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2017
UFRGSMUN | UFRGS Model United Nations
ISSN 2318-3195 | v.5, 2017 | p. 295-339
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A Missão das Nações Unidas para a Estabilização da República
Democrática do Congo
1 HISTÓRICO
A seguinte seção busca analisar os processos históricos que permeiam
a República Democrática do Congo (RDC) e que condicionaram o país à ins-
tabilidade atual. Dessa forma, atenta-se à criação do Estado da RDC, compre-
endendo o período pré-colonial (aproximadamente, século XV), a Primeira
Guerra do Congo, e a Segunda Guerra do Congo, a qual teve fim em 2003.
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Democrática do Congo
Fonte: IBGE
O Congo sob Mobuto passou por uma grande mudança, uma vez
que – diferentemente de Lumumba que tinha tendências socialistas – há um
direcionamento ao Ocidente, com destaque à participação dos EUA no envio
de ajuda humanitária. Ademais, deve se considerar o contexto da Guerra Fria
que influenciou também a relação do Congo com o Sistema Internacional.
Desse modo, o governo estadunidense considerou Mobuto como um “bas-
tião contra o comunismo” (French 1997). Foi durante o regime de Mobuto
que o país passou a se chamar “Zaire”, em 1971, a fim de eliminar qualquer
traço de colonialismo. A partir de meados de 1970, o ambiente deixa de ser
favorável a Mobuto. Inicia-se nesse período um processo de privatização (ou
zairinização) do Estado levaram à decadência a economia congolesa. Já na
década de 1990, tendo em vista um ambiente insurgente no país, Mobuto
assente em introduzir um processo de transição; entretanto, o mesmo tarda
em acontecer, abrindo margem para a invasão do Zaire por forças rebeldes
de Laurent Kabila com auxílio de outros governos do continente – principal-
mente, Uganda e Ruanda –, dando início, assim, à Primeira Guerra do Congo
(Schmidt 2013).
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Mobuto simpatizava com o antigo regime Hutu que foi responsável pelo
genocídio à etnia Tutsi. Nesse sentido, Burundi e Uganda – que apoiavam
o novo governo Tutsi em Ruanda – viam como inaceitável a continuidade
do governo de Mobuto no Zaire. Angola possuía razões mais particulares ao
participar do conflito, dentre elas destaca-se a tentativa de desmobilização
do exército secreto da União Nacional para Independência Total de Angola
(UNITA) que possuía homens no Zaire, que havia retornado à guerra na
Angola após as conciliações tidas nos anos anteriores. A fim de legitimar a
invasão, cria-se a AFDL (Aliança das Forças Democráticas para a Libertação
do Congo-Zaire) que, segundo Reed (1998), era um grupo rebelde, sem base
ideológica e heterogêneo sob a liderança de Laurent Kabila.
No que diz respeito às forças combatentes, segundo Dunn (2002),
destaca-se a atuação de Ruanda, que foi a grande força detrás da AFDL, tendo
planejado e dirigido a rebelião, fornecendo tropas, suporte logístico e mate-
riais. Angola, Uganda e Burundi proveram apoio em forças regulares, unida-
des blindadas e aéreas (Visentini 2007a). Em contrapartida, o Zaire encon-
trava-se em grande desvantagem dada a desestruturação do exército devido às
políticas danosas de Mobuto, como suas recusas em liberalizar o regime. Nem
mesmo a França forneceu apoio suficiente, sendo os únicos aliados externos
os Hutus ruandeses e as tropas secretas da UNITA (Silva 2012).
Ambos os grupos tiveram de buscar formas de financiar o conflito, o
que constituiu-se em grande problema a Mobuto, uma vez que as instituições
financeiras internacionais, desde o início da década, bloquearam qualquer
tipo de empréstimo a ele, ao passo que a França apenas lhe deu apoio po-
liticamente. Por outro lado, os grupos rebeldes, no início do conflito, eram
apoiados pelos aliados militares. Porém, a partir de abril de 1997, Kabila ini-
cia uma nova forma de financiamento – a qual era chamada de booty futures
(Ross 2002) – que era feita através das grandes companhias mineradoras
internacionais, repartindo com estas os recursos naturais congoleses. Desta-
ca-se, assim, o contrato assinado entre Kabila e a American Mineral Fields.
Com a conquista de Katanga, Kabila passa a chamar atenção frente às demais
companhias e grupos financeiros internacionais que rumaram ao país a fim
de fecharem contratos com o líder da AFDL.
Foi durante a Primeira Guerra do Congo que teve início o processo
de exploração ilegal de recursos naturais, sendo parte de uma primeira fase
de exploração: a das pilhagens em média escala. Este processo inicialmente
foi inicialmente encorajado, direta ou indiretamente, por Laurent Kabila e
pela AFDL. Essa medida foi uma forma encontrada por Kabila para financiar
o conflito. Uganda e Ruanda estiveram presentes nesse primeiro momento,
principalmente no que diz respeito a ouro e diamantes, minerais que os países
em questão não produziam ou o faziam em diminuta escala (S/2001/357
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gitimidade - estas ainda são bastante débeis, o que tem feito com que fosse
necessário ao país ações direcionadas à construção do Estado. Tal debilidade
institucional é demonstrada, por exemplo, na dificuldade de realizar eleições
diretas, devido a questões como falta de orçamento, além dasentativas do atu-
al presidente, Joseph Kabila, de manter-se no poder e dificuldades no próprio
processo eleitoral (The Guardian 2016). Além desses episódios conjunturais,
o próprio conflito é insuflado pela baixa capacidade de governança do Estado
congolês. Isso ocorre, pois aquele é intensificado pelo vácuo de poder causado
pela inabilidade do governo de impor sua autoridade (IPSTC 2013). Nesse
sentido,
o acesso à justiça é lento, caro e fora do alcance para a maioria da po-
pulação em áreas rurais. Serviços correcionais ainda são baseados no
modelo de punição, oposto ao de reabilitação. Representação política
legítima através de partidos políticos e eleições livres e justas ainda não
foram obtidas” (IPSTC 2013, 9).
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2 APRESENTAÇÃO DO PROBLEMA
2.1 Missões de Paz da ONU
A Organização das Nações Unidas foi fundada logo após a Segunda
Guerra Mundial tendo em mente um projeto de sistema internacional que
permitisse a arbitragem de conflitos de modo a evitar novas conflitos devasta-
dores para a humanidade, dentre eles as guerras entre potências. Dessa forma
o Conselho de Segurança assumiu um papel central para colocar em prática o
sistema de segurança coletiva estabelecido na Conferência de São Francisco.
Entretanto, devido a crescente polarização durante o início dos anos 50, em
função da Guerra Fria, o Conselho de Segurança foi marginalizado devido
à falta de capacidade de encontrar consenso entre os membros permanen-
tes. Neste contexto as missões de paz surgiram como uma possibilidade de
prevenir ou estabilizar conflitos entre estados através do emprego de forças
multinacionais (Bigatão 2014).
A Carta das Nações Unidas não define Missões de Paz, mas em seu
artigo VI (Soluções Pacíficas de Controvérsias) permite ao Conselho de Se-
gurança recomendar ações que devem ser seguidas em caso de uma disputa
entre Estados colocar em risco a paz e estabilidade internacional. Desta for-
ma, em conjunto com a capacidade de uso da força para prevenir ameaças à
paz e estabilidade internacional do Artigo VII (Ação Relativa a Ameaça à Paz,
Ruptura da Paz e Ato, o Conselho de Segurança criou missões visando mini-
mizar os riscos de conflitos causarem mais danos à humanidade. A primeira
missão armada aprovada pelo Conselho foi durante a Crise de Suez em 1955
na qual Israel violou o armistício, assinado pelos países com aprovação da
ONU. Tentativas de resolver a situação no Conselho foram frustradas pelos
vetos da França e do Reino Unido devido ao apoio às ações de Israel. Assim
uma Assembleia Geral Emergencial foi realizada para proporcionar uma so-
lução, e estabeleceu a UNEF (United Nations Emergency Force) a visando
aplicar o armistício, retirar as tropas Israelenses e reabrir o Canal de Suez
(Leal et al 2016).
Este primeiro caso abriu o precedente para que novas missões fossem
estabelecidas baseadas em três pilares: (1) Consentimento das partes envol-
vidas no conflito, (2) Imparcialidade e (3) mínimo uso da força, restrita a
auto-defesa das tropas de paz. Devido à dificuldade de chegar ao consenso nas
reuniões do Conselho durante a Guerra Fria apenas 14 missões foram apro-
vadas até o fim dos anos 80. A transição de uma ordem mundial bipolar para
o multilateralismo unipolar dos anos 90 permitiu o Conselho de Segurança
aprovar mais missões de paz e ampliar sua atuação. Além disso, os conflitos
internos proporcionados principalmente pelos processos de descolonização
também ofereceram um grande desafio à paz e estabilidade internacional,
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originando crises humanitárias que tinham entre suas causas disputas reli-
giosas e étnicas resultantes das transformações mundiais do período. Desta
forma, visando pôr um fim às violações humanitárias cometidas nestes países
a ONU aprovou missões de paz, que contavam com novos mandatos e maio-
res quantidades de tropas para lidar com a nova situação de conflitos internos
(Bigatão 2016).
Enquanto a mudança da dinâmica internacional referente à Guerra
Fria proporcionou novos conflitos resultantes dos vácuos de poder que apa-
receram em períodos de transição, as missões de peacekeeping não possuíam
mecanismos para lidar com tais conflitos. Assim a “Agenda para a Paz” do
Secretário Geral Bouthos-Ghali, a qual estabelecia um padrão sequencial nas
missões de paz, iniciando com a diplomocia preventiva para depois passar
para estabelecimento e manutenção da paz e só então, com o fim do conflito,
buscar atividade de construção de uma paz duradoura e desenvolvimento da
região afetada. As limitações da Agenda, foram evidenciados quando peque-
nos contingentes da ONU precisaram enfrentar ameaças de genocídio sem
qualquer preparo de equipamento, treinamento ou instrução, tendo em vista
a falta de suporte material para as intervenções. Restou às Nações Unidas
aprenderem frente às tragédias de Ruanda e da Bósnia, buscando novas solu-
ções para a nova dinâmica internacional que surgia. (Fréchette 2012).
Visando aprimorar e evitar que novas tragédias como estas ocor-
ressem aos olhos das Nações Unidas, o então secretário-geral da ONU, Kofi
Annan, convocou especialistas que construíram um documento sobre a revi-
são das operações de paz, que ficou conhecido como Relatório Brahimi. Nele
foi percebido que uma missão não poderia obter sucesso apenas através de
ação militar, e quando esta fosse implementada deveria obter os recursos ne-
cessários para a proteção de civis. Além disso, observou-se que muitas vezes
as tropas da ONU sofreram resistência de grupos internos que não concor-
davam com a sua presença e estariam dispostos a ignorá-la, colocando em
risco ambos civis e tropas estacionadas no país. Dessa forma a partir dos anos
2000 missões multidimensionais que buscavam cooperação com outros ór-
gãos, fornecendo ajuda humanitária e assistência de policiamento, foram es-
tabelecidas visando enfrentar conflitos através de frentes de ação, bem como
mandatos antigos foram reavaliados e alterados para estarem atualizados às
novas demandas (Bigatão 2016).
Através das revisões de políticas chegou-se no entendimento de que
a proteção de civis deveria responder a alguns princípios: proteção através
de processos políticos, proteção contra violência física e estabelecimento de
um ambiente protetor. Entretanto, apesar das Nações Unidas compreenderem
que a proteção vai além do aspecto físico, muitas missões ainda não conse-
guem estabelecer um ambiente seguro para a população civil. Entre as causas
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tação da Human Rights Due Diligence Policy (HRDDP). Essa política impede
as agências e operações da ONU de apoiar setores securitários externos que
possam cometer, ou que tenham cometido violações graves de direitos huma-
nos (ONU 2013). Devido as constantes acusações de violações da parte das
forças armadas congolesas a MONUSCO suspendeu a cooperação com estas
em fevereiro de 2015. O governo do Congo se declarou fortemente ofendido
frente a episódios de interferência pela missão em decisões militares nacio-
nais sob o aval da nova política da ONU (Stimson Center and Better World
Campaign 2016).
Em março de 2016, a aplicação dessa política foi flexibilizada e a
relação entre as partes militares na RDC foram retomadas. O motivo do re-
torno da cooperação foi o notório enfraquecimento das operações e muitas
vezes inviabilidade dessas quando não contavam com o apoio mútuo entre as
duas forças (FARDC e MONUSCO). Foi decidido que a Missão providencia-
ria “medidas mitigantes” que buscassem impedir a continuidade das violações
de direitos humanos pela parte das forças nacionais (Stimson Center and
Better World Campaign 2016). Ainda assim, a cooperação entre as partes
não é tão consistente como fora no período anterior e isso pode ser visto
como um elemento preocupante frente às demandas que surgirão ao aproxi-
mar do novo período eleitoral.
O gasto em defesa da RDC aumentou em cerca de 20% de 2015
para 2016, sendo U$875mi o total do dispêndio registrado no último ano.
Em termos quantitativos a República Democrática do Congo tem as maiores
forças armadas da África Central. Todavia, devido ao tamanho de seu terri-
tório e os seus precários níveis de treinamento e equipamento, essa força se
encontra incapaz de sozinha prover segurança para todo o país. Grande parte
de seu equipamento militar está em péssimo estado e as forças militares, des-
de a incorporação dos numerosos grupos armados rebeldes, têm enfrentado
lealdades conflituosas. Sendo assim, o governo precisa do amparo da MO-
NUSCO, assim como de sua Brigada de Intervenção, para conseguir alcançar
a estabilização interna e o fim do conflito mais duradouro desde o final da
Guerra Fria. (IISS 2017).
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cumura, que liderou o grupo desde 2003 e quer continuar a luta armada – e
moderados de uma geração mais jovem – que são a favor da desmobilização
e reintegração (Dagne 2011).
O grupo vem cometendo violações de direitos humanos e crimes de
guerra – incluindo massacres étnicos, estupros em massa e recrutamento for-
çado de crianças soldado –, bem como exploração ilícita de recursos naturais,
pelos últimos 20 anos. As FDLR continuam ativas em partes dos territórios
de Masisi, Walikale, Lubero do Sul e Rutshuru, e atuam frequentemente em
aliança com grupos armados hutus congoleses, como as Forças Federalistas
Republicanas, e alguns grupos Mai-Mai; também possuem 4 subgrupos divi-
sórios como braços armados principais: Reagrupamento Unido pela Demo-
cracia (RUD)19, SOKI20, FOCA21 e Mandevu22 (IRIN 2017).
As FDLR reportadamente receberam apoio do governo congolês: o
ex-presidente Laurent-Désiré Kabila formou uma aliança com o grupo, na
tentativa de combater a influência de Kigali no leste congolês, e já coordena-
ram operações militares conjuntamente às FARDC23. Todavia, Joseph Kabila
permitiu que as tropas ruandesas entrassem no Congo em 2009 e caçassem
líderes do grupo (Buchanan 2017).
Em maio de 2016, mais de 50 oficiais, bem como quase metade da
força de soldados, deixaram o grupo para formar o Conselho Nacional para
a Renovação e a Democracia (CNRD)24, enfraquecendo significativamente as
19 FDLR/RUD: Possui cerca de 500 soldados, em sua maioria de etnia hutu, que operam no
território de Lubero do Sul e estão envolvidos em práticas ilegais de exploração e comércio de
recursos naturais e minerais, taxação e caça. O RUD tem pactos de não-agressão com diversos
grupos armados, e tolera o M23 (IRIN 2017).
20 FDLR/SOKI: Possui cerca de 100 soldados, em sua maioria hutus, e é reconhecido por suas
atividades de banditismo no território de Rutshuru, em Kivu do Norte. Seu líder foi morto
pelo M23, grupo que está entre seus inimigos (IRIN 2017).
21 FDLR/FOCA: Forte facção, estimada por já ter compreendido de 1.500 até 5 mil homens,
estando dentre estes alguns dos principais genocidas de Ruanda. Está ativa no território de
Rutshuru e é acusada de graves violações de direitos humanos e exploração ilícita de recursos
naturais. Dentre seus principais inimigos está o M23 (IRIN 2017).
22 FDLR Mandevu: Separaram-se do FOCA em 2010, aliando-se ao M23 e opondo-se às
FARDC (IRIN 2017).
23 Atualmente mantém ligação com alguns membros corruptos das FARDC que, em troca de
Cannabis ou lucros nas atividades comerciais das zonas de mineração ilegal, provém ao grupo
fuzis AK-47 (UNSC 2012).
24 O CNRD-Ubwiyunge, ao se separar das FDLR, clamavam como objetivo apoiar a popula-
ção ruandesa refugiada na busca por reconhecimento, proteção e ajuda humanitária; trabalhar
com outros partidos de oposição ruandeses para pressionar o governo de Ruanda a abrir
espaço de representação política para os mesmos; e trazer uma verdadeira reconciliação à
sociedade ruandesa. O grupo criou seu próprio braço armado militar, a Fronte de Libertação
Nacional (FNL), que consiste em dois setores operacionais, instalados nas províncias de Kivu
do Norte e Kivu do Sul. A reação da FDLR à deserção foi a de mobilizar operações contra o
grupo – na tentativa de desmobilizá-lo antes de tornar-se estável – e de obrigar seus aliados
(especialmente as facções Nyatura) a posicionarem-se junto a um dos lados. A estratégia
Sukola II, implementada pelas FARDC, que tinha como alvo principal as FDLR, não atingiu o
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Raia Mutomboki
O Raia Mutomboki – expressão que significa “cidadãos enfurecidos”,
em Kiswahili – é um grupo de vários líderes locais e desertores das FARDC.
grupo (UNSC 2016).
25 A Brigada de Intervenção contribuiu com tropas terrestres e forças especiais, aéreas e de
artilharia. A MONUSCO também utilizou de Veículos Aéreos Não-Tripulados para detectar
e mapear as áreas de atuação do grupo – o que fez com que os rebeldes contruíssem em seus
campos bunkers subterrâneos, não apenas para proteção contra os ataques aéreos e de artilha-
ria, mas também para evitar serem detectados pelos drones da Missão, bem como adquirissem
armamento antiaéreo. Dessa forma, mesmo sendo um dos grupos mais antigos atuando no
leste do Congo, as ADF são pouco conhecidas e mantém um caráter misterioso (UNSC 2016).
26 Desconfia-se que o grupo tenha tentado aumentar seus recursos humanos através de re-
crutamento e sequestros na Uganda também, além de possivelmente possuir ligação com o
grupo terrorista Al-Qaeda, que auxiliaria no treinamento dos combatentes (IRIN 2017). Na
metade do ano passado, estima-se que o grupo tivesse armamento suficiente para equipar cada
combatente – a maior parte dos mesmos possuía rifles Kalashnikov. O grupo também possuía
algumas metralhadoras leves e lançadores de granadas, além de utilizar de dispositivos explosi-
vos simples e improvisados. Destaca-se, ainda, a existência de um serviço interno de segurança,
responsável por comandar os mais distintos aspectos da vida no grupo (UNSC 2016).
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Rebeldes Nyatura
No ano de 2010, o grupo Nyatura, uma milícia hutu congolesa, foi
fundada para colaborar com os rebeldes do FDLR e com as FARDC na luta
por proteção dos interesses hutus contra ex-integrantes do CNDP e do M23.
O grupo já foi utilizado como uma força proxy pelo exército congolês e, em
2012, parte de suas forças foi integrada às FARDC29 (IRIN 2017).
O Nyatura alega que as ações do Raia Mutomboki têm como alvo
principalmente a comunidade hutu, se opondo ao grupo. Possuem relações
de colaboração com as FDLR, que proveem armamentos e treinamento aos
grupos Nyatura e atuam conjuntamente em operações30.
27 O grupo resolve disputas em vantagem dos civis – tais como conflitos de terra, disputas
de heranças, questões relacionadas a casamentos, etc, e, em troca, as famílias enviam jovens ao
Raia Mutomboki. Os combatentes também demandam um “esforço de guerra”, que consiste em
uma contribuição monetária, de cada família.
28 Jutamente às Forcas de Defesa Congolesas (FDC-Luanda) e ao Nduma Defesa do Congo
(NDC), o Raia Mutomboki formou uma frente comum nos territórios de Masisi e Walikale,
para operar em nome do M23. O Movimente proveu consideráveis quantidades de armamento
e munição para o Raia Mutomboki em 2012, tais como 50 unidades de fuzis AK-47 (UNSC
2012).
29 Em apoio, as FARDC proviam armamentos e munição ao grupo. O Grupo de Especialistas
do Conselho de Segurança constatou que, em 2012, 300 fuzis Ak-47 foram entregues pelas
FARDC para os rebeldes do Nyatura (UNSC 2012).
30 Para as FDLR, o grupo representa não somente uma conexão à população local, mas tam-
bém uma fonte de recursos humanos. Em troca, são providos armamentos e treinamento para
que atuem em favor das FDLR. Frente à recente divisão do grupo, os rebeldes do Nyatura fo-
ram forçados a posicionarem-se como aliados ou das FDLR ou do CNDR. Uma das facções que
permaneceu ligada às FDLR depois da divisão é a do líder John Love – estimada entre 50 e 100
combatentes e que possui cerca de 40 rifles Kalashnikov e uma metralhadora (UNSC 2016).
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Milícias Mai-Mai
O termo “Mai-Mai” se refere a um grupo de milícias locais, ativas
desde as duas guerras do Congo. São essencialmente milícias de autodefesa,
formadas por líderes da comunidade local, geralmente ao longo de linhas
étnicas. Não possuem articulação política unitária ou consistente (Dagne
2011).
O grupo é acusado de aterrorizar a população de Kivu do Norte com
estupros sistemáticos e em massa e outras formas de abuso sexual, mutilação,
matança indiscriminada, recrutamento e trabalho forçado, especialmente de
crianças soldado. Enquanto algumas dessas milícias são maiores e mais co-
nhecidas – tais como a Milícia dos Patriotas da Resistência Congolesa (PA-
RECO) ou Aliança dos Patriotas por um Congo Livre e Soberano (APCLS),
outras são pequenas forças locais, conhecidas pelo nome de seus líderes (Bu-
chanan 2017).
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3 REPRESENTAÇÕES
O Representante Especial do Secretário-Geral (Special Repre-
sentative of the Secretary-General) é a maior autoridade da missão, sen-
do o responsável pelo cumprimento do mandato estabelecido pelo Conselho
de Segurança. Ao representar o Secretário-Geral como Chefe da Missão o
Representante Especial administra os recursos da missão, dessa forma deve
garantir uma cultura de respeito e integridade entre seus membros. Uma ca-
racterística fundamental é a capacidade de criar consenso entre os tomadores
de decisão e coordenar o trabalho complexo num ambiente multicultural
e multidisciplinar. O estabelecimento e manutenção de contatos nacionais,
regionais e internacionais relevantes para a missão também faz parte de suas
atividades. Assim o Representante deve garantir o cumprimento do Direito
Internacional Humanitário, a preservação da integridade do contingente das
Nações Unidas, o respeito aos Direitos Humanos e também deve oferecer
liderança no cumprimento dos objetivos da missão.
O Representante Especial do Secretário-Geral para Operações
31 O Movimento Popular Sudanês de Libertação/Exército em Oposição (SPLM/A-IO) entrou
no território congolês em agosto de 2016 com armas e munição. Da força – que era composta
por 1.300 homens armados com fuzis AK-47, 25 metralhadoras e 35 lançadores de granda
RPG-7 – cerca de 900 combatentes cruzaram a fronteira para a RDC. A MONUSCO conse-
guiu extrair 775 combatentes; contudo, reteram apenas 138 armas, número discrepante com
a quantidade que entrou em território congolês, dando indícios de que as mesmas teriam sido
repassadas para grupos no Congo (UNSC 2016).
32 O Fronte dos Nacionalistas Integracionistas (FNI) passou pelo mesmo processo. Contudo,
desde 2005 o grupo passou a constituir um partido político e seus combatentes foram majo-
ritariamente integrados às FARDC (Buchanan 2017).
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assim, a comandante é quem advogada sobre este ponto no que tange à pro-
teção de civis (MONUSCO 2017a).
O Representante Regional do ACNUR (Alto Comissariado das
Nações Unidas para Refugiados) (UNHCR Regional Representative)
promove instrumentos internacionais para a proteção dos refugiados e su-
pervisionar sua aplicação. O ACNUR tem o mandato de dirigir e coordenar
a ação internacional para proteger e ajudar as pessoas deslocadas em todo o
mundo e encontrar soluções duradouras para elas. Nesse sentido, a principal
missão do ACNUR é assegurar os direitos e o bem-estar dos refugiados. O
grande número de refugiados internos, em razão da crise na RDC, exige que
o representante regional do ACNUR empenhe-se a fim de aumentar a capa-
cidade nos centros para deslocados internos. Ademais, deve-se garantir que
qualquer pessoa possa exercer o direito de buscar e gozar de refúgio seguro
em outro país e, caso assim deseje, regressar ao seu país de origem (UNHCR
2017).
O Diretor Nacional do PNUD (Programa das Nações Unidas
para o Desenvolvimento) (UNDP Country Director) é responsável pela
execução de ações específicas para auxiliar a RDC a enfrentar os desafios da
pobreza, da boa governança, da estabilidade sócio-política e do desenvolvi-
mento sustentável. Estabelecido na RDC desde 1976, o PNUD implementa
o desenvolvimento humano sustentável. Atualmente, as três áreas de inter-
venção são: consolidação da paz e da democracia; desenvolvimento e cresci-
mento inclusivo; e mudanças climáticas e administração dos recursos naturais
(UNDP 2017).
O Representante do Comitê Internacional da Cruz Vermelha
(CICV) (International Committee of the Red Cross Representative)
deve promover os interesses da organização à qual responde. O CICV atua na
região do Congo promovendo o respeito ao direito humanitário no tratamen-
to de civis e detidos e auxilia aqueles afetados adversamente pelo conflito.
Também busca melhorar as condições de suprimento de água, tratamento
de saúde básico e questões sanitárias (ICRC, 2017). O encarregado por essa
função deverá garantir que parte do orçamento seja investido na questão da
saúde da população, ou seja que isso esteja registrado na ordem das opera-
ções.
O Representante Especial do Secretário-Geral para Política
(Special Representative of the Secretary-General for Politics) é subor-
dinado ao Representante Especial do Secretário-Geral (Special Representa-
tive of the Secretary-General), sendo de sua responsabilidade a prestação de
assessoria ao setor político da MONUSCO. Além disso, o Representante do
Secretário-Geral para Política é responsável pela coordenação entre os repre-
sentantes políticos e os demais setores da Missão, gerenciando a relação entre
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Democrática do Congo
4 INVENTÁRIOS MILITARES
4.1 RDC e MONUSCO
República Democrática do Congo (estimado)
EFETIVO TOTAL: 134250
EXÉRCITO: 103000
Brigada de Infantaria Integrada 6
Brigada de Infantaria Não-Integrada 3
Regimento de Infantaria 27
Regimento de Artilharia 1
Batalhão de Policia Militar 1
GUARDA REPUBLICANA: 8000
Regimento Armado 1
Brigada de Guarda 3
MARINHA 6700
FORÇA AÉREA 2250
EQUIPAMENTO DO EXÉRCITO E DA GUARDA REPUBLICANA
VEÍCULOS ARMADOS DE COMBATE
Man Battle Tank (MBT) 149
Type-59 17
T-55 32
T-72AV 100
Tanques Leves 40
PT-76 10
Type-62 30
Armoured Reconnaissance (RECCE) 52
AML-60 17
330
UFRGSMUN | Gabinete de Crises
AML-90 14
EE-9 Cascavel 19
RAM-V-2 2
Infantry Fighting Vehicle (IFV) 20
BMP-1 20
Armoured Personnel Carrier (APC) 144
Modelo APC (T) 9
BTR-50 3
MT-LB 6
Modelo APC (W) 135
BTR-60PB 70
Panhard M3 58
TH 7
ANTI-TANQUES/ANTI-INFRAESTRUTURA
Recoilless Launcher (RCL)
M18 57mm
M 20 75mm
M40A1 106mm
ARMAS
Type-56 (D-44) 85mm 10
ARTILHARIA 720
Auto-propulsado 16
2S1 Gvozdika 122m 6
2S3 Akatsiya 152mm 10
TOWED 119
M-30 (M-1938)/D-30/Type-60 122mm 77
Type-59 (M-46)/Type-59-I 130mm 42
Multiple Rocket Launcher (MRL) 57
Type-63 107mm 12
Type-63 122mm 24
BM-21 Grad 24
RM-70 alguns
M-51 128mm 6
Type-82 130mm 3
Type-82 132mm 12
Morteiros 528
M30 81mm 100
M30 82mm 400
M30 107mm -
331
A Missão das Nações Unidas para a Estabilização da República
Democrática do Congo
Brandt 120mm 28
Outros 18
DEFESA AÉREA
Míssel ar-superífice
Defesa Pontual: 9K32 Strela-2 (SA-7 Grail)
GUNS
TOWED 124
ZPU-4 14.5mm 12
M-1939 37mm 52
M-1939 40mm 60
EQUIPAMENTO DA MARINHA
COMBATENTES COSTAIS E DE PATRULHA
Botes de Patrulha 16
Shanghai II 1
Outros 15
EQUIPAMENTO DAS FORÇAS AÉREAS
AERONAVES
Ground Attack (ATK) 4
Su-25 Frogfoot 4
Transport (TPT) 5: Medium 1 C-130H Hercules; Light 2 An-26 Curl; 5
Medium: C-130H Hercules 1
Light: An-26 Curl 2
Passenger Transport Aircraft (PAX): B-727 2
HELICÓPTEROS
Ground Attack (ATK) 9
Mi-24 Hind 4
Mi-24V Hind 5
Transport (TPT) 3
AS332L Super Puma 1
Mi-8 Hip 2
Fonte: ISSN 2017
MONUSCO
EFETIVO TOTAL 21632
PESSOAL UNIFORMIZADO 18316
Tropas 16215
332
UFRGSMUN | Gabinete de Crises
4.2 Rebeldes
Armas de Fogo
Fuzis
AK-47 Sim, quantidade Sim, quantidade Sim, quantidade Sim, quantidade Sim, quantidade
incerta. estimada: 120. incerta. estimada: 50. incerta.
Cartuchos Sim, quantidade Sim, quantidade Sim, quantidade Sim, quantidade Sim, quantidade
7.62x39mm incerta. incerta. incerta. incerta. incerta.
Armas Recoiless
Sim, quantidade
Metralhadadoras estimada: 20.
333
A Missão das Nações Unidas para a Estabilização da República
Democrática do Congo
Metralhadoras Pe- - Sim, quantidade - Sim, quantidade -
sadas (12.7mm) incerta. incerta.
Bombas, Grana-
das e Explosivos
Morteiros
- Sim, quantidade - - -
Morteiro 82mm incerta.
Sim, quantidade - - - -
Morteiro 120mm incerta.
Lançador Múltiplo - - - - -
de Foguetes
- Sim, quantidade - - -
Foguetes 107mm incerta.
- Sim, quantidade - - -
Granadas 40mm incerta.
Sim, quantidade - - - -
Minas Antitanque estimada: 15.
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Democrática do Congo
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