Relatório de Estagio Supervisionado

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS


DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS FUNDAMENTAIS E SOCIAIS
CURSO DE LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

ESTÁGIO SUPERVISIONADO II

Renan Rodrigues Ferreira

AREIA, JULHO DE 2018


(PAPEL TIMBRADO DO ESTABELECIMENTO ONDE O ESTÁGIO FOI
REALIZADO)

DECLARAÇÃO

Declaro para os devidos fins que o(a) aluno(a)


_________________________________________________, realizou as atividades de
Estágio Supervisionado Curricular neste Estabelecimento de Ensino, sob orientação do
professor __________________________, cumprindo a carga horária total de _______ horas.

Areia, ____de_____________de_______.

____________________________________________________
ASSINATURA DO (A) DIRETOR(A) DA ESCOLA.
CARIMBO
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS FUNDAMENTAIS E SOCIAIS

FICHA DE ACOMPANHAMENTO DE ATIVIDADES DESENVOLVIDAS NA ESCOLA (Docência)


NOME DO ALUNO ESTAGIÁRIO:
CURSO: HABILITAÇÃO: CARIMBO
SEMESTRE: MATRÍCULA: TURMA:
DA
LOCAL DO ESTÁGIO:
ESCOLA
DATA HORÁRIO QDE. TIPO DE ANO/SÉRIE ATIVIDADE DESENVOLVIDA ASS. DO PROFESSOR
DE ESTÁGIO
HORAS
28/03/2018 7:15 11:00 3:45 Obs./Part. 4° ano Exercício de Páscoa/ Palestra
05/04/2018 7:15 11:00 3:45 Obs./Part. 4° ano Substantivo/Subtração/História
12/04/2018 7:15 11:00 3:45 Regência 4° ano Classificação do Seres Vivos
19/04/2018 7:15 11:00 3:45 Regência 4° ano Sistema Digestivo/ Alimentos
03/05/2018 7:15 11:00 3:45 Regência 4° ano O Reino das Plantas
17/05/2018 7:15 11:00 3:45 Obs./Part. 4° ano Cidade de Areia/ Subtração
24/05/2018 7:15 11:00 3:45 Obs./Part. 4° ano Sílabas das palavras/ Subtração/Soma
15/06/2018 7:15 11:00 3:45 Obs./Part. 4° ano Impostos e Cidadania

Observação:
Participação
____________________________ ____________________________
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA ____________________________
:
Aluno estagiário DiretorAGRÁRIAS
CENTRO DE CIÊNCIAS da Escola Prof. Orientador de Estágio
Regência:
Total: Carimbo
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS FUNDAMENTAIS E SOCIAIS
FICHA DE ACOMPANHAMENTO DE ATIVIDADES DESENVOLVIDAS
NOME DO ALUNO ESTAGIÁRIO:
CURSO: SEMESTRE: MATRÍCULA: TURMA:

DATA HORAS ATIVIDADE OBSERVAÇÃO


UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
CURSO DE LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

RENAN RODRIGUES FERREIRA

Relatório de Estágio Curricular Supervisionado

Areia
2018
RENAN RODRIGUES FERREIRA

Relatório do Estágio Curricular Supervisionado


Obrigatório apresentado à Coordenação de Estágio
e Monitoria, referente ao período de xx/xx/xx a
10/07/18, realizado no setor de xxx xxx xxx.

Areia

10 de julho de 2018
RENAN RODRIGUES FERREIRA

Em atendimento a Lei n. 11.788/2008,


apresentamos o relatório das atividades
desenvolvidas no estágio curricular supervisionado
obrigatório, conforme Termo de Compromisso de
Estágio (TCE) e Plano de Atividades de Estágio
(PAE) previamente celebrados entre as partes
abaixo.

____________________________________
Renan Rodrigues Ferreira
Estagiário Graduando em Licenciatura em Ciências Biológicas
E-mail: renan_web@hotmail.com
(assinatura)

____________________________________
Regina Celli Silva Duarte
Servidor Supervisor de Estágio
E-mail: reginacellipedagoga@gmail.com
(assinatura e carimbo)

____________________________________
Andreia de Sousa Guimarães
Professor Orientador de Estágio
E-mail: asgbio@yahoo.com.br
(assinatura e carimbo)

Areia
10 de julho de 2018
RESUMO

O Estágio Supervisionado II faz parte da grade curricular do curso de


Licenciatura em Ciências Biológicas, permitindo os estudantes de biologia terem um
primeiro contato com o papel de docente em sala de aula, que nesse estágio, acontece no
ensino fundamental I. As atividades teóricas e práticas reforçam a atividade docente,
aperfeiçoando-a, graças ao contato com o docente orientador, supervisor de estágio e as
trocas de experiência entre os estagiários. As atividades práticas realizadas durante o
estágio foram observação, participação e regência, que eram intercaladas com encontros
de aula teórica na universidade. As atividades observação e participação podem ser
descritas juntas, uma vez que os momentos em sala de estágio permitiram ambas
atividades ocorrerem concomitantemente. A regência ocorreu em dois momentos, um
anterior à sala de aula, voltada para o planejamento, e um posterior, que ocorreu em sala
de aula com os alunos. Nesse momento, um choque de realidade marca esse momento
principalmente enquanto as expectativas geradas quanto ao nível cognitivo em que as
crianças deveriam estar, segundo o ano letivo que estão. O analfabetismo ao 4° ano do
ensino fundamental foi um dos principais desafios encontrados. Um estudante de
biologia estagiar numa série que não vai atuar parece um tanto contraditório,
principalmente por não receber formação adequada para lidar com crianças dessa idade,
porém, apesar de todas as dificuldades, a experiência contribuiu para a formação
docente do estagiário, tanto nos momentos teóricos, com a confecção de ferramentas
pedagógicas, como planos de aula, material didático, etc, como também no local de
estágio, onde na prática, tudo pode ser vivenciado.
Descrever suscintamente as partes principais deste relatório, destacando seu relato da
introdução, do desenvolvimento e das considerações finais.

Palavras-chave: Ensino de Ciências. Estágio. Formação Docente. Regência.


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ...........................................................................................................x
2 DESENVOLVIMENTO ..............................................................................................x
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................x
REFERÊNCIAS ..............................................................................................................x
1 INTRODUÇÃO

Componente obrigatório da grade curricular do 6° período do curso de


Licenciatura em Ciências Biológicas do Centro de Ciências Agrárias da Universidade
Federal da Paraíba, a disciplina de Estágio Supervisionado II consta com uma carga
horária de 60 horas. Para esta disciplina, a carga horária total foi dividida entre
atividades teóricas e atividades práticas, sendo 30 horas para cada uma. As atividades
teóricas ocorreram em sala de aula na universidade, com acompanhamento do
docente/orientador, fornecendo suporte para a capacitação dos estagiários em sala de
estágio, com aulas de confecção de instrumentos didáticos, planos de aula, e ensaios de
aulas antes da aplicação prática. Como afirma Bianchi et al. (2005) o Estágio
Supervisionado proporciona uma experiência que possibilita o aluno trabalhar sua
criatividade, independência e caráter, sendo possível por meio deste, perceber se a sua
escolha profissional é correspondente à sua aptidão técnica. As atividades práticas
desenvolvidas pelo estagiário foram observação, participação e regência, estas divididas
em 8 horas para regência, e as 22 horas restantes divididas entre observação e
participação. Trabalhou-se na Escola Estadual de Ensino Fundamental Monsenhor João
Coutinho, com uma turma de 4° ano do ensino fundamental com cerca de 25 alunos (o
número não é exato pois nunca todos os alunos estavam em sala nos dias de estágio),
com idade média de 11 anos. A disciplina foi conduzida de modo que a interrelação
entre prática e teórica se mantivesse equilibrada, realizando as atividades propostas no
local de estágio e em sala de aula na universidade.
2 DESENVOLVIMENTO

Antes do início das atividades no local de estágio, a direção e posteriormente a


professora foi comunicada a respeito do estágio. A escola como um todo apresenta uma
estrutura pedagogicamente planejada, com ambientes decorados ludicamente, com cores
vivas, murais e plantas no pátio. As salas de aula também contam com uma
ornamentação bastante rica, com figuras de personagens, painéis com regras de
convivência em sala de aula, uma televisão, e uma cor laranja bastante viva na parede. É
um ambiente ventilado, bem iluminado, e confortável para se aprender. Porém, mesmo
assim, muitas crianças sofrem com um caso sério de analfabetismo em pleno 4° ano, o
que sugere que outros fatores estão relacionados a isso, já que a estética da escola é
bastante conservada. A descrição das atividades está dividida por data, seguida da
atividade desenvolvida naquele dia.

Dia 28/03 – Observação/

As atividades práticas iniciaram-se com a observação de um turno de aula na


turma escolhida para a realização do Estágio Supervisionado II. Nesse primeiro
momento observou-se características iniciais da turma escolhida para ser trabalhada,
bem como os recursos utilizados pela professora da turma, e alguns outros aspectos
estruturais, importantes para saber como trabalhar com as atividades práticas propostas
que seriam executadas posteriormente com aquelas crianças, naquela turma. As
primeiras observações se referiam aos aspectos básicos da sala de aula. Verificou-se que
naquela aula em especial, 24 alunos estavam presentes. Na escola estava sendo
trabalhado o conteúdo referente a Páscoa, e a professora iniciou uma atividade de artes,
recortando um desenho de coelho e pedindo para que os alunos o colassem no caderno e
depois o pintasse. Enquanto a professora cortava as figuras, as crianças que já estavam
inquietas, tomaram conta da sala. Alguns saíram de suas carteiras e começaram a correr
pela sala, mas, assim que a professora conseguir terminar de preparar a atividade, todos
estavam fazendo sua atividade. A indisciplina é um fator bastante comum,
especialmente nessa turma. De acordo com Silva (2003), o que diferencia os alunos em
relação a indisciplina é a forma como estes assumem suas obrigações, podendo ser
classificados em três grupos: os obrigados-satisfeitos, minoria que se conforma com o
que lhes é imposto pela escola. Os obrigados-resignados, uma maioria que se adapta ao
sistema e sempre aproveita as situações para conseguir passar de ano e gozar a vida; e
os obrigados revoltados, uma minoria que são inconformados com o sistema. É muito
difícil determinar os fatores que condicionam esses comportamentos, mas a falta de
afeto ou o desejo de poder podem ser exemplos dos extremos mencionados acima.
Após isso, uma outra atividade foi entregue a turma. Um caça-palavras também
referente a Páscoa foi entregue impresso aos alunos, e a professora copiou no quadro as
palavras que eles deveriam encontrar na atividade. Num primeiro momento eles
estavam concentrados, mas logo começaram a discutir a atividade, e uma conversa
paralela se transformou numa gritaria. Percebeu-se que a atividade não era interessante
o suficiente para que as crianças permanecessem concentradas, a ponto de um aluno
reclamar: “- eu não aguento não, tia!”, referindo-se à atividade.
Para aquela manhã estava marcada uma palestra sobre a Páscoa que um pastor
veio ministrar, por decorrência disto, as aulas terminaram mais cedo, e todos da escola
se reuniram numa sala para a palestra. Durante a palestra, a diretora e as professoras
chamavam a atenção dos alunos por diversas vezes por conta de indisciplina, como
conversas paralelas e brincadeiras inadequadas. Por fim, a diretora encerrou as aulas e
mandou todos para casa depois de adverti-los pelo mau comportamento durante a
palestra.

Dia 05/04 – Observação/Participação

Neste dia muita coisa foi trabalhada com a turma. Começou com uma revisão do
conteúdo da aula de língua portuguesa. Eles estavam estudando os substantivos comum
e próprio. Para começar, a professora dividiu o quadro em dois espaços. Num lado, ela
colocou exemplos de substantivos comuns, e abordou essa perspectiva de classificação
de cada substantivo comum que havia colocado como exemplo, questionando os
motivos pelos quais tal palavra é classificada desta maneira. Da mesma forma fez para
os substantivos próprios. Notou-se algo que se repete em todas as aulas, que é a
participação pujante de alguns poucos alunos, e o silêncio coibido do restante, a maioria
que não estando em níveis cognitivos equiparáveis ao que se é exigido naquela série,
não consegue participar da aula, e resta-lhes o silêncio para não atrapalhar os colegas e a
professora. Após revisar o conteúdo com a turma, a professora copiou no quadro,
primeiro um exercício para classe, e em seguida, um outro para casa. Um ocorrido que
chamou bastante atenção se refere a maneira que a professora se dirigiu a um aluno pelo
fato dele estar copiando e respondendo a atividade que estava sendo direcionada para
ser respondida em casa. A professora arrancou o caderno das mãos da criança e apagou
todas as respostas que o mesmo já havia escrito. É possível perceber que a condição de
analfabetismo presente em muitos daquela turma não é trabalhada de nenhuma forma,
trazendo prejuízos tanto no que diz respeito ao processo de alfabetização daquela
criança, que aparenta nunca se completar, como também ao conteúdo ministrado nas
aulas, que por depender do domínio da escrita e da leitura, acabam sendo prejudicadas
nesse aspecto também.
Na aula de matemática, o conteúdo trabalhado foi subtração e sua prova real, e a
professora começou com uma espécie de revisão, colocando algumas operações no
quadro e respondendo de forma oral com a turma – melhor dizendo, com alguns da
turma que estavam participando efetivamente do momento. As contas eram
relativamente simples para o nível que se esperava da turma, porém, uma simples
operação de subtração sem parcela já é um grande desafio para crianças que mal foram
alfabetizadas. Dois ou três alunos estavam respondendo junto com a professora,
enquanto outros estavam apenas observando, sem poder garantir que sua imaginação
não os tivesse levado para outro planeta. Ainda haviam aqueles que encontraram algo
mais interessante do que a aula para fazer, e estavam brincando. Um dos alunos que
estava brincando com um colega estava de costas para a frente da sala onde a professora
estava. Ao perceber, ela imediatamente chamou sua atenção e pediu para que
respondesse à questão que havia escrito no quadro. Não crendo que o menino
conseguisse responder corretamente por não estar prestando atenção a explicação, a
professora e nós estagiários ficamos surpresos como o aluno respondeu tudo
corretamente. Isso pode revelar que aquele conteúdo não era mais de seu interesse, uma
vez que já o assimilou, e isso o fez não prestar atenção nas aulas. No final da aula,
sabendo que os estagiários trariam uma aula de ciências, a professora resolve contar
uma história para a turma. Escolheu um livro que havia na estante por julgar que estes
satisfariam as necessidades introdutórias da aula de ciências. A história de um sapo que
estava procurando por comida e acaba experimentando de tudo, foi bem útil para que a
turma entendesse o conceito de cadeia alimentar, e outros também importantes para os
estudos de biologia. Como aponta Souza & Bernardino (2011), o fracasso escolar no
ensino fundamental está relacionado ao desenvolvimento pelo gosto da leitura, onde a
literatura não está sendo estimulada adequadamente, e é aí que a contação de histórias se
mostra como uma alternativa para trazer uma experiência positiva aos alunos em relação
a leitura, ao contrário de uma tarefa rotineira escolar que faz da leitura um instrumento
para provas, extinguindo assim o prazer pela leitura. O método de contação de histórias
permite que todos possam entender o que se passar escrito do livro que está sendo lido,
de analfabeto a alfabetizados. Essa deficiência é vista em muitos lugares, e acaba por
prejudicar o futuro do aluno que caso adentre em uma universidade, terá um
aproveitamento baixíssimos, tanto intelectual, profissional e pessoal.

Dia 12/04 - Regência

Para as atividades de regência, foi solicitado a professora o livro didático da


turma para saber quais assuntos trabalhar, e o quão profundo adentrar no conteúdo. Este
plano de aula foi elaborado em sala de aula, com a supervisão da professora orientadora
do estágio. Esta aula foi ministrada na universidade para a turma de estágio como forma
de ensaio (no dia 03/04) antes de ser aplicada na escola. Nesta aula foi aplicada uma
dinâmica inicial em grupo, onde a turma foi dividida em 5 grupos e todos os grupos
receberam alguns cartões com imagens de seres vivos variados. A atividade proposta
era que eles, em grupo, organizassem aqueles seres vivos de acordo com um critério que
eles mesmos estabelecessem. Um problema encontrado nesta turma é a competitividade
excessiva entre os colegas, inclusive entre membros do mesmo grupo. Em alguns
grupos, os alunos discutiam sobre que deveria ficar com os cartões, por exemplo. Após
esse primeiro momento, o conteúdo foi trabalhado em forma de aula expositiva
dialogada, de acordo com o plano de aula 1. Durante a aula percebe-se que alguns
poucos alunos participam da aula, enquanto a maioria fica calada. Nesta aula, dois
momentos de violência marcaram a manhã, em um deles ainda foi possível evitar a
agressão separando as duas crianças, no entanto, no outro, coube aos estagiários apenas
consolar o choro do que havia apanhado, e repreender o que havia batido. Com isso não
houve tanto problema, já que a criança que agrediu o colega estava nitidamente
arrependida do que tinha feito. Após o intervalo, utilizou-se o tempo que restava para
avaliar coletivamente a turma. Um painel com quatro áreas vazias foi colocado no
quadro, e cada aluno recebeu um cartão daqueles que foram utilizados no começo da
aula. Estes cartões foram preparados com um adesivo na parte de trás, e essa atividade
consistiu em cada aluno vir até o painel e colocar o seu ser vivo em grupos organizados
de acordo com qualquer um dos critérios de classificação trabalhados na aula. No
começo deu certo, até o momento em que a competitividade presente nas crianças falou
mais alto e por pouco, tudo não se transforma em bagunça. Alguns alunos haviam
escondido mais de uma figura, e conseguiram ir mais de uma vez no painel participar da
atividade. Logo alguns outros também queriam ir outras vezes, não porque estavam
superinteressados em participar, mas apenas para superar o colega.
Com essa avaliação foi possível perceber que o critério utilizado foi o
morfológico, sendo em um grupo reservado para os animais com pelo, outro para os
animais com penas, outro para as plantas, e outro para os seres vivos que não se
encaixavam em nenhum outro grupo.

Dia 19/04 – Regência

Nesta aula, resolveu-se aplicar um exercício escrito para os alunos, porém esta
decisão causou uma das sensações mais desagradáveis desse estágio. Trabalhando o
sistema digestivo, a aula se baseou em fazer o percurso do alimento ao longo de todo o
sistema, explicando a função e localização dos órgãos mais importantes. Para reforçar,
levamos uma figura ampliada do sistema digestivo e chamamos um dos alunos, optamos
pelo mais agitado, para colarmos a imagem do sistema em sua camiseta e demonstrar a
localização de cada órgão trabalhado. Em um segundo momento, aproveitando o tema
da aula, trabalhou-se um pouco sobre alimentação, abordando com foco principal os
tipos de alimento. Para isso, cada aluno recebeu impresso uma figura com a pirâmide
alimentar, e a pirâmide foi explicada para a turma com o auxilio do quadro e das figuras
que estavam com os alunos. Após isso, o exercício (anexo) que já foi levado impresso
foi entregue às crianças para que eles respondessem. Foi aí que percebemos que para
muitos, nossas aulas atingiram os objetivos. Nessa aula, boa parte da turma se mostrou
incapaz de conseguir ler, interpretar e responder as questões da atividade. Nesta turma
haviam alunos que não sabiam escrever o próprio nome, não sabiam ler, porém sabiam
replicar o que viam escrito em algum lugar, praticamente um desenho das palavras, e
também alunos que para o 4° ano do ensino fundamental podiam ser considerados
cognitivamente no nível esperado para a turma. Numa medida de desespero, tentei guiar
uma criança pela mão, mas foi em vão. A única saída foi pedir para que respondesse à
questão que pedia para desenhar, e por incrível que pareça, aquelas crianças não
gostavam de desenhar.
Se aproximando o final da aula, o exercício foi corrigido com todos no quadro,
porém a única questão em que todos puderam participar foi justamente a última que era
respondida com desenhos. Os alunos foram chamados no quadro para desenhar, e mais
uma vez uma confusão se iniciou por conta da competitividade da turma. Uns
reclamavam por terem ido menos vezes ao quadro que seu colega, e haviam aqueles que
reclamavam por ter ido o mesmo número de vezes que seu colega no quadro, querendo
desta maneira sempre estar em uma posição superior aos demais. Chegou um momento
em que quase um episódio de violência novamente acontecia, felizmente deu tempo de
intervir e evitar.

Dia 03/05 - Regência

Esta aula seria na verdade sobre o sistema respiratório, no entanto, como ainda
não havia tido nenhuma aula sobre plantas, ainda utilizando o livro didático como
suporte, o conteúdo da aula foi mudado. Classificação das plantas, órgãos das plantas e
polinização foram os assuntos trabalhados basicamente de forma expositiva dialogada.
Foi bom perceber que algo do que foi trabalhado na aula de classificação de seres vivos
e que também aparecia nesse conteúdo, era lembrado por alguns alunos no decorrer da
conversa, com isso, deu para perceber que nem todo o trabalho foi perdido. Isso com
certeza não é culpa dos alunos, que aliás, pelo contrário, são vítimas de estarem em uma
série, enquanto seu nível cognitivo ainda não é suficiente para trabalhar com esse
conteúdo. A reputação zelada de não repetir de ano é muito mais valorizada do que o
alcance do maior objetivo da educação, que é a aprendizagem. Da mesma forma que nas
outras aulas, os que sempre participam estavam participando da aula, e os que sempre
ficavam quietos estavam quietos. A partir dessa observação, é possível entender como a
ideia de que um aluno calado e quieto é aquele que mais aprende não faz sentido algum,
principalmente quando esses alunos são crianças. Após perceber que boa parte da turma
não está devidamente alfabetizada, pode-se verificar que os mais quietos são justamente
os que ainda não foram alfabetizados. Devido a experiência tida na aula anterior, seria
inútil para a maioria da turma fazer um exercício escrito, então a melhor forma para
avaliar os alunos a respeito desta aula foi com uma revisão final do conteúdo, oralmente
junto com a turma.

Dia 17/05 – Observação/Participação


A aula começou com uma revisão oral sobre o conteúdo que supostamente tenha
sido trabalhado no dia anterior. Nesta data se aproximava o dia que se comemora a
emancipação política da cidade de Areia (18/05), e a professora resgatou algumas
informações do tema junto com a turma. Já conhecíamos um pouco de cada aluno e foi
possível prever quais responderiam sempre as perguntas da professora, e quais
permaneceriam calados. Após revisar aparentemente tudo que havia sido trabalhado na
outra aula, a professora copiou um texto na lousa que serviria como base para responder
uma atividade que copiou em sequência ao texto. Apesar das respostas estarem
presentes no texto de maneira nítidas e perfeitamente destacadas, muitos não
conseguiram responder, em decorrência de sua condição de analfabetismo, ou
semianalfabetismo. Enquanto os alunos estavam respondendo a atividade, a professora
foi terminar de corrigir algumas provas em sua mesa, e a cada prova corrigida, ela
chamava um aluno e lhe entregava a prova corrigida com a nota, repreendendo ou
parabenizando de acordo com sua nota. Um fato curioso, porém, não incomum, diz
respeito a forma de como a nota é utilizada como ferramenta de controle da indisciplina
dos alunos. O que se faz literalmente é dizer que está corrigindo a prova de um aluno
que esteja perturbando naquele momento, e ameaçá-lo a fim de manter o controle da
turma. Ao corrigir a prova, e tendo os alunos já terminado o exercício, a professora
pediu para que um aluno buscasse uma cartolina na secretaria para uma atividade
coletiva sobre a cidade de Areia. A professora fechou sua atenção para essa atividade
junto a alguns alunos. Enquanto isso, o resto da sala estava brincando e correndo por
entre as mesas e cadeiras, não participando de maneira nenhuma da atividade.
Nessa aula percebeu-se o problema da evasão escolar. Ouvimos a professora falando de
alguns alunos que não estavam na sala, e fomos perguntar para outros alunos, a respeito
de quem a professora estava falando, e eles não souberam responder, já que há muito
tempo que tinham visto este aluno na sala. Alguns alunos são bastante agitados, a ponto
de a professora não conseguir manter toda a sala sob controle. Em decorrência disto, um
aluno que ainda estava copiando a atividade do quadro pediu para que um de nós
copiasse para ele, e nós respondemos que não era certo, e que a professora iria perceber
que a letra estava diferente letra dele. O menino falou que não tinha esse risco, já que a
professora nem sequer olhava o caderno dele.
Na parte final desta aula, a professora deu continuidade ao conteúdo de
matemática, mais especificamente a prova real da subtração.
Dia 24/05 – Observação/Participação
Nesta aula, esta professora aplicou inicialmente um exercício de língua
portuguesa sobre classificação das palavras de acordo com o número de sílabas. Sendo
assim, copiou o exercício no quadro para que os alunos copiassem em seus cadernos e
respondessem em sala. Nesse momento, a professora convidou os estagiários para
participarem da aula auxiliando os alunos na resolução do exercício. O exercício era
relativamente simples para alunos do 4° ano, porém um problema que se faz muito
presente naquela turma, e certamente em muitas outras turmas, é o analfabetismo da
maioria dos alunos, sendo este um fator de alto comprometimento da aprendizagem dos
alunos. Uma atividade que levaria pouco tempo para ser resolvido, levou 3 ou 4 vezes
mais tempo. Em sequência, a professora aplicou um exercício de matemática, mais
especificamente sobre operações de subtração e adição com prova real. Ela pediu que
um dos estagiários escrevesse o exercício no quadro para que os alunos copiassem,
enquanto isso, ainda haviam alunos terminando de responder o exercício anterior com o
auxilio do outro estagiário presente na sala. Enquanto isso, os que já haviam terminado
de copiar o exercício de matemática começaram a responde-lo, e aos poucos, todos
tinham terminado o exercício de português e já estavam resolvendo o exercício de
matemática. Da mesma maneira que antes, alguns poucos conseguiam resolver o
exercício sozinhos, outros conseguiam resolver com uma ajuda dos estagiários e da
professora, e infelizmente, outros que não conseguiam resolver sem que a resposta fosse
quase entregue pronta para eles, por não saberem ainda escrever nem ler direito. Uma
saída que chegou a funcionar um pouco para ajudar uma aluna a entender o conteúdo de
matemática, foi utilizar os lápis que ela tinha em seu estojo, mesmo que ela não
soubesse escrever nem ler direito, ela conseguia contar e realizar as operações utilizando
o material. Seu nível de alfabetização se resumia apenas a replicar o que via escrito em
algum outro lugar, copiava inclusive marcas específicas da caligrafia do outro que
escreveu.

Dia 15/06 – Observação/Participação


A aula deste dia foi trabalhada a questão de cidadania. A professora copiou no
quadro um texto sobre os direitos e deveres do cidadão, com tópicos referentes à
impostos e a função disso na sociedade. Como já destacado anteriormente, mesmo com
boa parcela da turma ainda analfabeta, existe a persistência em fazer atividades escritas,
como se todos ali estivessem aptos a desenvolverem essa habilidade. A professora
também é vítima desse sistema, em que o aluno não pode ser reprovado dentro do ciclo,
e ainda por cima, é cobrada a cumprir o conteúdo programático para aquela série, não
sendo possível trabalhar o problema do analfabetismo dos alunos, que se prejudicam em
não saber escrever, e também em não conseguirem acompanhar o conteúdo exigido para
aquele ano, já que o processo educativo escolar se firma basicamente em escrita e
leitura. Durante a aula, a coordenadora da escola chegou na sala e questionou à
professora e aos alunos, como estava o comportamento da turma. A professora resolveu
atribuir uma nota ao comportamento, dizendo inclusive ser generosa ao dar essa nota.
Esse fato serve de exemplo para a cultura da nota fortemente presente na escola, indo
além das atividades avaliativas, chegando a situações como essa retratada. Para Luckesi
(2014) existe uma diferença entre verificação e avaliação, onde a verificação serve
apenas para gerar uma nota que, arbitrariamente, representa a carga intelectual do aluno.
A avaliação vai além, buscando além de verificar se o aluno aprendeu, trabalhar nesse
resultado para que após a avaliação o que faltou para o aluno, possa ser completado,
dando a avaliação um sentido mais coerente com o propósito da educação.

Expor de maneira clara e objetiva as tarefas realizadas no estágio, analisando-as e


ressaltando os pormenores mais importantes, destacando as dificuldades e as formas
pelas quais as superou. Descrever intervenções realizadas para melhoria do local de
estágio, bem como os aspectos positivos e negativos da orientação realizada no estágio,
por meio do supervisor de estágio e do professor orientador de estágio.

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O Estágio Supervisionado é a segunda experiência dos alunos de Licenciatura em
Ciências Biológicas, desconsiderando é claro projetos que também proporcionam
experiências em sala de aula, no ambiente escolar. No entanto, é nesse estágio que se
tem um primeiro contato com a experiência da posição de professor. As aulas teóricas
forma fundamentais para que os estagiários pudessem se localizar no ambiente da
escola, levando em consideração principalmente a organização das atividades de um
professor. A princípio, um estágio com turmas do ensino fundamental I pareceu sem
sentido para um professor que atuará predominantemente no ensino médio, porém é
importante dizer que toda experiência é válida, e o contato com crianças nessa faixa
etária foi muito rico principalmente para aprender a lidar com situações adversas, que
por sinal, se fizeram bastante presente nesse estágio. Ainda assim, por não ter uma
formação pedagógica especialmente para trabalhar com criança no curso de
Licenciatura em Ciências Biológicas, o estágio pode ser tornar um grande desafio,
dependendo da turma, que principalmente por conta da indisciplina, pode desencorajar o
estagiário.
Como é a primeira disciplina que permite o estudante de Ciências Biológicas a
estar ativo em sala de aula, um dos pontos bastante fortalecidos é a questão de
organização, principalmente com a elaboração dos planos de aula, que ajuda o professor
a alcançar seus objetivos em sala de aula.
Uma das experiências mais significantes no estágio é, sem dúvidas, o
compartilhamento de experiências entre os estagiários, trazendo a sua visão da realidade
de cada escola para dentro da universidade, e isso permite que um aprenda com o outro,
ao, por exemplo, mostrar como se posicionou frente a uma situação adversa. A
confecção de materiais didático contribuíram tanto para a formação docente do
estudante de Ciências Biológicas, como também para os alunos das escolas em que são
realizados os estágios, visto que, podem usufruir de um material que dificilmente será
oferecido pela escola, e com o estágio, está oportunidade torna-se viável.
As atividades de regência, da mesma forma que causaram ansiedade e
preocupação em fazer um bom trabalho no início, concluíram-se com essa ansiedade
convertida em boa parte de confiança e segurança, mas permanecendo ainda um pouco,
servindo de propulsor para as inovações desejadas a cada nova aula. Há autores que
acabam por criticar uma relação mais próxima do professor com seus alunos, pondo em
cheque a sua posição de profissional, no entanto, quando se nota a alegria sincera de um
sorriso em crianças ao lhe ver chegar na sala de aula, que mal lhe conhecem, tendo lhe
visto duas ou três vezes na vida, acaba por trazer satisfação a qualquer que seja a
pessoa, fazendo com que o vínculo humano se sobressaia ao vínculo profissional na
educação.

REFERÊNCIAS

BIANCHI, A. C. M., et al. Orientações para o Estágio em Licenciatura. São


Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2005.
DE SOUSA, L. O.; DALLA BERNARDINO, A. A contação de histórias como estratégia
pedagógica na educação infantil e ensino fundamental. Educere et Educare, v. 6, n. 12, 2011.
LUCKESI, C. C. Avaliação da aprendizagem escolar: estudos e proposições. Cortez
editora, 2014.
SILVA, L. L.; CEREJA, C. A. Indisciplina em sala de aula. Rio de Janeiro, 2003.

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ANEXOS:
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS FUNDAMENTAIS E SOCIAIS
DISCIPLINA DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO II
PROFESSORA ANDREIA GUIMARÃES
EQUIPE: ALYSSON DOS SANTOS LIMA/RENAN RODRIGUES FERREIRA
ATIVIDADE: PLAN O DE AULA
DATA:27/03/2018

Tema: Classificação dos Seres Vivos

Objetivos:

 Reconhecer a diversidade dos seres vivos


o Compreender critérios de classificação;
o Identificar o ser humano como parte da diversidade;
o Relacionar os conceitos de biodiversidade, ecologia e filogenia.

Metodologia:

 Aplicação de dinâmica de classificação (em grupo)


 Aula expositiva-dialogada

Recursos Metodológicos

 Quadro/lousa
 Pincel/giz
 Recortes de seres vivos
 Painel

Avaliação

 Montagem do painel (qualitativa)

Cronograma

 20 minutos para a dinâmica inicial


 60 minutos para a aula
 20 minutos para a montagem do painel
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
CENTRO DE CIÊNCIAS DE AGRÁRIAS
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS FUNDAMENTAIS E SOCIAIS
DISCIPLINA DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO II
PROFESSORA ANDREIA DE SOUSA GUIMARÃES

1. TEMA: Sistema Digestório


2. OBJETIVOS:
a. Compreender a função do sistema digestivo;
b. Localizar os órgãos do sistema digestivo;
c. Conhecer a importância da pirâmide alimentar.
3. METODOLOGIA:
a. Aula expositiva-dialogada;
b. Revisão com modelo do sistema digestivo.
4. RECURSOS METODOLÓGICOS:
a. Quadro branco;
b. Pincel;
c. Imagem impressa de pirâmide alimentar;
d. Modelo do Sistema digestivo.
5. AVALIAÇÃO:
a. Aplicação de exercício.
6. CRONOGRAMA:
 60 minutos para ministração do conteúdo;
 10 minutos para exposição do modelo do Sistema digestivo;
 50 minutos para aplicação e correção do exercício;
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
CENTRO DE CIÊNCIAS DE AGRÁRIAS
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS FUNDAMENTAIS E SOCIAIS
DISCIPLINA DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO II
PROFESSORA ANDREIA DE SOUSA GUIMARÃES

1. TEMA: Plantas

2. OBJETIVOS:
 Compreender a diversidade das plantas;
 Reconhecer os órgãos das plantas e suas funções;
 Entender a importância da polinização para manutenção da vida.

3. METODOLOGIA:
 Aula expositiva

4. RECURSOS METODOLÓGICOS
 Quadro/lousa
 Pincel/giz

5. AVALIAÇÃO
 Revisão do conteúdo

6. CRONOGRAMA
 70 minutos para a ministração do conteúdo
 30 minutos para revisão do conteúdo
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS FUNDAMENTAIS E SOCIAIS

ROTEIRO PARA ORIENTAR O PARECER FINAL

O aluno deve apresentar um parecer avaliativo de sua experiência como


estagiário. Espera-se que sejam elencados aspectos como:

 Contribuições para a formação: tipo de contribuição;


 Aspectos positivos e/ou negativos que notou no decorrer das observações e
práticas;
 Visão que teve do campo de estágio, assim como dos professores e alunos com
os quais atuou;
 Análise da escola: administração, recursos, incentivos etc.;
 Sugestões para a melhoria do trabalho do professor na escola, assim como em
relação à própria escola e a maneira como ela trata os professores, alunos,
funcionários, pais, estagiários;
 Sugestões para a melhoria do processo de estágio: orientação do professor,
acompanhamento, discussões, relatórios etc.

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