O filme retrata a destruição da missão jesuíta de São Miguel no Brasil em 1750, motivada pelos interesses econômicos de Portugal no tráfico de escravos indígenas. A expansão territorial e econômica das missões ameaçava o comércio português, levando à perseguição do Marquês de Pombal.
O filme retrata a destruição da missão jesuíta de São Miguel no Brasil em 1750, motivada pelos interesses econômicos de Portugal no tráfico de escravos indígenas. A expansão territorial e econômica das missões ameaçava o comércio português, levando à perseguição do Marquês de Pombal.
O filme retrata a destruição da missão jesuíta de São Miguel no Brasil em 1750, motivada pelos interesses econômicos de Portugal no tráfico de escravos indígenas. A expansão territorial e econômica das missões ameaçava o comércio português, levando à perseguição do Marquês de Pombal.
O filme retrata a destruição da missão jesuíta de São Miguel no Brasil em 1750, motivada pelos interesses econômicos de Portugal no tráfico de escravos indígenas. A expansão territorial e econômica das missões ameaçava o comércio português, levando à perseguição do Marquês de Pombal.
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS
DEPARTAMENTO DE SOCIOLOGIA E ANTROPOLOGIA
Análise do filme “A missão” e a
perseguição política dos jesuítas
Lucas Moreira
A Missão. Direção: Roland Joffé. Reino Unido. Flashstar, 1986. Rmvb. (126 min.)
No ano de 1773, o então Papa Clemente XIV promulgou o documento
que extinguia a Companhia de Jesus por completo. Entretanto, antes mesmo desta data, as missões jesuítas sofriam, incessantes vezes, com variadas perseguições e até ataques dos portugueses nos territórios brasileiros. Por volta de 1759, as missões jesuítas já não mais existiam no Brasil. Nesta resenha, analisaremos as perseguições aos jesuítas principalmente pelo governo português e as causas políticas que fizeram Marquês de Pombal a ser tornar um dos principais perseguidores desta Companhia a partir do filme “A Missão”, de 1986. “A Missão” é um filme dirigido por Roland Joffé, em 1986, e se passa nas fronteiras entre Brasil, Paraguai e Argentina, no ano de 1750. O filme trata sobre uma das últimas missões jesuíticas no Brasil, a missão de São Miguel, incendiada pelos portugueses nesta mesma década por ordens do secretário de Estado do reino de Portugal, Sebastião José de Carvalho e Melo, então Marquês de Pombal. O filme apresenta como contexto histórico central o evento conhecido como a guerra guaranítica. Em 1750, Portugal e Espanha assinam o Tratado de Madrid, em que dividiam novamente seus limites territoriais na América do sul, uma vez que tais limites foram desobedecidos diversas vezes, rompendo com o então Tratado de Versalhes. A discussão sobre a permanência da missão de São Miguel sob o poder da Igreja é o que levará o padre jesuíta Gabriel (Jeremy Irons) a luta pelo aldeamento. Juntamente com um antigo mercenário de escravos, Rodrigo Mendonza (Robert De Niro) que mais tarde se tornaria um jesuíta (como remissão e arrependimento após matar seu irmão em duelo), ambos levam o caso a Altamirano (Ray McAnally), representante da Igreja, que julgaria as denúncias da inutilidade das missões jesuítas, embora seu destino já estivesse há muito decidido pelos interesses econômicos dos Estados de Portugal e Espanha. Após visitar as missões, de São Carlos e São Miguel, a Eminência (Altamirano) decide que os índios daquele aldeamento deveriam voltar às suas antigas locações. Entretanto, o padre Gabriel explica que os territórios das missões eram os únicos em que mercadores e mercenários portugueses não podiam invadir para sequestrar índios para fazê-los de escravos. Neste momento, encontramos uma das principais causas para a eliminação dos jesuítas: o tráfico de índios para o trabalho escravo entre portugueses e espanhóis, era um comércio lucrativo, principalmente para Portugal, uma vez que para Espanha, todos que estavam sob seu poder eram considerados súditos, sendo, portanto, proibido a escravidão daqueles índios que estavam sob o império espanhol. Desta forma, o território sob o poder de Portugal garantia a fluidez desse comércio de escravos. Uma vez que a Companhia de Jesus crescia cada vez mais economicamente e territorialmente, crescia também sua ameaça ao comércio português. Ainda que no filme, padre Gabriel acredite que as razões para a perseguição aos jesuítas era o medo de que a Igreja tinha acerca do poder do evangelho, isto porque muitos padres relatavam serem os aldeamentos como “um novo paraíso”, e que, portanto, o paraíso que se buscava após a morte estaria ameaçado, a Eminência representante da Igreja deixa claro que as razões que levariam à extinção da missão era a satisfação dos impérios de Portugal e Espanha, e não de Deus. O filme termina com a completa destruição da missão de São Miguel juntamente com todos os índios que por ela lutaram e os padres que ali permaneceram. Este episódio representa, também, a perseguição pombalina aos jesuítas, uma vez que se fortaleciam cada vez mais economicamente, tornando-se uma ameaça para o comércio português. Seu crescimento se tornava, também, um impedimento para o tráfico de índios como escravos, uma vez que grande parte dos índios se encontrava em aldeamentos e estavam a serviço das ordens jesuíticas. Esta resenha não apresenta as missões jesuítas como um ponto de refúgio e libertação para os índios colonizados, como algumas vezes se poder sentir no filme, entretanto, se preocupa em apresentar que as perseguições sofridas por essa ordem existiram, e encontra suas explicações em diversos interesses políticos e econômicos entre os Estados de Portugal e Espanha. Assim, o filme apresenta de maneira romantizada e certamente poética, a ameaça, a perseguição e a destruição das missões jesuítas no Brasil, e mais ainda, o enfraquecimento da Igreja diante o governo de Pombal e o poder dos Estados europeus.