Bo 31-01-2020 14 PDF
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BOLETIM OFICIAL
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ÍNDICE
ASSEMBLEIA NACIONAL
Relatório nº 1/2020:
PA RT E B Relatório da Comissão Parlamentar de Inquérito sobre a concessão do serviço público de transportes
marítimos inter-lhas, criada pela resolução n.º 12/IX/2019, de 27 de março.................................... 266
CONSELHO DE MINISTROS
Resolução nº 4/2020:
PA RT E C Nomeando em regime de substituição, Jeremias Pires Semedo Varela, para exercer o cargo de Diretor
Executivo do Cofre-Geral de Justiça................................................................................................... 291
CHEFIA DO GOVERNO
Secretaria Geral:
Extrato do despacho conjunto nº 156/2020:
Prorrogando a cedência especial da funcionária Libéria das Dores Antunes Brito, para exercer as funções
no departamento de Desenvolvimento Empresarial da CCISS, mediante acordo mutuo................ 291
MINISTÉRIO DAS FINANÇAS
Direcção Nacional da Administração Pública:
Extrato do despacho nº 157/2020:
Aposentando Evaristo Lopes Correia, Condutor auto pesado, do quadro de pessoal da Câmara Municipal
da Praia................................................................................................................................................ 292
Extrato do despacho nº 158/2020:
Aposentando Filomena Henriqueta Silva Ramos, Apoio Operacional nível II, do quadro de pessoal da
Câmara Municipal do Sal.................................................................................................................... 292
Extrato do despacho nº 159/2020:
Aposentando Carlos Alberto Wahnon de Carvalho Veiga, ex-Deputado da Nação, do quadro de pessoal
da Assembleia Nacional....................................................................................................................... 292
Extrato do despacho nº 160/2020:
Aposentando Vitorino Moniz Pereira Semedo, Apoio Operacional nível I, do quadro de pessoal do Ministério
da Agricultura e Ambiente.................................................................................................................. 292
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MUNICÍPIO DO TARRAFAL
Câmara Municipal:
PA RT E G Extrato da deliberação nº 7/2020:
Fixando uma nova pensão de sobrevivência a favor de Justina Soares Barbosa Vicente, na qualidade de viúva de Flávio
Alves de Pina............................................................................................................................................................296
Extrato do despacho nº 12/CMT/2019:
Reconvertendo a categoria de Assistente Técnico nível V, Lizete Lopes Spínola, Técnico Profissional, em regime de
contratado a tempo indeterminado com a Câmara Municipal....................................................................296
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PA RT E B
ASSEMBLEIA NACIONAL público, segundo os princípios de universalidade, igualdade, continuidade,
regularidade, acessibilidade de preços, eficiência, segurança, atualidade,
cortesia e tratamento adequado dos utentes na sua prestação.
––––––
O Governo da República assume como uma das prioridades da sua
Relatório nº 1/2020: ação, a melhoria dos níveis de serviços no que se refere às ligações
marítimas inter-ilhas e diz que, sendo o País, um arquipélago, a ligação
RELATÓRIO DA COMISSÃO PARLAMENTAR DE entre as ilhas é determinante para assegurar a eficiente mobilidade
INQUÉRITO SOBRE A CONCESSÃO DO SERVIÇO PÚBLICO de passageiros e cargas e garantir a unificação do mercado nacional,
DE TRANSPORTES MARÍTIMOS INTER-ILHAS trazendo, consequentemente, uma nova dinâmica à economia com a
criação de novas oportunidades de negócios e investimentos.
(Resolução nº 112/IX/2019, de 27 de março)
Segundo o governo o “transporte marítimo interno de carga e passageiros
I - INTRODUÇÃO vinha funcionando por vários anos de forma ineficiente” razão pela qual,
explica ainda o Executivo no preâmbulo do contrato, impunha-se “ao
Por iniciativa do Grupo Parlamentar do Partido Africano para a Governo assumir a prestação do serviço público e introduzir uma nova
Independência de Cabo Verde (GP-PAICV) ao abrigo dos artigos 147º, 168º dinâmica nesse sector, tendo decidido, em Janeiro de 2018, lançar o
alínea f) e 180º da Constituição da República, dos artigos 53º, 287º, 288º concurso público internacional para a gestão e exploração do serviço público
nº 1, alínea c) e 290º do Regimento da Assembleia Nacional e dos artigos de transporte marítimo de passageiros e cargas inter-ilhas”, para selecionar
3º, 4º alínea c) e 7º nº1, da Lei nº 110/V/99, de 13 de setembro, remeteu- um parceiro estratégico, com know how comprovado no setor, através
se ao Presidente da Assembleia Nacional, a 25 de fevereiro de 2019, um de uma concessão única, para passar a fazer a gestão e a exploração do
requerimento (Anexo I) de constituição obrigatória de uma Comissão serviço público de transporte marítimo de passageiro e cargas inter-ilhas,
Parlamentar de Inquérito para, a grosso modo, averiguar a legalidade e a um concurso, na ótica do Governo, competitivo e transparente, seguindo
transparência do processo de concurso para a Concessão do Serviço Público todas as regras da Contratação Pública vigentes no País.
de Transporte Marítimo Inter-Ilhas, lançado em 28 de janeiro de 2018.
Um concurso que, ainda, segundo o Governo, seria limitado por
O GP-PAICV fundamenta o pedido com o facto de o PAICV considerar prévia qualificação, portanto, com duas fases, sendo a primeira para
a edificação de um sistema regular do transporte marítimo inter-ilhas a submissão das manifestações de interesse pelos candidatos e a
um imperativo para o desenvolvimento do País, não só, pela sua condição segunda para a apresentação das propostas técnicas e financeiras pelos
insular, mas também, por permitir a circulação das pessoas e bens, por candidatos qualificados.
forma a corresponder às dinâmicas económicas da atualidade, razão As sucessivas reclamações e contestações, em todas as fases do
pela qual, enquanto governo fez aprovar, em 2013, a Carta de Política concurso, pela Associação Cabo-verdiana dos Armadores da Marinha
de Transportes que estabeleceu o desenvolvimento e a modernização Mercante (ACMM) e por alguns concorrentes, com recurso à Autoridade
das infraestruturas portuárias e a facilitação do transporte marítimo Reguladora das Aquisições Públicas (ARAP) e ao Tribunal, não inibiram
inter-ilhas como prioridade neste domínio, matéria, igualmente, o Governo de adjudicar a concessão e de assinar o contrato com a
preconizada, no seu Programa de governação para a VIII Legislatura. Transinsular, S. A., que irá gerir a concessão com 51% do capital social,
O GP-PAICV acresce, ainda, que na esteira das orientações traçadas, ficando os restantes 49% para os armadores nacionais.
a concessão do serviço de transportes inter-ilhas passou a ser exercida Assim, para o PAICV, é importante e urgente que as dúvidas sejam,
em regime de serviço público, de modo a atender a satisfação do interesse definitivamente, esclarecidas e as respostas dadas, factos que motivaram
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- A política do Governo para o Setor dos Transportes Marítimos Desta reunião e de outras que se seguiram, resultaram Memorandos
Inter-Ilhas; elaborados pelos Secretários da CPI e que constituem anexos ao presente
- Todos os estudos e projetos que foram submetidos ao Governo para apoio Relatório (Anexos IV-A)
dos armadores nacionais para a assunção das rotas domésticas;
1.5. Mandato da Comissão Parlamentar de Inquérito
- Todos os dados, contratos, acordos, compromissos e informações
da negociação desenvolvida, pelo Governo de Cabo Verde, O artigo 4º da Resolução nº 112/IX/2019, de 27 de março, que cria
direta ou indiretamente, com a Transinsular; a CPI, fixa o prazo de 180 (cento e oitenta dias), a contar da data da
- Todos os documentos relativos ao cumprimento ou escrupuloso respeito, tomada de posse da Comissão, para a conclusão dos trabalhos que
pelo Governo de Cabo Verde, das leis vigentes no País, na matéria, culmina com a apresentação deste Relatório, que é o prazo máximo
e de todas as normas de transparência e de Tprocurementp. nos termos da legislação vigente.
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Entretanto, tendo em consideração que o prazo concedido à CPI No uso da faculdade conferida pelo artigo 147.º da Constituição da
para a realização da sua missão, definida na Resolução nº 112/IX/2019, República, e dos artigos 17.º e 18.º do Regime Jurídico dos Inquéritos
revelou-se insuficiente, a Assembleia Nacional votou, nos termos da Parlamentares, definido pela Lei n.º 110/V/99, de 13 de setembro, com
alínea g) do artigo 180.º da Constituição, a Resolução Nº 135/IX/2019, as alterações introduzidas pela Lei n.º 5/VI/2001, de 17 de dezembro,
de 25 de outubro, (Anexo V) que prorroga, por um período de 90 dias a CPI-TM preparou, previamente, na sua reunião ordinária de 30 de
o prazo inicial concedido à Comissão, para a conclusão dos trabalhos, outubro de 2019, a lista de audição a várias personalidades e entidades,
sendo que o prazo conta a partir da data da entrada em vigor da presente na sua maioria com reponsabilidade na gestão dos transportes marítimos.
Resolução (26 de outubro).
Neste ponto, os procedimentos foram os mesmos para a solicitação
II – CONSIDERAÇÕES GERAIS das informações e dos documentos, tendo, nos termos do disposto no n.º
2 do artigo 8º da Resolução n.º 112/IX/2019, de 27 de março, durante
2.1. Metodologia de Trabalho a 1ª reunião interna da CPI, sido comunicado aos Partidos Políticos,
nela representados, o dever de, no prazo de 10 dias, a contar da data da
A CPI laborou com base no Regulamento Interno, aprovado na sua realização da referida reunião, de apresentarem as listas das entidades
1ª reunião e no Cronograma das Audições, previamente estabelecido, e personalidades a serem ouvidas pela CPI.
tendo sempre presente os acertos que iam sendo feitos ao longo do
percurso, decorrentes, na sua maioria, da incompatibilidade das agendas Neste contexto, os dois grupos parlamentares apresentaram as suas
das partes, tendo todas as decisões sido tomadas pelo coletivo da CPI. listas (Anexo VII) e os Serviços Parlamentares de apoio à CPI, por
despacho do Presidente, fizeram os contactos necessários para o efeito.
Outrossim, todo o trabalho da CPI obedeceu o estipulado na Constituição
da República, no Regime Jurídico de Inquérito Parlamentar, na No geral, das entidades inicialmente propostas pelos dois Grupos
Resolução que a constituiu e nos articulados respeitantes ao Regimento Parlamentares, ninguém se recusou a ser ouvido, tendo todos colaborado,
da Assembleia Nacional. na medida do possível. Apenas a Sra. Joana Helena de Carvalho, PCA
do Instituto Marítimo Portuário e o Sr. Gilberto de Barros, Secretário de
No cômputo geral, apesar da complexidade da matéria em causa, Estado das Finanças é que não foram ouvidos, por decisão da própria CPI.
os trabalhos decorreram dentro da normalidade e das condições
disponibilizadas à CPI. A Sra. Sara Lopes, antiga Ministra das Infraestruturas e Economia
Marítima, também não foi ouvida porque encontrava-se fora do País e onde
A disponibilidade das partes nem sempre coincidiu e isso levou a estava não havia condições para que fosse ouvida, via videoconferência e
vários ajustes no cronograma das audições e no programa da Comissão. o PAN indeferiu o processo de deslocação dela, por conta da AN. Apesar
da CPI ter decidido ouvi-la, por escrito, não surtiu efeito, porque os
De registar o facto de um grupo considerável de personalidades, Deputados não apresentaram as perguntas, na data combinada, ao
nomeadamente de Armadores Nacionais residentes em S. Vicente, Presidente da CPI, com a exceção da Deputada Vera Almeida.
terem manifestado o interesse de serem ouvidos pela Comissão As 5 (cinco) personalidades, abaixo indicadas, foram ouvidas via
naquela ilha, e de a Comissão ter decidido, favoravelmente, na sua videoconferência, pelas razões expostas acima, na metodologia do trabalho:
reunião deliberativa de 17 de junho, no âmbito das suas atribuições e
competências e o Presidente da Assembleia Nacional ter indeferido o - Sr. Antúnio Barbosa, vogal do Júri na 2ª fase do concurso;
processo de deslocação dos membros da CPI, com o argumento de que
a Assembleia Nacional reúne todas as condições para a realização das - Sr. Luís Viula, representante da POLARIS, SA;
audições via videoconferência.
- Sr. José Eduardo Lopes Spencer, Armador VERDE MAR;
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A CPI, ciente de que a complexidade da matéria em causa requer - Sr. João António Guilherme Delgado, Presidente da ACAMM, e
que as audições sejam presenciais e não se sentindo confortável com
esta medida de indeferimento do PAN, decidiu que o Presidente da CPI - Sr. João do Rosário, Armador ALISEU, Lda.
deveria insistir com o PAN, mostrando as razões desta decisão da CPI,
diligencia que foi mal sucedida, por não ter sido possível o encontro Em suma, foram ouvidas 22 personalidades ligadas ao processo da
com o PAN. Prevendo este cenário, a CPI havia pensado num outro Concessão dos Transportes Marítimos, conforme a lista anexa.
cenário alternativo que seria trazer as personalidades a Praia, tendo o
Presidente da CPI ficado com o compromisso de, ele próprio, contactar III – CONTEXTUALIZAÇÃO
direta e pessoalmente cada uma dessas personalidades, para, por um A questão do serviço público no transporte marítimo inter-ilhas
lado, pedir as desculpas pelo sucedido, uma vez que já tinham sido emerge da singularidade territorial do País, constituído por ilhas, com
comunicadas da decisão da Comissão, e convence-las, por outro, a se distâncias significativas entre si, localizadas num perímetro marítimo
deslocarem a Praia com todas as despesas pagas, aliás, o que parecia com cerca de 50 mil km2, e marcado, portanto, por todas as circunstâncias
ser indiscutível, primeiro, por ser uma competência da CPI e, segundo negativas da insularidade.
por o Parlamento dispor de orçamento próprio para o funcionamento
das CPIs. O PAN, indeferiu, de novo, o expediente de deslocação das O meio aquático, neste caso concreto o mar, funciona para Cabo Verde
personalidades, com o mesmo argumento de que a AN reúne todas as como as estradas e autoestradas funcionam para os países continentais,
condições para a realização das audições via videoconferência. sendo, por isso, o papel do transporte marítimo no comportamento da
economia e no desenvolvimento regional, assumido, sem quaisquer
Perante esta situação, a Comissão decidiu avançar com as audições restrições, como extremamente relevante.
via videoconferência, embora tivesse dúvidas em relação a qualidade
da internet. É importante que todas as ilhas aumentem a sua competitividade,
para que cada uma possa contribuir com todas as suas potencialidades
Com vários cortes nas intervenções quer dos auditados, quer dos para a harmonia e o desenvolvimento do todo nacional, dentro das
membros da CPI, houve momentos de muita dificuldade no entendimento adversidades e especificidades de cada uma, requerendo, para o efeito,
e na exatidão, principalmente das respostas que mais interessavam a CPI. uma atuação seletiva em função da identidade e dos recursos endógenos
específicos de cada uma delas e um tratamento diferenciado, mas que
De todo o modo, as audições via videoconferência foram feitas. procura, acima de tudo, desenvolver processos de inclusão consistentes,
tanto a nível económico como social.
2.2. Informações e documentos solicitados
Neste particular, assegurar todas as condições de acessibilidade e
A CPI- TM, no quadro das suas atribuições, efectuou diligências várias mobilidade compatíveis, assim como a oferta de um serviço público de
ao abrigo do disposto no artigo 147.º da Constituição da República e dos transportes de qualidade, sem restrições e com igual dimensão social,
artigos 14.º, 17.º e 18.º do Regime Jurídico dos Inquéritos Parlamentares que pondera as necessidades e as particularidades de cada uma das
tendo, de um modo geral, recebido a colaboração das entidades no Ilhas, parece ser uma medida determinante.
fornecimento de informações e documentações solicitadas.
Diante da inexistência de uma alternativa a um modelo de gestão
Em cumprimento do disposto no n.º 2 do artigo 8º da Resolução n.º do transporte marítimo inter-ilhas, assente no serviço público e na
112/IX/2019, de 27 de março, durante a 1ª reunião interna da CPI, o concessão dos serviços de transporte, de um modelo liberalizado que
Presidente comunicou aos Partidos Políticos, nela representados, que impossibilitem os operadores de criar soluções rentáveis para manter
tinham um período de 10 dias, a contar da data da realização da referida num patamar de razoabilidade, o acesso ao transporte por parte da
reunião, para apresentarem as listas dos documentos e informações a população e das empresas, a pergunta que não se cala é se o atual
serem solicitados pela CPI. sistema cumpria bem essa função e se o fazia em termos satisfatórios,
quer do ponto de vista da procura – passageiros e transportadores –
Nesse contexto, os dois grupos parlamentares apresentaram suas quer do ponto de vista da eficiência económica e social.
listas (Anexo VI) e os Serviços Parlamentares de apoio à CPI, por A resposta apontou para a necessidade e urgência de se reformular o
despacho do Presidente, remeteram os respetivos pedidos às Instituições atual modelo de produção e o paradigma da oferta que lhe está subjacente.
e Personalidades visadas.
Com esta visão e ciente do papel vital do sector marítimo e portuário
Apesar de se ter registado um ligeiro atraso no envio dos mesmos, na integração do território e no desenvolvimento económico e na equidade
que fez com que a CPI tivesse de reprogramar o Cronograma, aprovado social em todo o país, o Governo anterior desenvolveu um vasto processo
na sua 1ª reunião, no essencial, os documentos e as informações foram de reforma do sector dos transportes marítimos e portos, suportado por
enviados à CPI, o que demonstra que as Instituições colaboraram. estudos consistentes e que foram determinantes (Anexos VIII).
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que havia sido configurado e criado precisamente para apoiar o O Cte José Manuel Fortes, (Anexo X) na qualidade de Vogal do Júri
desenvolvimento do transporte marítimo em Cabo Verde, financiando da 1ª fase e Presidente do Júri da 2ª fase do concurso, declarou o seguinte:
o processo em dois aspectos fundamentais: a modernização da frota dos
armadores nacionais operando nas Concessões atribuídas e, naquilo que Entende que, para responder à questão, “falar só no processo
remanescesse, providenciando os fundos necessários para suportar o concursal cria-nos, desde logo, um problema grande, que temos de
pagamento das indemnizações compensatórias, se e quando reclamadas falar do que suporta todo o processo. Há toda uma análise que se faz
pelos Concessionários e aprovadas superiormente pelo Concedente. em termos de estudos, há decisão política, sobre a estratégia que é feita
por quem de direito e, a partir daí, é que temos de trabalhar o processo
Este é, pois, o ponto de partida para a reorientação da solução com de concurso. O processo de concurso é conduzido com base no Código
a adoção do modelo do Transporte Marítimo Inter-ilhas apresentado da Contratação Pública (CCP) que Cabo Verde tem, nós não podemos
anteriormente, que tem agora como pressuposto fundamental a criação fugir daí. Infelizmente, nós não temos um bom CCP para a matéria
de uma Concessão Única e a sua atribuição na decorrência do lançamento de serviço público. Uma coisa é contratação pública para aquisições
de um Concurso Público Internacional. e outra coisa é contratação pública para o serviço público. Portanto,
há processos que são muito complexos, sobretudo, quando nós temos
Com a definição deste cenário, considerado o mais adequado, deu-se ilhas e temos diferenças de qualidade de vida nas diferentes ilhas, o
arranque ao processo de concurso para a concessão dos serviços públicos que implica outra forma de tratar as questões de contratação pública.”
de transportes marítimos inter-ilhas.
“Mas nós seguimos, de facto, o CCP e ele limita muito o poder das
IV – CONCURSO equipas, portanto as equipas que estão à frente, pura e simplesmente,
O Código Marítimo de Cabo Verde, regulado pelo Decreto-Legislativo seguindo o CCP, têm fortes limitações, não conseguem, de facto, avançar
nº 14/2010, de 15 de novembro, atribui ao Estado a responsabilidade de com nada, mas dá um poder enorme de alegações, de contrapor decisões
assegurar, por si ou através de concessão, a prestação de um serviço público aos concorrentes, isto é bom, de certa forma, mas se o sistema funcionasse
de transportes marítimos internos de cargas e passageiros, universal, rapidamente e houvesse respostas rápidas. O próprio CCP permite isto,
contínuo, regular e acessível, que satisfaça as necessidades da população, e depois o sistema não responde ao nível desejado.”
dinamize a economia e integre e unifique o mercado nacional interno.
“De todas as formas nós avançamos com o concurso, recebemos - o
Assumido que foi o Cenário de Rompimento do Paradigma Atual, relatório preliminar e o relatório final da fase de candidatura é muito
com a implementação de um Monopólio Regulado e criação de uma específico – eu queria aqui clarificar, desde logo, uma questão que é
Concessão Única, através de um Concurso Público Internacional, fundamental que é, alguém retirou do nosso Código a questão das
aberto a todos os operadores interessados – nacionais e estrangeiros, manifestações de interesses. O código é muito semelhante ao código
o Governo, através da UASE – Unidade de Acompanhamento do português, mas o Código português deixou a fase de manifestação
Sector Empresarial do Estado, a 30 de janeiro de 2018, decidiu lançar de interesse, e nós, por as pessoas que criaram o Código, ou porque
o Concurso Público Internacional, por Previa Qualificação, através do quem esteve envolvido na criação do CCP, pensar, sobretudo, em
qual pretendia selecionar um parceiro estratégico, com comprovada aquisições, retirou a fase de manifestação de interesse e entramos logo
capacidade financeira, know-how e experiência neste ramo de atividades, em candidaturas e a fase de manifestação interesse é fundamental
para, em regime de exclusividade fazer a Gestão e Exploração do Serviço para dar informação a todos aqueles que estejam interessados e para
Público de Transporte Marítimo. (Anexo IX) permitir que, quem lança o concurso, tenha ideia do interesse público
que se tem, de potenciais concorrentes para o processo”. Portanto, nós
O concurso público internacional limitado por prévia qualificação tem retiramos isso e passamos a ter a fase de candidatura isto criou, desde
o desiderato de selecionar, mediante princípios de transparência, rigor, logo, algum problema, porque quando lançamos o concurso, o anúncio
equidade e em cumprimento das regras legais de contratação pública, falou em manifestação de interesse”.
um parceiro privado com experiência no setor e comprovada capacidade
financeira para realizar os investimentos necessários por forma a assegurar a Entretanto, “De seguida, recebemos, de facto, oito (8) envelopes,
melhoria da conetividade marítima entre as ilhas, o aumento da mobilidade envelopes porque nem todos continham os documentos necessários e
interna de passageiros e cargas e a dinamização da economia nacional com analisados os envelopes detetamos que, de facto, havia gente que, pura
a criação de novas oportunidades de negócios e investimentos. e simplesmente, tinha feito uma carta e, pelo CCP não podíamos aceitar
essas candidaturas, porque tinham que trazer, desde logo, os documentos,
Assim sendo, foi realizada a primeira fase de qualificação das digamos, todo o curriculum da empresa para analisarmos.”
sociedades comerciais nacionais e internacionais que exercem a atividade
de transporte marítimo de cabotagem por, pelo menos, sete anos e com “Houve uma falha pois quando se avançou para o concurso tivemos o
capacidade para afetar à concessão uma frota de cinco navios RO- aconselhamento jurídico que nos disse que não era necessário meter todos
PAX, com certificação de classe, com idade até 15 anos, adequados às os documentos na fase de candidatura e que isso seria na fase posterior,
caraterísticas do tráfego e dos portos nacionais. na fase de propostas e, portanto, isto não está explícito no nosso Código
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empresa não podia sequer ser recebido, sequer ser admitido, enquanto
candidato. Houve também outra concorrente que juntamente com a as lacunas também que o Código tem. Houve um caso em concreto em
sua candidatura não apresentou uma declaração de inexistência de que o Júri tomou uma decisão que não foi aceite pela ARAP, que tinha
impedimentos que, segundo o anúncio público, deveria apresentar, e houve que ver com a aceitação da declaração de inexistência de impedimentos, e
uma terceira candidata que não apresentou os documentos exigidos. No nessa parte, efetivamente, houve esse lapso porque do nosso entendimento
final da avaliação do ato público só havíamos recebido 6 candidaturas.” o fato de termos colocado um link que dava acesso ao anexo que é a
declaração, já era o suficiente para que a candidata estivesse na posse
“Após o ato público emitiu-se uma certidão contendo a Ata que foi de um modelo da declaração e apresentasse para efeitos da candidatura
disponibilizada a todas as candidatas, após que uma das candidatas e a candidata não apresentou e alegou que não constava, acoplado ao
submeteu uma reclamação à ARAP, através da Comissão de Resolução de anuncio em si, essa declaração e que não tinha de ter conhecimento. A
Conflitos, contendo várias questões que levantava a cerca do concurso, mas decisão da ARAP foi no sentido de que o Júri tem realmente de anexar
sublinhando principalmente o facto de não ter sido admitida por causa da e não fazer links para o acesso posterior, pelo que admitiu a receção
declaração de inexistência de impedimentos que não havia entregue. Houve fora do prazo, dessa declaração de inexistência. Naturalmente, que isso
uma decisão da Autoridade Reguladora das AP, no sentido de mandar serve como um novo aprendizado no que toca a contratação pública no
ao Júri admitir a entrega à posteriori dessa declaração, pelo que no final, sentido de tentar detalhar o máximo possível., porque no que toca aos
antes da avaliação em si, essa candidata foi recebida, foi acolhida para outros aspetos, o procedimento baseou-se mais ao nível da interpretação
efeitos de avaliação, porque isto é apenas uma fase de saber se tem ou não dos artigos do Código de Contratação Pública.”
o cumprimento das formalidades, e sem tem ou não os documentos para
a avaliação. A fase posterior foi, efetivamente, a avaliação ja segundo os Ainda sobre esta questão, o Sr. Rui Oliveira e Silva, (Anexo XII)
critérios constantes do documento do procedimento.” vogal do Júri, esclareceu que, o trabalho do Júri em qualquer concurso
“Na segunda fase o Júri avaliou cada um dos critérios constantes público, seja ele concurso de aquisição ou concessão, as tarefas do Júri
do anúncio, verificando se cada empresa tinha ou não preenchido, vão de acordo com aquilo que está explanado no Código da Contratação
tinha ou não as qualificações necessárias para passarem para a 2ª Pública do qual constam todos os elementos, os princípios e os valores
fase, porque só nesta fase é que seria feita uma avaliação já técnica, básicos que devem ser seguidos. Uma concessão do serviço de uma
com atribuição de um ranking, uma pontuação e classificação do 1º ao atividade ou qualquer infraestrutura segue as mesmas regras, ou seja,
3º, 4º 5º lugar. Durante essa fase produz-se um relatório preliminar, o Código determina quais os procedimentos que o Júri deve seguir para
contendo a avaliação, envia-se a todas as candidatas, porque tem, nos executar as tarefas. Para o efeito, a primeira fase é a nomeação do Júri,
termos do Código de Contratação Pública o direito ao contraditório, que no caso de concessão é feita por meio de uma Resolução, e assim foi
é o que se chama de audiência previa. Durante a audiência previa, têm a feito. Portanto, foi uma Resolução assinada pelo Ministro das Finanças
faculdade de emitir um pronunciamento sobre o que consideram de toda e pelo Ministro da Economia Marítima. Foi nomeada uma equipa
a análise feita pelo Júri, de acordo com o relatório preliminar. Fez-se para dar tratamento a toda a elaboração da documentação e também,
isso, houve efetivamente duas pronúncias por parte de duas candidatas, como é óbvio, tratar das análises das propostas. Numa primeira fase
cada uma com o seu fundamento e fez-se uma nova análise das pronúncias a intervenção do Júri foi meramente de assessorar o Governo, pois que
para se determinar se o Júri tinha ou não fundamento para manter o seu era uma intervenção da obrigação do Instituto Marítimo Portuário…
posicionamento no relatório preliminar, se teria de modificar ou não. O fui chamado em algumas ocasiões para, assim, assessorar nessa etapa.
Júri chegou a conclusão de que não, não procederia a alteração pelo que Posteriormente, com a resolução, em si, das análises das propostas fiz
fechou um relatório final e submeteu à entidade adjudicante, neste caso parte da equipa para avaliação das propostas. A equipa era liderada pela
o Governo, mas que mandatou o Ministério das Finanças e o Ministério UASE, pelo Ministério da Economia Marítima e o Instituto Marítimo
da Economia Marítima, para efeitos de aprovação, porque o Código de Portuário. O Júri procedeu à análise das propostas iniciais, avaliou
Contratação Pública dá esse poder adjudicante de aprovar o relatório final.” e fez a seleção prévia dos participantes e foi elaborada uma ata para
demonstrar o que tinha sido feito na altura”. Posteriormente a isso, foram
“Iniciando a 2ª fase, já tendo um leque de candidatas qualificadas, levados em consideração as respostas e os esclarecimentos solicitados por
enviou-se um convite para apresentação das propostas, conforme determina alguns concorrentes que, numa primeira fase, não foram classificados
o Código de Contratação Pública, contendo o prazo para apresentação e para a fase seguinte, o que considero ser natural e normal, porque havia
todos os critérios que seriam utilizados para efeito de avaliação técnica critérios muito objetivos que deveriam ser cumpridos. Critérios esses, por
dessas propostas, já com um conteúdo mais denso, porque já é uma fase exemplo, a capacidade económica e financeira, experiência, a questão
mais complexa onde se analisam todas as apetências da entidade para da projeção de toda a documentação exigida do estudo de viabilidade
efeitos daquela concessão, de acordo com a sua capacidade técnica, o económica, a capacidade de trazer para o mercado alternativo, já que
nível de experiencia cada candidato para efeitos daquela concessão, ela existe, de forma a tentar reforçar, a atividade marítima, de trazer
de acordo com a sua capacidade técnica, o nível de experiência, os algum tráfico neste sentido. Partindo deste pressuposto, após a emissão
navios que trará para a concessão, a idade dos navios, para além da dos esclarecimentos, algumas entidades interpuseram recurso junto da
capacidade financeira.” Entidade Reguladora, o que é normal nos processos deste tipo.”
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“Em relação ao concurso, fui indigitado para conduzir o processo Declarou ter ouvido conversas comprometedoras entre o Cte Fortes
na primeira fase em que fui Presidente do Júri, numa equipa de cinco e outras pessoas enquanto aguardava para ser atendido por este “…
elementos, sendo um Presidente, dois vogais e dois suplentes.” sentados ao lado da porta, ouvimos a conversa do Sr. Manuel Fortes e
outras pessoas lá dentro e quando entramos para nos ajudar a esclarecer
“O processo decorreu em duas fases, numa primeira fase em que e mostrar o que é que pretendíamos, ele com poucas palavras, e passou
foram convidadas as empresas a manifestarem interesse e, na segunda por email, (terá dito) o que iria acontecer na primeira fase e o que é
que era para ser… foi aí que se começou a perceber de muitas coisas,
3 093000 000000
Para a Sra. Maria João Novais (Anexo XV), Presidente da Comissão “Os membros do Júri ao analisarem todos os concorrentes podem
de Resolução de Conflitos da ARAP, “O júri tem os poderes limitados dizer quando é que a Transinsular teve o know-how em transportes de
pelo caderno de encargos… eu volto a repetir, qualquer concurso tem passageiros? Que é uma coisa bastante delicada! Tem experiência em
os elementos fundamentais dos seus documentos do concurso, e não transportes de combustíveis e de contentores. Quanto a transportes de
se pode mexer nos documentos do concurso, são inalteráveis. Porquê? passageiros pode ver todo o curriculum e ver que não tem nada a ver com
Porque, senão altera o princípio de igualdade entre os concorrentes…” passageiros. Passageiros não é combustível, nem tão pouco contentores.
Nunca transportaram passageiros!”
“Esses tipos de erros podem ser admitidos, também o júri tem uma
intervenção, quando são questões que não são fundamentais em termos O Sr. Franklim Aguiar, Representante da POLARIS, SA, (Anexo
de proposta, mas sempre, como eu digo, o princípio tem que ser sempre XVII) questionado sobre a imparcialidade do júri, respondeu, “Eu nesse
igual para todos, porque senão o princípio da igualdade não funciona...” aspeto não gostaria de pronunciar, porque, primeiro não sou jurista e não
sei. Eu só sei que os argumentos que apresentaram, para mim, servem.E
“…não existe essa amplitude dos poderes porque senão, então aí sim,
pegávamos no Código e dizemos põe o Código de lado e o júri faz como Respondendo sobre o cumprimento da lei e a transparência no processo
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“Talvez eu seja suspeita para falar do Código de Contratação Pública, Para a Sra. Maria João Novais, Presidente da Comissão de Resolução
mas acredito que reúne boas condições para o país no que tange a essa de Conflitos da ARAP “…relativamente a ser um bom Código ou a ser
matéria, no processo de desenvolvimento da democracia, porque o um mau Código, não me parece que o critério de se fazerem as leis
desenvolvimento da democracia também está atrelado as soluções que está em serem boas ou serem más. É um critério muito subjetivo para
se tem tomado a nível mundial na área da contratação pública, pelo se estar a qualificar o Código. O que eu digo é que, desde a primeira
que acredito que temos um excelente CCP, não obstante a evolução, a lei de aquisições públicas que houve uma evolução gigante a nível da
modernização seja patente diariamente nessa matéria.” Contratação Pública em Cabo Verde e foi uma evolução muito positiva,
que é de registar …e vou dizer mais, neste momento, como falou que é o
“O Código de Cabo Verde é do nosso tempo é da nossa realidade e é meu instrumento de trabalho, devo-lhe dizer que pelas estatísticas que
do nosso país, e para tal acho que sim, o Código permite garantir não só vêm, em maio/abril, já tínhamos decidido mais casos na Comissão de
a condução deste procedimento como acredito que garante e garantirá a Resolução de Conflitos do que o ano passado todo, isso é um sinal que
condução de outros procedimentos, tanto é que o Código é um excelente a Contratação Pública funciona e que as regras são válidas para todos
instrumento legal, que permitiu o exercício do direito a audiência prévia, e há um acreditar neste sistema de Contratação Pública que nós temos
da participação dos operadores na decisão da administração pública, em Cabo Verde montado…. Confesso que não houve até agora uma
portanto, o código estabelece premissas que possibilitem aos operadores decisão que tivesse sido posta em causa nos Tribunais, de maneira que
económicos, reclamar, impugnar, recorrer, pedir esclarecimentos durante eu acho que isso é um dado que é um ganho que é positivo a nível da
todo o procedimento e isso na minha opinião foi feito.” contratação e do documento que nós temos..
“Trata-se de um concurso complexo, uma área de extrema importância Para o Vice-Primeiro Ministro e Ministro das Finanças, Olavo
para o país e acredito que o ruído tenha a ver com a dimensão e com a Correia, enquanto governante com responsabilidades em matéria de
complexidade do processo.” contratação pública,
“Relativamente à questão da manifestação de interesse, de facto, o Código, ì…nós temos duas questões aqui em Cabo Verde em relação ao Código
no artigo 40º, referente aos tipos de documentos que cada procedimento de Contratação Pública. Há uma que não tem a ver com o código, nem
deve trazer, diz apenas que o concurso limitado por prévia qualificação com a ARAP, que tem a ver com a planificação da parte das entidades
tem que ter o programa de concurso, o caderno de encargos e o convite contratantes... Falta de planificação, esse é o primeiro problema que
para a apresentação de propostas, contudo, no âmbito da tramitação não pode ser escamoteado nas Câmaras Municipais e nas entidades
do procedimento vê-se que o concurso limitado por prévia qualificação, públicas temos de planificar. Sabemos que um concurso demora seis
numa primeira fase, os operadores apresentam candidaturas, mas o meses temos de começar esse concurso seis meses antes, agora não
artigo 2º diz o seguinte, mCandidatura é uma declaração pela qual o podemos pensar que o concurso demora seis meses e começar um mês
candidato manifesta à entidade adjudicante a sua inequívoca vontade de antes e no dia seguinte queremos ter o processo fechado e há outras
contratarC, portanto, considero ser isso uma manifestação de interesse, entidades que trabalharam e trabalham com base no quadro legal
e vejo nisso uma questão de terminologia. Na minha opinião, quando existente e que nunca reclamam do quadro legal existente… e depois
se fala em manifestar interesse está-se a falar do gesto do candidato. existem questões legais que podem ser melhoradas e nós estamos a
Não obstante noutras paragens existir esse documento de manifestação trabalhar com o apoio do Banco Africano para fazermos uma revisão de
de interesse, aqui apresenta-se a candidatura, que significa, no meu todo o Código da Aquisição Pública que também há muita lentidão do
entender, a manifestação de interesse no âmbito de um procedimento processo, às vezes… a lei, de facto, é moderna mas coloca-se a questão,
limitado de prévia qualificação.” se a lei moderna está ajustada à realidade de um país arquipelágico,
insular e com o estado de desenvolvimento que tem Cabo Verde hoje,
“Tenho dificuldades em responder sem conhecimento dessas lacunas, e se isso não é um próprio empecilho a todo o processo de contratação
contudo, relativamente a este código e ao dossier, o que o código nos diz em pública. Portanto, um é reconhecer que temos um défice de planificação
relação a este tipo de serviço, é que temos que escolher um procedimento de preparação e até de especialista…Depois é a parte legal quer uma
e este procedimento foi escolhido em função do valor do contrato, não há coisa, quer outra deve ser vista para que possamos otimizar a contratação
opção no código, portanto, tem que ser, necessariamente, um concurso pública e garantir a transparência como é obvio, mas também, acelerar
limitado por prévia qualificação, não há concurso público, nos concursos, o processo… resumindo, o Código da Aquisição Pública, sim, precisa
diz-se claramente, concessão é limitada por prévia qualificação ou duas de ser revista, a lei mas também a nossa capacidade organizativa para
fases, pergunta-se se há lacunas, não vejo nenhuma.” consultar bem e no tempo certo.”
“Os documentos de procedimento para a concessão constam de uma Para o Ministro da Economia Marítima, José Gonçalves (Anexo
Portaria que aprova os modelos estandardizados, o que significa que quem XXII), que também tem responsabilidades em matéria de contratação
vai conduzir o procedimento tem que adequar aos documentos standards, o e aquisição públicas, disse: “Quanto a questão dos membros do júri a
que é uma facilidade visando a harmonização, inclusive desses procedimentos pronunciar sobre lacunas na legislação acho inclusive …até pouco ético…
no nosso país e, aqui, julgo ser uma ajuda e não uma lacuna.” Porque, então, se entendem …que têm opiniões divergentes daquilo
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mas soube responder e submeteu a ARAP para pronunciamento e a em concreto eu queria salientar o seguinte: diz-nos a página 15 que …
ARAP deu-lhes razão, dizendo que sim, que adotaram a decisão certa.” primeiro, começamos um concurso na base de um anúncio do jornal,
uma manifestação de interesse e só depois de termos chamado a
Para a Presidente da ARAP, Sra. Carla Soares, “a ARAP, enquanto atenção da UASE nesse sentido é que foram produzidos os elementos
autoridade reguladora do mercado da contratação pública rege-se pelos do concurso e não é aquilo que era espectável perante um dossier como
princípios da Contratação Pública que são materializados através este…depois, o que é que nós temos e diz o documento na página 15:
das regras e dos procedimentos de contratação pública, portanto, os dforçoso é concluir que a figura do convite, a manifestação de interesse,
princípios não são teorias na contratação pública, havendo várias formas não está prevista no código, sendo em consequência, irregular a solução
de os materializar e só serão ofendidos se uma ou várias regras ou um encontrada pela entidade responsável pela condução do procedimento,
ou vários procedimentos deixarem de ser cumpridos em um ou vários e suportada apenas no referido convite que constitui uma alteração
momentos, subsequentemente. O CCP, ou seja, as regras de contratação em relação aos documentos standards, instituídos pela ARAP. O júri
pública estão fixadas por lei para orientar que os aplicadores possam, vê-se impedido de verificar, do cumprimento de alguns dos atributos
da melhor forma, materializar esses princípios”. As vezes é possível, previstos para a avaliação das candidaturas, designadamente, e
num determinado procedimento, conseguirem alcançar determinados que são as cláusulas de exclusão ou de admissão dos concorrentes e
princípios em detrimento de outros, ou seja, com mais prevalência do nomeadamente de se encontrar uma proposta vencedora, a capacidade
que outros, contudo não vejo, neste processo em causa, que os princípios económica e financeira sólida conforme relatórios e contas por não ter
tenham sido, de tal ordem, ofendidos que possam ter perigado o dossier, o sido convenientemente desenhado o modelo de avaliação densificando
contrato que se objetivava desde o início. Foram ofendidos determinados os fatores anunciados e, fundamentalmente, por não ter apresentado
princípios em determinados momentos, mas que não perigaram, tanto é qualquer expressão matemática ou quantificada ou de quantificação
que o Código estabelece momentos que possa haver suspensão do processo dos indicadores. Como resultado, vê-se impossibilitada de exclusão de
para analisar e apreciar antes de adjudicar, no caso da CRC, em que a candidaturas que alegadamente não reuniram as condições mínimas
ARAP teve intervenção nesse processo concretamente”. que não se sabe bem quais são. Não é minimamente aceitável a defesa
de que foi cumprido…e isto estou a dizer estou a transcrever a defesa
Em relação a eventual intervenção da ARAP na fase de avaliação das apresentada pela UASE e pelos candidatos recorridos...passe a expressão
propostas do concurso disse que “não, a ARAP não pode, não deve e não no processo em que dizem que foi cumprido o artigo 74º do Código
fez essa intervenção, não podia tê-lo feito. Isto é feito por quem trabalha da Contratação Pública …é a própria UASE, e aí os documentos do
e aprecia os relatórios que são os membros do júri e quem decide sobre concurso também dizem isso, que diz que permite ter uma perceção da
as recomendações emitidas pelo júri é a entidade adjudicante e a ARAP dimensão do nível de performance de cada candidato, porém perceção
não é e nem foi, nem júri, nem entidade adjudicante e nem aconselhou, de um concurso desta envergadura e importância para a economia
nem orientou e nem teve conhecimento, nem ajudou. De facto, a ARAP Nacional põe em causa o princípio da transparência…e para mim isto
tem apoiado as entidades adjudicantes e operadores económicos, mas aqui foi fundamental, depois foram muitas irregularidades que foram
nesse processo não. A ARAP mais do que regulador, tem feito um trabalho apontadas, contrariamente ao meu colega, eu vi as declarações que ele
pedagógico de integração dessa disciplina no país, mas nesses momentos fez na Comunicação, essas irregularidades, para mim, são graves e não
nunca, nem neste processo e nem noutros. Afastamos, exatamente, porque se pode basear um procedimento do concurso com esta envergadura sem
periga a missão e a independência da ARAP e atuações futuras. Como os elementos que são fundamentais para a contratação, o caderno de
é que iam apreciar um relatório sujeito a impugnações? Para sermos, encargos, o programa do concurso e não nos cingirmos a um convite de
minimamente imparciais tivemos que, de facto, afastar e temos estado manifestação de interesse.”
a apoiar as entidades adjudicantes, normalmente, não neste caso, em
processos de elaboração de documentos a nível legal, mas não a nível “Não há elementos quantitativos, não há elementos matemáticos, não
do objeto a contratar, não se discute o que é que vão contratar, como vão há um desenho da avaliação, o tal modelo de avaliação e na base desta
contratar e o que é que querem contratar, mas sim a nível da parte das falha toda que foi apontada, entendi e, por isso votei de vencido, que
cláusulas jurídicas, do caderno de encargos, como é que devem escolher nós não poderíamos deixar passar este concurso. O concurso deveria ter
o procedimento. A ARAP intervém nos procedimentos da contratação sido suspenso, deveriam ter sido refeitos todos os elementos do concurso
pública nos seguintes momentos: Com base no trabalho que a ARAP com base nos critérios e naquilo que está na Contratação Pública e não
faz da auditoria, supervisão, resolução de conflitos e de promoção de avançarmos e continuarmos até o fim com este concurso, poderíamos
formação, a entidade emite vários relatórios, que estão presentes no fazê-lo de outro modo. E enquanto Comissão de Resolução de Conflitos
site da ARAP para consulta pública, e com base nessas informações, e eu sou Presidente da Comissão de Resolução de Conflitos, acho que
emitimos normas técnicas a determinados procedimentos e diretivas a nos cabe um papel fundamental enquanto reguladores na Contratação
todo o sistema nacional de contratação pública. Portanto, supervisão, Pública e aquilo que eu disse, e que repito aqui, era importante dizer
auditoria, promoção de formação, resolução de conflitos, emissão de à UASE que deveria elaborar ‘ab inicio’ um caderno de encargos e um
normas técnicas e diretivas é o que a ARAP tem feito, é o momento das programa de concurso compatíveis com o que pretende efetuar, que é
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outros concorrentes.”
Sr Luís Lopes narrou um facto insólito para demonstrar que a
Transinsular tinha informações privilegiadas: “No dia 15 de julho Quanto à proposta da Transinsular, o que a empresa diz é que deveria
passado, vai fazer um ano, recebemos uma chamada de Portugal, do ser aceite uma outra condição porque existe a possibilidade de ter navios
BFI, banco que trabalhamos na procura de financiamento, e disse que com outra idade mas que conseguem garantir o que o Governo queria,
deveríamos nos deslocar a Portugal porque a Transinsular queria falar entretanto, diz na mesma proposta que, a empresa era obrigada a aceitar
com a Palm Shipping Lines. Mas porquê a Palm Shipping Lines?” os termos impostos pelo Governo que é a entidade adjudicante, ou seja,
“a empresa admite que se fosse por ela não concordaria com o número
“Eles insistiram e nós fomos. Encontramos com o Sr. Gonçalo nem com a idade dos navios, mas que se vê obrigada a aceitar tais
Delgado, que é o Big Boss da Transinsular e o Sr. Pedro Virtuoso, que requisitos porque eram essas as exigências dos documentos do concurso.”
está sempre aqui em CV. Antes de começar o concurso ele passou na
ilha do Sal, estava bem informado sobre a Palm Shipping Lines, foi A mesma afirmou, a proposta em concreto da Transinsular não
lá ter com uma das 9 pessoas, para abordar se a Palm Shipping Lines dizia que a empresa iria trazer navios com mais de 15 anos. A proposta
estava interessada em se juntar a Transinsular.” dizia que a empresa iria cumprir com o requisito, apesar de entender
que um navio com 20 anos poderia servir com idêntica qualidade e
“O mais estranho é que ele chamou de Portugal, a representação da capacidade para a concessão, mas como a exigência é de até 15 anos
Palm Shipping Lines foi lá e o encontro realizou-se a 19 de julho do iriam acatar a decisão.a
ano passado, teve lugar no escritório central dele, no Cais de Sodré,
acompanhado do Banco, mais um jovem que trabalha no Banco de “Esta questão foi muito retratada na parte da admissão condicional,
Angola, que é assessor da Palm Shipping Lines e que se deslocou exatamente porque o Júri queria uma firmeza se, efetivamente, a empresa
também a Lisboa.” aceitaria essas condições ou se continuaria, de uma forma muito genérica,
a dizer que era obrigada a aceitar, e como não há um parâmetro concreto
“Eles nos disseram que sabiam que a Palm Shipping Lines tem no Código de Contratação Pública quanto à admissão condicional, o
condições, está muito bem estruturado, bem organizado e queriam saber, júri recorreu a um artigo em concreto, para que afirmassem a absorção
caso a Palm Shipping Lines ganhasse o concurso se a Transinsular de todos os critérios e compromissos que vinham do procedimento – O
podia ficar dentro e se a Transinsular ganhasse, se a Palm Shipping Júri tinha esta margem no Código de Contratação Pública, e como
Lines ficaria dentro. Nós dissemos, a Palm Shipping Lines está num não poderia notificar a entidade e dizer-lhe, «eu estou a admitir-lhe,
concurso e não podemos aceitar, de maneira alguma, e que isto deveria condicionalmente, mas tem de cumprir determinadas condições», se o
ter sido feito antes, não nessa altura.” Júri não tivesse um artigo que permitisse notificar e dizer - «você pode
ser admitida mas essas condições têm que ficar claramente aceites»- e
“Ele disse que poderíamos fazer um documento para tentarmos foi o que foi feito.”
negociar e resolveram elaborar o documento, mas esqueceram-se de
falar com o Dr. Rui…mora em Leiria, e quando ele chegou a Lisboa, a “Para além disso, o Júri fundamentou a aceitação final da proposta
Transinsular disse, e isso foi a 28 de julho, que não ia fazer, porque o da Transinsular com base em três princípios do Código de Contratação
grupo da Transinsular em Cabo Verde aconselhou a deixar para depois Pública - o princípio do interesse público, o princípio da manutenção
da primeira fase. Mas eles já sabiam o que é que se estava a passar …” de procedimento e o principio da eficácia e eficiência. O princípio da
manutenção de procedimento determina que todo o procedimento
Perante o questionamento sobre alegada informação privilegiada contratual tem de ser levado até o máximo, não podendo ser cancelado
de algum concorrente o Secretário de Estado, Paulo Veiga responde: senão pelas formas constantes da lei e, após a análise do artigo 102.º
Não concordo. Nem pessoalmente nem como representante do governo, do Código de Contratação Pública, que se refere às únicas causas de
portanto, não concordo, mais claro que isso eu não posso ser. As empresas cancelamento de procedimento. O Júri não encontrou uma única razão
tiveram todas a mesma informação. Todas! Eu não sou responsável pela para o cancelamento do procedimento concurso.”
interpretação que cada um dá às questões, mas ninguém teve acesso
ao caderno de encargo no início, portanto estavam em pé de igualdade. Em relação a razão para a exclusão da POLARIS, o Sr João do
Depois a regra do jogo foi anunciada desde início, portanto aqui não Rosário, Armador ALISEU, Lda. (Anexo XXVII) respondeu assim:
podemos vir dizer que no fim que alguém teve informação antes do “razão kês dá!? A razão k foi dód é k, comparativamente, el tem que ser
outro não. Da mesma forma que o vencedor de concurso não tinha as fete corretamente. Comparativamente com outras empresas nacionais,
informações que nenhuma das outras empresas tiveram. As empresas o volume de negócio da Polaris era menor do k kês internacional. O k
que foram eliminadas no início, foi por falta de capacidade financeira, é lógico porquê Polaris ta trabaiá na Cabo Verde dentro dum quadro
que foi um requisito que foi pedido para a pré-qualificação. Era preciso cabo-verdiano ondé que tinha dôs navio ta operá. Se kês critério k
não ter dividas ao fisco, era preciso apresentar capacidade financeira tinha sido colocóde entre um companhia internacional e companhia
e capacidade técnica.” nacional, naturalmente, kel volume de negócio dum internacional é
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concorrente expressando, claramente, que iria cumprir com o que estava do candidato Adjudicatário, por isso mesmo é que foi recomendada
no caderno de encargos. O princípio de manutenção da proposta, no limite, Adjudicação desse candidato, condicionalmente, conforme consta do
obriga a fazer tudo para manter o procedimento, aqui um elemento do relatório final.”
júri saiu vencido e os outros dois votaram a favor e avançaram com a “Continuo dizendo que, obviamente, não se reuniram condições
avaliação da proposta. Numa avaliação de 100, a proposta teve uma de cancelamento do concurso, se o concurso era para correr, é porque
avaliação de 35 e, não havendo pontuação mínima, a proposta acabou não há condições de cancelamento. O cancelamento do concurso está
por passar e depois foram discutir o contrato.” claramente definido no Código, anula-se o concurso quando fica vazio,
anula-se o concurso quando na avaliação do Júri tenha sido provado
“Esta situação teve o suporte legal da ARAP, reafirmou que está na incoerências, isso não aconteceu em nenhum momento.”
decisão da ARAP e com votação também de um elemento da ARAP que
saiu vencido. Há interpretações diferentes… Neste tipo de concurso “…não são esses (número, idade e titularidade dos navios) os critérios
quando é serviço público o que se pede é que se cumpra com o serviço da anulação do concurso, a anulação do concurso consta do Código,
público, só havia um concorrente, ou seja o Júri estava perante uma única anula-se por estar vazio, anula-se porque o Adjudicante não aceitou o
proposta e, na base desse tal princípio de manutenção de procedimento, relatório, não aceitou as recomendações, mandou reavaliar, ou anula-
pediu esclarecimentos e obrigou que emitissem uma declaração que se porque há reclamações e ARAP decidiu mandar suspender e depois
cumpririam todos os requisitos do caderno de encargos, porque de facto, corrigir ou anular. Disse que, essas questões não se colocaram, até o
em termos de serviços públicos neste tipo de contrato é assim, disse que momento do término dos seus trabalhos.”
queria 5 navios, mas como já tinha dito, na decisão estratégica é preciso
pensar, mas neste caso, alguém poderia fazê-lo com três, mas alguém “…há uma parte importante num concurso, que é a parte de esclarecimentos
também poderia dizer faço com 7 navios, portanto, o que fizemos foi prévios… Nos esclarecimentos prévios não foi nunca posta em causa a
obrigar o único concorrente que tínhamos a adequar/ cumprir com os questão dos critérios em termos de objetividade ou subjetividade, ou seja,
requisitos que se exigia no caderno de encargos, e a empresa assumiu os concorrentes aceitaram, na íntegra, o conteúdo do caderno de encargos.
e demos continuidade.” Na fase seguinte, que é uma fase de adequação dos instrumentos com
base nas contribuições obtidas dos candidatos ou concorrentes, ou seja,
“…acredito que não se deveria anular o processo, nunca, mas deve se não foi feita nenhuma alteração aos instrumentos, então não poderia
haver é um bom acompanhamento, em condições deste tipo o Estado haver e não houve incongruências relevantes que poderiam ter optado
tem que se impor.” pela anulação do concurso ou adequação daqueles instrumentos. Um
elemento do Júri é uma pessoa que faz parte do processo, pode vincar a
“…há critérios que foram estabelecidos para que houvesse igualdade sua posição que isto ou aquilo não está bem, tem que ser alterado, mas
no processo de concurso e isto foi muito bem tratado. O único problema há uma equipa e a equipa funciona não por unanimidade, porque a
que se pode ter é que só tiveram um concorrente, mas o concurso foi avaliação não é por unanimidade, mas sim por quórum, por decisões.
público e, na minha opinião foi, provavelmente, mal interpretado. A unanimidade é o último recurso, quando se chega a unanimidade é
Provavelmente, se o código permitisse uma situação de manifestação de uma situação muito grave, por isso, aqui não há causas, do meu ponto
interesse, em que haveria primeiro uma sessão pública de esclarecimento de vista, que ditassem essa anulação com base nesse critério.”
da pretensão do Governo, provavelmente, haveria outros interesses… Sra. Carla Soares – “…uma das regras primordiais do Código é que a
entidade adjudicante ao lançar um procedimento de contratação pública
…o processo assim como está, está melhor para Cabo Verde em termos está constituído no dever de adjudicar, portanto há todo um conjunto
financeiros e em termos de situação económica, em termos de qualidade de princípios, regras e procedimentos que leva-os a manter este foco
para o país, porque o Estado pode intervir.h durante a tramitação e tudo se faz neste sentido, ou seja só se cancela
um procedimento quando não houver como garantir o contrato, objeto do
Sra Indira Santos – …a atuação e a avaliação do Júri, pautam procedimento e não haja previsibilidade de ser bem cumprido. Dito por
do que consta do Caderno de Encargos e do Programa de concurso.” outras palavras, quando se lança um procedimento, estão constituídos
no dever de adjudicar e observa-se todo o trabalho que vai sendo feito
“O Programa de concurso não permitia ao Júri, no subcritério de no sentido de adjudicar, só não se adjudica se há critérios de exclusão,
avaliação do número de navios, excluir uma proposta. Se constar de há critérios que não são cumpridos que vão perigar a execução daquele
um critério que a entidade não preenche determinado requisito e a contrato, portanto, isto em qualquer procedimento, por mais simples
combinação for exclusão, a entidade é, automaticamente, excluída. que seja quanto mais derivado da complexidade.”
Mas se constar de um critério que a combinação é zero, não significa
exclusão uma vez que tem que analisar, obrigatoriamente, os demais “E, neste caso, também, durante a intervenção da ARAP não se vislumbrou
critérios seguintes para ver se preenchem ou não e, no caso em concreto, essa oportunidade de cancelar o procedimento, houve momentos em que
quando se fez a analise, o Júri encontrou pontuação neles. O Júri não era possível, mas havia soluções legais, para que não o tivessem feito.
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classifico o processo de positivo. Não considero que tenha havido motivos pensamos nisso, seria o caminho que deveria seguir, mas o Governo,
para cancelar e refazer o concurso.” todos nós sabemos, achou por bem ter um parceiro internacional, os
motivos que sempre foram comunicados, um deles é o conhecimento nos
Sr. Carlos Silva – “Numa determinada altura pôs-se a possibilidade transportes marítimos, neste caso, cabotagem inter-ilhas, inclusive no
de anular o concurso, nomeadamente, aquando da primeira reclamação caderno de encargos, pedem 7 anos de experiência, a empresa vencedora,
ligada àquele processo, pela Comissão e a própria ARAP estavam por acaso, que eu saiba, não tem os 7 anos de experiência.”
sintonizadas de que faltava documentação ao processo e que num processo
de concurso internacional daquela envergadura a UASE devia seguir “…o concurso desde o início teve muitos altos e baixos. Altos e baixos,
toda a tramitação prevista no Código, que implicaria ter o programa de tentativas de abordagem ao Governo, sem sucesso, algumas reuniões
concurso, o caderno de encargos, e daí ultrapassar algumas lacunas da foram para esclarecimento de alguns pontos específicos. É assim, eu
chamada manifestação de interesse. Na altura foi assinalada à própria não estou por dentro de todo o processo da empresa que ganhou o
UASE a falta dessa documentação e a necessidade de a UASE incorporar concurso, mas eu acredito que uma empresa que ganha o concurso com
numa fase posterior do concurso toda a documentação revista no Código este caderno de encargos deve estar preparada para ir avante com o que
para não comprometer o concurso. Na altura ponderou-se um pouco o está no caderno de encargos. Recentemente produz-se a junção de vários
interesse público face à decisão última de anular o concurso, pois era um alugueres de navios que estão no mercado para cobrir esse défice, não
concurso internacional que envolve um longo tempo e parar, lançar um me parece que deveria ser aceite essa situação, tendo em conta, que o
novo concurso, face à uma urgência que o país tinha em relação à resolução caderno de encargos era claro. Tendo em conta o caderno, está-se a fugir
do problema dos transportes marítimos ponderou-se e considerou-se que do que se pretende, ai não sei qual é a negociação que foi apresentada
se estava numa altura em que não anulando o concurso, por falta da tal ao Governo, mas a mim realmente, traz-me alguma dificuldade em
documentação, era possível incorporar toda a documentação prevista aceitar o que se está a passar neste momento, isto em termos pessoais.”
na lei e o concurso seguiria a sua tramitação normal.”
Para o Representante da Polaris, SA, Cte. Luis Viula, ìinclusive nós
Reafirmou dizendo que “Foi ponderada a possibilidade de anular o recorremos a ARAP pedindo algumas informações em relação à forma
concurso e o que se entendeu maioritariamente foi que havia a questão como o convite foi formulado de início. Houve lapsos no início, realmente
do interesse público e que havia no CCP entre os vários princípios, o havia anomalias, as autoridades acharam bem em dar continuidade ao
princípio do favorecimento do procedimento que é bastante utilizado e concurso, não me cabe, a mim, aqui e agora, fazer qualquer comentário
considerou que a questão não era grave, pois pode-se invocar o princípio sobre isso.i
do favorecimento do procedimento para dar andamento ao procedimento,
admitindo que, com a decisão favorável, não se estava a prejudicar nenhum O SEEM, Paulo Veiga, foi perentório Não concordo. Nem pessoalmente
dos candidatos e que os próprios candidatos, de certa forma, aceitaram nem como representante do governo, portanto, não concordo… As empresas
a lacuna da falta de documentação já que nenhum dos candidatos ou tiveram todas a mesma informação. Todas! Eu não sou responsável
concorrentes invocou a questão de forma tão vincada para anular o pela interpretação que cada um dá as questões, mas ninguém teve
concurso. Se, eventualmente, alguns dos candidatos tivessem requerido acesso ao caderno de encargos no início, portanto, todos estavam em
a anulação do concurso, de uma forma mais veemente, em relação à pé de igualdade. Depois, a regra do jogo foi anunciada desde o início,
falta de documentação era muito provável que o assunto tivesse um portanto, aqui não podemos vir dizer que no fim alguém, até parece que
outro desfecho, mas os candidatos, mesmo na falta da documentação alguém, teve informação antes do outro. Não! da mesma forma que o
e com a recomendação da ARAP de que a UASE devia incorporar as vencedor do concurso não tinha as informações, nenhuma das outras
melhorias, ficaram mais ou menos convencidos de que ninguém sairia empresas tivera. As empresas que foram eliminadas no início, foi por
prejudicado e o concurso poderia acontecer.” falta de capacidade financeira, foi um requisito que foi pedido para pré-
qualificação, era preciso não ter dividas ao fisco, era preciso apresentar
Sr. Samuel Fortes Júnior – ì…se foi cumprido aquilo que foi capacidade financeira e capacidade técnica. Foram eliminadas algumas
estipulado no caderno de encargo ou não, a informação que tenho é empresas ou alguns concorrentes por não terem demonstrado capacidade
aquela que foi ventilada na comunicação social.s financeira, se tivessem demostrado, provavelmente, o vencedor hoje seria
outro, mas não podemos ir no «se». Eu acredito, plenamente, nas pessoas
Sra. Maria João Novais “…as causas de exclusão que são fixadas e nos membros do júri que estiveram a frente. Eu acho que são pessoas
nos documentos do concurso, são imperativas, por isso é que estão idóneas, fizeram o seu trabalho com o máximo de rigor, já passaram
definidas no Código e uma vez incorporadas no caderno de encargos ou por várias reclamações as suas decisões e prevaleceram. Eu não posso
no programa de concurso, devem ser cumpridas e isso são cláusulas de vir pôr isso em questão. Em momento algum interferi nas decisões do
exclusão imperativas, a lei não admite a possibilidade de se desviar desses júri, e o governo não o fez. Portanto, aí estavam funcionários públicos,
elementos. O Código da Contratação não permite, existem cláusulas de pessoas reconhecidas na nossa sociedade que foram nomeadas como
exclusão que são imperativas, de maneira que, para mim, se estes elementos júri para seguir um caderno de encargo e decidir. Portanto decidiram,
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depois da decisão ser tomada no quadro do processo negocial com os era estar com a situação financeira regularizada, com o fisco e com os
armadores nacionais, mas nunca o tinha visto, o senhor Gonçalo, nunca demais … não era importante nesta fase conhecer o caderno de encargos
o tinha visto na minha vida. Há muitos elementos do júri que eu nem para ninguém … Houve vários interesses, naturalmente, mas que depois
conhecia, do júri. Nunca reuni uma única vez com o júri, júri que eu não passariam para a fase seguinte e é, por isso, que esses aspetos, as
não conheço… nomeamos o júri, o júri fez o seu trabalho e o júri presta questões bases que eram a capacidade técnica e a financeira foram
conta pelo trabalho que fez. O Governo não pode substituir o júri , o dois elementos para diminuir o campo de jogo, não é, os jogadores no
Governo é corresponsável politicamente pela decisão do júri mas do campo e não tendo condições creditícias para avançar e não estando
ponto de vista administrativo o júri é responsável pela decisão que em condições de regularidade financeira foram excluídos, por esse
toma e o Governo não desautorizou em nenhum momento o júri nem a demérito e o concorrente que avançou não foi excluído por esse mérito.
agência de regulação… “ Não estava em causa a montagem de financiamento, nem o estudo de
“Uma coisa que importa dizer é que nós não poderemos avançar sem viabilidade, isto era uma fase de concurso é aquele que é chamada um
investimentos privados, por isso, nós não podemos criar um clima de aspeto de seleção é que foi nessa base. O caderno de encargos não diz
suspeição permanente em relação aqueles que decidem investir neste que tem que ser aquisição ou afretamento não isto é silencioso quanto a
país… temos a noção que nem tudo começa no ponto ótimo, temos questões modalidade. Fala de solução, fala de regularidade, de condições que se
a resolver, desafios a vencer, processos a melhorar, temos a noção disso… tem de apresentar. A modalidade se é por afretamento ou por aquisição
Esse é um processo de construção com desvios, com turbulências…mas o caderno de encargos não faz essa obrigação porque se tivesse feito,
tem que ser com paciência para lá chegarmos… se há processo que foi estaria e tinha que ser cumprido”
escrutinado do inicio ao fim é este aqui de transportes marítimos e a
solução que nós encontramos com os operadores em que a Polaris vai “os membros do Governo homologam relatórios do júri e se o relatório
ter quase 10% desta empresa, e não foi o Governo que decidiu essa fosse negativo também seria igualmente homologado com o resultado
percentagem, foram eles mesmos, reconheceram que a Polaris tinha que tem. Não cabe aos membros do Governo irem refazer o trabalho do
o mercado, tem barcos, era um dos maiores operadores do mercado júri. Não estava em causa isso, apenas o relatório apresentado, com pessoas
doméstico e decidiram dar essa percentagem. Foram eles mesmos os que são nomeadas, pessoas que trabalharam com o anterior Governo e
armadores nacionais, nós apenas criamos um quadro de confiança e de com este Governo, são pessoas ligadas ao setor que faziam parte desse júri
soluções para viabilizar a operação. E temos 10 armadores nacionais e que, portanto, apresentaram relatório e esse relatório foi homologado
nesta empresa…e conseguir uma operação dessas, com quase 12 empresas na medida em que cumpria com aquilo que eram as obrigações dos seus
numa única operação, não é fácil, isso foi trabalho. Gente de diversa trabalhos. Acrescentou ainda: “mas como o caderno de encargos previu a
origem, com diversas preocupações, diversos interesses, conseguirmos fase da discussão do contrato e seu aperfeiçoamento é por isso mesmo que
um consenso para termos uma empresa com 11, 12 empresas sendo 10 chegamos hoje a uma solução que respeita plenamente o caderno de encargos.”
nacionais, duas com capital estrangeiro mas é um direito nacional…
foi obra, não foi fácil, portanto, penso que estamos em condições de 5.7. Para os membros da CPI era importante saber até que ponto os
gerir os riscos…a operação quando iniciar vai nos mostrar qual é o Armadores Nacionais tinham ou não condições de prestar esse serviço
melhor caminho. “ de TM Inter-ilhas e quiseram saber qual tinha sido o papel deles na
decorrência de todo o processo.
“Em relação à Palm Shipping, …os acionistas não são juízes, foram
eliminados do concurso e não foi o Governo que os eliminou foi o júri Os auditados responderam assim:
que os eliminou do concurso. Reclamaram na ARAP e a ARAP não lhe
deu provimento não lhe deu razão! …interferência (do governo) não Sr. Samuel Fortes Júnior – “Os armadores nacionais não têm
houve não podia haver …apenas interviemos na última fase do processo, nível de organização, gestão, qualificação técnica nem poder financeiro
foi o júri a intervir e a ARAP a validar todas as fases do processo…” para prestar um serviço de qualidade ao País…das várias reuniões que
“quando se lança um concurso, apresentam-se as proposta e elas mantive com os mesmos, tanto como assessor da anterior MIEM, tanto
são avaliadas e a melhor proposta que tinha era dessa empresa que como conselheiro do Secretário de Estado Adjunto da Economia Marítima,
garantiu, embora tenha apresentado inicialmente três barcos, colocar não apresentaram uma única proposta sustentável de competência
os cinco barcos e a questão fundamental não era o número de barcos técnica ou financeira que pudesse viabilizar o negócio.”
mas sim as frequências e as rotas que estavam previstas. Era uma
questão apenas teórica e, por isso, no contrato com o Estado de Cabo Sr. José Eduardo Spencer (Anexo XXVIII) “…acredito que os
Verde a empresa tem que cumprir com os contratos e, se não cumprir armadores nacionais podiam assumir a gestão dos transportes marítimos.
os contratos, o Estado tem poderes para atuar.” Caso contrário, eu próprio, não teria apoiado a candidatura da Polaris
e apoiei porque achava que qualquer armador podia e, na altura,
Defendeu ainda que “a entidade concedente tem poderes especiais estavam todos unidos e que podiam assumir a gestão dos transportes
que decorrem da lei e que a entidade de regulação, o IMP, vai fazer a marítimos com certeza.”
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“Gostaria de ter participado na reunião (que se promoveu entre o Sr. João do Rosário “desde a legislatura anterior já tinha previsto
Governo e os Armadores Nacionais), pois se tivesse participado, hoje, concessão. Havia a concessão A e concessão B. Concessão A era com a
a linguagem seria diferente, porque assumiria desde o primeiro dia a Fast Ferry, concessão B era para o resto dos armadores nacionais. E dent
liderança de transformação dos armadores e do setor marítimo, pois com desse quadre li os armadores nacionais, sobretude kês que era membre
o compromisso que o governo assumiu não teria problemas em sair fora da ACAMM, no conseguí criá uma empresa junte, se nome TMCV –
e arranjar parceiros financeiros para fortificar a posição financeira da Transporte Marítimo de Cabo Verde, no trabaiá na sentide que era pa
3 093000 000000
Fast Ferry e dar resposta às concessões propostas A e B” (desconhecia no podia cubrí quel concessão B que tinha sido delinióde pe governo
o facto do Governo ter optado por concessão única). anterior. Depois de várias reuniões que nó tive dent do quadro desse
concessão na ACAMM, Governo dicidí que era …seria um concessão só.
Questionado se a CV Fast Ferry vinha recebendo compensação, pelas Naturalmente, Governo tem legitimidade pa fazé sé opção e konde Governo
linhas deficitárias, estabelecida geralmente nos OE, Andi Andrade, fazé sé opção que seria um concessão só, nos no entrá em contacto ma
PCA da empresa, afirmou que, “desde 2014 a empresa não recebeu Secretário de Estado li na São Vicente no entregal um proposta que era
nenhum tostão de compensação relativamente à indeminização referentes pa katem concurso internacional. Concurso seria, txame dzê, cobertura
às linhas deficitárias e tem um montante de quase 700 mil contos a para todas as linhas nacionais serem feitas dentro do quadro nacional.
receber. Não há nenhuma empresa em Cabo Verde que tem uma posição O Governo intendé que deveria ser feito um concurso internacional e foi
financeira adequada. Tem uma receita de 700 mil contos a receber e feito um concurso internacional. E na momente que foi fete esse concurso
não a recebe desde 2014. Se a CV Fast Ferry recebesse os montantes a internacional tud quem k era de kel empresa TMCV no bai pa traz de
tempo e hora, pagaria os seus compromissos a tempo e hora e estaria kel empresa Polaris. Então, através de Polaris, tude quês armadores
numa outra posição hoje.” Considerou, contudo, que “as contas de 2015, nacionais concorré que un cabeça na frente que era Polaris. Infelizmente,
2016 e 2017 não foram editadas.“ Polaris não foi aceite e então nesse momente no ta ondé que Governo já
siná com o vencedor. E també o kum criz dzé é que ALISEU ca ta fazé
Andi Andrade considerou ainda: “segundo o caderno de encargos, parte des nova companhia é k foi kriód pela Transinsular e no ka ta
dever-se-ia trazer cinco barcos, ou seja, 35 milhões de euros de investimentos fazé parte des 49% k foi concedido à armadores nacionais.”
e a CV Fast Ferry sozinha não estava em condições de ter mais dois barcos
para perfazerem 5 barcos. Investir em mais dois barcos precisaríamos de, “…armadores nacionais li na Cabo Verde há gente k tita trabaiá
no mínimo, mais 15 milhões de euros, portanto não estava em condições a mais de 30 one na marinha marcante. Foi uma opção de Governo.
e precisava de um parceiro, mas que infelizmente a CV Fast Ferry nunca O Governo fazé um opção dondé k el podia, naturalmente, fazé um
teve a oportunidade de mobilizar um parceiro para viabilizar a sua concurso público kum parceiro externo e introduzí parceiros nacionais
posição financeira para se poder saplicara devidamente no concurso.” que 49%. Se os nacionais ka tinha capacidade és ka tava entrá que 49%.
Problema é k tava colocá era meramente um problema de transportes
Por outro lado, considerou que “a empresa tem uma avultada dívida. tendo barco de idade de 0 a 15 anos. k até agora foi muito difícil de ter ne
Sobre a situação financeira a CVFF, atualmente, tem uma dívida de mercado, nós nô procurá, no tentá encontrá solução, havia possibilidade
cerca de 22 (vinte e dois) milhões de euros, sendo 13,5 (treze ponto cinco) de encontrá solução mas aí no tinha k ter uma garantia de Estado.
milhões de euros nas contas obrigacionistas, e os restantes oito milhões Kel garantia do Estado era kel concessão…Com a entrada do Governo
nas contas de instituições do Estado, mas a situação com o Estado e com a concessão, naturalmente, na kel concessão tem um parte k ê
resulta do não cumprimento mútuo das obrigações, ou seja o Estado extremamente importante é ke: a empresa ta entrá, naturalmente, é tem
não paga à FF o devido, e a FF também não paga o Estado. Portanto, k ter 10% de benefício, tendo 10% de benefício já tava garantí, é o k ta
resolvendo esta questão ficam apenas a dívidas obrigacionistas de 13,5 acontecé agora com a Transinsular, já tá ta garantí que o negócio seria
(treze ponto cinco) milhões que estão negociadas para o período que rentável com 10%. Se el né rentável k 10% pa quês empresa internacional
vai até 2029.” Afirmou que “é uma “ boa dívidab e, no mês de julho, a mas 49% de empresa nacional é kel ta ser rentavel a 100% k nacionais.
CV FF vai pagar 2,5 milhões aos pequenos obrigacionistas, portanto Em termos técnico, penso que ca tem nenhum dúvida, os cabo-verdianos
aos primosp, ,tiost, ,famíliasf que não quero que fiquem em prejuízo e têm sabedoria suficiente ke pa gerí. Foi uma decisão, que gente tá
o Governo tem de pagar as suas dívidas à FF e, em consequência, a FF respeita, uma decisão política ou económica que Governo tmá. Ma dzé ke
pagará aos pequenos obrigacionistas.” Disse que “a dívida da FF para nacionais ca tem capacidade, m tem sérias dúvidas nisso! Ote koza kês
com o Estado é de cerca de 8 (oito) milhões de euros e, por sua vez, o pode dzé é k desde 2006 não foi atualizód preço de transporte. Como não
Estado deve à FF 700 (setecentos) mil contos e se houvesse um encontro foi atualizód preço de transporte e tude aumentá, aumentá em termos
de contas tudo ficaria equilibrado.” de combustível, aumentá em termos de manutenção de navio, aumentá
em termos estaler, então cada vez a margem que tinha para os nacionais
Sr. Antúnio Barbosa – “O que acho aqui não é relevante, mas, de foi minguód mas se tivesse vontade ou visto, que tude gente ta respeital,
boa vontade, posso dizer que os navios de CVFF não se adequam para Governo ta fazé ses escolha respeita-se. Pa fosse escolhide os nacionais
Cabo Verde, não servem, foi uma péssima compra, se permite usar penso que não haveria nenhum problema na resolvé kel questão de bem
esse adjetivo. A razão que me leva a dizer isto, por exemplo, é que os dzé ke em termos técnicos ou em termos de administração e gestão el
navios da CVFF têm uma garagem com uma altura de 2,25m, e que tava ser fete, eu penso kel tava ser fete que tranquilidade.”
todo mundo que entra neste navio vê claramente a sua altura, e que
só podem transportar carga que tenha essa altura e, na maioria dos “Já nô tinha constituide empresa TMCV ma tude armadores, quase
casos, usam essas carinhas, marca Toyota modelo Dina 250, e nem todos tude armadores nacionais estava na TMCV, excepto Fast Ferry. Só ke
conseguem porque a altura é limitada, não podendo transportar mais Fast Ferry no ka podia siná nenhum acordo ma Fast Ferry porque no
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eles. Foi em janeiro, quase um mês antes do concurso, foi a pedido agora parece uma coisa nova , e todas as pessoas que estiveram ligadas
do Sr. Vice-Primeiro Ministro, inclusive teve o Dr. Belarmino Lucas, a determinada atividade, ficavam afastadas, não me parece justo fazer
Presidente da Camara de Comercio Norte, que tentou fazer a mediação. uma malandrice dessas, por isso, o envolvimento das pessoas que,
A questão é servir Cabo Verde e aproveitar o projeto da forma como está naturalmente, se conta com experiência e com a capacidade técnica de
organizada, tem tudo, desde gare de passageiros, para ser como uma acompanhar e se envolverem no projeto.”
companhia aérea, com tudo organizado.”
“A Palm Shipping Lines não iria, pura e simplesmente, pôr de lado Sr. Luis Viula, Representante da Polaris, SA, “…quando, pela
a Associação dos Armadores, eles não tinham condições e até ainda primeira vez, os Armadores nacionais ouviram o Ministro da Economia,
não têm como financiar, estão à espera do Governo para financiar. Não Dr. José Gonçalves, na comunicação social, dizendo que iria entregar a
sei se não procuraram financiamento, mas o certo é que o que a Palm cabotagem à uma companhia estrangeira com know how e capacidade
Shipping Lines tem, eles nunca tiveram.” financeira, nós reagimos de imediato e, inclusive, manifestando o
nosso interesse em resolver a questão da cabotagem e a ACAMM, antes
Das embarcações que têm não se aproveita nada, principalmente do anuncio do convite, apresentou ao Governo uma proposta para a
se for levado em conta o que está nos cadernos de encargos, porque os resolução dos problemas da cabotagem que, inclusive, era muito próxima
barcos tinham de ser certificados, ao serem certificados iriam todos para da atual situação. Simplesmente, a diferença estaria na situação das
o lixo automaticamente.” ações em que, provavelmente, a própria Transinsular poderia entrar sem
maioria. De maneira que eu posso dizer que a Transinsular é membro
Sr. João Guilherme, Presidente da ACAMM, foi perentório, da ACAMM e era na altura convidada a participar na companhia única
dizendo o seguinte …mesmo antes de se falar em concurso, falava-se na que nós pretendíamos fazer. Mas, como foi feito um concurso, agora resta
transformação ou, pelo menos, na pretensão de transformar a marinha implorar que funcione bem e que, realmente, deva cumprir o caderno
mercante como os transportes aéreos. Desde este momento nós começamos de encargos estipulado e tenho a consciência de que se o caderno de
a trabalhar na tentativa do Governo nos ouvir e tentar encontrar uma encargos for cumprido, com rigor, os nossos problemas da cabotagem
solução conjunta e até por fim três dias antes do concurso nós enviamos serão resolvidos.”
essa proposta, mas isso, já tínhamos algum trabalho feito, inclusivo
enviado notas para o Governo…” “Eu, pessoalmente, tenho uma posição muito particular e, apesar de
“…trabalhamos muito para tentar encontrar uma solução, em conjunto ter comprado navio no Estado, eu defendo que o Estado deve estar, de
com o Governo, tivemos reuniões com outras entidades, inclusive como uma forma ou de outra, na cabotagem. Mesmo que seja como proprietário,
disse, tivemos com bancos, com estaleiro chinês, estaleiro holandês, na é, como proprietário de cada navio e adquirir navios novos e fazer o
tentativa de encontrar uma forma de termos navios numa data que seria sistema de leasing com os Armadores nacionais. É minha posição firme
o que nós achamos adequado e tentar substituir os navios todos num em relação à cabotagem e manifesto isso há muitos anos. Uma boa
período máximo de 5 anos. Isto era a nossa pretensão, num marco de 5 solução seria, tendo a Associação de Armadores encontrado um parceiro
anos substituir os navios que estão no mercado e criar uma companhia da China de um grande estaleiro, que nos aventou que a China poderia
única, com outros gestores que não seriam os armadores…mas como avançar com a construção de dois ou três navios novos com um fundo já
eu tinha dito no inicio, para isso tínhamos que ter um aval do Governo existente para o andamento da orla marítima isso para nós seria uma
quanto ao financiamento. Os armadores tinham-se comprometido, pelo posição ideal para a resolução do problema, mas não passaria por cinco
menos pensávamos que era possível conseguir cobrir os encargos que se navios eu defenderia três navios novos.”
viria a ter com esses navios, no prazo, neste caso de 5 anos, só que faltou
a luz verde do Governo, como sabem, sem esta luz verde não poderíamos Sr. SEEM, Paulo Veiga “Objetivamente nós gostaríamos que fosse
avançar. Portanto a solução era ir substituindo os navios que temos, verdade, gostaríamos que isso pudesse acontecer, mas como vos disse
num prazo de 5 anos, uma gestão diferente, portanto, com uma única aqui, para os armadores nacionais entrarem no capital social da Cabo
agência fazendo a gestão de todos os navios nacionais, pelo menos os Verde Inter-ilhas, foi preciso o apoio do Governo, 24 mil contos…”
navios que pertenciam ao grupo da ACAMM.”
“Os nossos armadores que nós reconhecemos, que nós agradecemos
“A tentativa era fazer com que, trabalhando com o Governo e com os todos os esforços que têm feito e tem ajudado a economia cabo-verdiano
armadores, que eu penso têm conhecimento mais que suficiente para a desenvolver, infelizmente continuaram numa solução muito precária e
alavancar uma empresa de transportes marítimos que dá satisfação de curta duração para o que nós almejamos e todos nós sonhamos para
aos cabo-verdianos, portanto, trabalhar em conjunto com o Governo, Cabo Verde. Senão vejamos, idade média dos navios, acima dos 40 anos,
não para o Governo pagar, mas sim para dar o seu aval, era possível quando as seguradoras, a nível internacional, já não seguram navios
termos uma empresa sim…tendo em conta a pretensão do Governo, a com mais de 30 anos, portanto isso é um facto. … temos navios aqui, e
pretensão dos armadores nacionais e trabalhando num processo único, as nossas seguradoras tem problemas em conseguir o resseguro desses
acredito que sim, dariam resposta a isso.” navios…isso demonstra o que estava a acontecer no sector, queríamos
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“…relativamente se os armadores nacionais, poderiam ter ligado com essas dimensões e condições, não há condições e, não só, os nossos
e feito este serviço sozinhos - objetivamente nós gostaríamos que fosse armadores e nem, eu diria, o setor privado, porque sabemos que com este
verdade, gostaríamos que isso pudesse acontecer, mas como vos disse financiamento … nem as nossas bancas, se calhar, têm disponibilidade
aqui, para os armadores nacionais entrarem no capital social de Cabo para financiar esse tipo de condições.”
Verde Inter-Ilhas, foi preciso o apoio do Governo, estamos a falar em 24
mil contos, nós estamos a falar em valores que implicam o transporte “…a própria lei de bases já consagrava 25% mínimo de comparticipação
e investimentos necessários. do nacional e isso foi respeitado nos termos do concurso e do caderno
de encargos mas, quando entrou na fase de discussão do contrato
Sr. VPM e MF, Olavo Correia, “…o Governo (referindo-se ao governo empurramos, o mais possível, porque queríamos um maior papel possível
anterior) tinha vontade, mas… infelizmente, só a vontade não chega. Eu para os nacionais mesmo alguns que nem participaram no concurso
estive reunido com todos eles (Armadores Nacionais) a primeira questão que, como já tinham algum papel dentro dos transportes marítimos
que coloquei é: como é que os senhores vão financiar a operação? E não inter-ilhas, foram convidados e aceites para fazerem parte para se ter,
sabiam como, queriam garantias e financiamentos do Estado, não, isso realmente, uma solução inclusiva.”
não existe. Para os cinco barcos que estamos a falar, portanto acho que
a melhor solução para esse negócio é uma parceria público/privada e “Há pessoas que têm um relacionamento especial com o mar e com
privados nacionais e privados externos, é a melhor solução! …nessas e essa atividade e na medida em que todos, acho que ninguém foi excluído
noutras matérias temos de ser claros para com os nossos concidadãos, voluntariamente… 49% é quase a metade só falta 1% para chegar a
nós temos de fazer uma curva de aprendizagem, precisamos de capital, 50%. Portanto é uma solução boa é uma solução que foi muito para além
precisamos de know how que não é só o contexto cabo-verdiano, o contexto daquilo que está consagrado na lei que é o mínimo de 25%.”
mundial do negócio e é preferível.”
“Eu estou mais satisfeito em ter uma empresa nacional e estrangeira, 5.8. Pela leitura dos documentos, pôde-se constatar que a Empresa
neste caso de capital, em que nacionais têm 49% salvaguardado, do Concessionária prevê, no seu Estudo de Viabilidade, resultados negativos
que ter uma empresa 100% com promotores cabo-verdianos que estão ao longo dos 20 anos da concessão. Outrossim, tendo a garantia em
subcapitalizados, não têm capital, por razões várias. Têm dificuldade de como o Estado assume a cobertura do seu défice e o pagamento do seu
aceder ao mercado financeiro internacional por razões várias, estamos serviço em 10% das receitas, a perceção é de que a concessionária, com
a falar de cinco barcos é preciso capital e não é um ano de concessão essa garantia, não terá nenhum estímulo para a eficiência, ou seja,
que vai permitir fazer isto em termos de indemnização compensatória. para a redução de custos.
Isso representava para o Estado uma não solução, então por isso, que
nós dissemos ok a melhor solução é nós avançarmos para concurso Assim, os Deputados, membros da CPI, quiseram entender melhor
internacional e após identificar o parceiro porque a lei dizia que o os valores implicados na exploração e as condições orçamentais do País
mínimo era 10% nacional e nós iriamos negociar com o parceiro e nós para cobrir todos esses custos, eventualidade de se atingir o break-even
enquanto Governo temos poder para isto, também é para isso que o point versus Mecanisnos de controlo e acompanhamento desse processo.
Governo serve. …pensamos que a solução que estamos a montar agora é
melhor que uma empresa detida 100% pelos nacionais. Aliás os próprios Para o Representante da Transinsular, Sr. Luís Francisco Alves
nacionais agora acham que a solução é uma boa solução, porque reparte Natário, “toda gente sabe que o transporte de passageiros não é negócio
os riscos, temos uma empresa que tem outras oportunidades de mercado, para ganhar milhões, é um serviço público. Penso que teve um empenho
esperamos nós, tem que ter, tem outras redes, tem outras valências governamental de maneira a poder ir de encontro ás necessidades da
que, juntamente com a nossa capacidade domestica de gerir o setor, população...É empenho dos governos, garantir a mobilidade das pessoas,
conseguiremos aqui fazer uma coisa boa e com o Governo a suportar tanto é aquilo que penso eu, que foi objetivo do governo cabo-verdiano,
quer enquanto parte interessada que tenhamos sucesso mas também garantir a mobilidade com qualidade à população nacional e isso, com
como entidade concedente.” certeza, será alargado numa perspetiva otimista de turismo, que vai ter
confiança nas ligações que se vão iniciar. O tal rigor…portanto é preciso
“Portanto, não havia um quadro sustentável para viabilizar esta copiar o que é bem feito nessa altura, a ligação de Mindelo/Santo Antão,
operação, o Governo acha em como a solução de parceria público/ é única e é a melhor que podemos ter nesse elenco que vem aí. Portanto,
privada que envolve investidores nacionais e estrangeiros é, no caso o que tem que acontecer é copiar esse rigor essa disciplina, que vai, com
concreto, a melhor solução. Eu penso que hoje a maior parte desses certeza, angariar depois mais utilizadores nacionais ou estrangeiros, é
empresários, a maior parte porque é obviamente que nem todos podem isso que vai ter…Agora do ponto de vista financeiro, eu acredito que nem
estar de acordo com isto, mas a maior parte, tanto assim que fizeram quem venceu e nem quem ficou pelo caminho, de certeza, que não iria
parte deste negócio, desta operação enquanto acionista pelo menos 10 pensar que iria enriquecer, com esta questão, não é porque se apercebe
empresas do setor, que demonstram como aceitaram a solução que veio perfeitamente. Podem enriquecer, se calhar, tinham que estar a vender
a ser finalmente conseguida.” os bilhetes por aí cinco vezes mais a aquilo que vai estar no mercado,
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área do que jurado, “…o cenário existente é que a empresa vai usar os
foi assinada esta concessão, uma das coisas que foi referida, se calhar três navios nessa fase de transição que é a fase dos dois anos, vai usar
pela primeira vez, vai ser completamente claro para toda a população os três navios da Cabo Verde Fast Ferry em regime de fretamento e o
de Cabo Verde, o quê que o Estado compensa ou não compensa, e que navio inter-ilhas da Polaris e, provavelmente, o Sotavento enquanto as
serviço está a ser prestado. Há várias realidades ou situações, mas há obras do porto do Maio decorrerem…portanto, com este cenário, não
uma situação que será perfeitamente definida, a contrapartida pelo há necessidade de um investimento enorme que se ia fazer abinício de
Estado, acompanhada, escrutinada e clara para toda a gente.” 35 milhões (trinta e cinco milhões). Inicialmente, tudo apontava para
“Teoricamente, havendo sistema de transparência, o resultado da empresa, um investimento de 35 milhões em cinco navios que rondaria 6,5 ou 7
tendencialmente, será zero. Depois haverá remuneração que é evidente, se milhões cada. Não havendo necessidade deste investimento inicial há
não houver nada de extraordinário, terá o resultado da operação.” uma redução significativa do custo dos ativos e os armadores nacionais
rentabilizam, de certa forma, os seus ativos e altera-se a situação em
“A indeminização compensatória nunca destinará a remunerar termos de capital social, que pode ser de 50 mil contos (cinquenta mil
seja o que for, ela será exclusivamente para compensar o défice que contos), segundo o estatuto da empresa que já está para ser aprovado e
houver da operação que é o que está previsto. São coisas completamente que deve estar já publicado ou a sair em publicação. A banca nacional
separadas, e, é por isso, que foi prevista essa solução de «open book» de foi tida em conta neste processo, ou seja, a banca nacional liderada
total transparência, que é, o défice será coberto pela compensação, e, pela Caixa Economia assumiu que tem todo o interesse em liderar o
portanto, tenderá a zerar, exceto se o Estado não aceitar algum custo, financiamento a este processo, mesmo que tenham que recorrer a banca
pode recusa-lo tem esse direito contratualmente e, simultaneamente, internacional…”
a remuneração, exceto se o conjunto de acionistas não tomar outra “…com a previsão do mercado que a empresa tem e que considero
decisão em contrario, poderá estar disponível para distribuir, mas ser muito pessimista, porque na altura quando discutimos o contrato
isso obviamente também é uma decisão que obedecerá às regras das não havia o acordo com os armadores nacionais, perante este cenário os
sociedades. Garantiu que são coisas separadas, a compensação nunca técnicos previram que poderiam chegar no primeiro ano em 3 milhões de
se destinará a outra coisas que não seja cobrir os custos de exploração euros, introduzindo, no mesmo modelo, as informações dos técnicos. É
se houver défice.” um contrato de 20 anos que pode ser parado, a qualquer momento, mas
estou à-vontade para dizer que Cabo Verde não fez um mau contrato, mas
Sr. Antúnio Barbosa – Vogal do Júri, “o estudo de viabilidade o país vai ter é que, nos momentos certos de decisão e acompanhamento
foi feito com base nos pressupostos, e os pressupostos assentam em do contrato, tomar as decisões corretas.”
dados estatísticos reais, factíveis, portanto, quem tem esses dados são
os serviços portuários. Infelizmente, os dados que existem não dizem “Certamente o Estado não vai pagar 7 milhões, pagará menos, ou
especificamente, o que se chama em transportes marítimos, as origens e seja chegar aos 3 milhões sim, mas isso depende de outras questões,
os destinos. Por exemplo, sabe-se que no porto de S. Vicente desembarcou- da logística que está a ser montada, porque eles não vão ter somente o
se uma centena de milhares de passageiros, mas não se sabe de onde componente transporte, vão também ter a componente logística para que
vieram esses passageiros, daí que poderá haver alguma discussão sobre os processos nos portos sejam mais eficientes possível … daí que acredito
estas matérias, quem fala do porto de S. Vicente poderá falar do porto que no primeiro ano possam, de facto, chegar aos 3 milhões, mas nos
da Praia. A única certeza que tenho é que do porto do Maio todos os anos seguintes vão ser, de facto, anos muito bons e pode-se, rapidamente,
passageiros que ali se desembarcaram, vieram da Praia, porque a única chegar ao break even como se tinha previsto inicialmente, ou seja, de
ligação que existe com o porto do Maio é da Praia, de maneira que esse se chegar nos primeiros três anos da concessionária. Estamos agora a
estudo de viabilidade baseou-se nesses dados, portanto, é natural que fazer uma comparação entre o estudo de viabilidade com todas os dados
possa haver alguma discrepância, mas na discussão do contrato ou do atuais e o estudo de viabilidade preparado pelo consultor para ver onde
estudo de viabilidade, obviamente que, uma vez implementado o contrato, houve falhas, onde há discrepância e ter uma análise completa. Das
prevê uma Comissão de acompanhamento, para monitorizar o contrato, análises que fizemos 3 milhões é o limite máximo, porque introduzimos
porque a subvenção é uma previsão, o contrato prevê 10% de remuneração a questão dos ativos como o fretamento dos navios nacionais, que só aí
das receitas a empresa ganhadora, neste caso a Transinsular, e depois reduziram cerca de 2 milhões de euros, a redução de um conjunto custos,
vai-se fazer a análise das despesas e das receitas e, em função disso, alguma reafetação de linhas diferentes, porque eles agora cumpriam as
será atribuída a subvenção.” linhas, tal como está no caderno de encargos, e no estudo de viabilidade
apresentado pela empresa não se cumpria com as linhas.”
“Vejo, como mais importante neste contrato, a capacidade que o
Governo tem em poder monitorizar de perto o contrato, ou seja, saber o “Em relação as receitas, houve um aumento muito grande, porque
número de passageiros transportados a quantidade de cargas deslocadas, a empresa agora considera que pode ter, pelo menos 90% do tráfico em
quer no embarque, quer no desembarque, ou carga e descarga e quais suas mãos e portanto, podem chegar, rapidamente, ao break even e,
as despesas do navio, se o navio desempenha de acordo com o contrato, neste caso, as receitas mudam totalmente de figura.”
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porque sabe que tem 10% delas, mas para tal deve haver uma entidade mencionou-se, por exemplo, que o anexo ao contrato concessão fala de
para fazer o acompanhamento.” um valor 700 mil contos. Os dados que nós temos, o estudo da Logistel,
são de longe inferiores a esses valores de longe inferiores. Todo o tipo de
“Para a concessionária independentemente dos resultados ela quer cenários, certamente, o proponente ao fazer o seu cenário teria tomado
os 10% da remuneração, porque não há aqui os investimentos dos 35 pressuposições diferentes daquilo que uma empresa como a Logistel
milhões, inicialmente previstos, e se houvesse os 35 milhões entrariam que faz aquilo e acho que não pintou aquilo de bonito para o Estado,
na conta, ou seja, a amortização da dívida entraria nas contas, enquanto foi algo que foi feito com mérito e posto a prova no sentido e com as
custos. Não há propriamente um incentivo para praticar menos custos, tarifas atuais, sem nenhum ajuste de tarifas. Portanto, este valor é
mas o que há é que a concedente vai exigir, permanentemente, eficiência de longe diferente daquilo que o proponente apresentou e nós vamos
e redução de custos da parte da concessionária. Quando discutimos a acompanhar, inclusive já pedimos, novamente, para a Logistel, face a
questão dos 10%, a concessionária disse-nos «acham que viemos para essa discrepância entre esses dois valores, fazer, de novo, esse trabalho
Cabo Verde trabalhar para o break-even?» Disseram que o break-even no sentido de validá-lo. Porque nós temos que ao acompanhar, temos
num mercado como este é extremamente difícil e ainda por cima é o que ter bases suficientes através de várias fontes de informações para
concedente que diz os navios que precisam e que a concessionária deve esta comissão poder acompanhar, eficazmente o contrato. Mas é no
trazer e, também, que fixa a tarifa e disse que então iam arriscar o que final do resultado e ainda não se sabe exatamente como vai comportar
é? Assim, alegaram que a proposta dos 10% era por causa disso. É 10% o mercado com respeito a receitas e despesas.”
das receitas, mas ficou a questão dos custos que é o grande calcanhar de
Aquiles para o Estado, por isso, há necessidade de trabalhar a questão Para o VPM e MF, Olavo Correia – “…se se consta dos documentos
dos custos, tem que aprovar ativos que entram, tem que fiscalizar as em como o princípio é de livro aberto e se é o Estado a definir todos os
questões que tem a ver com os combustíveis, por ser um grande custo pressupostos do negócio e se houver algum prejuízo o Estado tem de
deste sistema.” assumi-lo que é básico. Em função da evolução do mercado, da cota
do mercado, do volume de passageiros e cargas e quando começar a
“…no contrato não há risco financeiro para a concessionária. A aumentar, os prejuízos vão diminuir até chegar a um «break-even» e
concessionária faz todo o seu trabalho acompanhado como é evidente têm estudos nesse sentido. O que vão pagar não se encontra no estudo
pela equipa que supervisiona e chega no final do ano e apresenta as porque, como sabem, o estudo de viabilidade, e a certeza que têm é que
contas de exploração e tem um resultado negativo, ou seja tem receitas nunca vai acontecer como está no estudo. A única certeza do estudo é
de 100 e custo 110 e teve um défice de 10, então o Estado diz assim, que nada acontecerá como está no estudo, podendo ser mais ou menos,
pronto este, em princípio, é o défice mas não pagou a remuneração que mas o valor exato é um totoloto e não um estudo. O estudo é um elemento
acordou dos 10% de receita, portanto, aqui o Estado tem que pagar indicativo e o que vai ser pago é o custo efetivo com base na contabilidade
a garantia dos 10% de remuneração. Há duas formas de entrar com aberta, com auditoria. Se é um custo que resulta das normas que foram
a remuneração ou é no final ou entra imediatamente como custo de definidas pelo Estado, o mesmo tem que assumir esse custo e ninguém
exploração no processo do sistema. A conta que deve ser apresentada é vai assumir esse custo e o Estado tem que ter a capacidade de saber
a seguinte: 100 de receita – 110 de custos + 10 remuneração (10% dos quais os custos que devem ser assumidos por ele, e quais custos que
100 de receitas). Se for positivo, e já com a remuneração, então o Estado não, consta do contrato e das normas que estão em vigor para o efeito.
recebe receitas e 50% do saldo vai para o Estado enquanto pagamento Nesse aspeto, não tenho qualquer preocupação com os valores iniciais
de renda, tendo em conta que o concedente atribuiu essa concessão, ou que são mero indicativos para o efeito e o que vai contar, para o efeito
deu esse direito a essa concessionária para a exploração.” de pagamento, são os custos efetivos decorrentes do cumprimento de
um contrato que foi estabelecido em termos de frequência e rota e estou
Segundo o SEEM, Paulo Veiga – “Quanto aos subsídios à Cabo tranquilíssimo e como Ministro das Finanças garanto que não vai haver
Verde Inter-ilhas, isto é estudo e esse estudo também diz que conta com um único tostão, sem que tudo esteja devidamente auditado.”
25% inicial do mercado até 5 anos. No cenário atual estamos a contar
com 70% do mercado e, provavelmente, vai para os 90%, porque todos ì…o controlo vai ser a vários modelos. Em primeiro lugar nós temos
os armadores ou a maioria dos armadores de nacionalidade Cabo- os nacionais com 49% da empresa e temos uma cláusula, um acordo
verdiana, optou por entrar para a Cabo Verde Inter-ilhas, o que quer com os nacionais a salvaguardar que estes 49% permaneçam prenhes,
dizer que esses estudos, como disse no inicio, esse estudo é dinâmico… por mais que a operação incitada vier a verificar, no futuro, esses 49%
nós também temos um estudo feito pela empresa Logistel, que também ficarão salvaguardados. Vamos ter cabo-verdianos na gestão executiva
trabalhou com o anterior governo, que diz que num cenário otimista, em da empresa também. Vamos ter o IMP, Instituto Marítimo Portuário,
3 anos essa empresa deixa de ter necessidade de ter essa compensação, que tem competências que estão na lei e temos o Estado que é concedente
da indeminização compensatória, e, num cenário pessimista em 7 anos, que tem prorrogativas especiais que decorrem da lei e temos a equipa
portanto, temos é que enquadrar as coisas, são estudos e o mercado já constituída, não vamos constituir a equipa, já está constituída, já
ditará, mas a base do estudo, era que a empresa entrasse e se mantivesse está a trabalhar para garantir que as coisas funcionem. De facto, é
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isso porque as duas companhias já trabalharam em regime de concessão. O Sr. Luis F. Alves Natário, Representante da Transinsular
A POLARIS, Praia-Maio-Praia e a CV Fast Ferry, Praia-Fogo-Brava, declarou “Relativamente à questão do maior envolvimento dos armadores
e Santo Antão-São Nicolau. De maneira que fui perentório na minha nacionais, acho que foi uma das preocupações da Transinsular e dos
função eu disse desde a fase inicial em que representava os Armadores armadores nacionais. Têm um peso e responsabilidade muito grandes,
nacionais que só poderia entrar na nova companhia com a participação no transporte marítimo nacional. Cabo Verde Inter-Ilhas é uma
dos restantes Armadores nacionais, daí veio a discussão, tivemos algumas empresa Cabo-verdiana, que as tripulações vão ser Cabo-verdianas.
reuniões com o Governo, inclusive, com o Senhor Secretário do Estado Tem que haver aqui, de ir recolher as experiências que os armadores
e com o Senhor Vice Primeiro Ministro, discutimos algumas questões nacionais têm, para ajudar a ter um serviço de qualidade, porque há
pertinentes em relação à entrada dos nossos Armadores, o que seria a pormenores como digo, que a experiência vai ajudar, a ter noções exatas
responsabilidade do Governo em relação à frota existente e chegamos das carências de das dificuldades. É um contributo de know how que
ao acordo que foi assinado, acho eu, em janeiro deste ano.” pode e deve ser dado pelos armadores nacionais. Daí o envolvimento ou
representatividade ter sido aumentada no fundo para ter um suporte
“Neste momento, estão na CVInter-ilhas cerca de, salvo erro, nove de experiência de apoio, necessariamente nessa questão que é uma
Armadores, que, numa das reuniões da ACAMM, decidiram deixar a questão muito, muito sensível, transporte inter-ilhas de passageiros.
POLARIS com 9,68%., a quota que a POLARIS tem atualmente no mercado.” Efetivamente, é uma atividade que tem que ser desenvolvida, tem que
O Comandante passou ainda a informação de que numa das reuniões ser feita em condições, digamos é uma forma que há de resolver algumas
da nova empresa O…discutimos a questão da realização das ações e foi dificuldades. Eu senti e percebi isso, porque tive que acompanhar os
eleito o Administrador por parte dos Armadores nacionais, neste caso meus colegas dentro desta área, no transporte inter-ilhas, entre Praia,
será o Luís Viúla.” Fogo e na Brava, e depois fomos ao Maio, e há uma série de questões
que tem que ser, efetivamente, melhorada…”
O Armador da VERDE MAR, Sr. Cte. José Eduardo Lopes Spencer
disse que ì…havia dito que estavam em condições de gerir a marinha, Para o Administrador da ETE, SGPS, SA, Sr. Gonçalo Delgado
foi por isso que, precisamente, concorreram porque sentiam que estavam “…sentimos quer do lado dos armadores, quer no lado do Estado, que
em condições mas que perderam o concurso e uma vez que havia perdido havia uma certa vontade em que os armadores tivessem maior presença.
o concurso tinha que se sentir confortável na qualidade de perdedor.” Não tínhamos argumento para dizer não. Vir para o projeto e ter uma
presença maior, era mais um fator positivo para o projeto. No fundo, há
“Para mim, foi bom porque aumentou-se a cota de 25% para 49% e toda a experiência adquirida pelas pessoas ao longo dos anos, achamos
acho que para os armadores foi bom, também, porque assim teriam uma bem-vindo e que seria uma coisa que ajudaria e que as populações
maior voz na marinha cabo-verdiana porque, até agora, protagonizaram gostariam de ver os seus armadores a participar nessa operação de
e estiveram à frente na marinha e seria triste deixar de ter qualquer transporte entre as ilhas, cumprindo as regras que estão definidas no
papel, mas com 49% passaram a ter um papel mais ativo na marinha.” contrato e pelo Estado.”
“Para os 49% assinamos um acordo com o Governo em que os O Sr. Cte José Manuel Fortes, auditado enquanto Presidente do
armadores que não tivessem disponibilidade financeira para entrar no Júri declarou neste quesito o seguinte: “o processo com os armadores
capital social da empresa, o Estado de Cabo Verde entraria com o valor nacionais é muito duro, a questão da compreensão do que é o serviço
do capital social mediante a penhora da cota até que o armador venha a público e como estava feita a montagem foi muito difícil para os
ter a possibilidade de entrar com parte ou todo o capital, isso em termos armadores nacionais entenderem isto e eles tiveram a oportunidade de
de realização do capital. Os armadores que entrarem não podiam fazer ficar com todo processo, porque foi-lhes solicitado uma ideia de proposta,
concorrência direta à nova companhia de forma que acordaram que os tiveram 30 dias para responder e não conseguiram, quando chegaram
armadores que tivessem que desfazer da frota faziam um balanço dos à mesa com a presença do Vice-Primeiro-Ministro e outras pessoas, ai
ativos da empresa afim de serem compensados futuramente.” solicitaram a empresa que lhes desse uma ideia de proposta e eles só
fizeram lamentações, porque de facto não perceberam. Estive com os
Na ótica do Sr. Franklim Aguiar, Representante da Polaris, SA, representantes da empresa a explicar-lhes desde o Governo anterior
“O que eu posso lhe dizer é que se funcionar… é que a coisa acabou de até este, o que é um serviço público, mas depois de compreenderem e de
começar, eu não posso fazer uma previsão. Eu acho que, realmente, é perceberem, entraram e temos o que temos hoje.”
muito mais que transportar pessoas e bens de um lado para o outro, e
tem a ver com a segurança total e isso é fundamental que se garanta “O capital social da empresa, atualmente, veio a mudar tudo o que
um transporte, mas eu, é como eu digo, estou aqui, estou à espera é que estava estipulado, porque a fase de discussão do contrato alterou o cenário
as coisas funcionem bem, eu quero sentir-me orgulhoso e dizer oko, eu no seu todo. Quando a concessionária apresentou a proposta sabia que
participei e funcionou e se não funcionar, também, cá estaremos para só tinha que abrir mão de 25% do capital social para os nacionais, mas
experimentar uma outra estratégia, não sei.” na fase de discussão eles disseram que o negócio não ia dar para ganhar
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muito dinheiro, pelo que vieram aqui para se posicionarem e estar no na lei que é o mínimo de 25%. Portanto, houve salvaguarda na lei que
mercado que já estão há cerca de 30 anos em termos de transporte é precisamente dos 25%, podemos ficar por 25% como mínimo que a lei
internacional e queriam continuar aqui, e, portanto, iam abrir mão se o nos obriga, mas o facto de querer mais inclusivo e trazer os nacionais
concedente quisesse até 49% e trazer os armadores nacionais e, trazendo com maior participação possível eu acho que isto mostra que o Governo
os armadores nacionais toda a perspetiva que tinham do mercado muda.” tem todo o interesse em ter o máximo de participação possível. Porque
este é um negócio que segundo os nossos dados projetados que estamos
“É importante ter em atenção, que esta estratégia deixa o mercado aberto a reanalisar no quadro atual é uma situação que sendo superavitária
para os atuais operadores. Portanto, eles (significando a Concessionária) é um negócio nos próximos 20 anos que vai render muito, e vai render
não previam no estudo de viabilidade económica financeira deles, na e vai ser benéfico para os nacionais que participam como acionistas
proposta, que captavam todo o mercado. Por exemplo, no tráfico São nisso. E inclusive, até já começaram, no sentido mesmo, de afretar os
Vicente – Santo Antão só previam captar 25%, porque já lá estavam seus barcos durante esta fase de transição. Daí que entendemos que a
dois operadores e o Cabo Verde Fast Ferry que tinha o navio avariado solução é uma solução que tem em boa conta o máximo de participação
na altura, pelo que consideravam que era difícil captar mais do que e o menos risco possível com os nacionais. Em relação a questão da
25%. Com a discussão do contrato as coisas mudam e abram a 49%, os compensação dos nacionais pelas suas embarcações, é um cenário que
acionistas nacionais após alguma discussão também aceitam entrar nos vê essa solução como uma forma de ajudar na sua capitalização e ter
49% e aí as perspetivas de mercado mudam totalmente.” algum recurso financeiro até para participar em outras atividades conexas
que nós inclusive dentro daquilo que é logística gostaríamos também
“A entrada dos armadores nacionais faz com que no quadro legal de ver a participação. Para já, vai participar a sociedade enquanto tal,
que se prevê e que vai regular essa atividade e que permite que os mas também, não exclui e gostaríamos de ver os independentes também
armadores nacionais continuem a operar, mas esses que já entraram na os acionistas a participar, de forma independente, para o todo que é
concessionária não vão continuar a operar. Os navios ativos que eles têm solução logística que é outro negócio, ramo de negócio que ainda não
são ativos que neste quadro podem ser usados ainda durante dois anos, estava conexo, mas que não estava previsto anteriormente.”
portanto os navios que já cá estão registados em Cabo Verde, é - lhes
permitido operar durante dois anos com a mesma situação em termos Finamente para o VPM e MF, Olavo Correia, “…desde o inicio que a
de certificação de segurança marítima. Alguns desses armadores têm minha equipa tinha como estratégia tentar uma solução para envolver o
créditos bancários, portanto, seria desejável que a empresa concessionária máximo possível de nacionais e conseguiram envolver cerca de 10 empresas
que tinha proposto entrar com cinco navios, até 15 anos dentro das com 49% do capital da Cabo Verde Inter Ilhas e com uma cláusula que
características que estão no caderno de encargos recuasse e dissesse vai permitir que, proeminentemente, os 49% fiquem salvaguardados e que
assim, de facto se vocês têm ativos que podem ser utilizados durante qualquer operação de aumento de capital, alteração societária não vai
dois anos não vamos deixar esse défice para vocês vamos usar durante pôr em causa os 49% dos nacionais. Negociamos e chegamos a um bom
algum período os ativos dos armadores nacionaisd e neste momento, o entendimento com todos os armadores nacionais que quiseram entrar
cenário existente é que a empresa vai usar os três navios nessa fase de na operação porque não podíamos obrigar os armadores nacionais a
transição que é a fase dos dois anos, vai usar os três navios da Cabo fazerem parte de uma solução empresarial, mas que a maior parte dos
Verde Fast Ferry, em regime de fretamento, e o navio Inter-ilhas da empresários que estavam a operar efetivamente, entraram na operação
Polaris e, provavelmente, o Sotavento enquanto as obras do Porto do com diferentes percentagens no capital que, por sua vez, foi acordado
Maio decorrerem, porque até ter as obras do Maio concluído não se entre os armadores. O Governo apenas facilitou o fecho do processo e os
poderá usar um outro navio que não seja o Sotavento e eventualmente próprios armadores que haviam decidido a percentagem no capital em
o Praia D`Aguada, porque este último fica mais difícil utilizá-lo em função do peso de cada empresa no negócio dos transportes marítimos.
fases de obras.” Havia ficado claro que ficavam com os 49% da empresa e 51% com o
parceiro externo e o Estado vai ser a entidade concedente e vai regular
“Portanto, com este cenário, não há necessidade de um investimento a operação através do Instituto Marítimo Portuário que é uma ponte
enorme que se ia fazer abinício de 35 milhões, em cinco navios que muito importante com obrigações claras que constam do caderno de
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rondariam 6,5 ou 7 milhões cada. Não havendo necessidade deste encargos que é do conhecimento público.”
investimento inicial, há uma redução significativa do custo dos ativos
e os armadores nacionais rentabilizam de certa forma os seus ativos e …não tendo, os empresários que fazem parte desse acordo, esse
altera-se a situação em termos de capital social. Na mesa de negociação dinheiro, que admito que será marginal, e ainda não foi apresentado
do contrato, chega-se a condição de que a empresa pode ter um capital nenhum pedido em concreto, nós podemos fazer uma operação simples,
social de 50 mil contos (cinquenta mil contos) e é o que está presente no financeira...Primeiro, estabelecer regras e princípios e, segundo, havendo
estatuto da empresa…” necessidade não há nenhum problema operacional é uma operação que
pode ser feita, tranquilamente, com contra penhora das ações. É uma
Do SEEM, Sr. Paulo Veiga registou-se que rConseguimos mais, operação financeira normal que o Tesouro faz tranquilamente não coloca
conseguimos que a maioria dos armadores Cabo-Verdianos, porque nenhum problema orçamental, de défice e nem de dívida direta, penhora
as empresas são todas nacionais, aqui convém dizer que a empresa as ações, o Estado entra, quando pagar o valor, libertamos o penhor das
vencedora é uma empresas que está em Cabo Verde há 30 anos, paga ações. Portanto, é o que está como princípio para debelar essa situação
impostos, tem funcionários Cabo-Verdianos, portanto, não é uma caso algum empresário, por alguma razão, venha a ter dificuldade na
empresa estrangeira, portanto as empresas são todas e que conseguimos realização do capital no montante que estamos aqui a referir.”
com que os armadores Cabo-Verdianos pudessem participar. Neste
sentido, o Governo iniciou as negociações com o vencedor, abrindo o “…nós discutimos com os empresários, chegamos a entendimento
capital para 49%, o que inicialmente era só 25%. Portanto, abriu capital em relação a uma regra, aquilo que estou a dizer é que a maior parte
aos armadores nacionais, tendo conhecimento das dificuldades que os dos empresários não vai precisar dessa intervenção do Estado. O que
nossos armadores têm o governo optou por apoiar e criar condições para estou a dizer é, precisando, estando em comum acordo não terá nenhum
eles realizarem o capital e fazerem parte dessa solução, pensamos que é problema. Precisando, o Estado penhora as ações e mete capital não há
uma solução que Cabo Verde saíra a ganhar, as economias locais sairão nenhum problema…. Pusemos aquela cláusula no contrato para dar
a ganhar e irá modificar a nossa economia, per si. Portanto, temos 9 conforto para que ninguém tenha medo de participar nessa operação.
ou 10 armadores nesse sentido, aonde foi feito acordo com o governo, Mas é uma cláusula que não vai ser, penso eu, utilizada pela maior parte
e nós não só apoiamos a sua entrada no capital social, mas também dos empresários que entraram nessa operação, segundo a informação que
estamos a trabalhar, conjuntamente com eles, para que o pessoal que eu tenho. Portanto, regra é, os empresários colocam dinheiro, havendo
não transitar para a nova empresa que irá fazer o transporte marítimo, dificuldades de colocar o dinheiro, isso em ações, o Estado assume o que é
não fique sem os seus direitos e sem trabalho…” normal, contra penhora as ações, não é dar o dinheiro, atenção! O Estado
não tem dinheiro para dar a ninguém. Contra penhora as ações, o Estado
“…o governo não teve que abrir, foi uma negociação com o vencedor pode avançar o valor, é só isso que está no acordo, não só escrito, mas foi
do concurso, eles é que optaram por abrir o capital, portanto, se eu me o acordo a que nós chegamos em São Vicente com os armadores nacionais
fiz entender erradamente, eu corrijo. O Governo negociou a abertura do e eu estive nessa reunião. Como princípio, é um princípio bom que não
capital… A empresa não é do governo, há um grupo que ganhou, criou prejudica o Estado e que garante condições para que os nacionais possam
uma empresa chamada Cabo Verde Inter-Ilhas e abriu o capital aos participar desta operação precisando, em regra não vão precisar daquele
armadores de nacionalidade cabo-verdiana para participar.C valor, penso eu, e espero que não venham a precisar.”
Para o ME, Sr. José Gonçalves – “…a própria lei de bases já 5.10. Durante as audições, os Deputados, membros da CPI, constataram
consagrava 25% mínimo de comparticipação do nacional e isso foi que, perante a nova modalidade de aquisição da frota pela via de afretamento,
respeitado nos termos do concurso e do caderno de encargos, mas quando a expressão .aquisição da frotaa, foi entendida ou interpretada de forma
entrou-se na fase de discussão do contrato empurramos, o mais possível, diversa, muitas vezes indo em contramão com o entendimento da leitura
porque queríamos um maior papel possível para os nacionais, mesmo que se faz nos documentos a que tiveram acesso, concretamente, no anúncio
alguns que nem participaram no concurso que como já tinham algum de manifestação de interesse e no caderno de encargos.
papel dentro do transporte marítimo inter-ilhas foram convidados e
aceites para fazerem parte para ter realmente uma solução inclusiva…” Por outro lado, o regime e a forma, desse afretamento que deverá
acontecer durante o período de transição, de 2 anos, pela Concessionaria,
Quanto a passar de 25% para 49%, sim, estamos muito satisfeitos. também suscitaram muitas dúvidas, uma vez que os navios que serão
Satisfeitos porque quanto maior a participação possível é uma solução afretados são aqueles em uso nos TMII, tidos por inadequados e o
mais inclusiva. Há pessoas que têm um relacionamento especial afretamento a casco nú pode gerar desemprego.
com o mar e com essa atividade e na medida em que todos, acho que
ninguém foi excluído voluntariamente, um ou outro que deu esse sinal, Neste sentido, quiseram os Deputados clarificar essas questões,
inicialmente, mas acabaram por não participar na solução. 49% é quase relativas a aquisição/afetação de frota própria/compra, afretamento ou
a metade só falta 1% para chegar a 50%, portanto, é uma solução boa outro; o período de transição e a situação laboral dos trabalhadores,
é uma solução que foi muito para além daquilo que está consagrado ouvindo os intervenientes do processo.
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O Sr. Cte José Manuel Fortes disse que “De momento vai-se para o “Se essa decisão da concessionária de afretar os navios já existentes
fretamento, que considero ser uma boa ideia, porque com o fretamento o no mercado, é ou não uma boa decisão para os Armadores nacionais,
custo inicial é muito mais baixo. Na discussão havida o custo reduziu-se proprietárias desses navios, eu acho que sim porque a concessionária, neste
em cerca de 2 milhões de euros/ano, por ser fretamento nacional e não momento, ganhou o concurso vai ter que se preparar e tem um tempo para
internacional. O contrato existente dá uma boa garantia.” tal. Eu acho bom afretar os nossos navios porque, de repente, tira-se um
navio e põe-se um navio, isso não acontece em nenhum sítio, tirar navios
“Os navios ativos que eles (referindo-se aos Armadores Nacionais) e pôr navios, eu acho que, neste momento, no meu caso particular, é bom.”
têm, são ativos que, neste quadro, podem ser usados, ainda, durante Sr. Cte Luís Viúla, Representante da Polaris, SA, “…a informação
dois anos, portanto, os navios que já cá estão registados em Cabo que nós temos é que vão iniciar com os navios da Polaris, aliás, da Polaris
Verde, é-lhes permitido operar, durante dois anos, com a mesma já iniciamos as negociações, há alguma divergência é com os navios da
situação em termos de certificação de segurança marítima. Alguns CVFF. A minha opinião pessoal é que a CVFF não foi boa aquisição
desses armadores têm créditos bancários, portanto, seria desejável que não é e não será uma boa alternativa para os transportes marítimos
a empresa concessionária que tinha proposto entrar com cinco navios, em Cabo Verde. Portanto, se estamos a procurar uma alternativa boa
até 15 anos, dentro das características que estão no caderno de encargos, para a nossa marinha, isso não deverá passar pela CVFF e pelos navios
recuasse e dissesse assim, «de facto, se vocês têm ativos que podem ser idosos e obsoletos que nós temos. A ideia terá que passar por aquisição
utilizados durante dois anos não vamos deixar esse défice para vocês, de navios com menos de 15 anos o mais rápido possível. Realmente,
vamos usar durante algum período os ativos dos armadores nacionais» eu tenho alguma incapacidade em discutir determinadas questões
e, neste momento, o cenário existente é que a empresa vai usar os três porque não tenho todas as informações...inclusive, a minha questão,
navios nessa fase de transição que é a fase dos dois anos, vai usar os na reunião da quinta-feira, foi qual é o tipo de navio, o primeiro navio
três navios da Cabo Verde Fast Ferry em regime de fretamento e o que vão trazer até agora não temos caraterísticas do navio que, em
navio Inter-ilhas da Polaris e, provavelmente, o Sotavento enquanto princípio, deveria chegar em agosto, mas pelas informações chega um
as obras do Porto do Maio decorrerem, porque até ter as obras do Maio pouco mais atrasado.”
concluído não se poderá usar um outro navio que não seja o Sotavento
e, eventualmente, o Praia D`Aguada, porque este último fica mais difícil “Neste momento, realmente, nós temos a plena consciência que
utilizá-lo em fases de obras.” funcionando bem a CV Inter-ilhas e assumindo bem o caderno de
encargos, há uma questão que é evidente, naturalmente, os outros
Para o Sr. Paiva do Rosário, Ex-PCA da CVFF, (Anexo XXXI) “Em Armadores Nacionais com navios limitados, velhos e obsoletos e com
relação ao período de transição, entendendo de que a ideia é de fazer com algumas limitações terão que desaparecer. Isto é um processo natural,
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que a frota que tiver a operar esteja à altura, em termos de segurança, de maneira que, compreenderam, realmente, qual será o futuro com
se a pergunta é feita à uma pessoa com responsabilidade em relação a a implementação de uma companhia bem organizada e estruturada
questões de segurança, diria que o tempo é excessivo, entendendo que acabaram por aderir ao projeto e também com a plena garantia do
“Quando se trata de segurança tem que ser imediato.” Governo em relação aos ativos, e outros fatores que continuam a depender
da mobilização e realização que estão a ser feitas. Logicamente, que uma
“É uma transição, é um processo que visa mudar uma realidade que companhia não vai conseguir progredir a totalidade dos empregados das
se arrasta de há muito tempo, na qualidade de profissional da área, outras empresas…certamente que isso irá ter uma influencia negativa
tendo sido envolvido diretamente na gestão e, com responsabilidade em relação aos postos de trabalho mas creio que se vierem, realmente,
direta em termos de segurança, tendo em conta os exemplos doloridos cinco navios não estará em causa a situação dos marítimos porque com
ou trágicos que tivemos em relação a segurança e que diz respeito aos cinco navios vai haver postos de trabalho para todos.”
armadores, a lição tirada é de que, em nenhum momento, se pode protelar
a questão da segurança.” “Mesmo assim, há uma situação desagradável no Acordo Parassocial
com a Transinsular que nós assumimos e assinamos…portanto, durante
“Neste processo o que irá pesar é o que é que irá custar a transição, dois anos os Armadores que participaram na CV Inter-ilhas não poderão
se são recursos que são fáceis de mobilizar a curto prazo.” fazer qualquer concorrência a CV Inter-ilhas e, por causa desta clausula,
houve um Armador que saiu, mas os outros Armadores continuaram no
“O comentário direto, como profissional, como pessoa que tem alguma projeto. Portanto, quer dizer que há uma aposta e há um plano que como
sensibilidade em relação a questão de segurança e que teria vivido disse se decorrer da forma como se prevê, poderá, realmente, resolver
momentos que não são nada agradáveis por estar numa posição similar definitivamente, a questão que todos querem que é a cabotagem.”
a um outro armador, pelo azar que teve, e pelo fato de não saber quais “…realmente como disse de início, ainda não definimos bem as
são as condições que abalam Cabo Verde, temos exemplos claros, da coisas em relação à Polaris e a CV Fast Ferry porque eles querem um
situação das ilhas do Fogo e da Brava, que são Portos difíceis em que afretamento a casco nu, e nós pretendemos, numa primeira fase, a
o navio pode estar no porto e o tempo deteriora-se e tem que mobilizar nossa proposta era de afretamento a tempo. Mas no caso da Polaris, nós
a tripulação para imediatamente abandonar o porto.” temos o Inter-ilhas e o Sotavento. O Sotavento é para a situação atual
do porto do Maio, portanto, a previsão da fase final da construção do
“Quando se fala de segurança, quanto mais rápido for feito, é o cais do Maio poderá rondar os dois anos, isso quer dizer que os navios
aconselhável…” Sotavento da POLARIS e Praia d’Aguada da CV Fast Ferry ainda terão
de esperar o mínimo de dois anos para deixar de operar. Porque são
“Não quero dizer que não entendo o que é o processo. Fazer o upgrade navios, particularmente o Sotavento, é um navio muito adequado às
da certificação para que uma entidade reconhecida, neste caso, as atuais condições do cais do Maio e, portanto, não havendo para o Maio
sociedades classificadoras também participam na avaliação das condições um navio mais ideal para fazer a linha São Vicente/Praia e Praia/
das embarcações em termos de segurança e, eventualmente, contribuir Maio e Maio/Praia, passa por Sotavento. Em relação ao Inter-ilhas,
para facilitar a certificação estatutária.” realmente, é um navio que tem dado provas, tem feito São Vicente/
Santo Antão, São Vicente/São Nicolau e às vezes cobrindo algumas
“É um processo, o desafio talvez poderá estar na idade de algumas roturas na ligação Sal/São Vicente, portanto, é um navio que já deu
das embarcações, não tenho dúvida de que algumas embarcações em provas, está em excelentes condições e, de qualquer forma, eu posso dizer
relação às outras têm certificação de classe.” que ao falarmos com a CV Inter-Ilhas não avançamos porque a nossa
proposta inicial para o afretamento a tempo era de um ano, uma vez
“Falando das que conheço, até a Praia d’Aguada que é um navio que que há divergência entre o afretamento a tempo e o afretamento a casco
foi reconstruído, já estava com o processo de certificação de classe a nu, que está para seis meses, ainda não está nada fechado.”
ser lançado, mas é um investimento que exige recursos e quando surge
uma situação de alteração do ambiente de negócio, da perspetiva futura Para o Sr. Cte José Eduardo Lopes Spencer, “…é normal (referindo-
da operação da empresa, não se podia arriscar e começar um processo se ao afretamento) porque a empresa tem que iniciar e, para isso, vão
que, eventualmente, podia não cessar. Conhecendo a CV Fast Ferry, a alugar os navios da CV Fast Ferry e parece-me não ser somente os
questão da certificação ou do ‘upgrate’, necessários e que dizem respeito navios da CV Fast Ferry. Da última reunião falaram que irão alugar
à transição, podiam ser imediatas.” os navios da Polaris e aventou-se, ainda, a hipótese de alugar o navio
da Armas. Por aquilo que entendi, era só uma fase transitória e que a
“Em relação às outras embarcações, não as tenho identificadas, empresa vai começar com os navios, que considera não servirem para
mas tratando-se da Polaris, uma das embarcações tem a certificação os mares de Cabo Verde, mas que para iniciar terá de ser porque não
de classe, quanto a segunda embarcação, desconheço, por isso, o tempo têm outros navios e, por isso, disse que, o mais urgente possível, devem
pode até ser excessivo.” ser substituídos.”
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“Estou convencido que a concessionária possa adquirir os cinco navios com eles (supostamente com a nova empresa e os Armadores Nacionais)
porque, pela reunião que tivemos, este ano, eles vão meter apenas um para que o pessoal que não transitar para a nova empresa que irá fazer
navio, foi o que o administrador, Paulo Lopes, havia dito. O primeiro o transporte marítimo, não fique sem os seus direitos e sem trabalho,
navio chegará este ano, lá para o mês de outubro, e que, por enquanto, portanto, nesse sentido, estamos a estudar as formas de como é que
usarão os outros navios afretados da Fast Ferry e da Polaris. Tivemos podemos integrá-los nos centros logísticos de que vão ser criados nas
uma reunião com a presença do Sr. Secretário de Estado da Economia ilhas, que é a parte de rececionar as cargas e poder reencaminhar as
Marítima e tivemos a garantia que, nos dois anos que virão, o caderno de cargas, estamos a analisar toda a forma para que tenham o mínimo de
encargos será cumprido e, num período de dois anos, terão cinco navios pessoas ou que não se tenha pessoas do sector a perder trabalho. Nós
e que tinha ficado com esta impressão e era o que havia entendido.” acreditamos, também, que após o início das operações, a empresa irá,
objetivamente, necessitar de mais pessoas do que está previsto neste
Sr. Andy Andrade, PCA CVFF, refuta que “há interesse da parte da momento, então pensamos que essa situação ficará resolvida por esta via.”
CV Inter-ilhas para afretamento dos navios. O afretamento irá exigir a
alteração do objeto da sociedade, pois CVFF é uma empresa operadora “Os que não forem enquadrados na Cabo Verde Inter-ilhas, serão
e para transformá-la numa empresa de leasing, há que resolver a sua enquadrados nos Centros de Logística, aqui o objetivo é que ninguém
situação financeira e a obrigação financeira é muito elevada e ainda não perca o seu emprego, e se tiver que perder, o governo, através do contrato
está definido quem irá assumir as dívidas da CVFF antes da empresa que assinou com os armadores, garante, não só, indemnizações, de forma
acordar em afretar as suas embarcações. Portanto, só há um interessado, legal, como reconversão para eles continuarem a trabalhar. Portanto,
mas não está nada definido.” o objetivo aqui não é prejudicar ninguém, mas sim, fazer funcionar
um setor do qual depende a nossa economia local. A equipa que já foi
“Realmente, há uma manifestação de interesse para o processo de criada, mas vai ser publicada, portanto, sairá no BO, é sim a comissão
afretamento e está-se a aguardar a decisão da liquidação das dívidas de acompanhamento e já começou a acompanhar desde já, porque neste
da empresa e quem irá assumir. Se o processo se concretizasse, seria a momento nós estamos com a Cabo Verde Inter-ilhas a discutir linhas
melhor coisa que poderia acontecer a CVFF.” a afinar os horários, nós temos que aprovar tudo, os funcionários, o
programa de substituição de navios, o programa de formação que é
O processo de afretamento de navios exige que Oalguéma assuma uma outra área que temos défice, especialmente de navio mas também
as dívidas da CVFF mas “quem” irá assumir, ainda não se sabe e, de de receber as pessoas, de tratar da logística, défices que nós temos que
momento, está-se à espera que a proposta seja colocada sobre a mesa reconhecer no setor…”
para se poder acordar, como acionistas, na transformação da empresa
da condição de uma operadora para uma empresa de leasing ou para “O contrato de afretamento já foi feito, já está para 2 anos e para
a liquidação da empresa, porque depreende-se que a empresa irá ser depois, juntamente com a CVFF e com a CV Inter-ilhas procurar solução
extinta, portanto, se uma empresa não está a operar, e afretar os seus para esses navios. Temos 2 anos para os colocar ou afretar em, por
barcos, significa a sua extinção e quando se extingue uma empresa exemplo, devem servir muito bem na Guiné Bissau, os rios da Guiné
está-se a liquidar todos os seus compromissos. Os acionistas privados Bissau, transportar pessoas de um lado para outro e há outros países
não têm interesse algum em extinguir a empresa porque entendem que já identificamos e estamos a desenvolver essas conversas, ainda
que a mesma têm pernas para andar e estão prontos para assumir e, não há nada definitivo, mas para ver a solução onde colocarmos esses
portanto, só quem tem interesse em extinguir a empresa é que tem de navios, porque não se adequam ao que nós precisamos e são navios de
assumir as dívidas para se poder avançar com o afretamento dos barcos custos elevados de operação exatamente por não terem camarotes para
e não acontecendo afretamento dos barcos, continuariam no mercado, a tripulação poder descansar e outras questões.”
mas, num ambiente de exclusividade, onde a CVFF não tem subsídio
do Estado torna-se muito mais difícil à empresa continuar no mercado. “O leasing, sempre foi uma opção, ninguém diz compra, diz tem que
Com a entrada da CV Inter-ilhas, a CVFF teria de ser extinta e, para ter os barcos, porque há várias formas de compra, mas só para que
isso, os compromissos têm que ser pagos e, por quem, não se sabe dizer também fique claro, o primeiro barco em princípio vai ser comprado e
porque ainda não há propostas na mesa, mas logo que tiver a proposta vai ser novo, não vai ter 15 anos, vai ser novo.”
que dá confiança aos investidores da CVFF, pois aí saberão que vão
receber o seu dinheiro, podia-se, perfeitamente, avançar com o processo “A empresa mostrou capacidade financeira para isto, mostrou
de afretamento.” capacidade técnica para isto e como eu disse vão apresentar um plano
de substituição das 5 embarcações, mas nós estamos a avaliar, se não
“O meu único interesse é que ninguém que apostou na empresa fique vão ser necessários 6 barcos, ao invés de 5, porque o mercado, de 2017
prejudicado na transformação da CVFF de uma empresa operadora para aqui, evoluiu e pode ser necessários mais embarcações, para se
para leasing, portanto, desde que ninguém saia prejudicado, sairei de cumprir com o que nós almejamos, portanto o contrato foi assinado,
Cabo Verde satisfeito.” já foi publicado, portanto pode-se analisa-lo, ver as linhas e ver que o
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adequados para esse efeito, mas são barcos que têm servido e podem 2 - Neste sentido, o Governo da VIII Legislatura fez aprovar a Carta
servir durante um período de transição, enquanto entre, portanto, a de Política de Transportes que estabeleceu o desenvolvimento e a
renovação da frota.” modernização das infraestruturas portuárias e a facilitação do transporte
marítimo inter-ilhas, tendo desenvolvido um vasto processo de reforma
“Quando falamos na embarcação adequada é nesse sentido que do sector, suportado por estudos importantes e consistentes visando
visionando uma solução adequada não são as nossas aspirações nem a Reestruturação do Sistema de Transporte Marítimos Inter-Ilhas e
é isso que está no caderno de encargos. Agora numa fase de transição que foram determinantes, tendo em conta a necessidade e a urgência
tendo a realidade das coisas, mesmo se tiver que construir barcos novos, de se reformular o atual modelo de produção e o paradigma da oferta
por exemplo, leva tempo... Ás vezes e se tiver que desenhar barcos então que lhe está subjacente.
ainda pior, Praia d Aguada levou muito tempo porque é um barco que
foi desenhado, concebido para Cabo Verde… é por isso mesmo que há 3 - Os Estudos previram várias formas de organização do transporte
este período de transição, de dois anos e esses barcos que nós temos marítimo inter-ilhas, que tinha como pressupostos fundamentais a criação
são funcionais e vamos ter toda garantia de certificação para poderem de uma ou mais Concessões e o reconhecimento explícito do interesse
operar durante este período intercalar.” público do setor, de que decorria diretamente a aplicação dos princípios
do “serviço público obrigatório” e do pagamento de indemnizações
“Sabemos que um dos grandes handicaps que nós temos é o facto de compensatórias a assumir pelo Estado, enquanto Concedente para repôr
serem barcos antigos e podem, de um momento para outro, precisar de o equilíbrio económico e financeiro da Concessão ou das Concessões,
reparações constantes, tem sido o caso. Nós temos agora, por exemplo, sempre que necessário;
o Sotavento que estava a prestar um bom serviço Praia/Maio de uma
forma regular, três vezes por semana mas, enfim, teve uma avaria que 4 - O Governo da VIII Legislatura, nesta sequência, assumiu e optou
está a levar muito tempo que nós estamos todos os dias a insistir com o por um cenário que propunha a exploração das várias rotas através
armador para ver se até meados do mês de agosto esteja a operar. Faz de um Regime de Duopólio de Mercado com a criação de 2 (duas)
falta naquilo que é servir, portanto.” Concessões, A e B. A Concessão A, continuaria com a Cabo Verde Fast
Ferry e para a Concessão B, os restantes Armadores Nacionais uniram-
“A questão das indemnizações dentro daquilo que é todo o reequacionamento se e criaram a Empresa TMCV- Transportes Marítimos de Cabo Verde,
da mão-de-obra, na procura da eficiência, essas fazem parte do processo, cenário que já tinha sido negociado e acordado entre o Governo e os
faz parte do processo ajustar de melhor medida possível, mas vamos Armadores Nacionais;
criar negócios, negócios que hoje, neste momento, não existem e que vão
absorver essa mão-de-obra. Por exemplo, tudo aquilo que é logística, 5 - Para garantir a sustentabilidade das Concessões, foi criado o
porque, cada porto onde opera o roll-on roll-off, vai ter que ter um centro Fundo Autónomo do Desenvolvimento do Transporte Marítimo Inter-
logístico e esse centro logístico vai trabalhar com pessoas…aqueles ilhas, (FADTMII) através da Resolução do Conselho de Ministros nº
que estão mais próximos, em termos de experiência e competência, vão 4/2015, de 11 de fevereiro, precisamente, para apoiar o desenvolvimento
integrar todos os novos centros logísticos que vamos ter em todo o país.” do transporte marítimo, financiando o processo na modernização da
frota dos armadores nacionais operando nas Concessões atribuídas e,
“Daí que acho que o custo, toda restruturação e reforma têm custos, naquilo que remanescesse, providenciando os fundos necessários para
é um custo suportável, é um custo dentro daquilo que é razoável para suportar o pagamento das indemnizações compensatórias, se e quando
se poder ter uma solução mais eficiente e o que se pretende aqui é uma reclamadas pelos Concessionários e aprovadas superiormente pelo
solução…que vai garantir a sustentabilidade económica e procurar e Concedente. O Fundo não entrou em funcionamento;
criar muito mais emprego que a situação que temos atualmente porque
cada centro logístico e nós estamos a ver a logística não só no aspeto 6 - Para além da criação do Fundo, o Governo aprovou, através do
portuário, mas a logística hoje no aspeto de toda a sua cadeia de valor DL nº 16/2015, de 10 de março, as Bases da Concessão da Exploração
no sentido de mobilidade, de escoamento de bens e produtos, cadeia de do Serviço Público de Transporte Marítimo Inter-ilhas;
valor… Eu creio que vamos falar de não ter suficiente pessoal qualificado 7 - O Governo da IX Legislatura reviu os estudos referidos no ponto
e pessoal preparado esse vai ser o nosso desafio encontrar pessoas, 3 e optou por uma das formas de organização do transporte marítimo
sobretudo, nas áreas do mar.” inter-ilhas, apontadas - concessão Única - atribuída, através de concurso
internacional;
Para o VPM e MF, Olavo Correia, “…nenhum trabalhador vai
ficar prejudicado é uma questão de honra, o Governo e, eu mesmo, 8 - Com base nesta decisão política, o Governo, através da UASE –
enquanto Ministro das Finanças não permito que nenhum trabalhador Unidade de Acompanhamento do Sector Empresarial do Estado, lançou,
fique prejudicado nesta operação, ou vão para a nova operação como a 30 de janeiro de 2018, o Concurso Público Internacional, por Previa
empregados, salvaguardando os direitos adquiridos todos ou, por alguma Qualificação, através do qual pretendia selecionar um parceiro estratégico,
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PA RT E C
CONSELHO DE MINISTROS CHEFIA DO GOVERNO
–––––– ––––––
Resolução nº 4/2020
Secretaria Geral
de 31 de janeiro
Extrato do despacho conjunto nº 156/2020 — De S. Exª o
Ao abrigo do disposto no n.º 2 do artigo 15º do Decreto-Lei n.º 24/2008, Primeiro Ministro e o Presidente da CCISS:
de 1 de setembro, conjugado com o n.º 1 do artigo 23.º e no artigo 33º
do Decreto-lei n.º 59/2014, de 4 de novembro; e
De 28 janeiro de 2020:
Nos termos do n.º 2 do artigo 265.º da Constituição, o Governo aprova
a seguinte Resolução: Nos termos do desposto no artigo 14º do Decreto-Lei nº 54/2009,
de 7 dezembro, é acordado a prorrogação da cedência especial da
Artigo 1º funcionária Libéria das Dores Antunes Brito, para, exercer as funções
no departamento de Desenvolvimento Empresarial da CCISS mediante
Nomeação o acordo mútuo.
É nomeado, em regime de substituição, Jeremias Pires Semedo Varela,
para exercer o cargo de Diretor Executivo do Cofre-Geral de Justiça. O presente acordo tem início em 1 de agosto de 2019, tem a duração
de um (1) ano, contados a partir da data de entrada em vigor do presente
Artigo 2º despacho.
Entrada em vigor O presente despacho entra em vigor no dia seguinte ao da sua
A presente Resolução entra em vigor no dia seguinte ao da sua publicação.
publicação e produz efeitos a partir do dia 17 de dezembro de 2019.
Direção dos Recursos Humanos da Direção Geral do Planeamento,
Aprovada em Conselho de Ministros, aos 16 de janeiro de 2020. — O Orçamento e Gestão da Chefia do Governo, na Praia, aos 28 de janeiro
Primeiro-Ministro, José Ulisses de Pina Correia e Silva de 2020. — A Diretora Geral, Denise Fortes Nascimento
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É revisto o despacho nº 312 de 15 de outubro de 2013, publicado no Vitorino Moniz Pereira Semedo, Apoio Operacional nível I, do quadro
3 093000 000000
B.O II série nº 58 de 9 de dezembro de 2013. de pessoal do Ministério da Agricultura e Ambiente, aposentado, nos
termos do nº 3 do artigo 5º do Estatuto de Aposentação e da Pensão
A despesa tem cabimento na rúbrica 03.13.30, pensão de aposentação de Sobrevivência (EAPS), aprovado pela Lei nº 61/III/89, de 30 de
do orçamento vigente. dezembro, conjugado com o artigo 8º do Decreto-Lei nº 5/2019, de
(Visado pelo Tribunal de Contas em 9 de janeiro de 2020) 11 de janeiro, que define as normas e os procedimentos necessários
à execução do Orçamento do Estado para o ano económico de 2019,
Direção Nacional da Administração Pública do Ministério das com direito à pensão anual de 245.988$00 (duzentos e quarenta e
Finanças, na Praia, aos 23 de janeiro de 2020. — O Director Nacional, cinco mil, novecentos e oitenta e oito escudos), sujeita à retificação,
Mafaldo de Carvalho calculada em conformidade com o artigo 37º do EAPS, correspondente
a 32 anos, 4 meses e 4 dias de serviço prestado ao Estado, incluindo
os aumentos legais.
––––––
Extrato do despacho nº 158/2020 — De S. Exª o Director Esta pensão será dividida proporcionalmente da seguinte forma:
Nacional da Administração Pública, por sub-delegação
de competências da Secretária de Estado Adjunta para a Orçamento Municipal: ………………………………43.410$00
Modernização Administrativa, através do Despacho nº 39/2018,
de 16 de julho. Por despacho de 4 de novembro de 2019 do Presidente da Câmara
Municipal, foi deferido o pedido de pagamento de quotas em atraso para
De 19 de novembro de 2019: compensação de aposentação, referente ao período de 6 anos e 23 dias.
Filomena Henriqueta Silva Ramos, Apoio Operacional nível II do quadro
de pessoal da Câmara Municipal do Sal, aposentado nos termos O montante em dívida no valor de 72 000$00 (setenta e dois mil
do nº 3 do artigo 5º do Estatuto de Aposentação e da Pensão de escudos), será amortizado em 65 prestações mensais e consecutivas,
Sobrevivência (EAPS), aprovado pela Lei nº 61/III/89, de 30 de sendo a primeira de 1 108$00 e as restantes de 1 108$00.
dezembro, conjugado com o artigo 8º do Decreto-Lei nº 5/2019, de
11 de janeiro, que define as normas e os procedimentos necessários A despesa tem cabimento no Capítulo, 35.20, Divisão 04, Código
à execução do Orçamento do Estado para o ano económico de 2019, 02.07.01.01.01 do orçamento vigente.
com direito à pensão provisória anual de 377 256$00 (trezentos e
setenta e sete mil duzentos e cinquenta e seis escudos), sujeita à
retificação, calculada em conformidade com o artigo 37º do EAPS, Orçamento Geral do Estado: ………………………..202.578$00
correspondente a 31 anos, 1 mês e 4 dias de serviço prestado ao
Estado, incluindo os aumentos legais. Por despacho de 20 de setembro de 2019 do Diretor Geral do
Planeamento, Orçamento e Gestão do Ministério das Finanças, foi
Por despacho de 08 de julho de 2019 do Presidente da Câmara deferido o pedido de pagamento de quotas em atraso para compensação
Municipal, foi deferido o pedido de pagamento de quotas em atraso de aposentação, referente ao período de 14 anos.
para compensação de aposentação, referente ao período de 17 anos, 6
meses e 29 dias. O montante em dívida no valor de 154.527$00 (cento e cinquenta
e quatro mil, quinhentos e vinte e sete escudos), será amortizado em
O montante em dívida no valor de 450 766$00 (quatrocentos e cinquenta 160 prestações mensais e consecutivas, sendo a primeira de 887$00 e
mil setecentos e sessenta e seis escudos), poderá ser amortizado em as restantes de 920$00.
120 prestações mensais e consecutivas, sendo a primeira de 2 018$00
e as restantes de 2 087$00.
A despesa tem cabimento na rúbrica 03.13.30, pensão de aposentação
Esta cabimentação vai ser efetuada na rúbrica 02.07.01.01.01, do orçamento vigente.
pensão de aposentação.
(Visado pelo Tribunal de Contas em 9 de janeiro de 2020)
(Visado pelo Tribunal de Contas em 23 de dezembro de 2019)
Direção Nacional da Administração Pública do Ministério das Direção Nacional da Administração Pública do Ministério das
Finanças, na Praia, aos 24 de janeiro de 2020. — O Director Nacional, Finanças, na Praia, aos 27 de janeiro de 2020. — O Director Nacional,
Mafaldo de Carvalho Mafaldo de Carvalho
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Ilha do Sal, conforme se atesta da planta de localização em Anexo, a Saúde e da Segurança Social:
ser ocupado com um Restaurante e Bar de praia, um Club Náutico e
para colocação de para-sóis e espreguiçadeiras. De 27 de maio de 2019:
2 - As construções devem observar todos os requisitos de edificação Izidro Amândio Monteiro dos Reis Borges, Médico Graduado, pertencente
previstos nos projetos e na planta de localização. ao quadro da Direção Geral do Planeamento, Orçamento e Gestão
do Ministério da Saúde e da Segurança Social a desempenhar
3 - Qualquer outro uso ou ocupação que a Concessionária pretenda as suas funções no Hospital Dr. Agostinho Neto, é colocado em
dar as áreas concedidas carece de autorização prévia e escrita do Comissão Eventual de Serviço, por um período de 3 (três) anos, para
Concedente e só se efetivará com a salvaguarda do interesse público e realização do Internato Complementar na Área Profissional Médica
do interesse geral e dos princípios por que regem os bens de domínio de Cardiologia Pediátrica no Centro Hospitalar Universitário de
público marítimo, nos termos da Constituição e da Lei. Coimbra, Portugal, ao abrigo do disposto no artigo 16º e seguintes
Artigo 2º do Decreto Lei nº 34/2015, de 04 de junho, com efeito a partir de 17
de fevereiro de 2020.
(Contrapartida)
Autorização homologada por Sua Exª a Senhora Secretaria de Estado
1- Pela ocupação e uso do terreno, a concessionária fica obrigada Adjunto para a Modernização Administrativa, na data de 23 de julho
a pagar uma contrapartida financeira, anual, nos termos do contrato de 2019, no uso da competência delegada por Sua Exª o Ministro das
de concessão. Finanças.
2- A contrapartida financeira referida no número anterior será Direção Geral do Planeamento, Orçamento e Gestão do Ministério da
destinada ao Fundo Autónomo de Desenvolvimento e Segurança do Saúde e da Segurança Social, na Praia, aos 27 de janeiro de 2020. — A
Transporte Marítimo (FADSTM). Directora Geral, Serafina Alves
PA RT E E
ORDEM DOS MÉDICOS VETERINÁRIOS independente dos órgãos do Estado, dos partidos políticos, das associações
patronais, das confissões religiosas, bem como de qualquer outras
DE CABO VERDE - OMVCV entidades públicas ou privadas, nacionais ou estrangeiras, sendo livre
e autónoma no âmbito da suas atribuições.
––––––
Afim de permitir a participação real dos médicos veterinários
Conselho Diretivo inscritos a OMVCV organiza-se, a nível nacional e regional, através
da constituição de Órgãos Estatuários, eleitos em assembleia, e com
Deliberação nº 1/CD/2020 um mandato de 3 anos.
Eleição dos novos órgãos sociais da Ordem dos Médicos
Veterinários de Cabo Verde Assim, decorrente da 2º eleição, realizada a 12 de outubro de 2019,
A Ordem dos Médicos Veterinários de Cabo Verde (OMVCV), cujo no decurso da 3ª assembleia geral da OMVCV (3ª sessão ordinária), que
estatuto foi publicado no Boletim Oficial Iª série nº 19 de 22 de março contou com a participação de 16 veterinários, foram eleitos os novos
de 2016, através da Lei nº 115/VIII/2016, é uma associação pública órgãos estatuários, tendo sido aprovada por unanimidade.
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Pelo Conselho Diretivo. — O Bastonário, Edson Santos 4) Nas faltas e impedimentos observar-se-á o seguinte:
a) O Presidente do Conselho Diretivo, Eng.º Mário Margarito
––––––o§o–––––– Monteiro Delgado Gomes é substituído pelo Vogal Executivo
Eng.º Jorge Manuel Fernandes Barbosa da Silva Rodrigues
INSTITUTO DE PREVENÇÃO e no impedimento deste pelo Vogal Executivo, CMAR.
E INVESTIGAÇÃO DE ACIDENTES António Monteiro.
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ii. Instaurar processos de contraordenação, confirmar autos f) Propor ao Conselho Diretivo a participação de elementos afetos
de notícia, cabendo ao Conselho Diretivo a decisão final ao núcleo de segurança marítima, em congressos, reuniões
sobre o resultado dos processos instaurados; seminários, colóquios, cursos de formação ou outras iniciativas
semelhantes, relacionados com o Sector Marítimo;
iii. Coordenar a preparação do plano anual de atividades
do IPIAAM; g) Acompanhar e manter atualizados as Convenções e os Códigos
Internacionais, bem como de toda a legislação nacional,
iv. Coordenar a preparação do relatório anual de gestão do atinentes ao sector marítimo;
IPIAAM.
h) Superintender as investigações de segurança de âmbito marítimo;
5.2 No Vogal Executivo do Conselho Diretivo, Eng.º Jorge Manuel
Fernandes Barbosa da Silva Rodrigues: i) Colaborar no desenvolvimento de regulamentos e procedimentos
no âmbito do núcleo de segurança marítima;
a) Superintender a atividade dos responsáveis dos serviços j) Acompanhar a implementação das recomendações de segurança
dos núcleos que lhe foram atribuídos, podendo revogar, do sector marítimo, emitidas pelo IPIAAM;
modificar e suspender por iniciativa própria as decisões
por eles tomadas; l) Na área de gestão de pessoal pertencente aos serviços dos
núcleos que lhe forem atribuídos:
b) Assinar, com faculdade de subdelegação, e sem prejuízo das
competências do presidente, a correspondência relacionada i. Propor ao Conselho Diretivo a afetação de trabalhadores;
com assuntos inerentes aos serviços dos núcleos que lhe
foram atribuídos; ii. Autorizar deslocações em serviço, bem como o processamento
das correspondentes ajudas de custo e aquisição de títulos
c) Exercer todos os outros poderes necessários à direção e controlo de transporte, nos termos a legislação e regulamentos
dos serviços referentes aos núcleos atribuídos, com exceção aplicáveis;
das que constituem competências dos outros órgãos do
IPAAM, nos termos estatutários; iii. Autorizar a inscrição e participação de trabalhadores
em congressos, reuniões seminários, colóquios, cursos de
d) Coordenar a preparação do plano anual de atividades do Núcleo formação ou outras iniciativas semelhantes;
de Segurança Aeronáutica;
iv. Despachar os pedidos de justificação de faltas dos
e) Coordenar a preparação do relatório anual de gestão do Pelouro trabalhadores;
responsável pelo Núcleo de Segurança Aeronáutica;
v. Aprovar os planos de férias e autorizar as respetivas
f) Propor ao Conselho Diretivo a participação de elementos afetos alterações, bem como a acumulação parcial com as do ano
ao núcleo de segurança aeronáutica, em congressos, reuniões seguinte, dentro dos limites legais;
seminários, colóquios, cursos de formação ou outras iniciativas
semelhantes, relacionados com o Sector Aeronáutico; vi. Autorizar o gozo de férias anteriores à aprovação do plano
anual de férias interpoladas;
g) Acompanhar e manter atualizados as Convenções e os Códigos
Internacionais, bem como de toda a legislação nacional, vii. Autorizar a condução e utilização, em serviço, de viaturas
atinentes ao sector aeronáutico; oficiais, por trabalhadores que não possuam categoria de
motorista;
h) Superintender as investigações de segurança de âmbito
aeronáutico; A deliberação foi aprovada por unanimidade e está conforme consta
da Acta Nº 05/2019, da Reunião Ordinária do CD do IPIAAM, do dia
i) Colaborar no desenvolvimento de regulamentos e procedimentos 5 de dezembro.
no âmbito do núcleo de segurança aeronáutica;
A deliberação produz efeitos a partir da data da sua publicação no
j) Acompanhar a implementação das recomendações de segurança Boletim Oficial.
do sector aeronáutico, emitidas pelo IPIAAM;
Mindelo, aos 6 de dezembro de 2019. – O Presidente, Mário Margarito
k) Na área de gestão de pessoal pertencente aos serviços dos Monteiro Delgado Gomes – Vogal Executivo, Jorge Manuel Fernandes
núcleos que lhe forem atribuídos: Barbosa da Silva Rodrigues e António Duarte Monteiro
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PA RT E G
MUNICÍPIO DO TARRAFAL (Visado pelo Tribunal de Contas, em 5 de dezembro de 2019)
Câmara Municipal do Tarrafal, aos 18 de dezembro de 2019. — O Secretário
–––––– Municipal, José Rui Monteiro Lopes
Justina Soares Barbosa Vicente, na qualidade de viúva de Flávio Alves de Pina, que De 2 de dezembro de 2019:
foi Chefe de Trabalho, referência 8, Esc. A (atual Apoio Operacional, nível IV),
desta Câmara Municipal, falecido em 19 de janeiro de 2015, fixada uma nova Lizete Lopes Spínola, Técnico Profissional de 1°nível, referência 8, escalão A,
pensão de sobrevivência, aprovada pela Lei nº 61/111/89, de 31 de dezembro, em regime de contratado a tempo indeterminado com esta Câmara
no valor anual de 128.676$00 (cento e vinte e oito mil, seiscentos e setenta Municipal, reconvertida à categoria de Assistente Técnico, nível V,nos termos
e seis escudos), correspondente a 24 anos, 11 meses e 18 dias, com efeitos a da alinea v) do nº1 eonº2 doartigo77º,conjugado com aalíneab),donº4do artigo
partir da publicação no Boletim Oficial. 19°,todos,do Decreto - Lei nº 09/2013, de 26 de fevereiro.
Foi autorizado o pagamento das quotas em atraso no valor total de 250. As despesas têm cabimento na dotação inscrita no código 02.01.01.01.03,
407$00 (duzentos e cinquenta mil, quatrocentos e sete escudos) em 300 do orçamento municipal, vigente.
(trezentas) prestações mensais e consecutivos no valor de 835$00 (oitocentos
e trinta e cinco escudos). Isento do Visto do Tribunal de Contas, nos termos da Lei em vigor.
As despesas têm cabimento na dotação inscrita no código 02.07.01.01.02 do Câmara Municipal do Tarrafal, aos 23 de dezembro de 2019. — O
orçamento municipal vigente. Secretário Municipal, José Rui Monteiro Lopes
3 093000 000000
II SÉRIE
BOLETIM
O F I C I AL
Registo legal, nº 2/2001, de 21 de Dezembro de 2001
I.N.C.V.,
I.N.C.V., S.A. S.A. informa
informa que a transmissão
que a transmissão de actos
de actos sujeitos a
sujeitos a publicação
publicação na na
I e III e
Série do Boletim
II Série Oficial devem
do Boletim Oficial devem
obedecerobedecer as normas
as normas constantes
constantes nono artigo 28º
artigo 28º ee29º
29ºdo
doDecreto-Lei
Decreto-Leinº 8/2011, de 31 de
nº 8/2011, deJaneiro.
31 de Janeiro.
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BOLETIM OFICIAL
3 093000 000000
ÍNDICE
MINISTÉRIO DA JUSTIÇA E TRABALHO
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PA RT E J
MINISTÉRIO DA JUSTIÇA E TRABALHO - Nome: Ineida Maria Baessa Silva; Cargo: Tesoureira; Nif:
138498016.
–––––– - Nome: Suzete Correia Tavares; Cargo: Vogal; Nif: 117305448.
II SÉRIE
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que a transmissão de actos
de actos sujeitos a
sujeitos a publicação
publicação na na
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Série do Boletim
II Série Oficial devem
do Boletim Oficial devem
obedecerobedecer as normas
as normas constantes
constantes nono artigo 28º
artigo 28º ee29º
29ºdo
doDecreto-Lei
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nº 8/2011, deJaneiro.
31 de Janeiro.
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