Desenho de Construção Naval PDF
Desenho de Construção Naval PDF
Desenho de Construção Naval PDF
Manuel Ventura
1
Arranjo Geral do Navio
• Aspectos gerais
• Representação de tanques e porões
• Numeração de tanques e porões
• Arranjo da superstrutura
• Arranjo de camarotes típicos
• Representação simbólica de escadas
3
Arranjo Geral
4
Aspectos Gerais (1)
6
Aspectos Gerais (3)
• Simbologia
– Meio-navio
– Identificação da Linha Base
– Identificação das Linhas de Centro Meio-Navio
Linha Base
• Informação textual
– Características principais
• Porte
• Dimensões principais Linha Centro
– Sociedade Classificadora e Classificação do navio
7
Navio de Pesca
8
Arranjo da Superstrutura
9
Balaustrada
10
Representação de Escadas
Plano de
corte
11
Navio Multi-Purpose
12
Navio Tanque de Produtos
13
Paióis de Mantimentos (1)
14
Paióis de Mantimentos (2)
15
Cozinha, Messes e Copa
16
Hospital / Enfermaria
18
Camarote de Tripulante
19
Camarote de Tripulante
• Em navios com
restrições de
espaço pode
haver
necessidade de
instalar mais do
que um
tripulante por
camarote
• Neste exemplo
cada WC é
partilhado por
dois camarotes
Navio de Pesquisa 21
Camarote de Oficial
22
Camarote de Oficiais Superiores
• Geralmente os camarotes do
Comandante e do Chefe de Máquinas
são semelhantes, estão localizados
no pavimento imediatamente abaixo
da ponte, e são muitas vezes
simétricos EE/BB.
• Dispõem geralmente de zonas
distintas
– Quarto
– Sala de estar
– Escritório
– Dispõem de casa de banho
própria, geralmente equipada
com banheira. 23
Camarote de Comandante
Notas:
• Acessos separados
para o escritório e a
sala de estar
• Sala de estar separada
de quarto de dormir
• WC com chuveiro
24
Ponte
• Zona de comando
• Zona para leitura de
cartas
• Zona de
comunicações
• WC
• Asas da ponte
25
Sistemas Representados no Arranjo Geral
Manuel Ventura
26
Escadas do Portaló
Prancha (Gangway)
27
Equipamento de Salvação
30
Sistema de Fundeação
Amarra
Buzinas
Roletes Molinete/
Guicho
Combinado
Cabeço
Cabo de massa 31
Sistemas de Fundeação e Reboque
• Localizar molinetes de
amarração
• Localizar cabeços e buzinas,
traçando a traço-ponto as
linhas de passagem dos cabos
• Localizar ferro sobressalente
(caso exista)
• Localizar sistema de reboque
32
Molinetes, Escovens e Gateiras
• Verificar posicionamento de
escovens em relação à borda
e das gateiras em relação aos
paióis da amarra
33
Molinetes e Cabrestantes
Molinete (windlass)
Cabrestante (capstan)
34
Ferros e Amarras
• Localizar guinchos de
manobra
• Localizar cabeços e
buzinas, traçando a
traço-ponto as linhas de
passagem dos cabos
36
Guinchos de Amarração
Guincho (winch)
37
Cabeços e Buzinas
38
Desenho do Arranjo Geral (2D)
Manuel Ventura
39
Sequência de Trabalho (1)
• Criar as layers
• Desenhar e identificar as linhas de referência
– Linha base
– Perpendiculares AV e AR (traço-ponto)
– Linhas de centro
• Desenhar linha do pontal
• Localizar as anteparas transversais (perfil)
• Desenhar duplo fundo
40
Sequência de Trabalho (2)
41
Sequência de Trabalho (3)
44
Normas (2)
45
Bibliografia
46
Fundamentos da Engenharia Aeronáutica - Aplicações ao Projeto SAE-AeroDesign 373
CAPÍTULO 6
ANÁLISE ESTRUTURAL
6.1 – Introdução
O presente capítulo apresenta ao leitor os conceitos fundamentais para a análise de
cargas e dimensionamento estrutural dos principais componentes de uma aeronave destinada a
participar da competição SAE-AeroDesign. Dentre os elementos estruturais estudados podem-
se citar a determinação das cargas atuantes e o dimensionamento estrutural das asas, da
fuselagem, da empenagem, e do trem de pouso. Os conceitos apresentados a seguir são muito
úteis como ferramentas iniciais para a obtenção de resultados confiáveis do ponto de vista do
projeto estrutural da aeronave e estão fundamentados nas normas aeronáuticas destinadas ao
dimensionamento estrutural de componentes e análise de cargas.
A partir desse ponto do estudo e do projeto de uma nova aeronave, o projetista deve
estar atento às necessidades operacionais da mesma (requisitos da missão) e fazer uso correto
de vários parâmetros obtidos durante os cálculos prévios de aerodinâmica, desempenho e
estabilidade, pois a determinação correta das cargas atuantes nos vários componentes
estruturais permite o correto dimensionamento estrutural e a obtenção de uma estrutura
resistente e leve garantindo assim a maior relação entre carga paga e peso vazio contribuindo
significativamente para o aumento da eficiência estrutural.
Basicamente todas as aeronaves são constituídas pelos mesmos elementos estruturais
que previamente já foram discutidos nos capítulos anteriores, e sua estrutura interna pode ser
observada nas Figuras 6.1 e 6.2.
A estrutura de uma aeronave sofre diversos tipos de esforços durante sua operação,
nesta seção do presente capítulo, são apresentados de maneira simples e objetiva os principais
tipos de esforços atuantes e suas principais características. Os esforços solicitantes em uma
estrutura são classificados basicamente de acordo com o tipo de carregamento e com o modo
no qual a estrutura se deforma, para o projeto AeroDesign, os esforços mais importantes são:
tração e compressão (esforços normais), cisalhamento, torção e flexão.
Cada um dos componentes da aeronave sofre um tipo característico de esforço que
também podem aparecer de forma combinada, o correto dimensionamento estrutural dos
componentes é essencial para se garantir a segurança da estrutura seguindo as normas
regulamentadoras utilizadas na indústria aeronáutica. Basicamente os requisitos estruturais
estão fundamentados na norma FAR part 23.
Para que o leitor se familiarize com os principais tipos de esforços atuantes nas
estruturas mecânicas, é apresentado a seguir um breve resumo das características de cada um
desses tipos de esforços, sendo que um estudo mais avançado pode ser encontrado em livros
destinados ao estudo da resistência dos materiais.
Esforço de tração: ocorre quando forças normais estão presentes na estrutura e possui
a tendência de aumentar o comprimento do componente causando deformação permanente ou
ruptura do material.
Esforço de compressão: ocorre quando forças normais estão presentes na estrutura e
possui a tendência de reduzir o comprimento do componente causando deformação
permanente ou ruptura do material.
Esforço de cisalhamento: ocorre quando forças transversais estão presentes na
estrutura e possui a tendência de cortar o componente causando ruptura do material.
Esforço de torção: ocorre quando momentos de torção (torque) estão presentes na
estrutura e possui a tendência de torcer componente causando deformação permanente ou
ruptura do material.
Esforço de flexão: ocorre quando transversais estão presentes na estrutura e possui a
tendência provocar a flexão do componente causando deformação permanente ou ruptura do
material.
Para efeito de cálculo estrutural de aeronaves, o dimensionamento é realizado pela
aplicação dos fundamentos da resistência dos materiais, assim, no presente livro, serão
apresentados apenas os conceitos e tipos de esforços atuantes nos componentes de uma
aeronave bem como as técnicas de determinação desses esforços, porém a metodologia do
cálculo estrutural não será apresentada, pois cada projeto possui características diferentes e
portanto técnicas de solução de dimensionamento diferentes deverão ser aplicadas.
Dessa forma, aconselha-se ao leitor, que, uma vez determinados os esforços atuantes,
que o dimensionamento estrutural seja realizado seguindo a formulação matemática e as
teorias presentes nos livros de Resistência dos Materiais.
resistem à deformação gerada pelas cargas aplicadas. A fuselagem tipo treliça é geralmente
coberta por tela.
Tipo treliça: A fuselagem tipo treliça é geralmente construída de tubos, soldados de tal
forma, que todos os membros da treliça possam suportar tanto cargas de tração como de
compressão. Em algumas aeronaves, principalmente as mais leves, monomotoras, a treliça é
construída de tubos de liga de alumínio e podem ser rebitados ou parafusados em uma peça,
utilizando varetas sólidas ou tubos.
Estrutura Alar: As asas de uma aeronave são superfícies desenhadas para produzir
sustentação. O projeto particular para uma dada aeronave depende de uma série de fatores,
tais como: tamanho, peso, aplicação da aeronave, velocidade desejada em vôo e no pouso, e
razão de subida desejada. As asas de uma aeronave de asas fixas são chamadas de asa
esquerda e asa direita, correspondendo à esquerda e à direita do piloto, quando sentado na
cabine.
As asas da maioria das aeronaves atuais são do tipo cantilever; ou seja, elas são
construídas sem nenhum tipo de escoramento externo. O revestimento faz parte da estrutura
da asa e suporta parte das tensões da asa.
Outras asas de aeronaves possuem suportes externos (montantes, estais, etc.) para
auxiliar no suporte da asa e das cargas aerodinâmicas e de pouso.
Tanto as ligas de alumínio como as de magnésio são utilizadas na construção de asas.
Longarinas de asa: As principais partes estruturais de uma asa são as longarinas, as nervuras
ou paredes, e as vigas de reforço ou reforçadores, como mostrado na Figura 6.13.
Como mostrado na Figura 6.14, elas podem ser parcialmente ocas, no formato de uma
caixa, sólidas ou laminadas, retangulares, ou em forma de "I".
As longarinas podem ser feitas de madeira ou metal, dependendo do critério de
desenho de uma determinada aeronave.
A maioria das aeronaves recentemente produzidas utiliza longarinas de alumínio
sólido extrudado ou pequenas extrusões de alumínio rebitadas juntas para formar uma
longarina.
A placa de armação mostrada na Figura 6.16 consiste de uma placa sólida com
reforçadores verticais que aumentam a resistência da armação. Algumas longarinas são
construídas de forma diversa. Umas não possuem reforçadores, outras possuem furos
flangeados para reduzir o peso. A Figura 6.27 mostra uma longarina de armação metálica,
feita com uma cobertura superior, uma cobertura inferior e tubos de conexão vertical e
diagonal.
Uma estrutura pode ser desenhada de forma a ser considerada à prova de falha. Em
outras palavras, se um dos membros de uma estrutura complexa falhar, algum outro membro
assumirá sua carga.
Uma longarina construída à prova de falha é mostrada na Figura 6.18. Essa longarina é
constituída de duas seções. A seção superior consiste de uma cobertura rebitada à placa de
armação. A seção inferior é uma extensão simples, consistindo de uma chapa e uma armação.
Essas duas seções são unidas para formar a longarina. Se qualquer uma dessas seções
falhar, a outra seção ainda consegue suportar a carga, a qual é o dispositivo à prova de falha.
Via de regra, uma asa possui duas longarinas. Uma delas é geralmente localizada
próximo ao bordo de ataque da asa, e a outra fica normalmente a 2/3 da distância até o bordo
de fuga. Qualquer que seja o tipo, a longarina é a parte mais importante da asa. Quando outros
membros estruturais da asa são submetidos a carga, eles transferem a maioria da tensão
resultante às longarinas da asa.
Nervuras da asa: Nervuras são membros estruturais que compõem a armação da asa. Elas
geralmente estendem-se do bordo de ataque até a longarina traseira ou até o bordo de fuga.
São as nervuras que dão à asa sua curvatura e transmitem os esforços do revestimento
e reforçadores para as longarinas. As nervuras são utilizadas também em ailerons,
profundores, lemes e estabilizadores.
As nervuras são fabricadas em madeira ou metal. Tanto as metálicas como as de
madeira são utilizadas com longarinas de madeira, enquanto apenas as nervuras de metal são
usadas nas longarinas metálicas. A Figura 6.19 mostra algumas nervuras típicas geralmente
confeccionadas em madeira ou alumínio.
adicionar pequenos pregos, uma vez que esse tipo de nervura resiste melhor que as outras à
utilização de pregos. A cantoneiras contínuas são mais fáceis de lidar que a grande quantidade
de pequenas cantoneiras necessárias anteriormente.
A Figura 6.20 mostra a estrutura básica longarina/nervura, de uma asa de madeira,
junto com outros membros estruturais.
Além das longarinas dianteira e traseira, a Figura 6.20 mostra uma longarina de
aileron ou falsa longarina. Esse tipo de longarina estende-se por apenas uma parte da
envergadura e dá suporte às dobradiças do aileron.
Vários tipos de nervuras estão também ilustrados na Figura 6.20. Em adição à nervura
de asa; às vezes chamada de "nervura plana", ou mesmo "nervura principal", aparecem
também nervuras dianteiras e nervuras traseiras. Uma nervura dianteira também é chamada
falsa nervura, uma vez que ela geralmente estende-se de um bordo de ataque até a longarina
dianteira ou um pouco além. As nervuras dianteiras dão ao bordo de ataque a curvatura e
suporte.
A nervura de asa, ou nervura plana, estende-se desde o bordo de ataque da asa até a
longarina traseira e, em alguns casos, até o bordo de fuga da asa. A nervura traseira é
normalmente a seção mais tensionada, na raiz da asa, próxima ao ponto de fixação da asa à
fuselagem.
Dependendo de sua localização e método de fixação, uma nervura traseira pode ser
chamada de nervura parede ou de compressão, caso ela seja desenhada para absorver cargas
de compressão que tendem a unir as longarinas da asa.
Uma vez que as nervuras têm pouca resistência lateral, elas são reforçadas em algumas
asas através de fitas entrelaçadas acima e abaixo das seções da nervura para evitar movimento
lateral.
Os estais de arrasto e de antiarrasto cruzam-se entre as longarinas para formar uma
armação resistente às forças que atuam sobre a asa no sentido da corda da asa. Esses estais
também são conhecidos como tirante ou haste de tensão. Os cabos projetados para resistir às
forças para trás são conhecidos como estais de arrasto; os estais de antiarrasto resistem às
forças para a frente, na direção da corda da asa.
Os encaixes de fixação da asa dão um meio de fixar a asa à fuselagem da aeronave. A
ponta de asa é geralmente uma unidade removível, parafusada às extremidades do painel da
asa. Uma das razões é a vulnerabilidade a danos, especialmente durante o manuseio no solo e
no taxiamento.
A Figura 6.21 mostra uma ponta de asa removível, de uma aeronave de grande porte.
A ponta de asa é construída de liga de alumínio. Sua cobertura é fixada através de parafusos
de cabeça escareada e, presa às longarinas em quatro pontos, por parafusos de 1/4 pol. O
bordo de ataque da ponta de asa é aquecido pelo duto de antigelo. O ar quente é liberado
através de uma saída na superfície superior da ponta de asa. As luzes de navegação são
fixadas no centro da ponta de asa e geralmente não são avistadas diretamente da cabine de
comando. Para verificar o funcionamento da luz de navegação, antigamente se usava uma
vareta de lucite que levava a luz até o bordo de ataque; hoje em dia usa-se uma placa de
acrílico transparente que se ilumina e é facilmente visualizada da cabine.
A Figura 6.22 ilustra uma vista da seção transversal de uma asa metálica cantilever. A
asa é feita de longarinas, nervuras e revestimento superior e inferior. Com poucas exceções, as
asas desse tipo são de revestimento trabalhante (o revestimento faz parte da estrutura da asa e
suporta parte das tensões da asa).
Os revestimentos superior e inferior da asa são formados por diversas seções
integralmente reforçadas. Esse tipo de construção permite a instalação de células de
combustível de borracha ou pode ser selado para suportar o combustível sem as células ou
tanques usuais. Esse tipo de asa com tanque integral é conhecida como "asa- molhada", e é a
mais utilizada nos modernos aviões.
Uma asa que utiliza uma longarina em caixa é mostrada na Figura 6.23. Esse tipo de
construção não apenas aumenta a resistência e reduz o peso, mas também possibilita a asa
servir como tanque de combustível quando adequadamente selada.
Tanto os materiais formados por sanduíche de colmeia de alumínio, como os de
colméia de fibra de vidro, são comumente usados na construção de superfícies de asa e de
estabilizadores, paredes, pisos, superfícies de comando e compensadores.
Uma nacele também contém uma parede de fogo que separa o compartimento do
motor do resto da aeronave. Essa parede é normalmente feita em chapa de aço inoxidável, ou
em algumas aeronaves de titânio.
Um outro membro da nacele são os montantes, ou berço do motor. O berço é
geralmente preso à parede-de-fogo, e o motor é fixado ao berço por parafusos, porcas e
amortecedores de borracha que absorvem as vibrações.
A Figura 6.27 mostra exemplos de um berço semi-monocoque e um berço de tubos de
aço usado em motores convencionais.
Os berços são projetados para suprir certas condições de instalação, tais, como a
localização e o método de fixação do berço e as características do motor que ele deverá
suportar.
Um berço é geralmente construído como uma unidade que pode ser rapidamente e
facilmente separada do resto da aeronave.
Os berços são geralmente fabricados em tubos soldados de aço cromo/molibdênio, e
fusões de cromo / níquel / molibdênio são usadas para os encaixes expostos a altas tensões.
Para reduzir a resistência ao avanço em vôo, o trem de pouso da maioria das aeronaves
ligeiras ou de grande porte é retrátil (movido para o interior de naceles aerodinâmicas). A
parte da aeronave que aloja o trem de pouso é chamada nacele do trem.
Superfícies de controle de vôo: O controle direcional de uma aeronave de asa fixa ocorre ao
redor dos eixos lateral, longitudinal e vertical, através das superfícies de controle de vôo.
Esses dispositivos de controle são presos a dobradiças ou superfícies móveis, através das
quais a atitude de uma aeronave é controlada durante decolagens, vôos e nos pousos. Elas
geralmente são divididas em dois grandes grupos: as superfícies primárias ou principais e as
superfícies auxiliares.
O grupo primário de superfícies de controle de vôo consiste de ailerons, profundores e
lemes. Os ailerons são instalados no bordo de fuga das asas. Os profundores são instalados no
bordo de fuga do estabilizador horizontal.
O leme é instalado no bordo de fuga do estabilizador vertical. As superfícies primárias
de controle são semelhantes em construção e variam em tamanho, forma e método de fixação.
Quanto à construção, as superfícies de controle são semelhantes às asas, totalmente
metálicas. Elas são geralmente construídas em liga de alumínio, com uma única longarina ou
tubo de torque. As nervuras são presas à longarina nos bordos de fuga e ataque, e são unidas
por uma tira de metal. As nervuras, em muitos casos, são feitas de chapas planas. Raramente
são sólidas e, geralmente são estampadas no metal, com furos para reduzir o seu peso.
As superfícies de controle de algumas aeronaves antigas são recobertas de tela.
Contudo, todas as aeronaves a jato possuem superfícies metálicas devido à maior necessidade
de resistência. As superfícies de controle previamente descritas podem ser consideradas
convencionais, porém em algumas aeronaves, uma superfície de controle pode ter um duplo
propósito. Por exemplo, um conjunto de comandos de vôo, os elevons, combinam as funções
dos ailerons e dos profundores. Os flaperons são ailerons que também agem como flapes.
Uma seção horizontal de cauda móvel é uma superfície de controle que atua tanto
como estabilizador horizontal quanto como profundor. O grupo das superfícies de comando
secundárias ou auxiliares consiste de superfícies como os compensadores, painéis de
balanceamento, servo-compensadores, flapes, “spoilers” e dispositivos de bordo de ataque.
Seu propósito é o de reduzir a força requerida para atuar os controles primários, fazer
pequenas compensações e balancear a aeronave em vôo, reduzir a velocidade de pouso ou
encurtar a corrida de pouso, e mudar a velocidade da aeronave em vôo. Eles geralmente estão
fixados, ou encaixados nos comandos primários de vôo.
Ailerons: Os ailerons são as superfícies primárias de controle em vôo que fazem parte da área
total da asa. Eles se movem em um arco preestabelecido e são geralmente fixados por
dobradiça à longarina do aileron ou à longarina traseira da asa. Os ailerons são operados por
um movimento lateral do manche, ou pelo movimento de rotação do volante.
Numa configuração convencional, um aileron é articulado ao bordo de fuga de cada
uma das asas. A Figura 6.33 mostra o formato e a localização dos ailerons típicos aplicados
em aeronaves de pequeno porte, nos diversos tipos de ponta de asa.
Superfícies auxiliares das asas: Os ailerons são as superfícies primárias de vôo das asas. As
superfícies auxiliares incluem os flapes de bordo de fuga, os flapes de bordo de ataque, os
freios de velocidade, os “spoilers” e os “slats” de bordo de ataque. O número e o tipo de
superfícies auxiliares em uma aeronave variam muito, dependendo do tipo e tamanho da
aeronave.
Os flapes de asa são usados para dar uma sustentação extra à aeronave. Eles reduzem a
velocidade de pouso, encurtando assim a distância de pouso, para facilitar o pouso em áreas
pequenas ou obstruídas, pois permite que o ângulo de planeio seja aumentado sem aumentar
muito a velocidade de aproximação.
Além disso, o uso dos flapes durante a decolagem reduz a corrida de decolagem. A
maioria dos flapes são conectados às partes mais baixas do bordo de fuga da asa, entre os
Essa atuação provoca um efeito normal do flape e, ao mesmo tempo, aumenta a área
alar. A Figura 6.39 mostra um exemplo de flape deslizante, com três fendas, usado em
algumas aeronaves de grande porte a jato. Esse tipo gera grande sustentação, tanto na
decolagem como no pouso. Cada flape consiste de um flape dianteiro, um flape central e um
traseiro. O comprimento da corda de cada flape se expande à medida que este é estendido,
aumentando em muito a sua área. As fendas entre os flapes evitam o descolamento do fluxo
de ar sobre a área.
A Figura 6.41 mostra a localização dos flapes de bordo de ataque em uma aeronave
multimotora de grande porte a jato. Os três flapes do tipo "KRUGER" estão instalados em
cada uma das asas. Eles são peças de magnésio fundidas e torneadas com nervuras e
reforçadores integrais. A armação de magnésio fundido de cada um é o principal componente
estrutural, e consiste de uma seção reta oca, chamada de tubo de torque que estende-se a partir
da seção reta na extremidade dianteira. Cada flape de bordo de ataque possui três dobradiças
tipo cotovelo (pescoço-deganso), presas a encaixes na parte fixa do bordo de ataque da asa, e
há também uma carenagem para as articulações instalada no bordo de fuga de cada flape. A
Figura 6.41 mostra um típico flape de bordo de ataque, recolhido com uma representação da
posição estendida.
Os freios de velocidade, algumas vezes chamados flapes de mergulho, ou freios de
mergulho servem para reduzir a velocidade de uma aeronave em vôo.
Esses freios são usados durante descidas íngremes ou durante a aproximação da pista
para o pouso. Eles são fabricados em diferentes formas, e sua localização depende do desenho
da aeronave e da finalidade dos freios.
Os painéis do freio podem localizar-se em certas partes da fuselagem ou sobre a
superfície das asas.
Trem de Pouso: O trem de pouso é o conjunto que suporta o peso da aeronave no solo e
durante o pouso. Ele possui amortecedores para absorver os impactos do pouso e do táxi.
Através de um mecanismo de retração, o trem de pouso fixa-se à estrutura da aeronave e
permite ao trem estender e retrair. A arranjo do trem de pouso geralmente tem uma roda de
bequilha ou de nariz. Os arranjos com trem de nariz geralmente são equipados com controle
direcional, e possuem algum tipo de proteção na cauda, como um patim ou um amortecedor
de impacto (bumper).
Através de rodas e pneus (ou esquis), o trem de pouso forma um apoio estável com o
solo durante o pouso e o táxi. Os freios instalados no trem de pouso permitem que a aeronave
seja desacelerada ou parada durante a movimentação no solo.
Revestimento e carenagens: Quem dá o acabamento liso à aeronave é o revestimento. Ele
cobre a fuselagem, as asas, a empenagem, as naceles e os compartimentos.
O material geralmente usado no revestimento de aeronaves é a chapa de liga de
alumínio, com tratamento anti-corrosivo. Em quantidade limitada usa-se também o magnésio
e o aço inoxidável. As espessuras dos revestimentos de uma unidade estrutural podem variar,
dependendo da carga e dos estresses impostos dentro e através de toda a estrutura.
Para suavizar o fluxo de ar sobre os ângulos formados pelas asas e outras unidades
estruturais com a fuselagem, utilizam-se painéis estampados ou arredondados. Estes painéis
ou revestimentos são chamados de carenagens. As carenagens são muitas vezes chamadas de
acabamento.
Algumas carenagens são removíveis para dar acesso aos componentes da aeronave,
enquanto outras são rebitadas à estrutura da aeronave.
Portas e janelas de acesso e inspeção: As portas de acesso permitem a entrada ou saída
normal ou em emergência em uma aeronave. Elas também dão acesso aos pontos de
lubrificação, abastecimento e dreno da aeronave.
As janelas de inspeção dão acesso a partes particulares de uma aeronave durante sua
inspeção ou manutenção. Podem ser presas por dobradiças ou totalmente romovíveis. Elas são
mantidas na posição fechada através de garras e travas, parafusos, dispositivos de soltura
rápida ou presilhas. As janelas de acesso removíveis geralmente possuem um número que
também é pintado no compartimento que ela fecha; outras têm impresso o nome do
compartimento respectivo.
síntese que estabeleça um conjunto de detalhes, antes que a análise estrutural possa ser
empreendida. A fase da síntese confia na experiência do projetista conjuntamente com o uso
de equações simples. Existem programas complexos de análise que contém toda experiência
passada, mas mesmo assim é importante ter uma visão da maneira como a estrutura reage e
transmite cargas. Esta seção do presente capítulo analisa as considerações preliminares do
projeto estrutural de um avião e sugere as técnicas que podem ser usadas para começar o
processo do projeto.
A estrutura de um avião deve ser projetada de modo que satisfaça um certo número de
exigências conflituosas. O problema fundamental é conseguir um peso baixo com um custo de
produção aceitável, e ao mesmo tempo assegurar, resistência (“Strength”), rigidez
(“Stiffness”) e fFuncionalidade (“Serviceability”)
Cada uma destas três características da estrutura é dependente do tempo e é afetada
pelos danos causados e pela deterioração em serviço e também na repetição das cargas
aplicadas. O projetista deve assegurar a integridade da estrutura face à fadiga e à corrosão.
Estes efeitos devem ser considerados no inicio do projeto da estrutura de modo a
assegurar de que as áreas de problemas potenciais sejam evitadas e os membros estruturais
críticos, que garantem a segurança de vôo, possam ser prontamente inspecionados em serviço.
Grande parte do projeto e da análise de uma estrutura procura assegurar que as
exigências em termos de resistência sejam satisfeitas inicialmente e durante toda a vida do
avião.
As exigências para a fuselagem especificam condições de carregamento baseadas em
experiência passada nas condições de:
a) Manobra simétrica do vôo e casos de turbulência do ar.
b) Casos de vôo assimétrico.
c) Cargas que se manifestam enquanto o avião está em contato com o solo.
d) Casos suplementares para assegurar situações específicas ou componentes da fuselagem.
As exigências permitem que o valor do carregamento possa ser avaliado em termos de
uma condição limite, que é a aplicação mais severa encontrada para uma dada probabilidade.
Esta exigência do limite é suplementada por uma indicação da freqüência de ocorrência das
circunstâncias onde o valor de carregamento é mais baixo do que o máximo, a fim permitir
que a avaliação a fadiga possa ser empreendida.
Dois fatores são geralmente aplicados as condições limite:
a) Fator de prova, frequentemente 1, que deve se assegurar de que não haja nenhuma
deformação permanente inaceitável após a aplicação das condições de limite.
b) Fator final, que é eficazmente um fator de segurança. Na maioria de casos é 1,5 embora
haja uma tendência para que seja reduzido no avião militar. Com o fator final pretende-se
cobrir incertezas nas cargas e nas propriedades do material.
Tensão: O processo de cálculo de tensões consiste em relacionar as cargas aplicadas às
propriedades e às dimensões materiais dos membros estruturais. O resultado é indicado por
um fator de segurança, que é a relação da força potencial do componente dado com o
carregamento aplicado na condição real.
Rigidez: A rigidez total de uma estrutura deve ser a suficiente de modo a assegurar que,
durante a operação do avião, nenhumas das distorções que possam ocorrer excedam um valor
aceitável. Há algumas situações simples tal como a rigidez do chão da cabine, outras situações
podem ser mais complicados como a rigidez à torção da asa. A maioria dos efeitos da rigidez
são resultantes da interação da estrutura com o escoamento exterior (aerodinâmica), chamado
efeito de aeroelasticidade. Os efeitos de aeroelasticidade podem ser divididos em duas
categorias:
b) Forças de corpo: Atuam sobre o volume da estrutura e são geradas pela gravidade e
por efeitos de inércia.
Cargas aerodinâmicas de superfície: Durante um vôo quer seja em condições nivelada, de
manobras ou devido a uma rajada de vento, a estrutura de uma aeronave está sujeita as cargas
aerodinâmicas devido as diferenças de pressão encontradas nas diversas partes do avião. A
distribuição de pressão sobre a superfície da aeronave provoca esforços de cisalhamento,
tração, compressão, torção e flexão em todos os pontos da estrutura. A partir do conhecimento
desses esforços, o projetista pode dimensionar a estrutura completa da aeronave utilizando-se
os fundamentos da resistência dos materiais através de uma solução analítica ou numérica nas
principais partes da aeronave.
Com a exceção de determinadas condições de carregamento de solo, um avião é
efetivamente um corpo livre no espaço. Assim, deve-se considerar os seus seis graus de
liberdade. Portanto é necessário incluir todas as forças e momentos tais como forças de corte e
diagramas de momentos fletores. O procedimento para a determinação das cargas atuantes em
uma aeronave consiste em:
a) Análise do carregamento tal como o exigido nos manuais do projeto e a sua
influência no movimento do avião.
b) Avaliar as conseqüentes cargas aerodinâmicas, por exemplo, na estrutura asa -
corpo ou da cauda.
c) Calcular as acelerações de translação e rotação, usando os momentos de inércia
totais.
d) Distribuir as cargas aerodinâmicas e os efeitos locais da inércia pela fuselagem.
e) Integrar as cargas através da fuselagem para obter forças de corte, e integrar uma
segunda vez para obter os momentos de flexão e de torção. A integração deve sempre
começar nas extremidades do avião e terminar no centro de gravidade.
O processo pode ser aplicado aos componentes completos do avião tais como a asa e a
fuselagem, ou às partes menores tais como superfícies de controle, hiper-sustentadores ou
carenagens dos motores, mas em todos os casos as forças e os momentos devem estar em total
equilíbrio.
Antes que a seleção final das dimensões dos membros estruturais em aeronave seja
efetuada, todas as condições de cargas aplicadas na estrutura têm de ser conhecidas. As
condições de carga são aquelas encontradas quer em vôo quer em terra. Uma vez que é
impossível investigar todas as condições de carga que uma aeronave pode encontrar no seu
tempo de vida, é normal selecionar aquelas que serão críticas para cada membro estrutural do
avião. Estas condições são normalmente determinadas a partir de uma vasta investigação e
experiência.
Apesar do cálculo dos carregamentos aplicados nas aeronaves ser a principal
responsabilidade de um grupo especial denominado por grupo de cargas no mundo da
engenharia, um conhecimento geral das cargas nas aeronaves é essencial para os analistas de
tensões.
Toda a aeronave é projetada para cumprir missões específicas de uma forma segura.
Isto resulta numa vasta gama de veículos que se distinguem pela dimensão, configuração e
desempenho. Aviões de transporte comercial são desenhados especificamente para o
transporte de passageiros e carga de um aeroporto para outro. Estes tipos de aviões nunca
estão sujeitos a manobras violentas. Por outro lado, aviões militares como caças e
bombardeiros têm que resistir a manobras mais severas.
As condições de projeto são normalmente determinadas a partir da máxima aceleração
que o corpo humano pode resistir já que o piloto perde a consciência antes de se atingir o fator
de carga que causará falha estrutural no avião.
Figura 6.43 – Principais tipos de cargas atuantes nas asas de uma aeronave.
150
100
Elíptica
50 Mista
Schrenk
0
-1,4 -1 -0,6 -0,2 0,2 0,6 1 1,4
Posição relativa da envergadura (m)
Uma vez determinados esses esforços, uma metodologia que pode ser aplicada para o
dimensionamento estrutural da asa de uma aeronave destinada a participar da competição
AeroDesign é a seguinte: definir a distribuição de sustentação ao longo da envergadura da asa,
desenhar os diagramas de esforço cortante e momento fletor e então realizar uma simulação
numérica ou cálculo analítico para o dimensionamento estrutural da asa.
Como já foi comentado, a estrutura principal da asa é constituída por uma viga
(longarina, “spar”) ao longo da sua envergadura com a capacidade de resistir tanto a
momentos fletores como torsores como também a cargas pontuais.
Podem existir vários tipos de estruturas consoante com os carregamentos, geometria e
tempo de vida útil necessário. A maioria tem como base a utilização de nervuras
verticais(“ribs”) e de um revestimento formando uma estrutura com forma de caixa. No
entanto pode haver exceções quando a intensidade é baixa. A longarina ao longo da
envergadura deve ser continua desde a raiz da asa até a ponta se possível.
Em estrutura baseada em longarinas concentradas (“mass booms” ) que suportam a
maior parte dos esforços, o revestimento é mantido por nervuras e só suporta tensões de corte
e uma “caixa” é formada entre a longarina frontal e traseira ou como um bordo de ataque com
a forma de um “D” utilizando apenas a longarina frontal. Esta distribuição tem vantagens em
estruturas com carregamentos leves de maneira a que a longarina possa ser colocada na
secção do perfil aerodinâmico onde a espessura é maior. Este método de longarinas
concentradas permite que se desenvolvam grandes tensões nos extremos superiores e
inferiores da longarina onde existe uma resistência máxima, mas causa um problema
significativo porque o revestimento deve ser mantido para prevenir encurvadura (“buckling”)
que podem surgir devido ao carregamento existente. Para estabilizar o revestimento são
utilizadas nervuras ao longo da corda que permitem também manter o perfil aerodinâmico do
revestimento. No entanto este método não permite utilizar facilmente o critério de tolerância
ao dano.
Resumindo o conceito de longarinas concentradas só pode ser aplicada a estruturas
com carregamentos leves e devem ser evitadas ou pelo menos minimizadas as junções com as
longarinas concentradas. As aberturas nos revestimentos podem ser feitas numa direção
longitudinal desde que os momentos de torção não sejam excessivos. Uma abertura no
revestimento de grandes dimensões tal como para a instalação do trem de aterragem pode
causar problemas.
Quando as cargas aplicadas são de moderadas a altas é necessário que os momentos
fletores sejam suportados principalmente pelos revestimentos do extradorso e intradorso.
Para o efeito a carga é suportada pelo revestimento que é suportado por “stringers”
longitudinais ou por outro meio de suporte tal como uma construção em “sandwich”.
Quando usada na presença de um número relativamente grande de membros, que
suportam a carga, este método é um grande melhoramento para uma estrutura tolerante a
danos. O método pode ainda ser melhorado dividindo os revestimentos em elementos mais
pequenos, no sentido longitudinal, unido por tiras limitadoras de fraturas. No revestimento à
tensão o dimensionamento e espaçamentos das longarinas são determinados por razões de
controle de fraturas enquanto que na superfície à compressão o critério de projeto é a
encurvadura do revestimento. No entanto esta forma de construção apresenta alguns
problemas de projeto. A interação entre as nervuras e as “stringers” implica que os primeiros
passem por debaixo dos segundos de maneira a que a transmissão de carga nas “stringers” não
seja interrompida. O espaçamento entre nervuras não é estruturalmente crítico sendo
determinado mais pelo posicionamento de dobradiças e demais ligações. Se bem que este tipo
de construção possa ser eficiente do ponto de vista da tolerância ao dano é complexa e tem
custos de construção elevados devido aos vários tipos de componentes que constituem a
estrutura. Existem também várias junções que adicionam peso e dificultam a vedação de
tanques de combustível e podem criar pontos de concentração de tensões de onde podem
surgir fraturas
A estrutura da asa, além de providenciar a resistência e rigidez requeridas, também
tem que funcionar muitas vezes com depósito de combustível. Os tanques integrais são
normalmente preferidos, dado utilizarem ao máximo os espaços disponíveis, no entanto
quanto menos componentes a estrutura tiver melhor, dado ser reduzida ao máximo a vedação
necessária nas juntas. Outra necessidade é a existência de painéis de acesso que permitam a
inspeção e trabalho dentro do tanque que, obviamente, tem que ser vedados também.
A longarina frontal deve ser posicionada o mais à frente possível tendo em conta que é
necessária uma espessura que permita à longarina aguentar as tensões impostas e que haja
espaço no bordo de ataque para os elementos nele posicionados (dispositivos
hipersustentadores, anti-gelo, etc.) e por isso a longarina frontal é posicionada a 10%-15% da
corda local aumentado para 30%-40% no caso de longarinas únicas com o bordo de ataque em
forma de “D” . A longarina traseira deve ser posicionada o mais a trás possível, mas sujeitas a
restrições semelhantes da longarina da frente. É normalmente posicionada a 55%-70% da
corda local.
De preferência o espaçamento entre nervuras deve ser determinado de maneira a evitar
a encurvadura. Este objetivo fixa o espaçamento máximo, no entanto há outras considerações
a ter em conta:
Dobradiças e pontos de ligação para as superfícies de controlo, e dispositivos hiper-
sustentadores.
Pontos de ligação para motores, trem de aterragem.
Limites dos tanques de combustível.
As nervuras devem ser posicionadas ortogonalmente às longarinas ou na direcção de
vôo nas asas com flecha.
A distribuição de carregamento pode ser determinada a partir do diagrama v-n e
aplicação do método simplificado de Schrenk. Na região de deflexão dos ailerons, ocorre uma
variação na sustentação local como mostrado na Figura 6.48.
Figura 6.48 – Variação da força de sustentação local devido a deflexão dos ailerons.
A análise de flexão em uma asa representa uma das avaliações mais importantes na
análise estrutural de uma asa. Essa avaliação pode ser realizada por meio de uma solução
analítica com aplicações das equações fundamentais da resistência dos materiais, pode ser
uma análise numérica por elementos finitos, o então pela aplicação de um ensaio de
carregamento sobre a estrutura. As Figuras 6.49 e 6.50 mostram análises de flexão numéricas
realizadas em um modelo de asa e testes simples com carregamentos sobre a estrutura da asa
podem ser realizados de maneira qualitativa para verificar a resistência quanto a flexão.
Figura 6.55 – Sistema de Forças e Momentos para Determinação das Cargas na Fuselagem.
Desvantagens:
Custos materiais e ferramental ainda alto;
Estrutura deve ser otimizada para se desfrutar das vantagens ao máximo;
Melhores tecnologias somente em produção em massa;
Soluções contra impacto de raios a serem testadas.
Figura 6.56 – Exemplo de análise numérica para determinação das cargas na fuselagem.
Figura 6.60 – Exemplo de análise numérica para determinação das cargas na fuselagem.
Cargas de Pouso
Para as condições de cargas no solo, as considerações são apresentadas nos parágrafos
FAR- PART 23.479 a FAR-PART 23.499.
São avaliados: pouso em três rodas, pouso em duas rodas e o pouso em uma única
roda do trem principal.
0 , 25
W
vv = 0,61⋅ (6.1)
S
c) A sustentação não deve exceder 2/3 de seu valor máximo, FAR-PART 23.473e.
d) A altura de queda da aeronave é determinada pela equação apresentada a seguir, FAR-
PART 23.473d.
W
h = 0,0132 ⋅ (6.2)
S
e) O fator de carga de inércia não pode ser menor que 2,67 e o fator de carga no solo não pode
ser menor que 2, FAR-PART 23.473e.
Características de Projeto
Como na competição AeroDesign a estrutura das aeronaves diferem muito entre uma
equipe e outra, não será apresentado nessa aula uma forma de se calcular a estrutura do trem
de pouso, pois cada caso depende da forma geométrica adotada.
A seguir é comentado os principais materiais que podem ser empregados para a
fabricação do trem de pouso para uma aeronave do AeroDesign e mostradas algumas
fotografias de modelos de trem de pouso.
Projeto do Trem de Pouso
Determinação das cargas atuantes na estrutura.
Definição do material do Trem de Pouso.
Definição do material e do diâmetro das rodas.
Realização de cálculo analítico ou numérico para verificar os critérios de resistência.
Materiais Empregados no Trem de Pouso do AeroDesign
Trem de Pouso:
Alumínio.
Aço.
Fibra de Carbono.
Madeira.
Rodas:
Alumínio
Nylon.
Borracha.
Trem do Nariz
Muito importante durante a corrida de decolagem.
Deve ser muito bem dimensionado para resistir os esforços na corrida de decolagem.
O sistema de lincagem deve ser muito bem estruturado pois o trem do nariz controla a
aeronave no solo.
Várias equipes já deixaram de voar por falhas no trem do nariz.
Trem Principal
Para o AeroDesign sua principal função é absorver os impactos no pouso e suportar
com segurança o peso total da aeronave.
Pode ser fabricado com uma série de materiais diferentes.
Deve possuir leveza e resistência estrutural.
que o leme de direção atua com a finalidade de prover o controle direcional da aeronave.
Dessa forma, durante a fase preliminar do projeto de uma nova aeronave, as
dimensões das superfícies horizontal e vertical da empenagem devem ser suficientes para se
garantir a estabilidade e o controle da aeronave.
Principais Configurações de Empenagens
As principais configurações de empenagem geralmente utilizadas nas aeronaves são
denominadas como convencional, cauda em T, cauda em V, cauda dupla e cruciforme.
70
60
50
40
30 Elíptica
20 retangular
10 Schrenk
0
-0,35 -0,2 -0,05 0,1 0,25
Posição relativa da envergadura (m)
L
n= (6.4)
W
Uma forma mais simples para se entender o fator de carga é realizar uma analogia com
um percurso de montanha-russa em um parque de diversões, onde em determinados
momentos do trajeto, uma pessoa possui a sensação de estar mais pesada ou mais leve
dependendo do fator de carga ao qual o seu corpo está submetido. Comparando-se com uma
aeronave, em determinadas condições de vôo, geralmente em curvas ou movimentos
acelerados, a estrutura da aeronave também será submetida a maiores ou menores fatores de
carga.
Limitações Estruturais: Existem duas categorias de limitações estruturais que devem ser
consideradas durante o projeto estrutural de uma aeronave.
a) Fator de carga limite: Este é associado com a deformação permanente em uma ou
mais partes da estrutura do avião. Caso durante um vôo o fator de carga n seja menor que o
fator de carga limite, a estrutura da aeronave irá se deformar durante a manobra, porém
retornará ao seu estado original quando n = 1. Para situações onde n é maior que o fator de
carga limite a estrutura irá se deformar permanentemente ocorrendo assim uma danificação
estrutural, porém sem que corra a ruptura do componente.
b) Fator de carga último: Este representa o limite de carga para que ocorra uma falha
estrutural, caso o valor de n ultrapasse o fator de carga último, componentes da aeronave com
certeza sofrerão ruptura.
Nesta seção do presente artigo é apresentada a metodologia analítica para se
determinar os principais pontos e traçar o diagrama v-n de manobra para uma aeronave
seguindo a metodologia sugerida na norma FAR Part-23 [2] considerando uma categoria de
aeronaves leves subsônicas.
O fator de carga limite depende do modelo e da função a qual a aeronave é destinada.
Para as aeronaves em operação atualmente, Raymer sugere a seguinte tabela para a
determinação de n.
É importante perceber que os valores dos fatores de carga negativos em módulo são
inferiores aos positivos. A determinação dos fatores de carga negativos representam uma
decisão de projeto, que está refletida no fato que raramente uma aeronave voa em condições
de sustentação negativa, e, como será apresentado no decorrer dessa seção, a norma utilizada
recomenda que nneg ≥ 0,4 npos.
O fator de carga é uma variável que reflete diretamente no dimensionamento estrutural
da aeronave, dessa forma, percebe-se que quanto maior for o seu valor mais rígida deve ser a
estrutura da aeronave e conseqüentemente maior será o peso estrutural.
Para o propósito do projeto AeroDesign, o regulamento da competição bonifica as
equipes que conseguirem obter a maior eficiência estrutural, ou seja, a aeronave mais leve que
carregar em seu compartimento a maior carga útil possível, dessa forma, é interessante que o
fator de carga seja o menor possível respeitando obviamente uma condição segura de vôo,
portanto, considerando que uma aeronave destinada a participar do AeroDesign é um avião
não tripulado, é perfeitamente aceitável um fator de carga positivo máximo nmáx = 2,5, pois
dessa forma garante-se um vôo seguro com uma estrutura leve e que suporte todas as cargas
atuantes durante o vôo.
Porém é muito importante ressaltar que como o fator de carga adotado é baixo, o
projeto estrutural deve ser muito bem calculado como forma de se garantir que a estrutura da
aeronave suportará todos os esforços atuantes durante o vôo.
Também se recomenda que o fator de carga último seja 50% maior que o fator de
carga limite, portanto:
A Figura 6.76 mostra um diagrama v-n de manobra típico de uma aeronave com a
indicação dos principais pontos.
ρ ⋅ v 2 ⋅ S ⋅ C Lmáx
n máx = (6.6)
2 ⋅W
Na Equação (6.6) percebe-se que uma vez conhecidos os valores de peso, área da asa,
densidade do ar e o máximo coeficiente de sustentação é possível a partir da variação da
velocidade encontrar o fator de carga máximo permissível para cada velocidade de vôo, onde
acima do qual a aeronave estará em uma condição de estol.
É importante notar que para um vôo realizado com a velocidade de estol, o fator de
carga n será igual a 1, pois como a velocidade de estol representa a mínima velocidade com a
qual é possível manter o vôo reto e nivelado de uma aeronave, tem-se nesta situação que L =
W, e, portanto, o resultado da Equação (3) é n = 1, e assim, a velocidade na qual o fator de
carga é igual a 1 pode ser obtida pela velocidade de estol da aeronave.
Um ponto muito importante é a determinação da velocidade de manobra da aeronave
representada na Figura 1 por v*. Um vôo realizado nesta velocidade com alto ângulo de
ataque e CL = CLmáx, corresponde a um vôo realizado com o fator de carga limite da aeronave
em uma região limítrofe entre o vôo reto e nivelado e o estol da aeronave. Esta velocidade
pode ser determinada segundo a norma utilizada para o desenvolvimento desta seção da
seguinte forma:
Com relação à linha AE do diagrama v-n que delimita o fator de carga máximo
negativo também é válida a aplicação da Equação (), porém é importante citar que o fator de
carga máximo negativo é obtido segundo a norma FAR Part-23 da seguinte forma:
ρ SL ⋅ v ⋅ a ⋅ K g ⋅ U g
n =1± (6.11)
2 ⋅ (W / S )
0,88 ⋅ µ
Kg = (6.12)
5,3 + µ
2 ⋅ (W / S )
µ= (6.13)
ρ ⋅ g ⋅c ⋅a
Para que a estrutura da aeronave suporte as cargas provocadas por uma rajada, todos
os pontos obtidos devem estar dentro do envelope de vôo do diagrama de manobra,
assegurando assim a integridade da estrutura.
Propriedades do Alumínio:
Leve e com baixa densidade
Resistência
Elasticidade
Plasticidade
Fácil de trabalhar
Fácil de soldar
Fácil de montar
Resistente à corrosão
Ligas de Alumínio
Classificação Composição
1XXX Alumínio com no mínimo 99% de pureza
2XXX Ligas de alumínio-cobre
3XXX Ligas de alumínio-manganês
4XXX Ligas de alumínio-sílica
5XXX Ligas de alumínio-magnésio
6XXX Ligas de alumínio-magnésio-sílica
7XXX Ligas de alumínio-zinco-magnésio
8XXX Ligas de alumínio-lítio
Alumínio Aeronáutico
As ligas de alumínio das séries aeronáuticas (2XXX e 7XXX) possuem como
características principais os elevados níveis de resistência mecânica que, aliadas a baixa
densidade do metal e a facilidade de conformação e usinagem, transformam o alumínio em
uma das melhores opções para a fabricação de dispositivos e estruturas aeronáuticas.
Alumínio Aeronáutico Série 2XXX
As ligas de alumínio da série 2XXX são ligas com cobre 1,9-6,8% e muitas vezes
contêm adições de manganês, magnésio e zinco.
Seu endurecimento por precipitação tem sido amplamente estudado.
Elas são usadas para aplicações tais como, forjamento, extrusão e tanques de
armazenamento de gás liquefeito de transporte civil e aeronaves supersônicas.
Essas ligas têm menores taxas de crescimento de trinca e, portanto, têm melhor
desempenho em fadiga do que as ligas da série 7XXX.
Portanto, estas são utilizadas nas asas e na parte inferior da fuselagem.
As ligas utilizadas são 2224, 2324 e 2524 (ambas as versões modificadas de 2224).
Estas ligas são geralmente compostas por 99,34% de alumínio puro para maior resistência à
corrosão.
Alumínio Aeronáutico Série 7XXX
O sistema Al-Zn-Mg oferece o maior potencial de endurecimento por precipitação (de
ligas de alumínio).
O cobre muitas vezes é adicionado para melhorar a resistência à corrosão sob tensão
(com o inconveniente de reduzir a soldabilidade).
Fissuração por corrosão diminui a resistência com o aumento da relação Zn:Mg.
A fissuração por corrosão têm sido a maior restrição sobre o uso dessas ligas, mas eles
ainda têm sido usados em, vagões, aeronaves militares e civis.
Características do Titânio
Por ser um metal leve, é usado em ligas para aplicação na indústria aeronáutica e
aeroespacial.
Foi escolhido para essa função por suportar altas temperaturas, característica
indispensável em mísseis e naves espaciais.
Propriedades do Titânio
Algumas importantes propriedades físicas do titânio comercialmente puro (sem
elementos de liga) estão relacionadas na tabela a seguir.
Note que a densidade deste metal é de aproximadamente 56% da maioria dos aços
liga, e que seu módulo de elasticidade da aproximadamente 50%.
A expansão térmica é também de aproximadamente 50% em relação ao aço inoxidável
e um pouco menor do que a do aço carbono.
A condutividade térmica é aproximadamente a mesma do aço inox.
Materiais Compósitos
Fibra de vidro: é o material compósito produzido basicamente a partir da aglomeração de
finíssimos filamentos flexíveis de vidro com resina poliéster (ou outro tipo de resina) e
posterior aplicação de uma substância catalisadora de polimerização. o material resultante é
geralmente altamente resistente, possui excelentes propriedades mecânicas e baixa densidade.
Permite a produção de peças com grande variedade de formatos e tamanhos, tais como placas
para montagem de circuitos eletrônicos, cascos e hélices de barcos, fuselagens de aviões,
peças para inúmeros fins industriais em inúmeros ramos de atividade, carroçarias de
automóveis, e em milhares de outras aplicações.
Fibra de carbono: as fibras carbônicas ou fibras de carbono são matérias-primas que
provém da pirólise de materiais carbonáceos que produzem filamentos de alta resistência
mecânica usados para os mais diversos fins, entre estes motores de foguetes (naves espaciais).
Estes materiais compósitos, também designados por Materiais plásticos reforçados por fibra
de carbono ("CFRP - Carbon Fiber Reinforced Plastic)" estão neste momento a assistir a uma
demanda e um desenvolvimento extremamente elevados por parte da indústria aeronáutica,
na fabricação de peças das asas.
Propriedades da Fibra de Carbono
Nas estruturas reticuladas surgem já muitos conceitos que são comuns à generalidade
das estruturas, tais como o de equilíbrio, compatibilidade, tensão, deformação, relação entre
tensão e deformação, etc.
No âmbito das estruturas reticuladas torna-se particularmente simples explicar o
método das forças e o método dos deslocamentos, bem como outras técnicas que, em geral,
são difíceis de estender aos meios contínuos.
Tipo de Análise
Quando surge a necessidade de resolver um problema de análise de uma estrutura, a
primeira questão que se coloca é a sua classificação quanto à geometria, modelo do material
constituinte e forças aplicadas.
O modo como o MEF é formulado e aplicado depende, em parte, das simplificações
inerentes a cada tipo de problema.
Análise Dinâmica ou Estática
As ações sobre as estruturas são em geral dinâmicas, devendo ser consideradas as
forças de inércia associadas às acelerações a que cada um dos seus componentes fica sujeito.
Por este motivo, seria de esperar que a análise de uma estrutura teria obrigatoriamente
de ter em consideração os efeitos dinâmicos.
Contudo, em muitas situações é razoável considerar que as forças são aplicadas de um
modo suficientemente lento, tornando desprezáveis as forças de inércia. Nestes casos a análise
designa-se estática.
Análise Linear ou Não Linear
Na análise de uma estrutura sólida, é habitual considerar que os deslocamentos
provocados pelas forças externas são muito pequenos quando comparados com as dimensões
dos componentes da estrutura.
Nestas circunstâncias, admite-se que não existe influência da modificação da
geometria da estrutura na distribuição dos esforços e das tensões, assim, todo o estudo é feito
com base na geometria inicial indeformada.
Se esta hipótese não for considerada, a análise é designada não linear geométrica.
Tipo de Estrutura
As estruturas podem ser classificadas quanto à sua geometria como reticuladas,
laminares ou sólidas.
Estas últimas são as mais genéricas, sendo classificadas como sólidas as que não
apresentarem características que as permitam enquadrar no grupo das laminares ou das
reticuladas.
Estruturas Laminares
As estruturas laminares são as que se desenvolvem para ambos os lados de uma
superfície média, mantendo-se na sua vizinhança. É o caso de uma lâmina cuja espessura é
muito inferior às restantes dimensões.
Quando a superfície média é plana, a estrutura laminar pode ser classificada como
parede ou casca plana.
Estruturas Reticuladas
As estruturas reticuladas são as constituídas por barras prismáticas, cujas dimensões
transversais são muito menores do que o comprimento do respectivo eixo.
Principais Softwares para Análise Numérica de Tensões e Deformações
Nastran.
Ansys.
Catia.
Cosmos.
etc...
Resultado:
A estrutura suporta os
esforços
Resultado:
A estrutura suporta os
esforços