Brito e Paiva. Psicoterapia de Rogers e Axline
Brito e Paiva. Psicoterapia de Rogers e Axline
Brito e Paiva. Psicoterapia de Rogers e Axline
E DIVERGÊNCIAS.
ARTIGO
Faculdade de Tecnologia Intensiva
Vilma Maria Barreto Paiva
Universidade Federal do Ceará
Resumo
Axline referiu que a sua base teórico-prática em ludoterapia é a psicoterapia
não-diretiva rogeriana. Para compreender a afirmação da autora sobre seu
referencial teórico, este trabalho propõe como estudo a análise das
relações entre a psicoterapia não-diretiva de Rogers e a ludoterapia não-
diretiva de Axline. A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica das
obras de Rogers, de Axline e de comentadores. Como resultado, verificou-se
que a ludoterapia de Axline encontra-se entre dois momentos da evolução
teórica de Rogers: a fase não-diretiva e a fase reflexiva. Portanto, a teoria de
Axline não pode mais ser considerada semelhante à psicoterapia não-
diretiva, mas como uma transição para a terapia centrada no cliente.
Palavras-
Palavras-chave: psicologia humanista; ludoterapia; terapia centrada no
cliente.
Abstract
Axline referred that her theoretical-practical base in play therapy is the
rogerian’s non-directive psychotherapy. In order to understand the author's
statement on her theoretical referential, this paper proposes as study the
analysis of the relationships between Rogers's non-directive psychotherapy
and Axline’s non-directive play therapy. The methodology used for the
accomplishment of this work was the bibliographical research of Rogers's,
Axline`s and reviewers’ papers. As obtained result, it was verified that the
Axline’s non-directive play therapy is between two moments of Rogers’
theoretical evolution: the non-directing phase and the reflexive phase.
Therefore, Axline’s theory should no longer be considered similar to the
non-directing psychotherapy, but as a transition for the client centered
therapy.
Resumen
Axline dijo que su base teórica y práctica para la terapia de juego no directiva es la
psicoterapia de Rogers. Para entender la declaración del autor sobre su marco teórico,
se propone como el análisis del estudio de la relación entre la terapia de juego
psicoterapia no directiva y Axline Rogers no-política. La metodología utilizada fue la
tendo uma relação de permissividade, com os Segundo o autor, “a consulta psicológica pode
limites mínimos e com a noção do seu papel ajudar apenas quando há um certo grau de
de terapeuta. Para Rogers (1942/2005), essa mal-estar provocado por uma situação de
diferença se apresentaria forma de desequilíbrio” (p. 53). Ainda sobre a
comunicação estabelecida com a criança. psicoterapia e consulta psicológica não-
Nesse contexto, o da Ludoterapia não- diretivas, Rogers (1942/2005) salientava que
diretiva, as palavras teriam um grande papel
somente no momento de expor os limites. [...] estas [a consulta psicológica e a
Axline (1947/1984), ao analisar as psicoterapia] podem ser eficazes apenas
quando existe um conflito de desejos e
semelhanças com o aconselhamento não- carências que provocam tensão e exigem
diretivo, não enfoca diferenças entre as duas um determinado tipo de solução.
teorias, nem na sua prática profissional. No Fundamentalmente, o que de mais
entanto apresenta uma sistematização rigoroso se pode dizer acerca desta
diferenciada e mais detalhada das atitudes a situação é que, antes de a consulta poder
ser eficaz, as tensões criadas por esses
serem desenvolvidas pelo terapeuta na desejos e necessidades em conflito tem
relação com criança. Rogers (1942/2005) faz que ser mais dolorosas para o indivíduo
uma divisão menos detalhada que a proposta do que o sofrimento e a tensão de
por Axline. procurar uma solução para o problema (p.
Axline (1947/1984) também traz uma 54).
discussão que pode se apresentar como
diferença e que está relacionada à Ainda sobre a questão do estado do
terminologia de sua proposta psicoterápica. cliente e da eficácia da terapia, Rogers
Ela afirmou que o termo não-diretivo traz (1942/2005) afirmava que o cliente deveria
uma ideia clara do papel do terapeuta na estar consciente de que deveria buscar ajuda
relação, mas não deixa muito claro o papel do e, também, desejar esta ajuda. Isso está
cliente. Ela propôs, então, um termo que claramente ilustrado na seguinte passagem:
enfatizaria mais o papel do cliente: “terapia “é certamente mais provável que a consulta
auto-diretiva” (p. 37). Com isso, podemos psicológica tenha êxito quando [...] o cliente
inferir que Axline tentava focar sua terapia deseje ajuda e reconheça conscientemente
em termos do cliente, em paralelo ao foco esse fato” (p. 66). Reconhece, porém, que a
nas atitudes do terapeuta na relação, gerando psicoterapia pode ser eficaz nos casos em que
uma aproximação com a fase posterior da o cliente não se perceba precisando de ajuda
teoria rogeriana: a Terapia Centrada no de maneira consciente.
Cliente. Para ilustrar a afirmação acima, Rogers
Com base nas questões apresentadas utilizou como exemplo um atendimento
acima, mesmo que Axline não tenha realizado com uma criança. A criança quase
apresentado claramente as diferenças entre sempre não sabe o que faz na sala de terapia,
as duas teorias, estas diferenças tornam-se mas reconhece, à medida que o processo
visíveis a partir da sistematização diferenciada avança que há alguém ali que pode ajudá-la.
à de Rogers e da proposição de uma Apesar de suscitar semelhança com a postura
nomenclatura desse ênfase ao papel do que Axline toma e que será demonstrada a
cliente na terapia. seguir, há diferença nos posicionamentos
Outro desencontro entre Rogers e pelo fato de Rogers (1942/2005) pouco se
Axline é sobre a eficácia da psicoterapia e sua deter a essa discussão nessa obra, afirmando
relação com o estado emocional do indivíduo a necessidade de “analisar mais
que chega ao terapeuta. Para Rogers adequadamente” (p. 68) essas situações e
(1942/2005) haveria a necessidade de se mantendo sua primeira proposta no decorrer
verificar a existência de um estado de tensão do livro. A maneira como Rogers desenvolve
que o “habilitasse” a iniciar a psicoterapia. suas ideias deixa claro que o cliente deve
defensivo para negar que esteja diretamente crianças ou jovens com algum grau de
envolvido ou que necessite de ajuda” (p. 93). dependência em relação à família só teria
Sobre a questão entre família, cliente e sucesso quando se identificasse ‘a quem
a relação terapêutica, Axline (1947/1984) tem pertenceria’ a demanda. Caso ela seja do
um posicionamento oposto ao de Rogers. familiar, este deveria passar por terapia para
Para esta autora, não há necessidade de que que o indivíduo “afetado” (no caso, a criança
os pais ou responsáveis pela criança passem ou o adolescente) pudesse obter melhora. Na
por terapia no decorrer do tratamento da situação em que o indivíduo apresentasse
criança. Contudo, ela não descarta que o questões emocionais e que existisse um grau
acompanhamento psicoterápico dos pais, de dependência familiar, o tratamento
aliado ao acompanhamento com a criança psicoterápico só seria eficaz em situações de
pode potencializar e acelerar o andamento do afastamento do convívio familiar ou caso os
processo de psicoterapia desta. Isso fica claro familiares também fossem acompanhados em
na seguinte passagem de Axline (1947/1984): psicoterapia.
Axline defendia, em contrapartida, que
[...] embora os pais, ou substituto dos a criança tem a capacidade de alterar as
pais, sejam frequentemente um fator relações familiares, mesmo que somente ela
agravante no caso da criança mal
ajustada, e ainda possa a terapia
faça terapia. Mas apontou que a terapia
prosseguir mais rapidamente se os realizada com os outros membros da família
adultos receberem também alguma ajuda poderia trazer resultados satisfatórios mais
terapêutica ou aconselhamento, não é rapidamente. Compreendemos, acerca do
necessário que isto aconteça para exposto, que Axline avançou quanto ao nível
assegurar o sucesso da terapia (p. 81 –
grifo no original).
de confiança na capacidade de crescimento
do cliente, através de uma extensão da
Axline (1947/1984) confirmava a não eficácia do processo terapêutico: o indivíduo
necessidade de que os pais passassem por atendido poderia, também, a partir da
terapia com a justificativa de que, em vários psicoterapia, promover mudança em sua
dos casos que acompanhou, as crianças dinâmica familiar.
tornaram-se emocionalmente mais fortes e Com base no exposto acima,
foram capazes de, sozinhas, lidar de maneira apresentamos e desenvolvemos os pontos
diferenciada com a situação familiar que lhes divergentes entre a teoria de Rogers e Axline:
era imposta produzindo, dessa forma, alguma a diferenciação entre a psicoterapia com
mudança no ambiente. Segundo a autora, “se adultos e a ludoterapia infantil, a eficácia da
a criança torna-se madura e responsável, terapia e sua relação com o estado emocional
também os adultos se irritam menos e do cliente e a natureza da ligação entre o
sentem menos necessidade de entrar em cliente e a família. Apesar de serem poucas,
choque com ela” (p. 81). estas diferenças são bastante significativas
Quando a criança tem demandas para compreender a proposta de Axline como
relacionadas a questões familiares Axline diferenciada da psicoterapia não-diretiva que
(1947/1984) ressaltava que, em muitos casos, Rogers postulou em Psicoterapia e Consulta
quando os pais passam por psicoterapia e a Psicológica.
criança não, a compreensão que eles vão
adquirindo a partir de seu próprio processo Adendo sobre a discussão acerca dos
pode trazer melhorias na relação com a desencontros
criança e levar a uma consequente melhora
das demandas desta. À medida que a nossa leitura sobre o
A partir das questões levantadas acima período não-diretivo em Rogers e em Axline
verificamos que, para Rogers, a terapia com avançava, percebíamos a existência de
divergências entre essas duas propostas
sobre psicoterapia. Esses desencontros foram podem facilmente extinguir a terapia [...]” (p.
desenvolvidos no tópico anterior. 79, inserção nossa).
As significativas diferenças encontradas, Na fase Reflexiva, em Cury (1987), uma
nos levam a inferir que a teoria da autora não das principais características do atendimento
se encontraria situada no período não- psicoterápico era a intensa participação
diretivo, tal como Rogers (1942/2005) subjetiva do terapeuta, assim como o
sistematizou. Lançamos como proposta que a reconhecimento da importância do que é
teoria da ludoterapia não-diretiva de Axline vivenciado no encontro com o cliente para a
seja uma transição entre entre a teoria não- vida pessoal do psicólogo. Axline (1947/1984),
diretiva e a teoria da Terapia Centrada no em sua teoria, ainda mantém-se presa à
Cliente, desenvolvida por Rogers na obra noção da relação de limites claramente
Terapia Centrada no Cliente, tomando como definidos, característica da fase Não-Diretiva.
base a divisão desenvolvida por Hart (1961, Outro ponto diz respeito ao uso da
1970, citado por Cury, 1987) e Wood (1983). resposta-reflexo. Esse tipo de resposta foi
Ou seja, a prática de Axline apesar de ser definido por Kinget & Rogers (1966/1977, p.
denominada pela autora de Ludoterapia não- 53, v. II) da seguinte maneira: “refletir
diretiva, apresenta aspectos que a consiste em resumir, parafrasear ou acentuar
aproximariam de uma Ludoterapia “centrada a comunicação expressa ou implícita do
no cliente”. A prática e a teoria, porém, não cliente”. A finalidade dessa resposta, segundo
avançam a ponto de poderem ser os autores, seria manter-se em consonância
classificadas como ludoterapia centrada no com uma das condições facilitadoras descritas
cliente. Descreveremos a seguir os aspectos no volume I da mesma obra: “que o ciente
que justificam a proposta. perceba – mesmo que numa proporção
Acerca da implicação subjetiva do mínima – a presença de 4 e 5, isto é da
terapeuta na relação com a criança, Rogers consideração positiva incondicional e da
(1942/2005), afirmava que, no compreensão empática que o terapeuta lhe
estabelecimento da relação terapêutica, o testemunha” (KINGET; ROGERS, 1966/1977,
envolvimento afetivo do terapeuta poderia p. 182, grifos no original).
existir, mas que deveria ser controlado: “será Apesar de conferir significativa
mais prudente se o terapeuta, evitando os importância para o reflexo de sentimentos,
extremos da reserva ou da ultra-implicação, Axline (1947/1984) utilizou essa modalidade
criar uma relação caracterizada pelo calor, de resposta descontextualizada das atitudes
pelo interesse, capacidade de resposta de facilitadoras e do ambiente de segurança
uma dedicação afetiva, num grau limitado promovido por estas, mas mantendo-se
com clareza e precisão” (p. 88). situada à noção de permissividade: “parece
Axline (1947/1984) apresentava um que a absoluta permissividade, construída
posicionamento semelhante ao de Rogers. pela ausência absoluta de sugestões, é mais
Salientava a necessidade da implicação produtiva para a terapia” (p. 104). A
pessoal do terapeuta para a eficácia da permissividade, característica da fase não-
terapia afirmando que “o sucesso da terapia diretiva, é definida por Rogers (1942/2005)
começa com o terapeuta. Ele deve [...] ter como a “[...] aceitação pelo psicólogo do que
confiança em suas convicções. Deve iniciar [o cliente] diz, da completa ausência de
cada novo contato com segurança e calma. qualquer atitude moralista ou judicativa, da
[...] Deve estar verdadeiramente interessado atitude de compreensão que impregnatoda a
em ajudar a criança” (p. 79). Prosseguia seu entrevista [...]” (p. 88).
posicionamento afiamando, na mesma obra: O último aspecto que abordamos
“é preciso [ao terapeuta] conter-se para refere-se à problematização sobre o termo
evitar os extremos no relacionamento. não-diretivo proposta por Axline (1947/1984).
Mostrar excessivo afeto, muito aconchego, Conforme exposto no tópico anterior, ela
sugere o nome terapia auto-diretiva, para que Para desempenhar este trabalho sem
fique claro o papel do cliente nesta relação perder a noção de um serviço prestado e sem
terapêutica. Essa tentativa de rever o nome esquecer de promover a manutenção do fluxo
de sua terapia a aproxima do que Cury (1987) experiencial dessa relação, julgamos
apresentou como característica para a importante uma consistente sistematização
mudança do termo não-diretivo para o termo da prática. Também, é possível questionar: de
centrado no cliente na teoria rogeriana: que maneira a noção de experienciação
tornar o cliente o real foco da atenção do (Messias & Cury, 2006) e a tendência
terapeuta e não mais focar na atitude do formativa (Rogers, 1983/2005), conceitos das
terapeuta de não dirigir a terapia. fases experiencial e coletiva, podem
Diante das justificativas apresentadas, influenciar a atual prática em Ludoterapia?
tornamos pertinente a ideia de que a teoria Outra questão que pode ser levantada
da ludoterapia proposta por Axline encontra- é: como se daria a relação entre a linguagem
se em um momento de transição entre duas verbal e a comunicação entre a criança e o
perspectivas teóricas da obra rogeriana: a terapeuta? Axline (1947/1984) argumenta
teoria da terapia não-diretiva e a terapia que a criança se utiliza dos brinquedos como
centrada no cliente. meio de “falar” de si para o terapeuta. Rogers
(1942/2005) aponta que a linguagem verbal
Considerações Finais só seria importante no momento da
comunicação dos limites terapêuticos, na
No momento da escrita deste trabalho, psicoterapia. Como lidar, dentro dessa
nós nos questionamos sobre a importância de proposta, com a criança que não brinca? Já
escrever sobre a fase não-diretiva do trabalho que, na ludoterapia centrada na criança, o
rogeriano (do qual Axline afirmava fazer terapeuta não deve sugerir atividades para
parte), em detrimento do estudo sobre serem realizadas ou brinquedos na hora do
práticas mais atuais da Abordagem Centrada atendimento, como a criança se comunicaria
na Pessoa. Estudar sobre isso, contudo, firma- caso ela não se utilizasse desses meios?
nos teoricamente para estudos futuros mais Ainda sobre a questão da comunicação,
aprofundados sobre Ludoterapia. Axline (1947/1984) sugere quais brinquedos e
Consideramos pertinente levantar materiais o terapeuta deve ter em sua sala e
alguns questionamentos, mesmo que estes que possibilitariam à criança uma melhor
não sejam desenvolvidos neste momento. expressão de seus sentimentos. Nesse
Essas questões poderão ser sementes de momento reconhecemos que, apesar de
futuras pesquisas dentro do campo de jogos como os de dama ou de xadrez (ou
produção científica da Abordagem Centrada qualquer jogo de regras anteriormente
na Pessoa. As problematizações que definidas) serem utilizados na terapia com
levantamos no decorrer deste trabalho algum sucesso, estes não representam o
possuem como base a prática de uma das melhor tipo de material para que a criança
autoras deste artigo como ludoterapeuta. possa se expressar. Qual seria, então, o
Nessa perspectiva, tanto o trabalho, material ideal para uma sala de Ludoterapia
quanto a pessoa da autora estão muito mais nos dias atuais? A criança de hoje tem acesso
próximos da criança (ou do adulto atendido). a jogos de regras complexas, tanto no mundo
A implicação pessoal com a criança, real quanto no virtual, através da Internet.
certamente, é diferenciada. Do ponto de vista Jogos mais condizentes com o contexto da
do serviço em atendimento psicoterápico, a criança fariam com que a comunicação,
autora realiza uma atividade profissional. Do expressão e vivência dos sentimentos
ponto de vista da relação terapêutica, estreita fluíssem mais facilmente? Ou a criança se
laços com a criança que geram proximidade e comunicaria melhor com algo que não fizesse
a mobilizam de alguma maneira. parte da sua realidade de vida?
Referências
Nota sobre as autoras
Axline, V. M. (1984). Ludoterapia: A Dinâmica
Interior da Criança. Belo Horizonte: Rosa Angela Cortez de Brito:
Brito Psicóloga.
Interlivros. (Original publicado em 1947). Mestre em Psicologia pela Universidade
Federal do Ceará. Atua na área clínica e como
Axline, V. M. (1991). Dibs Em Busca de Si docente do curso de psicologia da Faculdades
Mesmo. Rio de Janeiro: Agir. (Original Nordeste (FANOR) e da Faculdade de
publicado em 1964). Tecnologia Intensiva (FATECI). Continua
desenvolvendo estudos sobre a Ludoterapia
Cury, V. E. (1987). Psicoterapia Centrada na na Abordagem Centrada na Pessoa. Contato:
Pessoa: evolução das formulações sobre a rosabrito@ymail.com
relação terapeuta-cliente. 89 f. Dissertação de
mestrado. Mestrado em Psicologia Clínica. Vilma Maria Barreto Paiva:
Paiva: Psicóloga.
Universidade de São Paulo, São Paulo. Doutora em Educação pela Universidade