Laquer Capítulo 1
Laquer Capítulo 1
2001
1. Começa com uma história sobre uma mulher que foi considerada morta, mas na
realidade estava em coma. Entre o período de necrotério até a sepultamento o
monge responsável fez necrofilia com a mulher. Descobriu-se que não estava
morta quando no meio do enterro viu-se que ela estava se movimentando. Logo
mais acordou e descobriu-se que estava grávida, fruto da relação não
consentida com o jovem aristocrata monge. Este foi embora envergonhado do
ato. Volta um tempo depois e descobre que a jovem foi para um convento por
causa da gravidez. Vai até ela e a pede em casamento, registrando a criança em
seu nome.
2. Essa história abriu discussões sobre concepção e prazer feminino. Quando
recontada anos depois, afirmou-se que as mulheres eram “insensíveis” e logo o
orgasmo não era relevante para a concepção, já que a jovem engravidada não se
mexeu ou esboçou reações (desconsideram ela estar teoricamente morta).
3. Orgasmo feminino, no final do Iluminismo, foi desconsiderado. Não era
necessário para o coito. Isso mostra que a natureza da mulher poderia ser
negada, redefinida, qualificada e debatida.
4. Durante muitos anos acreditou-se que a mulher possuía a mesma genitália que
o homem. A justificativa era que nas mulheres faltava o calor vital e, por isso,
as genitálias eram reclusas, diferente da do homem que é exposta. Nessa época
ainda não se separava as nomenclaturas entre do que era ovário de testículo etc.
Utilizava-se as denominações masculinas para referenciar as femininas.
5. Final do século XVIII já se enxergava o erro nessa situação. Já entendia-se a
diferença entre os sexos biologicamente. Fala-se também em diferença
molecular entre eles.
6. Essas diferenças conseguiam reafirmar o discurso social e histórico de como
homens e mulheres são diferentes. As diferenças biológicas explicariam os
papéis do homem e da mulher na sociedade.
7. Os gregos sabiam distinguir a natureza da cultura. No Iluminismo isso não foi
adiante, houve uma compilação entre os dois termos para explicar os papéis
sociais.
8. Gênero antes era entendido como algo real, que dava para separar, e sexo era
algo convencional. No Iluminismo que teve a separação biológica - que na
época anterior não era possível cogitar.
9. Uso da biologia para explicar que o coito não depende do prazer sexual (de fato
a ovulação não depende do prazer) - criação do modelo de mulher “sem
paixão”, “frígida”.
10. Avanços científicos sobre ovulação e concepção. Ideia de reprodução: para
evitar a concepção as mulheres deveriam ter relações sexuais na metade do
ciclo menstrual, onde é o pico da fertilidade.
11. Concepções claras de diferenças entre homem e mulher desde o início dos
tempos.
12. Só houve interesse em buscar evidência de dois sexos distintos, diferenças
entre homem e mulher, quando essas diferenças se tornaram politicamente
importantes.
13. Novas formas de interpretar o corpo de 2 modos: epistemológico e político.
14. A política criou novas formas de constituir o sujeito e as realidades sociais
dentro dos quais o homem vivia. A biologia e a experiência sexual humana
refletiam a realidade metafísica na qual se acreditava que a ordem social
repousava.
15. O sexo, tanto no mundo do sexo único como no de dois sexos, é situacional; é
explicável apenas dentro do contexto de luta sobre gênero e poder.
16. Críticas às feministas francesas. Nelas há uma distinção entre sexo e gênero,
havendo assim uma exclusão do corpo no discurso.
17. Fala de Catharine MacKinnon: gênero é a divisão de homens e mulheres
causada pelas exigências sociais da heterossexualidade, que institucionalizam a
dominação sexual masculina e a submissão sexua feminina; o sexo são relações
sociais organizadas para que o homem possa dominar a mulher a submeter-se.
18. Pensamento de que o gênero é uma categoria natural.
19. Foucault diz que a sexualidade não é uma qualidade herdada da carne que
várias sociedades louvam ou reprimem. É uma forma de moldar o self na
experiência da carne, que por si só é constituída em torno de certas formas de
comportamento. Essas formas existem com relação a sistemas historicamente
especificáveis de conhecimento, regras sobre o que é ou não é natural.
20. O fato de a dor e a injustiça terem gênero e corresponderem aos sinais
corpóreos do sexo é precisamente o que dá importância a um discurso sobre a
criação do sexo.
21. O autor sugere que as teorias da diferença sexual influenciaram o curso do
progresso científico e a interpretação de resultados experimentais específicos.
22. O corpo privado, incluso, estável, que parece existir na base das noções
modernas de diferença sexual, é também produto de momentos específicos,
históricos e culturais..