Unidade 2
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Lucivânio Jatobá
Recursos Minerais
QUADRO 1
Escala Geológica do Tempo
(Simplificada)
RELEVO
Lucivânio Jatobá
Tabuleiro costeiro em Goiana, PE. Visão de sul para norte. O tabuleiro está indicado
pela seta. ( Fonte: Google Earth, acesso em 7 de agosto de 2013)
Os vales terminais dos rios que atravessam esse compartimento de relevo são
bem encaixados entre os tabuleiros, assumindo, em geral, um perfil transversal do
tipo “vale de fundo chato”.
Os solos que são encontrados nos tabuleiros são arenosos e síltico-arenosos,
onde é cultivada a cana-de-açúcar.
Colinas da Zona da Mata – surgem dominantemente em terrenos cristalinos da
porção oriental de Pernambuco. Foram elaboradas por processos de erosão fluvial
desencadeados sob condições climáticas úmidas. Os topos dessas colinas podem
ser planos ou ligeiramente ondulados. O perfil das vertentes é marcadamente
convexo.
Chapada do Araripe. ( Fonte: Embrapa) Fernando, desejo que essa imagem fique em
3D, a partir da SRTM.
Clima
Lucivânio Jatobá
O Quadro Térmico
Os Regimes de Chuvas
Os regimes de chuvas compreendem os índixes pluviométricos médios e a
epoca chuvosa. Os regimes de chuvas ocorridos em Pernambuco são determinados
pela atuação de diversos sistemas atmosféricos, um dos quais de origem
extratropical.
São identificados no território pernambucano três regimes de chuvas, aqui
designados por letras estabelecidas pelo climatologista W. Köppen: 1) regime de
chuvas de verão (w); 2) regime de chuvas de verão-outono (w’) e 3) regime de
chuvas de outono-inverno (s’), conforme foi anteriormente mencionado.
1) O regime de chuvas de verão (w) é determinado pela ação de uma massa de ar
quente e úmido oriunda da região Amazônica. Essa massa de ar, chamada
Equatorial Continental (mEC), expande-se sobre grande parte do Brasil tropical,
durante o verão, determinando chuvas convectivas. Esse regime caracteriza uma
ampla área que se estende desde o oeste de Pernambuco até,
excepcionalmente, as proximidades do município de Arcoverde.
2) O regime de chuvas de verão-outono (w’) é uma decorrência de um sistema
atmosférico denominado Zona de Convergência Intertropical (ZCIT). É um
sistema de ar quente e úmido que se forma nas zonas de baixas pressões
equatoriais. Ele acarreta, a exemplo da mEC, chuvas convectivas. Em
Pernambuco, as chuvas da ZCIT acontecem no final do verão e início do outono.
Esse regime se manifesta no Semiárido Pernambucano, nas microrregiões do
Pajeú, do Salgueiro, Araripina e do Sertão do Moxotó.
Os Tipos Climáticos
O Mapa 19 apresenta os tipos climáticos, segundo a classificação de W.
Köppen. Essa classificação utiliza letras e símbolos para definir zonas e tipos
climáticos.
Os climas dominantes, segundo a classificação aqui considerada, no Estado
de Pernambuco são: As’, BShs’, Cs’a e Cw’a e Aw’.
O clima As’ (clima quente e úmido com chuvas de outono-inverno) ocorre na
Zona da Mata. Na parte sul dessa área, a faixa onde domina esse clima é mais larga
que na parte norte (Zona da “Mata Seca”).
O clima BSh (clima seco de estepe de baixas latitudes) também chamado
semiárido, apresenta altas temperaturas durante o ano e uma taxa anual de
evaporação que excede a das precipitações. Em decorrência dos diversos regimes
de chuvas anteriormente referidos, o BSh se subdivide em: BShs’ (com chuvas de
outono-inverno), BShw (com chuvas de verão), e BShw’ (com chuvas de outono-
inverno). Considera-se a isoieta de 800 mm de chuvas anuais, a linha que separa,
em Pernambuco, os climas BSh e As’.
Os climas Cs’a e Cw’a fazem parte dos climas mesotérmicos, segundo
Köppen. O clima Cs’a (mesotérmico com verões quentes e chuvas de outono-
inverno) foi chamado pelo geógrafo Gilberto Osório de Andrade de clima “Quase-
Mediterrâneo”. Esse clima apresenta temperaturas anuais mais baixas do que os
climas As’ e BSh, devido às interferências do relevo. É o clima de Garanhuns.
O clima Cw’a (mesotérmico com verões quentes e chuvas de verão retardadas
para outono) verifica-se no maciço de Triunfo. Também possui médias térmicas
anuais inferiores às dos climas As’ e BSh.
O clima Aw’ surge em Fernando de Noronha, e será descrito mais adiante.
As Secas em Pernambuco
Leitura Complementar
AS SECAS EM PERNAMBUCO
Quando se aborda o tema seca em Pernambuco, dois aspectos têm que ser
considerados: o fenômeno natural e a questão socioeconômica. Enquanto problema
natural, a seca representa um fenômeno de natureza climática, correspondente a
um déficit considerável de chuvas. Essa diminuição das precipitações, na estação
chuvosa, associa-se sobretudo a alterações que ocorrem nas temperaturas da
superfície oceânica , ou seja, nos oceanos Pacífico e Atlântico.
Nos anos em que o oceano Pacífico Equatorial apresenta águas
superficiais com temperaturas mais elevadas do que o normal, instala-se,
normalmente, um período de estiagem, sobretudo no Sertão de Pernambuco. O
mesmo acontece quando o Atlântico Tropical Sul se resfria. Neste caso, o
Anticiclone semifixo do Atlântico Sul, de onde partem os alísios de sudeste que
alimentam a ZCIT, fica mais enérgicos e assim os alísios referidos adquirem mais
energia e empurram a Zona de Convergência Intertropical para o norte. Em
decorrência as chuvas no Sertão e Agreste de Pernambuco, bem como na
Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará, diminuem consideravelmente de
intensidade na época em que era para elas acontecerem. Instala-se, então, a
seca.
Portanto, as secas são um fenômeno natural previsível e passível de ter
seus efeitos minimizados, a partir de uma infraestrutura que permita ao homem
conviver bem no espaço, por mais adverso que seja.
A imprensa passa, às vezes, a ideia, para a sociedade brasileira como um
todo, que a seca é o problema maior do Nordeste, que ela é a responsável pelos
baixos indicadores socioeconômicos da região, o que não é verdade. A seca vem
apenas agravar uma ausência de estrutura econômica geradora de emprego e de
renda. Essa ausência é fruto de um processo histórico, que reservou à região, na
economia nacional, o papel de viveiro de mão de obra barata para as áreas
dinâmicas do país.
O fenômeno seca existe como fato natural, impossível de ser impedido de
ocorrer, mas seus efeitos sociais e econômicos se agravam sobremaneira ante à
falta de políticas públicas mais eficientes.
Para que o homem possa conviver com esse fenômeno geográfico, é
preciso que, em primeiro lugar, seja solucionada a questão fundiária. A partir daí, o
investimento em obras que, embora pequenas e baratas, dão grandes resultados,
como as cisternas, os poços tubulares e as barragens-trincheiras e/ou subterrâneas,
cujas técnicas de produção o próprio sertanejo conhece, pode ser algo de suma
importância.
Diversas áreas do Semiárido Pernambucano apresentam características de
um ecossistema frágil, cujo equilíbrio pode ser facilmente rompido. Nessas
condições ambientais, o uso do espaço semiárido tem que ser repensado. Tal
espaço não suporta sempre a produção em larga escala para o mercado
consumidor. Ações humanas sobre esses ambientes, sem um planejamento
eficiente, podem propiciar graves consequências em áreas submetidas às secas
periódicas. A maior prova disso é o acelerado processo de desertificação que vem
ocorrendo em diversos quadrantes do Nordeste brasileiro, como uma decorrência de
formas de uso do solo inadequadas às condições ambientais desse espaço
geográfico.
HIDROGRAFIA
VEGETAÇÃO
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SOLOS
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