Ritos de Iniciacao
Ritos de Iniciacao
Ritos de Iniciacao
ÍNDICE
INTRODUÇÃO………………………………………………………………………….4
1.Contextualização………………………………………………………………………6
2. Revisão de literatura………………………………………………………………….7
CONSIDERAÇOES FINAIS…………………………………………………………..16
BIBLIOGRAFIA………………………………………………...……………………..17
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INTRODUÇÃO
Os ritos de iniciação são uma prática bastante antiga entre vários povos de diferentes
lugares do mundo. Nos diferentes lugares estes simbolizam a preparação dos indivíduos
para fases seguintes da vida, acreditando-se que são uma fase necessária e pela qual os
indivíduos devem passar. Contudo, em cada um desses diferentes lugares onde são
praticados, os ritos de iniciação seguem práticas diferentes. Este trabalho reflecte a
prática dos ritos de iniciação macua, povo da Província de Nampula, e partes das
Províncias de Niassa e Cabo Delgado.
Entendemos que as sociedades são dinâmicas e, por isso, os ritos de iniciação como
uma instituição socializadora, estes vem sofrendo transformações e reajustamentos à
medida que a sociedade vai se transformando, porém, preservando a tradição. Mediante
as referidas transformações, interessa-nos perceber as razões que contribuem para que
os ritos de iniciação continuem enquanto uma tradição num contexto em que a
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De acordo com Osório (2008: 39) os ritos de iniciação são uma prática antiga entre
alguns povos das regiões centro e norte de Moçambique e os mesmos simbolizam a fase
de preparação dos adolescentes e jovens para a vida adulta. Com os ritos de iniciação
espera-se que os adolescentes e jovens incorporem valores característicos dos seus
contextos e que se comportem na idade adulta tal como a sociedade gostaria que eles se
comportassem.
Os ritos de iniciação têm assim uma função de construir a identidade social do jovem
macua, preparando-o param a vida e informando-lhe dos seus direitos e obrigações
relacionados com o papel social que passará a assumir.
1. Contextualização
Na sociedade macua os ritos de iniciação são uma realidade frequente e enraizada nos
hábitos, nos valores e crenças dos seus praticantes. Nessa sociedade, os ritos de
iniciação representam o momento em que um indivíduo passa a assumir um novo papel
social, tendo por isso a necessidade de ser purificado ou recebido por aqueles que já
passaram por essa fase (Kibanda,2006: 46). Os macuas, grupo etnolinguístico
predominante na província de Nampula, preservam os seus ritos desde os tempos dos
seus antigos. Este grupo acredita que os rituais de passagem são necessários para a
preparação dos indivíduos para a vida adulta (Medeiros, 1995: 63).
Alguns autores como Medeiros (1995), Casimiro (2000), Osório (2008), Silva (2008),
dizem que a história da prática dos ritos no país passou por várias fases, de aprovação e
reprovação oficiais, quer no tempo colonial, quer no período que sucede a
independência no país: os ritos foram combatidos pelas autoridades coloniais, pelos
missionários, pelo regime socialista que vigorou no país depois da independência.
Contudo, a partir da década de 1990, foram reconhecidos como fazendo parte do
património cultural do país. Em Moçambique a literatura refere que devido a actuação
de factores diversificados – colonialismo, guerras, migrações, modernidade – a prática
dos ritos desapareceu em algumas zonas e se transformou em outras, sendo a região
norte do país o local onde ainda é possível encontrar povos e grupos étnicos que
preservam esta prática.
De acordo com Osório e Silva (2008: 44), no período que vigorava o socialismo no país
os ritos de iniciação eram vistos como uma prática obscura. Num contexto caracterizado
por um conjunto de transformações sociais, a questão que persiste é: porque
determinadas tradições resistem ao tempo, como por exemplo os ritos de iniciação? É
lógico que para respondermos esta questão teremos que considerar uma série de
factores, proposições e observações porém, aqui não buscamos respostas definitivas a
questão, apenas procuramos compreender as lógicas, as dinâmicas da instituição
socializadora que são os ritos de iniciação e os factores que determinam a sua
continuidade.
2. Revisão da literatura
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Neste capítulo vamos proceder à revisão de literatura que consiste na apresentação das
diferentes perspectivas e abordagens sobre os ritos de iniciação bem como a
apresentação dos principais contornos da teoria e dos principais conceitos que
escolhemos para este estudo.
Para os autores feministas como Casimiro (2000: 77), Osório (2008: 56), os ritos de
iniciação são vistos como uma prática que reproduzem e acentuam as desigualdades
sociais de género nas comunidades onde são praticados. A razão deste ponto de vista
está na forma diferenciada como os rapazes e as raparigas são ensinados a enfrentarem a
vida adulta, ou seja, os rapazes são preparados para posições de poder enquanto as
raparigas são preparadas para serem as eternas submissas aos homens. Na abordagem de
género, os autores defendem que nos ritos de iniciação “as meninas aprendem que
existem para servir na cozinha, na cama e na machamba. Ensina-se também a
obediência cega aos adultos, o não questionamento das imposições dos mais velhos ou
com mais estatuto e acima de tudo, que “estudar é bom, mas o bom mesmo é arranjar
marido, ter casa e ter filhos” (Osório, 2008:4).
Nestes termos, mesmo contribuindo para a construção das identidades sociais dos
indivíduos, os ritos têm a função de reproduzir o quadro ideológico predominante que
coloca homens e mulheres em posições socialmente desiguais.
Para além da abordagem feminista há autores como Bonnet (1996: 71) e Ivala (1999:
47) segundo os quais, os ritos de iniciação são vistos como uma educação tradicional
que se fundamenta na necessidade de preparar os jovens para a vida segundo os diversos
ideais étnicos. Os ritos são aqui também entendidos como uma importante via para a
transmissão às novas gerações dos valores e ideais das gerações anteriores. Segundo
Bonnet (1996: 73), os indivíduos são sujeitos a um contínuo processo de socialização
onde aprendem os valores da colectividade e as cerimónias de iniciação representam a
aceitação solene dos modos de vida da colectividade por parte dos rapazes e das
raparigas. A intenção dos ritos é “formar nos jovens um comportamento traduzido em
atitudes que se esperam de um membro idóneo naquelas sociedades” (Bonnet,
1996:38). Os indivíduos têm a obrigação moral de passar pelos ritos de forma a se
integrarem nos diversos espaços e actividades da colectividade. Quem também discute
os ritos de iniciação no contexto das comunidades macua-lomwé no norte de
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Moçambique é Medeiros (1995). Segundo o autor, todos os ritos de passagem tem como
objectivo fundamental integrar o iniciado numa nova categoria social, isto é, os mesmos
marcam a passagem da criança para a idade adulta e as preparam socialmente para o
casamento e para as demais funções sociais.
Nas obras que consultamos é muito difícil encontrar uma definição única do que sejam
os ritos de iniciação pois, cada uma das definições que está ligada ao contexto em que é
formulada e, como sabemos, em cada contexto específico os ritos de iniciação ou de
passagem assumem características peculiares. Neste trabalho, a definição de Boudon
(1990:272) segundo a qual os ritos de iniciação são um: “Conjunto de actos repetitivos
e codificados, muitas vezes solenes, de ordem verbal, gestual e postural de forte carga
simbólica, fundados na crença na força actuante de seres ou de poderes sacros, com os
quais o homem tenta comunicar, em ordem a obter um efeito determinado”.
O mesmo autor sugere dois aspectos analíticos sob os quais devem ser vistos e
analisados os ritos: o primeiro refere-se a construção e afirmação dos papéis sociais dos
indivíduos que deles participam e o segundo refere-se a estrutura na qual se assenta a
prática de ritos. Em geral, é possível encontrar determinadas características simbólicas e
materiais nos ritos: os trajes, a linguagem, os cânticos, as relações inter-individuais, os
alimentos, as marcas físicas (escarificações, circuncisões, modificações no formato dos
dentes, perfurações no nariz e nos lábios, entre outros). Assumindo diferentes
características em diferentes lugares, os ritos de iniciação têm a função de integrar os
indivíduos em uma sociedade determinada e permitindo assim uma certa coesão social
(Rodolpho, 2004). Os ritos de iniciação funcionam também como mecanismo de
educação não formal onde são transmitidos os valores e as normas de uma sociedade
determinada, querendo-se assim perpetuar os mesmos transmitindo-os de geração em
geração.
A compreensão dos ritos passa também por uma descrição dos mesmos. Neste ponto
teremos uma caracterização geral dos ritos dos rapazes e das raparigas, de forma a
compreender a organização e estruturação dos mesmos. Dois termos macuas designam
os ritos de iniciação: massoma para os rapazes e mwali para as raparigas. Dependendo
da zona, áreas da zona litoral ou zona interior da província, os ritos de iniciação podem
assumir diferentes denominações: ekhalawa para os ritos dos rapazes e ikoma para os
ritos das raparigas contudo, independentemente da denominação, estes perseguem o
mesmo objectivo de preparar os adolescentes para a vida adulta.
No caso dos ritos de iniciação dos rapazes, estes acontecem quando o adolescente atinge
a fase da puberdade, caracterizada por mudanças de âmbito biológico no corpo do
mesmo: estatura física modifica-se, com o adolescente a ser mais alto e ter sinais de
mudanças em algumas partes do corpo bem como voz que tende ser mais grossa.
Acontecem geralmente entre os 10 e 12 anos de idade e consistem no recolhimento e
isolamento dos adolescentes em acampamentos ou residências isoladas designadas
onverani. Os jovens iniciados, designados aluku, passam por vários processos de
ensinamentos sobre a vida e são levados também a prática da circuncisão (Bonnet,
1996: 66).
Autores como Ferreira (1995: 41), referem que na adolescência o indivíduo passava por
um novo nascimento, marcado por mudanças significativas, que culminavam numa
nova personalidade, diferente da personalidade da infância. Essas mudanças são
consequência da maturação sexual, sendo, portanto de origem biológica. Ele denominou
esse período de tempestade e tensão, caracterizado por anomalias de comportamento
que se modificavam à medida que o indivíduo alcança a maturidade sexual. Por seu
turno, os ritos de iniciação das raparigas, tal como refere Ivala (1999: 53), são
relativamente menos complexos e duram menos tempo comparativamente aos ritos dos
rapazes.
afazeres domésticos de forma mais específica bem como, a cuidar do marido e dos
filhos.
De acordo com Bernardi “Os efeitos da iniciação são de ordem psicológica e de ordem
estrutural. O jovem ou a jovem, quando sai da iniciação deve estar dotada do sentido
de dignidade que o/a separa já dos rapazes ou raparigas não iniciados, e o seu
comportamento deverá reflectir esta consciência como se fosse verdadeiramente um
homem novo” (Bernardi, 1997:97). Neste aspecto, exploramos um dos elementos mais
subjectivos de toda a nossa pesquisa, através de entrevistas: procuramos perceber do
ponto de vista dos nossos interlocutores, que significados têm para eles os ritos de
iniciação. Em seguida, apresentamos a entrevista e alguns depoimentos que tivemos
com alguns macuas residentes em Maputo, no Bairro da Mafalala.
- Aicha (47 anos de idade): “Nos ritos de iniciação aprende-se muitas coisas. Aprende-
se a respeitar os mais velhos, a fazer os trabalhos de casa, a não ter muita
aproximação com rapazes. Uma pessoa que foi aos ritos de iniciação e outra que não
foi, são muito diferentes. Nos ritos de iniciação nós aprendemos uma conduta e uma
educação que precisamos para a fase adulta da vida”.
- Aicha: “As meninas voltam diferentes dos ritos de iniciação: elas passam a saber
cuidar do lar, do marido e das crianças, aprendem também a respeitar as pessoas. A
pessoa volta a nascer e se torna crescida. Eu desde criança sabia que um dia havia de
ir aos ritos de iniciação porque via outras moças daqui da zona e meus pais diziam que
um dia seria eu.”
- Aicha: “Estas crianças de agora assistem muito novela e andam a fazer coisas que
nós não ensinamos. Mesmo quando vão lá nos ritos, ficam bem comportados no
princípio mas depois, eles mudam mesmo, fazem as coisas que andam a ver nas
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novelas” Só fico muito triste que estes rapazes estejam a aprender mais da televisão do
que através daquilo que nós ensinamos e que fomos ensinados pelos nossos pais e avós.
Costumo ver meninas a namorar aqui depois deixar, namorar com aquele. Isso não é
bom porque elas já não se respeitam e nem tem respeito com as coisas que aprendem
nos ritos”
Grupo: Conta-nos da sua experiência dos ritos de iniciação. Com que idade foi
iniciada? O que lá aprendeu?
- Fátima: “ Fui aos ritos de iniciação com 14 anos. Eu aprendi a ter respeito, a não
olhar directamente as pessoas mais velhas quando cumprimento ou quando converso
com elas. Aprendi também a respeitar as pessoas que conheço e que não conheço.
Aprendi que não posso sentar no mesmo sítio onde estão os homens e mesmo na
maneira de me vestir, eu agora sei que roupas devo usar de acordo com o sítio e com a
ocasião em que me encontro”.
Grupo: Considera que valeu a pena ir à iniciação? Lá aprendeu coisas diferentes das
que se ensinam na escola?
- Fátima: “Na escola, nas aulas de educação moral e cívica, nós aprendemos algumas
coisas sobre como nos devemos comportar sexualmente e o que devemos fazer para
prevenir a gravidez. Nos ritos aprendemos a ser boas mães e a cuidar do nosso lar”.
- Grupo: na tua opinião, há diferença entre uma menina iniciada daquela que não
passou pelos ritos de iniciação?
Fátima: “Uma mulher boa é aquela que já passou dos ritos de iniciação. Ela sabe
cuidar da casa, dos filhos e respeita o marido. Consegue receber as pessoas que vão
lhe visitar e tem muito respeito com as pessoas”.
Sr. Juma: “Quando eu era criança eu fui aos ritos de iniciação, depois casei e agora
tenho sete filhos. Nos meus filhos três já foram aos ritos e outros só estou a espera de
chegar a idade para irem também. Lá nos ritos de iniciação nós aprendemos a deixar
todas criancices para trás e passarmos a agir como homens”.
Grupo: Hoje a sociedade mudou muito, principalmente aqui na Cidade. Acha que ainda
é importante um jovem ir ao ritos de iniciação?
Sr. Juma: “Para ser homem de verdade o rapaz deve aprender como se vive com as
pessoas da sua comunidade. Nos ritos de iniciação a pessoa fica madura e lá nós
aprendemos a maturidade, aprendemos as coisas de casa e da vida e sabemos nos
comportar em frente de uma mulher”.
Sr. Juma: “Aprendi muitas coisas da vida nos ritos de iniciação e os meus filhos
também precisam aprender essas coisas para seguir a vida por bem como sempre
viveram os nossos pais e os nossos avós”
- “Os rapazes mudam quando voltam dos ritos, se tornam pessoas diferentes, com mais
respeito e já podem casar, sustentar uma casa porque deixaram de ser crianças”
(Ernesto Marrupi, 50 anos, residente no Bairro da Mafalala).
- “Aprendi como se cuida o marido e o que ele precisa para estar satisfeito. Depois de
aprender isso senti que me transformei me tornei capaz de viver com um homem”
(Muanacha, residente no Bairro do Chamanculo 48 anos).
- “Uma mulher quando está com um homem que não foi aos ritos de iniciação ela sente
porque esse homem não sabe se comportar em frente da mulher e nem sabe agradar
uma mulher” (Abudo, 47 anos).
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A colectividade, através dos ritos de iniciação, oferece aos seus membros os meios
através dos quais estes darão sentido às suas vidas e as situações do quotidiano com que
se deparam como são os casos das relações conjugais e das interacções sociais com
outros indivíduos que assumem diferentes papéis sociais. Neste caso, a sociedade
fornece nossos valores. O macua iniciado não questiona os valores que lhes são
transmitidos, muito pelo contrário: em princípio, ele deve ser a imagem desses valores,
deve agir, se comportar e explicar as situações do quotidiano tendo em conta tais
valores. Em todos extractos de depoimentos anteriormente transcritos observa-se, por
exemplo, que naquele contexto passar pelos ritos de iniciação significa adquirir respeito,
saber se relacionar com os outros e portar-se bem no matrimónio. Esses significados são
interiorizados pelos praticantes dos ritos desde a socialização primária pois lá os actores
sociais adquirem conhecimento sobre os valores, as normas e as regras da sua
colectividade. Estamos a defender que o significado que os ritos têm é construído pelos
seus praticantes, contudo, é um significado institucionalizado que existe antes e
vontades dos indivíduos. Os macuas são socializados a terem que praticar os ritos, eles
não criam essa vontade, eles apenas reproduzem a instituição que existe, os valores e os
símbolos a ela inerentes.
Dos depoimentos observa-se que os mais velhos que passaram pelos ritos de iniciação
em outros contextos reclamam o facto de recém-iniciados não estarem a agir
estritamente de acordo com os valores que lhes foram transmitidos nos ritos.
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Os ritos de iniciação apresentam-se cada vez mais como um compromisso social do que
necessariamente um momento que simboliza a passagem de uma fase da vida para
outra.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste trabalho procuramos trazer algumas análises e discussões que permitem alargar o
a nossa compreensão sobre os factores que estão por detrás da prática e continuidade
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dos ritos de iniciação entre os macuas da cidade de Nampula. Este trabalho procurou
reflectir em torno da ideia segundo a qual os praticantes dos ritos de iniciação na cidade
de Nampula estão reproduzindo uma prática antiga mas importante para a transmissão
de valores dentro daquela sociedade.
Hoje observa-se que os indivíduos têm cada vez mais espaços onde podem aprender
determinadas práticas que aprendem nos ritos de iniciação e quando isso acontece, o
resultado é que as identidades dos seus praticantes são cada vez mais moldadas em
ambiente de contacto intercultural e de aprendizagens em outros espaços de
sociabilidade com outros enraizados. Os próprios praticantes dos ritos de iniciação
reconhecem o facto desta prática regular estar a perder suas raízes e estar a reconfigurar-
se de acordo com determinadas agendas ou interesses da actualidade moderna. Por
exemplo, os ritos são actualmente praticados em períodos de férias escolares o que, de
alguma maneira, condiciona o tempo de sua duração. A unidade familiar precisa ser
recuperada e este é um dos desafios no qual o tradicionalismo macua se propõe. Desde a
nascença os macuas são preparados para subsistirem algum dia os ritos de iniciação e a
continuidade dos mesmos enquanto instituição socializadora.
BIBLIOGRAFIA
1990.
Paulo. 2004.
bibliografia antropológica. Rio Grande do Sul: Estudos Teológicas Vol. 44, No 2, 2004.
pp. 138-146.
SILVA, Teresa Cruz e. et. all. Representações e práticas da sexualidade dos jovens e a