Revista Weril No 140 PDF
Revista Weril No 140 PDF
Revista Weril No 140 PDF
Edição
com 16
páginas.
As Dicas MARÇO/ABRIL.2002.ANO 24.Nº140.WWW.WERIL.COM.BR
Técnicas
estão nas
páginas
11, 12,
13 e 14.
Trompetes
para todos
os músicos
WERIL LANÇA 40 MODELOS DIFERENTES
DO INSTRUMENTO - PÁG. 4
UM ASTRO DO SAX
Pág. 3
Caro Leitor,
SUAS NOTAS
A
o completar sua edição número 140, a Revista Weril
apresenta sua nova programação visual: diagramação “Sou estudante de clarineta e pretendo mudar para a tuba. Por
isso, gostaria de ver em uma próxima edição, uma matéria sobre
diferenciada e moderna, matérias técnicas em
como obter uma melhor embocadura na tuba.”
páginas com picote e muito mais informação. Jairo Sankey (CE)
Sentimos que era chegada a hora de modernizar a R: Jairo, sua sugestão foi anotada. Continue acompanhando as
publicação e torná-la ainda melhor. E o momento novidades da Revista Weril em nossas próximas edições.
para isso é propício, pois há muita novidade para “Gostaria que publicassem um encarte sobre técnicas para tuba
anunciar neste bimestre. (bombardão). Sou tubista e sinto necessidade de mais fontes
Para começar, conheça os 40 novos modelos de de estudos.”
trompete Weril, nas páginas 4 e 5. Confira também, Rodrigo Nunes (MG)
R: Olha aí os tubistas se manifestando. Sua sugestão também foi
na página 9, a festa de lançamento desses anotada, Rodrigo.
instrumentos e também da nova linha de sax Spectra
II, sobre a qual falaremos mais na próxima edição. E “Parabéns pela reportagem com Carlos Malta. Ela me incentivou
a continuar estudando e desenvolvendo a arte da música.”
não custa lembrar que há ainda outro evento musical
Marcone J. da Silva (PE)
imperdível para os próximos dias, a final do Prêmio
Weril, marcada para 19 de maio. “Quero parabenizar a toda a equipe Weril pela excelente matéria
É música que não acaba mais,para todos os gostos. feita com o nosso genial Moacir Santos. Conheço alguns de seus
trabalhos e são maravilhosos. A homenagem foi merecida.”
REVISTA WERIL André Luz (SP)
Música Viva – Um dia musical com Márcio Montarroyos 10 As matérias desta edição podem ser utili-
zadas em outras mídias ou veículos, des-
de que citada a fonte.
11 Dicas Técnicas Matérias assinadas não expressam obri-
gatoriamente a opinião da Weril Instru-
Todos os tons 15 mentos Musicais
Distribuição gratuita
16 Entrevista – Radegundis Feitosa Nunes
Atendimento ao Consumidor
Weril 0800 175900
10 04/2002
2 04/2002
PERFIL
Aprovado
Beatriz Weingrill
pelo
presidente
O SAXOFONISTA LÉO GANDELMAN, QUE JÁ TOCOU
COM BILL CLINTON, FALA SOBRE A IMPORTÂNCIA DO
CONHECIMENTO E DE SUA EFERVESCENTE FASE ATUAL
S
eis anos vivendo fazer meu próprio som, minhas próprias com-
em Nova York posições”, revela o músico. Logo depois foi para
foram suficien- Boston, estudar a escola jazzista.
tes para que o Ao voltar para o Rio, dois anos depois, tra-
saxofonista bra- balhou “na noite” e como músico de estúdio,
sileiro Léo Gan- tocando diversos estilos musicais. Hoje, já con-
A música foi mais que uma opção, foi uma delman conse- ta com oito CDs próprios gravados e mais seis
obra do destino guisse proezas coletâneas. “Esse ecletismo influenciou minha
incríveis, como formação profissional e o resultado de meus tra-
subir ao palco com o ex-presidente (e músico balhos. Acredito que a principal ferramenta de
amador) Bill Clinton. Agora, Gandelman retor- um músico seja o conhecimento. Ao pensar em
na ao Brasil trazendo muitas novidades na ba- fazer um improviso, por
gagem e boas lembranças na memória. O dia exemplo, precisamos ter “Acredito que a principal
em que Clinton, seu fã, fez um dueto com ele, em mente que esta é uma ferramenta de um músico
é uma delas. Mas ele também se recorda da linguagem fundamentada seja o conhecimento”
tristeza que se abateu em Nova York após os em estudos teóricos. É ne-
atentados terroristas. “A vida artística da cida- cessário estudo, dedicação, persistência e, so-
de, que sempre foi muito intensa, parou, e até bretudo, uma séria noção de onde se quer che-
hoje a situação está muito parada no mercado gar”, diz ele. “Minha conclusão, depois de anos
cultural americano”, conta. de carreira, é que o artista deve seguir seus so-
Gandelman é carioca e pertence a uma fa- nhos e, ao mesmo tempo, fazer sua música sem-
mília de músicos. Sua mãe é professora de pia- pre tentando manter o pé no chão, porque é
no, e o pai, maestro, foi gerente artístico da gra- preciso pagar as despesas da família. Sou um
vadora que atualmente é conhecida por Sony felizardo, por ter conseguido um público que
Music. O saxofonista considera a música em sua viabiliza minha carreira”, conclui.
vida “mais do que uma opção, uma obra do des- Além das composições, o músico também
tino”. Aos 17 anos, quando era flauta solo na Or- se aventurou na produção de um DVD, no fi-
questra Sinfônica Brasileira, na série Concertos nal do ano passado, e se prepara para a gra-
para Juventude, chegou a desistir da carreira, pois vação de um CD com a Orquestra Filarmônica
não via perspectivas como intérprete de música da Amazônia, em junho. Paralelamente, está
clássica. “Me sentia limitado”, conta ele, que fi- em turnê com seu quinteto, o BGB – Banda
cou dois anos trabalhando como fotógrafo. Groove Brasil. “Fazemos um espetáculo inte-
Seu primeiro contato com o saxofone veio rativo e dançante que talvez resulte em um
pelas mãos de um amigo, que passou em seu próximo CD. Estou tentando viabilizá-lo, pois
laboratório levando o instrumento. “Foi amor à é um trabalho superpessoal e alternativo, sem
primeira vista. Além de uma grande afinidade, nenhuma interferência mercadológica ou pre-
percebi que com ele poderia me dedicar ao jazz, tensão maior”, assegura o artista.
3
revista 3
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EFEITO SONORO
Prepare-se para
novas emoções
Algumas das 40 novas opções:
TRIUNFAL EM DÓ
T
Novos botões rompetistas já têm uma REGIUM CONCERT EM DÓ
nova opção em instrumen-
tos musicais. Uma não, vá-
rias. Afinal, a Weril está lan-
çando 40 novos modelos.
Com essa grande variedade, o
músico poderá escolher qual o
instrumento ideal para sua apre- campana leve, afinação precisa
sentação ser um sucesso, seja
qual for o ambiente. Com certe- REGIUM STUDIO EM SI BEMOL
Novos capelotes za, um ou mais modelos irão se
adaptar ao estilo e às necessi-
dades musicais do profissional
ou estudante – basta começar a
experimentar!
A linha profissional “Regium” –
com as especificações Concert
ou Studio – tem disponíveis cam- calibre meio largo ou extra-largo
panas em latão amarelo, latão
avermelhado e alpaca, além de
dois pesos diversos. A variação CORNET REGIUM
permite obter resultados diferen-
Gatilhos do Cornet Regium ciados na execução ou mesmo na
adequação à acústica das salas.
Medidas do calibre meio-largo e
extra-largo são oferecidas nos para grandes
trompetes em Sib. performances
4 04/2002
PAPO COM 0 MESTRE
Equilíbrio
Beatriz Weingrill
total
“E
m primeiro lugar, gostaria de deixar cla- das) é
ro: acredito que a preocupação da Weril muito
com a qualidade tecnológica na fabrica- evidente.
ção de seus instrumentos é uma conquis- Mas o
ta significativa para todo o mercado na- instru-
cional. E, sem dúvida, como conseqüên- mento
cia dessa evolução, a linha de trompe- não pro-
tes foi reformulada”, diz Gilberto Siquei- porciona
ra, professor de repertório em Tatuí e pri- apenas
meiro trompete da Orquestra Sinfônica benefíci-
de São Paulo (Osesp), que experimentou os audi-
um dos novos trompetes da linha Re- tivos. O
Gilberto Siqueira aprovou o
gium, o Studio em Dó. equilí- trompete Regium em Dó
Uma das alterações mais elogiadas brio ob-
pelo músico foi o novo projeto, que tido proporciona muito conforto tam-
utiliza o cano principal em reverso, ou bém na hora de tocar.”
seja, um cano mais comprido – quase O músico destaca que ainda foram
a medida de um Sib. Por isso, em sua realizados outros ajustes no instrumen-
extremidade de afinação, o encaixe é to, alguns perceptíveis e outros nem
macho ao invés de fêmea (por isso, diz- tanto. A reunião desses cuidados, em
se que é reverso). “Na prática o resul- sua opinião, transformou o trompete
tado é impressionante. O poder de som Weril em um instrumento extrema-
do instrumento e o equilíbrio em to- mente confiável.
das as regiões (graves, médias e agu- Contato com o Mestre através do fax (11) 3884-1834
PN EA RW FE RI I LL
Mestre Gagliardi na revista da ITA
Beatriz Weingrill
Música para
ultrapassar gerações
Divulgação
D
esde 1992, quando começou pop-rock brasileiro. Baseado em mú-
Encontro
a acompanhar o grupo Skank sicas de grandes compositores da
em suas apresentações, o MPB, o grupo oferece especial des-
trompetista João Vianna já so- taque para as releituras, com arran-
nhava com a formação de uma jos dançantes, que permitem o uso
banda diferente, em que os ins-
trumentos de sopro estivessem à fren-
te do grupo, fugindo do tradicional
trinômio baixo, bateria e guitarra. Foi
dos metais. Um exemplo é a versão
para “Preta, Pretinha”, de Moraes
Moreira. “Não gostamos de modis-
mos. O trabalho, para ser considera-
Weril
A Weril marcou presença com um
em 1999, quando o músico deixou o do bom, precisa estar apto a ultra- agitado estande no I Congresso Téc-
Skank, que seu antigo sonho come- passar gerações”, considera o músi- nico para Regentes, Instrutores, Co-
çou a tomar forma. “Aproveitei mui- co. reógrafos, Balizas e Dirigentes de
to da bagagem adquirida e, ao lado Além de João Vianna no trompe- Fanfarras e Bandas do Estado de São
de Divas, que também esteve no te, o grupo é formado por Pedro Tar- Paulo. Organizado pela Federação
Skank por alguns anos, criei o Vil Me- císio (substituindo Divas) no trombo- de Fanfarras e Bandas do Estado,
tal”, conta João Vianna. O resultado é ne; Jader Joanes, guitarra e vocal, e o evento reuniu cerca de 200 pes-
um som irreverente, inteligente, cria- Clayton Homem, no baixo. Uma cu- soas e teve como objetivo princi-
tivo, acompanhado nos palcos de riosidade: todos os integrantes já to- pal discutir e votar as propostas
coreografias animadas e, acima de caram em bandas de baile. “Acho que foram levadas ao IX Encontro
tudo, contagiantes. que essa vivência comum acabou Nacional e III Congresso Técnico,
O repertório da banda logo con- contribuindo para nossa integração em abril.
quistou Belo Horizonte, a capital do e sucesso”, completa João.
6 04/2002
Alemão gosta
Divulgação
de retreta
ouvir a Banda Treml tocar o estilo com MPB, sucessos internacionais e clás-
o qual ganhou notoriedade entre os sicos. “O crescimento industrial, es-
habitantes, a música típica alemã. pecialmente o moveleiro, o cerâmi-
Com quase 90 anos de idade, a co e o têxtil, mudou o perfil da po-
Banda Treml é um dos mais antigos pulação e seu gosto musical, por isso,
D
O coreto, palco para as retretas da Treml
e autênticos legados musicais folcló- sentimos a necessidade de nos atua-
esde o início da década de 40, ricos do Estado. Criada por 16 músi- lizar, incluindo outros tipos de peças
quarta-feira de verão é dia de cos imigrantes alemães, que deseja- nas apresentações, além das típicas
sair às ruas para ouvir música vam preservar as tradições musicais germânicas”, diz o atual maestro,
na cidade de São Bento do Sul, de seu país de origem, a banda se Pedro Machado Bittencourt.
em Santa Catarina. O local tornou conhecida através dos tem- E para quem ficou curioso, o
todo mundo já conhece, é a Pra- pos, aumentando seu número de in- nome Treml, foi dado em homena-
ça Getúlio Vargas, onde pessoas de to- tegrantes e também seu repertório, gem ao primeiro regente da banda,
das as idades se reúnem para ver e que ganhou a força das peças de João Treml.
Orgulho em ser
RW: Qual a sua opinião sobre
as bandas brasileiras?
PP: Há bandas aqui em São Paulo
mestre de banda
com nível de orquestra, com en-
saios diários de duas horas. Isso faz
a diferença! A partir desse ponto,
pode-se iniciar um movimento para
Peter Persohn, trombonista cam. É importante também saber o expandir essa qualidade para as de-
alemão, foi primeiro trombone que o público quer ouvir. No caso da mais regiões do país. Para chegar-
na Orquestra Sinfônica de Minas nossa banda em Haslach, a popula- mos ao topo, é preciso enxergar
Gerais, de 1984 a 1987. De volta ção não queria ouvir peças desconhe- em que posição estamos agora,
à sua terra natal, em 1989, cidas. Então reformulei o repertório, traçando metas possíveis. Ou seja,
tornou-se mestre de banda. incluindo todo tipo de música. É fun- com um planejamento a médio
Atualmente dirige a Banda damental que o povo se identifique prazo, o nível das bandas brasilei-
Municipal da cidade de Haslach. com a banda, sinta orgulho de tê-la ras pode melhorar em todos os
Revisitando o Brasil, ele nos em sua cidade, em sua escola. Estados.
concedeu esta entrevista à RW: Como é tocar em uma banda Revista Weril: O que é preciso
Revista Weril: na Alemanha? para ser um mestre de banda?
PP: Normalmente, o músico de ban- PP: A primeira coisa é ter em men-
RW: Qual a melhor forma de “le- da na Alemanha tem de tudo: ins- te que trabalhar com amadores é
vantar” uma banda já existente? trumento, partituras, uniforme. O pro- diferente de trabalhar com profis-
PP: Para começar, verificar as condi- blema é a falta de alunos novos. No sionais. É preciso saber explicar coi-
ções dos instrumentos já existentes, país, existe uma concorrência gran- sas complicadas de maneira sim-
se são suficientes e estão em boas de da música com o esporte, que ples. Por exemplo, para fazer
condições. Outros fatores também atrai crianças ainda pequenas para meus alunos entenderem o “pia-
precisam ser avaliados, como as pe- treinar. Para solucionar isso, estamos no”, peço para que imaginem o
ças em arquivo e a programação dos incentivando o ensino de instrumen- som de uma banda tocando a 500
últimos anos, para se ter idéia do ní- tos de fácil aprendizado, como a metros dali e digo que é assim que
vel dos integrantes, do estilo que to- flauta doce. quero ouvi-los.
revista 7
INTERCÂMBIO
QUEREM TROCAR PARTITURAS Eduardo Ribeiro do Amaral (para de bandas e fanfarras) – R. 1o de Maio,
principiantes de saxofone) – R. Divo 79, Vila S. Pedro (SP) – CEP 09760-
Poluceno, casa 52, Otacílio Costa (SC) 530
Marlus Muriel (chorinho, samba e – CEP 88540-000 Isaac Oliveira Silva (com flautistas)
dobrados) – R. Castro Alves, 246, Cen- Diogenes do Carmo (para trompete) – R. Rui Barbosa, 61, Centro, Jaboti
tro, M. Calman (BA) – CEP 44720-000 – R. Padre de Alencar, 2069, Messe- (PR) – CEP 84390-000
Valdir Santana (de jazz para trompe- jana, Fortaleza (CE), CEP 60840-280 Cinthia Gabrir (com músicos em ge-
te) – R. Maria Ciambelli, 353, Parque Juan Carlos Lopes (para iniciantes ral) – R. Oscar Ribeiro, 1162, Indaiatu-
Maria Adelina, Rancharia (SP) – CEP em trombone de vara) – R. Eber Bra- ba – CEP 13330-000
19600-000 ga, 380, Santa Rita (MA) – CEP 65105- Elias Francisco de Lima Neto (com
Clayton Miguel (evangélicas e dobra- 000 saxofonistas) – R. Joaquim Moita, 48,
dos militares) – R. “J”, loteamento Ilha, Décio Raimundo (para clarineta) – R. Centro, Tacaimbu (PE) – CEP 55140-000
71, Ponte dos Carvalhos, Cabo de Sto. Conselheiro Paranhos, 45, Centro, San- Luiz Waldir Colombo (com trompe-
Agostinho (PE) – CEP 54520-000 to Amaro (BA) – CEP 44200-000 tistas) – R. Euclides da Cunha, 310,
João Batista Sabóia (quintetos e du- Descalvado (SP) – CEP 13690-000
etos para trompete) – R. Marechal Na- QUEREM TROCAR Abiqueila Lima (com músicos em
pion, 763, Barra do Ceará, Fortaleza CORRESPONDÊNCIAS geral) – R. das Camélias, 867, Jd. Rê-
(CE) – CEP 60332-690 mulo Zoppi, Indaiatuba (SP) – CEP
Abiqueila Lima – R. das Camélias, Marlus Muriel (com amantes da 13345-080
867, Jd. Rêmulo Zoppi, Indaiatuba (SP) música) – R. Castro Alves, 246, Cen- Saulo Dimas Ferreira – (com saxofo-
– CEP 13345-080 tro, M. Calman (BA) – CEP 44720-000 nistas, trombonistas e trompetistas) -
Saulo Dimas Ferreira (evangélicas) Valdir Santana (com trompetistas) – R. Barão de Pouso Alegre, 1338, São
– R. Barão de Pouso Alegre, 1338, São R. Maria Ciambelli, 353, Parque Ma- Dimas, Conselheiro Lafaiete (MG) –
Dimas, Conselheiro Lafaiete (MG) – ria Adelina, Rancharia (SP) – CEP CEP 36400-000
CEP 36400-000 19600-000 Luciano de Lima Leite (admiradores
Clayton Miguel (com trompetistas) – da música cristã) – R. Francisco R. Al-
QUEREM RECEBER DOAÇÕES R. “J” loteamento Ilha, 71, Ponte dos ves, 60, Lorena (SP) – CEP 12600-000
DE TÉCNICAS / MATERIAIS Carvalhos, Cabo de Sto. Agostinho (PE)
– CEP 54520-000
João Batista Sabóia (para trompete) Daniel Aguiar (com percussionistas) PROCURA/OFERECE
- R. Marechal Napion, 763, Barra do – Av. Vasco Neto, s/nº, Manoel Vitori-
Ceará, Fortaleza (CE) – CEP 60332-690 no (BA) – CEP 45240-000 Vilmar Sampaio oferece “Poema Sin-
Valdir Santana (de improviso e arti- Dacil Virginio Gomes (com trompe- fônico” – O Planeta Esperança – para
culação) – R. Maria Ciambelli, 353, tistas) – R. Maranhão, 40, Jaboatão Banda Sinfônica – R. Cáceres, 228,
Parque Maria Adelina, Rancharia (SP) dos Guararapes (PE) – CEP 54100-500 Casa 2, Centro, Corumbá (MS) – CEP
– CEP 19600-000 David Chaves Tavares (com maestro 74304-040
EU RECOMENDO
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04/2002
EVENTOS FIQUE DE OLHO
Shows e muita música para LIVROS
lançar as novas linhas Weril
Apresentações imperdíveis , com grandes atrações, Musicalização para Pré-Escola e
marcaram os lançamentos Iniciação Musical
Lilia Rosa - Irmãos Vitale
A Weril preparou duas superfestas para apresentar seus mais recentes lançamentos 68 páginas
em trompetes e saxofones. No dia 30 de abril, foi a vez de o músico brasileiro R$ 26,00
conhecer a nova linha Regium de trompetes. A festa foi no Teatro São Pedro, em Informações: (11) 5574-7001
São Paulo, e contou com um show comandado por Gilberto Siqueira, com
participação especial de Chiquinho Oliveira, Quinzinho Oliveira, Márcio Montarroyos O livro trabalha de maneira criativa e
e convidados. A direção artística é de Gilberto Siqueira. eficaz as diferenças entre grave e
agudo, o forte e fraco, o som e o
No dia seguinte, 1o de maio, músicos e o público em geral foram colocados frente silêncio, sempre tendo como base
a frente com a nova linha Spectra II de saxofones. O evento aconteceu na casa situações do dia-a-dia da criança.
noturna Bourbon Street, em São Paulo, e reuniu, sob o comando de Proveta, toda a
sonoridade da Banda Mantiqueira, o talento do multiinstrumentista Paulo Moura e Memórias perdidas: Biografia de
o violonista Yamandu Costa, em um encontro memorável. músico – Chet Baker
Jorge Zahar – Jorge Zahar
128 páginas
Mais festa na final R$ 17,00
Informações: (21)
do Prêmio Weril 2240-0226
O leitor poderá conhe-
Outro evento que merece todas as atenções do músico é a grande final do 5º cer a vida do jazzista
Prêmio Weril para Solistas de Instrumentos de Sopro, marcada para o dia 19 de Chet Baker, um dos
maio, no Teatro Municipal de São Paulo. Com entrada grátis, a finalíssima vai criadores do cool
revelar os vencedores do concurso, que este ano conta com artistas jazz, tido por muitos
internacionais em seu corpo de jurados. A noite ainda reserva outras surpresas como uma figura dis-
para os presentes, incluindo um grande show de música instrumental para tante, de vida pessoal
encerrar o Prêmio Weril. Não deixe de assistir essa noite de gala e muita música atribulada e cheia de
de qualidade no Municipal! altos e baixos.
NAVEGUE CDS
www.brasilbandas.com.br
Ideal para quem quer ficar atualizado so- Jazz Legends - Hinos Pátrios
bre as últimas notícias de bandas no Brasil SaxTenor Gravadora: Playarte Music
e no mundo. Possui diversos links, tais como Gravadora: Informações:
para a Confederação Nacional de Bandas MoviePlay (11)5051-5776
e Fanfarras e a Weril. O interessado tam- Informações: Reúne os hinos brasileiros in-
bém pode se cadastrar e receber as infor- 3115-6833 terpretados pela Banda Sinfô-
mações em seu endereço eletrônico.
Apesar de faltarem nica do Corpo de Fuzileiros
www.catabandas.com nomes como Coltra- Navais e o Coral UNIT –Cen-
É uma ferramenta virtual que divulga músi- ne, Coleman Hawkins e Lester Young, tro Universitário Do Triângulo. Desta-
cos (bandas, solo, lírico, orquestra, big ban- a coletânea é interessante, ao permitir que para as faixas em playback e para
ds e etc.) e empresas afins (estúdios, grava-
a comparação de quatro grandes ex- o bônus especial, com letras, partitu-
doras, aluguel de palco-som-luz, banheiros
poentes do sax tenor: Ben Webster, Don ras e cifras, que podem ser visualiza-
químicos e espaços para eventos entre ou-
tros) para casas noturnas e organizadores de Byas, Dexter Gordon e Johnny Griffin. das e impressas por um computador.
eventos em todo o Brasil.
revista 9
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PM EÚ SR I F C I A L V I V A
Um dia musical
no Rio
MÁRCIO MONTARROYOS dá a dica para quem vai ao
Rio de Janeiro consumir música
N
esta e nas próximas edições, a com música instrumental ao vivo e vale
Revista Weril irá apresentar os a pena participar.
melhores lugares que as capitais Para quem gosta de espaços al-
oferecem para quem curte mú- ternativos, a loja Severyna, do Guto
sica, sempre através da visão de Goff, baterista do Barão Vermelho, é
Beatriz Weingrill um grande instrumentista. Para uma excelente pedida. Além de ofe-
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DICA TÉCNICA 55
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trombone
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no
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principal objetivo dos instrumentistas de sopro tem de ser incorporado como um ornamento, era utilizado
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sido sempre o de obter um bom som. Porém, tendên- pelos instrumentistas de sopro para minimizar proble-
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cias da música contemporânea permitem novas infe- mas de afinação, causados pelo Sistema Temperado. Para
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rências sonoras, além das sonoridades puras, tradi- produzir o vibrato, o instrumentista pode fazer uso do
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Explorar essas novas sonoridades implica exigir dos in- mento tocado (o trombone tem destaque, devido ao seu
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térpretes efeitos de maior proporção do que aqueles pos- sistema de varas corrediças, que permite movimentos os-
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prático é o dos trombonistas contratados para gravar tri- d) Frulatos – Este termo especial é uma palavra onomato-
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divertidos, cômicos ou muito dramáticos às produções. momento da produção sonora e, como resultado, obtém-se
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Uma vez alcançado o domínio básico do instrumento som semelhante ao ronco de um motor ou rasgado de gar-
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(total controle da afinação e uniformidade sonora), é hora ganta. Este recurso é muito utilizado na música contemporâ-
○
de se incorporar novos recursos sonoros às performances nea, choro “gaiato” e em especial no jazz norte-americano.
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musicais que os permitirem. Com tantos efeitos à disposi- e) Glissandos – Este termo de origem francesa, que
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ção, pode-se inovar performances a cada momento. Cabe significa escorregando, designa o processo de tocar gra-
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ao intérprete saber discernir onde e quando utilizá-las. dualmente as notas existentes entre os menores intervalos
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Os estilos de época também determinam a utilização, da música ocidental. O trombone é o instrumento da famí-
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ou não, desses recursos. O bom senso do intérprete e a lia dos metais que pode realizar os glissandos com maior
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pesquisa sobre o estilo possibilitam que os recursos não excelência. No entanto, o glissando natural máximo obti-
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sejam empregados erroneamente. Por exemplo, fazer uso do tem a extensão de uma quarta aumentada, e não de
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de recursos como o glissando em música Barroca seria to- toda a extensão do instrumento, conforme mencionado
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talmente inadequado. Afinal, esse estilo não inclui o glis- nos mais renomados manuais de orquestração.
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Os efeitos sonoros especiais dividem-se em grupos de a) Surdina – Termo utilizado para designar o acessório
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duas naturezas, A combinação dos efeitos especiais das duas do trombone equivalente àquele dos instrumentos da fa-
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naturezas, somada à expressividade individual do intérpre- mília das cordas friccionadas, que servem para alterar o
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te, tornam infinitas as possibilidades sonoras do trombone: timbre e o volume sonoro. No caso dos metais, tais ins-
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a) Notas duplas e multifônicos – É tido como um dos seu real efeito. As surdinas podem ser feitas de metal, ma-
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efeitos mais interessantes produzidos por um instrumento deira, papelão, plástico, fibra de vidro e outros materiais. O
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de metal, muito utilizado por solistas de música de câmara, timbre obtido com ela é resultante do material utilizado em
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com objetivo principal de harmonizar trechos das cadênci- sua construção e diretamente proporcional ao formato.
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som e cantando outro, conseguindo como resultado uma riedades de surdinas, podemos citar outros recursos que
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terceira nota, dependendo da afinação. Se tocarmos uma enriquecem o universo sonoro do trombone. O uso de
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nota do segundo harmônico do trombone e cantarmos chapéus, lenços, posicionamento das mãos diante da cam-
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sua terça uma oitava acima, a quinta do acorde surgirá pana, imersão da campana em recipientes com água e ven-
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como resultado da soma dos dois sons emitidos. Cabe ao tiladores em frente à campana são aparatos mecânicos que
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instrumentista equalizar as notas emitidas, a fim de obter complementam os vários recursos utilizáveis na performan-
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b) Dicções – Podem ser comparadas às inflexões da lín- câmaras de eco, reverberadores, periféricos de efeitos ele-
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gua falada, em que as diferenças regionais, pátrias e étni- trônicos diversificados, controladores midi, computadores
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cas constituem um conjunto que diferencia o modo de e sequencers, aumentando o número de timbres e possibi-
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falar de cada indivíduo. Na prática, é algo similar ao sota- lidades sonoras a serem explorados.
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ções, das mais “secas” às mais “suaves”, produzirá efeitos OLIVEIRA, Alciomar. O Trombone na Música
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revista 15
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DICA TÉCNICA 56
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As Primeiras Notas Musicais
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na Clarineta
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W. Hipólito da Silva*
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urante alguns anos convivendo com o ensino palheta e permitirá que ela vibre ao receber a pres-
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da clarineta para crianças e adolescentes, obser- são do ar enviada. Isso feito, o instrumento deve ser
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vei que existe uma certa dificuldade dos alunos soprado sem se acionar qualquer mecanismo; ten-
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no primeiro contato com este instrumento e a tando-se pronunciar a sílaba “TU”. A nota tocada
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produção do som. será SOL. Para melhor desempenho, repita o exercí-
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Isso acontece porque o aluno, ao se deparar com a cio várias vezes.
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complexidade desse instrumento musical (composto por 4. Em seguida, feche o orifício na parte inferior junto
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palheta, boquilha, barrilete, corpo menor, corpo mai- ao registro com o dedo polegar esquerdo e sopre no
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or, chaves de acionamento, orifícios e campana), pres- instrumento novamente, tentando pronunciar a sílaba
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supõe encontrar dificuldades em aprender a tocá-lo, o “TU”. A nota tocada será FA.
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que não corresponde à realidade. 5. Continue com o dedo polegar preso sobre a “aber-
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É preciso então alertar o candidato a instrumentis- tura” inferior, vedando o orifício; faça o mesmo movi-
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ta para alguns pontos, lembrando que: mento com o indicador esquerdo, no primeiro orifício
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1. O mecanismo evoluiu para a forma tal conhecemos superior. A resposta obtida será a nota MI.
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hoje exatamente para ajudar e facilitar a execução 6. Mantenha o exercício anterior, acrescente o dedo
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das escalas musicais. anular no segundo orifício, e a nota será RE.
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2. Apesar de ser muito comum o iniciante acreditar 7. Finalizando as primeiras notas, mantenha o exercí-
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que, para tocar as primeiras notas musicais será ne- cio anterior e acrescente o dedo médio sobre o tercei-
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cessário fechar todas as aberturas e chaves, esse não ro orifício, para obter a nota DO.
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é o caminho indicado. 8. Vale ressaltar que para atingir uma boa embocadu-
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3. A falta de familiaridade das mãos com o instrumento ra e o controle completo pela boca e língua da boqui-
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e a pequena abertura entre os dedos da criança não lha, o aluno deve tomar os devidos cuidados:
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favorecem um bom desempenho aos iniciantes. a) Controlar a pressão do ar emitido na boquiha;
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Para não correr o risco de perder um futuro clarine- b) Tocar a língua levemente na palheta a cada exe-
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tista, aqui vão algumas dicas para um bom início de cução de notas;
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aprendizado. c) Ter delicadeza e leveza na sonoridade. ○
Bibliografia:
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2. Utilize preferencialmente palheta de nº 1.1/2 para Pecci, Domingos. Método para Clarineta e Saxofo-
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do-se com os dentes incisivos superiores a parte supe- W. Hipólito da Silva é professor da Escola Cromática
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rior da boquilha e dobrando-se um pouco o lábio infe- Music Center, em Sales, e do Conservatório Musical
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rior sobre os incisivos inferiores. Dessa maneira, será Strauss, na cidade de Urupês, ambas no interior
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formada uma espécie de acolchoado, que protegerá a de São Paulo. Contato: whipolitto@hotmail.com
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10 04/2002
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DICA TÉCNICA 57
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rataremos aqui dos aspectos técnicos que envolvem a arte deve estar perpendicular à ponta do nariz do músico.
Por Alciomar Oliveira*
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de tocar flauta, começando pela respiração, o primeiro Os pés podem ficar paralelos um ao outro ou fazendo um
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passo para se dominar o instrumento. Inicialmente, falare- “L”, o direito sendo a base e o esquerdo à frente, levemente
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mos sobre seu mecanismo: a respiração se divide em inspira- separados. Giramos a cabeça para esquerda em direção à es-
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ar para os pulmões. Para se ter uma respiração silenciosa e Nosso corpo nunca ficará de frente para a estante e sim para
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flexível (mais rápida ou mais lenta), devemos pronunciar a vogal a direita. O mesmo vale quando estamos sentados. Os pés devem
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“Ô”como se fosse um bocejo. Assim, abrimos a garganta, abai- tocar o chão, e a cadeira voltada para a direita para girarmos a
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xamos a língua e o ar passa sem obstáculos, portanto, sem cabeça para a esquerda. A flauta é transversal, não a tocamos
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barulho. A língua, além de estar abaixada, deve encostar nos como um clarinete, por exemplo. Se não prestarmos atenção a
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dentes inferiores (apenas encostar, sem empurrar; se isso acon- estes detalhes, pode-se desenvolver graves problemas de coluna.
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tecer, haverá tensão demasiada, ocasionando o fechamento da Devemos pensar em movimentos horizontais, seguindo as linhas
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garganta e, por conseqüência, do som). das frases, para não criarmos vícios de tocar acentuando notas
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Na expiração, usamos os músculos abdominais para expulsar sem nessessidade, a menos que estejam indicados acentos na
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o ar dos pulmões. No controle da velocidade em que ocorre este partitura. Os movimentos devem estar sempre relacionados à
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processo de expulsão, através dos músculos abdominais, reside música, como se fôssemos atores interpretando um texto.
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o controle da dinâmica. Quanto mais ar, mais forte; quanto Posição dos dedos: devemos pensar em dedos natural-
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menos ar, mais piano. Este controle se chama “apoio” ou su- mente curvados e tocando as chaves com a região da polpa.
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porte dos músculos abdominais. Os lábios se incumbem de con- Como exceção à regra, temos o dedo indicador esquerdo, que
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trolar a velocidade final do ar e, por conseguinte, a afinação. toca a chave com a ponta. O polegar esquerdo, dependendo do
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Para se ter a sensação do mecanismo de inspiração e expi- tamanho da mão, toca com a polpa, mas com a parte do lado
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ração e do apoio, podemos imitar a respiração ofegante de um esquerdo por uma questão de comodidade. O polegar direito
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cachorro (sempre pensando na vogal “Ô”). Progressivamente, participa da sustentação do instrumento, curvando-se natural-
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vai-se aumentando o tempo da inspiração e da expiração, sem- mente para esquerda, posicionado entre uma região logo abai-
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pre mantendo a garganta aberta, expirando o ar com som de xo do indicador e na metade entre o indicador e o médio. O
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“F”(lábios mais fechados para sentir a resistência do ar sem indicador da mão esquerda também participa da sustentação
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fechar a garganta), mas com a cavidade bucal bem aberta (Ô) e do instrumento, mas com sua parte baixa, após a segunda arti-
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inspirando o ar como um bocejo, treinando assim a sustentação culação de cima para baixo, entre a terceira e a quarta linha.
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Devemos estudar a respiração sem a flauta por uma ques- É aquela região onde se formam calos.
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tão de concentração. Depois de devidamente trabalhado indivi- Devemos pensar em segurar a flauta pelos lados, formando
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dualmente, transferimos o domínio da respiração para o instru- uma alavanca contra o queixo. O polegar direito empurra a
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mento. Para tanto, podemos usar uma bolsa de ar de cinco litros flauta para frente, a parte baixa do indicador esquerdo empur-
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(conhecida como ressuscitador). O ideal é comprar a bolsa impor- ra a flauta para trás, e a flauta vai direto contra o queixo. É
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tada, mais lisa e fácil de visualizar. O exercício consiste em encher importante notar que tanto o polegar direito como a parte
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a bolsa de ar e inspirá-lo silenciosamente e o mais rápido possível baixa do indicador esquerdo devem empurrar a flauta com um
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(pensar em Ô). Pode-se, a seguir, medir a respiração, pensando- certo ângulo (aproximadamente 45º em relação ao chão) para
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se em expirar em quatro semínimas e inspirar na última semínima cima, para que a flauta não tenha tendência a girar para den-
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num compasso 5 por 4 e semínima = 60. Vai se aumentando a tro (o que causaria perda de flexibilidade no som).
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velocidade aos poucos, respirando-se a seguir na última colcheia, Devemos perceber a importância do dedo indicador da mão
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depois na última semi-colcheia e assim por diante. A idéia do uso esquerda quanto à sustentação do instrumento e a facilidade
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da bolsa de ar para flautistas é do prof. Keith Underwood. Uma da técnica de digitação da mão esquerda. Ele empurra a flauta
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boa respiração é silenciosa, flexível quanto à velocidade e intima- contra o queixo com a parte de baixo, onde se formam calos.
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mente ligada à música, nunca cortando frases. Assim como o polegar da mão direita, ele empurra com um certo
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Postura: Quando de pé, devemos pensar em uma postura ângulo para cima. Toca a chave com a ponta e não com a polpa.
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relaxada, ereta, com cabeça e tronco erguidos, joelhos leve- Assemelha-se à figura de um cisne. A segunda articulação dobra,
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mente dobrados, peso nas coxas, sensação de uma linha imagi- de forma a ficar perpendicular à região anterior do dedo, e a
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nária que vai do calcanhar, passando pelas costas e indo até a primeira articulação dobra, de modo que o dedo toca a chave com
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cabeça, alongando o corpo inteiro. Para deixar a cabeça na a ponta. Atenção: a terceira articulação deve dobrar de forma
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posição certa, não muito abaixada e nem muito erguida, pode- moderada, para que o dedo não fique nem muito alto, nem muito
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mos fazer um teste, cantando e sustentando a vogal “Ô” e baixo. Com isso, se obtém maior controle da digitação da mão
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abaixando e erguendo a cabeça sucessivamente. Devemos pro- esquerda, facilitando passagens difíceis que envolvem esta mão.
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curar o som mais ressonante e aberto, indicando que estamos O importante é que tanto o dedo indicador da mão esquerda
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abrindo a garganta e com a postura correta. A sensação é de quanto o dedo polegar da mão direita fiquem relaxados.
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alongamento da coluna cervical (região do pescoço). Embocadura: A embocadura é uma conseqüência da forma
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Os braços formam triângulos com o corpo. Se fôssemos vistos como sopramos. Ela dá o acabamento final ao ar que produzirá o
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de cima, veríamos dois triângulos cujos lados seriam formados som. Se soprarmos de forma correta, com apoio, sem fechar a
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pelos braços, antebraços e corpo. Devemos sempre pensar em garganta, é quase certo que a embocadura será relaxada.
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relaxar os ombros. O quanto levantamos ou abaixamos os cotove- Não devemos sorrir espremendo os cantos dos lábios e nem
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los e o quanto dobramos os pulsos devem estar relacionados com o tampouco exagerar no relaxamento, enchendo as bochechas
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relaxamento dos ombros e o alinhamento da flauta com relação ao demasiadamente de ar. Deve ser relaxada e natural, quase sem
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corpo. Vendo um flautista de frente, a linha do instrumento deve modificar a forma dos lábios quando estamos com a boca fecha-
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ser paralela com a linha dos lábios. Vista de cima, a linha da flauta da. Os lábios superiores ficam levemente na frente dos inferiores,
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revista 15
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para projetar o ar na quina do buraco do porta-lábio, onde o som tinuar regando a mesma planta com mais água (tocar a mesma
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é produzido. Segundo Keith Underwood, devemos pensar em usar nota mais forte), ao abrirmos a torneira (empurrar mais ar com
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mais os músculos vizinhos dos lábios e não somente o músculo abdome) temos que, ao mesmo tempo, aumentar o tamanho do
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orbicularis (lábios). Usamos o triangularis, que abaixa o canto dos buraco da mangueira por onde sai a água (relaxar mais os lábios,
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lábios. Usamos o mentalis, músculo do queixo que leva o lábio infe- aumentando o tamanho do buraco dos lábios). Caso contrário, a
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rior para frente, cobrindo mais o bocal. E usamos o caninus, múscu- água ultrapassa a planta com menos água (tocar a mesma nota
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lo da “maçã” do rosto, que controla os lábios superiores, dando mais piano); ao fecharmos a torneira (empurrar menos ar com o
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mais foco ao som. Com o uso destes músculos faciais, a embocadu- abdome), temos que, ao mesmo tempo, diminuir o tamanho do
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ra resultante permite um som maior, mais flexível e interessante buraco da mangueira por onde sai a água (aproximar mais os
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em termos de beleza e controle de timbre, dinâmica e afinação! lábios sem espremê-los, diminuindo o tamanho do buraco dos
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Uma analogia que sempre funciona é o sopro de uma vela lábios). Caso contrário, a água se distancia da planta, indo em
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ou várias velas de aniversário. A diferença é que o ângulo para nossa direção (a afinação cai). Em outras palavras, deixar os lábios
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soprar na flauta é mais para baixo. Mas a embocadura é prati- relaxados, flexíveis, apenas moldando a coluna de ar, permitindo
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camente a mesma, como se pronunciando o fonema “F” com as mudanças de dinâmica sem variar a velocidade e a afinação.
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dentes mais afastados. Para mudarmos o timbre sem modificarmos a afinação, bas-
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Muita polêmica envolve a forma como o vibrato é produzi- ta soprarmos com mais foco (som mais claro) ou menos foco
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do. Primeiramente, a definição de vibrato para cantores e ins- (som mais escuro), sem modificar a velocidade da palheta de ar
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trumentistas de sopros é: variação da coluna de ar através da que sopramos na quina onde o som é produzido. O foco diz
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garganta (nos instrumentos de cordas, é uma variação na fre- respeito ao formato da palheta de ar. Uma palheta mais con-
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qüência do som). É uma sucessão de uso alternado de uma maior centrada, fina, produz som mais claro. Palheta de ar mais difu-
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quantidade de ar com uma menor quantidade de ar, como se sa, larga, produz som mais escuro. Depende da abertura dos
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fossem pulsos de ar. É claro que, se a garganta estiver fechada, lábios e do uso do ar. A abertura da cavidade bucal e a posição
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teremos o popular “vibrito”, o vibrato de cabrito, tão tocado da língua influenciam na ressonância do som.
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nas rádios. Devemos pensar em abrir a garganta enquanto fa- A articulação é determinada pelo ataque, duração e dinâ-
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zemos uma leve ação para pulsar o ar. Para efeito de aprendi- mica de cada nota a ser tocada. Para tanto, fazemos uso de
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zado, podemos pensar em tocar uma nota longa na flauta e diferentes posições da língua durante o ataque e, principalmen-
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tossir suavemente enquanto sopramos com a vogal “Ô”, sem te, do uso da coluna de ar.
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interromper o fluxo de ar, sempre sustentando o sopro e o som. O ar é o elemento mais importante na articulação, respon-
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Suavizamos cada vez mais a tosse até que não haja interrupção sável pela duração e dinâmica da mesma, pois a língua não deve
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na coluna de ar pelo fechamento temporário da garganta pro- cortar a coluna de ar, nem os lábios. A língua é responsável
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vocado pela tosse. É uma versão suave de tosse, sem fechar a apenas pela precisão do ataque, do início da nota. Funciona
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garganta. A variação na afinação é uma conseqüência do vibra- como uma válvula que inicialmente fecha o caminho do ar para
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to, não o objetivo maior, que é variar a quantidade de ar, alter- fora da boca e, quando colocada para trás, libera este caminho,
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nando mais ar e menos ar no sopro. A sensação do vibrato de permitindo que o som se inicie. A língua, portanto, não bate, ela
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diafragma é causada pelo ar que pode voltar para baixo enquan- sai do caminho. Existe uma certa pressão atrás da língua, devido
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to vibramos com a garganta. Como sabemos, o diafragma é um ao ar que está prestes a ser liberado, articulado. Esta pressão
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músculo liso, portanto, involuntário. depende do apoio dos músculos abdominais, que, além disso,
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A afinação é uma questão da superfície de reflexão sonora controlam a quantidade de ar a ser liberado (dinâmica e dura-
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e da velocidade da palheta de ar que sopramos. ção da nota). Os lábios dão o acabamento final ao ar liberado,
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Quanto maior a superfície de reflexão sonora, mais alta é a controlando sua velocidade (afinação) e direção (foco e timbre).
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afinação. Quanto menor, mais baixa. Aumentamos a superfície Vale lembrar que a língua deve estar sempre relaxada e deve-se
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de reflexão sonora cobrindo menos o bocal, e a diminuímos usar movimentos mínimos.
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cobrindo mais. Para cobrir menos o bocal, basta girar a flauta Alguns inícios de frase, de tão sutis, pedem articulação sem
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mais para fora ou levar os lábios inferiores mais para trás; para língua. Ex.: o início do “Prélude à L’apres-midi d’un Faune”, de
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cobrir mais, basta girar mais para dentro ou deixar os lábios Debussy. Usamos a articulação simples para passagens não mui-
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inferiores mais para frente. Por exemplo, quando vamos tocar to rápidas, onde conseguimos articular grupos de notas sucessi-
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uma nota aguda e pianíssimo, a tendência é o tensionamento e vamente com a mesma sílaba. Usamos a letra “T” ou “D”,
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conseqüente colapso dos lábios inferiores para frente. Isto faz a sendo que o “T” confere ataque mais nítido e o “D” ataque
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nota cair em afinação. Se usarmos a “psicologia invertida”, pode- mais suave. Formamos diferentes sílabas dependendo da vogal
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mos pensar em rolar os lábios inferiores nos dentes inferiores, o que queremos para a passagem em questão. Ex.: Ta, Te, Ti, To,
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que evita levarmos os lábios inferiores tão para frente, mantendo Tu ou Da, Di, Do, Du. A língua se posiciona entre os dentes para
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a superfície de reflexão sonora e, por conseqüência, a afinação. os registros médios e agudos, e logo atrás dos dentes superiores
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Se mudarmos o ângulo como sopramos o ar, também mudamos a (palato duro), para o registro grave. ○
afinação. Se soprarmos mais para fora do bocal, a afinação sobe, Usamos a articulação dupla para passagens mais rápidas,
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pois o ar interno da flauta diminui de tamanho, aumentando a onde necessitamos alternar duas sílabas para maior comodida-
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freqüência sonora e subindo a afinação. Isto ocorre porque uma de e clareza de execução (letras “T-K” alternadamente ou“D-
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menor quantidade do ar soprado participa da coluna de ar inte- G”). Se a passagem for muito rápida, é mais aconselhável usar
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rior, diminuindo o seu tamanho. Se soprarmos mais para dentro do o“D-G”, que deixa a articulação mais leve e a frase mais fluen-
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bocal, a afinação desce, pois o ar interno da flauta aumenta de te. Como a sucessão de notas já é rápida, as notas soarão natu-
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tamanho, diminuindo a freqüência sonora e abaixando a afinação. ralmente curtas. Usamos também em passagens rápidas a arti-
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Isto ocorre porque uma maior quantidade do ar soprado partici- culação tripla, onde há grupos de três notas sucessivas. Usamos
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pa da coluna de ar interior, aumentando o seu tamanho. as letras “T-K-T” ou “D-G-D”. O D-G-D é mais indicado para
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de ar (através do apoio) e, por conseguinte, a dinâmica, os lábios O importante é que técnica e musicalidade caminhem jun-
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controlam a velocidade da palheta de ar e a afinação. tas. A técnica deve ser escrava da música, e nunca o contrário!
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analogia com a mangueira de jardim. Os músculos abdominais * Renato Kimachi, professor e mestre em Música - Flauta pela
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representam a torneira, e os lábios, o final da mangueira. Ima- Arizona State University, é flautista principal da Orquestra Sinfônica
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ginemos que vamos regar uma planta à nossa frente. Para con- de Ribeirão Preto. Contato:reneveski@hotmail.com
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10 04/2002
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OK, D
Divulgação
gravando
Selos independentes abrem caminho
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para a música instrumental
Gravar um disco de música instrumental por uma gran-
de gravadora no Brasil é um privilégio com o qual poucos
podem sonhar. Porém, para aqueles que não desistem de
O
ver seu trabalho registrado em CD, o mercado de selos
independentes está a todo vapor e é uma boa alternativa.
S
A flautista Léa Freire, por exemplo, criou em 1997 o
selo Maritaca. Ela acredita que existe espaço no mercado
para gente dedicada, talentosa, que procura se destacar
de alguma maneira com seu trabalho. “Gravações de mú-
sica instrumental brasileira estão evoluindo rapidamente,
T
conforme a experiência dos novos selos. E o brasileiro está
cada vez mais consciente de sua própria carreira, o que O
N
colabora para o aumento do número de gravações”, co-
menta Léa. Para quem deseja gravar um CD, a diretora da
Maritaca dá algumas dicas (confira no box). Outras grava-
Léa Freire: dicas para gravar seu próprio CD
doras especializadas são a Núcleo Contemporâneo e a Pau
Brasil, de São Paulo, a Biscoito Fino e a Vison, do Rio de
Janeiro, e Terra dos Pássaros, em Minas Gerais.
S
Serviço: Maritaca, fone (11) 3021-5282.
revista 115
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E
N
Beatriz Weingrill
T
R A caminho
E
V
do Texas
Doutor em trombone performance pela Catholic University of
America, Estados Unidos - título obtido após mestrado na Juilliard
I School, de Nova York, Radegundis Feitosa Nunes venceu diversos
concursos nacionais e internacionais.
Revista Weril – O que, exatamente, senvolvimento de nova literatura e 40% de teoria, porque, pelo menos
acontecerá nesse evento no Texas? construção de novos instrumentos. na música, nós sabemos que a teoria
Radegundis – O grupo Weril Trom- RW – É preciso mudar alguma coisa surgiu para explicar a prática, daí a
bone Ensemble, formado por Rade- na produção de música instrumental necessidade de se praticar mais.
gundis Feitosa, Renato Farias e o Quar- brasileira? RW – Como organizar de forma pro-
teto de Trombones da Paraíba (San- RFN – Em termos de quantidade e dutiva o tempo de estudos?
doval de Oliveira, Roberto Ângelo, Gil- qualidade de produção musical, nós RFN – Acredito que sob a orientação
vando Pereira e Stanley Bernardo), foi evoluímos bastante, mas cometemos de um professor que tenha credibili-
convidado para participar do Festival o grande pecado de não darmos im- dade pedagógica, a forma mais produ-
Internacional de Trombones 2002, que portância à maneira como esta músi- tiva para organizar o tempo de estudos
acontecerá na University of North Te- ca deveria ser levada até as pessoas, para um instrumentista de metal, de
xas, de 23 a 28 de maio deste ano. É o para que elas também aprendessem nível intermediário a avançado, é a se-
maior evento anual envolvendo trom- a apreciá-la. Por isso, o mais urgente guinte: aproximadamente 30 minutos de
bonistas de todo o mundo, das mais no momento é popularizar, de forma exercícios clínicos para aquecimento,
variadas especialidades. Por isso, é in- sistematizada, a música instrumental. uma hora para exercícios de métodos,
discutível sua importância em relação Os mecanismos para fazer com que uma hora para praticar o repertório solo,
ao intercâmbio cultural que ele propor- isto aconteça são muitos, mas preci- 40 minutos dedicados ao repertório de
ciona. O grupo vai aproveitar para de- sam ser estudados criteriosamente música de câmara e 40 minutos para
monstrar o que estamos fazendo aqui para que sua aplicação seja eficiente. praticar o repertório de orquestra, o que
no Brasil em relação à construção de Pessoalmente, acredito que isto só será soma um total de quase quatro horas,
instrumentos, que é o caso do trombo- possível se houver um compromisso que devem ser distribuídas ao longo do
ne G. Gagliardi, da Weril, e também um conjunto entre músicos, Estado, inici- dia, manhã, tarde e noite, cuidando para
repertório bem diversificado e com bas- ativa privada e mídia. que os períodos de prática sejam de pre-
tante música brasileira. Nosso objetivo RW – Teoria versus prática, o que é ferência de uma hora e meia, e não
é ser uma novidade marcante no even- mais importante? ultrapassando duas horas seguidas. É
to, edificando ainda mais a boa ima- RFN – O importante é haver um certo importante também que haja um espa-
gem do trombone no Brasil, tanto do equilíbrio entre os dois. Eu diria que a ço mínimo de duas a três horas entre
ponto de vista pedagógico como do de- fórmula ideal seria 60% de prática e um período e outro.
10 04/2002
16 04/2002 Informações sobre o Festival pelo site: http://www.ita-web.org/festival