Manual Da Assistencia de Enfermagem v2015 Final PDF
Manual Da Assistencia de Enfermagem v2015 Final PDF
Manual Da Assistencia de Enfermagem v2015 Final PDF
CAMPINAS
2014 1
Ficha técnica
Prefeito Municipal de Campinas
Jonas Donizette
Departamento de Saúde
Mônica Regina de Toledo M. Nunes
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3
COORDENAÇÃO DOS SUB-GRUPOS
AREA DO ADULTO/IDOSO
Cintia Mastrocola – Distrito de Saúde Leste
Marcelle Regina Beneti – Distrito de Saúde Sudoeste
Sonia Lima Adorno - Distrito de Saúde Sul
ÁREA DA MULHER
Vera Verdu – Distrito de Saúde Norte
Lidia Alves de Araújo – Distrito de Saúde Sudoeste
ÁREA DA CRIANÇA/ADOLESCENTE
Simone Vanzetto Minari – Distrito de Saúde Sul
Sandra Donizete Pasquini da Silva – Distrito de Saúde Noroeste
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Grupo Elaborador (2014)
AREA DO ADULTO/IDOSO
Marla Carriti
Regiane Alves
Livia Agy Loureiro
Priscila Pedreira
Juliana Turno
Grasiele Ribeiro
Dinah Galbes
ÁREA DA MULHER
Tienne Antonio de Almeida
Tatiana Ruiz
Maria Izabel Cantafio
Roberta Sarina M. Oliveira
ÁREA DA CRIANÇA/ADOLESCENTE
Leonora Adissi Cordeiro
Chaúla Vizelli
Viviane Cristina Claro
Débora Tresoldi Cerri
Shirley Veronica Alves Franco
5
Apresentação
De acordo com a resolução COFEN 358/2009 diagnóstico de Enfermagem
Association - NANDA )
Classification – NIC)
Enfermagem – CIPE
5. CIPESC
6
Os diagnósticos de enfermagem a seguir são apenas sugestões, visando
7
LINHA DE CUIDADO DO ADULTO E IDOSO
8
Introdução Geral
O adulto deve ser considerado enquanto sujeito histórico, com uma vivência
sócio-cultural e psicológica própria que se refletem em suas condições de saúde
somando-se a uma herança biológica.
O Brasil, nas duas últimas décadas, tem havido uma transição
epidemiológica/nutricional e demográfica, com consequente processo de
envelhecimento da população e a emergência de doenças crônicas não transmissíveis
(DCNT) acometem principalmente os adultos e idosos tornando-se a principal carga de
doenças e mortes no país.
Além disto, as doenças transmissíveis se mantem como importante causa de
adoecimento, além da alta mortalidade por causas externas. A tríplice carga de
doenças que acometem adultos e idosos trazem profundas mudanças sociocultural e
psicológica, além de alterar os modos de adoecer nas últimas décadas.
Associado a estas questões, a desigualdade da distribuição de renda, as
condições socioeconômicas e a baixa escolaridade da população adulta, impactam no
envelhecimento, aumentando, sobremaneira, a dependência dessa população, dos
sistemas de saúde, particularmente do SUS.
Assim como nos países desenvolvidos a população brasileira tem aumentado a
prevalência do sobrepeso, da obesidade e do sedentarismo, além do alto consumo de
álcool, tabaco e outras drogas, o que contribui para aumentar as taxas de adoecimento,
internações e óbitos. Também, com a dinâmica da vida “moderna” nos grandes centros
urbanos, o sofrimento mental, representa uma grande demanda para os serviços de
saúde, particularmente para os de atenção básica.
O desafio do enfrentamento das DCNT, e o envelhecimento saudável e autônomo
são objetivos do Sistema Único de Saúde e do modelo de atenção que prioriza a
atenção primária, cuidado longitudinal, responsabilização, vínculo e acolhimento
humanizado das necessidades de saúde como elementos que permitem a ampliação da
clínica e melhoras do cuidado, o enfermeiro, por essas características, além da sua
formação, torna-se sujeito estratégico na consolidação do modelo.
Por acreditarmos nesse potencial e na competência e qualidade da equipe de
enfermagem do SUS Campinas, propomos a sistematização da assistência de
enfermagem nas linhas de cuidado descritas neste capítulo, de tal modo a consolidar
uma postura e processo de trabalho capazes de cuidar de usuários nesse desafiante
9
quadro de transição demográfica e epidemiológica.
11
Sistematização da Assistência de Enfermagem ao adulto com doença
crônica não transmissível (DCNT)
As Doenças Crônicas Não Transmissíveis são doenças com história natural
prolongada, múltiplos fatores de risco, interação de fatores etiológicos, especificidade
de causa desconhecida, longo período de latência, longo curso assintomático, curso
clínico em geral lento, prolongado e permanente e evolução para diferentes graus de
incapacidade ou para a morte, dentre outras características (PINHEIRO, 2004).
Por tais especificidades, a abordagem das DCNT deve ser integrada,
complementar e sinérgica em suas fases de evolução e tratamento nos serviços de
saúde.
A proposta para mudança na atenção à saúde na estratégia de saúde da família
deve se dar em nove dimensões principais: da atenção prescritiva e centrada na
doença para a atenção colaborativa e centrada na pessoa; da atenção centrada no
individuo para atenção centrada na família; o fortalecimento do autocuidado apoiado; o
equilíbrio entre a atenção à demanda espontânea e atenção programada; atenção
multiprofissional; a introdução de novas formas de atenção profissional;
estabelecimento de novas formas de relação entre estratégia de saúde da família e
atenção especializada; o equilíbrio entre atenção presencial e atenção não presencial;
e o equilíbrio entre atenção profissional e atenção por leigos (MENDES, 2013).
Pretendemos com esta Linha de Cuidado, orientar o enfermeiro tendo como
base as diretrizes municipais, a VI Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial e no Plano
de Ações Estratégicas para Enfrentamento das DCNT no Brasil/MS/2011.
Exames Laboratoriais:
15
Levantamento de Diagnóstico de Prescrição de Enfermagem Responsável
problemas Enfermagem
Uso incorreto dos Controle do regime - Orientar o usuário quanto Enfermeiro,
medicamentos terapêutico ao uso correto da auxiliar e técnico
inadequado medicação, importância da de enfermagem.
adesão ao tratamento,
respeitar horários e
dosagens, autoaplicação de
insulina (armazenamento,
técnica de preparo,
aplicação, rodízio e
descarte).
Exames laboratoriais
16
17
Sistematização da Assistência de Enfermagem ao Idoso
O envelhecimento é um processo natural, inexorável, dinâmico e irreversível.
No Brasil, é considerado um idoso, para efeitos epidemiológicos, a população
com mais de 60 anos de idade. A expectativa de vida do brasileiro hoje é, em média, 74
anos. Em Campinas, a população estimada é de 136 mil idosos, isto representa 12%
da população total).
A saúde do idoso é determinada pelo funcionamento harmonioso de quatro
domínios funcionais: cognição, humor, mobilidade e comunicação. A perda dessas
funções resulta nas grandes síndromes geriátricas. Também conhecidas por “Gigantes
da Geriatria” ou “5 I´s”, são elas: instabilidade/quedas, imobilidade, iatrogenia,
incontinências e incapacidade cognitiva. Identificar estas Síndromes Geriátricas é
importante, pois elas causam incapacidade ou, ao menos, sérias limitações funcionais,
e são determinantes no aumento da morbidade e mortalidade, além de ocorrerem em
alta frequência na prática geriátrica.
Do ponto de vista biológico, o envelhecimento pode ser caracterizado pela
diminuição progressiva da reserva funcional dos indivíduos. O envelhecimento
biológico pode ser fisiológico (senescência) ou patológico (senilidade). Ainda dentro do
envelhecimento fisiológico, podemos encontrar idosos com alterações fisiológicas mais
expressivas, o que caracteriza a Síndrome da Fragilidade (perda de peso não
intencional, exaustão, fraqueza, baixo nível de atividade física e lentificação da marcha)
(FRIED, 2001).
Durante a consulta de enfermagem o enfermeiro deverá utilizar o instrumento
“Avaliação Breve do Idoso” (em anexo) a fim de identificar e acompanhar suas
necessidades. Após essa avaliação o enfermeiro deverá utilizar o fluxograma (em
anexo) de atendimento ao idoso adotado pelo município de Campinas, a fim de orientar
sua conduta.
Para maior aprofundamento no tema consultar o Caderno de Atenção Básica nº
19 – Envelhecimento e Saúde da Pessoa Idosa do Ministério da Saúde.
19
Sistematização da Assistência de Enfermagem na Saúde do Homem
A Política Nacional de Atenção Integral a Saúde do Homem (PNAISH) reconhece
que os agravos que acometem o sexo masculino (25 a 59 anos) constituem
verdadeiros problemas de saúde pública.
A esperança de vida ao nascer do homem é de 7,4 anos a menos que a da
mulher. Este dado é justificado por questões sócio-culturais: como exposição maior a
riscos externos, comportamentos pouco saudáveis, crença de que são fortes e não irão
adoecer e, consequentemente, menor procura aos serviços de saúde. Sendo assim,
chegam mais tardiamente aos serviços de saúde com morbidade mais severa e com
mortalidade mais elevada e precoce que as mulheres.
A PNAISH aponta temas de grande relevância para ações em saúde como
alcoolismo, tabagismo e outras drogas; violência e acidentes; direitos sexuais e
reprodutivos; doenças ocupacionais; sofrimento mental e neoplasias.
A enfermagem tem papel fundamental na inclusão dos homens nos serviços de
saúde, buscando a promoção da saúde e o estímulo ao autocuidado. Para tanto devem
ser aproveitadas todas as oportunidades para escutar, acolher, estabelecer vínculo e
identificar as vulnerabilidades.
Histórico de Enfermagem
Anamnese específica
1. Levantar antecedentes pessoais – DST´s, afecções do trato urinário,
disfunções sexuais, infertilidade, uso de tabaco, álcool e outras drogas, doenças
ocupacionais. Investigar situação vacinal, queixas urinárias.
2. Levantar antecedentes familiares – neoplasias de próstata
20
Levantamento de Diagnóstico de Prescrição de Responsável
problemas Enfermagem Enfermagem
Não se preocupa em - Adaptação - Encorajar atitudes para Enfermeiro,
ter hábitos de vida prejudicada mudança dos hábitos de auxiliar e
saudável; vida deletérios à saúde. técnico de
enfermagem.
- Seguir orientações de
mudanças de hábitos de Usuário
vida e prescrição
medicamentosa.
Histórico de Enfermagem
Anamnese específico
1. Investigar antecedentes familiares, grau de autonomia, rede de ajuda, CAPS
(permanência dia ou internação), condições de higiene, sono e repouso,
isolamento social, emagrecimento recente, apetite, fala (pastosa, dislalia,
disartria), marcha (sintomas extrapiramidais).
2. Investigar: orientação em tempo e espaço, humor/pensamento (ansiedade,
irritação, tristeza, euforia, desejo de morte, fuga de idéias, obsessões,
alucinações, delírios, sonolência, etc), comportamento hipersexualizado.
3. Investigar medicamentos prescritos e o uso regular.
4. Investigar uso/abuso de drogas, frequência.
23
enfermagem.
Uso problemático de Abuso de drogas - Estabelecer vínculo e - Enfermeiro,
drogas escuta ativa. auxiliar e
técnico de
enfermagem.
- Participar de grupos
de apoio/terapêutico, - Usuário
NANDA
-Ansiedade
-Déficit no autocuidado para alimentação
-Comunicação verbal prejudicada
-Confusão aguda
-Confusão crônica
- Conhecimento deficiente
-Constipação
-Controle ineficaz do regime terapêutico
-Controle eficaz do regime terapêutico
-Deambulação prejudicada
-Débito cardíaco diminuído
-Deglutição prejudicada
- Diarréia
- Dor aguda
-Eliminação urinária prejudicada
-Enfrentamento ineficaz
-Estilo de vida sedentário
-Fadiga
-Risco de glicemia instável
-Hipertermia
-Hipotermia
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-Incontinência urinária de esforço
-Incontinência urinária de urgência
-Integridade da pele prejudicada
-Medo
-Memória prejudicada
-Mobilidade física prejudicada
-Náusea
-Nutrição desiquilibrada mais que as necessidades
-Percepção sensorial pertubada( visual, cinestésica, auditiva, olfativa)
-Risco de quedas
-Disfunção sexual
-Volume de líquido deficiente
-Volume excessivo de líquido
Referências Bibliográficas
(1)
Relacionamento terapêutico e ensino de enfermagem psiquiátrica e saúde mental:
tendências no Estado de São Paulo
(2)
Cadernos de Atenção Básica - Saúde Mental. Ministério da Saúde 2013.
(3)
II Levantamento Domiciliar sobre o uso de drogas psicotrópicas no Brasil, 2005.
(4)
World Health Organization, 2001.
26
LINHA DE CUIDADO DA CRIANÇA E
ADOLESCENTE
27
INTRODUÇÃO
Segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e a Lei n° 8.069 de
13/07/90 é considerado adolescente os indivíduos que estão na faixa etária entre 12 a
18 anos, e abaixo de 12 anos são consideradas crianças.
A Organização Mundial de Saúde, por sua vez, considera o adolescente a
partir da faixa etária de 10 a 19 anos e juventude dos 15 aos 24 anos, subdividindo
ainda em adolescentes jovens - 15 a 19 anos -, e adultos jovens - de 20 a 24 anos.
É importante que se considere ainda, que há muitos estudos sistematizando
a especificidade de cada faixa etária, e citamos aqui os estágios de Tanner1. A Escala
de Tanner é uma escala de desenvolvimento físico em crianças, adolescentes e
adultos, que define medições físicas de desenvolvimento baseado nas características
externas primárias e características sexuais secundárias.
Nesta escala, a divisão nas faixas etárias é:
Primeira Infância: 0 a 2 anos
- Recém-nascido: 0 a 28 dias
- Lactente: 29 dias a 2 anos
1
Essa escala foi identificado pela primeira vez por James Tanner - um pediatra britânico, e,
assim, leva o seu nome.
28
SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTENCIA AO RECÉM NASCIDO (0 A 28 DIAS)
Nesta fase a estratégia é focar nas ações da “Primeira Semana de Saúde
Integral ao RN” relacionada à atenção à mãe e ao RN, o que é fundamental para a
diminuição da morbimortalidade materno-infantil.
Entre outras ações o programa propõe a realização de uma visita domiciliar na
primeira semana de vida do RN, aplicando um questionário (Anexo 1).
Histórico de Enfermagem
Anamnese
1- Identificação do cliente (sexo, idade, raça, dados socioeconômicos, moradia, lazer e
religião).
2- Histórico neonatal: (pré natal, intercorrências no pré-parto e sala de parto, tipo de
parto, Apgar,).
3- Antecedentes familiares: (acidente vascular cerebral; cardiopatias; morte prematura
e súbita de familiares; infarto; hipertensão; diabetes; agravos maternos; obesidade;
cirurgias pregressas; quedas; convulsões; problemas de saúde mental).
3- Medicações em uso (prescritos e não prescritos e investigar reações adversas).
4- Hábitos alimentares (amamentação exclusiva, mista – observar pega - aleitamento
artificial, incluindo horário, frequência, tipos de alimentos, quantidade e modo de
preparo).
5- Hábitos de vida (sono e repouso, vacinação, higiene oral, corporal e eliminações).
6- Queixas atuais (queixa principal, alergias, dispneia).
7- Percepção do responsável frente às necessidades do RN.
Exame físico2
2
Considerando o exame físico geral e específico.
29
• Fontanelas: avaliar o tamanho e a tensão da fontanela (se plana, abaulada,
protuberante). A fontanela anterior (bregmática) mede ao nascer de 4 a 6 cm e fecha
entre 4 e 26 meses. A posterior (lâmbdia) mede 1 a 2 cm e costuma fechar por volta de
2 meses.
• Olhos: avaliar presença e aspecto de secreção, lacrimejamento, fotofobia, anisocoria,
exoftalmia, microftalmia, cor da esclerótica, estrabismo, entre outros.
• Visão: avaliar aspecto e simetria dos olhos e presença da visão através da
observação de reflexos visuais.
• Ouvidos: observar a forma, alterações, implantação das orelhas e presença de
secreções.
•Acuidade auditiva: observar pestanejamento dos olhos, susto ou direcionamento da
cabeça em resposta ao estímulo sonoro.
• Nariz: verificar presença e aspecto de secreção, pesquisar desvio de septo nasal,
observar porção interna anterior do nariz com iluminação empurrando a
ponta para cima e observar coloração da mucosa, condições de cornetos, calibres da
via aérea e secreção.
• Boca e faringe: inspecionar gengivas, face interna das bochechas, língua e palato.
Observar tamanho e aspecto das amígdalas, hiperemia, petéquias e placa de
secreção.
• Pescoço: inspecionar e palpar os gânglios cervicais, submandibulares e
retroauriculares, descrevendo tamanho, consistência, dor, mobilidade, aderência,
avaliar rigidez da nuca.
• Tórax: observar forma, simetria, sinais de raquitismo e mamas.
• Pulmão: observar presença de tiragem, tipo respiratório, ritmo, expansibilidade
torácica e uso de músculos acessórios. Auscultar procurando alterações dos sons
respiratórios e sua localização.
• Coração: verificar pulso apical, observar a presença de cianose labial e de
extremidade e edema. Realizar a ausculta, observando frequência, intensidade, ritmo.
• Abdômen: observar alterações globais de forma e volume e abaulamento localizado,
presença de hérnias umbilicais e ventrais3; realizar palpação geral, superficial,
observando a presença de dor abdominal e sua localização, defesa ou rigidez da
parede. Auscultar em busca de sons intestinais em cada quadrante.
3
As hérnias costumam fechar espontaneamente até os dois anos de idade.
30
– Examinar o coto umbilical observando a presença de secreção, hiperemia e
granuloma. A mumificação completa ocorre aproximadamente entre o 7º e 10º dia de
vida.
• Pele e mucosas: observar elasticidade, coloração, lesões e hidratação 4.
• Genitália e reto:
Meninos: observar e registrar presença de alterações como fimose e testículos na
bolsa escrotal (criptorquidia), hidrocele, hipospadia ou epispadia.
Meninas: observar e registrar presença de alterações: não perfuração do hímem,
sinéquia e presença de secreção vaginal, lembrando que pode ocorrer presença de
secreção mucoide ou sanguinolenta nos primeiros dias de vida.
• Extremidades: observar deformidades, paralisias, edemas, alteração de temperatura,
assimetria e marcha.
– Palpar pulsos radial, femoral e pedioso;
– Observar dedos extra numéricos (polidactilia);
– Examinar coluna vertebral em diversas posições, rigidez, postura, mobilidade e
curvatura.
– Registrar presença de anormalidades: espinha bífida, tufos de pelos e
hipersensibilidade.
• Exame neurológico: observar o comportamento do RN esperado para fase de
desenvolvimento. Avaliar nível de consciência e alterações do padrão próprio de
atividade.
• Realizar a avaliação dos reflexos:
• Reflexo de Moro: tracionar os membros superiores (MMSS) da criança sem elevá-la e
em seguida soltar. A criança deve abrir e fechar os braços. Não usar estimulação
intensa. Está presente até o 2º ou 3º mês de vida.
Encorajar a paciente a
explicitar suas dúvidas,
anseios e dificuldades
relacionadas à
amamentação.
Relacionamento mãe Vínculo mãe e filho Avaliar fatores de risco
e filho prejudicado comprometido para a violência ao
recém nato.
Despertar o interesse
da mãe para o
relacionamento com a
criança.
32
SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTENCIA AO LACTENTE (29 DIAS A 2 ANOS)
Histórico de Enfermagem
Anamnese
Utilizar descrição do RN considerando as especificidades.
Exame físico
Utilizar descrição do RN considerando as especificidades.
Fonte: COLL; PALÁCIOS; MARCHESI, 1995; REGO, 1999; ZAVASCHI ET al., apud DUNCAN
ET al., 2004; REESE, 2000; NEWCOMBE, 1999; PAPALIA; OLDS; FELDMAN, 2000 (com
adaptações).
33
Citaremos abaixo dois exemplos de levantamento de problemas, bem como possíveis
diagnósticos e prescrição de enfermagem.
Levantamento de Problemas
Levantamento de Diagnóstico de Prescrição de Responsável
problemas Enfermagem Enfermagem
Oferta de alimentos Ingestão alimentar Investigar hábitos
inadequados para a inadequada do lactente alimentares individuais
faixa etária da e familiares.
criança
Orientar mãe/cuidador
quanto a mudanças nos
hábitos alimentares da
família/criança.
Vacinas atrasadas Estado vacinal atrasado Atualizar esquema
vacinal.
Orientar a trazer a
carteira de vacina a
cada comparecimento
na unidade.
34
SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTENCIA A CRIANÇA DE 2 A 5 ANOS
Histórico de Enfermagem
Anamnese
Utilizar descrição do RN considerando as especificidades.
Exame físico
Sinais vitais: temperatura, frequência cardíaca, frequência respiratória e pressão
arterial. (A pressão arterial deve ser medida rotineiramente a partir dos três anos
de idade).
Dados Antropométricos: estatura, peso.
Cabeça: observar e registrar formato e simetria do crânio, da face e integridade
do couro cabeludo.
Olhos: avaliar aspecto e simetria dos olhos, presença e aspecto de secreção,
lacrimejamento, fotofobia, anisocoria, exoftalmia, microftalmia, cor da esclerótica,
estrabismo, entre outros.
A partir dos 3 anos, está indicada a triagem da acuidade visual, usando-se
tabelas de letras ou figuras.5
Ouvidos: observar a forma, alterações, implantação das orelhas e presença de
secreções.
Nariz: verificar presença e aspecto de secreção, pesquisar desvio de septo
nasal, observar porção interna anterior do nariz com iluminação empurrando a
ponta para cima e observar coloração da mucosa, condições de cornetos,
calibres da via aérea e secreção.
Boca e faringe: inspecionar gengivas, face interna das bochechas, língua e
palato. Observar tamanho e aspecto das amígdalas, hiperemia, petéquias e
placa de secreção.
Pescoço: inspecionar e palpar os gânglios cervicais, submandibulares e
retroauriculares, descrevendo tamanho, consistência, dor, mobilidade, aderência,
avaliar rigidez da nuca.
5
Devem ser encaminhadas ao oftalmologista crianças de 3 a 5 anos que tenham acuidade inferior a 20/40 ou
diferença de duas linhas entre os olhos e crianças de 6 anos ou mais que tenham acuidade inferior a 20/30 ou
diferença de duas linhas entre os olhos
35
Tórax: observar forma, simetria, sinais de raquitismo e mamas.
Pulmão: observar presença de tiragem, tipo respiratório, ritmo, expansibilidade
torácica e uso de músculos acessórios. Auscultar procurando alterações dos
sons respiratórios e sua localização.
Coração: verificar pulso apical6, observar a presença de cianose labial e de
extremidade e edema. Realizar a ausculta, observando frequência, intensidade,
ritmo.
Abdômen: observar alterações globais de forma e volume e abaulamento
localizado, presença de hérnias umbilicais e ventrais; realizar palpação geral,
superficial, observando a presença de dor abdominal e sua localização, defesa
ou rigidez da parede. Auscultar em busca de sons intestinais em cada
quadrante.
Pele e mucosas: observar elasticidade, coloração, lesões e hidratação.
Genitália e reto:
Meninos: observar e registrar presença de alterações como fimose e testículos
na bolsa escrotal (criptorquidia), hidrocele, hipospadia ou epispadia.
Meninas: observar e registrar presença de alterações: não perfuração do
hímem e presença de secreção vaginal.
Extremidades: observar deformidades, paralisias, edemas, alteração de
temperatura, assimetria e marcha.
– Palpar pulsos radial, femoral e pedioso;
– Observar dedos extra numéricos (polidactilia);
– Examinar coluna vertebral em diversas posições, rigidez, postura, mobilidade e
curvatura.
Entre 2 e 3 anos: o bebê diz seu próprio nome e nomeia objetos como seus
2 anos
Em torno dos 2 anos: o bebê reconhece-se no espelho e começa a brincar de faz de
conta (atividade que deve ser estimulada, pois auxilia no desenvolvimento cognitivo e
emocional, ajudando a criança a lidar com ansiedades e conflitos e a elaborar regras
sociais).
6
O pulso apical verifica-se até os 7 anos.
36
Entre 2 e 3 anos: os pais devem começar aos poucos a retirar as fraldas do bebê
e a ensiná-lo a usar o penico
Entre 3 e 4 anos: a criança veste-se com auxílio.
De 4 a 5 Entre 4 e 5 anos: a criança conta ou inventa pequenas histórias.
anos
O comportamento da criança é predominantemente egocêntrico; porém com o
passar do tempo, outras crianças a se tornar importantes.
Fonte: COLL; PALÁCIOS; MARCHESI, 1995; REGO, 1999; ZAVASCHI ET al., apud DUNCAN
ET al., 2004; REESE, 2000; NEWCOMBE, 1999; PAPALIA; OLDS; FELDMAN, 2000 (com
adaptações).
Levantamento de Problemas
Levantamento de Diagnóstico de Prescrição de Responsável
problemas Enfermagem Enfermagem
Ambiente Risco para acidentes Orientar mãe / cuidador
Inadequado domésticos – criança sobre prevenção de
acidentes no domicilio.
Manter produtos de
limpeza em locais altos e
de difícil acesso para a
criança.
Alimentação Desnutrição Ofertar alimentos
inadequada, com saudáveis como frutas,
risco de verduras e legumes,
aparecimentos de evitando o consumo,
complicações á pela criança, de
saúde em virtude da alimentos
falta de nutrientes. industrializados.
Avaliar condições de
moradia e ambiente
domiciliar.
37
SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTENCIA A CRIANÇA DE 5 A 12 ANOS
Histórico de Enfermagem
Anamnese
Utilizar descrição do RN considerando as especificidades.
Exame físico
Utilizar descrição da criança de 2 a 5 anos considerando as especificidades.
IDADE
Aspectos do desenvolvimento da criança de 5 a 10 anos
A partir dos 6 anos: a criança passa a pensar com lógica, embora esta seja
predominantemente concreta.
Sua memória e a sua habilidade com a linguagem aumentam.
Seus ganhos cognitivos melhoram sua capacidade de tirar proveito da educação
formal.
4 a 6 anos
A autoimagem se desenvolve, afetando sua autoestima.
Os amigos assumem importância fundamental.
A criança começa a compreender a constância de gênero.
A segregação entre os gêneros é muito frequente nesta idade (meninos não se
misturam com meninas e vice-versa)
A partir dos 7 anos: a criança começa a desenvolver o julgamento global de
autovalor, integrando sua auto percepção, fechando suas ideias sobre quem ela é e
De 7 a 9 como deve ser.
anos
A influência dos pares (amigos, colegas da mesma idade) adquire grande
importância nesta etapa da vida, enquanto a influência dos pais diminui.
38
Levamento de Problemas
Orientar sobre
alimentação saudável,
evitando balas,
chicletes, doces em
excesso.
Baixo rendimento Acuidade visual Realizar acuidade
escolar, por prejudicada visual e encaminhar
problema de visão. para avaliação
oftalmológica se
necessário.
Orientar pais a
conversar na escola
com professores sobre
dificuldade visual da
criança, a fim de alocá-
lo apropriadamente na
sala de aula.
39
SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTENCIA AO ADOLESCENTE (DE 12 A 18 ANOS)
INTRODUÇÃO
Os fenômenos próprios da área corporal são os mais conhecidos, porque
são mais aparentes, decorrem de estímulos hormonais e mudanças na aparência
física. Todas elas ligadas a sentimentos antagônicos, originando uma “imagem
corporal” que é fruto de dados objetivos, mas principalmente de fantasias, de dados
subjetivos da história pessoal de cada indivíduo.
É na puberdade que ocorrem mudanças biológicas e fisiológicas e que o
corpo desenvolve-se física e mentalmente, e adquire a capacidade reprodutiva. Ela não
deve ser confundida com adolescência, visto que a puberdade faz parte da
adolescência.
Todos profissionais da equipe de saúde são responsáveis pelo atendimento
ao adolescente, que deve ser integral.
O adolescente tem o direito ao atendimento à saúde sem autorização e
desacompanhado dos pais, como também direito da privacidade, da confidencialidade
e do sigilo no momento da avaliação, bem como de consentir ou recusar o atendimento
e ter a informação sobre seu estado de saúde.
O atendimento ao adolescente deve sempre levar em conta, dentre outras
variáveis, o processo de crescimento e desenvolvimento e sua vulnerabilidade a
inúmeros agravos físicos, psíquicos e sociais, cuja análise permitirá a identificação dos
fatores protetores que devam ser promovidos e os riscos que deverão ser afastados
e/ou atenuados.
O enfoque no risco auxilia o profissional a planejar o acompanhamento do
adolescente priorizando as ações preventivas e assistenciais. Didaticamente os riscos
podem ser classificados em: risco biológico (obesidade, doença crônica, etc.); risco
emocional (depressão, uso abusivo de drogas e álcool, etc.); risco familiar (pais
alcoolistas, com transtornos mentais, etc.); risco social (morar em área de trafico de
drogas, pobreza extrema, etc.).
No momento da consulta devemos esclarecer sobre o uso de preservativos para
prevenção de DST e gravidez.
As adolescentes que já iniciaram atividade sexual ou com queixas ginecológicas
40
deverão ser encaminhadas para avaliação ginecológica.
Histórico de Enfermagem
Anamnese
1. Identificação do cliente (sexo, idade, estado civil, raça, dados
socioeconômicos, ocupação, escolaridade, moradia, lazer e religião).
2. Antecedentes familiares e pessoais (agravos à saúde: acidente vascular
cerebral; doença arterial coronariana prematura; morte prematura e súbita de
familiares; infarto; hipertensão; diabetes; tuberculose; obesidade; dislipidemia;
sedentarismo; cirurgias pregressas; saúde mental; uso de SPA; tabagismo;
alcoolismo; doenças respiratórias;).
3. Medicações em uso (prescritos; auto administrado; conhecimentos; dificuldades
e investigar reações adversas).
4. Hábitos alimentares (incluindo acesso, horário, tipos de alimentos, quantidade
e modo de preparo, características familiares, preocupação com auto imagem,
recordatório alimentar de 24h.).
5. Hábitos de vida: Sono e repouso, eliminações, vacinação, higiene oral e
corporal, atividade física, lazer.
6. Condições atuais de saúde: Uso de drogas lícitas ou ilícitas, sexualidade,
anticoncepção, iniciação sexual (homossexualidade/bissexualidade), namoro,
prostituição, história de gravidez indesejada, abortos forçados, menstruação ou
ejaculação; projeto de vida, relações familiares, sociais, escolares e no trabalho.
Observar comportamentos sugestivos de depressão, ansiedade, violência.
7. Queixas atuais/motivo da procura (consulta de rotina ou eventual, queixa
principal, histórico da queixa).
8. Percepção do adolescente frente à patologia, tratamento e
autocuidado/ autoimagem: Avaliar conhecimento sobre possíveis doenças,
fatores de riscos relacionados e agravos à saúde, identificar características de
autoestima, preocupações, aceitação da imagem corporal.
Exame físico
41
Para realizar o exame físico no adolescente devemos explicar a importância do
mesmo a fim de prevenir possíveis resistências. Respeitar o pudor (oferecer aventais
para facilitar a inspeção) e enfatizar a importância do exame para prevenção de
doenças.
1. Sinais vitais: temperatura, frequência cardíaca, frequência respiratória e
pressão arterial.
2. Avaliação Antropométrica - peso e altura, IMC verificar parâmetros de
normalidade – (Anexo 2).
3. Geral: Observar nível consciência, irritabilidade, postura, presença de
malformações congênitas e estado nutricional.
4. Pele: Observar cor, textura, turgor, presença de lesões, anormalidades
das unhas e cabelo, presença de tatuagem ou piercings.
5. Mucosas: Observar coloração, presença de lesões ou fissuras, estado de
hidratação.
6. Cabeça: Observar formato e simetria do crânio e face.
7. Olhos: simetria, coloração da esclera, conjuntiva, presença de secreções.
8. Ouvidos: implantação das orelhas, forma, secreção, dor, conduto auditivo
externo e tímpano.
9. Nariz e Fossa nasal: tamanho, formato, secreção, lesões.
10. Boca: simetria, lesões labiais e mucosas, dentes (higiene, cáries, oclusão,
perda de dentes), palato.
11. Pescoço: inspeção da tireoide, gânglios cervicais, submandibulares e
retro auriculares. Descrever características: tamanho, consistência, dor,
mobilidade, aderência. Observar rigidez de nuca solicitando para que o
adolescente encoste o queixo no peito.
12. Tórax: Observar formato, simetria, retrações, abaulamentos, mamilos
(estadiamento de Tanner – anexo 3).
13. Aparelho respiratório e circulatório: ritmo respiratório, padrão respiratório,
alterações. Ausculta pulmonar – murmúrio vesicular, presença de ruídos
adventícios. Ausculta cardíaca – ritmo, presença de sopros, extra-sístoles.
14. Abdômen: forma, simetria, aspecto, palpação superficial, profunda,
sensibilidade, tensão e presença dos ruídos hidroaéreos.
42
15. Genitais: Nos meninos observar presença de fimose e testículos na
bolsa escrotal, hidrocele, hipospádia.
16. Nas meninas observar presença de secreção, hímen.
17. Região anal: Avaliar fissuras, condições de higiene, alterações.
18. Extremidades: Observar deformidades, paralisias, edema, alterações da
temperatura, postura, assimetria, alterações da marcha, dedos
extranumerários, baqueteamento digital, outras anormalidade.
19. Articulações: Observar sinais inflamatórios (edema, calor, rubor e dor),
alterações da mobilidade (limitação ou hipermobilidade),
20. Nódulos.
21. Coluna Vertebral: Observar rigidez, postura, mobilidade, curvaturas. Utilizar
a Escala de Tanner para estadiar o desenvolvimento dos caracteres
sexuais (anexo 3).
43
Ações frente aos problemas mais comuns na Adolescência
44
ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL
A amamentação exclusiva é indicada até os seis meses de idade. Deve ser
incentivada por todos os profissionais, e as mães precisam receber suporte e
informações necessárias. Durante a gestação o assunto deverá ser abordado em todas
as consultas de pré-natal, preparando a mãe.
O aleitamento exclusivo com livre demanda e frequência das mamadas deverá
ser orientado, e, nas consultas de puericultura, sempre que possível observado.
Auxiliar a mãe e corrigir a pega se necessário.
45
Leite Leite Leite e fruta ou cereal
ou tubérculo
Papa de fruta Fruta Fruta
Quadro3
Cereais e Exemplos: arroz, mandioca/aipim/macaxeira, macarrão, batata, cará,
tubérculos inhame.
Carnes e ovos Exemplos: frango, codorna, peixes, pato, boi, vísceras, miúdos e
ovos.
Fonte: MS 2012
46
Passo 2:
“A partir dos seis meses, introduzir de forma lenta e gradual outros alimentos,
mantendo o leite materno até os dois anos de idade ou mais”.
Dica ao profissional e à equipe: Antes de dar a orientação deste passo, perguntar
à mãe ou ao cuidador como ela (ele) imagina ser a alimentação correta da criança
e, a seguir, convidem-na (o) a complementar seus conhecimentos, de forma
elogiosa e incentivadora.
Passo 3:
“Após seis meses, dar alimentos complementares (cereais, tubérculos, carnes,
leguminosas, frutas, legumes) três vezes ao dia, se a criança receber leite
materno, e cinco vezes ao dia, se estiver desmamada”.
Dica ao profissional e à equipe: Sugerir receitas de papas, tentando dar a ideia de
proporcionalidade, de forma prática e com linguagem simples.
Passo 4:
“A alimentação complementar deve ser oferecida de acordo com os horários de
refeição da família, em intervalos regulares e de forma a respeitar o apetite da
criança”.
Dica ao profissional e à equipe: Uma visita domiciliar pode ser uma estratégia
interessante para aumentar o vínculo e orientar toda a família sobre alimentação
saudável.
Passo 5:
“A alimentação complementar deve ser espessa desde o início e oferecida de
colher; começar com consistência pastosa (papas/purês) e, gradativamente,
aumentar a consistência até chegar à alimentação da família”.
Dica ao profissional e à equipe: Organizar, em parceria com a comunidade,
oficinas de preparação de alimentos seguros e/ou cozinhas comunitárias.
Convidar famílias com crianças sob risco nutricional.
Passo 6:
“Oferecer à criança diferentes alimentos ao dia. Uma alimentação variada é uma
alimentação colorida”.
Dica ao profissional e à equipe: Conversar sobre a estimulação dos sentidos,
enfocando que a alimentação deve ser um momento de troca afetuosa entre a
criança e sua família.
Passo 7:
“Estimular o consumo diário de frutas, verduras e legumes nas refeições”.
Dica ao profissional e à equipe: Pedir à mãe que faça uma lista das hortaliças
mais utilizadas. Depois, aumentar essa lista acrescentando outras opções não
lembradas, destacando alimentos regionais e típicos da estação.
Passo 8:
“Evitar açúcar, café, enlatados, frituras, refrigerantes, balas, salgadinhos e outras
guloseimas nos primeiros anos de vida. Usar sal com moderação”.
Dica ao profissional e à equipe: Articular com a comunidade e outros setores uma
campanha sobre alimentação saudável.
Passo 9:
“Cuidar da higiene no preparo e manuseio dos alimentos: garantir o seu
armazenamento e conservação adequados”.
47
Dica ao profissional e à equipe: Realizar grupo com pais, avós e/ou crianças
sobre cuidados de higiene geral, alimentar e bucal.
Passo 10:
“Estimular a criança doente e convalescente a se alimentar, oferecendo sua
alimentação habitual e seus alimentos preferidos, respeitando a sua aceitação”.
Dica ao profissional e à equipe: Avaliar em equipe como está a acessibilidade da
criança doente ao serviço de saúde.
Fonte MS 2012
ALIMENTAÇÃO DE 2 A 6 ANOS:
Nessa faixa etária é muito importante a participação da família na formação dos
hábitos alimentares. A refeição em família fortalece o vínculo e estimula a convivência.
Sempre que possível, incluir a criança no processo de compra e preparo dos alimentos,
aumentando o interesse e a aceitação. A criança precisa fazer 5 refeições por dia, com
horários regulares, respeitando-se intervalos de 3 horas.
Evitar substituir refeições por leite, prejudicando a oferta de nutrientes e controlar
a quantidade de líquidos ingeridos durante a refeição.
ALIMENTAÇÃO DE 7 A 10 ANOS:
O crescimento pôndero-estatural é mais acelerado nessa fase, coincidindo com
maior ganho de peso. Estimular a atividade física e alimentação variada para prevenir a
obesidade. Criança já se alimenta sozinha e é preciso reforçar a escolha de hábitos
saudáveis.
PREVENÇÃO DE OBESIDADE
A obesidade é um problema de saúde atual. A consulta de enfermagem é um
momento muito importante para refletir com a família sobre o cuidado e a prevenção.
Reforçar importância da atividade física, da alimentação correta e balanceada e
informar sobre os problemas de saúde mais prevalentes. A escola tem um papel a
desempenhar, com oferta de lanches saudáveis e projetos sociais.
De 6 meses a 1 ano
(Todos os cuidados anteriores devem ser mantidos)
Nesta faixa de idade, a criança começa a se locomover sozinha e está mais
ativa e curiosa.
Choques Coloque protetores nas tomadas e nos fios elétricos, deixando-os
longe do alcance de crianças.
Quedas Coloque, nas janelas, redes de proteção ou grades que possam ser
abertas em casos de incêndio. Instale barreiras de proteção nas
escadas. Certifique-se de que o tanque de lavar roupas está bem
fixo, para evitar acidentes.
Queimaduras Use as bocas de trás do fogão e mantenha os cabos das panelas
voltadas para o centro do fogão. Mantenha as crianças longe do
fogo, de aquecedores e ferros elétricos.
Sufocação Afaste sacos plásticos, cordões e fios.
De 1 a 2 anos
(Todos os cuidados anteriores devem ser mantidos)
A criança já anda sozinha e gosta de mexer em tudo.
Quedas Coloque proteções nas escadas e janelas. Proteja os cantos dos móveis.
Outros Não deixe ao alcance das crianças objetos pontiagudos, cortantes ou que
cuidados possam ser engolidos. Coloque longe do alcance das crianças objetos que
se quebrem detergentes, medicamentos e outros produtos com substâncias
corrosivas, pois as crianças gostam de explorar o ambiente onde vivem.
Acidentes no O CTB determina que, nesta fase, a criança deve ser transportada em
Trânsito cadeira especial no banco de trás, voltada para frente, corretamente
instalada, conforme as orientações do fabricante.
Atropelament Evite acidentes na rua. Segure a criança pelo pulso. Assim, você impede que
os ela se solte e corra em direção à rua. Não permita que a criança brinque em
locais com trânsito de veículos (garagem e rua) e escolha lugares seguros
para as crianças brincarem (parques, ciclovias, praças e outros lugares
próprios para o lazer infantil).
De 2 a 4 anos
(Todos os cuidados anteriores devem ser mantidos)
A criança está mais independente, mas ainda não percebe as situações de
perigo.
Acidentes no Para esta fase, o CTB define que a criança deve ser transportada em
trânsito cadeira especial no banco de trás, voltado para frente, corretamente
instalada, conforme as orientações do fabricante.
Atropelamentos Evite acidentes na rua. Segure a criança pelo pulso. Assim, você impede
que ela se solte e corra em direção à rua. Não permita que a criança
brinque ou corra em locais com fluxo de veículos (garagem e locais
próximos a rodovias), escolha lugares seguros para as crianças brincarem
e andarem de bicicleta (parques, ciclovias, praças e outros lugares
próprios para o lazer infantil).
50
Outros Não deixe a criança aproximar-se de cães desconhecidos ou que estejam
cuidados se alimentando.
De 4 a 6 anos
(Todos os cuidados anteriores devem ser mantidos)
Embora mais confiante e capaz de fazer muitas coisas, a criança ainda precisa
de supervisão. Converse com ela e explique sempre as situações de perigo.
Acidentes no Para esta fase, o CTB define que a criança deve ser transportada
trânsito em cadeira especial no banco de trás, voltado para frente,
corretamente instalada, conforme as orientações do fabricante.
Queimaduras As crianças não devem brincar com fogo, devendo ser evitado que
usem fósforo e álcool. Mantenha-as longe de armas de fogo.
Afogamentos A criança não deve nadar sozinha. Ensine-a nadar. Não é seguro
deixar crianças sozinhas em piscinas, lagos, rios ou no mar, mesmo
que elas saibam nadar.
Segurança em Mantenha a criança sob supervisão constante quando estiver com
Casa e na rua ela em lugares públicos como parques, supermercados e lojas.
Produtos inflamáveis (álcool e fósforos), facas, armas de fogo,
remédios e venenos devem estar totalmente fora do alcance das
crianças.
Acidentes no As crianças devem usar os equipamentos chamados de assentos
trânsito de elevação (boosters), com cinto de segurança de três pontos, no
banco traseiro, até os 7 anos e meio.
Atropelamento Evite acidentes na rua. Segure a criança pelo pulso. Assim, você
s impede que ela se solte e corra em direção à rua. Escolha lugares
seguros para as crianças andarem de bicicleta (parques, ciclovias,
praças e outros lugares próprios para o lazer infantil).
4.6. De 6 a 10 anos
(Todos os cuidados anteriores devem ser mantidos)
Com a criança quase independente, aumenta a necessidade de medidas de
proteção e de supervisão nas atividades fora de casa. Explique sempre para a criança
os riscos que ela pode correr no dia a dia.
51
Quedas Nunca deixe que a criança brinque em lajes que não tenham grades de
proteção. Ao andar de bicicleta, skate ou patins, a criança deve usar
capacete de proteção e não deve circular em ruas por onde transitam
veículos.
Queimaduras Não deixe a criança brincar com fogueiras e fogos de artifício.
Choque Não deixe a criança soltar pipa (papagaio, arraia) em locais onde há fios
elétrico elétricos, devido ao risco de choque de alta tensão.
De 7 a 18 anos
(Todos os cuidados anteriores devem ser mantidos)
52
Os principais riscos para os adolescentes são: consumo excessivo de drogas lícitas ou
ilícitas, acidentes de trânsito, atropelamento, quedas, afogamento, homicídios
principalmente por arma de fogo, queimaduras, intoxicações, violência urbana, riscos
ocupacionais (trabalho clandestino e ilegal, principalmente no meio rural), gravidez na
adolescência, dentre outros.
53
ANEXO 1
QUESTIONÁRIO
IDENTIFICAÇÃO
ENDEREÇO
RUA: Nº:
COMPLEMENTO: BAIRRO:
CEP: TELEFONE(S):
SAÚDE DA MÃE
HOSPITAL DO PARTO:
FEZ PRÉ-NATAL? ( ) Sim ( ) Não
SE SIM, QUAL UNIDADE DE SAÚDE?
TIPO DE PARTO ( ) Parto Normal ( ) Cesária
INTERCORRÊNCIAS NO PARTO:
54
SAÚDE DO RECÉM NASCIDO
INTERCORRÊNCIAS AO NASCIMENTO:
55
( ) BOA ( ) REGULAR ( ) RUIM
OBSERVAÇÕES:
NOME DO VISITADOR:
UNIDADE DE SAÚDE:
DATA _____ / _____ / _____
56
Anexo 2
PARÂMETROS DE NORMALIDADE
57
Fórmula para cálculo do IMC:
IMC = Peso (kg)/ Altura2(m)as
Tabela de IMC
A tabela abaixo mostra o IMC de acordo com altura e peso.
50 22,22 20,81 19,53 18,37 17,30 16,33 15,43 14,61 13,85 13,15 12,50
55 24,44 22,89 21,48 20,20 19,03 17,96 16,98 16,07 15,24 14,46 13,75
60 26,67 24,97 23,44 22,04 20,76 19,59 18,52 17,53 16,62 15,78 15,00
65 28,89 27,06 25,39 23,88 22,49 21,22 20,06 18,99 18,01 17,09 16,25
70 31,11 29,14 27,34 25,71 24,22 22,86 21,60 20,45 19,39 18,41 17,50
75 33,33 31,22 29,30 27,55 25,95 24,49 23,15 21,91 20,78 19,72 18,75
80 35,56 33,30 31,25 29,38 27,68 26,12 24,69 23,37 22,16 21,04 20,00
85 37,78 35,38 33,20 31,22 29,41 27,76 26,23 24,84 23,55 22,35 21,25
90 40,00 37,46 35,16 33,06 31,14 29,39 27,78 26,30 24,93 23,67 22,50
95 42,22 39,54 37,11 34,89 32,87 31,02 29,32 27,76 26,32 24,98 23,75
100 44,44 41,62 39,06 36,73 34,60 32,65 30,86 29,22 27,70 26,30 25,00
105 46,67 43,70 41,02 38,57 36,33 34,29 32,41 30,68 29,09 27,61 26,25
110 48,89 45,79 42,97 40,40 38,06 35,92 33,95 32,14 30,47 28,93 27,50
115 51,11 47,87 44,92 42,24 39,79 37,55 35,49 33,60 31,86 30,24 28,75
120 53,33 49,95 46,88 44,08 41,52 39,18 37,04 35,06 33,24 31,56 30,00
125 55,56 52,03 48,83 45,91 43,25 40,82 38,58 36,52 34,63 32,87 31,25
130 57,78 54,11 50,78 47,75 44,98 42,45 40,12 37,98 36,01 34,19 32,50
135 60,00 56,19 52,73 49,59 46,71 44,08 41,67 39,44 37,40 35,50 33,75
140 62,22 58,27 54,69 51,42 48,44 45,71 43,21 40,91 38,78 36,82 35,00
58
IMC Infantil
MENINOS
IDADE NORMAL SOBREPES OBESIDADE
O
6 14,5 Mais de 16,6 Mais de 18,0
7 15 Mais de 17,3 Mais de 19,1
8 15,6 Mais de 16,7 Mais de 20,3
9 16,1 Mais de 18,8 Mais de 21,4
10 16,7 Mais de 19,6 Mais de 22,5
11 17,2 Mais de 20,3 Mais de 23,7
12 17,8 Mais de 21,1 Mais de 24,8
13 18,5 Mais de 21,9 Mais de 25,9
14 19,2 Mais de 22,7 Mais de 26,9
15 19,9 Mais de 23,6 Mais de 27,7
MENINAS
59
Anexo 3
Representação gráfica do estagiamento de Tanner
Quadro 1 – Mamas
M1 - mama infantil.
M2 (8-13 anos) - fase de broto mamário, com elevação da mama e aréola como
pequeno montículo.
M3 (10-14 anos) - maior aumento da mama, sem separação dos contornos.
M4 (11-15 anos) - projeção da aréola e das papilas para formar montículo
secundário por cima da mama.
M5 (13-18 anos) - fase adulta, com saliência somente nas papilas.
60
No quadro 2 observamos as diversas fases de desenvolvimento puberal, levando-se em
consideração os pelos pubianos em ambos os sexos e a genitália no sexo masculino.
SEXO MASCULINO
P1 - fase de pré-adolescência (não há pelugem).
P2 (11-15,5 anos) - presença de pelos longos, macios e ligeiramente pigmentados na base do
pênis.
P3 (11,5-16 anos) - pelos mais escuros e ásperos sobre o púbis.
P4 (12-16, 5 anos) - pelugem do tipo adulto, mas a área coberta é consideravelmente menor que
a do adulto.
P5 (15-17 anos) - pelugem do tipo adulto, estendendo- se até a face interna das coxas.
61
G3 (10,5-15 anos) - ocorre também aumento do pênis, inicialmente em toda a sua extensão.
G4 (11,5-16 anos) - aumento do diâmetro do pênis e da glande, crescimento dos testículos e do
escroto, cuja pele escurece.
G5 (12,5-17 anos) - tipo adulto.
62
Anexo 4
Diagnósticos de Enfermagem
Classificação NANDA
- Controle familiar ineficaz do regime terapêutico
- Manutenção do lar prejudicada
- Padrão ineficaz de alimentação do bebê
- Nutrição desequilibrada: mais do que as necessidades corporais
- Nutrição desequilibrada: menos do que as necessidades corporais
- Risco de nutrição desequilibrada: mais do que as necessidades corporais
- Icterícia neonatal
- Risco de desequilíbrio eletrolítico
- Risco de volume de líquido deficiente
- Constipação
- Risco de constipação
- Diarreia
- Troca de gases prejudicada
- Atividade de recreação deficiente
- Padrão respiratório ineficaz
- Comunicação verbal prejudicada
- Distúrbios de identidade pessoal
- Processos familiares disfuncionais
- Processos familiares interrompidos
- Risco de vínculo prejudicado
- Amamentação eficaz
- Amamentação ineficaz
- Amamentação interrompida
- Ansiedade
- Medo
- Disposição para aumento da competência comportamental do bebê
- Comportamento desorganizado do bebê
- Risco de comportamento desorganizado do bebê
63
- Desobstrução ineficaz de vias aéreas
- Integridade da pele prejudicada
- Risco de integridade da pele prejudicada
- Risco de síndrome de morte súbita do bebê
- Risco de quedas
- Risco de sufocação
- Risco de trauma
- Risco de envenenamento
- Hipertermia
- Atraso no crescimento e desenvolvimento
- Risco de crescimento desproporcional
- Risco de atraso no desenvolvimento
65
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
66
LINHA DE CUIDADO À SAÚDE DA
MULHER
67
Assistência de enfermagem no período gravídico puerperal
Histórico de Enfermagem
Anamnese Geral Padrão
1. Identificação da usuária: nome completo data de nascimento, cartão do SUS,
nº SISPRENATAL, nº do prontuário e equipe de referência, procedência,
7
No Manual da Atenção Básica (2013) há indicação de que o cronograma seja: mensal ate 28
semana, quinzenal no período de 28 – 36 semanas e semanal no período de 37 a 41 semanas.
69
endereço, telefone, estado civil, raça, cor.
2. Características socioeconômicas: profissão/ocupação, escolaridade, quantas
pessoas moram e trabalham na casa, saneamento básico, tipo de moradia,
exposição ambiental/ocupacional, situação conjugal.
3. Violência doméstica
4. Antecedentes familiares: câncer de mama e colo, diabetes mellitus,
hipertensão arterial severa, doenças cardiovasculares, gemelaridade, doenças
congênitas, hanseníase, tuberculose, parceiro sexual portador de sífilis/HIV,
condilomas ou outras DST´s, gemelaridade.
5. Antecedentes pessoais: alergias, asma, câncer, doenças cardiovasculares,
diabetes mellitus, hipertensão arterial severa, hipo/hipertireoidismo, doenças
autoimune, cirurgias anteriores, portadora de infecção pelo HIV/hepatites,
infecção do trato urinário, doenças neurológicas e psiquiátricas, hanseníase,
tuberculose, drogas, tabagismo, alcoolismo, uso de medicamento.
6. Antecedentes ginecológicos: menarca, ciclo, início da atividade sexual,
número de parceiros nos últimos 3 meses, ultimo CO e resultado, MAC, DST,
leucorreia, antecedentes do parceiro, cirurgias ginecológicas ( idade e motivo ),
dispareunia.
7. Antecedentes obstétricos: gravidez planejada/ desejada, nº de gestações, nº e
tipo de partos, nº de abortos, intercorrências (internações, sangramento, ITU
repetição, HAS, DM, prematuro, puerpério, dentre outras), data do último
parto/aborto, peso dos filhos ao nascer, isoimunização RH, morte
neonatal/natimorto.
8. Gestação atual: DUM, DPP, IG, gravidez planejada, hábito alimentar,
tabagismo/álcool/drogas, peso prévio e altura, sinais e sintomas da gestação em
curso, ocupação.
9. Aleitamento materno
10. Hábitos alimentares: consumo de sal, gorduras saturadas, açucares cafeína e
tipos de alimentos.
11. Hábitos de vida: tabagismo, alcoolismo, drogadição, sono e repouso, atividade
física, atividade sexual, vacinação, higiene e eliminação.
12. Medicações em uso: Prescritos, auto administrados.
13. Queixas atuais: queixas ginecológicas, atraso menstrual, sangramentos,
70
dispareunia, queixas urinárias.
8
Cálculo do IMC= peso ( kg) / altura² (m)
9
Cálculo DPP: Somar 7 dias ao 1º dia da ultima menstruação e subtrair 3 meses ao mês em que
ocorreu a última menstruação ( ou adicionar 9 meses, se corresponder aos meses de janeiro a março –
Regra de Naegele ). Nos casos em que o número de dias encontrado for maior do que o número de dias
do mês passe os dias excedentes para o mês seguinte, adicionando 1 ao final do cálculo do mês.
Quando a DUM é conhecida some o número de dias entre a DUM e a data da consulta dividindo o total
por sete ( resultado em semanas ). Quando a DUM é desconhecida, mas tem-se ideia do período do
mês, usa-se como referencia os dias 5, 15 e 25 dependendo se foi no início, meio ou fim do mês a DUM.
Quando data e período da DUM são desconhecidos a DPP e IG serão determinados por aproximação
71
Percepção sobre a gravidez ( planejada ou não )
Informação sobre estado psicoemocional
Sinais e sintomas da gestação em curso
Ocupação no momento (para identificação de riscos ocupacionais)
Esquema vacinal
Prescrição de Enfermagem
Orientações na primeira consulta:
Explicar como o bebê se desenvolve no decorrer da gestação.
Informar qual a Maternidade de referência para atendimentos emergenciais
e partos.
Informar sobre direitos e benefícios legais da gestante.
Ofertar a realização imediata dos testes rápidos para Sífilis e HIV com
aconselhamento prévio
Aconselhar sobre o estilo de vida, incluindo cessação do fumo, do uso de
drogas psicoativas e do consumo de álcool.
- hábitos e higiene alimentar para reduzir o risco de infecções
alimentares: atentar para condições e limpeza dos alimentos.
- orientar dieta fracionada, alimentação com pouco carboidrato e rico
pela altura do fundo uterina, informação do início da movimentação do feto, que habitualmente ocorrem
entre 18 e 20 semanas.
72
em proteína, rica em fibras, evitar frituras e gorduras, aumentar ingesta
hídrica, evitar café, álcool, fumo.
- motivar a não deitar antes de 2 horas após refeições e quando for
repousar manter o tronco elevado em relação ao restante do corpo
- incentivar o aleitamento materno, ao parto normal.
Fornecer informações sobre exames de rastreamento, incluindo riscos,
benefícios e limitações dos testes recomendados.
Orientar quanto a identificação de sinais de alarme na gravidez e o
reconhecimento do trabalho de parto;
Orientar quanto às alterações fisiológicas e medidas de alívio dos
problemas mais comuns na gravidez (náuseas / vômitos em pouca
quantidade, azia, flatulência/obstipação).
Reforçar que intercorrências como ardor para urinar, febre, corrimento
fétido e abundante, vômitos persistentes devem ser comunicados ao
médico.
Reforçar a importância de verificar a pressão arterial em caso de cefaleia
para afastar hipertensão/pré-eclâmpsia e repousar em local com pouca
luminosidade e barulh0
Orientar quanto a observação da extensão do edema especialmente se for
a localização diferente dos membros inferiores.
Motivar a realizar a caminhadas leves.
Explicar forma de prevenir dor lombar corrigindo postura uso de sapatos
com saltos baixos e confortáveis, alongamentos.
Orientar quanto aos cuidados com o RN.
Garantir que toda gestante passe no mínimo por uma consulta
odontológica, conforme a rotina da unidade de saúde, podendo ocorrer em
qualquer momento da gestação, porém o período mais adequado para
procedimentos odontológicos é o segundo trimestre.
Realizar busca ativa de gestantes faltosas em consultas.
Promover ações educativas individuais ou coletivas.
Completar esquema vacinal, se necessário.
Orientar quanto a identificação de sinais de alarme na gravidez e o
73
reconhecimento do trabalho de parto;
CONSULTAS SUBSEQUENTES
Exame Físico
Reavaliação dos 3 primeiros itens listados no exame físico na primeira consulta:
1. Aferir a pressão arterial visando a prevenção de danos de possíveis
complicações (Pré-eclâmpsia).
2. Pesquisar edema (face, região sacral e membros inferiores).
3. Avaliar mamas através de inspeção e palpação, observando mamilos e
orientando acerca do aleitamento materno e identificação de possíveis doenças
malignas.
4. Realizar a coleta de colpo citologia oncótica (C.O.), podendo ser na
primeira consulta ou nas subsequentes.
5. Auscultar batimentos fetais a partir da 16ª semana gestacional para
avaliação da vitalidade fetal.
6. Realizar a palpação obstétrica (altura uterina) a partir de 12ª semana de
gestação, avaliando compatibilidade do crescimento fetal.
- Até a 6ª semana: não ocorre alteração do tamanho uterino;
- A partir da 8ª semana: útero corresponde ao dobro do tamanho normal;
- Na 10ª semana: o útero corresponde a três vezes o tamanho habitual;
- Na 12ª semana: o útero enche a pelve, de modo que é palpável na
sínfise púbica;
- Na 16ª semana: o fundo uterino encontra-se entre a sínfise púbica e a
cicatriz umbilical;
- Na 20ª semana: o fundo do útero encontra-se na altura da cicatriz
umbilical;
- A partir da 20ª semana: existe relação direta entre as semanas da
gestação e a medida da altura uterina10.
10
Este parâmetro torna-se menos fiel a partir da 30ª semana de idade gestacional.
74
uterinas regulares, frequentes (5/5 minutos) e persistentes (por 60-90 minutos)
e/ou perda líquida abrupta.
Reforçar que perda do tampão mucoso sugere apenas proximidade da
data do parto, não sendo critério para ir à emergência.
Estimular a amamentação, incluindo técnicas e boas práticas, como a
importância do aleitamento na primeira hora de vida, do alojamento conjunto e
da amamentação exclusiva até os 6 meses do bebê.
Explicar os principais cuidados com o bebê, imunizações e realização do
teste do pezinho, orelhinha preferencialmente até o quinto dia de vida.
Motivar o autocuidado pós-natal com atenção para sintomas de
depressão puerperal.
Intervenções de Enfermagem
Exames laboratoriais
1. Hemograma Completo – 1º consulta e no 3º trimestre
2. Tipagem sanguínea e fator RH – 1º consulta
3. Glicemia de jejum – 1ºconsulta e no 3º trimestre
4. Anti-HIV; - 1º consulta e no 3º trimestre.
5. VDRL – 1ºconsulta e no 3ºtrimestre
6. Toxoplasmose IgM e IgG – 1º consulta e no 3º trimestre novamente
quando a gestante não for reagente no primeiro exame
7. Sorologia para hepatite B (HbsAg e AntiHbs)
8. Sorologia para Rubéola – 1º consulta e no 3º trimestre novamente quando
a gestante não for reagente no primeiro exame
9. Exame de urina 1 e urocultura – 1º consulta e no 3º trimestre
10. Parasitológico de fezes – 1º consulta
11. Solicitar Coombs indireto se a mãe tiver fator RH negativo: o exame
deverá ser solicitado no 2º trimestre e 3º trimestre.
11
Vacinas contraindicadas: As vacinas que contêm vírus vivo atenuado (sarampo, rubéola, caxumba e
febre amarela.
75
1. A gestante durante a gestação deverá ser imunizada com a vacina
antitetânica, com a vacina para hepatite B e influenza, sendo a última
disponível somente em alguns meses do ano, portanto poderá a gestante
não ser imunizada quando estiver indisponível.
2. 3 doses de vacina para Hepatite B
3. 3 doses de vacina para DT ou DTP – deverá ser realizado reforço se a
última dose tiver um intervalo maior que 5 anos.
Sulfato ferroso
2. Suplementação deverá ser com 1 comprimido de 40 mg por dia a partir da
20ª semana da gestação
DIREITOS DA GESTANTE
Acompanhante durante toda permanência na maternidade, inclusive durante o
parto.
Adequação das atividades durante a gestação quando houver necessidade
Licença médica para comparecer às consultas e exames
12
CIPE® versão 2011 - Português do Brasil
76
Prioridade em filas/transporte públicos
Alojamento conjunto na maternidade
Laqueadura tendo mais de 25 anos ou 2 filhos somente depois do 42ª dia do
parto
Laqueadura durante o parto ( maior que 25 anos ou 2 filhos ) somente em
situações em que a mulher apresentar problema grave de saúde ou tenha feito
várias cesáreas
Registro gratuito do filho em cartório
Direito a creche para os filhos em empresas que tiverem pelo menos 30
mulheres com mais de 16 anos
Estabilidade no emprego até 5 meses pós parto
Licença maternidade de 120 dias após o nascimento do filho ( em algumas
situações 180 dias ) Em caso de aborto direito a 2 semanas de repouso
Dois descansos especiais de meia hora cada durante a jornada de trabalho para
amamentação até filho completar 6 meses de idade
Direitos do pai- acompanhar a gestante no pré natal e parto e 5 dias contínuos
de licença logo após o nascimento do bebê.
77
Sistematização da Assistência de Enfermagem à Mulher no Puerpério
O puerpério é o período pós-parto onde podem surgir problemas de saúde
ainda relacionados com a gravidez, responsáveis por muitas sequelas e até mesmo
morte da mulher, provocadas por hemorragias e infecções.
Motivo este da importância da avaliação que deve ser realizada ate 42 dias
após o final da gestação, para avaliar a situação ginecológica, como também fornecer
informações sobre planejamento familiar.
Porém a avaliação na 1ª semana pós-parto é fundamental tanto para mulher
como para o recém-nascido devendo ser priorizada e incentivada.
Histórico de Enfermagem
Anamnese
Verificar as condições da gestação (intercorrências como sífilis, hipertensão
arterial, diabetes gestacional ), atendimento ao parto e ao recém nascido (tipo de
parto, hemorragias, convulsões, sensibilização Rh, dentre outros).
Avaliar a alimentação e eliminação ( alimentação / hidratação x aleitamento /
obstipação intestinal).
Fluxo sanguíneo (lóquios), queixas urinárias, febre (prevenir intercorrências).
Questionar quanto ao uso de medicamentos.
Avaliar o aleitamento materno (frequência, dificuldades, condições das mamas).
Avaliar a condição psicoemocional (estado de humor, fadiga, desanimo,
depressão).
Questionar quanto a condição social (rede de ajuda, condições para
necessidades básicas, etc.).
Avaliar situação vacinal
Exame físico
Verificar sinais vitais, atentando para hipertensão arterial que pode persistir no
puerpério.
Observar pele, mucosas, presença de edemas generalizados.
Avaliar mamas, observando fissuras, ingurgitamento, vermelhidão.
Palpar abdome, verificando a condição do útero e se há dor à palpação e cólica.
78
Examinar períneo e genitais externos, ‘observando sinais de infecção, presença
e características de lóquios.
Examinar cicatriz (episiotomia / cesárea).
Avaliar edema em membros inferiores.
Prescrições Gerais
Reforçar orientações sobre higiene, alimentação, atividade física.
Informar a respeito do retorno as atividades sexuais e prevenção de
DST/Aids
Explicar sobre direitos da mulher ( reprodutivos sociais e trabalhista )
Motivar o autocuidado e do recém nascido
Encaminhar para planejamento familiar
Completar esquema vacinal ( suscetíveis a rubéola vacinar, completar
dupla adulto/ hepatite B se necessário ).
Manter suplementação de ferro até 3 meses pós parto, para mulheres
sem anemia diagnosticada.
Encerrar o SISPRENATAL
13
CIPE® versão 2011 - Português do Brasil
79
Medicamentos
Manter o Sulfato Ferroso (60 mg), 1 comprimido ao dia, até o 3° mês após o parto.
Para mães RH negativo: Imunoglobulina anit D - administrar até 72 horas pós
parto14.
14
Se a mulher tiver alta hospitalar sem que tenha sido administrada a medicação, esta poderá ser
aplicada até 28 dias pós parto, sabendo-se que quanto mias tarde for aplicada menor será a efetividade.
80
Sistematização da Assistência de Enfermagem à Mulher no Climatério
A politica voltada a ações de saúde para as mulheres no climatério foi
incorporada em 2003 na área técnica da saúde da mulher.
Em estimativas do IBGE 2007, a população feminina brasileira totalizava mais de
98 milhões de mulheres, sendo que 32% na faixa etária em que ocorre o climatério. (não
encontrei nenhum dado mais atual que 2007)
A Organização Mundial da Saúde (OMS) define o Climatério como uma fase
biológica e não como um estado patológico da mulher. É o período de transição entre a
fase reprodutiva ou fértil e a não reprodutiva, e culturalmente relacionam este período
com o envelhecimento.
A menopausa corresponde ao último ciclo menstrual, acontece geralmente em
torno dos 48 aos 50 anos de idade e é reconhecido somente após 12 meses depois de
ocorrido.
O climatério pode ser dividido em três fases distintas:
- 35 a 45 anos, caracterizado por irregularidades menstruais, episódios de
hemorragia uterina disfuncional e Síndrome Pré-menstrual, queda significativa da
fertilidade (necessária anticoncepção adequada). A maioria das irregularidades
menstruais e hemorragias disfuncionais se corrigem com administração de
progesterona. É nessa época que há um aumento na incidência de câncer de mama,
sendo importante a intensificação das ações de prevenção.
- 45 a 55 anos, período no qual ocorre a menopausa das mulheres brasileiras,
havendo maior incidência da síndrome climatérica (ondas de calor - fogachos -, a
sudorese noturna e os sintomas próprios da atrofia urogenital (dispareunia, sensação
de ressecamento vaginal, incontinência urinária, etc). A anticoncepção deverá ser
mantida até que o diagnóstico de menopausa. Se não houver contraindicações, poderá
ser instituída a terapia hormonal (TH).
- 55 a 65 anos, período no qual há o objetivo de aumentar a autonomia dos
idosos, para uma vida saudável, e realizar ações de prevenção secundária do processo
de envelhecimento, prevenção da osteoporose, das doenças cardiovasculares e do
câncer de mama. Neste período a incidência de câncer de colo uterino diminui,
podendo haver maior espaçamento na coleta de citologias.
É uma fase da vida que não deve ser considerada como doença, mas necessita de
81
acompanhamento visando à promoção da saúde, o diagnóstico precoce e o tratamento
dos agravos em tempo oportuno e prevenção de danos.
.
Histórico de Enfermagem
Anamnese
Avaliar queixas de fogachos, insônia, irritabilidade, mialgia, dispareunia,
sintomas gênito urinários relacionados com a hipotrofia das mucosas,
incontinência urinária.
Investigar patologias concomitantantes
Vulnerabilidade para DSTs
Exame Físico
Verificação da circunferência abdominal (risco para síndrome metabólica e
risco cardiovascular )
Alterações Osteo-Músculo-Articulares: artrose, algias articulares, fadiga
muscular, diminuição da força muscular e alterações do tônus.
Condição odontológica ( dentição uso de próteses, lesões ).
Estimular o autocuidado,
colaborando para a
melhora da auto estima.
Fogachos Termorregulação Orientar o uso adequado
ineficaz caracterizado da reposição hormonal
por flutuações na quando prescrito pelo
temperatura corporal médico;
acima ou abaixo dos
parâmetros normais
relacionado ao
envelhecimento.
82
Medicamentos
Reforçar orientações das prescrições medicamentosas quando houver
REFERENCIA BIBLIOGRÁFICA
Ministério da Saúde. Manual da Atenção Básica à mulher no climatério.2008
83
Sistematização da Assistência de Enfermagem na Prevenção do
Câncer de Colo de Útero e Mama
O câncer de colo de útero é o segundo tumor mais frequente na população
feminina, sendo no Brasil a quarta causa de morte entre as mulheres e de acordo com
as estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS) serão cerca de 320.000 mil
casos novos até o ano de 2015. No Brasil as taxas de mortalidade por câncer de mama
continuam elevadas, sendo a neoplasia mais incidente em população feminina, tendo
como risco estimado de 50 casos novos a cada 100 mil mulheres em 2012. A maior
concentração está nas regiões sudeste (69/100 mil), Sul (65/100 mil), centro –oeste
(48/100 mil) e Nordeste (32/100 mil). Na região Norte é o segundo tipo de câncer mais
incidente, com 19 casos novos por cada 100 mil mulheres.
Os elevados índices de incidência e mortalidade por câncer do colo do útero e
da mama no Brasil justificam a implantação de estratégias efetivas de controle dessas
doenças. As linhas de cuidado são estratégias com o objetivo de organizar o fluxo dos
indivíduos, de acordo com suas necessidades, que implicam na organização de um
conjunto de ações e serviços de saúde, estruturados com base em critérios
epidemiológicos e de regionalização para dar conta dos desafios atuais onde os
quadros relativos a esses cânceres são de alta relevância epidemiológica e social.
As ações e prevenção do câncer de colo de útero se baseiam na coleta
periódica de citologia oncótica e observações macroscópica nos exames ginecológicos.
Poderão ser submetidas às coletas de citologia oncótica todas as mulheres que
já tenham iniciado atividade sexual, independente da idade15.
As faixas etárias a serem priorizadas são:
• Mulheres entre 25 e 59 anos de idade;
• Mulheres em atividade sexual que nunca realizaram CO.
A mamografia de rastreamento deve ser solicitada durante a consulta de
enfermagem, e somente poderá ser realizada pelo enfermeiro quando ele estiver na
condição de integrante da equipe de saúde, não tendo este a competência para indicar
o exame de mamografia diagnóstica, ato destinado somente ao médico.
A população alvo é:
15
Intervalo: Inicialmente, o exame deve ser realizado a cada ano. Após duas citologias com resultado
negativo consecutivas o exame pode ser feito a cada três anos.
84
mulheres entre 50 a 69 anos: exame clinico de mamas anual e mamografia a
cada dois anos
Mulheres entre 40 a 49 anos: exame clinico de mamas anual e se o exame for
alterado fazer mamografia
Histórico de Enfermagem
Anamnese
Exame físico
Avaliar a cavidade bucal, mamas, abdome, identificar possíveis pintas ou
manchas de características anormais sugestivas de câncer de pele,
Palpação da Região Axilar: A mulher permanece sentada e apoia o braço do lado
a ser examinado no ombro do examinador. Palpar toda a região axilar e atentar
para achados anormais.
Palpação da Região Supra e Intraventricular: Manter a usuária sentada. Palpar a
região supra e intraventricular à procura de linfonodos palpáveis.
Exame clinico das mamas: deve ser realizado pelo menos uma vez ao ano, por
profissional capacitado principalmente em mulheres com idade superior a 35
anos, para detectar qualquer alteração mamária.
Inspeção Estática: Posicionar a mulher sentada, com o tronco desnudo
com os braços levantados sobre a cabeça. Observar: simetria das
mamas, tamanho, contorno, forma, pigmentação areolar, aspecto da
papila, saída espontânea de secreção e características da pele
(ulcerações/ retrações). Diferenças na cor, temperatura, textura e padrão
de circulação venosa.
Inspeção Dinâmica: Manter a posição da inspeção estática e solicitar a
elevação dos braços em direção à cabeça. Após, solicitar que a mulher
coloque as mãos atrás da nuca e faça movimentos de abrir e fechar os
braços. Observar: presença de retrações ou exacerbações assimétricas.
Palpação das Mamas: Pedir para a usuária deitar em decúbito dorsal e colocar as
mãos atrás da nuca. Iniciar a palpação com a face palmar dos dedos sempre de
encontro ao gradeado costal, de forma suave, no sentido horário, da base da
85
mama para a papila, incluindo o prolongamento axilar. Observar a presença ou
ausência de nódulo, endurecimento, tamanho, forma, consistência, localização e
mobilidade.
Manobra de Expressão Papilar: É realizada após a palpação da mama, com a
mulher deitada. Observar presença de fluxo papilar se é unilateral ou bilateral,
único ducto ou vários, aspecto sanguinolento ou não.
Solicitar a usuária que fique em posição ginecológica, cobrindo-lhe os membros
inferiores para menor exposição. Providenciar uma boa iluminação para coleta
do material.
Inspeção da Região Vulvar: Prepúcio do clitóris; clitóris; meato uretral; lábio
maior; orifício vaginal; fossa navicular, fúrcula e lábio menor. Observar presença
de lesões cutâneas da região ano-vulvar como pediculose, intertrigo, eritema,
eczemas das pregas gênito-crurais (prurido); presença de lesões verrugosas
(condiloma), lesões atróficas acentuadas, processos inflamatórios reacionais
difusos; distribuição dos pelos e do tecido adiposo, presença de ulcerações de
várias naturezas, presença de hipertrofia do clitóris. Observar o meato uretral em
busca de anomalias de desenvolvimento, presença de secreções; o orifício
vaginal em busca de secreções, presença de prolapso dos órgãos genitais
internos; e a presença de abscessos da glândula de Bartholin.
Exame especular: Observar no colo do útero: Cor, lacerações, úlceras e
neoformações. No orifício cervical: Tamanho, forma, cor e presença de
secreções e/ou pólipos. A parede vaginal deve ser observada durante a retirada
do espéculo.
86
Medicamentos
Em acordo com Fluxogramas de Atendimento ( ver anexo de medicação em
Abordagem Sindrômica).
87
Fonte: Caderno da Atenção Básica, n° 13 de 2013.
Situações Especiais:
• Mulher Grávida: Pode ser feito em qualquer período da gestação,
preferencialmente até o 7º mês. A coleta deve ser feita com a espátula de Ayres e não
usar escova para coleta endocervical. A coleta deve ser realizada por enfermeiros e/ou
médicos.
• Mulher com transtornos mentais ou adolescentes: Solicitar a presença
de um membro da família.
• Mulheres virgens: A coleta em virgens não deve ser prioridade na coleta
de rotina. Se houver presença de condilomatose na genitália externa, principalmente
88
vulvar e anal, é um indicativo da necessidade de realização do exame do colo, devendo
ser realizado pelo médico.
• Mulheres submetidas a histerectomia: Histerectomia total: recomenda–
se a coleta de esfregaço de fundo de saco vaginal apenas quando houver lesões ou
controle de lesões anteriores neoplásicas de colo. Histerectomia subtotal: rotina normal.
Referências Bibliográficas
Cadernos da Atenção Básica n° 32: Pré-Natal de Baixo Risco, 2012.
BRASIL. Caderno da Atenção Básica n° 13. Prevenção Câncer de Colo de Útero
e de mamas, 2013.
Manual RJ
CAMPINAS, (SP). Diretrizes Básicas Saúde Mulher, 2011.
SÃO PAULO. Manual Técnica do Pré-Natal e puerpério. Secretaria do Estado de
São Paulo, 2010.
BRASIL. Ministério da Saude. Politica Nacional da Atenção Integral à Saúde da
Mulher: princípios e diretrizes. 2012.
BRASIL. Ministério da Saúde. Manual de Controle das Doenças Sexualmente
Transmissíveis (DST), 2006.
CAMPINAS (SP). Manual de Procedimentos Operacionais Padrão, SMS
Campinas, 2014.
89
Sistematização da Assistência de Enfermagem à Abordagem
Sindrômica as DSTs
O tratamento sindrômico é uma estratégia baseada em evidências. O objetivo
desse atendimento é prover, em uma única consulta: diagnóstico, tratamento e
aconselhamento adequados. Não há impedimento para que exames laboratoriais
sejam colhidos ou oferecidos. A conduta, no entanto, não deverá depender de
demorados processos de realização e/ou interpretação dos exames.
O enfermeiro deverá passar por capacitação na abordagem sindrômica e
aconselhamento, fornecido pelo CRDSTAIDS, estando habilitado a determinar um
diagnóstico sindrômico, implementar o tratamento imediato, realizar aconselhamento à
estimular a adesão ao tratamento, a redução de riscos, busca, orientação e tratamento
de parceiros, promoção de incentivo ao uso de preservativos, sendo um transmissor
constante de informação para a população geral e das atividades educativas que
priorizem: a percepção de risco, as mudanças no comportamento sexual e a promoção
e adoção de medidas preventivas com ênfase na utilização adequada do preservativo.
Além do aconselhamento aos já portadores de DSTs e seus parceiros visando reduzir
as complicações e prevenindo a ocorrência de novos episódios.
As principais características da abordagem sindrômica são:
2- Classificar os principais agentes etiológicos, segundo as síndromes clínicas por
eles causados;
3- Utilizar fluxogramas que ajudam o profissional a identificar as causas de uma
determinada síndrome;
4- Indicar o tratamento para os agentes etiológicos mais frequentes na síndrome;
5- Incluir a atenção dos parceiros, o aconselhamento e a educação sobre redução
90
de risco, a adesão ao tratamento e o fornecimento e orientação para utilização
adequada de preservativos;
6- Incluir a oferta da sorologia para sífilis, hepatites e para o HIV.
7- Identificação das Síndromes:
8- Uma síndrome é constituída por um grupo de sintomas referidos pelo paciente e
sinais que podem ser observados durante o exame. A tabela seguinte explica os
sinais e sintomas das principais síndromes de DST e suas etiologias mais
comuns:
Histórico de Enfermagem
Anamnese
Exame físico
Observar pele, particularmente a palma das mãos, plantas dos pés; mucosas
orofaríngea e dos genitais e palpar os gânglios de todos os segmentos corporais
(cabeça, tronco e membros).
Observar lesões (ulceradas ou não, em baixo ou alto relevo, hiperêmica,
91
hipercrômica, circular, irregular, circinada etc.), no abdômen, dorso, couro
cabeludo, e principalmente, na região perineal, deverão ser anotadas e
correlacionadas com a história em questão.
o Atentar para doenças como sífilis, gonorreia que podem apresentar formas
diferentes da enfermidade abrangendo regiões não-genitais (ex.: faringite,
osteoartrite, conjuntivite, peri-hepatite etc.). O eritema multiforme e a cefaleia
podem acompanhar o linfo granuloma venéreo
Verificar capacidade de
compreensão do
indivíduo para receber
orientações
necessárias
Imunização Conhecimento Orientar sobre medidas
incompleta deficiente de prevenção e
algumas restrições
durante o período de
tratamento
Medicamentos
Em acordo com Fluxogramas de Atendimento (ANEXO)
93
94
BIBLIOGRAFIA
Doenças infecciosas e parasitárias: guia de bolso. 8ª edição revista. Brasília, 2010
Doenças sexualmente transmissíveis: Manual de bolso, 2ª ed. Brasília, 2006.
95
ABORDAGEM SINDRÔMICA
1 – Herpes
Aciclovir 200 mg/cp – 2 cp VO – 8/8 hs
Primeira infecção – 7 a 10 dias\Recorrências – 5 a 7 dias
Tratamento tópico – como coadjuvante – antibióticos para profilaxia de infecções
3. Donovanose
1ª Opção: Doxiciclina 100mg – 1 cp VO - 12/12 horas, até a cura clínica (no
mínimo por 3 semanas);
2ª Opção: Sulfametoxazol/Trimetoprim (400 mg + 80 mg), VO, de 12/12 horas,
até a cura clínica (no mínimo por 3 semanas).
96
Diagnósticos de Enfermagem
NANDA
Conhecimento deficiente
Sistema de apoio inadequados
Funções prejudicadas
Déficit de apoio social, conhecimento.
Déficit no autocuidado para higiene íntima
Disposição para aumento do autocuidado
Disposição para autocuidado melhorado
Negligência
Conhecimento deficiente
Disposição para conhecimento aumentado
Risco de dignidade humana comprometida
Sentimento de impotência
Risco de sentimento de impotência
Disposição para poder de decisão aumentado
Baixa autoestima
Risco de baixa autoestima situacional
Risco de vínculo prejudicado
Ansiedade
Medo
Síndrome de Stresse por mudança
Risco de síndrome por estresse por mudança
Comportamento de saúde propenso a risco
Disposição para enfrentamento aumentado
Disposição para enfrentamento familiar aumentado
Enfrentamento familiar comprometido
Risco de infecção
CIPESC
Distúrbio do autocuidado
Insegurança
Medo
97
Ansiedade
Culpa
vergonha
Falta de adesão
Negação de problema de saúde
Falta de conhecimento
Atividade de cuidado a saúde
Regime terapêutico prescrito
Precaução de segurança
Negação do problema de saúde
Prescrição de Enfermagem
Elaborar precocemente um plano assistencial.
Verificar capacidade de compreensão do indivíduo para receber
orientações necessárias
Realizar aconselhamento em DST e Aids
Orientar quanto a medicação e interações medicamentosas
Orientar sobre janela epidemiológica
Tratar comunicantes sexual
Ensinar medidas de segurança (métodos contraceptivos,
Providenciar consulta médica para a usuária quando necessário
Avaliar resultados de exames
Coletar Papanicolau
Realizar teste rápido de HIV, Sífilis, Hepatite B e C.
Solicitar e coletar exames preconizados
Planejar medidas de prevenção junto a comunidade por meio de ações
educativas, dinâmica de grupo (entre outras).
Explicar sobre hábitos de saúde
Motivar e elogiar indivíduo quanto aos hábitos de saúde
Incentivar o cliente em relação ao próprio corpo, visando o
reconhecimento prévio das anormalidades e o autocuidado.
Promover, orientar utilização e disponibilizar preservativos.
Orientar sobre a importância da adesão ao tratamento, e da busca do
parceiro para diagnóstico e/ou tratamento, uma vez que desta forma se evita as
98
reinfecções.
Orientar sobre medidas de prevenção e algumas restrições durante o
período de tratamento
Oferecer os exames para a detecção de outras doenças transmissíveis
como Anti HIV, hepatite B e C, VDRL e fazer oferta de vacina contra hepatite B.
Incentivar o autocuidado apoiado
Providenciar retorno de enfermagem ao usuário para resultado de exames
Evolução
Espera que o enfermeiro utilize das ferramentas primordiais para
assegurar a qualidade da assistência prestada, garantindo ao enfermeiro e à instituição
o respaldo ético-legal, promovendo uma maior autonomia nas suas ações, além de
promover um maior vínculo entre o enfermeiro e usuário, favorecendo o autocuidado.
99
100
ANEXO
IMC - na 1ª consulta deve ser calculado a partir do peso pré gestacional
Avaliação nutricional por trimestre segundo índice de massa corporal
(IMC) para gestantes acima de 19 anos
Idade Baixo peso Adequado Sobrepeso Obesidade
gestacional
1º trimestre < 19,9 20,0 – 25,4 25,5 – 30,3 > 30,3
2º trimestre < 20,6 20,7- 26,9 27,0 – 31,5 > 31,5
3º trimestre < 22,4 22,5 -29,2 29,3 -33,2 > 33,3
101
102