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M I S T I C I S M O l C I Ê N C I A l A R T E l C U L T U R A

INVERNO 2016
Nº 297 – R$ 10,00

ISSN 2318-7107
A
humanidade recebe de tempos em tempos personalidades-
alma que são “divisoras de águas”, ou seja, o mundo é um
antes delas e outro após elas.
Como verdadeiros mensageiros de Luz a serviço da
humanidade, esses seres receberam do Cósmico a missão de causar
uma forte influência na sociedade em que estavam inseridos,
recebendo postumamente o reconhecimento pela visão, liderança
e iluminação que abrangeram todo o nosso mundo. Vieram para
mudar, romper paradigmas e deixar os seus pensamentos, palavras
e ações como exemplos de seres humanos especiais.
Esta capa da revista “O Rosacruz” é dedicada a esses seres de
luz que, como Mestres, nos ensinaram o sentido da vida.

May Banks Stacey Frater H. Spencer Lewis


cita em seus escritos May Banks Stacey (1846-1918) como al-
guém que ofereceu uma contribuição fundamental nos primór-
dios do atual ciclo da AMORC. Seu retrato aparece no antigo
Manual Rosacruz com uma observação: “Mrs. Banks-Stacey,
Cofundadora e primeira Grande Matre nos Estados Unidos”.
Ainda no Manual Rosacruz, consta que H. Spencer Lewis “Após
muitos anos de contínuas pesquisas científicas e psíquicas, mesmo no campo da telegrafia sem fio (rádio)
quando esta ciência era pouco conhecida, fez seu primeiro contato com o trabalho dos rosacruzes que haviam
estabelecido sua sede perto de Filadélfia, em 1694. Membro da divisão inglesa que apoiou o primeiro movi-
mento na América, a senhora May Banks Stacey, descen-
dente de Oliver Cromwell e dos D’Arcys da França, colocou
em suas mãos os documentos que lhe haviam sido oficial-
mente transmitidos pelo último dos primeiros rosacruzes
americanos, com a joia e o signo de autoridade por ela
recebidos do Grande Mestre da Ordem na Índia, durante
o tempo em que foi oficial do movimento naquele país”.
O obituário do New York Times registra, em 22 de
janeiro de 1918:
“Chicago, Jan. 21 – A Sra. May Banks Stacey, viúva
do coronel M. H. Stacey, faleceu hoje na casa de sua
filha, Sra. W. H. Muller, em Evanston. Ela tinha 76
anos e era líder do culto rosacruz na América. A
Sra. Stacey era nativa de Baltimore. [...] O pai da
Sra. Stacey foi um respeitável jurista”.

Sendo a AMORC uma Ordem na qual a participação


das mulheres é, desde os seus primórdios, incentivada e
mesmo considerada imprescindível, com a presença das
figuras femininas da Matre e da Columba em seus Tem-
plos, é justo que prestemos esta homenagem a esta ilustre
figura, que foi uma presença importante no início do
atual ciclo da nossa Ordem. Obituário de May Banks Stacey
n MENSAGEM

Prezados fratres e sorores


© AMORC

Saudações rosacruzes!

Fico realmente muito feliz em apresentar esta


edição especial da revista, comemorativa dos 60
anos de fundação da Ordem Rosacruz na jurisdição
portuguesa.
Naturalmente, ela traz informações importantes
da história da nossa Ordem no Brasil e na América
do Norte, onde iniciou o atual ciclo com o Dr. Harvey Spencer Lewis, após
ter sido ele iniciado em Toulouse, no sul da França.
Boa parte do conteúdo foi recebida da Grande Loja inglesa para as
Américas durante a Convenção Mundial realizada em 2015 em San Jose, na
Califórnia.
As informações alusivas ao Rosacrucianismo em solo brasileiro
certamente trará boas recordações de dedicados rosacruzes que
participaram desta história construída com trabalho e amor aos princípios
de nossa augusta fraternidade.
Desejo que o prezado frater e a prezada soror sintam em sua leitura o fio
místico que nos une e que permanece a despeito da distância física.
A nossa vibração ao perpetuar os ideais de Luz, Vida e Amor cria
uma força mental que nos manterá unidos enquanto permanecermos
harmoniosamente em comunhão. Esta é a força da nossa Egrégora!
Que a Graça de Deus e a benção dos Mestres santifiquem a nossa
comunhão.
Assim seja!
Sincera e fraternalmente
AMORC-GLP

Hélio de Moraes e Marques


Grande Mestre

INVERNO 2016 · O ROSACRUZ


1
n SUMÁRIO

04 A Missão
06
06 A Fundação

22 A Egrégora

22
38 Publicações

42 OGG

46 Documentos 46
50 Portal

54 URCI
54
2 O ROSACRUZ · INVERNO 2016
O
s textos dessa publicação não representam a palavra oficial da
AMORC, salvo quando indicado neste sentido. O conteúdo dos
artigos representa a palavra e o pensa­mento dos próprios autores
Publicação trimestral da e são de sua inteira respon­sabilidade os aspectos legais e jurídicos que
Ordem Rosacruz, AMORC
possam estar interrelacionados com sua publicação.
Grande Loja da Jurisdição de Língua Portuguesa
Bosque Rosacruz – Curitiba – Paraná Esta publicação foi compilada, redigida, composta e impressa na Ordem
Rosacruz, AMORC – Grande Loja da Jurisdição de Língua Portuguesa.
Todos os direitos de publicação e repro­dução são reservados à Antiga
e Mística Ordem Rosae Crucis, AMORC – Grande Loja da Jurisdição de
Língua Portu­guesa. Proibida a reprodução parcial ou total por qualquer meio.
As demais juris­dições da Ordem Rosa­cruz também editam uma revista
do mes­mo gênero que a nossa: El Rosacruz, em espanhol; Rosicru­cian
Digest e Rosicrucian Beacon, em inglês; Rose+Croix, em francês; Crux
Rosae, em alemão; De Rooz, em holandês; Ricerca Rosacroce, em italiano;
Barajuji, em japonês e Rosenkorset, em línguas nórdicas.
CIRCULAÇÃO MUNDIAL

Propósito da expediente
Coordenação e Supervisão: Hélio de Moraes e Marques, FRC
Ordem Rosacruz n

A Ordem Rosacruz, AMORC é uma orga- n Editor: Grande Loja da Jurisdição de Língua Portuguesa
nização interna­cio­nal de caráter templário,
místico, cul­tural e fraternal, de homens e
n Colaboração: Estudantes Rosacruzes e Amigos da AMORC
mulheres dedicados ao estudo e aplicação

como colaborar
prática das leis naturais que regem o uni-
verso e a vida.
Seu objetivo é promover a evolução da
huma­nidade através do desenvolvimento
das potencia­lidades de cada indivíduo e
n Todas as colaborações devem estar acom­panhadas pela declaração do
propiciar ao seu estudante uma vida har- autor cedendo os direitos ou autori­zando a publicação.
moniosa que lhe permita alcançar saúde,
felicidade e paz.
n A GLP se reserva o direito de não publicar artigos que não se encaixem
Neste mister, a Ordem Rosacruz ofe- nas normas estabelecidas ou que não esti­verem em concor­dância com a
rece um sistema eficaz e comprovado de pauta da revista.
instrução e orientação para um profundo
auto­c onheci­mento e compreensão dos n Enviar apenas cópias digitadas, por e-mail, CD ou DVD. Originais não
processos que conduzem à Iluminação. serão devolvidos.
Essa antiga e especial sabedoria foi cui-
dadosamente preservada desde o seu n No caso de fotografias ou ilustrações, o autor do artigo deverá providenciar
desenvolvimento pelas Escolas de Misté- a autorização dos autores, necessária para publicação.
rios Esoté­ricos e possui, além do aspecto
filosófico e metafísico, um caráter prático. n Os temas dos artigos devem estar relacionados com os estudos e práticas
A aplicação destes ensinamentos está ao rosacruzes, misti­cismo, arte, ciências e cultura geral.
alcance de toda pessoa sincera, disposta a
aprender, de mente aberta e motivação
positiva e construtiva. nossa capa
A capa desta edição da revista O Rosacruz
mostra a Columba Rosacruz, tradicional
símbolo da Consciência, retratada
por H. Spencer Lewis, nosso primeiro
Imperator para o atual ciclo, que além de
Rua Nicarágua 2620 – Bacacheri cientista e místico, foi um grande artista.
82515-260 Curitiba, PR – Brasil A qualidade de seu trabalho pode ser
Tel (41) 3351-3000 / Fax (41) 3351-3065
www.amorc.org.br observada na obra aqui reproduzida.

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n MISSÃO

A Missão

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5
n FUNDAÇÃO

A Fundação

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H
arvey Spencer Lewis, dotado
de grandes talentos que se
manifestaram desde cedo em
sua vida, dedicou-se, ainda
jovem, a pesquisas científicas em algumas
áreas e a uma profissão na área das artes.
“Mais marcante do que a influência cul-
tural no ambiente familiar é a inclinação
religiosa. Meu pai sempre foi cristão devo-
to, homem muito piedoso. Nunca líamos o
jornal aos domingos ou nos ocupávamos
com outras atividades que não fossem o
passeio com a família à tarde e a ida à igreja
e à escola dominical. Parte do dia era de-
dicada à leitura e à discussão da Bíblia.”
Na primavera de 1908, enquanto es-
tava em profundo estado meditativo, H.
Spencer Lewis, com vinte e quatro anos
na época, teve uma profunda experiên-
cia mística na qual um mestre espiritual
o instruía a procurar pelos rosacruzes.
Sede da AMORC
Certa vez, quando Harvey foi recolher em 1927
a correspondência na sua caixa de correio,
encontrou um envelope com selos da Fran-
ça. Rapidamente abriu-o e leu em voz alta o
bilhete que ele continha: “Se você vier a Paris marido, logo concordou com a viagem, incenti-
e achar conveniente ir ao estúdio do profes- vando-o a aproveitar a fabulosa oportunidade.
sor de línguas, no Boulevard St. Germain, H. Spencer Lewis foi então iniciado na
poderá entrar em contato com a organização Tradição Rosacruz em um antigo castelo nos
pela qual se interessa…” Era a resposta à cor- arredores de Toulouse e em outro plano de
respondência que Harvey enviara ao editor- consciência. “Naquela noite fui iniciado na
-chefe de um jornal parisiense, fazendo-lhe, Ordem Rosae Crucis. Cruzei os umbrais na
na época, a seguinte pergunta: “Como po- antiga Loja, naquele prédio quase em ruínas.
derei chegar à Rosae Crucis?”. Agora Harvey Encontrei os Oficiais, fiz o juramento solene,
poderia ter em mãos a chave para desvendar recebi a grande bênção e fui convertido em um
o mistério que havia meses atormentava seu Irmão da Ordem no exato momento em que
espírito… Imediatamente respondeu a carta, soavam nos velhos sinos da torre do prédio as
demonstrando profundo reconhecimento doze badaladas, anunciando a meia-noite.”
à atenção do remetente e dizendo-se imen- Após sua iniciação, ele se encontrou com
samente feliz por saber que a Ordem Rosae o Imperator dos rosacruzes da França e
Crucis realmente existia e que alguém o com outros rosacruzes, incluindo o Grande
levaria até ela, o que realmente aconteceu. Mestre da Rose-Croix de Toulouse, que per-
Mollie, esposa de H. Spencer Lewis, que guntou se ele aceitaria a responsabilidade de
louvava as inclinações místicas e filosóficas do restaurar a Tradição Rosacruz na América.

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n FUNDAÇÃO

Ele aceitou. foram mostrados a H. Spencer Lewis para


H. Spencer Lewis foi autorizado a con- que ele pudesse tomar nota dos símbolos
sultar uma coleção de livros e manuscritos pertencentes aos diferentes graus da Ordem.
nos quais eram apresentados os princípios Ao final desse encontro, H. Spencer Lewis
e as leis maiores da Ordem. Ele também foi foi informado de que naquele momento
autorizado a copiar os símbolos e diagra- ele estava de posse de todas as instruções
mas das várias cerimônias rosacruzes. “Tive necessárias, mas que outras experiências
oportunidade de ver o último Juramento interiores ainda estavam por vir. Também
à Ordem, feito por Lafayette antes de sua foi-lhe dito que nenhuma Loja deveria
viagem à América – o primeiro rosacruz da ser aberta na América antes de 1915.
França a chegar ao novo continente. Que Após essa experiência, H. Spencer Lewis
este nome encerre sempre algo de sagrado escreveu à sua esposa, Mollie: “… todas as
para a Ordem na América. Parti, então, minhas expectativas se realizaram, mas não
cheio de novas esperanças.” Mais tarde, esse sem muitos testes e provações… Finalmente
material se tornaria a base para as mono- estou na R+C, graças a Deus, mas os jura-
grafias rosacruzes, juntamente com a sabe- mentos e votos são rígidos. Quantos encon-
doria adquirida através das experiências e trarei na América que os cumpram comigo?”
percepções místicas de H. Spencer Lewis. Mollie sabia que o marido estava firmemente
Os aventais simbólicos, uma toalha de al- decidido a cumprir a nobre missão que,
tar e vários documentos arquivados também ele acreditava, lhe havia sido imposta.
Ao longo dos anos seguintes, H. Spencer
Lewis se preparou para o ressurgimento da
Ordem Rosacruz na América. “Tornou-se
um hábito meu voltar para casa depois de
um dia de trabalho e, quase esgotado mental-
mente, traduzir para bom inglês as centenas
de páginas dos manuscritos sagrados… cos-
tumava levantar-me de minha escrivaninha,
em casa, por volta das onze horas ou meia-
-noite, erguer os braços para os céus e, numa
tentativa de estabelecer contatos cósmicos,
exclamar: ‘Ó Deus, se pudesse falar por al-
guns minutos com o autor desses manuscri-
tos!’ Ora, aquela frase referia-se aos métodos
de se fazer contatos cósmicos, e eu estava
ansioso por tais contatos, para que me aju-
dassem a entender outras leis e princípios. ”
Em 1913, Mollie passou pela transição
em razão de complicações de um rompi-
mento de apêndice e, naquele momento,
além de suas muitas outras responsabili-
dades, Harvey, àquela época com 29 anos,
tinha duas crianças para cuidar sozinho.
H. Spencer Lewis
Apesar de acreditar na transcendência mís-

8 O ROSACRUZ · INVERNO 2016


Ela se manteve estreitamente envolvida
com todos os aspectos da organização por
toda a vida de H. Spencer Lewis e mais tarde,
quando seu enteado Ralph Lewis o sucedeu
como Imperator. Sua sabedoria, foco e genero-
sidade de recursos e de espírito contribuíram
grandemente para o sucesso da AMORC da
forma que a maioria dos membros a conhece.
Quando H. Spencer Lewis concordou em
H. Spencer Lewis e Martha Lewis restabelecer a Ordem Rosacruz – AMORC
em sua lua de mel, 1914
na América, ele foi instruído especifica-
mente a fazê-lo no ano de 1915, e lhe foi
dito: “De tempos em tempos chegarão até
tica da transição, Harvey sofreu muito com vós pessoas facilmente identificáveis. Pres-
a separação física da companheira pelas tarão valiosa ajuda até que vossa tarefa
reações naturais, emocionais e humanas. esteja cumprida… Os Mestres do universo
Pouco a pouco, com grande esforço e sentir-se-ão felizes por atender vossos de-
autodisciplina, Harvey conseguiu atingir sejos e vossas eventuais necessidades.”
um estado de equilíbrio psíquico e emo- A Sra. May Banks-Stacey foi a pessoa
cional, reiniciando os estudos da Ordem. que melhor cumpriu essa missão especial.
Talvez essa desgraça – ferida aberta em seu Ela foi apresentada à Tradição Rosacruz
peito, que afetou todo o seu ser – tenha sido na Índia, enquanto viajava com seu filho,
mais um teste para sua firmeza de caráter. um capitão do exército, e de lá ela foi ini-
Em 1914, H. Spencer Lewis conheceu ciada na Tradição Rosacruz no Egito.
Martha Morfier. Para sua surpresa, Martha
mostrou-se não apenas simpática, mas tam-
bém profundamente interessada em suas
explorações filosóficas e místicas. Esses as-
suntos despertavam-lhe grande curiosidade
e agradou-lhe muito saber que encontrara
alguém com atrações semelhantes. Ela o
encorajou muito e Harvey viu na moça todo
o apoio de que necessitava. Alguns meses
depois eles se casaram. Martha foi essen-
cial para a fundação da Ordem Rosacruz –
AMORC e foi a primeira pessoa autorizada
a cruzar o umbral para a Grande Luz que
poderia ser transmitida pela Ordem àquele
que a busca, cabendo também a ela ser o
primeiro membro a usar a insígnia da orga-
nização. A escolha não partiu apenas do ma-
rido para que esse momento histórico fosse
dedicado a ela, mas de todos os presentes,
inclusive do Supremo Conselho americano. Martha Lewis

INVERNO 2016 · O ROSACRUZ


9
n FUNDAÇÃO

H. Spencer Lewis declarou que, quan-


do May Banks-Stacey estava no Egito, os
rosacruzes de lá lhe deram essa joia (hoje
em exibição na Biblioteca de Pesquisa Ro-
sacruz) e alguns documentos selados que
ela teria de guardar até que outra pessoa
viesse e lhe apresentasse uma cópia exata
de um dos selos e pedisse sua ajuda para
estabelecer a Ordem Rosacruz na América.
H. Spencer Lewis e May Banks-Stacey
decidiram unir seus esforços e, em 20 de
dezembro de 1914, publicaram um anún-
cio no Sunday Herald de Nova Iorque. “No
informe, pedi que as damas e cavalhei-
ros interessados nos trabalhos da Ordem
R.C. entrassem em contato comigo. ”
As contribuições de May Banks-Stacey
foram tão essenciais que H. Spencer Lewis
sempre se referia a ela como sendo a cofun-
dadora da Ordem Rosacruz – AMORC.
Em pouco tempo eles conheceram Thor
Kiimalehto, que logo se tornou um dos amigos
May Banks-Stacey
mais próximos de H. Spencer Lewis e, mais
tarde, Grande Mestre da Ordem na América.
A Sra. May Banks-Stacey, que tinha co- Em fevereiro de 1915, nove fratres e so-
nhecido anteriormente H. Spencer Lewis rores, incluindo H. Spencer e Martha Lewis,
no Instituto de Pesquisas Psíquicas de Nova May Banks-Stacey e Thor Kiimalehto, forma-
Iorque, do qual ele havia sido presidente, ram o comitê organizador do Conselho Supre-
o contatou no outono de 1914. “Entrei em mo para a América. Depois de anos de intensa
contato com uma anciã que havia estudado preparação, a Ordem Rosacruz – AMORC foi
ocultismo durante muitos anos. A senhora fundada em 1º de abril de 1915 e H. Spencer
viajara muito pelo exterior em busca de no- Lewis foi eleito por unanimidade para servir
vos conhecimentos, tendo-se iniciado em di- como Imperator e Grande Mestre Geral.
versas formas de nosso trabalho (rosacruz)”. “Em uma quinta-feira – o verdadeiro
Então, no aniversário de H. Spencer dia rosacruz em todo o mundo –, a 13 de
Lewis, em 25 de novembro de 1914, ela maio de 1915, realizou-se a primeira Con-
colocou em suas mãos papéis e uma “joia vocação Rosacruz da Ordem, no templo; e,
mística”. “A ela havia sido confiada – diz em meio à atmosfera bela e inspiradora, os
Harvey – uma missão especial relacionada Oficiais nacionais, os Conselheiros e alguns
à Ordem. Os papéis continham alguns dos dos membros foram devidamente iniciados
ensinamentos que os Mestres me haviam na Ordem, levados a atravessar o umbral e
apresentado na Europa em 1909 e que deve- designados Cavaleiros, sorores e fratres da
riam chegar até mim através de um mensa- Ordem Rosae Crucis, conforme os antigos e
geiro especial quando mais precisasse deles.” verdadeiros rituais e cerimônias sagradas.”

10 O ROSACRUZ · INVERNO 2016


A sede da Ordem ficou estabelecida na
cidade de Nova Iorque até 1918, quando H.
Spencer Lewis viajou para San Francisco.
Enquanto estava lá, teve outra experiência
mística envolvendo o mesmo mestre espi-
ritual que o tinha contatado em 1908. Esse
mestre o inspirou a mudar a sede da Ordem
para San Francisco. Ele afirmou que mudar
para a Califórnia, e mais especificamente
para San Francisco, era o verdadeiro objeti-
vo, uma vez que havia vivenciado algumas
realizações das conexões da Ordem com a
localidade vizinha de Carmel e com os ro-
sacruzes que lá tinham desembarcado com
a expedição cartográfica de Sebastián Viz-
caíno em 1602. Mais tarde, pesquisas con-
firmaram muito do que H. Spencer Lewis
havia sentido em seu estado meditativo.
Em 1925 a sede da Ordem Rosa-
cruz foi transferida por um breve pe-
ríodo para Tampa, na Flórida.
Mais tarde, no final de 1927, H. Spencer
Thor Kiimalehto
Lewis transferiu a sede da Ordem Rosa-
cruz – AMORC para San Jose, também
na Califórnia, e começou a estabelecer em 1614, e através da longa linhagem tra-
o que se tornaria o Parque Rosacruz. dicional da tradição esotérica ocidental,
Mesmo quando o Parque Rosacruz in- desde o tempo das mais antigas Esco-
cluía apenas uma pequena área de terra las de Mistérios há milhares de anos.
com o antigo prédio administrativo e Alguns desses místicos deram suas
um pequeno templo, o papel timbrado vidas para perpetuar essa sabedoria.
da Ordem declarava: Parque Rosacruz. Muitos foram perseguidos e maltrata-
Como H. Spencer Lewis fez em muitas dos. Muitos foram testados para des-
ocasiões, ele agiu no presente acreditando cobrir se eram dignos de instrução.
naquilo que se manifestaria no futuro. Em 1915, essa sabedoria – a Tradição
Esta é a história da fundação da Ordem Rosacruz – estava destinada a ser perpe-
Rosacruz – AMORC. tuada por alguém na América do Norte e
A Tradição Rosacruz de lá por todo o mundo. H. Spencer Lewis
e os ensinamentos e aqueles que serviram com ele cumpri-
têm sido perpetua- ram seus destinos, suas Missões Cósmicas,
dos por indivíduos através da perpetuação da Tradição Rosa-
desde a publicação cruz, e nós continuamos essa missão com
do primeiro ma- nossa participação como rosacruzes hoje.
nifesto rosacruz, o Que tenhamos sempre consciência
Fama Fraternitatis, da Luz Sagrada que nos foi confiada!

INVERNO 2016 · O ROSACRUZ


11
n FUNDAÇÃO

A AMORC
na Jurisdição
de Língua
Portuguesa
1956 – 2016
A fundação
O ano de 1947 registrava expressivo núme-
ro de rosacruzes no Brasil. São Paulo era a
cidade que na época tinha o maior número
de estudantes e, em 28 de junho do mesmo
ano, 69 rosacruzes foram relacionados na Fachada anterior do Capítulo
Rosacruz Belém, AMORC
ata da reunião como fundadores do primei-
ro Organismo Afiliado no Brasil.
Em 23 de dezembro de 1950, através
dos esforços do frater José Gaspar Nunes meio do registro dos Estatutos da Grande
Gouveia, foi fundado o Capítulo Rosacruz Loja do Brasil.
do Rio de Janeiro, com a presença de 67 ro- Inicialmente, a sede se estabeleceu no Rio
sacruzes chamados então de “fundadores”. de Janeiro. O frater Ralph Lewis, após visitar
Dentre eles estavam a soror Maria A. Moura vários terrenos em outras cidades, veio a Curi-
e o frater José de Oliveira Paulo. tiba e, de acordo com depoimento privado de
Em 8 de agosto de 1954 foi realizada a soror Maria A. Moura, optou por estabelecer
Assembleia de Fundação do Pronaos Belém, nossa sede nesta cidade – não simplesmente
que imediatamente iniciou suas atividades. pela oferta dos terrenos de parte de uma das
No mesmo ano, as diretrizes para a fun- herdeiras da família Colle, que era afiliada à
dação de uma Grande Loja no Brasil foram Ordem, mas por uma identificação intuitiva
estabelecidas por ocasião de uma visita do com o local, de pujante beleza natural, en-
Imperator, frater Ralph M. Lewis, ao país. cravado àquela época numa pequena quase
A soror Maria Aparecida Moura, então floresta, tendo ao fundo o famoso “tanque do
Grande Secretária, e o frater José de Oli- Bacacheri”, com uma cascata de água a jorrar
veira Paulo, então Grande Tesoureiro, por no fundo do bosque serpenteado pelo rio Ba-
ordenação especial do próprio Imperator, cacheri. Dizia também a soror Maria que isto
assumiram essa tarefa, o que se concretizou ocorreu num dia de inverno pleno, mas muito
oficialmente no dia 9 de maio de 1956, por ensolarado, com um céu de brigadeiro, e que

12 O ROSACRUZ · INVERNO 2016


ao observar tudo isso frater
Ralph disse: “Vai ser aqui”.
Com a construção do pré-
dio da administração, a sede
da Grande Loja foi transfe-
rida para Curitiba em 11 de
maio de 1960 e, logo após sua
inauguração, foram iniciadas
as obras para a construção do
Grande Templo.
Ao longo dos 60 anos
desde sua fundação, celebra-
dos em 9 de maio de 2016, a
sede da Grande Loja da Ju-
risdição de Língua Portugue- Inauguração do Grande Templo em 26 de setembro
sa, por meio de seus dedica- de 1964. Presenças do Imperator, Ralph M. Lewis, do
frater José de Oliveira Paulo, da soror Maria A. Moura
dos servidores, se expandiu e e do representante do prefeito de Curitiba.
continua se expandindo…

Foto da
Grande Loja
em 1964

INVERNO 2016 · O ROSACRUZ


13
n FUNDAÇÃO

Lançamento da Imperator Ralph M. Lewis inaugurando, em 26 de


pedra fundamental setembro de 1964, o edifício da administração
do Auditório H. da Grande Loja, local hoje ocupado pelo Grande
Spencer Lewis, Templo da TOM, pela Expedição e pelo balcão de
em 1968. suprimentos da Loja Curitiba.

Acima, momento
da abertura da
IV Convenção
Nacional
Rosacruz, em
28 de outubro
de 1970, com
a inauguração
do Auditório
H. Spencer
Lewis ao lado.

14 O ROSACRUZ · INVERNO 2016


Na Convenção de
1972, a Grande
Loja apresentou aos
rosacruzes a gráfica,
que já imprimia
as monografias e
demais materiais
gráficos da AMORC.

Novo prédio
administrativo
da Grande Loja,
inaugurado em 18
de abril de 1980.

Inauguração do
Memorial Rosacruz
pelo então Grande
Mestre, frater Charles
Vega Parucker, em 14
de fevereiro de 1987.

INVERNO 2016 · O ROSACRUZ


15
n FUNDAÇÃO

Antigo Museu Egípcio e Rosacruz,


inaugurado em 17 de outubro de
1990. Na foto, o então Grande
Mestre, frater Charles Vega
Parucker, e o artista plástico,
frater Eduardo D’Ávila Vilela.

Inauguração do novo espaço


da Biblioteca Alexandria em
22 de setembro de 1992 pelo
Imperator, frater Christian
Bernard, e pelo então Grande
Mestre da Grande Loja da
Austrália, frater Peter Bindon.
A Biblioteca funcionava
anteriormente junto com o
Museu Egípcio e Rosacruz.

16 O ROSACRUZ · INVERNO 2016


Inauguração da Morada do
Silêncio – Chaminé da Serra, em
4 de novembro de 1995. Na foto,
o Imperator, frater Christian
Bernard, e o então Grande Mestre,
frater Charles Vega Parucker.

Inauguração do Espaço de Arte Francis Bacon


pelos então Diretores da Grande Loja, frater
Irving Söderlund e frater Hélio de Moraes e
Marques, em 28 de novembro de 1997.

INVERNO 2016 · O ROSACRUZ


17
n FUNDAÇÃO

Reforma e
reinauguração
do Auditório
H. Spencer
Lewis – 2008

Antes

Depois

18 O ROSACRUZ · INVERNO 2016


Nova recepção do Prédio
Administrativo da GLP,
inaugurada pelo Grande
Mestre, frater Hélio de
Moraes e Marques, em 9
de outubro de 2009.

Sala Egípcia,
inaugurada pelo
Grande Mestre,
frater Hélio
de Moraes e
Marques, em 30
de abril de 2010.

INVERNO 2016 · O ROSACRUZ


19
n FUNDAÇÃO

Esfinge Rosacruz, inaugurada no primeiro dia da


Convenção Mundial no Brasil – O Sagrado e a
Tradição Primordial – pelo Grande Mestre, frater
Hélio de Moraes e Marques e pelo Imperator, frater
Christian Bernard em 24 de agosto de 2011.

Inauguração da Sementeira
pelo Grande Mestre, frater
Hélio de Moraes e Marques, e
Por ocasião da XXIII pelo Imperator, frater Christian
Convenção Nacional Bernard, em 27 de abril de 2012
Rosacruz, em 22 de outubro
de 2014, o Grande Mestre,
frater Hélio de Moraes e Marques, o Imperator, frater Christian Bernard e o Grande Mestre da
Jurisdição de Língua Italiana, frater Claudio Mazzucco, inauguraram os seguintes espaços:

Novo prédio da URCI – Universidade Rose-Croix


Internacional, que passou a abrigar o Museu Egípcio
e Rosacruz, o Espaço de Arte Francis Bacon e a
Biblioteca Alexandria.

20 O ROSACRUZ · INVERNO 2016


A Ordem Guias do
Graal – OGG – prédio
onde anteriormente
funcionava o Espaço
de Arte Francis Bacon.

O Estúdio Édith Piaf


de áudio e televisão

Por ocasião da
XXIV Convenção
Nacional Rosacruz,
comemorativa do
60º Aniversário
da Grande Loja
da Jurisdição de
Língua Portuguesa
(de 21 a 24 de
setembro de
2016), foram
inaugurados o
“Complexo Luxor”,
formado pela Alameda das Esfinges e
pelo Obelisco, e o “Atrium Romano”.

* Mais informações na próxima edição.

INVERNO 2016 · O ROSACRUZ


21
n EGRÉGORA

A Egrégora

22 O ROSACRUZ · INVERNO 2016


cos, filósofos e tradições do passado, incluindo
aqueles nas Escolas de Mistérios do Antigo
Egito e da Grécia, que contribuíram valiosa-
mente com os nossos ensinamentos rosacruzes
de hoje; nossos antecessores gnósticos, caba-
listas e alquimistas; os rosacruzes dos séculos
dezesseis e dezessete; e todos os membros da
Ordem Rosacruz – AMORC de 1915 até hoje,
por todo o mundo – aqueles que conhecemos
e aqueles que nunca encontraremos.
A Egrégora também inclui os rosacruzes
que estão por vir, incluindo aqueles que ain-
da nem mesmo nasceram.

A
As próximas páginas honram algumas das
Egrégora Rosacruz é o campo de muitas pessoas, eventos e ideias que têm con-
energia cósmica ao qual todos os tribuído para a Egrégora Rosacruz ao longo
rosacruzes têm acesso em razão de dos últimos 100 anos.
sua afiliação à AMORC.
Sempre que um rosacruz estu-
da uma monografia, conduz um
experimento místico, ora, medita,
participa do trabalho do Conse-
lho de Solace, dedica um tempo à
Comunhão Cósmica ou cria um
trabalho inspirador de ciência,
arte ou literatura, ele irradia pen-
samentos e emoções positivas no
espaço, os quais beneficiam todos
os membros e a humanidade em
geral. Da mesma forma, aqueles
que se unem em Convenções e
nos Organismos Afiliados duran-
te Convocações e Iniciações de
Grau de Templo também colocam
forças positivas em movimento.
A essa combinação de influências
individuais e coletivas é adiciona-
da a energia que o Imperator e os
Grandes Mestres geram constan-
temente no cumprimento de suas
respectivas funções.
A Egrégora da Ordem se es-
tende além dos limites comuns de
espaço/tempo para incluir místi- H. Spencer Lewis

INVERNO 2016 · O ROSACRUZ


23
n EGRÉGORA

Oficiais e Dignitários Supremos de todos os Estados marcando presença


na Convenção Nacional da AMORC em Pittsburgh, Pensilvânia,
durante o começo da semana de 2 de agosto de 1917.

Ralph
M. Lewis
trabalhando
na sede da
Ordem em
San Francisco,
em 1924.
H. Spencer Lewis em Carmel, Califórnia, em 1918.
Observe o mapa em suas mãos, no qual ele encontrou as
pistas para a localização dos registros enterrados pelos
místicos que vieram à Costa do Pacífico com Vizcaíno em
1602. Foi nessa viagem que H. Spencer Lewis decidiu
mudar a sede da Ordem para a Califórnia – primeiro
para San Francisco e, mais tarde, para San José.

24 O ROSACRUZ · INVERNO 2016


Viagem Iniciática
Rosacruz ao Egito,
1929.

Cecil Poole, Secretário da


Suprema Grande Loja, e
Ralph Lewis em frente às
Convenção
torres sendo construídas no
da AMORC
Parque Rosacruz.
em 1929
no Parque
Rosacruz,
San José,
Califórnia.

INVERNO 2016 · O ROSACRUZ


25
n EGRÉGORA

Frater Ralph M.
Lewis na Câmara
do Rei, na
Grande Pirâmide
no Egito, 1936.

Imperator H. Spencer Lewis depositando a cápsula do


tempo na esfinge em frente ao prédio recém-construído
da Universidade Rose-Croix Internacional.

Laboratório
de Pesquisa
Rosacruz,
1938.

Édith Piaf, acompanhada


de sua secretária e de
membros da Grande Loja
Francesa, fez uma visita ao
Parque Rosacruz em 1957.

26 O ROSACRUZ · INVERNO 2016


Aula de alquimia
no Laboratório
Alquímico do Parque
Rosacruz, 1946.

A Orquestra
Rosacruz
tocando no
Auditório Francis
Bacon, no
Parque Rosacruz,
nos anos 40.

Imperator Ralph M.
Lewis e o prefeito de San
Jose, Joseph Pace, na
inauguração do Museu
Egípcio Rosacruz, 1966.

Imperator Ralph e
Gladys Lewis com
membros rosacruzes
no Caribe.

INVERNO 2016 · O ROSACRUZ


27
n EGRÉGORA

Frater Christian
Bernard, então Grande
Mestre da Grande Loja
Francesa, entrega uma
chave insculpida do
Auditório Gladys Lewis,
em Paris, ao Imperator
Ralph Lewis, em 14
de fevereiro de 1981,
em comemoração do
aniversário de Ralph
Lewis e de seu 60º ano
de afiliação à Ordem
Rosacruz, AMORC.

28 O ROSACRUZ · INVERNO 2016


Imperator, Grandes Mestres e Administradores
da Suprema Grande Loja da AMORC
Os Diretores e Administradores da Suprema Grande Loja da AMORC, com o Imperator Christian
Bernard. Da esquerda para a direita:

§ Ilkka Laaksonen (Administrador Geral para a Finlândia);


§ Hélio de Moraes e Marques (Diretor da SGL e Grande Mestre de língua portuguesa);
§ Iakovos Giannakopoulos (Administrador Geral para a Grécia);
§ Atsushi Honjo (Diretor da SGL e Grande Mestre de língua japonesa);
§ Sven Johansson (Vice-Presidente da SGL e Grande Mestre de língua inglesa para Europa, Oriente Médio e África);
§ Marie Metzler (Administradora Geral para a Polônia);
§ Kenneth Idiodi (Diretor da SGL e Grande Administrador de língua inglesa para a África Ocidental);
§ Klaas-Jan Bakker (Diretor da SGL e Grande Mestre de língua holandesa);
§ Maximilian Neff (Tesoureiro do Conselho da SGL e Grande Mestre de língua alemã);
§ Imperator Christian Bernard;
§ Ákos Ékes (Administrador Geral para a Hungria);
§ Paul Panikian (Diretor da SGL e Grande Mestre de língua inglesa para Austrália, Ásia e Nova Zelândia);
§ Julie Scott (Secretária do Conselho da SGL e Grande Mestre de língua inglesa para as Américas);
§ Claudio Mazzucco (Diretor da SGL e Grande Mestre de língua italiana);
§ Serge Toussaint (Diretor da SGL e Grande Mestre de língua francesa);
§ Hugo Casas (Diretor da SGL e Grande Mestre de língua espanhola para Europa, África e Ásia);
§ Live Söderlund (Diretora da SGL e Grande Mestre de línguas escandinavas);
§ Roland Brisson (Diretor da SGL e Grande Mestre de língua espanhola para as Américas);
§ Michal Eben (Diretor da SGL e Grande Mestre de línguas tcheca e eslovaca);
§ Vladimir Koptelov (Administrador Geral para a Rússia).

Foto tirada na Morada Rosacruz em Lachute, Québec, Canadá, em 2014, na Reunião Anual do Conselho de Diretores
da Suprema Grande Loja.

INVERNO 2016 · O ROSACRUZ


29
n EGRÉGORA

Frater Arthur Piepembrink e frater


Zaneli Ramos na IX Convenção
Nacional Rosacruz em 1982.

Frater Adolar G. Zandoná -


fundador da Loja Rosacruz Água
Verde. Na foto, o frater, tenor,
e a soprano Claudete Rufino em
aparição na TV Globo em 1963.

Frater Adilson Rodrigues, ex-Diretor da AMORC


GLP, juntamente com a soror Maria A. Moura.

Frater Alden Holloway, soror Maria A.


Moura e frater Carlos Alberto Soares.

30 O ROSACRUZ · INVERNO 2016


Frater Christian Bernard e soror
Maria A. Moura na XVI Convenção
nacional Rosacruz em 1996

Soror Jurema Franco À direita, soror


Camargo e frater José Gladys Lewis e soror
Sebastião Camargo na Maria A. Moura na II
XII Convenção Nacional Convenção Nacional
Rosacruz em 1988 Rosacruz em 1966.

Diretores da AMORC
-GLP em 1982

INVERNO 2016 · O ROSACRUZ


31
n EGRÉGORA

Frater Hermanito Christensen


e soror Aglair Christensen
na XVI Convenção Nacional
Rosacruz em 1996.
Frater João Mansur
Junior e frater Charles
Vega Parucker na IX
Convenção Nacional
Rosacruz em 1982.

Soror Maria Aparecida M.


Frigeri, frater Oribe Frigeri
e frater Pedro F. Santana na
inauguração da Morada do Frater Ludovico
Silêncio em 1995 Baltazar Buschle na IX
Convenção Nacional
Rosacruz em 1982.

32 O ROSACRUZ · INVERNO 2016


Soror Maria Aparecida Frater Ocívio
Marcondes na XIV Santana na XVI
Convenção Nacional Convenção Nacional
Rosacruz em 1992 Rosacruz em 1996.

Frater Paulo Hugo Soror Ruth Melo


Richter na IX Éboli IX Convenção
Convenção Nacional Nacional Rosacruz
Rosacruz em 1982. em 1982.

Soror Maria A. Moura,


frater John La Bouchene
e frater José de Oliveira
Paulo em 1956.
INVERNO 2016 · O ROSACRUZ
33
n EGRÉGORA

Frater Nelso Alves e frater


Sebastião de Oliveira Alves
na XVI Convenção Nacional
Rosacruz em 1996.

Frater Henrique
Cortinhas.

Soror Maria A. Moura e Frater Worney Albiero e


frater Ralph M. Lewis. frater Charles Vega Parucker.

Antiga diretoria
da GLP.

34 O ROSACRUZ · INVERNO 2016


Frater Ocívio
Santana e Soror
Lucy Santana.

Frater José de Oliveira Paulo e Frater Charles Vega Parucker


frater Charles Vega Parucker. e frater Lino José Rolo.

Soror Verleid Mendes Abreu


durante XVI Convenção
Nacional Rosacruz.

INVERNO 2016 · O ROSACRUZ


35
n EGRÉGORA

Excursão Rosacruz
ao Egito, 1998.

Fratres Pedro Santana,


Hélio de Moraes e
Marques, Nelso Alves
e Ivar Piazzeta.

Soror Mercedes Parucker e


Fratres Tônio Luna e Frater Charles Vega Parucker.
Sérgio Pequeno na
inauguração da Morada
do Silêncio em 1995.

36 O ROSACRUZ · INVERNO 2016


Atual diretoria
da GLP

Platéia no Teatro Guaíra


durante a Convenção
Mundial Rosacruz no ano
de 2011, em Curitiba.

INVERNO 2016 · O ROSACRUZ


37
n PUBLICAÇÕES

Publicações

38 O ROSACRUZ · INVERNO 2016


O ROSACRUZ: Desde sua primeira edição, em 1958,
pela diversidade do seu conteúdo, O Rosacruz tem sido uma
revista singular. Tão singular como a própria Ordem Rosacruz,
AMORC, que se propõe, não a fornecer repostas prontas para as
grandes questões humanas, mas em fornecer subsídios e instigar
em cada um a busca por suas próprias conclusões.
O Rosacruz tem mantido o compromisso de informar e
esclarecer assuntos relacionados ao misticismo autêntico e
ao desenvolvimento humano, suscitando e alimentando a
reflexão dos estudantes rosacruzes sobre os mais variados temas
culturais, artísticos e místicos. Isto está expresso na prioridade
dada aos assuntos eminentemente rosacruzes e da inserção dos
mais diversos temas sob a ótica do buscador.
No próximo ano iremos comemorar juntos a 300º edição de
nossa revista!

AMORC-BRASIL / AMORC-GLP: Em 1976 foi publicada a primeira edição do


AMORC BRASIL como um veículo de informação da Grande Loja e um catalizador da união
dos rosacruzes no Brasil. “Queremos que cada membro conheça melhor a organização de que
participa, sentindo a importância do maravilhoso trabalho de difundir a Luz Maior e integrar-
se através do serviço rosacruz aos Oficiais e membros que estão construindo esta fraternidade
e elevando a pirâmide de ideais da AMORC”, escreveu soror Maria A. Moura, então Grande
Mestre, em seu editorial.
Em 1991, o AMORC BRASIL passou por uma reformulação e se tornou o AMORC GLP. Sob a
supervisão do então Grande Mestre, frater Charles Vega Parucker, a revista passou a conter todo
o programa informativo da Grande Loja e dos Organismos Afiliados.

INVERNO 2016 · O ROSACRUZ


39
n PUBLICAÇÕES

FÓRUM ROSACRUZ: A partir de 1968, a Grande Loja


da Jurisdição de Língua Portuguesa passou a publicar o Fórum
Rosacruz: uma coletânea de respostas aos questionamentos
dos membros em relação a seus estudos, representando uma
expressão oficial do pensamento da Ordem nas mais variadas
e interessantes questões. O Fórum Rosacruz, até o ano de 1991,
era editado na sede da Ordem, nos Estados Unidos, sendo nossa
edição uma tradução de artigos escolhidos, originalmente
escritos em inglês. Posteriormente, a revista se tornou o
que conhecemos hoje, apresentando respostas às questões
levantadas pelos membros da Jurisdição de Língua Portuguesa,
além de traduções de perguntas relevantes de outras jurisdições.

AMORC-JUVENIL / AMORC-ORDEM GUIAS DO GRAAL:


Em 1988 foi lançada a primeira edição da revista da AMORC-Juvenil, contendo um informativo
das atividades da Ordem Rosacruz Juvenil nos Organismos Afiliados, assim como curiosidades,
dados históricos, experiências e atividades interessantes e também artigos relacionados aos
estudos das monografias e outras orientações. Os jovens membros podiam ainda contribuir
enviando seus artigos, desenhos, notícias etc.
Foram 71 edições em seu formato pequeno até a sua reformulação em 2012, quando, a
partir do desenvolvimento de um projeto de revitalização da antiga Ordem Rosacruz Juvenil,
que passou a se chamar Ordem Guias do Graal, a revista AMORC-Juvenil passou então a ser
denominada AMORC – ORDEM GUIAS DO GRAAL, que em algumas edições também teve seu
formato revisto e ampliado.

40 O ROSACRUZ · INVERNO 2016


O PANTÁCULO: O ano de 1993 foi muito significativo e
um marco para a Tradicional Ordem Martinista em nossa juris-
dição. Implantada na Grande Loja de Língua Portuguesa na dé-
cada de 80, os trabalhos eram inicialmente restritos ao Oratório.
No primeiro trimestre de 1993 foi editada uma
edição histórica da revista “O Rosacruz” (nº 203),
apresentando a Tradicional Ordem Martinista na
Jurisdição de Língua Portuguesa, seus aspectos históricos,
filosóficos, místicos e tradicionais. Naquele ano, o
trabalho ritualístico e iniciático martinista iniciava-se
com a fundação das primeiras Heptadas Martinistas.
No mesmo ano, nosso Soberano Grande Mestre, irmão
Christian Bernard, apresentava a todos os martinistas de
nossa jurisdição o nascimento da revista “O Pantáculo”
(antigo O Pentáculo), trazendo
desde seu início verdadeiras
pérolas através de seus artigos,
destinados à pesquisa e à reflexão.
Anualmente as edições
são aguardadas por todos os
rosacruzes/martinistas que
nos relatam a satis­fação de
receber a revista, que mantém
um elevado nível editorial
através dos artigos publicados.

LIVROS: Inicialmente os li-


vros traduzidos foram publicados
pela editora Renes. Nos anos 90, tendo estrutura gráfica suficien-
te, os livros passaram gradualmente a ser impressos pela própria
AMORC em nossa jurisdição, e muitos títulos novos foram sendo
acrescidos anualmente. Hoje constam da nossa coleção obras que
abrangem as mais diversas áreas do conhecimento – algumas das
quais tendo sido escritas por membros da nossa jurisdição. Temos
hoje mais de 160 títulos publicados, disponíveis para aquisição
pelos rosacruzes e pelo público em geral nos Organismos Afilia-
dos e também através da Loja Virtual.

LOJA VIRTUAL: http://www.ordemrosacruz.org.br/

INVERNO 2016 · O ROSACRUZ


41
n OGG

OGG

42 O ROSACRUZ · INVERNO 2016


Da ORCJ
Brasil, sendo Guardiães da Chama, dos
5 aos 9 anos; Portadores do Archote,
dos 9 aos 12 anos; e Cruzados, dos 12

à OGG
aos 15 anos e 11 meses.
Em 1983 começam a ser en-
viadas as primeiras monografias
Os jovens na AMORC e no mesmo ano foi realizada a
primeira Convocação Ritualística
da Ordem Juvenil. A partir de então,
gradativamente, os Organismos Afi-
liados começaram a realizar atividades
Década de 30 – com crianças e jovens.
Somente em 1988 foi adotada ofi-
Estados Unidos cialmente a denominação “Ordem
O Dr. Harvey Spencer Lewis, auxiliado pelo Rosacruz Juvenil”. Archote
da ORCJ
Prof. Marvin Earl Cox, criador do “Sistema
Cultural da Criança”, adotado pelos melhores
institutos educacionais europeus da época,
Ordem Guias
fundou o Instituto Cultural da Criança.
Os ensinamentos do Instituto foram dividi-
do Graal – OGG
dos em três cursos, procurando atender as vá- Um novo Projeto para o Jovem do
rias fases da vida da criança, sendo o primeiro Século XXI – A decisão de desenvolver
dirigido aos futuros pais, o segundo aos pais um projeto de revitalização para a Ordem
de crianças de 10 meses a 3 anos e o terceiro Rosacruz Juvenil – ORCJ, que levou à
dedicado aos pais e às crianças de 3 a 6 anos. proposta de criação da Ordem Guias do
Após os 6 anos de idade a criança era con- Graal, foi tomada diante da constatação que o
vidada a afiliar-se à Ordem Juvenil dos Porta- modelo de que se dispunha já não se mostrava
dores do Archote, composta de lições-histórias mais capaz de atrair os jovens, por solicitação
que orientavam o ser em desenvolvimento. do frater Hélio de Moraes e Marques em
Esse material foi trazido para o Brasil setembro de 2008. O projeto foi desenvolvido
somente em maio de 1978, por iniciativa por um grupo de fratres e sorores do Brasil,
da então Grande Mestre da Grande Loja do sob a supervisão direta do
Brasil, soror Maria A. Moura. Grande Mestre.
Em São Paulo, sob a orientação da educa- Desde o início dos
dora Rosa Terezinha Bonini de Araújo, um trabalhos, a proposta
grupo de rosacruzes, formados por mais de estabeleceu que a nova
40 profissionais de todas as áreas, foi convi- Ordem Rosacruz Juve-
dado a participar do trabalho, traduzindo e nil deveria ser, essen-
adaptando as monografias à nossa realidade. cialmente, uma escola
No Brasil, o conjunto da Ordem Juvenil e do para a vida. Ela deveria
Instituto Cultural da Criança, denominou-se estar voltada para formar
Ordem Rosacruz da Criança.  pessoas íntegras, éticas,
Em janeiro de 1981 foi divulgada a criação autônomas, dispostas a desen- Símbolo
oficial de três divisões da Ordem Juvenil no volver seu potencial interior e da OGG

INVERNO 2016 · O ROSACRUZ


43
n OGG

trabalhar para a construção de uma realidade interdependência entre os indivíduos, respei-


mais justa, fraterna, harmônica e solidária. Foi tar a diversidade, saber trabalhar com confli-
com este sentido que foi cunhada a seguinte tos e saber julgar.
declaração de Missão: “Formar indivíduos 4. Aprender a Ser – Que envolve obter
capazes de assumir a condição de sujeitos au- autonomia e discernimento, explorar todos os
tônomos, com plenas possibilidades de realizar talentos pessoais e reconhecer a necessidade de
todo o seu potencial individual e que nutram o conhecer e compreender melhor a si próprio.
sincero desejo de colocar este mesmo potencial
desenvolvido a serviço de si e dos outros.” A escola de hoje se concentra em trabalhar
Na busca de um modelo a ser adotado para os dois primeiros pilares do modelo acima:
fazer da ORCJ uma escola, chegou-se ao proje- aprender a conhecer e aprender a fazer.
to Educação para o Século XXI, desenvolvido E quanto às outras duas dimensões, quem
no final do século passado por uma comissão se ocupa delas? Historicamente, esse espaço
internacional constituída por pensadores e tem sido ocupado pela família, que se valeu,
educadores, com patrocínio da UNESCO – ór- em larga escala, de uma estrutura ética e de
gão da ONU voltado para a educação – cujas valores fornecidos pela religião, qualquer que
conclusões foram publicadas no livro Educa- esta seja. Durante muito tempo, foi assim que
ção, um Tesouro a Descobrir – Relatório para os quatro pilares foram mantidos. Ocorre que,
a UNESCO da Comissão Internacional sobre desde a segunda metade do século passado, a
Educação para o Século XXI. Um dos primei- situação vem se alterando rapidamente; pais e
ros conceitos expressos pela comissão nesse mães se acham cada vez mais envolvidos com
relatório diz respeito à Missão da Educação: o desempenho de seus papéis profissionais e os
“Cabe à educação a missão de fazer com que to- filhos têm uma agenda de compromissos cada
dos, sem exceção, façam frutificar os seus talen- vez mais intensa – o que tem feito com que a
tos e potencialidades criativos, o que implica, por convivência familiar, antes frequente, agora
parte de cada um, a capacidade de se responsa- esteja, principalmente nos maiores centros
bilizar pela realização de seu projeto pessoal”. urbanos, cada vez mais reduzida.
Existe uma grande sintonia entre essa Vivemos uma época em que há um vazio
declaração e a missão da própria Ordem Ro- a respeito de quem deve e pode assumir a
sacruz. Os estudos realizados pela Comissão tarefa de ensinar os indivíduos a aprender a
apontaram no sentido de que um modelo ser e a aprender a conviver.
eficaz e completo de educação deve estar as- A melhor resposta a esta questão parece
sentado em quatro grandes pilares: ser: quem deve tomar a dianteira e suprir essa
lacuna na educação é a própria sociedade,
1. Aprender a Conhecer – Que sig- aquela instituição que podemos simplesmente
nifica conseguir conciliar uma cultura geral chamar de sociedade civil organizada, que tem
suficientemente vasta com a possibilidade de como células os próprios indivíduos, organiza-
dominar profundamente um reduzido núme- dos em entidades sociais, formalizadas ou não.
ro de assuntos. Então, considerando a grande sintonia com
2. Aprender a Fazer – Que significa a Missão da AMORC e com os objetivos defi-
ter condições de exercer vários papéis sociais nidos para a ORCJ, foi decidido que o conteú-
e estar preparado para trabalhar em equipe. do a ser trabalhado para os jovens teria como
3. Aprender a Conviver – Que envol- base os dois pilares da proposta da UNESCO:
ve conhecer e respeitar o outro, reconhecer a aprender a ser e aprender a conviver.

44 O ROSACRUZ · INVERNO 2016


Atualmente a OGG apresenta uma nova 1ª Alegoria – O estudante trava a sua
estrutura, dentro de cinco graus, respeitando primeira luta, tornando-se um Guardião do
todos os ciclos de desenvolvimento da crian- Castelo.
ça e do jovem, dentro de suas respectivas 2ª Alegoria – Encontro com um Mestre
faixas etárias. e visita ao Castelo do Bom Refúgio; torna-se
A partir da escolha da temática da Cavala- Escudeiro da Verdade.
ria, centrada no mito do Graal, foi concebida 3ª Alegoria – Encontra o Castelo do
a grade geral do conteúdo, já agora relacio- Graal, mas este desaparece e o candidato
nada com o simbolismo da busca do Graal. sai, novamente, em sua busca; torna-se Fiel
Foram definidos os títulos dos cinco graus Servidor.
relacionados com o progresso do candidato, 4ª Alegoria: – O estudante é sagrado
de acordo com a trajetória tradicional do cavaleiro, recebendo o título de Cavaleiro da
herói do Ciclo do Graal (ver quadro). Perseverança.
5ª Alegoria: – O estudante tem a opção
Faixa Título Número de de ficar morando no Castelo do Graal, mas,
etária da Classe monografias como um verdadeiro buscador no caminho
Crianças: Guardiões místico, escolhe voltar para ser um guia para
96
6 a 7 anos do Castelo outros buscadores, tornando-se Guia do Graal.
Crianças: Escudeiros
144 A cada passagem, o jovem buscador re-
8 a 10 anos da Verdade
cebe um distintivo (pin) com o símbolo do
Pré-
Fiéis grau, que é afixado em sua gola medieval;
adolescentes: 144
11 a 13 anos
Servidores também a cada alegoria lhe é confiada uma
Adolescentes: Cavaleiros da palavra de passe correspondente ao grau.
96
14 a 15 anos Perseverança A OGG foi pensada para os jovens de
Jovens: Guias nossa época. Desta forma, em breve estará
108
16 a 17 anos do Graal disponível o ambiente virtual de estudos,
Total
– 588
onde os jovens poderão, além de acessar as
Monografias monografias, ter outras orientações e com-
partilhar experiências com seus amigos.
O conjunto das Alegorias Ritualísticas da
Ordem Guias do Graal – OGG é composto
por alegorias a serem realizadas ao longo do
ano e alegorias de passagem de grau com
a devida concessão do título ao estudante,
ao final do estudo do grau, como forma de
reconhecer o merecimento obtido pela sua
persistência com relação aos estudos. Assim,
a estrutura do conjunto de Alegorias de Pas-
sagem de Grau ficou sendo a seguinte:
Início: O Chamado – cerimônia de en-
trada na OGG. O Chamado é parte de uma
Convocação Ritualística regular e constitui o
requisito básico para que se possa participar
normalmente dos trabalhos da Ordem.

INVERNO 2016 · O ROSACRUZ


45
n DOCUMENTOS

Documentos

46 O ROSACRUZ · INVERNO 2016


Juramento datado de
maio de 1915, assinado
por H. Spencer Lewis, Thor
Kiimalehto, May Banks-
Stacey, Martha Lewis e
outros membros.

INVERNO 2016 · O ROSACRUZ


47
n DOCUMENTOS

Manifesto da FUDOSI, 1934 Anúncio, 1931

48 O ROSACRUZ · INVERNO 2016


Anúncio do jornal Suffolk Citizen
(Nova Iorque), março de 1940

San Jose Mercury News, 17 de julho de 1949.


A foto no topo mostra Diana Boveé Sayler
trabalhando em um dos murais no Grande
Templo com Cecil Poole observando.

Frater Edward Lee estava a caminho de uma Convenção


na Nigéria quando o Imperator Ralph M. Lewis lhe
perguntou se ele poderia parar na Grande Pirâmide
para gravar o que se tornaria a muito conhecida
Anúncio, 1964 gravação “Sons Vocálicos na Grande Pirâmide”, 1972.

INVERNO 2016 · O ROSACRUZ


49
n PORTAL

Portal

50 O ROSACRUZ · INVERNO 2016


Portal rentes aos serviços e às atividades que a Ordem
vem desenvolvendo no Brasil e no mundo.
No endereço www.amorc.org.br são

AMORC-GLP publicados todos os eventos nacionais e in-


ternacionais da AMORC-GLP. O visitante
poderá conhecer a estrutura da AMORC no
O canal de informação mundo e encontrar os Núcleos Rosacruzes
(Organismos Afiliados) mais próximos de
feito para você! sua região, além de divulgar nossa filosofia
através das páginas: Afilie-se, O Domínio da
Vida e Câmara Externa.

N
o final dos anos 90, a AMORC Nos links e menus em destaque estão dis-
colocou no ar o seu primeiro site poníveis informações e acesso para:
para que seus membros ficassem
informados das atividades e even- – Conselho de Solace
tos da GLP e dos Organismos Afiliados. – Ecologia Espiritual
O site evoluiu e transformou-se num Por- – Cerimônias e Rituais
tal, buscando trazer sempre maiores facilida- – Publicações
des aos nossos membros. – Morada do Silêncio
Em 2015 o Portal AMORC-GLP ganhou – Canal Rosacruz
novo layout e novas funcionalidades, com
navegação interativa e acesso mais rápido e O estudante rosacruz tem também à sua
dinâmico às informações da Grande Loja. O disposição a Área de Afiliado, onde pode
Portal também pode ser visitado por meio de interagir com a GLP, receber informações
dispositivos móveis, dando a possibilidade de exclusivas sobre sua afiliação e ter acesso às
compartilhar posts e páginas nas redes sociais. revistas e às monografias digitais, caso opte
Esse ambiente permite que os visitantes por esta forma de estudo.
conheçam mais sobre a história da AMORC e Fazem também parte do Portal vários subsi-
tenham acesso facilitado às informações refe- tes de seções e departamentos da Grande Loja:

PORTAL
AMORC-GLP
www.amorc.org.br

INVERNO 2016 · O ROSACRUZ


51
n PORTAL

Universidade Rose-croix
Internacional
www.urci.org.br

Nesta homepage o visitante saberá


mais sobre estrutura da Universida-
de, conhecerá os Campi Metropolita-
no e Avançado, a Biblioteca Alexan-
dria, o Museu Egípcio e Rosacruz e o
Espaço de Artes Francis Bacon.

Ordem Guias do Graal


www.guiasdograal.amorc.org.br

Informações sobre a Seção da Ordem


para crianças e jovens (OGG)

Câmara Externa
www.camaraexterna.amorc.org.br

Oferece ao visitante material de


introdução aos ensinamentos rosa-
cruzes com valiosas lições, aplicá-
veis em todos os setores de sua vida.

Loja virtual
www.ordemrosacruz.org.br

Disponibiliza para venda os livros


publicados pela AMORC, CDs, in-
censos e itens de uso pessoal. Neste
ambiente o membro também poderá
realizar a contribuição de suas tri-
mestralidades e, se desejar, fazer a sua
doação cumprindo a Lei de Amra.

52 O ROSACRUZ · INVERNO 2016


Blog
blog.amorc.org.br

Para interagir ainda mais com os in-


ternautas, o blog da AMORC-GLP
disponibiliza textos, vídeos, mensa-
gens do Grande Mestre e mensagens
para reflexão. Leia e compartilhe. Esta
interação é muito importante para
propagar os ensinamentos rosacruzes.

ATENDIMENTO
atendimento.amorc.org.br

Nosso Portal está em constante


ampliação e contínuo processo de
inserção de conteúdo. O visitante
poderá, portanto, enviar sugestões e
comentários através da opção Aten-
dimento.

Faça parte da nossa rede! Estamos presente nas redes sociais. Curta, compartilhe e siga-nos
para ficar por dentro das novidades e informações. Aproveite estes espaços para comentar nossas
postagens.

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E tem mais novidade vindo por aí. Em breve, o lançamento do site da Tradicional Ordem Marti-
nista. Aguarde! Prestigie e acesse diariamente o nosso PORTAL!

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URCI

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URCI – o suporte científico ao
conhecimento da AMORC

A
Universidade Rose-Croix foi mais um dos legados do primeiro Imperator da AMORC,
Harvey Spencer Lewis. Sua designação em francês - Rose-Croix - é possivelmente uma
homenagem à Grande Loge Belge de la Rose-Croix Universitaire, instituição com a qual
a AMORC mantinha estreitas relações e que, por ocasião da inauguração, enviou uma
carta de reconhecimento a Spencer Lewis.1

Edifício da Rose-Croix
University, San Jose,
CA, EUA.

Símbolo da
Universidade publicado
no The Rosicrucian
Digest, maio, 1967

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meiro semestre de 1999, na gestão do Grande


Mestre Charles Vega Parucker. Nos meses de
junho e julho daquele ano foram realizadas
reuniões preparatórias com a participação
de mais de 40 membros especialmente con-
vidados, conduzidas por Parucker e com a
participação dos fratres Zaneli Ramos e Elias
Nemir. Os trabalhos tiveram lugar na Morada
do Silêncio, onde se realizaram duas mesas-
-redondas: “Princípios Rosacruzes” e “Propos-
ta para a Universidade Rosacruz”, a partir das
quais foram estabelecidas as diretrizes básicas
Pesquisador da RCU estudando a reação
cardiovascular correlacionada a vários estados de da URCI, que foi formalizada como um órgão
consciência, 1980. da AMORC regimentado pela Seção 230 do
Manual Administrativo da organização. A
estrutura proposta seguia o modelo da URCI
Atualmente a URCI encontra-se presente em francesa, sendo composta por Seções por áre-
diversas jurisdições da AMORC, com ativida- as de conhecimento, conduzidas cada qual por
des na França, no Brasil, na Itália e nos Esta- um coordenador de Seção. Nesta fase, a URCI
dos Unidos. A organização mantém também teve poucas atividades em nossa jurisdição.
um Conselho Internacional de Pesquisa e Já na gestão do frater Hélio de Moraes e
uma revista científica: “The Rose+Croix Jour- Marques, em 2009 os coordenadores foram
nal” (ISSN: 1553-9156), disponível na internet convidados para a Reunião Anual, de modo
pelo link http://www.rosecroixjournal.org/ a se apropriarem das diretrizes estratégicas
home.html, sendo seu editor-chefe o atual da Ordem. Nessa mesma reunião foi indi-
Imperator da organização, Christian Bernard. cado o frater Luiz Eduardo Valiengo Berni
Em meados dos anos 1980, a Grande Loja para coordenador científico, com a tarefa de
do Brasil, predecessora da Grande Loja de organizar um congresso e a publicação do
Língua Portuguesa, publicou muitos artigos segundo livro publicado pela URCI desta
da coluna Mindquest, os quais haviam sido jurisdição, dando continuidade à série O Ho-
publicados no The Rosicrucian Digest e em O mem, Alfa e Ômega da Criação. Este quinto
Rosacruz, entre os anos 1970 e 1980, na série
de livros O Homem: Alfa
e Ômega da Criação, edi-
tados em quatro volumes
contendo os relatórios de
pesquisa de 1976 a 1981
(volumes 1 e 2) e 1982 a
1984 (volumes 3 e 4).
Estudos para esta-
belecimento da URCI
na Jurisdição de Língua
Portuguesa da AMORC Coordenadores
Atual símbolo
da URCI. foram iniciados no pri- da URCI em 2008.

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volume chama-se “A Visão Rosacruz do Co-
nhecimento Rumo à Transdisciplinaridade”.
Constatando que o modelo até então
adotado pela URCI não estava tendo efetivi-
dade na jurisdição, frater Hélio convocou um
comitê especial para estudar novas diretrizes
que se alinhassem melhor com a nossa rea-
lidade. Este comitê reuniu-se na Morada do
Silêncio de 18 a 20 de novembro de 2010.
Foi então estabelecida uma nova seção 230,
que extinguiu as antigas Seções, sendo que I Congresso
da URCI
a participação passou a se efetivar através de
Grupos de Pesquisas. A partir desta alteração,
a URCI seria presidida pelo Reitor, Grande
Mestre da AMORC, auxiliado pelo Coorde-
nador Científico-Acadêmico e pelo Conselho
Jurisdicional de Pesquisa, Educação e Exten-
são. O CJPE é uma instância da URCI que tem
por objetivo a garantia da excelência nas ações
desenvolvidas pela universidade, formado por
conselheiros designados pelo Reitor, com for-
mação acadêmica específica e/ou de notório
saber. O Conselho reúne-se ordinariamente
uma vez por ano sob a liderança do Reitor
Comitê
para definir um planejamento estratégico. especial.
Criou-se também a missão da URCI, a
qual vigorou até 2015:

“A Universidade Rose-Croix Internacio-


nal, URCI, é um órgão da AMORC de
diálogo com a ciência que reúne estu-
dantes rosacruzes acadêmicos e de no-
tório saber, visando à integração do co-
nhecimento, de forma a contribuir para
o desenvolvimento sustentável da Ordem
Rosacruz e da sociedade em geral.”.

Nesta fase, consolidou-se o Grupo de


Pesquisa São Paulo, que foi transformado
em núcleo da URCI em 2014. Em 2011 foi
concluída a primeira pesquisa do Grupo:
Glossário de Termos e Conceitos da Tradição
Frater Berni
Rosacruz da AMORC, publicada pela GLP entrega o Glossário
em forma de livro. ao Grande Mestre.

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Em fevereiro de 2012 foi realizada a ano, durante a XXIII Convenção Nacional


banca de defesa do pesquisador frater Fá- Rosacruz, foi inaugurado o prédio da URCI
bio Mendia: A Busca do que Existe e Não no Bosque Rosacruz, que passou a incorpo-
Existe: Um Estudo Exploratório sobre os rar o Museu Egípcio e Rosacruz, a Biblioteca
Fundamentos Históricos e Tradicionais da Alexandria, o Espaço de Artes Francis Bacon
AMORC, seu Simbolismo e Rituais, interpre- e o Centro Cultural AMORC.
tados pela Abordagem Transdisciplinar. Devido às novas demandas e consultas
Em 2014 podemos apontar as seguintes sobre parcerias com universidades em di-
atividades: São Paulo – Curso de Extensão – versos estados, na Reunião do Conselho
Possibilidades TransD; Banca de Qualificação Jurisdicional de 2015 foram estabelecidas
de Pesquisa sob a coordenação do frater Luiz novas diretrizes para a URCI. A mais impor-
Eduardo V. Berni. Campinas – III Simpósio tante foi dar uma identidade jurídica própria
de Ciências da Natureza e Matemática sob a à mesma, pois até então ela se configurava
coordenação do frater Carlos Alberto Ferrari. como um órgão da AMORC.
Rio de Janeiro – Palestra sobre Metodologia Desta forma, foi criado o INSTITUTO
Científica com a soror Marly da Silva Santos. ROSE-CROIX DE ENSINO, PESQUISA E
Nordeste – Reuniões Científicas sob a coorde- EXTENSÃO com a denominação abreviada
nação do frater Carlos André Cavalcanti. de IRCEPE e, como fantasia, Universidade
Ainda em 2014 foi realizado o segundo Rose-Croix Internacional, URCI.
Congresso Nacional da URCI, com o tema Neste novo formato, a antiga Seção 230
“Misticismo e Saúde numa perspectiva serviu como base para o Regimento Interno
Transdisciplinar” e o lançamento do sexto da URCI, mantendo sua estrutura interna
volume da coleção O Homem, Alfa e Ômega básica. Definiu-se também a nova Missão da
da Criação. Em 22 de outubro do mesmo URCI, que passou a ser:

Reunião do
Conselho da
URCI, 2014.

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Reunião do
Conselho da
URCI, 2015.

“A Universidade Rose-Croix Internacio- com convidados de outras jurisdições que,


nal – URCI é uma Universidade Livre alinhado com as orientações da AMORC, te-
que tem por Missão promover a educa- ria como tema “Espiritualidade, Humanismo e
ção do Ser Humano integral, produzir Ecologia – uma abordagem transdisciplinar” e
conhecimento científico, formação, pes- seria realizado de 16 a 18 de setembro de 2016.
quisa e extensão, acessível a todos os inte- Desta forma, a URCI da Jurisdição de
ressados na construção de uma sociedade Língua Portuguesa consolida-se e projeta-se
justa, possuidora de valores éticos que novamente como a linha de frente para pes-
reflitam uma cultura de paz, humanismo quisas que coloquem em diálogo a Tradição e
e respeito à liberdade de pensamento”. a Ciência.

Na mesma reunião, decidiu-se pela reali- Nota: 1. Carta da Rose+Croix Universitaire, em AMORC, Rosi-
crucian Documents. Disponível em http://www.rosecroixjournal.
zação do I Congresso Internacional da URCI com/resources/documents/rosicrucian_documents/index.html

Livros
publicados
pela URCI.

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Organograma da URCI

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Tradicional Ordem M artinista
Jerusalém Celeste
a terra prometida
A chegada a essa simbólica “Cidade Santa, Cidade Luz, Cidade da Paz” é possível, porém somente após
serem cumpridas as etapas do percurso determinado a cada Ser. Lançando mão daquilo que pudermos
obter dos ensinamentos rosacruzes e martinistas, a percepção do caminho a percorrer se dará interior-
mente. As tradições da humanidade concordam que todas as etapas essenciais do percurso são espirituais.
A propósito das tradições, é desnecessário dizer que cada uma delas, em sua essência, é um pedaço da
Eterna Verdade e que elas se dão as mãos umas às outras, provindo de uma fonte única e revelando cada
qual, no decurso da peregrinação do homem na Terra, um aspecto da unidade de DEUS.
No início de sua busca martinista, três ferramentas são entregues ao peregrino; elas devem ser compreen-
didas, assimiladas e integradas o máximo possível, a fim de que lhe sejam úteis em sua marcha ascensional.
Que nos trazem, então, essas três ferramentas?
Humildade – Silêncio – União.
Humildade: fundação e base que permite que todas as outras qualidades e virtudes se exprimam corre-
tamente. Somada ao desapego, ela permite tomarmos consciência de que, mesmo que os princípios de
nosso desenvolvimento espiritual se encontrem em nós, o conhecimento que nos permitirá empreender
esse trabalho é impessoal e que não devemos nos envaidecer dos progressos que temos feito e das benesses
que podemos proporcionar aos outros graças a esse conhecimento.
Silêncio: o conhecimento das grandes verdades, o princípio e a ordem de todas as coisas só podem chegar à
consciência no silêncio. Na solidão e no isolamento, o peregrino aprende a imergir, graças ao seu manto, no
silêncio de sua alma, e lá ele poderá perceber, se souber escutar bem. No coração do silêncio repousa o Verbo.
União: O peregrino, à medida que caminha, adquire mais confiança. Seu desejo de DEUS aumenta e o
gérmen de Luz recebido no começo de sua busca parece crescer, assim como esse laço invisível que o religa
a todos aqueles que, como elos de uma corrente, transmitem o Conhecimento.
Cada qual deverá descer às profundezas de seu ser e escalar sua própria montanha, a fim de se tornar “um”
e permitir que a Jerusalém Celeste desça para o seu coração. Que importa se o caminho que falta percorrer
ainda é longo?
Caminhe! Continue a caminhar!
– Texto inspirado em O Pantáculo nº 24, 2016 – “A marcha para a terra Celestial”, de Didier Gilles.

S.I.

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