Charles Babbage Final

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Charles Babbage

(26 de Dezembro de 1791 – 18 de Outubro de 1871)

Charles Babbage é mais conhecido e reverenciado como o inventor que projetou o


primeiro computador de uso geral utilizando apenas partes mecânicas, a máquina
analítica. Ele é considerado o primeiro pioneiro da computação. Seu invento, porém, exigia
técnicas bastante avançadas e caras na época.

O pai de Babbage, Benjamin Babbage, foi um banqueiro, sócio do Praeds, de 'Bitton


Estate', em Teignmouth. Sua mãe era Betsy Plumleigh Babbage. Em 1808, a família
Babbage mudou-se para a antiga 'Rowdens house', a leste de Teignmouth e Benjamin
Babbage tornou-se administrador das proximidades da igreja de St. Michael. Charles
Babbage estudou em Cambridge, onde depois lecionou matemática. Foi um dos
fundadores, juntamente com Herschel e Peacock, da Analitical Society (1811) do Trinity
College, em Cambridge.

Em 1822, Babbage descreveu, num artigo científico, uma máquina que poderia computar
e imprimir extensas tabelas científicas. No mesmo ano, construiu um modelo preliminar de
sua Máquina de Diferenças, com rodas dentadas fixadas em eixos que uma manivela fazia
girar. Então ele convenceu a Royal Society of London - prestigiosa associação científica
em que havia sido eleito membro em 1816 - a apoiar uma proposta dirigida ao governo
para que este subvencionasse a construção de um modelo em tamanho grande. O
presidente da Sociedade então escreveu: “A máquina encarregar-se-ia do ‘trabalho
intolerável e monótono’ envolvido nas enfadonhas tarefas de cálculo repetitivo; esta,
acrescentava, está entre ‘as mais baixas ocupações do intelecto humano’”. A Sociedade
julgou seu trabalho "altamente merecedor de encorajamento público". Um ano mais tarde,
o governo britânico concedeu-lhe 1500 libras para a realização do projeto.

Durante os dez anos seguintes, Babbage sustentou uma verdadeira luta com seu
embrião de computador. Esperava terminá-lo em três anos, mas a Máquina de Diferenças
ficava mais complexa à medida que a modificava, aperfeiçoava e redesenhava.
Acossavam-no problemas de trabalho, saúde e dinheiro. Embora a subvenção do governo
subisse a 17 000 libras, as dúvidas oficiais acerca dos custos do projeto e de sua utilidade
efetiva também cresciam. Por fim, as concessões acabaram sendo suspensas. Em torno
de 1833, Babbage resolveu deixar de lado seus planos de uma Máquina de Diferenças. O
insucesso, porém, não o impediu de desenvolver idéias para construir uma máquina ainda
mais ambiciosa.

A Máquina Analítica, ao contrário de sua predecessora, foi concebida não apenas para
solucionar um tipo de problema matemático, mas para executar uma ampla gama de
tarefas de cálculo, de acordo com instruções fornecidas por seu operador. Seria "uma
máquina de natureza a mais geral possível" - em nada inferior, realmente, ao primeiro
computador programável para todos os fins. Computadores de uso geral, logicamente
comparáveis ao engenho analítico, só iriam surgir, de forma totalmente independente da
pesquisa de Charles Babbage, cerca de 100 anos mais tarde.
A Máquina Analítica deveria possuir uma seção denominada "moinho" e outra
denominada "depósito," ambas compostas de rodas dentadas. O depósito poderia reter até
cem números de quarenta dígitos de uma só vez. Esses números ficariam armazenados
até que chegasse sua vez de serem operados no moinho; os resultados seriam então
recolocados no depósito à espera de uso posterior ou chamados para impressão. As
instruções seriam introduzidas por meio de cartões perfurados.

"Podemos dizer que a Máquina Analítica tece padrões algébricos, assim como o tear de
Jacquard tece flores e folhas", escreveu a condessa de Lovelace, uma das poucas
pessoas que compreenderam o funcionamento da máquina e vislumbraram seu imenso
potencial de aplicação. Augusta Ada Byron, condessa de Lovelace e única filha legítima do
poeta Lord Byron, emprestou seus consideráveis talentos matemático e literário ao projeto
de Babbage. Com relação à Máquina Analítica, Babbage declarou que a condessa de
Lovelace "parece compreendê-la melhor que eu".

O interesse e entusiasmo da condessa de Lovelace ajudaram Babbage a esclarecer suas


idéias e fortalecer sua coragem. No entanto, nem mesmo ela poderia escrever sobre o
problema fundamental da Máquina Analítica.

“Se a Máquina de Diferenças fora uma proposição duvidosa, a Máquina Analítica era uma
impossibilidade prática”. Simplesmente era impossível pôr em movimento as partes que a
compunham. Uma vez terminada sua construção, a máquina seria tão grande quanto uma
locomotiva, e seu interior, uma intricada massa de mecanismos de relojoaria, de aço, cobre
e estanho, tudo acionado a vapor. O menor desequilíbrio na menor das partes multiplicar-
se-ia centenas de vezes, provocando na máquina um violento "derrame".Ela nunca foi
construída, tudo o que existe dela são resmas de planos e desenhos, e parte do "moinho"
e da impressora, que o filho de Babbage construiu. Alguns acreditam que as limitações
tecnológicas da época constituíam-se num obstáculo adicional para a construção da
máquina; outros acreditam que a máquina poderia ter sido construída com sucesso,
mesmo usando a tecnologia da época, se houvesse obtido um forte apoio financeiro e
político.

Ironicamente, a Máquina de Diferenças teve um destino um pouco melhor. Embora o


próprio Babbage nunca mais voltasse a ela, um impressor, inventor e tradutor sueco
chamado Pehr Georg Scheutz leu a respeito do dispositivo e construiu uma versão
modificada, em 1854.

A Máquina Analítica idealizada por Babbage incluia 5 fatores muito importantes para os
computadores futuros :

 um dispositivo de entrada;
 facilidade de armazenar números para processamento;
 um processador ou calculador numérico;
 uma unidade de controle central para organizar as tarefas a serem executadas;
 e um dispositivo de saída.

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