Tripela

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- 2012 -
Ficha técnica

Título: Tripela - uma nova modalidade desportiva


Autores: Rui Matos, Nuno Amaro e Pedro Morouço
Capa: Rui Lobo // Centro de Recursos Multimédia ESECS | IPL
Edição: Instituto Politécnico de Leiria
Escola Superior de Educação e Ciências Sociais e
Centro de Investigação em Motricidade Humana
Execução Gráfica: Offsetlis Indústria Gráfica, Lda - Leiria
Tiragem: 500 exemplares
Data: ???
ISBN: 978-972-8793-43-2
Depósito Legal:
//ÍNDICE

Introdução ....................................................................................................... 13
01 A Criação de uma modalidade desportiva ............................................ 14
02 O surgimento da Tripela: contexto e primeiros passos ........................ 18
03 Caracterização da modalidade ............................................................... 42
04 Ensino/Aprendizagem da modalidade ................................................. 74
05 Variante: Tripela de praia ....................................................................... 84
06 A Tripela nos media .................................................................................. 88
Glossário .......................................................................................................... 92
Conclusão ........................................................................................................ 94
//PREFÁCIO

Criada pelo Doutor Rui Matos, e com o apoio crítico dos Drs.
Nuno Amaro e Pedro Morouço, eis que surge, designadamen-
te para todos os amantes do desporto, mais uma modalidade
desportiva: a Tripela! Vivemos um tempo de aventura, de ino-
vação, de utopia. E portanto uma época de questionamento
do usual, do habitual, do corriqueiro. Questionar sempre foi
a alavanca poderosa do conhecimento. Mas, se questionar é
desconstruir, é também reconstruir. Os autores deste livro
são três operosos “agentes do desporto” e portanto, se man-
têm vivo o espírito crítico, evitam a inovação pela inovação
e procuram através da tripela, o que no desporto há de mais
pedagógico, de mais livre e libertador. O desporto é um dos
aspectos da motricidade humana. Mais do que uma activida-
de física, é uma actividade humana E, como actividade hu-
mana, com as características do tempo donde nasce. Hoje,
portanto, amplamente mediatizado e nas mãos férreas de um
economicismo globalizado, onde o espectáculo se promove,
para que nasça o espectador, acéfalo, acrítico, incapaz de ver,
no desporto, uma clareira de convívio. Admirando o espectá-
culo desportivo, praticado por superdotados e supertreinados
e onde a ética e a estética sejam ideias-mestras, Rui Matos,
Nuno Amaro e Pedro Morouço pretendem ser arquitectos,
obreiros e dinamizadores de uma empresa que desafia o mais
ousado: fazerem da tripela (e, por extensão, do desporto)
um factor de progresso e desenvolvimento desportivos, na
sociedade toda, incluindo a escola. Oxalá eles consigam fazer
o que muitos de nós só conseguem ambicionar!
A rigor, um desporto escolar com a mesma organização ins-
titucional e as mesmas modalidades, através dos anos, é, diga-
mo-lo sem receio, um museu. Aliás, demasiadas vezes, a es-
cola é a guardiã de um conhecimento ultrapassado. A tripela
coloca à escola o desafio descomunal de não deixar fossilizar-
-se, diante de novas ideias e de novas práticas. É evidente
que a tripela vai receber (ou já recebeu) a cólera da inveja, a
hipocrisia dos mesureiros e o desinteresse dos insignificantes
– enfim, dos que, vivos embora, já morreram! O facto de se
dizer leiriense talvez também assuste um certo regionalismo
pacóvio. Mas, com uma ou outra inevitável adversidade, a in-
teligência, o entusiasmo e o amor ao desporto do Rui Matos,
do Nuno Amaro e do Pedro Morouço hão-de congregar ao
seu redor uma legião de admiradores e constituir até uma
célula-mãe que irá proliferar, em realizações sucessivas, ao
nível da teoria e da prática. É certo que a tripela está a dar
agora os primeiros passos. Mas, estou certo, porque desporto
que nasceu na sua cidade, a autarquia leiriense não deixará
de promover esta modalidade, com sólida âncora na cidade
do Lis. É socialmente injusto que se gaste um ror de dinheiro
com o espectáculo desportivo e se despreze o estudo e a in-
vestigação, onde o desporto cientificamente se fundamenta.
Ora, foi no estudo e na investigação que se abriram horizon-
tes científicos que permitiram o surgimento da tripela. Existe
uma consciência crescente do papel construtivo da não-line-
aridade, da desordem, do processo histórico, no âmbito do
conhecimento científico. De facto, é da desordem que pode
nascer uma nova ordem...
Mas, é de uma nova ordem a tripela? Ao afirmar-se como
motricidade humana (entendida a motricidade como a ener-
gia para o movimento intencional da transcendência, ou da
superação), a esta modalidade podem excomungá-la os de-
tentores do saber oficial, mas parece cientificamente actual.
Educação do físico tão-só é que ela não é. Segundo Edgar
Morin, no ser humano se fundem o físico, o biológico e o
antropossociológico. Não se trata de fazer bestas esplêndi-
das, mas pessoas que, pelo movimento intencional, se tor-
nam mais humanos, visando a plenitude do ser. A ciência
da motricidade humana, ao integrar o desporto, a dança, a
ergonomia, a reabilitação e a educação motora (vulgo: edu-
cação física) vem dizer-nos que a área do conhecimento da
impropriamente denominada Educação Física não se destina
só ao desporto e à escola, nas ao homem todo e a toda a hu-
manidade. Desde o período pré-natal até à morte tem lugar,
na vida de cada um de nós, o especialista em motricidade
humana. É neste espírito que nasce a tripela. Só me resta fe-
licitar o Doutor Rui Matos e os Drs. Nuno Amaro e Pedro
Morouço, pela oportunidade do seu livro e pela capacidade
crítica diante da sua profissão. Uma profissão merece admi-
ração e respeito não só pelo que produz, mas também pela
postura crítica diante do que produz. É a partir desta postura
crítica que a história das ciências se processa, se desenvolve.
Parabéns aos autores deste livro. Com mais alguns entusiastas
de igual saber, de igual têmpera, de igual constância, a tripela
terá a altura e a extensão do sonho donde nasceu.
Manuel Sérgio
//INTRODUÇÃO

O surgimento de uma nova modalidade desportiva é, estamos em crer, mo-


tivo suficiente para que a comunidade se sinta enriquecida com mais uma
possibilidade, entre tantas, de prática motora. Tratando-se de uma modali-
dade criada em Portugal, maior será, acreditamos, a atenção que a mesma
deverá receber.
Fruto das inquietações intelectuais do seu criador, a Tripela tem vindo, paula-
tinamente, a percorrer um trajecto tão difícil quanto atractivo, tentando dar-
-se a conhecer a todos quantos anseiam por novas formas de colocar as suas
capacidades e potencialidades, neste âmbito, à prova.
Em conjunto com dois colegas entusiastas desde a primeira hora, surge este
primeiro livro sobre esta modalidade portuguesa, leiriense, obra alicerçada
na actividade desenvolvida pelo Centro de Investigação em Motricidade Hu-
mana (CIMH) do Instituto Politécnico de Leiria, instituto este que se empe-
nhou fortemente, há cerca de 3 anos, em patentear este novo desporto.
Algumas partes do livro, nomeadamente as que se reportam à criação da
modalidade, têm, marcadamente, o cunho e a forma de escrita pessoalizada
do criador da modalidade, atendendo à experiência vivida na primeira pes-
soa. Neste primeiro livro da Tripela poderá encontrar informações relativas
à criação da modalidade, sua caracterização, aspectos metodológicos no seu
ensino/aprendizagem e perspectivas de desenvolvimento.

UMA NOVA MODALIDADE DESPORTIVA // 13


01

A CRIAÇÃO
DE UMA
MODALIDADE
DESPORTIVA
Apesar de, muitas vezes, se dizer que, no Desporto, “está tudo inventado”,
cremos haver sempre espaço para o aparecimento de modalidades que, por
um ou por outro aspecto, se revelem inovadoras e que possam motivar jo-
vens e menos jovens para a sua prática.
Ao querer-se criar/inventar uma modalidade desportiva, diversos serão os
critérios que poderão ser atendidos para que a mesma seja, de facto, inova-
dora e possa ter aceitação generalizada. Vejamos alguns deles, com os respec-
tivos exemplos:

//OBJECTIVO
Em todas as modalidades desportivas pretende-se, utilizando uma adequada
mescla de aspectos técnicos, tácticos, físicos/motores e psicológicos, obter
determinados desempenhos que permitam levar de vencida os adversários/
oponentes, concorram eles de forma simultânea ou sequencial. Indepen-
dentemente desta forma, o objectivo a atingir passa, entre outros, por per-
correr uma determinada distância no menor tempo possível (atletismo -
corridas), projectar um objecto/corpo o mais longe/alto/preciso possível
(atletismo - saltos e lançamentos; tiro) ou colocar um objecto num local
defendido por um ou mais adversários, impedindo que esse(s) o faça(m)
em sentido contrário (futebol, andebol, basquetebol).

//OBJECTO(S) UTILIZADOS
Das formas aos pesos, dos materiais aos tamanhos, é grande a variedade de
objectos/engenhos que se manipulam no Desporto. A bola é o mais utili-
zado, variando no tamanho (ordenados de forma crescente: ténis de mesa,
beisebol, andebol, futebol, basquetebol), na forma (maioritariamente redon-
da mas também oval – râguebi, futebol americano e australiano), no peso
(servem os exemplos dados para o tamanho, podendo colocar-se o próprio

UMA NOVA MODALIDADE DESPORTIVA // 15


peso do atletismo no final) e nos materiais de que são feitas (celulose, couro,
borracha, plástico, sintético). Algumas modalidades desportivas utilizam im-
plementos, os quais podem servir de intermediários entre os executantes
e os objectos centrais da modalidade (aléu ou stique no hóquei em patins,
raqueta no ténis, ténis de mesa e squash) ou serem, eles próprios, o objecto
central a manipular (bicicletas, motos, barcos e automóveis em corridas).

//PARTES DO CORPO UTILIZADAS/PROIBIDAS NA MANIPULAÇÃO


Algumas modalidades devem o seu nome, precisamente, à parte do corpo
que tem a acção principal, ainda que eventualmente não exclusiva, na mes-
ma [futebol que deriva do foot (pé), andebol que deriva do hand (mão)]; a
maior parte das modalidades coloca, de uma forma ou de outra, restrições
relativamente às partes corporais que podem manipular os objectos envolvi-
dos (membros superiores no futebol, inferiores no basquetebol e andebol).

//FORMA DE MANIPULAÇÃO/CONSTRANGIMENTOS
Vários desportos obrigam a determinadas formas de manipulação dos ob-
jectos (peso encostado ao pescoço até à parte final do lançamento do mes-
mo, não agarrar a bola de voleibol, a não ser na preparação do serviço, não
driblar, agarrar e voltar a driblar no basquetebol e no andebol, não elevar
acima da cintura o volante no serviço em badminton).

//ESPAÇO DE JOGO
Algumas modalidades desportivas ou variantes de outras já existentes afirmam
a sua diferença pelo local onde se desenrolam (futebol, andebol e râguebi
de praia), introduzindo, algumas vezes, particularidades na modalidade-mãe
(jorkyball, pela utilização de paredes e tectos que o futsal não tem).

16 // TRIPELA
ONDE ESTÁ, ENTÃO, A INOVAÇÃO DA TRIPELA?
Assim, é ao nível de qualquer um (ou mais do que um) destes critérios que
deverá surgir a proposta de uma nova modalidade desportiva. Um aspecto
importante a ter em conta será a possibilidade de se usufruir de material/
equipamento/espaços já existentes, pois, em caso contrário, o lançamen-
to dessa nova modalidade será mais oneroso e difícil, mas não impossível!
Quando caracterizarmos a Tripela esperamos que fique evidente que a sua
inovação se situa, fundamentalmente, ao nível do terceiro e quarto critérios
enunciados (Partes do corpo utilizadas/proibidas na manipulação e Forma
de manipulação/constrangimentos).

UMA NOVA MODALIDADE DESPORTIVA // 17


02

O SURGIMENTO
DA TRIPELA:
CONTEXTO E
PRIMEIROS PASSOS
Este capítulo pretende descrever de forma sumária o percurso histórico da
Tripela. Assim, com o cunho pessoal do inventor, debruça-se sobre os prin-
cipais momentos impulsionadores desta modalidade.

//O MOMENTO
Estávamos no mês de Fevereiro do ano de 2008 quando a ideia surgiu. Coin-
cidindo com um período de alguma descompressão, motivada pela entrega
da versão provisória da Tese de Doutoramento, eis que a perspectiva de criar
uma nova modalidade desportiva colectiva se instalou, de forma persistente,
no meu cérebro.

//AS BASES
A minha experiência desportiva nos domínios do futebol e andebol, respec-
tivamente como praticante e treinador, aliada à minha formação enquanto
profissional de Educação Física, abriu caminho à criação da Tripela.

//A MOTIVAÇÃO
A vontade de inovar, o espírito criativo e inquieto e uma costela flutuante
de inventor apontaram o caminho. A pouca variedade de oferta de despor-
tos colectivos nas Escolas (Futebol, Basquetebol, Andebol, Voleibol e pouco
mais) fizeram o resto. Poder ficar na História do Desporto como criador de
uma modalidade desportiva, deixando esse legado de orgulho aos meus des-
cendentes e compatriotas em geral, também pesou!

//A IDEIA
E se, em vez de se praticar com pés ou mãos, se jogasse com pés e mãos?
Mãos a receber, pés a enviar: agarra, larga e pontapeia - a Tripela!

UMA NOVA MODALIDADE DESPORTIVA // 19


-01-
-02-

//MOMENTO 01 - Receber a bola //MOMENTO 02 - Largar a bola


-03-

//MOMENTO 03 - Pontapear a bola


//O NOME
Confesso a dificuldade da escolha! Qual pai que pensa num nome para o
seu filho, foram muitas as ideias que perpassaram a minha mente: multibol,
handfootball, entre outras. Depois, insidiosamente, começou a instalar-se
um nome diferente, bem português, com ligações óbvias a um outro termo
muito badalado pela comunicação social. Com efeito, a Trivela, gesto que,
embora não sendo novo, Quaresma ajudou a salientar (curiosamente, um
treinador que tive criticava-me por o utilizar…), deu-me o clique que fal-
tava: Tripela seria! Tri, por o número 3 ser muito importante no jogo (limite
de 3 passos e 3 segundos, com a bola nas mãos, distância mínima de 3 me-
tros dos adversários na marcação de livres, 3 formas diferentes de pontuar
os golos obtidos, etc) e pela como nome arcaico de bola. Além disso, uma
homenagem às mulheres, dando a este desporto um nome feminino, caso
quase único dos desportos colectivos conhecidos: a Tripela!

//AS PRIMEIRAS EXPERIÊNCIAS


O esboço mental do jogo existia, mas era necessário experimentar no ter-
reno de jogo…mas com quem? Quais seriam as cobaias de laboratório, dis-
poníveis para descobrir o fim do labirinto que seria a Tripela?
Os estudantes do extinto curso de Professores do Ensino Básico – variante
de Educação Física e do recentemente criado, Desporto e Bem-Estar, foram
os primeiros a (tentar) jogar Tripela e a colaborar na clarificação/elaboração
de algumas regras de jogo.

22 // TRIPELA
//TRIPELA: O JOGO INAUGURAL
Primeiros contactos
Tida a ideia, escolhido o nome, pensadas as regras básicas (de que falamos
no capítulo 4) e experimentado o jogo no campo, era preciso pensar na
concretização: como dar a conhecer
a modalidade? Dado que o Andebol
(por via das regras) e o Futsal (pelo
remate e pela dinâmica) apareciam
como as modalidades com maiores
afinidades e mais inspiradoras da
Tripela, decidi que o jogo de apre-
sentação deveria pôr em confronto,
precisamente, uma equipa de cada
um destes desportos. Relativamente
ao Andebol, pelo conhecimento e

UMA NOVA MODALIDADE DESPORTIVA // 23


proximidade, procurei apoio e disponibilidade junto da Juventude Despor-
tiva do Lis, reservando a contribuição do Futsal, por motivos semelhantes,
para o Núcleo Sportinguista de Leiria.
A receptividade, por parte dos treinadores das equipas contactadas, foi total.
Com os jogadores, igualmente. Contudo, as primeiras reacções foram de
algum espanto: “Pés e mãos? Não dará grande confusão?”.

Primeiros treinos
Ficou combinado, com cada equipa, que iríamos fazer, pelo menos, dois
treinos antes do jogo de apresentação. Este, por conveniência de ambas, fi-
cou aprazado para o dia 14 de Junho de 2008, no Pavilhão Desportivo da
Juventude Desportiva do Lis.
Foi muito interessante ver como as equipas se adaptaram a esta nova mo-
dalidade, transferindo para ela aspectos técnico-tácticos da sua modalidade
de eleição. Da natural hesitação inicial, rapidamente se passou para um jogo
com alguma fluidez e com momentos de grande espectacularidade, mo-
tivando ainda mais atletas e treinadores para participarem naquele que se
esperava vir a constituir um momento histórico: o jogo inaugural da Tripela!

E árbitros?
Tendo em conta que iríamos ter em confronto uma equipa de Andebol e outra
de Futsal, pareceu-me adequado convidar dois árbitros, um de cada uma des-
sas modalidades. Por dificuldades de vária ordem, não foi possível ter árbitros
de Andebol, marcando presença dois árbitros de Futsal, já retirados das arbitra-
gens oficiais. Algumas explicações, alguns visionamentos de filmagens feitos
em aulas e a presença num dos treinos permitiu que chegassem ao dia “D”
mais ou menos preparados!

24 // TRIPELA
Quem iria vencer?
Sendo um jogo em que pés e mãos têm papel fundamental, quem iria ven-
cer: as mãos (equipa de Andebol) ou os pés (equipa de Futsal)?

A data, o local e a hora


Sábado, 14 de Junho de 2008, Pavilhão Desportivo da Juventude Desportiva
do Lis. Marcámos o jogo para as 15 horas. Um pouco cedo, mas, em dia
de jogos do Campeonato da Europa de futebol de 11, seniores masculinos,
(18:00 - Suécia - Espanha, em Innsbruck; 20:45 - Grécia - Rússia, em Salz-
burgo), era melhor não arriscar!

Algum nervosismo
Apesar de ter sido (quase) tudo pensado, com o aproximar da hora de iní-
cio do jogo começou a surgir um ligeiro formigueiro: teríamos público em
número satisfatório? A demonstração agradaria?

Com cerca de 200 espectadores e tudo preparado para o início da demons-


tração, iniciámos o espectáculo!

UMA NOVA MODALIDADE DESPORTIVA // 25


Primeiras tripelas
Já na posse de uma lembrança oferecida pelo meu pai para assinalar a criação
desta modalidade, coube-me a honra de dar o pontapé inicial do jogo. Com
o pé esquerdo, que, nestas coisas do desporto, ser supersticioso dá azar!

Momentos espectaculares
Foram muitos os momentos espectaculares e que entusiasmaram os especta-
dores presentes, dos quais apresentamos uma breve amostra:

26 // TRIPELA
O resultado
Na Tripela, como no Andebol de praia, cada parte (das duas) tem uma pon-
tuação independente, isto é, para se vencer o jogo dever-se-á vencer cada
uma das duas partes do jogo. Se cada equipa vencer uma das partes, deverá
proceder-se a um desempate, num formato bastante semelhante ao reali-
zado, precisamente, no Andebol de praia. E foi o que aconteceu neste jogo,
com a vitória a sorrir, após golo de ouro, à equipa de Andebol da Juventude
Desportiva do Lis (golo de ouro porque as equipas falharam todos os cinco
lançamentos de um contra o guarda-redes, tendo André Afra concretizado
na primeira tentativa do referido golo de ouro, após não concretização de
um elemento do Núcleo Sportinguista de Leiria.

UMA NOVA MODALIDADE DESPORTIVA // 27


O que os espectadores acharam
Com o objectivo de perceber a opinião do público em relação à apresentação
da modalidade, foram entregues questionários. O questionário era anónimo
e constituído por uma escala de valores em que 1 correspondia a “pouco
relevante” e o 5 a “muito relevante”.
Os resultados estão expostos na tabela que se segue, sendo de realçar os
vários itens com classificação média acima dos 4 valores. O item com maior
pontuação prende-se com a (principal) inovação presente na criação desta
modalidade e os seguintes com o facto de ser uma modalidade que cativa
pelo interesse que desperta.

ITENS RESPOSTAS 1 2 3 4 5 MÉDIA

Inovadora (pés e mãos) 111 3 2 11 32 63 4,35

Gostava de o experimentar com os meus alunos 69 2 1 9 21 36 4,28

Parece-me um jogo interessante 111 2 3 13 39 54 4,26

Poderá despertar interesse junto dos mais novos 107 2 4 12 49 40 4,13

Atractiva, espectáculo interessante de ver na TV 111 2 6 26 37 40 3,96

Gostava de experimentar 106 4 11 16 33 42 3,92

Poderá atrair a atenção tanto de como de 110 2 6 23 47 32 3,92

Poderá vir a despertar a atenção noutros países 111 4 5 21 51 30 3,88

Poderá atingir dimensão do Futsal ou do Andebol 111 8 10 26 40 27 3,61

Simples de jogar 109 5 13 38 44 9 3,36

28 // TRIPELA
//TRIPELA: ACÇÕES DE (IN)FORMAÇÃO
Avançamos agora, neste périplo pela recente história desta modalidade, com
o relato de algumas das acções de (in)formação que realizámos. Estas acções
surgiram como o principal mecanismo de divulgação da modalidade. Achá-
mos que sensibilizando profissionais de Educação Física e Desporto, obtería-
mos a promoção da Tripela a uma escala maior.

Escola Secundária Afonso Lopes Vieira, Leiria


Como pode ser lido no blogue da Tripela (http://blogs.esecs.ipleiria.pt/
tripela/), a primeira acção de (in)formação, dirigida a professores de Edu-
cação Física e Desporto, decorreu na Escola Secundária Afonso Lopes Vieira,
em Leiria, no dia 10 de Setembro de 2008, contando com a presença de 20
professores.
Algumas situações lúdicas e jogos pré-desportivos, sempre com o gesto da
Tripela por base, constituíram o aperitivo para a experimentação da Tripela
propriamente dita. A animação foi uma constante e, no fim, todos manife-
staram o seu agrado pela forma como a acção decorreu e pela dinâmica que
esta modalidade apresenta.

UMA NOVA MODALIDADE DESPORTIVA // 29


Escola E.B. 2,3 Guilherme Stephens, Marinha Grande
No dia 3 de Dezembro de 2008, pelas 10.45 horas, realizámos uma apre-
sentação e experimentação da Tripela na Escola E.B.2,3 Guilherme Stephens-
-Marinha Grande. O convite foi feito por um grupo de cinco alunos do
8ºano que estudavam nessa altura esta nova modalidade no âmbito da Área
de Projecto. Tudo correu bem, revelando os alunos grande curiosidade e
vontade de conhecer a fundo esta modalidade!

Escola E.B. 2,3 D. Dinis, Leiria


Dia 10 de Dezembro de 2008, das 17 às 18.30 horas: nova acção para pro-
fessores de Educação Física e Desporto, desta vez menos participada (cerca
de 10 docentes). Apesar do reduzido número, a satisfação foi enorme, como
transpareceu na ficha de avaliação da acção que os professores preencheram.
Dois comentários deixados no blogue:
“Para além de muito agradável e
divertido foi uma excelente forma
de experimentar a modalidade”;
“O primeiro contacto com a mo-
dalidade foi muito interessante.
Vale a pena experimentar porque a
modalidade tem inúmeras poten-
cialidades a explorar. Estarei atenta
ao próximo encontro de Tripela”.

30 // TRIPELA
E.B. 2,3 José Saraiva, Leiria
Dia 10 de Janeiro de 2009, sábado. Desta vez, mais do que uma acção de (in)
formação, tratou-se de uma participação englobada num convívio despor-
tivo entre Professores de Educação Física e alunos, no qual a Tripela marcou
presença. Nova aceitação positiva, com destaque para a adesão por parte de
alunos e alunas!

Escola Secundária de Porto de Mós


No dia 17 de Fevereiro de 2009
houve mais uma manhã divertida
com cerca de 60 alunos do 11º ano
a aprender a jogar Tripela! Um agra-
decimento especial à Professora Ní-
dia Prata, responsável pela iniciativa,
e às suas colegas Cristina Sanches e
Elsa Figueiredo, que levaram a bom
porto esta actividade.

1º Torneio de Tripela… e RTP


A 18 de Março estavam reunidas as
condições para a realização do primei-
ro torneio de Tripela. O torneio en-
volveu equipas constituídas por alu-
nos do Instituto Politécnico de Leiria e
contou com a presença de uma equipa
de reportagem da RTP.

UMA NOVA MODALIDADE DESPORTIVA // 31


A Tripela na Corunha…
Desloquei-me à Corunha, Espanha, de 7 a 9 de Maio de 2009, para partici-
par no 2º Congresso Internacional de Desportos de Equipa. No dia 8, em
sessão própria para apresentação de posters, mostrei o trabalho que elaborei,
relativo à Tripela. Paralelamente, passei um pequeno vídeo ilustrativo da mo-
dalidade, o que valorizou bastante a apresentação.
Foram várias as manifestações de interesse e de apreço por esta nova mo-
dalidade, tendo alguns colegas (portugueses, espanhóis e brasileiros, funda-
mentalmente) referido a intenção de divulgarem esta modalidade nas suas
instituições de origem, essencialmente Universidades e Institutos Superi-
ores. Ficou ainda acordado, com o Presidente do Comité Científico, Doutor
Antonio Montero, o meu regresso, ao INEF, local onde decorreu o Con-
gresso, em data a acordar, para dinamizar um workshop sobre a Tripela aos
alunos dos Cursos de Desporto desta Faculdade que integra a Universidade
da Corunha.

32 // TRIPELA
… e na Turquia
Acompanhado pelo meu colega Pe-
dro Morouço, estive, em representação
da ESECS – IPL, presente no Sports Fest
2009. O Sports Fest teve lugar em Istam-
bul – Turquia e tratou-se de um evento
que envolveu cerca de 800 participan-
tes oriundos de 20 países. Este evento
envolveu competições desportivas em
diversas modalidades desportivas e teve
lugar nas instalações desportivas da Uni-
versidade de Bogaziçi. No primeiro dia
de actividade constituímos a comitiva lusa na cerimónia de abertura dos
jogos. A nossa participação consistiu na apresentação da modalidade Tripela.
Para o efeito, foi utilizada a projecção do filme promocional da modalidade,
desenvolvido pelo CRM, da ESECS - IPL, no ecrã gigante do espaço principal
e, nos vários dias dos eventos, foi levada a cabo uma explicação e demons-
tração do jogo, utilizando voluntários para o efeito. No sentido de chegar
a todos os envolvidos e permitir que a
sua divulgação fosse o mais internacio-
nal possível, foram ainda entregues, a
todas as delegações, cerca de 10 exem-
plares dos boletins de regras que foram
traduzidos para Inglês. O feedback que
obtivemos foi bastante positivo, com
promessas de divulgação e aplicação nos
respectivos países.

UMA NOVA MODALIDADE DESPORTIVA // 33


Escola E.B. 2,3 João Afonso, Aveiro
No dia 3 de Junho de 2009 a Tripela viajou
até Aveiro, para encontrar o amigo Dénis
Conceição e cerca de 60 alunos do 6º ano,
que vibraram com a modalidade.

1º Colóquio da Tripela… e Manuel Sérgio


O Instituto Politécnico de Leiria e a Fundação INATEL – Agência de Leiria
levaram a efeito, no dia 6 de Junho de 2009, um Colóquio, no Auditório do
Estádio Dr. Magalhães Pessoa, em Leiria, intitulado “TRIPELA – Inovação e
Criatividade no Desporto”.
Este evento teve como objectivos divulgar esta nova Modalidade Desportiva
bem como dar a conhecer a oferta Des-
portiva da Fundação INATEL, no âmbi-
to do programa do “Desporto e o La-
zer”. O colóquio foi dirigido a todos
os Agentes do Desporto, professores
de Educação Física e Desporto, alunos
de desporto, técnicos desportivos e
dirigentes associativos e teve o apoio
Institucional da Câmara Municipal de
Leiria, bem como das Associações de
Modalidade Federadas mais represen-
tativas do distrito.

34 // TRIPELA
Destaca-se a presença do Professor
Manuel Sérgio, licenciado em Filo-
sofia, Doutorado e Professor Agre-
gado em Motricidade Humana pela
Universidade Técnica de Lisboa, cuja
tese fundamentou a alteração da de-
signação do então Instituto Superior
de Educação Física (actual Faculdade
de Motricidade Humana da Univer-
sidade Técnica de Lisboa).
O evento contou, ainda, com a pre-
sença da Dr.ª Isabel Damasceno, Pre-
sidente da Câmara Municipal de Leiria, do Doutor Gonçalo Lopes, adjunto
do Governador Civil de Leiria e de Francisco Carapinha, Delegado da Fun-
dação INATEL/Agência de Leiria, na Cerimónia de Abertura.
Como prelectores, para além do Professor Manuel Sérgio e de Rui Matos,
criador da modalidade, esteve ain-
da o Mestre Rui Lança, da Funda-
ção Inatel.
Os participantes puderam também
assistir a uma demonstração de Tri-
pela, no relvado do Estádio, reali-
zada por alunos e professores do
Curso de Desporto e Bem-Estar da
ESECS, assim como visitaram uma
exposição sobre a Tripela, na qual
puderam observar alguns objectos
e documentos relativos à modali-

UMA NOVA MODALIDADE DESPORTIVA // 35


dade (bola usada no primeiro jogo oficial, recortes de jornais com notícias
alusivas à modalidade, etc).

Taças INATEL de Tripela de Praia


A Escola Superior de Educação e Ciências Sociais, em parceria com a Asso-
ciação de Andebol de Leiria e a Fundação INATEL - Agência de Leiria, levou
a cabo a 1º Taça da modalidade na variante de Praia.
O evento decorreu na Praia do Pedrógão, inserido na 2ª etapa do Andebol
de Praia da região de Leiria nos dias 3 e 4 de Julho de 2010. Três equipas
de Andebol de praia e uma de estudantes da Licenciatura em Desporto e
Bem-Estar da ESECS animaram o areal com jogadas espectaculares, onde o
“pontapé de bicicleta” foi rei.
A equipa Lois/Rei dos frangos foi a grande vencedora deste torneio qua-
drangular, derrotando na final
a equipa do Jornal de Leiria.
A 2ª Taça de Tripela de Praia
foi organizada pela Escola Su-
perior de Educação e Ciências
Sociais, em parceria com a
Fundação INATEL – Agência
de Leiria.
O evento decorreu na Praia
de Paredes da Vitória (Alco-
baça), inserido no 3rd Beach
Weekend (evento do curso
de Desporto e Bem-Estar da
ESECS|IPL) nos dias 25 e 26
de Junho de 2011.

36 // TRIPELA
6 equipas de estudantes e docentes
do curso de Desporto e Bem-Estar
proporcionaram momentos fantásti-
cos de Tripela, que entusiasmaram os
espectadores presentes.
A equipa DBE PL, composta por do-
centes e estudantes, foi a grande ven-
cedora deste torneio.
Mais recentemente, a Escola Superior
de Educação e Ciências Sociais, em
parceria com a Fundação INATEL –
– Agência de Leiria e com a colabo-
ração do Atlético Clube da Sismaria, organizou a 3ª Taça de Tripela de Praia,
nos dias 23 e 24 de Julho de 2011, na Praia da Vieira.
O torneio decorreu inserido na 5ª etapa do Circuito Regional de Andebol de
Praia e regressou, por motivos logísticos, ao formato de torneio quadrangular.
Desporto e Bem-Estar, Jornal de Lei-
ria, Dicis Team e Lois/Caiado foram as
equipas participantes, com destaque
para a estreia dos Nazarenos (Dicis
Team) na modalidade.
A vitória sorriu à equipa do Jornal de
Leiria, após uma final bastante dis-
putada com a equipa de Desporto e
Bem-Estar.
Curiosidade: todos os jogos se decidi-
ram no shoot-out!

UMA NOVA MODALIDADE DESPORTIVA // 37


Festival do Bacalhau - Leiria
Integrado nas actividades desportivas deste evento, decorreu um torneio de
Tripela de praia, com a participação maioritária de estudantes do Curso de
Desporto e Bem-Estar e de alguns entusiastas da modalidade.
Mais uma vez a Fundação INATEL, através da agência de Leiria, colaborou
nesta iniciativa.
Foi a primeira vez que a Tripela de praia se disputou... fora da praia!

38 // TRIPELA
Oficina de Formação Creditada - A Tripela na Escola
Dirigida a professores de Educação Física e Desporto, relevando para efeitos
de progressão em carreira de professores dos grupos 260 e 620, esta acção
contou, até ao momento, com a realização de duas edições. Em cada uma
das edições contámos com a presença entusiasta de 27 professores, os quais
dinamizaram, no seu conjunto, 1200 alunos de escolas do ensino básico e
secundário.
Brevemente iremos realizar a terceira edição desta oficina de formação, face
às manifestações de interesse entretanto realizadas.

UMA NOVA MODALIDADE DESPORTIVA // 39


//A TRIPELA JÁ SE MOSTROU

DATA//LOCAL PÚBLICO-ALVO N.º


14-06-2008
Pavilhão Desportivo da Juventude Desportiva do Lis Geral (Jogo Inaugural) 180

10-09-2008
Escola Secundária Afonso Lopes Vieira, Leiria Professores de Educação Física 20

03-12-2008
Escola E.B. 2,3 Guilherme Stephens, Marinha Grande Alunos, Projecto de Turma 25

10-12-2008
Escola E.B. 2,3 D. Dinis, Leiria Professores de Educação Física 10

10-01-2009
Escola E.B. 2,3 José Saraiva, Leiria Professores e alunos 20

27-01-2009
Escola Secundária de Porto de Mós Alunos do Secundário 66

18-03-2009
Pavilhão do Telheiro, Leiria Alunos e Professores de DBE, Torneio 60

25-03-2009
Participantes no IWE 2009
ESE de Coimbra 30

26 a 29-03-2009
Visitantes do FITEC
FITEC, Batalha -

07 a 09-05-2009 Participantes no II
INEF Corunha, Espanha Congresso de Desportos de Equipa -

15 a 18-05-2009
Istambul, Turquia Participantes do SPORTFEST -

22 a 23 -05-2009 Participantes do Seminário em


Ponte de Lima Desenvolvimento Motor da Criança 60

27-05-2009
ESE de Coimbra Turma 1º ano de Desporto e Lazer 20

03-06-2009
Escola E.B. 2,3 João Afonso, Aveiro Alunos do 6º ano 64

06-06-2009
Estádio Municipal de Leiria Alunos e Profs. EF, 1º Colóquio da Tripela 40

28-06-2009 Participantes na Etapa Regional


Praia de São Pedro de Moel de Andebol de Praia, Demonstração -

05-07-2009 Participantes na Etapa Regional de


Praia do Pedrógão Andebol de Praia, demonstração -

40 // TRIPELA
DATA//LOCAL PÚBLICO-ALVO N.º

12-07-2009 Participantes na Etapa Regional de -


Praia da Nazaré Andebol de Praia, demonstração
17-07-2009
25
Cercina, Nazaré Alunos da Cercina
19-07-2009 Participantes na Etapa Regional
-
Praia das Paredes de Andebol de Praia, demonstração
27-07-2009
Pavilhão dos Pousos, Leiria Convívio, demonstração 25

16-08-2009 Participantes no Torneio de


Praia da Vieira Futebol de Praia, demonstração -

16-09-2009
14
Pavilhão da ESALV, Leiria Professores de Educação Física
24-10-2009
Pavilhão da Escola Correia Mateus Formandos do Workshop de Futsal 26

28-10-2009
Pavilhão da Escola Marquês de Pombal, Pombal Professores de Educação Física 10

03 e 04-07-2010 3 equipas part. no Torneio de andebol de praia


1ª Taça INATEL de Tripela de Praia, Pedrógão e uma de alunos do Curso de DBE da ESECS 40

26-10-2010 Alunos do curso de Desporto e Bem-Estar


Pavilhão dos Marrazes (regime pós-laboral) 22

28-10-2010 Alunos do 1º ano curso de Desporto e


Pavilhão dos Pousos Bem-Estar (regime diurno) 36
20-11-2010
Pavilhão da Escola Correia Mateus Formandos do Workshop de Tripela 15
01-03-2011
Escola Sec. Figueiró dos Vinhos Alunos 10.º e 11.º anos de escolaridade 100
29-04-2011 a 27-05-2011
1ª Oficina de Formação Creditada de Tripela Professores de Educação Física e Desporto 27
13-05-2011 a 17-06-2011
2ª Oficina de Formação Creditada de Tripela Professores de Educação Física e Desporto 27

30-05-2011 a 02-06-2011 Estudantes Universitários de Educação Física 50


Universidade e Colégios da Corunha, Espanha Alunos (9/12 anos) 140
25 e 26-06-2011 6 equipas de estudantes e docentes do curso
2ª Taça INATEL de Tripela de Praia, Paredes de Desporto e Bem-Estar da ESECS-IPL 50

23 e 24-07-2011 3 equipas part. no Torneio de andebol de praia


3ª Taça INATEL de Tripela de Praia, Praia da Vieira e uma de alunos do Curso de DBE da ESECS 35

UMA NOVA MODALIDADE DESPORTIVA // 41


03

CARACTERIZAÇÃO
DA MODALIDADE
A Tripela pode ser caracterizada como uma modalidade desportiva colectiva
de invasão, não havendo, por via desta última característica, uma separação
física dos adversários por nenhum tipo de dispositivo (como uma rede no
voleibol).
A nível escolar pode, naturalmente, ver constituídas equipas mistas em ter-
mos de género, com a ressalva de se controlarem determinadas característi-
cas da prática, nomeadamente as respeitantes ao remate (potência, distâncias
e características da bola). No âmbito federativo, deverão ser constituídas
equipas por sexo.
Disputa-se, preferencialmente, em pavilhão, num espaço de 40 por 20 me-
tros, 5 contra 5 jogadores, com substituições ilimitadas e volantes, cabendo
a um deles a função de joker.
Obriga a uma utilização sequencial de membros superiores e inferiores (por
esta ordem), em cada posse de bola individual, respectivamente para fazer a
sua recepção e o seu envio (passe ou remate).

UMA NOVA MODALIDADE DESPORTIVA // 43


3.1 - ASPECTOS REGULAMENTARES

Lei I - O Campo de Jogo


1. DIMENSÕES: O campo de jogo é rectangular.
Tem o comprimento de 40 metros e a largura de
20 metros.

2. MARCAÇÃO: O campo de jogo é


marcado de acordo com o que se encontra regu-
lamentado para o jogo de andebol, com linhas
visíveis de 5 e 8 cm de largura. As li-
nhas de limite mais compridas denominam-se
linhas laterais e as mais curtas li-nhas de baliza. É
traçada uma linha de meio campo, a toda a largura do terreno. O centro do
campo é assinalado com uma marca visível.

3. ÁREA DE GRANDE PENALIDADE: Em cada topo do campo, a 6 metros de


distância de cada poste da baliza, é traçado um semicírculo perpendicular à
linha de baliza, o qual se prolonga no interior do campo com um raio de 6
metros.
A parte superior deste semicírculo é uma linha de 3 metros de compri-
mento, exactamente paralela à linha de baliza entre os dois postes da baliza.
O espaço compreendido no interior deste semicírculo denomina-se área de
grande penalidade.

4. MARCA DE GRANDE PENALIDADE: Sobre uma linha imaginária perpen-


dicular ao meio da linha de baliza entre os postes, e a 6 metros desta linha,
encontra-se uma marca que se denomina de marca de grande penalidade.

44 // TRIPELA
5. ZONA DE SUBSTITUIÇÕES: Sobre a linha lateral do lado em que se encon-
tram os bancos dos substitutos, e perpendicularmente a essa linha, traçam-
-se duas linhas de 80 cm de comprimento (ficando 40 cm dentro do terreno
de jogo e 40 cm no exterior), a 4,50 metros de um lado e do outro da linha
de meio campo. É por entre cada uma destas duas linhas de 80 cm e a linha
de meio campo que os jogadores deverão sair e entrar quando se efectuar
uma substituição, do respectivo lado do seu banco.

6. AS BALIZAS: A meio da linha de baliza estão colocadas as balizas, contituídas


por dois postes verticais espaçados de 3 metros (medida interior) e unidos
ao alto por uma barra horizontal, cuja face inferior está a 2 metros do solo. A
largura e espessura dos postes e da barra horizontal são de 8 cm.

Lei II - A Bola
A bola é esférica, o invólucro de cabedal ou de outros materiais aprovados.
Na sua concepção não pode ser utilizado qualquer material susceptível de
constituir perigo para os jogadores.

ESCLARECIMENTO: A bola a utilizar poderá ser a já usada no Futsal.

Lei III - Número de Jogadores


A partida será jogada por duas equipas, apresentando cada uma, em campo, o
máximo de 5 jogadores, não havendo um guarda-redes específico. Um desses
jogadores poderá assumir o papel de Joker, cujo estatuto especial referiremos
adiante. O número máximo dos jogadores de reserva (substitutos) é de 7.
É autorizado um número indeterminado de substituições “volantes”.
Substituição “volante” é aquela que é efectuada quando o jogo não está inter-
rompido.

UMA NOVA MODALIDADE DESPORTIVA // 45


Convém observar as seguintes disposições:
O jogador que sai do campo deve sair pela linha lateral, no sector denomi-
nado “zona de substituições”;
O jogador que entra no terreno de jogo deve fazê-lo também pela zona de
substituições e unicamente quando o jogador a substituir tiver ultrapassado
completamente a linha lateral;
Um substituto está sujeito à autoridade e jurisdição dos árbitros, quer seja
chamado a participar no jogo, quer não.
A substituição considera-se efectuada no momento em que o substituto
penetra no terreno de jogo.
O Joker pode trocar de estatuto com outro qualquer jogador, mas tal não
poderá ocorrer dentro do campo (implica substituição do mesmo, ainda
que temporária).

CASTIGO
a) O jogo não será interrompido por uma infracção aquando de uma subs-
tituição. Os jogadores faltosos serão advertidos logo que a bola esteja fora
de jogo.
b) No caso de uma substituição “volante”, se um substituto penetra no ter-
reno de jogo antes que o jogador substituído tenha saído completamente, os
árbitros interromperão o jogo. O árbitro central advertirá o jogador substi-
tuto e recomeçará o jogo com um pontapé livre a favor da equipa adversária
no local onde a bola se encontrava quando o jogo foi interrompido, salvo se,
nesse momento, ela se encontrava no interior da área de grande penalidade
do jogador faltoso. Nesse caso, o pontapé livre deverá ser efectuado sobre a
linha de 9 m, no ponto mais próximo do sítio onde a bola se encontrava no
momento em que o jogo foi interrompido.

46 // TRIPELA
c) Se durante uma substituição “volante”, um substituto penetra no terreno
de jogo ou um jogador deixa o terreno sem passar pela zona de substitui-
ções, os árbitros interromperão o jogo. O árbitro advertirá o jogador faltoso
e recomeçará o jogo com um pontapé livre a favor da equipa adversária.
O livre será executado no local onde a bola se encontrava no momento em
que o jogo foi interrompido, salvo se, a mesma se encontrava no interior da
área de grande penalidade do jogador faltoso. Nesse caso, o pontapé livre de-
verá ser executado sobre a linha de 9 metros, no ponto mais próximo do lo-
cal onde a bola se encontrava no momento em que o jogo foi interrompido.

DECISÕES
É de 4 o número mínimo de jogadores permitido para poder iniciar um
encontro. No caso de expulsões de jogadores, o encontro deverá terminar se,
por parte de uma equipa (ou de ambas), não houver mais que 2 jogadores
no rectângulo.

Lei IV - O Equipamento dos Jogadores


1. Nenhum jogador pode usar qualquer objecto perigoso para os outros
jogadores.
2. O equipamento de cada jogador compreende: uma camisola, calções,
meias e calçado (ténis).
3. O joker deve usar um equipamento (cor) que o distinga de todos os ou-
tros jogadores e do árbitro.

CASTIGO
Por qualquer infracção a esta lei, o jogador faltoso será mandado sair do ter-
reno de jogo para regularizar o seu equipamento ou para ir buscar qualquer
peça do equipamento em falta. A ordem de saída será dada na primeira oca-

UMA NOVA MODALIDADE DESPORTIVA // 47


sião em que, após verificação da anomalia, a bola deixe de estar em jogo, a
menos que, entretanto, o jogador já tenha regularizado o seu equipamento.
Uma infracção a esta Lei não implica a interrupção do jogo.

ESCLARECIMENTO: Se o jogador abandonou o terreno de jogo para regu-


larizar o seu equipamento, não poderá voltar ao mesmo sem previamente se
apresentar a um elemento da equipa de arbitragem, o qual deverá assegurar-
-se, por si próprio, de que o equipamento do jogador está em ordem. O
jogador só poderá entrar em campo num momento em que a bola deixe de
estar em jogo.
Sugere-se que o Joker utilize um colete sobre o equipamento normal, de
preferência de cor semelhante a este e relativamente transparente, de modo
a facilitar a identificação da equipa a que pertence pelos árbitros, evitando a
possível sobreposição/aglomeração, em determinadas circunstâncias, de 4
cores diferentes (duas equipas mais dois jokers).

Lei V – Manipulação da bola


A bola deverá ser jogada com o pé/membro inferior, após ter sido largada
(ou atirada ao ar) das mãos do mesmo executante, em qualquer direcção,
antes de tocar o solo.

O deslocamento no terreno de jogo, na posse da bola, apenas será permitido


com recurso a 3 apoios (esclarecimento mais a frente) ou com a execução
de um pontapé como o referido anteriormente com posterior recepção,
com a(s) mão(s), sem que a bola toque, entretanto, no solo. Caso utilize
o quicar, o qual poderá incluir um número indeterminado e ilimitado de
quiques, terminando obrigatoriamente com o agarrar da bola, o jogador
deverá, seguidamente, realizar um passe ou um remate como inicialmente

48 // TRIPELA
referido; não se podem realizar dois quicares consecutivos, pelo mesmo
jogador, pelo que uma sua nova utilização apenas poderá ocorrer por outro
jogador ou após a bola ter voltado à posse do que o havia efectuado, após
esta ter sido jogada por um outro qualquer jogador, colega ou adversário
(exemplo o driblar no basquetebol e andebol); se a bola, no decorrer do
quicar com mais de um quique, tocar no solo ou noutra parte corporal antes
de ser agarrada com a(s) mão(s), deverá ser marcado um livre contra a equi-
pa do jogador que o realizou. Em caso algum se poderá recorrer ao quicar
na marcação de uma qualquer reposição da bola em jogo.

A acção de tripela ou a utilização de apoios deverá ser iniciada num período


máximo de 3 segundos após o agarrar da bola com a(s) mão(s); caso isso
não aconteça, deverá ser marcado um livre contra a equipa do jogador que
não o fez.
A má recepção, após passe de companheiro de equipa, não deverá ser pena-
lizada, desde que a bola toque inicialmente numa ou em ambas as mãos e
que não ressalte, após esse toque, para o solo.

Para realizar uma intercepção de um passe ou um bloco a um remate ape-


nas poderão ser usados os membros superiores (com excepção do Joker
dentro da sua área, o qual poderá utilizar qualquer parte corporal, sem pôr
em causa a integridade física do adversário, como, por exemplo, por pé em
riste). Contudo, caso a bola ressalte para o solo, não poderá, por norma,
voltar a ser jogada pelo mesmo jogador que assim a tocou antes que um
companheiro ou um adversário o faça. Constituem excepções a esta regra
o Joker dentro da sua área defensiva e, por qualquer jogador, aquando da
realização de bloco, com as duas mãos, a remate do adversário, em qualquer
local do terreno de jogo.

UMA NOVA MODALIDADE DESPORTIVA // 49


Ninguém poderá retirar a bola da mão do adversário, apenas podendo de-
sarmá-lo, com os membros superiores, após este a largar, sem colocar em
causa a sua própria integridade física por jogo perigoso passivo. Em caso
algum será permitido que se utilize o subterfúgio de má recepção para pro-
gredir no terreno de jogo ou para ganhar vantagem sobre um adversário.

É permitido:
- Segurar a bola por um máximo de 3 segundos, também quando está em
contacto com o solo;
- Dar um máximo de 3 passos com a bola.
Um passo é considerado dado quando:
a) Um jogador que está com ambos os pés no solo levanta um pé e o baixa
novamente, ou move um pé de um lado para o outro;
b) Um jogador só tem um pé assente no solo e, ao apanhar a bola, pousa o
outro pé;
c) Um jogador, após um salto para apanhar a bola, só toca o solo com um
pé, e salta sobre o mesmo pé ou toca o solo com o outro pé;
d) Um jogador, após um salto para apanhar a bola, toca simultaneamente
com ambos os pés no solo, levanta um dos pés e volta a pousá-lo, ou muda
um dos pés de um lado para o outro.

Comentário:
Conta como um passo, se um pé é deslocado de um lado para outro e depois
o outro pé é arrastado para junto do mesmo.
Estes aspectos, relativos a tempo com a bola e número de passos/apoios, são
os que são aplicados no andebol.

50 // TRIPELA
ESCLARECIMENTO: um jogador que tenta efectuar uma intercepção (com
os membros superiores) não incorre em falta mesmo que não a agarre
directamente ou que, após intercepção sem agarre, a não consiga agarrar
antes que ela toque o solo. Contudo, neste caso, não poderá jogá-la nova-
mente antes de um seu colega ou adversário o fazer. Também não poderá
ser aproveitada a intercepção para, de forma “forçada”, empurrar a bola
para a frente ou na direcção de um companheiro de equipa. Assim, sem-
pre que os árbitros considerarem ter havido um não agarrar deliberado
quando tal, na intercepção, era claramente possível, deverão marcar falta
contra a equipa desse jogador. Também deverá ser penalizada a intercepção
com o pé, apenas permitida ao Joker e na sua área, quando este (Joker), ao
fazê-lo, coloque nitidamente em causa a integridade física do executante
da tripela. Recomenda-se que esta utilização seja feita a uma distância
prudente do executante e num plano lateral, nunca frontal (ou seja, não
reduzindo a distância entre o executante e o pé que se opõe, evitando, as-
sim, o jogo perigoso por “pé em riste”).
Com excepção das situações de reposição da bola em jogo, nas quais deverá
o pé de apoio estar sempre em contacto com o solo, e sem se deslocar, até à
entrada da bola em jogo, nada impede que, em situação de jogo corrido, um
jogador lance a bola em qualquer direcção, inclusive na direcção da baliza
adversária, progredindo assim no terreno, desde que, antes que ela toque o
solo, a pontapeie, para a realização do quicar e/ou passe ou remate. Deste
modo, o largar/pontapear deve ser visto numa perspectiva mais ampla que
o mero largar e pontapear de imediato, podendo jogar-se técnica e tactica-
mente com esta possibilidade. Contudo, a bola, aquando de uma qualquer
reposição em jogo, só o estará de facto (em jogo) a partir do momento do
contacto do pé com a mesma, pelo que, caso alguém contacte a bola antes
de esta ter sido pontapeada pelo executante da reposição em jogo, será ne-

UMA NOVA MODALIDADE DESPORTIVA // 51


cessário repetir a sua execução. Caso seja o próprio executante o responsável
pela incorrecta reposição em jogo (por exemplo, agarrando-a novamente ou
deixando-a cair no solo antes de a pontapear), essa reposição passará a ser
executada pela equipa adversária.

Lei VI – A equipa de arbitragem


A equipa de arbitragem é constituída por dois árbitros, um secretário e um
cronometrista.
A autoridade e o exercício dos poderes que lhe são atribuídos pelas Leis do
Jogo começam no momento em que entra no recinto onde se encontra o
terreno de jogo e acabam quando o tiver abandonado.
No decurso do encontro, o seu direito de punir estende-se às infracções
cometidas durante uma suspensão temporária do jogo ou quando a bola
está fora de jogo.
Das suas decisões sobre questões de facto ocorridas no decurso da partida
não há apelo, mesmo que isso tenha reflexos no resultado do encontro.
a) Ela velará pela aplicação das Leis do Jogo;
b) Abster-se-á de punir nos casos em que, fazendo-o, julgue favorecer a equipa
que haja cometido a falta (lei da vantagem);
c) Tomará nota das ocorrências que se produzam antes, durante e após o
encontro;
d) Desempenhará as funções de cronometrista nos casos de não poder con-
tar com um elemento oficial com essas funções;
e) Utilizará poderes discricionários para interromper o jogo quando se co-
metam infracções às leis e para suspender ou fazer terminar a partida sempre
que o julgue necessário por motivo de acidentes meteorológicos, interven-
ção de espectadores ou outras causas. Nestes casos deve apresentar relatório
detalhado dos factos à entidade competente (quando a haja) consoante as

52 // TRIPELA
formalidades e prazos fixados ou a fixar nos Regulamentos da entidade sob
cuja jurisdição o jogo se disputou;
f) A partir do momento em que ingressa no terreno de jogo, advertirá todo
e qualquer jogador que tenha comportamento incorrecto ou atitude incon-
veniente e expulsá-lo-á do jogo em caso de reincidência. Nestes casos, de-
verá comunicar o nome do culpado à entidade competente, consoante as
formalidades e prazos estipulados nos Regulamentos da entidade sob cuja
jurisdição o jogo se disputou;
g) Não permitirá a nenhuma pessoa, para além dos jogadores, o ingresso no
terreno de jogo sem a sua autorização;
h) Interromperá o jogo se, em seu entender, um jogador estiver gravemente
lesionado, mandando-o transportar, logo que possível, para fora do campo
e fazendo recomeçar imediatamente o jogo. Se um jogador estiver ligeira-
mente lesionado, a partida só será interrompida quando a bola deixar de
estar em jogo;
Se um jogador estiver capaz de se dirigir até à linha de baliza ou à linha late-
ral, não poderá ser tratado dentro do terreno de jogo;
i) Dará ordem de expulsão do terreno de jogo a todo o jogador que, em sua
opinião, for culpado de conduta violenta, de brutalidade, ou ainda que actue
com propósitos injuriosos ou grosseiros;
j) Dará o sinal de recomeço do jogo, após qualquer interrupção;
k) Decidirá se a bola apresentada para o jogo satisfaz as exigências da Lei II;
l) Em caso de divergência de opinião entre o árbitro central e o de baliza,
relativamente à falta/sanção a assinalar/aplicar, a dupla deverá reunir para
chegar a um acordo.

Lei VII - Duração do Jogo


A partida (seniores masculinos e femininos) compreenderá dois períodos

UMA NOVA MODALIDADE DESPORTIVA // 53


de 20 (vinte) minutos cada um, com um intervalo de 10 (dez) minutos,
interrompendo-se a contagem do tempo de jogo por indicação da equipa
de arbitragem, sendo esta obrigatória sempre que alguém seja admoestado
com cartão amarelo ou vermelho.

Lei VIII – Início/Reinício do jogo

NO INÍCIO DA PARTIDA – O jogo inicia-se com um lançamento de bola


ao ar no meio-campo, com a bola a ser disputada por um jogador de cada
equipa.

APÓS A MARCAÇÃO DE UM GOLO - O jogo recomeçará ao sinal do ár-


bitro central, com tripela, executada por um jogador no centro do terreno,
em qualquer direcção.
Todos os jogadores da equipa que sofreu o golo deverão encontrar-se no seu
próprio meio - campo e os da equipa oposta devem estar a, pelo menos, 3
metros de distância do jogador que efectua a tripela, até que a bola entre
em jogo, não sendo necessário que estes tenham regressado todos ao seu
meio – campo.
A bola só será considerada em jogo quando tiver sido pontapeada pelo joga-
dor que executou a tripela, o qual não a poderá voltar a tocar antes que esta
tenha sido jogada ou tocada por qualquer outro jogador de qualquer das
equipas. Os jogadores da equipa que executa a tripela, com excepção de
quem a executa, podem, logo após o apito do árbitro, deslocar-se para o
meio - campo oposto.

CASTIGO
No caso de infracção a esta Lei, a tripela será repetida, excepto se o jogador

54 // TRIPELA
que a executou voltou a tocar na bola antes de ela ter sido tocada ou jogada
por outro jogador, caso em que será concedido à equipa contrária um pon-
tapé livre, no local onde a falta tenha sido cometida, salvo se ela foi praticada
por um jogador na sua área de grande penalidade, caso em que o pontapé
livre será executado sobre a linha dos 9 m, no ponto mais próximo do sítio
onde a falta foi cometida.

APÓS QUALQUER INTERRUPÇÃO TEMPORÁRIA – Para recomeçar a par-


tida após uma interrupção temporária provocada por um caso não previsto em
qualquer das Leis, e desde que a bola não tenha ultrapassado uma linha lateral
ou de baliza imediatamente antes da interrupção, a equipa que estava na sua
posse ou que não foi responsável pela interrupção (por exemplo, levá-la a bater
no tecto do recinto) terá direito a efectuar uma tripela no local onde ela se en-
contrava no momento da interrupção, salvo se a bola se encontrava no interior
da área de grande penalidade, caso em que o recomeço ocorrerá sobre a linha
dos 9 m, no ponto mais próximo do sítio onde a bola se encontrava quando o
jogo foi interrompido. Se a bola não estava na posse de nenhuma das equipas e
se nenhuma foi também responsável pela interrupção (por exemplo, faltar a luz
num jogo disputado à noite, estando a bola no ar), o recomeço caberá à equipa
que, imediatamente antes da interrupção, havia tido a sua posse.

Lei IX - Bola Fora e Bola em Jogo


A bola está fora de jogo:
a) Quando transpuser completamente uma linha lateral ou de baliza quer junto
ao solo quer por alto;
b) Quando bater no tecto do recinto de jogo;
c) Quando o jogo tiver sido interrompido por um dos árbitros.
A bola está em jogo em qualquer outro momento, desde o começo até ao fim

UMA NOVA MODALIDADE DESPORTIVA // 55


do jogo, inclusive nos seguintes casos:
a) Quando ressaltar para o terreno de jogo após ter tocado num dos árbitros,
desde que estes se encontrem dentro do terreno;
b) Enquanto não for tomada qualquer decisão sobre uma suposta infracção às
Leis do Jogo.

DECISÕES
1. As linhas de marcação do campo fazem parte das áreas que elas delimi-
tam. Por consequência, as linhas laterais e de baliza fazem parte do terreno
de jogo.

Lei X - Marcação de Golos e Pontuações


Será marcado um golo sempre que a bola transpuser completamente a linha
de baliza entre os postes e por baixo da barra horizontal, após ter sido pon-
tapeada por um jogador da equipa atacante, independentemente dos ressal-
tos que possam ocorrer em jogadores adversários.

É permitido marcar golo a partir de qualquer reposição de bola em jogo.

Não poderá ser validado um golo em que a bola entre na baliza adversária
após ter sido impelida por qualquer jogador atacante que não tenha utili-
zado, para esse efeito, a acção de tripela.

Nenhum jogo terminará empatado. A vitória no jogo dependerá das pontu-


ações independentes obtidas em cada uma das partes e num eventual desem-
pate. Os 3 pontos em jogo serão distribuídos, pelas duas equipas, segundo o
esquema que a seguir se descreve:

56 // TRIPELA
- A equipa que vença as duas partes do jogo vencerá o jogo e obterá 3 pon-
tos. À equipa contrária não será atribuído qualquer ponto;
- Se uma equipa vencer uma parte do jogo e a outra vencer a outra parte,
haverá lugar a um desempate por shoot-out; quem vencer este desempate
obterá 2 pontos e a outra equipa 1;
- Se uma parte acabar empatada (com ou sem golos) e a outra não, serão
atribuídos 2 pontos à equipa que venceu uma parte e 1 à que não venceu
nenhuma;
- Se cada uma das duas partes acabar empatada, haverá lugar ao desempate já
referido, atribuindo-se 2 pontos a quem vencer este desempate e 1 à outra
equipa.
Para a determinação do vencedor de cada parte serão atribuídas pontuações
diferenciadas aos golos obtidos, de acordo com o seguinte esquema:
- 1 ponto para golos obtidos por acção realizada no interior da área de baliza
adversária;
- 2 pontos para golos obtidos por acção realizada no exterior da área de
baliza adversária;
- 1 ponto adicional em relação aos anteriormente referidos para golos ob-
tidos por acção do Joker (incluindo a grande penalidade quando a mesma
tenha sido provocada sobre o Joker.

DESEMPATE: Caso haja lugar a desempate, recorrer-se-á à marcação de pon-


tapés segundo um esquema que descrevemos a seguir. Cada equipa terá di-
reito a executar 5 tentativas, de forma alternada com a outra equipa; nenhum
jogador poderá efectuar mais do que uma tentativa nesta série de 5; contudo,
e caso a série termine empatada, recorrer-se-á ao golo de ouro, ganhando a
equipa que primeiro obtiver vantagem pontual após igual número de ten-
tativas realizadas pela equipa contrária, uma a uma, podendo, neste golo de

UMA NOVA MODALIDADE DESPORTIVA // 57


ouro, voltar a intervir jogadores que já participaram na primeira série.
Estas iniciam-se com um jogador na posse da bola, dentro da sua área de ba-
liza, tendo, após o apito do árbitro, 3 segundos para, usando a tripela, a pon-
tapear. Após este apito, um seu colega, com um pé a pisar a linha do meio-
-campo, poderá iniciar o seu deslocamento, não podendo, em caso algum,
entrar na área adversária; se a bola entrar na baliza adversária sem tocar no
seu colega, serão concedidos 3 pontos a essa acção; se for obtido pelo Joker,
valerá 2 pontos (uma só utilização por série); se obtido por jogador normal,
após tripela na sequência do passe por tripela do seu colega, valerá 1 ponto.
No golo de ouro não vigora a vantagem do Joker. Durante o desempate, o
“guarda-redes” que tenta evitar a marcação de golos não pode abandonar a
sua área (pisando o solo fora desta ou invadindo o espaço aéreo); se o fizer,
serão averbados 3 pontos, nessa tentativa, à equipa adversária.

O jogador que se desloca não poderá rematar se a bola tocar o solo, após
tripela inicial do seu colega, antes de chegar à sua posse, ou se, durante ou
após a recepção, a mesma tocar o solo ou outra parte do seu corpo que não
a(s) mão(s). Este jogador não poderá, igualmente, recorrer ao quicar para,
por exemplo, se aproximar mais da baliza adversária, podendo, contudo,
recorrer a qualquer outra acção do jogo, no respeito das respectivas regras
referentes à manipulação da bola (aspectos temporais e espaciais).

Lei XI – Faltas, Conduta Anti-Desportiva e Falhas Técnicas


Um jogador que cometer intencionalmente qualquer das faltas seguintes:
a) Dar ou tentar dar um pontapé num adversário;
b) Passar rasteira a um adversário ou baixar-se à frente ou atrás dele, colo-
cando em risco a integridade física deste;
c) Carregar um adversário de maneira violenta ou perigosa;

58 // TRIPELA
d) Agredir ou tentar agredir ou cuspir um adversário;
e) Agarrar um adversário;
f) Empurrar um adversário;
g) Jogar de maneira que o árbitro considere perigosa;
h) Não estando a sua equipa na posse da bola, fazer obstrução intencional
a um adversário ou interpor-se de forma a oferecer um obstáculo à acção
do adversário; assim, apenas os bloqueios ofensivos serão permitidos como
forma de contacto entre adversários, e, nesse caso, deverão ser realizados
com o executante perfeitamente equilibrado e parado.
Será punido com um pontapé – livre, executado pela equipa adversária no
local onde foi cometida a infracção.
Se um jogador da equipa que defende cometer, intencionalmente, na área
de grande penalidade, qualquer das faltas atrás indicadas, a sua equipa será
castigada com um pontapé de grande penalidade.
O pontapé de grande penalidade pode ser concedido seja qual for a posição
da bola, desde que esta esteja em jogo na ocasião em que a falta for cometi-
da dentro da respectiva área de grande penalidade ou mesmo noutro local,
caso os árbitros entendam que, por essa via, tenha sido subtraída uma clara
oportunidade de golo.
Um jogador será advertido (cartão amarelo) quando:
a) Entrar no terreno de jogo, aquando de uma substituição “volante”, antes
que o jogador a substituir tenha deixado completamente o terreno de jogo,
ou entrar por um local indevido;
b) Infringir com persistência as Leis do Jogo;
c) Mostrar, por palavras ou por atitudes, desacordo com qualquer decisão
do árbitro;
d) Se tornar culpado de conduta inconveniente.
Por qualquer das infracções anteriores, será concedido à equipa adversária

UMA NOVA MODALIDADE DESPORTIVA // 59


um pontapé - livre no local onde a falta foi cometida, salvo se esta tiver
sido praticada no interior da área de grande penalidade, pois neste caso o
pontapé - livre será executado sobre a linha dos 9 m, no local mais próximo
daquele onde a falta foi cometida.
Um jogador será expulso (cartão vermelho) do terreno se, na opinião do
árbitro:
1. Se tornar culpado de conduta violenta;
2. Se tornar culpado de brutalidade;
3. Utilizar propósitos injuriosos ou grosseiros;
4. Se tornar culpado, pela segunda vez, duma falta merecedora de advertên-
cia (cartão amarelo).

DECISÕES
Se, na opinião dos árbitros, um jogador que se desloca em direcção à baliza
adversária, com ou sem posse da bola, ou esteja em posição clara de mar-
car golo (com ou sem posse da bola) é travado intencionalmente por um
adversário através de meios ilegais, impedindo assim a clara possibilidade
de marcar, o jogador faltoso deverá ser expulso do terreno de jogo por falta
grosseira e deverá ser assinalada grande penalidade. Caso resulte golo da
sua execução, esta valerá o maior número de pontos possíve, face à situação
concreta ocorrida (ex: falta sobre o Joker, fora da área, implicará a possível
obtenção de três pontos).
No caso de expulsão, o jogador expulso não pode voltar a jogar no encontro
em curso nem sentar-se no banco dos substitutos. A sua equipa não poderá
ser completada até, eventualmente, sofrer um golo.
No caso da ocorrência de falhas técnicas, será marcado um pontapé - livre
contra a equipa que a cometeu, no local onde se verificou essa falha.
Quando estas falhas ocorram na área defensiva, ou entre a linha delimita-

60 // TRIPELA
dora desta e a linha dos 9 metros, os pontapés - livres deverão ser marcados
sobre a linha dos 9 metros.

Lei XII – Pontapés - Livres


Da marcação de um pontapé - livre pode ser obtido directamente um golo
contra a equipa infractora.
Quando um jogador executa um pontapé - livre, todos os adversários devem
situar-se à distância de, pelo menos, 3 metros da bola, e aí permanecer até
que a bola esteja em jogo.
A bola estará em jogo logo que o jogador que executa a tripela a pontapeie,
após a ter largado antes que esta toque o solo.
Se um jogador se aproximar a menos de 3 metros da bola antes de ser exe-
cutado o pontapé - livre, os árbitros poderão fazer repetir o pontapé até que
a Lei seja respeitada.
O jogador deverá estar parado no momento em que executa o pontapé-livre,
não a podendo jogar de novo antes que ela tenha sido tocada ou jogada por
outro jogador. Não é necessário que o árbitro apite para que o livre possa ser
marcado, com as seguintes excepções:
a) marcação de grandes penalidades;
b) sempre que tenha sido necessário proceder a rectificação de posiciona-
mentos;
c) após advertência (cartão amarelo) ou expulsão (cartão vermelho).
Em caso de necessidade, pode prolongar-se o tempo de jogo, no fim da
primeira parte ou da segunda, para permitir a execução de um qualquer
pontapé - livre.
As faltas cometidas pela equipa que defende e que ocorram entre a linha de
área e a linha dos 9 metros deverão ser marcadas sobre a linha dos 9 metros;
as faltas cometidas por esta mesma equipa, dentro da sua área defensiva,

UMA NOVA MODALIDADE DESPORTIVA // 61


originarão grande penalidade ou, caso sejam falhas técnicas, igualmente so-
bre a linha dos 9 metros; as faltas cometidas no meio campo ofensivo serão
marcadas no local onde ocorreram.

CASTIGO
a) Se o jogador que executou um pontapé - livre jogar a bola outra vez antes de
ela ser jogada ou tocada por outro jogador, será concedido à equipa adversária
um pontapé - livre, no local onde foi cometida a falta, salvo se foi praticada
dentro da sua área de grande penalidade, pois neste caso o pontapé - livre será
marcado sobre a linha dos 9 metros, no local mais próximo de onde a infracção
ocorreu;
b) Se a equipa que deve executar o pontapé - livre demorar mais do que
3 segundos para o fazer, o árbitro concederá um pontapé - livre à equipa
adversária.

Lei XIII - Pontapés de Grande Penalidade


O pontapé de grande penalidade será executado na marca respectiva e, até
que seja executado, todos os jogadores, com excepção do que tentará de-
fender o remate e do que vai marcar o castigo, estarão dentro do campo de
jogo mas fora da área de grande penalidade e à distância mínima de 3 me-
tros daquela marca. O referido defensor deverá permanecer sobre a linha de
baliza, entre os postes, até que a bola entre em jogo.
A bola estará em jogo logo que o jogador que executa a tripela a pontapeie,
após a ter largado antes que esta toque o solo.
O jogador que executa a tripela deve pontapear a bola para a frente antes que
decorram 3 segundos sobre o apito de autorização do árbitro e não pode
voltar a jogá-la antes que ela tenha sido tocada ou jogada por outro jogador.

62 // TRIPELA
Na execução da grande penalidade, o pé de apoio não poderá ser levantado do
solo até a bola estar em jogo (pontapeada) nem poderá pisar ou ultrapassar a
marca dos 6 metros.

O defensor só poderá jogar a bola, caso efectue a sua defesa, se a tiver agarra-
do sem a largar para o solo; em caso contrário, terá de aguardar que alguém
a jogue primeiro; caso não respeite esta situação, será marcado livre – nova
grande penalidade – se a infracção ocorrer dentro da área ou se, por esta via,
um adversário for impedido de obter um previsível golo. Caso o jogador em
causa seja o Joker, esta disposição não se aplicará, uma vez que este é o único
jogador (com excepção das situações de bloco, onde todos o poderão fazer),
que poderá agarrar a bola dentro da sua área, mesmo após queda da mesma
para o solo, desde que a bola tenha vindo de um adversário.
Se a bola, antes de passar entre os postes e por baixo da barra horizontal, ao
executar-se um pontapé de grande penalidade no final do primeiro tempo
ou da partida, tocar num ou nos dois postes ou ainda na barra horizontal ou
no guarda-redes, ou verificando-se uma combinação destes intermediários,
o golo será válido, desde que não tenha sido cometida nenhuma infracção.

CASTIGO
Por qualquer infracção a esta Lei:
a) Cometida pela equipa que defende, será repetido o pontapé de grande
penalidade, caso não tenha sido marcado golo;
b) Cometida pela equipa atacante, será concedido à equipa adversária um
pontapé - livre no local onde a falta foi cometida (ou sobre a linha dos 9
metros, caso a infracção ocorra dentro da área), sendo anulado um eventual
golo assim obtido.

UMA NOVA MODALIDADE DESPORTIVA // 63


Lei XIV - Reposição da Bola a Partir da Linha Lateral
Quando a bola ultrapassar completamente a linha lateral, seja pelo ar ou a
rolar pelo solo, será reposta em jogo com tripela, em qualquer direcção para
o interior do terreno, no local onde transpôs aquela linha, por um jogador
da equipa contrária à do que tocou a bola em último lugar.
O jogador que efectua a reposição lateral deve, no momento de pontapear a
bola, ter uma parte qualquer do pé de apoio sobre a linha lateral.
A bola não poderá voltar a ser tocada pelo jogador que fez a reposição antes
de ser tocada ou jogada por outro jogador.
Os jogadores da equipa adversária devem colocar-se a uma distância mínima
de 3 metros do sítio onde se encontra a bola.
Pode ser obtido golo directamente a partir desta reposição de bola.

CASTIGO
a) Se a reposição não tiver sido efectuada correctamente, será executada por
um jogador da equipa adversária;
b) Se a reposição for feita de qualquer posição que não seja aquela por onde
a bola atravessou a linha lateral, será feita nova reposição por um jogador da
equipa adversária;
c) Se a reposição não for efectuada dentro de 3 segundos a partir do momen-
to em que o executante ficou de posse da bola e com o pé de apoio sobre a
linha lateral, a mesma será executada por um jogador da equipa adversária;
d) Se o jogador que executou a reposição voltar a jogar a bola antes que esta
tenha sido tocada ou jogada por outro jogador, será concedido um pontapé
- livre à equipa adversária, no local onde a falta tiver sido cometida, salvo
se foi praticada dentro da sua área de grande penalidade, pois neste caso,
o pontapé - livre será executado sobre a linha de 9 metros, no ponto mais
próximo do local onde a falta foi cometida.

64 // TRIPELA
Lei XV - Lançamento de Baliza
Quando a bola ultrapassar completamente a linha de baliza, sem ser entre os
postes, pelo ar ou a rolar pelo solo, tendo sido tocada em último lugar por
um jogador da equipa atacante, qualquer jogador da equipa que defendia
deverá repor a bola em jogo unicamente com tripela, a partir do interior da
sua área de grande penalidade e para o exterior desta, com o pé de apoio em
contacto com o solo até ao pontapear, o qual poderá ocorrer em qualquer
ponto da sua área.
A bola será considerada em jogo logo que tenha saído da área de baliza.
Os jogadores da equipa adversária, bem como os colegas da mesma equipa,
devem encontrar-se fora da área de grande penalidade até que a bola entre
em jogo.
Pode ser obtido golo directamente a partir do lançamento de baliza.

Lei XVI - Pontapé de Canto


Quando a bola, após ter sido tocada em último lugar por um jogador da
equipa que defende, tiver ultrapassado completamente a linha de baliza, por
alto ou a rolar pelo solo, sem ser entre os postes, será executado um pontapé
de canto por um jogador da equipa atacante. O pé de apoio do executante
deverá ser colocado exactamente na intersecção da linha final e da linha la-
teral e é desse local que a bola deverá ser pontapeada.
Os jogadores adversários da equipa que executa o pontapé de canto não po-
dem aproximar-se da bola a menos de 3m, antes que ela esteja em jogo, e o
jogador que executou o pontapé não pode voltar a jogar a bola antes de esta
ser tocada ou jogada por outro jogador.
Pode ser marcado um golo directamente através de um pontapé de canto.

UMA NOVA MODALIDADE DESPORTIVA // 65


DISPOSIÇÕES FINAIS
A qualquer momento, e em função da avaliação que se faça da dinâmica do
jogo, poderão ser introduzidas alterações a variados aspectos destas regras,
assim como se deverá proceder às adaptações necessárias (duração, espaço,
aspectos de manipulação da bola e rigor na aplicação de algumas regras) em
função do escalão etário dos praticantes e do seu nível de jogo.

66 // TRIPELA
3.2 - PRINCIPAIS ELEMENTOS TÉCNICO-TÁCTICOS

Apresentamos de seguida os principais elementos técnico-tácticos utilizados


na modalidade, nas fases ofensivas e defensivas do jogo.

//OFENSIVOS
PASSE

01 02

03 04

UMA NOVA MODALIDADE DESPORTIVA // 67


01 02 03a 03b

Consiste em circular a bola entre dois elementos de uma equipa visando a


sua manutenção e/ou a progressão no terreno. Pode ser realizado com qual-
quer parte do membro inferior (ex: fotos 03a e 03b).

QUICAR (com ou sem condução de bola)

01 02 03 04 05

Uma das formas possíveis de manipular a bola, mantendo-a na posse do


executante, ganhando tempo e/ou progressão no terreno. Utilizando a tri-
pela, o jogador mantém a bola no ar recorrendo a um ou mais quiques,
terminando obrigatoriamente com o agarrar da mesma. Pode ser realizado
com qualquer parte do membro inferior.

68 // TRIPELA
REMATE // frontal

01 02 03

REMATE // lateral

01 02 03 04

Utilizando a acção de tripela visa introduzir a bola na baliza adversária. Pode


ser realizado com qualquer parte do membro inferior.

UMA NOVA MODALIDADE DESPORTIVA // 69


BLOQUEIO

01 02

03 04 05

Um jogador da equipa que tem a posse da bola obstrui a deslocação de um


adversário, promovendo o contacto com o mesmo, mantendo o seu corpo
perfeitamente imobilizado.

70 // TRIPELA
//DEFENSIVOS
INTERCEPÇÃO

01 02 03

Um jogador, utilizando exclusivamente os membros superiores, anula a ten-


tativa de passe entre dois jogadores adversários, desviando a trajectória da
bola (ou agarrando-a).

BLOCO

01 02

Acção de intercepção ao remate na qual apenas podem ser utilizados os


membros superiores. O jogador procura impedir que a bola seja impelida
com êxito para a baliza que se defende.

UMA NOVA MODALIDADE DESPORTIVA // 71


DESARME

01 02

03 04 05

Acção pela qual um jogador retira, com o uso exclusivo dos membros supe-
riores, a posse de bola a um adversário. Apenas pode ocorrer com a bola em
trajectória aérea (em condução de bola ou após a ter largado para efectuar
tripela).

72 // TRIPELA
Aspecto da captação de imagens para o livro!

UMA NOVA MODALIDADE DESPORTIVA // 73


04

ENSINO/
/APRENDIZAGEM
DA MODALIDADE
Para que alguém possa começar a praticar Tripela, parece-nos que deverá, no
mínimo, responder a alguns requisitos, uma vez que são estes que permitem
um nível básico da sua prática.

Ao nível técnico o jogador deverá ter a capacidade de agarrar uma bola que
se desloca numa trajectória, maioritariamente aérea, assim como ser capaz
de largar uma bola e pontapeá-la, sem que esta toque no solo, direccionan-
do-a para um colega ou próximo deste.

Ao nível táctico o jogador deverá ter uma compreensão básica do jogo (mar-
car golos, evitar sofrê-los, diferenciar colegas de adversários e identificar a
própria baliza e a adversária).

A prática prévia de outras modalidades desportivas, com afinidades técnicas


e tácticas à Tripela (Futsal, Basquetebol, Andebol, Râguebi, etc.), poderá be-
neficiar o processo de aprendizagem desta modalidade.

//SITUAÇÕES DE APRENDIZAGEM
Como em qualquer jogo desportivo colectivo, os jogos pré-desportivos de-
sempenham um papel fundamental na aprendizagem da modalidade. Assim,
deixamos de seguida algumas sugestões para a aprendizagem da Tripela,
com especial destaque para este tipo de jogos:

UMA NOVA MODALIDADE DESPORTIVA // 75


JOGO CHAMA A TRIPELA

Utilizar bolas na proporção de uma para cada dois participantes. Com todos
em movimento, quem tem posse de bola passa a quem não tem (adaptação
ao gesto-base da Tripela, tomada rápida de decisão – máximo de 3 segundos
na posse da mesma); só passa depois de estabelecer contacto visual com
colega sem bola; se ninguém oferece rapidamente linha de passe, recorre ao
quicar, com um ou mais quiques, até surgir essa linha.

76 // TRIPELA
JOGO DOS 5 PASSES

Duas equipas em confronto, procuram efectuar 5 passes seguidos sem que


a equipa adversária consiga efectuar intercepção; trabalho de desmarcação/
marcação; sentir a necessidade de apoio constante ao portador da bola); a
desmarcação não é ainda orientada para o alvo (baliza), mas apenas visa a
manutenção da posse da bola.

UMA NOVA MODALIDADE DESPORTIVA // 77


JOGO DA BOLA AO FUNDO

Igual ao anterior mas com a necessidade de fazer desmarcações orientadas


para o alvo – neste caso, a linha lateral, que é utilizada como linha final/de
golo, dado jogar-se transversalmente ao habitual.
Esta forma jogada tem já uma afinidade com o jogo formal, permitindo às
equipas evoluir o seu jogo para um objectivo mais concreto, o de colocar a
bola para lá da linha de fundo.

78 // TRIPELA
JOGO DOS CAÇADORES E DA PRESA

Neste jogo de apanhada o objectivo é caçar um elemento que foge. Para tal,
os caçadores deverão circular a bola entre si, respeitando as regras de manipu-
lação da bola da Tripela, passando rapidamente a bola àquele que se encon-
tre mais bem posicionado em relação à presa que foge.
A caça só será válida se o caçador, no momento em que toca com uma mão no
corpo da presa, estiver na posse da bola.
De modo a tornar mais fácil a caçada, poder-se-ão utilizar várias bolas em
simultâneo.

UMA NOVA MODALIDADE DESPORTIVA // 79


BOLA À PAREDE

Escolhido o local (parede sem obstáculos) e definida uma ordem dentro


do grupo (ter a preocupação de constituir diversos grupos, de modo a re-
duzir tempos de espera), um elemento executa tripela contra a parede e o
seguinte tenta apanhá-la antes que esta toque o solo. Para além do contexto
lúdico (dentro do grupo e inter-grupos pode introduzir-se a variante do
apuramento do vencedor, com a ressalva de que quem vai saindo do jogo
não fica parado mas continua a jogar com outros colegas que vão saindo,
constituindo um novo grupo), trabalha-se o gesto da tripela e a sua recepção
em situações de ressalto diversificadas.

80 // TRIPELA
//ASPECTOS METODOLÓGICOS
Apresentamos de seguida alguns aspectos metodológicos, que defendemos no
ensino da Tripela, de modo a facilitar a aprendizagem e a fomentar o gosto pela
modalidade.

- Iniciar pelo jogo


Constitui a melhor forma de adaptação ao jogo e de o compreender, orientando
as acções para o alcance dos objectivos do mesmo. Durante o mesmo, identificar
situações técnico-tácticas menos eficazes e corrigi-las fora do jogo (pontualmente
de forma analítica), de forma aproximada ao jogo formal. (Ex: jogo condicionado,
jogo reduzido, etc.).

- Ter tolerância q.b. em relação às regras do jogo numa fase inicial


Contudo, não se deverá permitir que se instale um certo facilitismo, nomeada-
mente em relação ao tempo que se pode estar na posse da bola ou ao número de
passos com a mesma, de modo a que os participantes não aprendam coisas erradas
que poderão, mais tarde, dificultar a aprendizagem e aquisição destes fundamen-
tos regulamentares.

- Adaptação de uma bola mais macia nos escalões jovens


Na verdade, o objectivo é encontrar ou desenvolver uma bola que possua, também
para seniores, esta característica, sem perder estabilidade no passe e no remate.

- Dispensa (temporária) da figura do Joker, utilizando 5 jogadores ”normais”


Essencialmente no domínio escolar e em escalões de iniciação,para simplificar a
compreensão do jogo e para evitar que se dê demasiada importância a um ele-
mento em particular, colocando a tónica no trabalho colectivo que deverá ser de-
senvolvido.

UMA NOVA MODALIDADE DESPORTIVA // 81


- Redução do terreno de jogo
Pretende-se não só que haja mais intervenções no jogo mas também que
se evite recorrer, como parece acontecer na fase inicial de aprendizagem, a
passes para os espaços vazios mas sem objectividade, perdendo-se a conti-
nuidade do jogo.

- Constituição de equipas
A nível escolar, e não só, é perfeitamente possível realizar jogos de Tripela
com equipas mistas, tanto em termos de sexo como em termos de nível de
jogo. Obviamente, haverá que ter em conta questões relacionadas com a
segurança, concretamente ao nível do remate, para evitar que, por norma,
os rapazes possam atingir raparigas com alguma violência. É, também, de-
sejável que rapazes e raparigas possam desenvolver jogos de forma separada,
bem como, por vezes, fazer equipas de nível mais homogéneo (mais avan-
çados contra mais avançados, menos contra menos).

- Experimentação de todas as funções no shoot-out


Experimentação do desempate com todos os elementos a passar pelas 3 si-
tuações: lançador (efectua o passe para o colega que, partindo da linha de
meio-campo, procura finalizar), rematador (recebe o passe e procura marcar
golo) e defensor da baliza.

82 // TRIPELA
Obrigado, tripeleiros!

UMA NOVA MODALIDADE DESPORTIVA // 83


05

VARIANTE :
TRIPELA DE PRAIA
Esta é uma variante que, por razões óbvias, está sujeita a condições de jogo
especiais. Nesta variante a espectacularidade parece ser mais evidente (tam-
bém por força da pontuação a este nível), dado que o piso mais macio pro-
porciona as acções espectaculares (pontapé de bicicleta, pontapé moinho ou
defesas “impossíveis”). No entanto, o forte calor e o piso instável conduzem
a um maior dispêndio energético, tornando a Tripela de praia bastante exi-
gente e cansativa.
Atendendo às demonstrações de Tripela de praia já realizadas, entendemos
que, a sua prática, a este nível, deverá implicar as seguintes adaptações regu-
lamentares:
a) Dimensões do campo (dos 40 por 20 metros do pavilhão para os
27mx12m, as dimensões utilizadas no andebol de praia);
b) Número de jogadores (do 4+Joker do pavilhão para o 3+ Joker);
c) Pontuação especial para acção espectacular (pontapé de bicicleta, mais
um ponto);
d) Duas partes de 10 minutos, com intervalo de 5 minutos;
e) Substituição de jogadores em toda a linha lateral.

UMA NOVA MODALIDADE DESPORTIVA // 85


86 // TRIPELA
UMA NOVA MODALIDADE DESPORTIVA // 87
06

A TRIPELA
NOS MEDIA
UMA NOVA MODALIDADE DESPORTIVA // 89
90 // TRIPELA
UMA NOVA MODALIDADE DESPORTIVA // 91
GLOSSÁRIO

Bloco: Acção defensiva, na qual apenas podem ser utilizados (tal como na
intercepção ou desarme) os membros superiores. Visa impedir que a bola
seja impelida com êxito para a baliza que se defende.

Bloqueio: Acção ofensiva pela qual um jogador da equipa que tem a posse
da bola obstrui a deslocação de um adversário, promovendo o contacto
com o mesmo, mantendo o seu corpo perfeitamente imobilizado.

Condução de bola: Acção em que o jogador progride no terreno utilizan-


do o quicar.

Desarme: Acção defensiva pela qual um jogador retira, com o uso ex-
clusivo dos membros superiores, a posse de bola a um adversário, a qual
apenas pode ocorrer com a bola em trajectória aérea (em condução de
bola ou após a ter largado para efectuar tripela).

Intercepção: Acção defensiva pela qual um jogador, utilizando exclusi-


vamente os membros superiores, anula a tentativa de passe entre dois
joga- dores adversários, desviando a trajectória da bola (ou agarrando-a).

Joker: Jogador especial, com privilégios ofensivos (golos valem mais pon-
tos) e defensivos (dentro da sua área, defende a bola com qualquer parte
do corpo e pode apanhar a mesma, ainda que venha de ressalto do solo.

Quicar: Acto de impelir (uma ou mais vezes) a bola com o membro infe-
rior, mantendo-a no ar, com ou sem deslocamento.

92 // TRIPELA
Shoot-out: Forma de desempate à qual se tem de recorrer quando as duas
partes terminam empatadas ou quando as equipas ganham uma parte
cada uma.

Tripela: Acção principal do jogo; sequência de agarrar, largar e pontapear.

UMA NOVA MODALIDADE DESPORTIVA // 93


CONCLUSÃO

Com este primeiro livro sobre Tripela quisemos dar a conhecer uma moda-
lidade desportiva nova, em Portugal e no mundo.

Na verdade, apenas decorreram cerca de 3 anos sobre a sua apresentação


oficial. Desde aí, foram já bastantes as acções desenvolvidas, em Portugal e
no estrangeiro, visando a sua divulgação.

Os feedback’s que vamos recebendo encorajam-nos a continuar esta tarefa.


Com tudo (praticamente) por fazer, muitos não serão de mais para ajudar a
que a Tripela adquira, no futuro, o estatuto de modalidade desportiva como
as demais existentes.

2012 será um ano-chave para a expansão da modalidade, estando em pers-


pectiva a criação da Federação(Inter)nacional de Tripela.

Contamos com a sua ajuda para levar a Tripela citius, altius e fortius!

94 // TRIPELA

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