Resumo DSV Aulas 1-32 PDF
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SEGUNDO PERÍODO
DISCIPLINA: DIVERSIDADE DOS SERES VIVOS
SEGUNDO PERÍODO
DISCIPLINA: DIVERSIDADE DOS SERES VIVOS
A análise comparativa é uma das principais técnicas quando se estuda como foi adquirida as linhagens
evolutivas ao longo do tempo.
Como o próprio nome diz, a análise comparativa baseia-se na comparação dos organismos para formar
subgrupos e assim sucessivamente.
A identificação de similaridades em indivíduos morfologicamente muito diferentes, como por exemplo,
plantas e animais é muito mais complicada, sendo necessário a utilização de técnicas avançadas de
microscopia no campo da Biologia Molecular.
Evolução biológica pode ser definida como mudança das características dos organismos ao longo do
tempo.
Em Biologia Evolutiva, o termo padrões, tem a seguinte definição: "Aquilo que serve de base ou norma
para avaliação".
Na evolução, as forças evolutivas (mutação, seleção natural, acaso e migração), atuam sobre os padrões
gerando novos padrões.
Também em Biologia Evolutiva, o termo processos, é definido como uma "sucessão de estados ou
mudanças".
Por terem caráter histórico, os processos não são observados diretamente, e sim inferidos dos padrões
de biodiversidade existentes.
Evolução neutra (por meio do acaso) ou adaptativa (por meio da seleção natural), e especiação são
processos causadores de padrões observados.
Os seres vivos são classificados em sistemas hierárquicos baseado em suas similaridades (Taxonomia),
tendo este sistema sido proposto por Lineu com identificação binominal, ou seja, o nome científico.
Lineu era fixista, no entanto, ao longo de suas pesquisas, ficou intrigado com a similaridade entre plantas
que apresentavam poucas características diferentes. Desta forma, posteriormente, sugeriu que as
espécies poderiam se transformar em outras. Começando assim, a surgir as primeiras ideias de evolução,
embora não acreditasse que grandes diferenças pudessem ser explicadas pela evolução.
No século 19, Lamarck foi o primeiro a tentar explicar como as espécies se modificavam ao longo do
tempo.
A teoria de Lamarck previa que as espécies "Melhorariam" pela evolução, com objetivo de se adaptar ao
meio ambiente. Atualmente o termo "evolução" caracteriza qualquer modificação em espécies ou
populações, tanto para melhor ou pior. Sua teoria baseava-se ainda no uso e desuso ou, herança de
caracteres adquiridos, que hoje sabe-se que não procede.
Meio século após a teoria de Lamarck, Darwin publica o livro A Origem das Espécies, em 1859.
O ponto central da teoria de Darwin foi introduzir a ideia de seleção natural como mecanismo para
explicar a evolução das espécies.
Para Darwin, a variabilidade era fruto do acaso, porém, através da seleção natural a natureza "escolhia"
os organismos com melhores características de sobrevivência.
As ideias de Darwin tiveram influências de dois grandes nomes da época, Charles Lyell com sua obra
Princípios da Geologia e Thomas Malthus com Ensaios sobre Princípios da População.
O livro de Lyell teve forte influência nas ideias de Darwin, pois nele, a teoria do uniformitarismo
preconizava que as mudanças na natureza eram graduais, e que os processos que governam o presente
eram os mesmos do passado.
As ideias básicas do uniformitarismo são:
1. As leis naturais são constantes (uniformes) no espaço e no tempo;
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2. Os processos que operam agora para moldar a superfície da Terra devem ser invocados para explicar os
acontecimentos do passado;
3. As mudanças geológicas são lentas, graduais e constantes e não cataclísmicas;
4. A Terra tem sido fundamentalmente a mesma desde sua formação. Contrariando a ideia do
catastrofismo que até então prevalecia.
Em seu livro, Malthus pontuava que se a população humana não fosse controlada, iria aumentar
desproporcionalmente provocando a escassez de recursos alimentares.
Darwin lincou esta ideia aplicando as demais espécies. Após longo trabalho, propôs que as populações
naturais são variáveis em suas características físicas e morfológicas geradas aleatoriamente. Entretanto,
como o número de filhotes é maior do que aquele que poderia sobreviver, os sobreviventes passam suas
características para seus descendentes, sendo mantidas as melhores características nas espécies e
populações.
Com os trabalhos de George Mendel com as ervilhas, a teoria evolutiva ganhou base sólida. Em seu
trabalho, ele observou que algumas características eram sempre observadas em todas as gerações,
enquanto outras não. Despareciam em algumas gerações e reapareciam em outras. Sendo as primeiras
características consideradas dominantes, enquanto as segundas recessivas.
Todo indivíduo de reprodução sexuada recebe dois Alelos para uma determinada característica, sendo
um do pai e outro da mãe.
Quando os dois alelos são idênticos, o indivíduo é denominado homozigoto, quando são diferentes, é
denominado heterozigoto para a respectiva característica.
Fenótipo é a aparência do indivíduo, como por exemplo a cor do cabelo, da pele e etc.
Genótipo são os alelos que ele carrega. Exemplo: (AA, AB, BC etc.).
Quando homozigoto possuirá dois alelos iguais (AA, BB, CC.
Quando heterozigoto os alelos serão diferentes (AB, AC, etc.)
O alelo é dominante quando sua presença no heterozigoto garante o fenótipo dominante.
Um indivíduo heterozigoto com um alelo dominante e um recessivo (Aa), expressa sempre o fenótipo
dominante. Ou seja, a característica a ser expressada será a do (A -azão) do par (Aa - Azão-azinho).
Em 1930 alguns geneticistas mesclaram as ideias de Mendel e Darwin e desenvolveram a Teoria Sintética
da Evolução.
No estudo evolutivo, uma questão primordial é a variabilidade.
Em uma população, observamos que os indivíduos não são idênticos, muito pelo contrário, o normal é a
variabilidade.
Esta variabilidade pode ter duas origens: genética (de genótipo) e ambiental (de fenótipo).
Apenas a variabilidade com origem genética é passada de pai para filhos (contrariamente ao que
pressupunha Lamarck).
Todas as características de uma espécie foram originadas de um indivíduo de uma população e estas
foram repassadas ao longo das gerações. Resultado que a variabilidade genética em populações naturais
constitui a origem de toda diversidade entre espécies.
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LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS – CEDERJ - UENF
SEGUNDO PERÍODO
DISCIPLINA: DIVERSIDADE DOS SERES VIVOS
Análise comparativa
Características da espécie ancestral comum:
a. Material genético: DNA
b. Catálise de reações químicas realizada por enzimas (proteínas).
c. DNA sintetizado através de molde das cadeias de DNA com mesmo código genético.
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d. Duplicação do DNA originando descendentes idênticos (herdabilidade).
e. Replicação passível de erros (mutações).
A alternativa mais simples alternativa para explicar as características complexas em diversas espécies é
a história compartilhada dos organismos
É mais comum pensar que uma característica complexa (como a por exemplo a coluna vertebral) tenha
sido originada em uma espécie sendo posteriormente repassada para outras espécies a pensar que
espécies diferentes que possuem a respectiva característica a tenham desenvolvido
independentemente.
Homologia
Os termos homologias e analogias foram cunhadas por Richard Owen.
As características homólogas são fruto da história evolutiva em comum dos organismos.
As similaridades com características homólogas se devem a aquisão de um ancestral comum, como por
exemplo as asas das aves, as mamas dos mamíferos e etc.
As similaridades com características análogas se devem a características adquiridas através de processos
de convergência evolutiva. Apesar de terem uma mesma função, são morfologicamente distintas, como
por exemplo as asas de pássaros e de morcegos.
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SEGUNDO PERÍODO
DISCIPLINA: DIVERSIDADE DOS SERES VIVOS
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SEGUNDO PERÍODO
DISCIPLINA: DIVERSIDADE DOS SERES VIVOS
O processo que seleciona as características vantajosas dos indivíduos chama-se seleção natural.
A seleção natural pode agir em caracteres morfológicos, anatômicos, fisiológico ou bioquímicos.
A seleção natural só atua com características herdadas geneticamente.
Seleção natural pode ser considerada a sobrevivência dos indivíduos que tem determinadas
características mais apropriadas ao local e ao momento em que eles vivem.
O sucesso evolutivo de um determinado organismo é medido exclusivamente pelo número de filhotes
que ele deixa para próxima geração, ou seja, com o número de genes que ele contribui para a próxima
geração. Assim sendo, o sucesso evolutivo está ligado diretamente ao sucesso reprodutivo.
A seleção natural ocorre sobre indivíduos, e incide sobre o fenótipo dos mesmos e não sobre os
genótipos.
A seleção natural atua sobre as características expressas do organismo. Assim sendo, um indivíduo
heterozigoto para uma determinada característica deletéria, pode possui um gene recessivo "escondido"
da seleção natural.
Para a seleção natural atuar é necessário a existência de variabilidade de formas vantajosas e
desvantajosas (deletérias) na população.
A mutação e aleatória, mas a seleção natural vai determinar os sobreviventes da população. A triagem
da seleção não é aleatória.
As mutações podem ser vantajosas ou deletérias. A seleção natural vai escolher os indivíduos com
características vantajosas.
Adaptação é uma estrutura ou uma função alterada que promove um aumento na probabilidade de
sobrevivência do organismo que a possui. A adaptação é uma consequência da seleção natural.
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Proteínas
Proteínas são cadeias longas de aminoácidos.
Existem vários tipos de proteínas de acordo com sua função, por exemplo: estruturais, transportadoras,
catalisadoras, etc.
As proteínas catalisadoras são chamadas de enzimas.
Uma proteína é composta por uma ou mais cadeia linear de aminoácidos, ligadas por ligações peptídicas.
A estrutura básica de um aminoácido é composta por: um átomo de carbono alfa, um grupo amino
(NH2), um grupo carboxila (COOH), um átomo de hidrogênio e um radical.
O radical é quem diferencia os aminoácidos. De acordo com sua composição torna o aminoácido básico
ou ácido.
Ácido nucleico
Ácidos nucleicos são cadeias longas de nucleotídeos.
Os ácidos nucleicos são responsáveis pela transmissão da informação genética, são responsáveis pela
herdabilidade.
Existem dois tipos básicos: o ácido desoxirribonucleico (DNA) e o ácido ribonucleico (RNA). Ambos têm
funções diferentes.
As fitas do DNA são ligadas por pontes de hidrogênio, e são chamadas de pareamento de bases.
A ligação AT é feita por duas pontes. Já a CG é feita por três pontes, por isso é conhecido como a ligação
forte do DNA.
Nucleotídeos
Replicação do DNA
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Mutações
Síntese de proteínas
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Síntese de proteínas
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DISCIPLINA: DIVERSIDADE DOS SERES VIVOS
LUCA é a abreviatura do último ancestral comum a todos seres vivos e que era unicelular.
A linguagem universal de toda diversidade biológica é o código genético.
A insulina que hoje é utilizada em tratamento de diabéticos é produzida por bactérias a partir de um
gene humano. Isso é possível devido a identidade genética.
Acredita-se que os primeiros organismos foram unicelulares por serem mais simples. Não possuindo
diferenciação, comunicação, nem cooperação entre células e tecidos.
Para explicar o desenvolvimento de um ser como o Luca, é necessário partir da formação do primeiro
sistema fechado, ou seja, sua protocélula. E para isso ocorrer houve o aparecimento de uma membrana
periférica delimitando o interior e exterior do indivíduo.
Tomando como exemplo uma bactéria, pode-se inferir quais os elementos básicos necessários para um
organismo funcionar. Estes elementos seriam:
a. Membrana celular semipermeável.
b. Material genético.
c. Proteínas e enzimas.
Moléculas de RNA e proteínas sem uma proteção (membrana) em um oceano teriam menos chances de
sobreviver em um oceano primitivo. Ao surgir um sistema fechado, esse poderia ser selecionado
naturalmente, sendo este a protocélula.
Uma protocélula seria um sistema delimitado contendo em seu interior macromoléculas com capacidade
de catálise (proteínas) e auto replicação (RNA), além de absorver matéria prima do meio externo e
convertendo em energia para suas atividades.
Membrana celular
O surgimento desta membrana permite a cooperação entre as moléculas no interior da protocélula,
sendo crucial em sua evolução.
Acredita-se que a formação dos compostos lipídicos que compuseram a membrana da protocélula tenha
ocorrido através de reações na argila. Haja visto a mesma funcionar como uma fábrica que transforma
moléculas simples em complexas, podendo ter ocorrido o mesmo com os ácidos graxos.
Cromossomos
O arranjo de genes em cromossomos serviu para garantir que os mesmos fossem passados para os
descendentes quando da duplicação.
Os genes ligados apresentam duas vantagens se compara a genes soltos, que são:
1. Duplicação imediata de todos os genes.
2. A célula parental garante o recebimento uma cópia de cada um dos genes aos descendentes.
Energia
A obtenção de energia por organismos heterotróficos ocorre através da alimente de três formas:
1. Animais. (Carnívoros)
2. Plantas. (Herbívoros)
3. Organismos ou produtos em decomposição. (Decompositores)
Os seres humanos são onívoros.
Os heterótrofos dependem de moléculas orgânicas pré-formadas por possuírem capacidade de produzi-
las como os autótrofos.
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A obtenção de energia para funcionamento das células nos organismos heterótrofos é feita através da
quebra da molécula de glicose (da alimentação) com auxílio do oxigênio (da respiração). Desta quebra
resulta a liberação de dióxido de carbono e produção de água para a célula. (C 6H12O6 + 6O2 = 6CO2 +
6H2O+ energia)
Nos autótrofos ou fotossintéticos, a obtenção de energia ocorre pelo processo de fotossíntese. De forma
resumida, o processo funciona com a absorção dos raios solares por pigmentos presentes principalmente
nas folhas das plantas, sendo a clorofila o mais conhecido. A energia absorvida mais a união de CO 2 e
H2O formará uma molécula de glicose e liberará uma de oxigênio. (6 CO2 + 12 H2O + energia solar =
C6H12O6 + 6 O2 + 6 H2O).
Por ter havido pouco ou nenhum oxigênio na Terra primitiva, os organismos não poderiam ter sido
heterotróficos. No entanto, a fotossíntese também possivelmente não foi possível devido à
complexidade de pigmentos de difícil síntese. Não sendo possível estas duas possibilidades, acredita-se
que os primeiros organismos obtinham energia através da quimiossíntese, como as arqueobactérias
atuais.
Estima-se através de datação com carbono 14 que a vida na terra tenha surgido há 3,85 bilhões de anos.
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Domínios
Até 1990 a vida era dividida em cinco grandes grupos: monera, protista, animalia, fungi, plantae.
O nível hierárquico Domínio é o mais abrangente e o mais recente, tendo sido proposto por Carl Woese
em 1990.
O nível hierárquico Domínio divide as formas de vida em três grupos - (Eukarya, Archea e Bacteria).
Dentro destes três estão contidos 4 reinos (Protista, Fungi, Animalia e Plantae).
Procariontes
As bactérias são organismos procariontes que possuem grande sucesso evolutivo, devido a capacidade
de entrarem em dormência e também pela grande diversidade metabólica, obtendo energia de várias
formas. Com isso podem ser encontrados nos mais diversos ambientes. Desde as profundezas oceânicas
ao trato digestivo de animais.
A simplicidade morfológica é uma dificuldade no estudo dos procariontes.
Os procariontes podem ser classificados em três grupos baseados em sua relação com o oxigênio:
Aeróbicos: requerem oxigênio.
Anaeróbicos: não requerem.
Anaeróbicos facultativos: vivem com ou sem oxigênio.
Os procariontes podem ser classificados também quanto as suas formas de obter energia. Além de obter
energia de forma heterótrofa e autótrofa também podem obter das formas abaixo:
Metanogênicos: produzem metano
Fermentadores: quebram compostos orgânicos.
Redutores de sulfato: reduzem moléculas de sulfato.
Outras diversas, que usam por exemplo enxofre, nitrogênio, oxidam metais e etc.
Arqueas
São classificadas em três subgrupo de acordo com a forma de obtenção de energia e ambiente em que
vivem:
Metanogênicas: organismos anaeróbicos, que utilizam hidrogênio para reduzir dióxido de carbono em
metano. Vivem pântanos com baixos níveis de oxigênio. Também estão presentes no trato intestinal de
alguns animais, auxiliando na digestão de celulose.
Halófitas: organismos aeróbicos heterotróficos. Encontrados em ambientes extremamente salinos como
o Mar Morto ou o Grande Lago Salgado.
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Termoacidófilas: sobrevivem em ambientes com temperaturas altas e pH ácido. Alguns destes
organismos não conseguem se reproduzir caso a mesma esteja abaixo de 80ºC. Estes organismos são
basais na árvore filogenética devido ao clima da terra primitiva.
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Coloração Gram
As bactérias podem também ser classificadas através da coloração Gram.
As bactérias com parede dupla não são coradas e por isso são chamadas de Gram-negativas e
representam 75% das bactérias, incluindo as espiroquetas, curvadas (víbrios), espirais, cocos, bastões,
clamídias, rickéttsias e as cianobactérias.
As Gram-positivas podem ser coradas e representam 25% das bactérias, incluindo cocos, bastões e
actinomicetos.
Micoplasmas
São as menores células vivas já descoberta. Não possuem parede celular e possuem uma quantidade
mínima de DNA que possibilita o funcionamento da célula. A maioria são parasitas intracelulares em
plantas e animais.
Cianobactérias
Através da mutação de uma bactéria primitiva (cianobactéria), a mesma adquiriu a capacidade de
manipular o oxigênio.
Os primeiros fósseis destas bactérias datam de aproximadamente 3,5 bilhões de anos
Por volta de 2 bilhões de anos depois, a taxa de oxigênio da Terra que era de menos de 1% subiu para
15% do nível atual.
Esta mudança no nível de oxigênio deveu-se a multiplicação de células mutantes que passaram a usar
CO2, H2O e luz para fabricar energia. Com abundância destes compostos, as células obtiveram grande
vantagem em relação a outras, passando estas características para seus descendentes que igualmente
se tornaram bem adaptadas.
Em contrapartida, a Terra, através das rochas calcárias tentam remover o oxigênio da atmosfera
produzido pelas cianobactérias na forma de carbonato de cálcio.
Minerais como o ferro começam a ser oxidados e começa a aparecer a ferrugem na superfície do planeta.
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Uma das maneiras de mediar a quantidade de oxigênio da Terra primitiva baseia-se na quantificação de
ferro oxidado nos estratos sedimentares do período.
Com o aumento da quantidade de oxigênio na atmosfera e diminuição de gás carbônico, organismos
como as arqueas se confinaram em lugares se m a presença de oxigênio livre, como as fossas
hidrotermais.
Outros organismos desenvolveram adaptações para carreá-lo para fora da célula após sua utilização
(heterotróficos).
A origem das plantas tem estreita relação com as cianobactérias, haja visto o cloroplasto ter sido
incorporado às células das plantas, similarmente o que ocorreu com a mitocôndria nas células animais.
(Teoria da endossimbiose)
A importância da fotossíntese
Um dos processos mais importantes da natureza. Através dele as plantas sintetizam energia para si e ao
mesmo tempo disponibilizam a mesma direta ou indiretamente para outros organismos.
Cianobactérias atuais
Hoje as cianobactérias são encontradas nos mais variados ambientes, desde oceanos à desertos. Um
bom exemplo são os estromatólitos que são compostos por camadas de cianobactérias, poeira e argila.
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As células procariontes de bactérias e de arqueas não possuem núcleo definido, ficando o material
genético no citoplasma, ao contrária das células eucarióticas.
As células procarióticas além de serem menores que as eucarióticas, possuem um único cromossomo
circular solto no citoplasma.
Os registros fósseis evidenciam que os primeiros eucariontes datam de 1,8 bilhões de anos, enquanto os
procariontes datam de 3,5 bilhões de anos. Desta forma, o sentido da evolução partiu dos procariontes
para os eucariontes.
A teoria mais aceita hoje quanto a origem da célula eucariótica é a da endossimbiose serial ou SET.
Segundo Lynn Margulis a célula eucarionte se originou da fusão de uma arquea (Thermoplasma) e de uma
bactéria (espiroqueta), formando uma célula flagelada.
A citose é outra teoria que tenta explicar o aparecimento do núcleo. No processo de citose, a membrana
celular se dobra para dentro formando um vacúolo. Este processo é similar ao da fagocitose, onde a célula
absorve uma partícula sólida e forma um vacúolo em seu interior. Devido a estes processos, o núcleo
poderia ter se originado de um desse vacúolos. No entanto, as bactérias atuais não fazem fagocitose
devido a sua parede celular rígida, ocorrendo o mesmo com as cianobactérias que apesar não possuírem
parede celular, possuem uma membrana semirrígida.
As arqueas e os eucariontes não possuem um ancestral comum com as bactérias. Neste cenário, os
primeiros organismos possuíam parede celular, que aos poucos foi perdida nas linhagens posteriores que
deram origem aos eucariontes e às arqueas.
A perda da parede celular a princípio pode parecer um evento desvantajoso do ponto de vista
evolucionista, pois existe a perda de uma estrutura de proteção. No entanto, como a seleção natural atua
no presente e não considerando possibilidades futuras, uma das explicações para a perda da parede foi a
possível capacidade de antigas bactérias desenvolveram a capacidade antibiótica de bloqueio da síntese
da parede. Com a perda desta proteção, as mesmas se tornaram muito frágeis ao ficarem expostas ao
meio externo, sendo extinta a imensa maioria.
Dentre as diversas linhagens que perderam a parede celular, duas desenvolveram estratégias para lidar
com esta fragilidade. A primeira delas foram as arqueas, que desenvolveram uma nova membrana rígida
a base de pseudomureína. A segunda foi a dos eucariontes, que desenvolveram o citoesqueleto, dando
sustentação a célula.
Citoesqueleto e mitose
O citoesqueleto foi fundamental no desenvolvimento dos eucariontes.
É composto por duas classes complementares de moléculas que permite a célula manter sua forma na
ausência de parede celular.
1. Filamentos de actina: resistem a forças que esticam.
2. Microtúbulos: resistem a forças que comprimem.
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Organelas e energia
Existem duas organelas especiais que possuem capacidade de auto replicação por possuírem seu próprio
material genético, as mitocôndrias e os cloroplastos.
Devido ao citado acima, acredita-se que ambas foram fagocitadas e não digeridas por organismos
primitivos, sendo estabelecido desta forma uma relação simbiótica.
Os eucariontes que não possuem mitocôndrias estão confinados em locais com lama ou como
endossimbiontes de insetos, ou seja, com pouco ou nenhum oxigênio.
Todas as plantas, os fungos e os animais possuem mitocôndrias. Entretanto, apenas algumas algas e
plantas possuem cloroplastos. Assim, presume-se que as mitocôndrias já´ estavam presentes nas células
quando a bactéria deu origem aos plastídios.
Acredita-se que os plastídios tiveram origem através da endossimbiose de uma cianobactéria por um
procarionte, que similarmente as mitocôndrias, não foram digeridas.
Estudos de filogenia molecular apresentam evidências de que as mitocôndrias surgiram de bactérias roxas
e os cloroplastos de cianobactérias.
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DISCIPLINA: Diversidade dos Seres Vivos
Os primeiros fósseis de eucariontes encontrados por paleontólogos são de protistas, e datam de pouco
mais de um bilhão de anos.
Hoje se pode distinguir cerca de 60 linhagens de eucariontes com base em sua organização celular.
Os três reinos de eucariontes multicelulares (plantas, animais e fungos) evoluíram de diferentes linhagens
protistas.
Em sistemática, o reino dos protistas é chamado de "lata de lixo". Isso se deve por este grupo ser definido
a base de exclusões. Haja visto a definição mais precisa de um protista ser: todos os eucariontes que não
são plantas, não são animais e não são fungos.
Devido ao supracitado, existe a dificuldade em onde traçar a linha divisória entre esses organismos
unicelulares e os multicelulares.
Alguns aspectos que poderiam classificar estes organismos se baseiam em:
Em termos de ambiente: os protistas podem ser aquáticos ou terrestres.
Em termos de metabolismo: são altamente diversos. Podendo ser autotróficos, heterotróficos de
absorção e heterotróficos de ingestão.
Em termos de modo de vida: Alguns são de vida livre e outros são parasitas.
Em termos de número de células: Podem ser unicelulares ou coloniais.
Em termos de mobilidade: Existem filos com várias formas de mobilidade, podendo ser de forma
amebóide, pelos cílios, flagelos, ou mesmo sem mobilidade.
Em termos de organelas: Alguns possuem mitocôndrias, outros cloroplastos e alguns não possuem
nenhuma.
Em termos de reprodução: Pode ser sexuada e assexuada. A reprodução assexuada pode variar sendo
através de fissão binária, brotamento e esporos. Alguns protistas podem alternar entre sexuada e
assexuada.
3. Tipo fungos - organismos unicelulares semelhantes a fungos. Podem ser saprófitos ou parasitas em planta
e animais.
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A história geológica da Terra pode ser dividida em duas grandes fases, denominadas éons.
Éon Criptozóico (Pré-Cambriano) é caracterizado pela pobreza de registros fossilíferos em suas rochas.
O éon, que representa mais de 4/5 do tempo geológico da Terra, foi subdividido em dois, o Arqueano e o
Proterozóico.
O segundo éon é o Fanerozóico, caracterizado por abundante registro paleontológico em suas rochas
sedimentares.
A eras geológicas podem ser subdivididas cronoestratigraficamente ou cronologicamente.
Cronoestratigrafica: camadas entre rochas mais antigas e mais novas.
Cronológico: fósseis nos respectivos períodos. Se não houve deposição foi erodido.
Pré-Cambriano
Era arqueana: bactérias que viviam em locais com temperatura elevada e pobre em oxigênio. Com o
tempo as bactérias se diversificaram iniciando a colonização das margens oceânicas. Onde as
cianobactérias iniciaram a produção de estromatólitos.
Aproximadamente há 2 bilhões de anos, na Era Proterozóica, além das bactérias, passam a viver fungos
aquáticos filamentosos e algas, algumas já com cloroplastos.
Neste período a atmosfera e os oceanos começam a ser enriquecidos com oxigênio.
Fanerozóico
Este Éon é subdividido em três eras geológicas:
a. Paleozoica: Começa com camadas ricas em fósseis como braquiópodos e trilobitas, terminando com
orogenia apalachiana.
b. Mesozoica: Era dos repteis como os dinossauros. Nos mares existiam os amonitas e foraminíferos. O final
desta era foi marcado pela orogenia laramiana.
c. Cenozoica: Não detalhada.
Era Paleozoica
Caracterizada pelo domínio dos mamíferos, das plantas (angiospermas) e dos insetos nos continentes.
Esta era é subdividida em seis períodos:
1. Cambriano: No começo grupos marinhos já eram representados por esponjas, artrópodes e talvez
cordados, mas as terras continuavam virgem, à exceção de pequenas algas e liquens em rochedos nos
bordos do mar. Atmosfera relativamente pobre em oxigênio e inexistia a camada de ozônio.
2. Ordoviciano: Há cerca de 500 milhões de anos. Aparecem os primeiros vertebrados, peixes sem
mandíbulas e sem pares de nadadeiras. Provável presença de musgos com folhas recobertas por cutícula
nas margens de lagos e lagoas.
3. Siluriano: Há cerca de 450 milhões de anos. Período glacial onde a glaciação provocou uma diminuição
drástica no nível dos mares sendo fatal para diversos grupos animais e vegetais. Ao terminar a glaciação
a vida novamente se desenvolveu ocupando nichos virgens com surgimento de novas plantas, as
vasculares.
4. Devoniano: Há aproximadamente 400 milhões de anos. Presença de peixes mandibulados, escorpiões
marinhos providos de brânquias faziam algumas incursões terrestres. Os vegetais vasculares se proliferam
enormemente na terra, ganhando forma de arbustos e depois de árvores, como as samambaias
arborescentes, licopídeos e ancestrais das plantas com sementes.
5. Carbonífero: Há cerca de 350 milhões de anos, já havia grandes florestas, onde os artrópodes dominavam,
enquanto os vertebrados terrestres ainda eram lentos e pesados, dependentes do meio aquático.
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6. Perminiano: Há cerca de 275 milhões de anos se inicia um novo período glacial causando mudanças
radicais nas florestas, com as coníferas e gincos tomando o lugar as pteridófitas.
Era Mesozoica
Entre (242 M.A à 64 M.A.).
O período Triássico foi uma época relativamente fria e pouco favorável aos vertebrados. Quando o clima
começou a amenizar, surgiram os insetos de menor tamanho.
No Jurássico há cerca de 220 milhões de anos começa o que se chama a "Idade dos Dinossauros",
coincidindo com o surgimento dos mamíferos.
Era Cenozoica
Marcada pela grande diversidade dos seres vivos e pela grande irradiação dos mamíferos no registro
fóssil.
O Processo de fossilização
O processo chamado fossilização é a conversão de organismos ou de seus traços (p.e., pegadas) em fóssil,
sendo a imensa maioria encontrados em rochas sedimentares.
A fossilização é o resultado da ação de processos químicos, físicos e biológicos que vão atuar durante o
processo deposicional.
Para que ocorra fossilização, na maioria dos casos é necessário que o organismo morto seja enterrado
rapidamente na areia, no lodo ou em outro tipo de sedimento.
Os vestígios ocorrem quando apenas evidências indiretas do organismo ou de suas atividades são
preservadas. Essas evidências podem ser as pegadas ou os excrementos.
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SEGUNDO PERÍODO
DISCIPLINA: Diversidade dos Seres Vivos
• O registro fóssil em qualquer lugar do planeta apresenta sempre o mesmo padrão, ou seja, nas camadas
geológicas sedimentares mais superficiais se encontram fósseis de organismos mais complexos, mas a
medida que as escavações se aprofundam, se percebe que os fosseis ficam cada vez menos complexos.
Essas evidências reforçam o fato de que toda a diversidade de seres vivos existentes nos dias atuais foi
originada a partir de outras formas mais simples que viveram no passado.
Multicelularidade
• Haeckel foi o primeiro sistemata a classificar os organismos com base na teoria de Darwin.
• A multicelularidade é uma característica adaptativa, e sua principal vantagem é o crescimento acelerado
dos organismos.
• O aumento de células de um organismo envolve a cooperação entre células especializadas nas mais
diversas funções, sendo as moléculas orgânicas complexas facilitadoras desta cooperação.
Cambriano
• No início do Cambriano (há 545 milhões de anos), aconteceu uma sequência de mudanças dramáticas
(biológicas, geológicas e climáticas) no planeta.
• Neste período, a diversidade de vida na Terra passou de organismos simples, como por exemplo
esponjas e cnidários, a organismos complexos de vários filos hoje conhecidos, como Arthropoda
(insetos, aranhas, escorpiões e etc), Chordata (mamíferos, aves, anfíbios e etc), Echinodermata (ouriços
do mar, estrelas do mar, etc), dentre outros.
• Os especialistas chamaram essa enorme diversidade de explosão do Cambriano.
Desenvolvimento
• Organismos multicelulares não nascem completamente formados. Sua formação ocorre através de um
processo lento de mudanças progressivas que é chamado de desenvolvimento.
• Um organismo se desenvolve durante toda a sua vida.
• O desenvolvimento tem duas consequências: a diferenciação celular e a reprodução do organismo.
• Através da diferenciação celular, uma única célula ovo (zigoto) dá origem a todos os tipos celulares de
um organismo.
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SEGUNDO PERÍODO
DISCIPLINA: Diversidade dos Seres Vivos
Reprodução e sexo
• Só existe um fator que pode contribuir para o sucesso evolutivo de um determinado indivíduo, seu
sucesso reprodutivo, que está relacionado a quantidade de genes que o mesmo contribui para a geração
seguinte.
• Os procariontes se reproduzem assexuadamente através da fissão binária, produzindo cópias idênticas
da célula original (que é o indivíduo) sem recombinação gênica.
• Entretanto existem processo que que podem promover a recombinação gênica, como:
a. Transformação: os genes são diretamente assimilados do ambiente através de moléculas de DNA livres
no meio.
b. Conjugação: quando os genes são transferidos de um procarionte para outro.
c. Transdução: quando ocorre transferência de genes entre dois procariontes através de vírus.
• Os processos acima são radicalmente diferentes dos que ocorrem com os organismos eucariontes,
ocorrendo troca gênica através da reprodução sexuada entre dois indivíduos.
• A reprodução de organismos eucariontes se dá através da reprodução das células por meio de dois
processos, a mitose e a meiose.
• O processo de mitose duplica as células somáticas gerando cópias idênticas.
• No processo de meiose, um ciclo produz células germinativas com metade do número de cromossomos
da célula original.
Origem do sexo
• O mundo biológico provavelmente nasceu sexuado através das trocas gênicas que devem ter acontecido
na sopa primordial, nos primórdios do mundo do RNA.
• No entanto, o fator fundamental para a evolução dos organismos ocorreu com o surgimento da célula.
Haja visto ela proteger os genes de efeitos danosos do meio externo, permitir que recursos energéticos e
proteínas estejam sempre disponíveis para o uso interno e não em difusão.
• Estima-se que a reprodução sexuada pode ter ocorrido entre 1 a 2 bilhões de anos.
• A reprodução sexuada é uma característica complexa, e antes dela ter surgido, certamente ocorreram
passos intermediários que possibilitaram seu surgimento.
• Segundo John Meynard Smith, todos os passos intermediários devem apresentar vantagem imediata ao
organismo portador, mesmo que pequena.
Fusão celular
• A reprodução sexuada pode ter iniciado com a fusão celular. A fusão apresenta vantagens como: mais
proteínas, mais organelas e mais material genético para o organismo.
• Outra vantagem poderia acontecer no caso da fusão de uma célula sadia e outra com alguma enzima
defeituosa, onde a fusão com um organismo não defeituoso, poderia mascarar a mutação deletéria do
organismo defeituoso, passando a produzir cópias funcionais.
• Apesar das vantagens citadas, a maior quantidade de material genético exige mais tempo para
duplicação. Assim, a redução do número de cromossomos através da meiose, deve ter evoluído logo
depois do mecanismo de fusão celular.
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Desvantagens do sexo
• Uma desvantagem da reprodução sexuada é o grande investimento de energia necessário.
• Um exemplo é a reprodução sexuada de animais marinhos com fertilização externa, quando os
organismos parentais liberam gametas na coluna d'água, resultando na perda de milhões deles.
• Já na fertilização interna, como nos mamíferos por exemplo, apesar do número de gametas perdidos ser
menor, existem outros investimentos de energia necessários, como o encontro do parceiro.
• Além do citado acima, na reprodução sexuada apenas 50% dos genes dos indivíduos serão repassados,
ao contrário da reprodução assexuada, onde é passado 100%.
• Existem dois tipos de reprodução sexuada em relação ao investimento na prole:
1. Isogâmica: Nas espécies isogâmicas o gameta feminino e o masculino possuem aproximadamente o
mesmo tamanho, com contribuição semelhante para formação do zigoto.
2. Anisogâmica: Nas espécies anisogâmicas o gameta feminino é maior que o masculino. Assim o
provimento de energia para o zigoto é maior por parte do óvulo se comparado ao espermatozoide,
gastando desta forma a fêmea mais energia para produzi-lo.
• Grande parte dos animais é ansiogâmica. Enquanto a fêmea gastará energia cuidando da prole, os machos
estarão aptos para cruzar novamente, embora existam exceções, como em alguns casos onde machos de
peixes, aves e insetos ficam e providenciam energia e recursos para cuidar dos filhotes.
• Uma fêmea ansiogâmica sexuada poderia ter duas vezes mais descendentes em termos de gasto de
energia se fosse assexuada.
Vantagens do sexo
• A reprodução sexuada permite a produção de uma prole mais diversa.
• A variabilidade gênica é uma vantagem pois pode possibilitar a organismos uma melhor adaptação em
termos de variações no ambiente devido a criação de novos fenótipos pela inserção de alelo mutantes.
• Em uma espécie de mamíferos por exemplo, uma prole que contenha indivíduos com pelagem longa
poderá ter mais chances de sobrevivência que os indivíduos da mesma prole com pelo curto caso o
ambiente onde vivem se torne frio.
• Ao contrário do exemplo acima, em uma prole oriunda de reprodução assexuada e, portanto, sem
variabilidade, todos poderiam perecer sob as mesmas condições.
Sexuado e assexuado
• Segundo alguns autores, a reprodução assexuada alternando com a sexuada pode ser perigosa.
• A catraca de Muller é uma teoria que diz que uma população, depois de um grande número de gerações
reproduzidas assexuadamente, só conseguirá se reproduzir dessa maneira.
• Em uma população de reprodução assexuada, uma grande quantidade de mutações deletérias são
produzidas, mas como são recessivas, ficam mascaradas no heterozigoto e não são eliminadas,
aumentando muito com o passar do tempo. No entanto, caso os indivíduos desta população passem a se
reproduzir sexuadamente, a recombinação poderá juntar os alelos recessivos deletérios aumentando a
possibilidade de extinção de toda a população.
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SEGUNDO PERÍODO
DISCIPLINA: Diversidade dos Seres Vivos
• Sistemática é a ciência que une a Taxonomia, ou seja, a ciência da classificação dos organismos, com a
Filogenia, a ciência que traça a história evolutiva dos organismos.
• Em Sistemática, as características que encontramos na diversidade biológica são chamadas de caracteres,
que se apresentam em determinados organismos como estados, como por exemplo as diversas cores de
olhos na espécie humana.
• A presença do caráter em si não denota variabilidade, para isso um caráter deve apresentar pelo menos
dois estados.
• Na classificação só podem ser usados caracteres variáveis. Por exemplo, no caso dos mamíferos não
poderíamos considerar o caráter "presença/ausência de glândulas mamárias", pois todos possuem estas
glândulas, não havendo, portanto, variação.
• Um caráter com dois estados, significa que em algum momento evolutivo ocorreu uma mutação
acarretando a mudança do estado ancestral para um estado derivado. Por exemplo. Ausência de
glândulas mamárias em vertebrados ancestrais. Após mutação em uma respectiva linhagem, ocorreu o
aparecimento da mesma dando origem a linhagem dos mamíferos.
• Sinapomorfia é um caráter derivado (apormorfia) que , surgindo ao longo da evolução, se mantem em
diversos grupos taxonômicos distintos, e permite sua identificação.
• A proximidade filogenética revela uma história compartilhada mais recente que, por sua vez, se reflete
em uma maior parte das mutações compartilhadas.
• A sinapomorfia é um conceito extremamente importante, pois serve para definir grupamentos
monofiléticos. Ou seja, agrupamento de espécies de acordo com sinapomorfias produzem grupos
monofiléticos. Grupos monofiléticos são aqueles que, ao contrário dos parafiléticos ou polifiléticos,
possuem um único ancestral comum e todos os descendentes
desse ancestral estão incluídos no grupo. Aves formam um grupo monofilético e possuem várias
sinapomorfias, entre elas, a presença de penas, que não ocorre em nenhuma espécie que não seja ave.
Biogeografia
• Biogeografia tem significados distintos de acordo com o enfoque dado. Para ecólogos está relacionada a
distribuição de padrões de comunidades em níveis diversos, já para os biogeógrafos está relacionada a
compreensão de eventos evolutivos das biotas com base no estudo da história do planeta.
• A palavra "Biogeografia" significa "geografia da vida" sendo Alexander von Humboldt um dos primeiros a
utiliza-la para tentar explicar a vida das plantas e animais com relação a fatores físicos como temperatura,
altitude e latitude.
• A explicação da Biogeografia moderna é baseada na hipótese de que a vida na Terra está diretamente
envolvida com a evolução geográfica da Terra.
Vicariância e Dispersão
• Na explicação vicariante, uma população ancestral é dividida em subpopulações por uma barreira física
qualquer que aparece separando as duas populações, que assim se desenvolvem em táxons diferentes. A
barreira é menos antiga que a disjunção.
• Na explicação por dispersão, parte de uma população ancestral coloniza, com sucesso, uma nova área
além de uma barreira, permanecendo isolada da área ancestral e, eventualmente, dando origem a um
táxon diferente. A barreira é mais antiga que a disjunção.
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SEGUNDO PERÍODO
DISCIPLINA: Diversidade dos Seres Vivos
• O organismo em si não evolui, a evolução acontece quando o material genético é passado de uma geração
para outra, ocorrendo mutações à medida que ele é passado.
• A seleção natural é o principal fator (peneira) que determina a morte genética do indivíduo ou a passagem
de seus genes para as próximas gerações.
• Portanto, a evolução pode ser definida com modificações em sua descendência, pois o que acontece com
um organismo ao longo de sua vida não é evolução.
• Darwin definia evolução como descendência com modificação.
• As formas das modificações podem ter caráter morfológico, anatômico, fisiológico, citogenético ou
molecular.
1º Forma do organismo.
2º O ambiente.
3º O tempo.
Diversidade de espécies
A extinção atual
• A extinção atual é considerada mais grave, pois não preserva essa diversidade dos grupos numa extinção
natural devido a ações antropomórficas.
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Grandes flutuações da diversidade
• Darwin acreditava que as interações bióticas entre as espécies eram primordiais e explicativas de tudo.
Ele não considerava fatores abióticos, como causas físicas, geológicas e climáticas. Assim para eles os
fatores preponderantes que delineavam a evolução eram bióticos e não abióticos.
• A ocorrência de extinção ou radiação de espécies depende de uma série de fatores, tais como:
a. Recursos e habitats disponíveis.
b. Interações entre as espécies.
c. Mudanças climáticas.
d. Adaptações.
e. Catástrofes.
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SEGUNDO PERÍODO
DISCIPLINA: Diversidade dos Seres Vivos
Os insetos
• Primeiros animais a invadir o ambiente terrestre. Sua grande capacidade adaptativa e reprodutora
permitiu que eles habitassem todos os ambientes, exceto os mares.
• São os principais invertebrados a viver em ambiente seco e os únicos possuidores de asas e a voar. Essas
características foram possíveis graças a um envoltório externo e impermeável , sua carapaça quitinosa
(exoesqueleto), à respiração aérea feita por traqueias, que evitam a dessecação no ambiente terrestre, e
às eficientes estratégias reprodutivas, que garantem sua perpetuação até hoje.
• Olhando mais atentamente, podemos perceber algumas características básicas encontradas nessa classe.
O corpo é dividido em três partes: cabeça, tórax e abdômen (existem três pares de pernas e um par de
antenas. As antenas estão presas à cabeça e as patas (e asas) presas ao toráx. No abdômen estão as
estruturas sensoriais e outras que auxiliam na copula.
• Para a sua locomoção em terra, os insetos possuem três pares de pernas e, em geral, um ou dois pares
de asas para voar. Cada par de pernas é composto por cinco segmentos e, conforme suas funções, elas
podem ser classificadas em marchadoras, saltatoriais, natatoriais, raptoriais e fossoriais.
As plantas
• Nas plantas clorofiladas, a hierarquia dos caracteres nos mostra que o estado terrestre das plantas
vasculares é secundário em relação ao estado aquático das algas.
• Vemos ainda que a vida terrestre dessas plantas coincide com o surgimento dos tecidos condutores de
seiva e, numa medida menor, com a presença da cutícula ou de esporos. Assim, o ancestral comum das
plantas vasculares e dos musgos deveria resistir aos raios ultravioleta e à desidratação graças a sua
cutícula protetora, mas ainda era muito dependente de um ambiente apropriadamente úmido
Vertebrados
• A Paleontologia nos mostra que, logo que apareceram os primeiros vertebrados terrestres, no período
Devoniano, há cerca de 365 milhões de anos, a história dos vertebrados já contava com mais de 200
milhões de anos de vida aquática, e que todos os grandes grupos de peixes atuais ( lampréias, tubarões,
peixes ósseos com nadadeiras raiadas, celacantos e peixes pulmonados) já existiam há muito tempo.
Assim, toda uma quantidade de dados comparativos, biológicos, embriológicos e paleontológicos
convergem para a anterioridade da vida aquática em relação à vida terrestre nos vertebrados.
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SEGUNDO PERÍODO
DISCIPLINA: Diversidade dos Seres Vivos
Introdução
• Todas as plantas são eucariontes multicelulares autotróficos fotossintéticos, com uma parede celular de
celulose, e armazenam o excesso de nutrientes, como amido.
• Os cloroplastos absorvem primariamente a luz vermelha e azul e refletem e transmitem a luz verde.
• As primeiras plantas terrestres ocorreram no Período Siluriano (cerca de 430 milhões de anos atrás).
• Na passagem para o modo de vida terrestre, o aspecto mais fundamental da adaptação é a prevenção da
perda de água pela evaporação na superfície celular.
Briófitas
• São as formas mais simples de plantas terrestres, incluindo dente as quase 17.000 espécies descritas os
musgos.
• Não são consideradas plantas vasculares, entretanto, algumas espécies apresentam tecidos específicos
para transporte de água e nutrientes como o floema e o xilema das plantas vasculares.
• Uma teoria, sobre evolução das plantas, diz que as briófitas evoluíram de algas e mais tarde se
desenvolveram em plantas vasculares.
Pteridófitas
• As plantas pteridófitas possuem tecidos como o xilema e floema, que permitem a distribuição de água e
nutrientes até suas partes mais altas.
• O xilema é o tecido que transporta minerais e água da raiz até as folhas.
• O floema transporta os nutrientes fabricados por fotossíntese das folhas para outras partes da planta.
• Dentre as pteridófitas estão as samambaias com cerca de 10.000 espécies.
Gimnospermas
• Plantas com sementes nuas que de acordo com o registro fóssil apareceram durante o Carbonífero, há
360 milhões de anos. Hoje existem menos de 1.000 espécies de gimnospermas.
Angiospermas
• Os primeiros fósseis (grãos de pólen) de angiospermas (plantas com sementes cobertas), apareceram no
início do período Cretáceo, há cerca de 130 milhões de anos atrás.
• No final do Cretáceo, 50 famílias modernas já eram encontradas. Hoje são conhecidas 500 famílias com
250.000 espécies.
• Diferente das gimnospermas, cujas sementes são nuas, as angiospermas abrigam as suas dentro de um
ovário. Esse ovário protege as sementes do ambiente contra infeções fungais, ressecamento, e contra o
ataque de insetos.
• O aparato reprodutivo feminino das angiospermas consiste nas pétalas e no carpelo.
• A vantagem adaptativa da polinização por animais é simples. Em primeiro lugar, garante a fertilização
cruzada com outros membros de sua espécie usando apenas uma pequena quantidade de pólen
• Uma outra adaptação importante foi o desenvolvimento de genes de autoincompatibilidade, ou
autoesterilidade. Assim, pólen com o mesmo alelo do óvulo não o fecundaria. Isso é importante em
plantas cujas flores são bissexuais, protegendo a variabilidade da espécie.
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DISCIPLINA: Diversidade dos Seres Vivos
Fauna de Ediacara
• Uma característica dos organismos da Fauna de Ediacara é que não possuíam esqueleto.
• Não se sabe ao certo se estes organismos eram animais ou plantas, embora é possível que tenham sido
animais. Um exemplo é a similaridade com os penatuláceos, que são membros da Classe Anthozoa, e do
Filo Cnidária.
Explosão do Cambriano
• Estudar o Período Cambriano é um desafio interessante. O maior obstáculo não é a ausência de fósseis,
mas sim a enorme diversidade deles encontradas no Cambriano. Realmente, a diversidade de fósseis do
Cambriano é tão grande e, mais importante do que isso, tão diferente de tudo que conhecemos que, para
muitos organismos, não temos a menor ideia de que nicho ecológico eles ocuparam.
• A montagem de um Paleocenário, pode ajudar a compreender melhor a Explosão Cambriana.
• Paleocenário: Uma hipótese de ecossistema ancestral ou antigo, baseado principalmente em evidências
fósseis.
Xisto de Burgess
• O XISTO DE BURGESS é uma montanha em meio a uma cadeia chamada Montanhas Rochosas, que
atravessa o Canadá. Ela abriga milhares de fósseis de organismos perfeitamente preservados que viveram
há mais de 500 milhões de anos.
• Os primeiros fósseis encontrados são os comuns trilobitas, presentes na totalidade de fósseis desse
período. Entretanto, pouco a pouco novos fósseis foram surgindo e eles eram cada vez mais estranhos.
• É importante deixar claro que os invertebrados não formam um grupo monofilético. Ou seja,
invertebrados não são mais próximos filogeneticamente entre si do que qualquer invertebrado com
membros de outros grupos.
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SEGUNDO PERÍODO
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Agnatos
• Na literatura corrente, encontramos como representantes atuais dos agnatos as myxines (peixes-bruxa)
e os petromizontídeos (lampréias), muitas vezes considerados juntos, formando um grupo denominado
Ciclostomados. Todavia, os Ciclostomados não formam um grupo monofilético
Peixes-Bruxa
• Esse grupo de craniados com aparência vermiforme vive em ambiente marinho, enterrado na lama
alimentando-se de peixes doentes ou mortos. O grupo é caracterizado por um corpo alongado, a cabeça
terminando em um orifício naso-faringeano.
• Pouco se conhece sobre a ontogenia e as relações de parentesco desse grupo.
Lampréias
• As lampréias são consideradas o primeiro grupo zoológico a apresentar vértebras calcificadas. Encontrado
em ambiente marinho e dulcícola, esse grupo é caracterizado por seu corpo alongado, vermiforme, olhos
grandes, presença de um olho pineal fotossensível coberto por uma placa dérmica.
• Os fósseis de lampréias são conhecidos no Carbonífero de Ilinois (Myomizon) e de Montana (Hardistiella)
nos Estados Unidos. Estes gêneros apresentam características consideradas primitivas em relação às
formas atuais e a outros fósseis do grupo, tais como a presença de uma nadadeira anal diferenciada.
Duplicação gênica
• A duplicação gênica é importante na geração da diversidade gênica, que determina a adaptabilidade de
uma espécie a um ambiente.
• Duas explicações foram propostas para justificar a existência de múltiplas cópias dos genes.
• A primeira é que o número de cópias aumenta por duplicação do tipo tandem, isto é, a enzima
(polimerase) que promove a duplicação do DNA faz a cópia original do gene A na nova fita de
DNA que está sendo sintetizada. Entretanto, nesse ponto ela "escorrega" e começa a sintetizar o gene A
outra vez. Assim, o organismo que vai herdar a nova cópia do DNA receberá duas cópias do gene A.
• O interessante é que esse é um fenômeno muito frequente nas populações de todas as espécies. A
principal razão é porque não existe nenhuma desvantagem em você ter uma cópia a mais de um gene,
muito pelo contrário. Assim, nesses eventos, o gene duplicado acaba se espalhando para as outras
populações.
• A segunda explicação para duplicações gênicas se dá por meio de eventos de tetraploidização. Nesse
segundo caso, a tetraploidização é a duplicação de todo o genoma do organismo.
• A tetraploidização acontece quando ocorre a não disjunção dos cromossomas na meiose.
• Quando ocorre uma não disjunção, o gameta não tem a metade, mas sim o número completo de
cromossomas do pai (ou da mãe). Se isso acontecer na linhagem materna e paterna, a fusão dos gametas
diplóides dará origem a um indivíduo tetraplóide. Quando esse indivíduo cruza com um outro organismo
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tetraplóide, dá origem a uma linhagem tetraplóide. Muitas espécies de vertebrados são tetraplóides,
como salmões, trutas e alguns sapos.
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SEGUNDO PERÍODO
DISCIPLINA: Diversidade dos Seres Vivos
• Gnatostomados: grupo que inclui todos os vertebrados com mandíbulas, que surgiu há cerca de 430
milhões de anos.
• O aparecimento da mandíbula nos vertebrados foi um grande evento evolutivo, pois possibilitou aos
mesmos acesso a uma alimentação diferenciada por se tornarem potenciais caçadores, ao invés de
apenas filtradores.
• Duas teorias tentam explicar o aparecimento da mandíbula. A explicação clássica diz que essa estrutura
se deriva de modificações no arco branquial, já a outra teoriza que o aparecimento se baseia no
desenvolvimento.
• Além da mandíbula, outro passo importante dado pelos primeiros gnastotomados foi a aquisição de
nadadeiras pares bem desenvolvidas e firmemente sustentadas por cinturas.
• Os gnatostomados formam um grupo natural, baseado em características derivadas concretas. Algumas
dessas características ou sinapomorfias desse grupo são:
1. Existência de uma mandíbula verdadeira;
2. Três canais semicirculares no ouvido interno;
3. Membros (nadadeiras ou membros) bem desenvolvidos, sustentados por cinturas.
• Os gnastostomados formam um grupo monofilético, suas sinapormorfias aparecem na história evolutiva
apenas uma vez.
Placodermas
• Viveram no Devoniano há cerca de 400 milhões de anos. Habitavam água doce e salgada. Registro fóssil
amplo e diversificado.
Condrícties
• A Classe dos Chondrichthyes é atualmente representada por novecentas espécies conhecidas geralmente
como os tubarões, as raias (Elasmobranchii) e as quimeras (Holocephalii).
• O esqueleto dos condrícties não é composto por ossos como o dos outros vertebrados, mas apenas por
cartilagem, como nossas orelhas.
• O grupo mais importante de condrícties são os elasmobrânquios.
• Esse grupo inclui os tubarões e as raias e é conhecido desde o Siluriano superior. Caracterizam-se por
possuírem, entre outras particularidades:
1) Duas nadadeiras dorsais (na superfície superior de seu corpo) geralmente acompanhadas por grandes
espinhos com dentículos;
2) Uma nadadeira anal.
Acantódios
• Os primeiros gnatostomados conhecidos no registro fossilífero são acantódios, representados por
espinhos isolados coletados no Siluriano inferior.
Osteícties
• Os especialistas em peixes, os ictiólogos, dividem os osteícties em dois grandes grupos: os actinopterígios
e os sarcopterígios.
• Os actinopterígios, que formam a maioria dos vertebrados atuais, apresentam as nadadeiras contendo
longos raios dérmicos.
• Outras características importantes do grupo são:
1) presença de grandes ossos dérmicos portando dentes;
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2) presença de uma bexiga natatória.
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DISCIPLINA: Diversidade dos Seres Vivos
Primeiros tetrápodos
• Voltando à origem dos tetrápodos, fica evidente que as patas desses organismos tiveram origem a partir
de estruturas do esqueleto das nadadeiras em seus ancestrais (peixes).
• Essas estruturas, patas e nadadeiras, são consideradas homólogas.
• Um dos principais problemas enfrentados pelos organismos aquáticos para conquista do ambiente
terrestre foi a sustentação corporal.
• Nos tetrápodes, parte da solução foi resolvida pela presença da coluna vertebral com vértebras ósseas
rígidas.
• Para se locomoverem na terra, os tetrápodos adaptaram dois pares de membros providos de dedos, que
permitiam reduzir a fricção entre o corpo e o solo.
Captura de oxigênio
• Outro desafio para conquista do ambiente terrestre pelos organismos aquáticos, foi de como obter
oxigênio necessário para a respiração e se livrar o dióxido de carbono produzido por ela.
• Nos primeiros tetrápodos, uma artéria pulmonar aparece ligada a uma brânquia. A veia pulmonar drena
o sangue oxigenado diretamente para o coração com duas cavidades, e um sistema de válvulas separa o
sangue branquial do sangue pulmonar. Esse é o início de um duplo sistema circulatório associado à
respiração de ar pelos tetrápodos.
• Outro caráter associado à respiração de ar nos tetrápodos é o desenvolvimento de uma narina interna –
também chamada de coana – no palato. O ar entra pela narina externa, através da coana.
• Os peixes escutam porque as ondas de pressão e as ondas sonoras podem passar através do corpo sem
distorção - a densidade dos ossos e da carne desses organismos é semelhante à da água.
• Os tetrápodos percebem as ondas sonoras porque têm um tímpano que vibra com o som. A maior parte
dos tetrápodos tem um só osso dentro do ouvido interno, chamado de estribo, e que é homólogo a um
dos ossos que tem a função de sustentar a mandíbula nos peixes, o osso hiomandibular. Nos mamíferos,
dois ossículos suplementares se associam ao estribo: o martelo e a bigorna, que aumentam a
sensibilidade do ouvido.
• A maior parte das inovações morfológicas e anatômicas aparece nos animais aquáticos antes da saída das
águas. O surgimento dos tetrápodos é caracterizado sobretudo pelo desenvolvimento dos membros com
dedos em uma única etapa. A conquista da terra e a transição da vida da água para terra se passaram em
etapas sucessivas.
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DISCIPLINA: Diversidade dos Seres Vivos
Origem
• Supõe-se que o ancestral desses organismos seja um grupo de peixes sarcopterígios extintos chamado
riptistida, muito comuns durante todo o Permiano. Assim como os anfíbios, os riptistidas possuíam uma
narina que levava diretamente à boca, e essa característica não é encontrada em nenhum outro grupo de
peixe.
• A dispersão dos invertebrados (principalmente os insetos), aliada à dispersão das plantas pela terra,
proporcionou um novo ambiente para os anfíbios.
Diversidade de anfíbios
Estão representados em três ordens:
1. Anura (4.700 espécies)
2. Gymnophiona (159 espécies)
3. Urodela (506 espécies)
• Várias espécies desses animais já estão extintas ou se encontram ameaçadas de extinção. As principais
causas disso são: mudança do clima, fragmentação e modificação do habitat e introdução de espécies
exóticas que competem com os anfíbios do local.
• Uma das características marcantes de todos os organismos da classe (sinapomorfia de anfíbios) é a língua
muscular protrátil, utilizada na alimentação de indivíduos anuros e urodelos adultos.
• A biologia reprodutiva dos anfíbios é extremamente complexa e a maioria das espécies se reproduz com
fecundação externa e tem cuidado parental. Como os números já mencionados mostram, os anuros
(sapos, rãs e pererecas) representam o grupo de maior diversidade. Espécies dessa ordem não possuem
cauda, mas têm quatro membros bem desenvolvidos.
• A diversidade morfológica dos anuros permite uma enorme variedade de modos de locomoção: eles
podem saltar, caminhar, escalar e nadar.
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DISCIPLINA: Diversidade dos Seres Vivos
Introdução
• Assim como os peixes, eles formam um grupo não monofilético, não-natural, isto é, os representantes
que atualmente classificamos como répteis não possuem uma história exclusiva comum de parentesco.
Origem
• No ambiente terrestre, os répteis foram o primeiro grupo de vertebrados que se adaptou à vida em
lugares secos, com exceção de alguns anfíbios que vivem no deserto. Surgiram no Carbonífero e foram os
vertebrados dominantes durante o Mesozóico ou Era dos répteis, quando ocupavam a maioria dos
habitats disponíveis.
• Esses organismos evidenciam diversas adaptações importantes ao ambiente terrestre que não
encontramos nos anfíbios. A mais importante delas é o ovo amniótico.
• Essas adaptações envolvem mudanças morfológicas e fisiológicas, como uma respiração aérea mais
eficaz, realizada por pulmões mais desenvolvidos e de maior capacidade de dilatação.
Ovo amniótico
• Esse ovo, também chamado de cleidóico ou "ovo terrestre", é um caráter derivado que separa os
tetrápodes em dois grupos: amniotas e anamniotas, e conferiu aos répteis uma vantagem imensa sobre
os anfíbios.
• O mais importante é o aparecimento de uma membrana embrionária chamada âmnio, que envolve o
embrião em uma cavidade cheia de líquido (líquido amniótico) onde ele se desenvolve e permanece
protegido contra dessecação.
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anfíbios. Esses organismos excretam ácido úrico, evitando assim a perda de água; por isso a consistência
da urina é pastosa.
Alimentação
A maioria dos répteis é carnívora, alimentando-se de insetos ou de outros invertebrados, como peixes,
sapos, aves e pequenos mamíferos. Algumas tartarugas e uns poucos lagartos são herbívoros. As cobras
se nutrem exclusivamente de outros animais e muitas, outros répteis, inclusive de cobras.
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SEGUNDO PERÍODO
DISCIPLINA: Diversidade dos Seres Vivos
• Eles apareceram na Terra há 250 milhões de anos. Reinaram absolutos em todos os ecossistemas do nosso
planeta por cerca de 180 milhões de anos. Entretanto, tais gigantes se extinguiram misteriosamente há
cerca de 65 milhões de anos. Da enorme diversidade do Mesozóico apenas uma pequena linhagem
sobreviveu, e chamamos de aves.
Diversidade de dinossauros
• Os dinossauros são classificados dentro de uma subclasse da Classe Reptilia: Archosauria. Essa subclasse
inclui não apenas animais extintos, como os dinossauros, mas também organismos vivos ainda hoje, como
os répteis crocodilianos e as aves.
• A forma do corpo dos dinossauros e seus hábitos alimentares são muito variados, caracterizando as
diferentes espécies que dominaram durante 180 milhões de anos, na chamada Idade dos Répteis.
• A própria denominação das categorias taxonômicas reflete as principais características de cada táxon. Por
exemplo, os Ornithopoda são os dinossauros com bico de pato; os Pachycephalosauria possuemcrânio
espesso; os Stegosauria, placas; os Ceratopsoidea, chifres e os Ankylosauria têm armadura.
Especializações morfológicas
• As adaptações morfológicas estavam relacionadas principalmente à defesa, à proteção e
termorregulação.
• A modificação da postura quadrúpede para bípede foi importante. Essa alteração permitiu aos
dinossauros utilizarem suas patas anteriores para segurar as presas, aumentando a eficiência dos
predadores bípedes.
Dinossauros e aves
• Os dinossauros e as aves apresentam muitas características comuns, como os ossos pneumáticos e as
escamas epidérmicas, fato que levou os pesquisadores a colocá-los dentro de um mesmo grupo: os
Archosauria.
• O estudo dos fósseis mais antigos de aves mostra que esse grupo provavelmente evoluiu a partir de
ancestrais répteis. A ave ancestral, chamada Archaeopteryx lithographica, apresenta características que
unem as aves aos dinossauros.
• A origem dessa ave ancestral não está clara, pois não existem fósseis intermediários que possam
relacioná-la aos grupos dos quais ela poderia ter evoluído, deixando desconhecido o grupo de dinossauros
mais próximo evolutivamente.
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LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS – CEDERJ - UENF
SEGUNDO PERÍODO
DISCIPLINA: Diversidade dos Seres Vivos
Origem
• Assim como os dinossauros, o estudo da evolução das aves também é dificultado pelo fato de seus ossos
serem leves e ocos, embora isso faça deles animais leves e adaptados ao voo. Tais características tornam
os ossos inadequados para a conservação fóssil, que é uma das principais fontes de informação evolutiva.
• As primeiras aves apareceram no Período Jurássico, conforme mostramos na última aula. Isso mesmo,
essas mais antigas evidenciam que os ancestrais das aves tinham dentes e caudas ósseas, como os répteis.
A recente descoberta de dinossauros com penas nos indica que o ancestral das aves é um desses animais,
chamado terópodo, tipo Velociraptor.
Diversificação
• Extinções promovem radiações subsequentes porque muito abrigo e muito alimento estão disponíveis.
Além disso, os predadores não sobrevivem tão bem às extinções. Assim, logo em seguida a uma extinção
como a dos dinossauros, inúmeros nichos ficaram vagos, promovendo uma radiação de dois grupos: aves
e mamíferos.
• Entre os tetrápodos, as aves se distinguem por terem o corpo coberto por penas (características
exclusivas), que revestem e isolam o corpo permitindo a regulação da temperatura.
• As aves são animais endotérmicos, de tamanhos variados, que podem viver em ambientes pantanosos
(onde são mais abundantes), em savanas, ambientes marinhos e até em regiões polares.
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4) Uma quarta hipótese diz que o voo permitiu aos animais alados a liberação das patas traseiras para
capturar presas. Você já deve ter visto um gavião pegando um ratinho com as patas de trás, em programas
de natureza, na televisão.
5) A última hipótese lida com a mudança para ocupar um novo (não ocupado) nicho. Por exemplo, alguns
pássaros fazem ninhos em montanhas rochosas onde nenhum predador consegue chegar para levar sua
cria
Estratégias reprodutivas
• A biologia reprodutiva das aves possui características específicas muito interessantes e são
extremamente diversificadas. Essa diversidade inclui comportamentos de corte e rituais nupciais que
representam um momento decisivo na vida dos machos. O DIMORFISMO SEXUAL é muito marcante nas
aves.
• No momento do acasalamento, existe uma grande competição pelas fêmeas, e a atuação dos machos
momentos antes da cópula é que vai definir qual parceiro será escolhido. Os machos se exibem
construindo ninhos, trazendo "presentes" (gravetos, folhas e até pequenas pedras) e cantando para as
fêmeas.
• Assim que a ave fêmea escolhe seu macho, o casal é formado e ocorre a CÓPULA com fecundação interna.
• Durante esse período, o macho e a fêmea irão dividir igualmente as tarefas que envolvem a manutenção
da prole e do ninho – ou seja, ambos os sexos promovem o cuidado parental.
Morfologia
• Como Darwin já tinha notado nos tentilhões das Ilhas Galápagos a forma do bico geralmente indica os
hábitos alimentares. Como as aves vivem em ambientes diversos, do alto de montanhas a regiões
costeiras, o alimento é também muito variado. Existem aves insetívoras, nectívoras, herbívoras,
carnívoras, onívoras e espécies carniceiras, como os urubus e abutres.
• Outras espécies, como os pinguins, não voam. Eles adaptaram suas asas para mergulhar. Esse grupo de
aves utiliza as pequenas asas como remos.
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DISCIPLINA: Diversidade dos Seres Vivos - Aula 29: Mamíferos I
• Todos os mamíferos são animais amniotas de estrutura óssea compactada e dentição complexa.
• Algumas características exclusivas dos mamíferos são as glândulas mamárias, a placenta, os pelos, um
sistema nervoso central sofisticado, entre várias outras.
Origem e transformações
• Os mamíferos fazem parte de um grande grupo de Amniotas, conhecido como sinapsídeos. Você se
lembra das aulas de répteis? Nela vimos que os répteis podem ser divididos de acordo com o número de
fossas temporais em seu crânio. Os Synapsida são conhecidos popularmente como répteis mamaliformes,
que se caracterizam pela presença de uma única fossa temporal.
• Na linhagem dos mamíferos, também aconteceu um aumento da complexidade do aparelho
mastigatório.
• Uma outra característica importante que aconteceu foi o aumento da massa encefálica dos mamíferos.
• Além disso, aconteceu uma transformação de pequenos ossos da mandíbula em ossos do ouvido, o que
permitiu uma maior sofisticação do aparelho auditivo.
Diversidade
• A história evolutiva dos mamíferos recentes divide as quatro mil espécies em três grupos principais. Esses
grupos são os monotremados, os marsupiais e os placentários.
• Os monotremados são mamíferos que ainda retêm características bastante primitivas como por exemplo
a ausência de mamilos. Você sabia que alguns mamíferos põem ovos? Pois é, os mamíferos
monotremados põem. A reprodução envolve a deposição de ovo em meio externo através de suas cloacas
e da ausência de mamilos.
• Os marsupiais, como o próprio nome induz a compreensão, apresentam marsúpios (bolsas), nos quais os
embriões recém-nascidos se fixam a mamilos.
• Finalmente, os placentários são caracterizados pela presença de uma placenta que permite um
desenvolvimento intrauterino até estágios bem mais avançados do que os observados entre os
marsupiais.
• Os mamíferos possuem hábitos alimentares relacionados com o seu modo de vida: herbívoros,
carnívoros, insetívoros ou onívoros.
• A respiração dos mamíferos é sempre pulmonar, mesmo nas baleias e golfinhos.
• O sistema urinário é formado por dois rins e pelas vias urinárias.
• O sistema circulatório é formado por um coração com quatro câmaras e com septos que separam
completamente o sangue venoso do sangue arterial.
• Além dessas adaptações, uma das mais importantes que permitem aos mamíferos sobreviverem a
diferentes condições climáticas é a pele.
• A pele, também chamada de tegumento, funciona como um casaco em condições de baixas
temperaturas, ou como proteção.
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DISCIPLINA: Diversidade dos Seres Vivos - Aula 30: Mamíferos II, os hominídeos
Introdução
Tradicionalmente, os antropólogos reconhecem alguns passos fundamentais na evolução dessa linhagem:
1) A terrestrialidade: mudança da vida nas árvores para vida no chão;
2) O bipedalismo: mudança do hábito quadrúpede para o bipedal;
3) A encefalização: aumento da inteligência;
4) A cultura e a sociedade.
O "Ser Humano"
• A essas características chamamos de autapomorfias dos humanos. Você lembra da sinapormofia da Aula
17, onde uma característica define um grupo de espécies? Pois é, uma autapomorfia é o que diferencia
uma espécie de todas as outras.
• Características da espécie humana: ausência de pelos, gordura sob a pele, suor, hábito bipedal, fala
complexa.
Terrestrialidade
• O primeiro grande passo que transformou a vida de nossos ancestrais foi a descida das árvores. O hábito
terrestrial surgiu na nossa linhagem em contraponto ao hábito arbóreo de nossos antepassados.
Bipedalismo
• O bipedalismo dos chimpanzés é bem diferente do humano. Para começar, o chimpanzé não é bipedal,
ele simplesmente pode andar com duas patas. Entretanto, esse modo de andar custa a eles uma enorme
quantidade de energia, muito maior do que a que gastamos para andar exatamente a mesma distância.
Lucy
• Em 1974, um grupo de arqueólogos descobriu um esqueleto de um hominídeo chamado de
Australopithecus afarensis, com 3,2 milhões de anos, em Hadar, num local que hoje conhecemos como
Etiópia.
• Era uma mulher baixinha, de apenas 1,05 metro, atarracada e com abdômen grande.
• Logo em seguida à descoberta de Lucy, outros esqueletos parecidos foram encontrados e alocados dentro
dessa mesma espécie. Mais importante do que isso, com esses novos esqueletos foram encontradas
também pegadas que indicavam cabalmente que essa espécie tinha um hábito, pelo menos ocasional, de
andar sobre duas pernas. Entretanto, que tipo de andar era o dela, mais parecido com o do chimpanzé
ou mais parecido com o nosso? Veja na figura o ângulo do fêmur da Lucy, o do chimpanzé e o da Lucy no
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centro. Repare como a angulação da Lucy é parecida com a nossa,
já indicando alguma adaptação ao hábito bipedal.
• No entanto, assim como o chimpanzé, Lucy não conseguia travar
o joelho como a gente faz. Tente andar com os joelhos
flexionados, e imaginem termos que andar sempre assim. Note
que o esforço é infinitamente maior do que se andarmos
normalmente.
• Essa ambiguidade na sua anatomia indica que a Lucy possuía
características intermediárias entre o hábito de vida arbóreo e o
bipedal.
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LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS – CEDERJ – UENF / 2º PERÍODO
DISCIPLINA: Diversidade dos Seres Vivos - Aula 31: Evolução humana I
Encefalização
• Além do bipedalismo, a encefalização foi outra transformação que aconteceu na linhagem humana e que
proporcionou um grande impacto para o destino da espécie.
• A medida de inteligência é inferida por duas linhas de evidências na evolução da espécie humana: a
primeira é a capacidade craniana e a segunda, é o estudo de nossas realizações que são consequência do
uso de um cérebro mais desenvolvido. Esta aula tentará explicar um pouco da evolução da inteligência.
• O aumento da inteligência tem como importante consequência o aumento das possibilidades. Animais
mais inteligentes podem fazer mais com menos condições, aumentando as possibilidades de
sobrevivência mesmo em condições adversas.
• Como ocorreu o aumento do cérebro?
• O aumento da inteligência, aliado à descida nas árvores (terrestrialidade), foi tornando o ser humano
mais carnívoro e capaz de caçar. Esses fatos introduziram uma quantidade de energia muito maior do que
aquela conseguida com dietas vegetarianas e, assim, permitiram a redução do tamanho do aparelho
digestivo.
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LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS – CEDERJ – UENF / 2º PERÍODO
DISCIPLINA: Diversidade dos Seres Vivos - Aula 32: Evolução humana II
Ferramentas
• Em nossos ancestrais, o primeiro indício claro de uso de inteligência foi a utilização de ferramentas. Elas
aumentaram a capacidade de sobrevivência desses indivíduos, pois, com elas, eles conseguiam alimento
mais facilmente.
• As primeiras ferramentas que encontramos no registro fóssil são bem posteriores aos tempos da Lucy.
Na verdade, elas são mais de 1,5 milhão de anos posteriores ao período em que a Lucy viveu. O primeiro
hominídeo a usar ferramentas regularmente foi o Homo habilis, e chegamos finalmente ao nosso gênero
há aproximadamente 1,7 milhão de anos
Homo Erectus
• Ao contrário da baixinha Lucy, Homo erectus era alto, esguio e carnívoro. Eles já praticavam a caça
sistemática e, assim, realizavam corrida todo dia.
• Essa espécie habitou o continente africano entre dois milhões até 300 mil anos atrás.
• Evidências importantes que essa espécie nos fornece são o uso do fogo e de veículo de transporte sobre
a água pela primeira vez.
• Sabemos do domínio do fogo através de fogueiras fósseis que encontramos em locais habitados pelo
Homo erectus.
Homo Sapiens
• E, enfim, chegamos a nossa própria espécie. Como vimos antes, encontramos fósseis de Homo erectus
em todo o mundo. Essa é a primeira evidência de migração de nossos ancestrais para fora da África.
Naturalmente, também encontramos fósseis de Homo sapiens em todo o mundo. Assim, temos três
hipóteses alternativas que explicam tais evidências.
• A primeira é a do candelabro. Segundo essa hipótese, o Homo erectus se dispersou ao longo do mundo e
cada linhagem foi evoluindo e se transformou em Homo sapiens. Está é praticamente impossível pois as
mutações independentes em cada espécie deveriam convergir para a espécie Homo Sapiens.
• As outras duas e principais hipóteses que explicam as evidências fósseis de Homo erectus e Homo sapiens
ao redor do mundo são a multirregional e a de fora da África.
• A primeira diz que ocorreu uma única migração de Homo erectus para fora da África, essas linhagens
continuaram migrando ao redor do mundo, e foram pouco a pouco se diferenciando em Homo sapiens.
Por outro lado, a segunda teoria diz que o Homo sapiens surgiu no continente africano a partir de Homo
erectus e embarcou num segundo evento de migração para fora da África e colonizou o mundo,
suplantando o Homo erectus.
Linguagem
• Pode ser que a laterização cerebral tenha já se desenvolvido nos primeiros humanos a trabalharem com
ferramentas, com implicações potenciais para a origem da linguagem falada, já que ela está localizada
principalmente no hemisfério cerebral esquerdo.
Civilização e sociedade
• A população humana sofreu três eventos de expansões intimamente relacionados com os seguintes
fatores:
1. O uso de ferramentas;
2. O uso de agricultura e pecuária;
3. O advento de drogas medicinais que combateram doenças.
• Assim, a expectativa de vida vem aumentando e com isso obviamente a população mundial.
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