunir para
chegar a um acordo.
CASTIGO
No caso de infracção a esta Lei, a tripela será repetida, excepto se o jogador
54 // TRIPELA
que a executou voltou a tocar na bola antes de ela ter sido tocada ou jogada
por outro jogador, caso em que será concedido à equipa contrária um pon-
tapé livre, no local onde a falta tenha sido cometida, salvo se ela foi praticada
por um jogador na sua área de grande penalidade, caso em que o pontapé
livre será executado sobre a linha dos 9 m, no ponto mais próximo do sítio
onde a falta foi cometida.
DECISÕES
1. As linhas de marcação do campo fazem parte das áreas que elas delimi-
tam. Por consequência, as linhas laterais e de baliza fazem parte do terreno
de jogo.
Não poderá ser validado um golo em que a bola entre na baliza adversária
após ter sido impelida por qualquer jogador atacante que não tenha utili-
zado, para esse efeito, a acção de tripela.
56 // TRIPELA
- A equipa que vença as duas partes do jogo vencerá o jogo e obterá 3 pon-
tos. À equipa contrária não será atribuído qualquer ponto;
- Se uma equipa vencer uma parte do jogo e a outra vencer a outra parte,
haverá lugar a um desempate por shoot-out; quem vencer este desempate
obterá 2 pontos e a outra equipa 1;
- Se uma parte acabar empatada (com ou sem golos) e a outra não, serão
atribuídos 2 pontos à equipa que venceu uma parte e 1 à que não venceu
nenhuma;
- Se cada uma das duas partes acabar empatada, haverá lugar ao desempate já
referido, atribuindo-se 2 pontos a quem vencer este desempate e 1 à outra
equipa.
Para a determinação do vencedor de cada parte serão atribuídas pontuações
diferenciadas aos golos obtidos, de acordo com o seguinte esquema:
- 1 ponto para golos obtidos por acção realizada no interior da área de baliza
adversária;
- 2 pontos para golos obtidos por acção realizada no exterior da área de
baliza adversária;
- 1 ponto adicional em relação aos anteriormente referidos para golos ob-
tidos por acção do Joker (incluindo a grande penalidade quando a mesma
tenha sido provocada sobre o Joker.
O jogador que se desloca não poderá rematar se a bola tocar o solo, após
tripela inicial do seu colega, antes de chegar à sua posse, ou se, durante ou
após a recepção, a mesma tocar o solo ou outra parte do seu corpo que não
a(s) mão(s). Este jogador não poderá, igualmente, recorrer ao quicar para,
por exemplo, se aproximar mais da baliza adversária, podendo, contudo,
recorrer a qualquer outra acção do jogo, no respeito das respectivas regras
referentes à manipulação da bola (aspectos temporais e espaciais).
58 // TRIPELA
d) Agredir ou tentar agredir ou cuspir um adversário;
e) Agarrar um adversário;
f) Empurrar um adversário;
g) Jogar de maneira que o árbitro considere perigosa;
h) Não estando a sua equipa na posse da bola, fazer obstrução intencional
a um adversário ou interpor-se de forma a oferecer um obstáculo à acção
do adversário; assim, apenas os bloqueios ofensivos serão permitidos como
forma de contacto entre adversários, e, nesse caso, deverão ser realizados
com o executante perfeitamente equilibrado e parado.
Será punido com um pontapé – livre, executado pela equipa adversária no
local onde foi cometida a infracção.
Se um jogador da equipa que defende cometer, intencionalmente, na área
de grande penalidade, qualquer das faltas atrás indicadas, a sua equipa será
castigada com um pontapé de grande penalidade.
O pontapé de grande penalidade pode ser concedido seja qual for a posição
da bola, desde que esta esteja em jogo na ocasião em que a falta for cometi-
da dentro da respectiva área de grande penalidade ou mesmo noutro local,
caso os árbitros entendam que, por essa via, tenha sido subtraída uma clara
oportunidade de golo.
Um jogador será advertido (cartão amarelo) quando:
a) Entrar no terreno de jogo, aquando de uma substituição “volante”, antes
que o jogador a substituir tenha deixado completamente o terreno de jogo,
ou entrar por um local indevido;
b) Infringir com persistência as Leis do Jogo;
c) Mostrar, por palavras ou por atitudes, desacordo com qualquer decisão
do árbitro;
d) Se tornar culpado de conduta inconveniente.
Por qualquer das infracções anteriores, será concedido à equipa adversária
DECISÕES
Se, na opinião dos árbitros, um jogador que se desloca em direcção à baliza
adversária, com ou sem posse da bola, ou esteja em posição clara de mar-
car golo (com ou sem posse da bola) é travado intencionalmente por um
adversário através de meios ilegais, impedindo assim a clara possibilidade
de marcar, o jogador faltoso deverá ser expulso do terreno de jogo por falta
grosseira e deverá ser assinalada grande penalidade. Caso resulte golo da
sua execução, esta valerá o maior número de pontos possíve, face à situação
concreta ocorrida (ex: falta sobre o Joker, fora da área, implicará a possível
obtenção de três pontos).
No caso de expulsão, o jogador expulso não pode voltar a jogar no encontro
em curso nem sentar-se no banco dos substitutos. A sua equipa não poderá
ser completada até, eventualmente, sofrer um golo.
No caso da ocorrência de falhas técnicas, será marcado um pontapé - livre
contra a equipa que a cometeu, no local onde se verificou essa falha.
Quando estas falhas ocorram na área defensiva, ou entre a linha delimita-
60 // TRIPELA
dora desta e a linha dos 9 metros, os pontapés - livres deverão ser marcados
sobre a linha dos 9 metros.
CASTIGO
a) Se o jogador que executou um pontapé - livre jogar a bola outra vez antes de
ela ser jogada ou tocada por outro jogador, será concedido à equipa adversária
um pontapé - livre, no local onde foi cometida a falta, salvo se foi praticada
dentro da sua área de grande penalidade, pois neste caso o pontapé - livre será
marcado sobre a linha dos 9 metros, no local mais próximo de onde a infracção
ocorreu;
b) Se a equipa que deve executar o pontapé - livre demorar mais do que
3 segundos para o fazer, o árbitro concederá um pontapé - livre à equipa
adversária.
62 // TRIPELA
Na execução da grande penalidade, o pé de apoio não poderá ser levantado do
solo até a bola estar em jogo (pontapeada) nem poderá pisar ou ultrapassar a
marca dos 6 metros.
O defensor só poderá jogar a bola, caso efectue a sua defesa, se a tiver agarra-
do sem a largar para o solo; em caso contrário, terá de aguardar que alguém
a jogue primeiro; caso não respeite esta situação, será marcado livre – nova
grande penalidade – se a infracção ocorrer dentro da área ou se, por esta via,
um adversário for impedido de obter um previsível golo. Caso o jogador em
causa seja o Joker, esta disposição não se aplicará, uma vez que este é o único
jogador (com excepção das situações de bloco, onde todos o poderão fazer),
que poderá agarrar a bola dentro da sua área, mesmo após queda da mesma
para o solo, desde que a bola tenha vindo de um adversário.
Se a bola, antes de passar entre os postes e por baixo da barra horizontal, ao
executar-se um pontapé de grande penalidade no final do primeiro tempo
ou da partida, tocar num ou nos dois postes ou ainda na barra horizontal ou
no guarda-redes, ou verificando-se uma combinação destes intermediários,
o golo será válido, desde que não tenha sido cometida nenhuma infracção.
CASTIGO
Por qualquer infracção a esta Lei:
a) Cometida pela equipa que defende, será repetido o pontapé de grande
penalidade, caso não tenha sido marcado golo;
b) Cometida pela equipa atacante, será concedido à equipa adversária um
pontapé - livre no local onde a falta foi cometida (ou sobre a linha dos 9
metros, caso a infracção ocorra dentro da área), sendo anulado um eventual
golo assim obtido.
CASTIGO
a) Se a reposição não tiver sido efectuada correctamente, será executada por
um jogador da equipa adversária;
b) Se a reposição for feita de qualquer posição que não seja aquela por onde
a bola atravessou a linha lateral, será feita nova reposição por um jogador da
equipa adversária;
c) Se a reposição não for efectuada dentro de 3 segundos a partir do momen-
to em que o executante ficou de posse da bola e com o pé de apoio sobre a
linha lateral, a mesma será executada por um jogador da equipa adversária;
d) Se o jogador que executou a reposição voltar a jogar a bola antes que esta
tenha sido tocada ou jogada por outro jogador, será concedido um pontapé
- livre à equipa adversária, no local onde a falta tiver sido cometida, salvo
se foi praticada dentro da sua área de grande penalidade, pois neste caso,
o pontapé - livre será executado sobre a linha de 9 metros, no ponto mais
próximo do local onde a falta foi cometida.
64 // TRIPELA
Lei XV - Lançamento de Baliza
Quando a bola ultrapassar completamente a linha de baliza, sem ser entre os
postes, pelo ar ou a rolar pelo solo, tendo sido tocada em último lugar por
um jogador da equipa atacante, qualquer jogador da equipa que defendia
deverá repor a bola em jogo unicamente com tripela, a partir do interior da
sua área de grande penalidade e para o exterior desta, com o pé de apoio em
contacto com o solo até ao pontapear, o qual poderá ocorrer em qualquer
ponto da sua área.
A bola será considerada em jogo logo que tenha saído da área de baliza.
Os jogadores da equipa adversária, bem como os colegas da mesma equipa,
devem encontrar-se fora da área de grande penalidade até que a bola entre
em jogo.
Pode ser obtido golo directamente a partir do lançamento de baliza.
66 // TRIPELA
3.2 - PRINCIPAIS ELEMENTOS TÉCNICO-TÁCTICOS
//OFENSIVOS
PASSE
01 02
03 04
01 02 03 04 05
68 // TRIPELA
REMATE // frontal
01 02 03
REMATE // lateral
01 02 03 04
01 02
03 04 05
70 // TRIPELA
//DEFENSIVOS
INTERCEPÇÃO
01 02 03
BLOCO
01 02
01 02
03 04 05
Acção pela qual um jogador retira, com o uso exclusivo dos membros supe-
riores, a posse de bola a um adversário. Apenas pode ocorrer com a bola em
trajectória aérea (em condução de bola ou após a ter largado para efectuar
tripela).
72 // TRIPELA
Aspecto da captação de imagens para o livro!
ENSINO/
/APRENDIZAGEM
DA MODALIDADE
Para que alguém possa começar a praticar Tripela, parece-nos que deverá, no
mínimo, responder a alguns requisitos, uma vez que são estes que permitem
um nível básico da sua prática.
Ao nível técnico o jogador deverá ter a capacidade de agarrar uma bola que
se desloca numa trajectória, maioritariamente aérea, assim como ser capaz
de largar uma bola e pontapeá-la, sem que esta toque no solo, direccionan-
do-a para um colega ou próximo deste.
Ao nível táctico o jogador deverá ter uma compreensão básica do jogo (mar-
car golos, evitar sofrê-los, diferenciar colegas de adversários e identificar a
própria baliza e a adversária).
//SITUAÇÕES DE APRENDIZAGEM
Como em qualquer jogo desportivo colectivo, os jogos pré-desportivos de-
sempenham um papel fundamental na aprendizagem da modalidade. Assim,
deixamos de seguida algumas sugestões para a aprendizagem da Tripela,
com especial destaque para este tipo de jogos:
Utilizar bolas na proporção de uma para cada dois participantes. Com todos
em movimento, quem tem posse de bola passa a quem não tem (adaptação
ao gesto-base da Tripela, tomada rápida de decisão – máximo de 3 segundos
na posse da mesma); só passa depois de estabelecer contacto visual com
colega sem bola; se ninguém oferece rapidamente linha de passe, recorre ao
quicar, com um ou mais quiques, até surgir essa linha.
76 // TRIPELA
JOGO DOS 5 PASSES
78 // TRIPELA
JOGO DOS CAÇADORES E DA PRESA
Neste jogo de apanhada o objectivo é caçar um elemento que foge. Para tal,
os caçadores deverão circular a bola entre si, respeitando as regras de manipu-
lação da bola da Tripela, passando rapidamente a bola àquele que se encon-
tre mais bem posicionado em relação à presa que foge.
A caça só será válida se o caçador, no momento em que toca com uma mão no
corpo da presa, estiver na posse da bola.
De modo a tornar mais fácil a caçada, poder-se-ão utilizar várias bolas em
simultâneo.
80 // TRIPELA
//ASPECTOS METODOLÓGICOS
Apresentamos de seguida alguns aspectos metodológicos, que defendemos no
ensino da Tripela, de modo a facilitar a aprendizagem e a fomentar o gosto pela
modalidade.
- Constituição de equipas
A nível escolar, e não só, é perfeitamente possível realizar jogos de Tripela
com equipas mistas, tanto em termos de sexo como em termos de nível de
jogo. Obviamente, haverá que ter em conta questões relacionadas com a
segurança, concretamente ao nível do remate, para evitar que, por norma,
os rapazes possam atingir raparigas com alguma violência. É, também, de-
sejável que rapazes e raparigas possam desenvolver jogos de forma separada,
bem como, por vezes, fazer equipas de nível mais homogéneo (mais avan-
çados contra mais avançados, menos contra menos).
82 // TRIPELA
Obrigado, tripeleiros!
VARIANTE :
TRIPELA DE PRAIA
Esta é uma variante que, por razões óbvias, está sujeita a condições de jogo
especiais. Nesta variante a espectacularidade parece ser mais evidente (tam-
bém por força da pontuação a este nível), dado que o piso mais macio pro-
porciona as acções espectaculares (pontapé de bicicleta, pontapé moinho ou
defesas “impossíveis”). No entanto, o forte calor e o piso instável conduzem
a um maior dispêndio energético, tornando a Tripela de praia bastante exi-
gente e cansativa.
Atendendo às demonstrações de Tripela de praia já realizadas, entendemos
que, a sua prática, a este nível, deverá implicar as seguintes adaptações regu-
lamentares:
a) Dimensões do campo (dos 40 por 20 metros do pavilhão para os
27mx12m, as dimensões utilizadas no andebol de praia);
b) Número de jogadores (do 4+Joker do pavilhão para o 3+ Joker);
c) Pontuação especial para acção espectacular (pontapé de bicicleta, mais
um ponto);
d) Duas partes de 10 minutos, com intervalo de 5 minutos;
e) Substituição de jogadores em toda a linha lateral.
A TRIPELA
NOS MEDIA
UMA NOVA MODALIDADE DESPORTIVA // 89
90 // TRIPELA
UMA NOVA MODALIDADE DESPORTIVA // 91
GLOSSÁRIO
Bloco: Acção defensiva, na qual apenas podem ser utilizados (tal como na
intercepção ou desarme) os membros superiores. Visa impedir que a bola
seja impelida com êxito para a baliza que se defende.
Bloqueio: Acção ofensiva pela qual um jogador da equipa que tem a posse
da bola obstrui a deslocação de um adversário, promovendo o contacto
com o mesmo, mantendo o seu corpo perfeitamente imobilizado.
Desarme: Acção defensiva pela qual um jogador retira, com o uso ex-
clusivo dos membros superiores, a posse de bola a um adversário, a qual
apenas pode ocorrer com a bola em trajectória aérea (em condução de
bola ou após a ter largado para efectuar tripela).
Joker: Jogador especial, com privilégios ofensivos (golos valem mais pon-
tos) e defensivos (dentro da sua área, defende a bola com qualquer parte
do corpo e pode apanhar a mesma, ainda que venha de ressalto do solo.
Quicar: Acto de impelir (uma ou mais vezes) a bola com o membro infe-
rior, mantendo-a no ar, com ou sem deslocamento.
92 // TRIPELA
Shoot-out: Forma de desempate à qual se tem de recorrer quando as duas
partes terminam empatadas ou quando as equipas ganham uma parte
cada uma.
Com este primeiro livro sobre Tripela quisemos dar a conhecer uma moda-
lidade desportiva nova, em Portugal e no mundo.
Contamos com a sua ajuda para levar a Tripela citius, altius e fortius!
94 // TRIPELA