Crossfit Adaptado Cadeirante e Amputado

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Atividade física adaptada para a pessoa com deficiência: o CrossFit Adaptado para um grupo com cadeirantes e amputado

ATIVIDADE FISICA ADAPTADA PARA A PESSOA COM DEFICIÊNCIA: O


CROSSFIT ADAPTADO PARA UM GRUPO COM CADEIRANTES E AMPUTADO

ACTIVIDAD FISICA ADAPTADA PARA LA PERSONA CON DISCAPACIDAD: EL


CROSSFIT ADAPTADO PARA PERSONAS CON SILLAS DE RUEDAS Y AMPUTADO

PHYSICAL ACTIVITY ADAPTED TO THE DISABLED PERSON: THE CROSSFIT


ADAPTED AS AN EXPERIENCE FOR PEOPLE WITH WHEELCHAIRS AND
AMPUTEES

Danielle da Silva Pinheiro WELLICHAN1


Marcella Garcia Ferreira dos SANTOS2

RESUMO: De forma geral, a prática de atividade física traz inúmeros benefícios para a saúde.
Para pessoas com deficiência, os benefícios são ainda maiores tendo em vista a necessidade de
cada pessoa. Força, agilidade, equilíbrio, coordenação motora são alguns deles, além de
aspectos psicológicos e sociais, como a melhora na autoestima, motivação, confiança,
promoção da saúde e socialização. Cada vez mais, o esporte adaptado tem sido aceito e
ampliado graças aos bons resultados alcançados e, nesse contexto, algumas modalidades
representam boas opções para as pessoas com deficiência. Objetivando conhecer mais sobre a
atividade e seus benefícios enquanto atividade física, constatou-se que o CrossFit Adaptado
tem proporcionado experiências em vários aspectos, conforme as relatadas neste texto, por meio
de entrevistas com um grupo praticante. Espera-se que essa modalidade consiga visibilidade e
que novas unidades (da modalidade) sejam criadas pelo país a fim de estender a experiência
para outras pessoas.

PALAVRAS-CHAVE: Atividade física. Deficiência física. Amputação. Promoção da saúde.


Crossift Adaptado.

RESUMEN: La práctica de actividad física trae innumerables beneficios para la salud. Para
las personas con discapacidad, los beneficios son aún mayores teniendo en cuenta la necesidad
de cada persona en particular. La fuerza, agilidad, equilibrio, coordinación motora, son
algunos de ellos, además de aspectos psicológicos y sociales, como la mejora en la autoestima,
la motivación, la confianza, la promoción de la salud y la socialización. Cada vez más, el
deporte adaptado ha sido aceptado y ampliado gracias a los buenos resultados alcanzados y
en ese contexto, algunas modalidades han sido buenas opciones para las personas con
discapacidad. Con el objetivo de conocer más sobre la actividad y sus beneficios como
actividad física, se constató que el CrossFit Adaptado ha proporcionado experiencias en varios

1
Universidade Estadual Paulista (UNESP), Marília – SP – Brasil. Doutoranda em Educação. Bibliotecária e
Pedagoga, Especialista em Educação Infantil, Especial e Transtornos Globais do Desenvolvimento. Mestra em
Ciência da Informação. Membro do Grupo de Pesquisa Deficiências Físicas e Sensoriais – DeFSen. ORCID:
<http://orcid.org/0000-0002-6978-7361>. E-mail: dany_unesp@yahoo.com.br
2
Universidade Estadual Paulista (UNESP), Botucatu – SP – Brasil. Fisioterapeuta, Aprimoramento em
Fisioterapia Geral. Analista Técnica Especializada – Fisioterapeuta no INSS, Bauru – SP - Brasil. ORCID:
<http://orcid.org/0000-0002-6406-1107>. E-mail: marcella_mail@yahoo.com.br
Temas em Educ. e Saúde, Araraquara, v. 15, n. 1, p. 146-158, jan./jun., 2019. e-ISSN 2526-3471. ISSN 1517-7947.
DOI: 10.26673/tes.v15i1.12700 146
Danielle da Silva Pinheiro WELLICHAN e Marcella Garcia Ferreira SANTOS

aspectos, conforme a las relatadas en este texto, a través de entrevistas con un grupo
practicante. Se espera que esta modalidad consiga visibilidad y que nuevas unidades de la
modalidad sean creadas por el país para extender la experiencia a otras personas.

PALABRAS CLAVE: Actividad física. Deficiencia física. Amputación. Promoción de la salud.


Crossfit Adaptado.

ABSTRACT: The practice of physical activity generally brings numerous health benefits. For
people with disabilities, the benefits are even greater in view of the need of each individual in
particular. Strength, agility, balance, motor coordination, are some of them, as well as
psychological and social aspects, such as improvement in self-esteem, motivation, confidence,
health promotion and socialization. Increasingly, adapted sport has been accepted and
expanded thanks to the good results achieved and, in this context, some modalities have been
good options for people with disabilities. In order to know more about the activity and its
benefits as a physical activity, it was verified that the CrossFit Adapted has provided
experiences in several aspects, as reported in this text, through interviews with a practicing
group. It is hoped that this modality will gain visibility and that new units of the modality will
be created by the country to extend the experience to other people.

KEYWORDS: Physical activity. Physical Deficiency. Amputation. Health promotion. Crossfit


Adapted.

Introdução

O movimento traz ao ser humano a expressão de seu pensar, agir e sentir, seja em
pequenos gestos ou grandes movimentos. Na prática de atividades físicas, por exemplo, os
benefícios da movimentação são notórios para o desenvolvimento motor, psicológico e social
dos indivíduos.
Desde exercícios mais simples até os adaptados, as pessoas com deficiência encontram
novas oportunidades de manter, desenvolver ou reabilitar sua saúde (seja no aspecto físico,
psicológico ou social), o que representa uma melhoria em relação à mobilidade, equilíbrio e
outros fatores, contribuindo diretamente para a qualidade de vida de pessoas em condições
especiais, limitadoras ou restritivas (WELLICHAN; SANTOS, 2019). Além disso, o exercício
físico pode intervir na redução da dor musculoesquelética e atuar na prevenção de
deformidades, aumentando a resistência pulmonar e cardiovascular (RODRIGUES; MUSSI;
ALMEIDA, 2014). Psicologicamente, a atividade física atua na melhoria da autoestima, do
autoconceito, da imagem corporal e das funções cognitivas, diminuindo o estresse, a ansiedade
e o consumo de medicamentos (MARTINS; RABELO, 2008).

Temas em Educ. e Saúde, Araraquara, v. 15, n. 1, p. 146-158, jan./jun., 2019. e-ISSN 2526-3471. ISSN 1517-7947.
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Após a Segunda Guerra Mundial, a atividade física passou a fazer parte do processo de
reabilitação de soldados que voltavam das batalhas com deficiências e amputações. Desde
então, o esporte adaptado mostra-se como um instrumento para a reabilitação, promoção de
saúde, recuperação e socialização, além de favorecer a autonomia e independência para
indivíduos que buscam desenvolver e aperfeiçoar habilidades e orientação espacial. E a
autoestima torna-se um fator de grande importância nesse contexto, pois vai contribuir não só
para o emocional como também para todos os momentos nos quais o indivíduo se encontrar
entre sua limitação/restrição e suas reais possibilidades, que podem até ser desconhecidas por
ele, ainda.
Conforme Rufini e Teixeira-Arroyo (2013) a deficiência física ou motora, é
caracterizada por alterações físicas no corpo humano, com origens em problemas ortopédicos,
neurológicos ou de má formação congênita, que ocasionam comprometimento no
desenvolvimento ou limitações para as tarefas motoras. Embora existam os casos de origem na
gestação ou nascimento, a estatística de lesões provocadas em decorrência de casos traumáticos
com acidentes automobilísticos, acidentes de trabalho, armas de fogo, quedas, é de 80%; e não
traumáticas com origens tumorais, infecciosa, vascular ou degenerativa de 20% (LIANZA,
2001).
Seja para buscar melhor condicionamento ou para fins de competição, os treinos de
CrossFit Adaptado para pessoas com deficiência têm alcançado adeptos e surge no cenário
esportivo como uma prática saudável em ascensão.
Motivados por fatores pessoais, situacionais, emocionais ou de comportamento, as
pessoas com deficiência também buscam no esporte medidas terapêuticas (SAMULSKI, 2002;
ESCARTI; CERVELLO, 1994), e assim pode ser considerada como um “mecanismo facilitador
da inclusão na sociedade” (NOCE; SIMIM; MELO, 2009)
Diante dessa realidade, buscou-se junto a um grupo praticante dessa modalidade,
localizado em uma cidade no interior do estado de São Paulo, o entendimento sobre essa
atividade e seus benefícios enquanto atividade física. Por meio de relatos de experiências,
constataram-se os resultados dessa prática que, segundo eles, contribui diretamente para
melhores posicionamentos e, consequentemente, para a qualidade de vida de cada um.

O Esporte Adaptado para pessoas com deficiência

Como citado anteriormente neste texto, o esporte adaptado surgiu como uma
possibilidade de inserção na sociedade para vítimas da segunda grande guerra. Nesse período,

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o neurologista alemão Ludwig Guttmann (considerado o precursor da reabilitação pelo esporte


para pessoas com deficiência), a pedido do governo britânico, iniciou um trabalho no Centro
Nacional de Lesionados Medulares do Hospital de Stoke Mandeville, que tratava de vítimas da
guerra. A partir deste momento, surgiram duas correntes de pensamento sobre a atividade física
adaptada.
A primeira, cujo enfoque era médico, foi apresentada pelo neurologista citado como um
auxílio na reabilitação de seus pacientes para amenizar não só problemas psicológicos como
também trazer o valor terapêutico e auxiliar na interação do paciente com a sociedade, ainda no
período hospitalar.
A segunda corrente surgiu nos Estados Unidos e considerou o enfoque esportivo como
uma forma de inserção social passível de competitividade e superação dos limites individuais,
respondendo às quatro categorias de objetivos citadas por Wheeler et al. (1999): reabilitação,
oportunidade social, recrutamento e continuidade no esporte. Assim, a reabilitação apoiada na
prática de esportes proporcionou o surgimento de jogos para as pessoas com deficiência, cada
vez mais frequentes ao longo da história (ARAUJO, 1997; VARELA, 1989; ALENCAR, 1997;
BRAZUNA; MAUERBERG-DE CASTRO, 2001).
No Brasil, o marco do desenvolvimento esportivo adaptado é de 1958, com a fundação
do Clube dos Paraplégicos em São Paulo e do Clube do Otimismo no Rio de Janeiro, que
ofereciam programas denominados ginástica médica, com a finalidade de prevenir doenças
utilizando exercícios corretivos e de prevenção (PEDRINELLI, 1994; ADAMS, 1985).
“Assim, surge o reconhecimento do esporte como canal de socialização positiva ou de inclusão
social[...]” (PADRÃO, 2017, p. 144)
Na atualidade, os jogos paraolímpicos representam um grande demonstrativo da
capacidade de superação e reabilitação de pessoas com deficiência, e comprovam que a
atividade física pode ser realizada por qualquer deficiência desde que acompanhada por
profissionais especializados. Esse acompanhamento é necessário não só para prevenir lesões
como também para descobrir potenciais a serem explorados.

Valências físicas como equilíbrio, força, agilidade e velocidade devem ser


trabalhadas, por meio de movimentos como: correr, saltar, lançar, trepar,
transportar, rolar e rastejar. Adquiridas essas habilidades motoras, torna-se
cada vez mais evidente uma grande vontade de conhecer e participar mais
ativamente de algum tipo de desporto, enfatizando as partes funcionais de uma
pessoa com deficiência (BARBOZA; DUTRA, 2017, p. 159).

Dentre as possibilidades esportivas, Melo e Lopez (2002) citam: arco e flecha, atletismo,
basquetebol sobre rodas, bocha, ciclismo, equitação, esgrima, futebol, halterofilismo, iatismo,

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lawn bowls (semelhante a bocha), natação, racquetball (semelhante ao tênis de mesa), rugby
em cadeira de rodas, tênis de mesa, tiro ao alvo e voleibol.
Diante do fato de que cada indivíduo possui uma limitação específica, não há limite ou
opção mais indicada. Cada indivíduo precisa analisar e avaliar o quê ser feito e aquilo que
atende melhor às suas necessidades e habilidades, o que amplia as opções citadas pelos autores
citados. “A escassez de informação básica a respeito da população com deficiência tem sido
uma grande barreira para o planejamento de ações capazes de promover sua inserção no meio
social (SILVA; HENRIQUE; ROCHA, 2015, p.90).
Essa busca pela informação correta, a análise e a avaliação sobre as reais condições e
potencialidades do indivíduo com deficiência precisam ser respeitadas e realizadas por
profissionais conscientes, livres de qualquer preconceito a respeito da deficiência. Cabe, ainda,
à sociedade em seus diversos segmentos compreender que cada caso é único e não pode ser
tratado na forma generalizada, ou seja, quando possível, oferecer condições para que o próprio
indivíduo demonstre o que pode realizar, sem julgá-lo ou classificá-lo com padrões pré-
estabelecidos.

Método

Junto a um grupo de pessoas com deficiência, praticantes do Crossift Adaptado,


buscaram-se relatos dessa experiência, e, para isto, foram respeitados os trâmites éticos
necessários. Foi elaborado um roteiro como instrumento para a coleta dos dados e realizado um
teste piloto para verificar se atendia às necessidades do estudo. Logo após as modificações
necessárias, foram agendadas entrevistas antes do treino com quatro participantes que se
interessaram em compartilhar sua experiência: três cadeirantes e um amputado, frequentadores
de um box de CrossFit que também oferece treinos para pessoas sem deficiência.
Para compor o referencial teórico apresentado neste texto, buscaram-se em materiais
impressos e eletrônicos subsídios para melhor descrever o contexto da atividade física e,
posteriormente, associar aos relatos coletados. Optou-se por não estabelecer um período
temporal, devido a importância de autores e obras já publicadas sobre o assunto.
As entrevistas foram transcritas, analisadas e, quando necessário, agrupadas para melhor
exemplificar a fala dos participantes, que no decorrer no próximo item são identificados como
P1, P2, P3 (cadeirantes) e P4 (amputado).

Resultados e Discussão
Temas em Educ. e Saúde, Araraquara, v. 15, n. 1, p. 146-158, jan./jun., 2019. e-ISSN 2526-3471. ISSN 1517-7947.
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O CrossFit Adaptado é oferecido desde o ano de 2017 em um box que atende às pessoas
com e sem deficiência. O coach (educador físico especializado e licenciado na modalidade)
trouxe a versão adaptada para o local a fim de oferecer oportunidade para reabilitação,
socialização e superação pessoal com eficiência. Os treinos são oferecidos gratuitamente em
três dias na semana e acompanhados pelo coach e fisioterapeuta local.
Os participantes da modalidade adaptada compartilham os equipamentos existentes no
box, e as adaptações, quando necessárias, são criadas no ato do exercício. O limite de cada
participante é respeitado e acompanhado a fim de se evitar lesões e desconfortos.
Diferentemente da realidade das academias de ginástica, o local não possui espelhos e
dispõe em geral de amplo espaço em função dos treinos. Os equipamentos (bicicletas,
“remadores”, “cavalos”, caixas, pesos, cordas, pneus, bolas...) ficam em cantos específicos,
permitindo livre circulação. Na parte interna, há rampas e escadas com corrimão que também
são utilizadas para treinos, assim como área externa, pois apresenta algumas rampas nas
calçadas que são aproveitadas nas corridas. As portas são largas e há vagas para estacionamento
na frente do box.
O grupo da modalidade adaptada é pouco numeroso, e, embora compartilhem do espaço
e dos equipamentos, possui treinos diferenciados. A única deficiência presente nos treinos é a
física, o que não significa que outras deficiências não possam ser beneficiadas com a prática,
apenas não houve procura.
Dos sete participantes informados sobre o presente estudo, quatro se interessaram em
compartilhar seus relatos na experiência do CrossFit Adaptado: três cadeirantes (dois do gênero
feminino e um do masculino) e um amputado (do gênero masculino), cujos diagnósticos de suas
deficiências (todas motoras), faixa etária e escolaridade estão descritas no quadro seguinte.

Quadro 1 – Caracterização dos participantes

PARTICIPANTE IDADE DIAGNÓSTICO ESCOLARIDADE

P1 56 Sequela de poliomielite Ensino Superior em andamento

P2 36 Paraplegia adquirida – queda Ensino Médio completo

P3 38 Paraplegia adquirida – sequela de cirurgia Ensino Médio completo

P4 34 Ensino Superior em andamento

Temas em Educ. e Saúde, Araraquara, v. 15, n. 1, p. 146-158, jan./jun., 2019. e-ISSN 2526-3471. ISSN 1517-7947.
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Amputação transtibial – acidente de


trabalho
Fonte: Elaboração das autoras

Dos quatro praticantes do CrossFit adaptado, P4 está nos treinos há seis meses, P1, P2
e P3 há um mês e todos apontam mudanças significativas em relação aos condicionamentos e
convivência, conforme descrito a seguir.
Para P1, P2 e P4, o CrossFit é uma das atividades físicas que incluíram em seus
cotidianos: P1 pratica tênis de campo e basquetebol sob rodas; P2 pratica tênis de campo e
natação; P4 praticava basquete e musculação, antes do acidente, agora está voltando às práticas
esportivas. P3 não praticava nenhuma atividade esportiva, pois alegou que não tinha tempo em
virtude das longas jornadas de trabalho. Após a sequela da cirurgia, encontrou no esporte
adaptado motivação para se reabilitar: começou a praticar natação e tornou-se um atleta nessa
modalidade.
Todos os praticantes citados neste artigo já se conheciam, e a decisão de frequentar o
CrossFit surgiu da indicação de outros praticantes do box. Nenhum deles conhecia essa
modalidade, cujas motivações individuais foram: a busca pela qualidade de vida e
fortalecimento muscular (P1, P2 e P4), emagrecer (P2), curiosidade (P3) e melhora no
condicionamento físico e mental (P4).
Questionados sobre as dificuldades iniciais encontradas nos treinos, foram citadas: falta
de força (P1, P2 e P4), falta de equilíbrio, medo de cair e se machucar (P4). P3 afirmou que não
teve nenhuma dificuldade.
Sobre as dificuldades encontradas nos treinos, os praticantes apontaram: “Tenho
dificuldade com os pesos” (P1); “Levantar o próprio corpo na cadeira de rodas é difícil, faço
no meu limite” (P2); “Agora já estou acostumado, não tenho mais dificuldade em realizar os
exercícios. O medo de me machucar também passou, estou mais ciente do que posso e do que
consigo fazer. ” (P4) afirmou. P3 manteve a resposta de não encontrar dificuldade nos treinos.
O coach prepara exercícios para todos, com as adaptações necessárias para cada um.
Bicicleta, corrida, levantamento de peso, alongamento são exercícios comuns a todos e
supervisionados pelos profissionais do local.
A atividade física já fazia parte da rotina de P4, mas em um ambiente de academia ou
ao ar livre. O participante relatou que, embora tenha diminuído sua frequência no ano anterior
ao acidente sofrido, devido ao excesso de trabalho, “Sempre se preocupou em praticar
atividades físicas para cuidar da saúde”. E após o acidente, quando começou sua reabilitação,

Temas em Educ. e Saúde, Araraquara, v. 15, n. 1, p. 146-158, jan./jun., 2019. e-ISSN 2526-3471. ISSN 1517-7947.
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Danielle da Silva Pinheiro WELLICHAN e Marcella Garcia Ferreira SANTOS

foi orientado também pela equipe médica sobre a contribuição da prática esportiva para sua
condição atual.
Entre as diferenças em treinos no CrossFit ou em academias, as respostas foram
variadas e apontam interessantes indicativos a respeito dos praticantes e seus motivos
particulares, conforme descrito a seguir:

É mais empolgante. Os treinos são sempre diferentes e a segurança que o


professor [coach] nos transmite ajuda bastante (P1)

A ausência daquele ambiente com espelhos nos dá mais ânimo para fazer
exercícios (P2).

Um motiva o outro, é bem animado (P3)


É um ambiente que motiva a superação, os treinos são desafiadores, e aí
acreditamos mesmo que podemos fazer qualquer coisa (P3)

Em uma academia o treino é solitário, no Cross ele é mais agitado e animado.


Sem contar que a gente se diverte, damos risada de nós mesmos, porque as
vezes a gente pensa que não consegue fazer e aí vai lá e faz! (P4).

Percebe-se que a variedade dos treinos é benéfica para os praticantes, não só na


motivação quanto na proposta de acreditar no que podem fazer. Além disso, a questão de
superar as próprias limitações ou receios é fator de motivação para cada um. Na resposta de P4
fica claro o quanto a convivência (pessoas com e sem deficiência) auxilia no processo de
inclusão e da reabilitação propriamente dita.
Essa convivência citada por P4 é uma aliada importante no processo de inclusão, pois,
infelizmente, “[...] existe a barreira que não é física, mas está ali. Essa barreira está escondida
nas palavras, na forma de olhar, na forma de tratar” (BARBOZA; DUTRA, 2017, p. 160). E
assim, não há como ou porquê a deficiência física passar despercebida, e seus sinais estão na
aparência, tamanho e/ou funcionalidade denunciando a diferença (MARTINS; BARSAGLINI,
2011).
Essas marcas corporais podem afetar e deteriorar a identidade da pessoa com deficiência
e, consequentemente, contribuir para o seu isolamento (GOFFMAN, 1988). Existindo essa
possibilidade (de isolar-se), o “ser e sentir-se deficiente” exige que não só a pessoa com
deficiência, mas todos a sua volta estejam dispostos a buscar condições para que o ideal da
inclusão aconteça. No momento em que a pessoa com deficiência rompe seus limites e descobre
suas potencialidades ao realizar sua rotina com independência e autonomia, ela resgata sua
dignidade (MARTINS; BARSAGLINI, 2011).
A acessibilidade também interfere nesse resgate, pois pode favorecer ou comprometer
a independência e a autonomia de uma pessoa que apresente deficiência ou alguma limitação,
Temas em Educ. e Saúde, Araraquara, v. 15, n. 1, p. 146-158, jan./jun., 2019. e-ISSN 2526-3471. ISSN 1517-7947.
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Atividade física adaptada para a pessoa com deficiência: o CrossFit Adaptado para um grupo com cadeirantes e amputado

seja ela temporária ou permanente. E sobre esse assunto, nenhum dos participantes mencionou
qualquer dificuldade no ambiente de treino.

Me sinto super acolhido porque não preciso que ninguém faça nada por mim,
faço tudo o que preciso e quero fazer sozinho. (P3)

Não vejo dificuldade aqui, nem no espaço e nem com a gente mesmo, ninguém
fica olhando ou julgando, a gente é a gente e divide o mesmo espaço. (P4)

Ao término do treino, os praticantes afirmam que se sentem “Com muita disposição”


(P1 e P2), “Exausto, mas satisfeito com meu rendimento” (P3), “Cansado, mas muito bem
mental e fisicamente” (P4).
Sobre os resultados percebidos desde o início dos treinos, as respostas foram variadas:
“Percebi uma disposição maior, mas ainda espero mais resultados” (P1), “Percebi que estou
com mais disposição nas atividades diárias” (P2), “Percebo que tem melhorado minha força
muscular, o que me ajuda na natação” (P3) e “Desde que comecei, percebi melhora na minha
respiração, ganhei força muscular o que é muito importante para minha protetização e minha
autoestima melhorou bastante” (P4).
Pelas transcrições das falas dos participantes, percebe-se que, embora a atividade física
já faça parte de suas rotinas, o CrossFit trouxe força muscular, o que tem favorecido outras
atividades já praticadas, no caso de P1 e P2. Para P3, que aderiu às atividades após a cirurgia,
a prática faz parte da descoberta das habilidades que antes não imaginava ter.

Antes, eu só pensava em trabalhar, não fazia exercícios porque não tinha


tempo mesmo. Trabalhava muito. Até achava interessante, mas nunca parei
para fazer, hoje é diferente, se quero ter qualidade de vida preciso buscar. O
fato de estar numa cadeira de rodas não me impede de fazer o que quero ou
preciso (P3).

Anteriormente, P1, P2 e P3 identificaram a falta de força como uma dificuldade


encontrada nos treinos; posteriormente, os participantes P3 e P4 voltaram a mencionar a questão
da força, agora identificada em suas ações. De fato, a força torna-se uma exigência para a
aquisição de melhor autonomia, equilíbrio, locomoção, movimentação e postura, seja para um
cadeirante ou para um amputado.
Para o cadeirante, atividades que aumentem os níveis de força são facilitadoras em
situações de transferência da cadeira para outro mobiliário ou local, por exemplo, uma cadeira,
um carro, ou qualquer outro movimento. A resistência cardiovascular também precisa ser
desenvolvida, pois o simples deslocamento pode causar fadiga e comprometer as atividades de
vida diária (AVD).

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Danielle da Silva Pinheiro WELLICHAN e Marcella Garcia Ferreira SANTOS

Embora o nível da amputação seja um fator diferencial e associado ao bom estado do


membro residual (coto), para o amputado, o fortalecimento muscular, a descarga e a sobrecarga
de peso, os treinos de marcha contribuirão para a protetização, que só será possível se houver
condições musculares e funcionais na parte que irá receber a prótese. Dessa forma, voltar à vida
diária vai requerer mais do que força de vontade, exigindo condições anatômicas, funcionais,
além das articulações, funções cardiorrespiratórias e da qualidade da prótese (MATSUMURA;
RESENDE; CHAMLIAN, 2013).

Após a amputação a gente fica em dúvida se vai conseguir fazer coisas


simples, como sentar no chão ou se manter equilibrado. Quando comecei o
Cross estava com muletas e tinha muitas dúvidas sobre o que conseguiria
fazer. Hoje estou com a prótese e consigo fazer muitas coisas até sem ela
porque meu equilíbrio e minha força muscular estão sendo trabalhadas e
percebo isso a cada treino (P4).

Nessa retomada da vida diária, causada pela deficiência adquirida (os quatro
participantes deste estudo são casos adquiridos), não são só as mudanças físicas que se tornam
percebíveis ou visíveis: atitudes, opiniões, comportamentos, condutas se tornam até evidentes
na medida em que acontecem. Nesse sentido, se antes a atividade física não fazia parte da vida
de P3, após adquirir a deficiência, foi a motivação necessária para seu desenvolvimento. Para
P4, a atividade física trouxe mais segurança para sua reabilitação física e emocional.
Os participantes deste estudo recomendam a pratica do CrossFit Adaptado, e, embora
não tenham despertado o interesse pelas competições nessa prática, não descartam a
possibilidade futura.

No momento não tenho interesse nas competições pelo CrossFit, mas acredito
que possam ser bem gratificantes pessoalmente. (P3)

Olha, se alguém quiser me patrocinar e eu tiver condições de tentar, claro


que me interesso. Quero agora descobrir meus limites e me superar cada vez
mais. Isso me fortalece e me dá qualidade de vida. (P4)

Diante do exposto e proposto pelo presente estudo, a atividade física oferece


possibilidades comprovadas de recuperação, superação e reabilitação. Pelas falas dos
participantes, ficam evidentes os efeitos dessa prática na promoção da imagem mais segura e
confiante, na obtenção de força muscular, dentre outros pontos necessários em todos os casos
citados.
Embora o CrossFit esteja em crescimento no território nacional brasileiro, ainda precisa
ser mais divulgado, principalmente nas modalidades adaptadas. Assim, outras pessoas com

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Atividade física adaptada para a pessoa com deficiência: o CrossFit Adaptado para um grupo com cadeirantes e amputado

deficiência terão oportunidade de conhecer e participar, pois os benefícios advindos precisam


ser compartilhados e vivenciados.
Diante de todo o exposto, Oliveira, Gonçalves e Seabra Jr. (2017, p.106) afirmam:

Atualmente a inclusão é muito discutida, principalmente no âmbito escolar,


porém, é importante salientar que uma inclusão efetiva na sociedade (por meio
do esporte), e na escola (nas aulas de educação física), deve oferecer a prática
esportiva as pessoas com deficiência, e quando necessário realizar adaptações
práticas ou no ensino para que o esporte seja efetivamente praticado,
ocasionando assim, uma equiparação de oportunidades.

Considerações Finais

O CrossFit Adaptado mostrou-se uma atividade física que pode trazer benefícios sob
diversos aspectos para as pessoas com deficiência. Independentemente de suas particularidades,
a atividade (ou treino), trouxe aos participantes deste estudo possibilidades importantes não só
para a qualidade de vida, mas para a inclusão deles em um ambiente acessível e favorável à
promoção da saúde.
Com objetivos diferentes, cada participante demonstrou que o se sentir com deficiência
pode ou não coincidir com o fato de ser reconhecido como tal. Na deficiência, as limitações e
as possibilidades podem depender da pessoa envolvida, dessa forma, avaliações são de extrema
necessidade para constatar ou não restrições, limites pessoais e oportunidades para serem
exploradas. A pessoa com deficiência, principalmente na deficiência adquirida, não deve ser
tratada com padrões pré-estabelecidos, pois cada sujeito pode ter um potencial diferente do
outro e não raramente ele também pode desconhecer seu potencial, por isso, a questão da
oportunidade se torna tão importante.
A qualidade de vida alcançada pela pratica da atividade física torna-se evidente a partir
do momento em que resultados são percebidos no cotidiano das pessoas, em especial daquelas
que necessitam de independência e autonomia como uma forma de sentir-se parte da sociedade.
O número reduzido de participantes desta pesquisa não pode ser considerado como
limitante para a análise dos dados coletados, tendo em vista a importância das falas de cada um.
Espera-se que modalidades como a do CrossFit Adaptado sejam mais frequentes e
estejam disponíveis em mais localidades para que outras pessoas com deficiência tenham a
oportunidade de usufruir dessa atividade, seja por lazer ou como parte de sua reabilitação.

Temas em Educ. e Saúde, Araraquara, v. 15, n. 1, p. 146-158, jan./jun., 2019. e-ISSN 2526-3471. ISSN 1517-7947.
DOI: 10.26673/tes.v15i1.12700 156
Danielle da Silva Pinheiro WELLICHAN e Marcella Garcia Ferreira SANTOS

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Como referenciar este artigo

WELLICHAN, Danielle da Silva Pinheiro; SANTOS, Marcella Garcia Ferreira dos. Atividade
física adaptada para a pessoa com deficiência: o CrossFit Adaptado para um grupo com
cadeirantes e amputado. Temas em Educ. e Saúde, Araraquara, v. 15, n. 1, p. 146-158,
jan./jun., 2019. e-ISSN 2526-3471. ISSN 1517-7947. DOI: 10.26673/tes.v15i1.12700

Submetido em: 30/11/2018


Aprovado em: 28/02/2019

Temas em Educ. e Saúde, Araraquara, v. 15, n. 1, p. 146-158, jan./jun., 2019. e-ISSN 2526-3471. ISSN 1517-7947.
DOI: 10.26673/tes.v15i1.12700 158

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