KVP
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RIBEIRÃO PRETO – SP
2005
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
FFCLRP – DEPARTAMENTO DE FÍSICA E MATEMÁTICA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FÍSICA APLICADA À
MEDICINA E BIOLOLOGIA
RIBEIRÃO PRETO – SP
2005
FICHA CATALOGRÁFICA
Nali, C. Ivan
Desenvolvimento de um medidor de kVp portátil
para utilização nos procedimentos de controle de
qualidade em radiodiagnóstico. Ribeirão Preto, 2005.
76 p.: il.; 30cm.
A meus pais ODAIR e ANNA por todo apoio, paciência, compreensão e pelo empenho
dedicado durante a minha formação moral. Por todas as lições e esforços em busca da
realização dos meus sonhos.
Aos meus tios ELDEREIS e SONIA por terem me ajudado na decisão que resultou no
ingresso na pós-graduação do Departamento de Física e Matemática e toda ajuda durante
esses anos.
A Deus por me dar saúde e paz para poder continuar a minha caminhada.
AGRADECIMENTOS
Ao Prof. Dr. Carlos Alberto Pelá por ter me guiado durante todo o meu trabalho, e pelos
aprendizados nas áreas de eletrônica e física relacionadas à instrumentação e a sistemas de
detecção de radiação.
Ao Prof. Dr. Thomaz Ghilardi Netto por todas as referências bibliográficas, artigos e
outros documentos cedidos que tiveram grande relevância para o desenvolvimento desse
trabalho.
Ao Dr. Renato Glauco de Souza Rodrigues por todas as explicações das teorias da física
e de simulações computacionais necessárias para a compreensão da metodologia utilizada na
construção do protótipo.
Ao Dr. Evamberto Garcia de Góes pela a ajuda durante o processo de escrita dessa
dissertação e por todas as dicas importantes sobre a teoria que obrigatoriamente deveria estar
presente no texto.
Às Dras. Cassiana Viccari e Patrícia Nicolucci pela amizade e pelas opiniões a respeito
desse trabalho.
A José Luiz Bruçó pelo empenho na compra dos componentes necessários para a
montagem de toda a parte eletrônica do protótipo e pela ajuda no desenvolvimento do seu
circuito eletrônico.
Aos amigos do CIDRA, Eliana, Alexandre, Daniel, Flávia, Simone, Márcia pela
companhia e disponibilidade.
Aos amigos do curso de Física Médica, Thatiane, Pedro, Vitor, Igor, Hermes.
Ao pessoal do Serviço de Física Médica do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto.
The quality assurance control programmes (QACP) in clinical radiology are important
to reduce the exposure in the patient and to improve image quality. According to the effective
regulations in our country on quality control in clinical radiology, the x-ray beam energy is
one of the parameters that should be determined in a QACP. This parameter is associated with
the risk/benefit relationship for the patient and with the cost/benefit for the radiodiagnostic
facility. Aiming to develop a national technology to determine the kilovolt peak (kVp) of
medical and dental x-ray equipments, it was built a prototype based on digital electronics and
on process of beam filtering using copper. The prototype operate ranging from 45 to 125 kVp.
The thickness of each filter was selected through computer simulation using the Birch and
Marshall model. The prototype uses an x-ray detection system (based on silicon sensors), a
microcontrolled system (to data acquisition and processing), and a regulating circuit (to
regulate the source voltage). The hardware and the microcontroller software were developed
aiming to make available a simplified technology, which can easily be repaired. The
electronic boards were dimensioned in order to make available a portable kVp meter. The out
signal of the detectors was amplified by a circuit designed to minimize energy consumption
without changing on response time. The prototype was validated using three-phase medical x-
ray and single-phase odontological x-ray generators. The prototype response showed a
variation lower than 3% when it was compared to a standard system. The method proposed in
this work is simple, economically viable, and adapted for quality assurance control
programmes in the clinical environment.
ÍNDICE:
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................1
1.1 Relevância ..........................................................................................................................3
2 FUNDAMENTOS TEÓRICOS..........................................................................................4
2.1 Interação da Radiação com a Matéria............................................................................4
2.1.1 Efeito Fotoelétrico ...........................................................................................................4
2.1.2 Efeito Compton ...............................................................................................................5
2.1.3 Formação de Pares...........................................................................................................6
2.2 Produção de Raios X .........................................................................................................6
2.2.1 Espectro Característico ou de Linhas ............................................................................10
2.2.2 Espectro Contínuo (Bremsstrahlung) ............................................................................12
2.2.3 Atenuação Exponencial – Utilização de Filtros ............................................................13
2.3 Programa de Controle de Qualidade em Radiodiagnóstico ........................................17
2.3.1 Qualidade da Imagem....................................................................................................18
2.3.2 Etapas e Critérios do Programa de Controle de Qualidade ...........................................25
2.4 Sistemas de Determinação da kVp.................................................................................26
2.4.1 Sistema Mecânico..........................................................................................................26
2.4.2 Sistemas Digitais ...........................................................................................................30
3 MATERIAIS E MÉTODOS.............................................................................................34
3.1 Seleção da Espessura dos Filtros de Cobre ...................................................................34
3.2 Sistema de Detecção ........................................................................................................34
3.2.1 Fotodiodos .....................................................................................................................34
3.2.2 Circuito de Amplificação...............................................................................................35
3.3 Sistema de Aquisição e Processamento de Dados .........................................................36
3.3.1 Resposta do Sistema de Processamento para Amplitudes de Sinais de raios X............39
3.4 Visor de Cristal Líquido Alfanumérico.........................................................................39
3.5 Circuito Regulador da Voltagem de Alimentação........................................................41
3.6 Configuração do Protótipo para Leituras de kVp........................................................42
3.7 Resposta do Protótipo às Formas de Onda Monofásica e Trifásica ...........................42
3.8 Validação do Protótipo....................................................................................................44
3.8.1 Desempenho do Protótipo em Função da DFM ............................................................44
3.8.2 Desempenho do Protótipo em Função da Miliamperagem ...........................................44
3.8.3 Dependência Angular do Protótipo ...............................................................................45
3.8.4 Influência do Efeito Anódico no Desempenho do Protótipo.........................................46
3.8.5 Desempenho do Protótipo em Relação ao Tamanho do Campo ...................................46
3.8.6 Desempenho do Protótipo em Função da Filtragem do Feixe.......................................46
3.8.7 Desempenho do Protótipo em Relação ao Medidor NERO e ao Divisor de Tensão ....47
3.8.8 Desempenho do Protótipo para Equipamentos de Raios X Monofásicos .....................47
4 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS.......................................................................48
4.1 Sistema de Detecção de Raios X .....................................................................................48
4.2 Sistema de Aquisição e Processamento de Dados .........................................................51
4.3 Circuito Regulador da Voltagem de Alimentação........................................................51
4.4 Arranjo Interno das Placas Eletrônicas e do Visor na Caixa do Protótipo ...............52
4.5 Configuração do Protótipo para a Determinação da kVp...........................................53
4.6 Resposta do Protótipo às Formas de Onda Monofásica e Trifásica ...........................54
4.7 Validação do Protótipo....................................................................................................56
4.7.1 Desempenho do Protótipo em Função da DFM ............................................................56
4.7.2 Desempenho do Protótipo em Função da Miliamperagem ...........................................57
4.7.3 Dependência Angular do Protótipo ...............................................................................57
4.7.4 Influência do Efeito Anódico no Desempenho do Protótipo.........................................58
4.7.5 Desempenho do Protótipo em Relação ao Tamanho do Campo ...................................59
4.7.6 Desempenho do Protótipo em Função da Filtragem do Feixe.......................................59
4.7.7 Desempenho do Protótipo em Relação ao Medidor NERO e ao Divisor de Tensão
Utilizando Equipamentos de Raios X Trifásico ............................................................60
4.7.8 Desempenho do Protótipo para Equipamentos de Raios X Monofásicos .....................62
5 DISCUSSÃO ......................................................................................................................63
5.1 Sistema de Detecção Desenvolvido.................................................................................63
5.2 Sistema de Aquisição e Processamento de Dados .........................................................64
5.3 Circuito Regulador de Voltagem ...................................................................................66
5.4 Montagem do Protótipo ..................................................................................................66
5.5 Validação do Protótipo....................................................................................................67
6 CONCLUSÃO....................................................................................................................71
Tabela 1 – Energias de ligação (Eb) das camadas eletrônicas mais internas do tungstênio .....11
Tabela 2 – Transições permitidas para a camada K do átomo de tungstênio com suas
respectivas energias e intensidades ...........................................................................................11
Tabela 3 – Equivalente de dose efetivo coletivo (homem.Sievert/106 de população) em
radiologia diagnóstica em vários países ....................................................................................18
Tabela 4 – Códigos ASCII do visor de cristal líquido alfanumérico ........................................40
Tabela 5 – Especificações técnicas de um tubo de raios X trifásico ........................................43
Tabela 6 – Especificações técnicas de um tubo de raios X odontológico .................................43
Tabela 7 – Especificações técnicas de um tubo de raios X odontológico. ................................43
Tabela 8 – Especificações técnicas de um tubo de raios X trifásico .........................................45
Tabela 9 – Cálculo da razão através da média dos picos e dos pontos......................................56
Tabela 10 – Cálculo da razão através da média dos picos e dos pontos....................................56
Tabela 11 – Resposta do protótipo em função da variação da distância foco-medidor
comparada com o divisor de tensão, para a miliamperagem de 35 mA. ...................................57
Tabela 12 – Resultados da comparação do protótipo com o equipamento NERO em função da
variação da mA..........................................................................................................................57
Tabela 13 – Resposta do protótipo em função do ângulo de incidência do feixe de raios X nos
detectores ...................................................................................................................................58
Tabela 14 – Resposta do protótipo em função da direção do anodo .........................................58
Tabela 15 – Resposta do protótipo em função da variação do tamanho do campo...................59
Tabela 16 – Resposta do protótipo e do medidor Unfors em função da variação da filtragem do
feixe ...........................................................................................................................................60
Tabela 17 – Resposta do protótipo e do equipamento NERO comparados com o divisor de
tensão .........................................................................................................................................61
Tabela 18 – Respota do protótipo para dois equipamentos de raios X monofásicos comparado
com o equipamento NERO........................................................................................................62
Capítulo 1 - Introdução 1
1 INTRODUÇÃO
1.1 Relevância
2 FUNDAMENTOS TEÓRICOS
elétron na camada.
O efeito fotoelétrico é predominante para baixas energias e para elementos químicos de
elevado número atômico Z. A probabilidade de ocorrência aumenta com (Z)4 e decresce
rapidamente com o aumento da energia. O efeito fotoelétrico é predominante para energias
menores que 0,6 MeV para o chumbo e menores que 0,06 MeV para o alumínio. A Figura 1
ilustra uma interação do fóton com o átomo e representa o efeito fotoelétrico.
Capítulo 2 – Fundamentos Teóricos 5
No efeito Compton, um fóton de raios X incidente é espalhado por um elétron que possui
um valor baixo de energia de ligação. Nessa interação, o elétron absorve parte da energia da
radiação incidente, é ejetado do átomo com certo valor de energia cinética e o fóton de raios
X é desviado da trajetória inicial [8].
A probabilidade de ocorrência do espalhamento Compton aumenta quando o valor da
energia de ligação do elétron é muito menor em relação ao valor da energia do fóton
incidente. A Figura 2 ilustra uma interação do tipo Compton onde um fóton de raios X
incidente, com energia inicial Eγ e energia final Eγ’, é desviado da trajetória resultando num
elétron ejetado com energia cinética inicial Ec.
átomos que possuem número atômico elevado [8]. Nesta interação, a radiação transforma-se
num par elétron-pósitron, conforme a seguinte reação:
térmica, além de possuir um alto número atômico, o que permite uma maior eficiência na
produção de raios X [10].
A Figura 4 mostra, de forma bastante simplificada, o esquema de um tubo de raios X. A
diferença de potencial (1) aplicada no cátodo (2) aquece-o, havendo liberação de elétrons, de
modo que se forma uma nuvem eletrônica ao redor do filamento de tungstênio (3). A fonte de
alta tensão (4) aplicada entre o ânodo (5) e o cátodo (2) é responsável pela aceleração dos
elétrons (6) através do tubo, os quais, após atingirem altas velocidades, colidem com o alvo de
tungstênio (7). Ao serem desacelerados, já dentro do alvo, os elétrons perdem parte da sua
energia que é irradiada na forma de raios X.
Existem tubos de raios X para diagnóstico e para terapia, cujas características dependem
da finalidade de cada um. O tubo para diagnóstico, que será utilizado, tem por finalidade a
produção de imagens nítidas de um material qualquer, sendo importante obterem-se pontos
focais de pequenas dimensões (em mamografia, os tubos de raios X apresentam pontos focais
com dimensões entre 0,1 e 0,3 mm). Outro problema é que os objetos de interesse nem
sempre são imóveis, o que dificulta a obtenção de nitidez na imagem. Para eliminar este
inconveniente, um tubo para diagnóstico é projetado para trabalhar com alta corrente elétrica
para que o tempo de exposição possa ser reduzido. A utilização de altas correntes elétricas
diminui a vida útil do tubo, devido à produção excessiva de calor. Este inconveniente foi
parcialmente eliminado pelo advento do ânodo giratório, mostrado na Figura 5B, onde a
região atingida pelos elétrons é uniformemente distribuída por toda a área do alvo. A Figura 5
mostra também o esquema de operação de um tubo de foco linear.
Capítulo 2 – Fundamentos Teóricos 8
Figura 6 – Tipos de interação entre um elétron incidente sobre um material e seus átomos [10]
No caso A o elétron incidente colide com um dos elétrons de camadas mais externas do
átomo, movendo-o para uma órbita óptica. Como a energia de ligação da camada original do
elétron é da ordem de poucos elétron-volts, o elétron incidente sofre uma perda de energia
desprezível, continuando seu movimento. O átomo, agora no estado excitado, retorna ao seu
estado fundamental através da transição do elétron da órbita óptica para a original, ocorrendo
emissão de luz visível (se o material for gasoso) ou, mais provavelmente, produção de calor
(se o material for sólido) [10].
No caso B, o elétron incidente remove um dos elétrons externos do átomo, ionizando-o.
Se a energia perdida pelo elétron incidente for da ordem de 100 eV, o elétron removido é
conhecido como raio δ.
No caso C, o elétron incidente remove um dos elétrons das camadas mais internas do
átomo, cedendo-lhe uma energia cinética T2 . O elétron incidente é desviado de sua trajetória,
perdendo energia ( T2 + Eb ), onde Eb é a energia de ligação da camada original do elétron
removido. Elétrons de camadas mais externas preencherão a lacuna deixada, havendo emissão
de radiação X característica (fluorescência) K ou L, de acordo com a camada original do
elétron removido.
Capítulo 2 – Fundamentos Teóricos 10
No caso D, o elétron incide numa região muito próxima do núcleo do átomo, sofrendo,
por isso, uma forte atração eletrostática. O elétron perde uma grande quantidade de energia
( E = hv ) que é emitida como bremsstrahlung (radiação de freamento).
Um feixe de raios X apresenta-se na forma de um espectro em função da energia, cujo
valor máximo é numericamente igual à quilovoltagem de pico (kVp), aplicada entre o ânodo e
o cátodo do tubo. Analisando um espectro típico de raios X (Figura 7), vê-se que é possível
dividi-lo em duas partes distintas: um espectro contínuo (bremsstrahlung) e um espectro de
linhas bem definidas (característico) [10].
Figura 7 – Espectro de raios X gerados com 100 kVp, 2.0 mm Al e 17º de inclinação do ânodo de
Tungstênio [10]
Sabe-se que a estrutura atômica é quantizada, ou seja, os átomos não podem ter valores
contínuos de energia. Os elétrons são distribuídos em torno do núcleo atômico, em níveis de
energia bem definidos. Na produção de raios X característicos, somente interessam os níveis
que possuem energia de ligação da ordem de keV (em valor absoluto, pois as energias de
ligação são negativas, por definição) [10]. O átomo de tungstênio possui seus 74 elétrons
distribuídos, segundo leis probabilísticas, nas camadas K, L, M, N, etc., com as respectivas
energias de ligação:
Capítulo 2 – Fundamentos Teóricos 11
Tabela 1 – Energias de ligação (Eb) das camadas eletrônicas mais internas do tungstênio [10]
Camada K L M
Subcamada - L1 L2 L3 M1 M2 M3 M4 M5
Eb (keV ) 69.5 12.1 11.4 10.2 2.8 2.6 2.3 1.9 1.8
As energias de ligação das demais camadas não foram citadas, pois não interessam devido
aos seus baixos valores. A camada K (número quântico principal n = 1 ) contém 2 elétrons que
diferem somente pelo spin; a camada L ( n = 2 ) possui 8 elétrons divididos em 3 subcamadas:
L1, contendo 2 elétrons de números quânticos secundários (l) iguais a 0; L2, contendo 2
elétrons com l = 1 e número quântico magnético (m) igual a 0; L3, contendo 4 elétrons de
números quânticos secundários iguais a 1 e números quânticos magnéticos iguais a +1 e –1. O
mesmo procedimento é obedecido pela camada M (18 elétrons) e pelas demais camadas.
Quando um elétron incide em um material, ele pode remover algum elétron de alguma
camada do átomo, desde que sua energia seja maior ou igual à energia de ligação da camada
em questão. Após esse evento, outros elétrons de camadas mais externas vão preencher a
lacuna deixada pelo elétron removido. Esse processo é acompanhado pela emissão de um
fóton fluorescente de energia bem definida (hv) dada pela diferença de energia de ligação das
camadas envolvidas. A teoria quântica apresenta algumas regras que proíbem determinadas
transições (Eisberg e Resnick – 1974). A Tabela 2 apresenta algumas transições permitidas de
maior interesse. Convém ressaltar que as transições β, citadas na Tabela 2, do ponto de vista
experimental, aparecem divididas em dois grupos, com energias médias 67.2 e 69.1 e
intensidades relativas 32.1 e 8.4 respectivamente.
Tabela 2 – Transições permitidas para a camada K do átomo de tungstênio com suas respectivas
energias e intensidades [10]
Como já foi citado, fótons X (não fluorescentes) são produzidos quando um elétron com
alta energia cinética (T) é desacelerado ao penetrar num material de número atômico Z.
Quanto maiores os valores de T e Z, maior será a produção de radiação em comparação ao
calor liberado no processo. Por esse motivo, o tungstênio é o material mais usado, não só pelo
número atômico, mas também pelo seu alto ponto de fusão [10]. Como exemplo, pode-se citar
que um feixe de elétrons de 100 keV incidindo num alvo de tungstênio tem 1% da sua energia
transformada em radiação bremsstrahlung. O restante é gasto em interações colisionais, das
quais 1% produz fluorescência e o resto, calor.
O formato da parte contínua de um espectro de raios X pode ser entendido considerando-
se inicialmente o espectro gerado por um feixe de elétrons de energia T0 incidente sobre um
alvo fino de tungstênio (considera-se que cada elétron pode sofrer no máximo uma interação),
Figura 8A. Observa-se que o número de fótons emitidos na energia hv é o dobro do número
de fótons emitidos na energia 2hv, uma vez que a intensidade do espectro é constante em todo
o intervalo de energia (0 a hv max , onde o limite superior corresponde à energia máxima, T0 ,
dos elétrons incidentes).
O comportamento acima pode ser interpretado intuitivamente, com base no parâmetro de
impacto (b) (distância entre o núcleo do átomo e a trajetória do elétron) clássico. Se b = 0 , o
elétron colide diretamente com o núcleo, fornecendo toda a sua energia ( T0 ) para o fóton de
energia máxima. Quando b cresce, a área do anel de raio b e largura db cresce
proporcionalmente ( A = 2πbdb ), assim como o número de fótons gerados nesse anel.
Portanto, a energia dos fótons gerados deve diminuir com o aumento de b. Para se obter o
espectro da Figura 8A, considera-se que hv α 1/b.
Capítulo 2 – Fundamentos Teóricos 13
Figura 8 – (A) Espectro de raios X teórico produzido em um alvo fino por elétrons de energia máxima
T0 ; (B) Espectro teórico extrapolado para um alvo de espessura real [10]
Imaginando que o alvo tenha uma espessura real, cada elétron poderá sofrer mais de uma
interação. Dividindo a espessura do alvo em várias folhas finas (como no caso anterior), pode-
se considerar que ao passar pela primeira folha, o elétron produz o espectro mostrado na
Figura 5A, tendo sua energia reduzida a T1 ( T1 = T0 − ΔT ). Ao passar pela segunda folha, o
elétron produzirá um espectro do mesmo tipo, mas com uma nova energia máxima (T1),
restando-lhe energia T2. Do mesmo modo, o elétron prossegue passando por todas as folhas,
produzindo o espectro total, mostrado na Figura 5B, À medida que ΔT diminui, o espectro se
aproxima de uma linha reta. Logicamente, esse comportamento é apenas aproximado, além do
fato de não estar considerando a filtração inerente do tubo (óleo, vidro, etc.), o que, na prática,
é impossível de se conseguir. Para se aproximar mais do real, o espectro teórico deve ser
atenuado pelos materiais citados acima e por possíveis filtros adicionais existentes. Como os
coeficientes de atenuação (μ) de qualquer material são muito maiores a baixas energias, tem-
se uma maior atenuação na parte inferior do espectro, de onde se obtém o espectro típico
mostrado na Figura 7.
dN = −μNdL (3)
Capítulo 2 – Fundamentos Teóricos 14
onde μ foi introduzido como uma constante de proporcionalidade entre dN e N.dl . O sinal
negativo aparece, pois dN é negativo, por definição ( dN = N L − N , onde NL é o número de
fótons transmitidos através da espessura dL) [10].
Analisando a expressão anterior, conclui-se que a quantidade μ é a probabilidade de que
um fóton (ou partícula não carregada, em geral) sofra uma interação por unidade de espessura
do material. Denominamo-la coeficiente de atenuação linear do material na energia em
questão.
Em casos reais, como a espessura não é infinitesimal, deve-se integrar a eq. (3) de 0 a L
(espessura do material) e de N0 (número de fótons incidentes) a NL (número de fótons
transmitidos). Assim:
N L = N 0 e −μL (4)
A lei de atenuação exponencial escrita acima é válida, ou para casos ideais em que não há
espalhamento nem produção de radiação secundária (cada fóton, ou é absorvido numa única
interação, ou passa pelo material sem sofrer mudança em energia e direção), ou quando há
espalhamento e radiação secundária, que, porém, não são computados em NL.
Dividindo μ pela densidade do material (ρ), obtém-se o coeficiente de atenuação por
massa (cm2/g).
Considerando que há diversos processos de interação da radiação com a matéria, cada um
contendo um coeficiente de atenuação parcial (μi), pode-se escrever o coeficiente de
atenuação total como sendo a soma das contribuições parciais ( μ = ∑iμ i ).
(
ΔN = N 0 1 − e −μL ) (5)
geometria de feixe largo, porém a atenuação de feixe estreito, sendo válida a eq. (4). A
atenuação de feixe estreito é obtida pela discriminação (através de energia, direção,
penetração, etc.) da radiação espalhada e secundária, que, mesmo atingindo o detector, não é
computada, ou pela geometria de feixe estreito (Figura 9) que impede a radiação espalhada e
secundária de atingir o detector. O detector (D) é posicionado a uma distância d, do material
atenuador (A), suficiente para impedir que a radiação espalhada e secundária (S) o atinja, ou
que, pelo menos, chegue com uma intensidade desprezível em comparação com a radiação
primária. O feixe (F) deve ser largo o suficiente para cobrir o detector uniformemente. A fonte
de radiação deve estar distante do material atenuador para se ter uma incidência quase
perpendicular, e, conseqüentemente, o feixe primário praticamente não depender da distância
(as radiações espalhada e secundária decaem com o inverso do quadrado da distância). A
blindagem auxiliar (B) deve ser colocada se a blindagem (C) apresentar vazamento de
radiação [10].
N L (E ) = N 0 (E )e −μ ( E , Z )L (6)
ln(2)
CSR = (7)
μ ef
Medidas experimentais da CSR permitem obter, através da equação acima, o coeficiente
de atenuação efetivo (μef) e a energia efetiva de um espectro de raios X, através de uma tabela
de μ em função da energia para o material em questão.
Como o conhecimento do comportamento dos coeficientes de atenuação de diversos
materiais em função da energia, iniciou-se a análise de materiais que, se colocados na saída de
uma fonte de raios X, modificassem a forma do espectro. Esses materiais possuem a
propriedade de remover preferencialmente certas partes do espectro, por isso recebem a
denominação de filtros de raios X. Materiais que possuem sua energia de absorção das
camadas eletrônicas K ou L na região onde o espectro não é nulo, são denominados filtros
convencionais. A Figura 10 mostra claramente a diferença que existe entre filtros
convencionais e com “K-edge”. Um espectro incidente de 80kVp (curva a) foi filtrado por 2.0
mm de alumínio (curva b) e por 0.25 mm de gadolínio (curva c). O alumínio comporta-se
como filtro convencional, atenuando o espectro somente na região de mais baixa energia. O
gadolínio comporta-se como filtro com “K-edge”, atenuando o espectro não somente nas
baixas energias, como também na região de energia acima do valor de seu “K-edge” (50.2
keV). Os comportamentos apresentados foram a base das pesquisas de materiais usados como
filtros de raios X, onde uma das tentativas era de se obter um espectro aproximadamente
monoenergético.
Figura 10 – (a) Espectro incidente de 80 kVp; (b) filtrado por 2.0 mm de alumínio; (c) filtrado por 0.25
mm gadolínio [10]
Capítulo 2 – Fundamentos Teóricos 17
D2 − D1
GM = , (8)
log E 2 − log E1
1
V = (9)
E
Capítulo 2 – Fundamentos Teóricos 20
Pelo que foi exposto acima, quanto maior o contraste do filme maior é o poder que ele
possui de amplificar o contraste do objeto. Como o contraste do objeto aumenta com a
diminuição do valor da energia do feixe de raios X, uma forma de aumentar esta amplificação
é diminuindo a quilovoltagem de pico (energia) do feixe de raios X. Para um mesmo filme e
um mesmo objeto, a Figura 12 ilustra esta situação onde a imagem na Figura 12A foi obtida
utilizando-se uma energia mais baixa que a imagem na Figura 12B. Na imagem da Figura
12A observam-se mais detalhes em relação à imagem da Figura 12B. Também se observa que
os contornos da imagem das estruturas ósseas estão mais bem definidos na imagem da Figura
Capítulo 2 – Fundamentos Teóricos 21
12A em relação à imagem da Figura 12B. Isto ocorreu devido ao borramento provocado pelo
efeito Compton que predominou na imagem obtida com a kVp de valor mais elevado.
Nem sempre é conveniente obter-se imagens radiográficas com baixo valor de kVp. No
caso em que as estruturas anatômicas de interesse possuem um valor bem diferenciado de
contraste, por exemplo, osso e tecido mole, o uso de um baixo valor de kVp produzirá uma
imagem com contraste radiográfico muito alto que impedirá a visualização simultânea dos
tecidos moles e ósseos (Figura 13A). Aumentando-se a energia do feixe de raios X (kVp)
diminui-se o valor do contraste do objeto e do contraste radiográfico, portanto, melhora a
visualização dos tecidos ósseo e mole (Figura 13B).
A B
Figura 12 – (A) Um baixo valor de kVp permite uma melhor visibilidade das estruturas ósseas e seus
contornos; (B) Um alto valor de kVp aumenta a radiação espalhada, reduzindo o contraste
radiográfico e produzindo uma indefinição da imagem das bordas das estruturas ósseas
Pelo que foi exposto acima, em radiologia convencional, tanto o contraste do objeto
quanto o contraste do filme dependem da energia do feixe de raios X [14]. Assim, a qualidade
da imagem final também depende deste parâmetro. Por estes motivos é importante incluir a
kVp nos procedimentos de padronização dos fatores que influenciam a qualidade da imagem.
Recentemente, foi desenvolvido um trabalho que permitiu a padronização das imagens
radiológicas no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, USP
(HCFMRP) que considerou a kVp como um fator de grande relevância na qualidade das
imagens radiológicas [15,16].
Capítulo 2 – Fundamentos Teóricos 22
A B
Figura 13 – (A) O valor de kVp utilizado foi muito baixo, os raios X não puderam passar pelo conjunto
femural, o contorno do osso trabecular não pode ser visto. O contraste é muito alto para demonstrar
todos os tecidos moles; (B) O valor de kVp foi aumentado, com isso todos os ossos e tecidos moles
puderam ser vistos com mais clareza
Figura 14 – Esquema ilustrativo dos parâmetros utilizados para descrever a qualidade da imagem [11]
No caso “A”, tem-se um objeto com bordas bem definidas, porém, a sua imagem
apresenta bordas indefinidas. A indefinição surge, principalmente, devido ao tamanho do
ponto focal, geometria das bordas do objeto (I não acompanha a divergência do campo) e
outros fatores intrínsecos ao sistema tela-filme.
No caso “B”, têm-se dois objetos separados por uma distância d, cuja imagem aparece
indefinida. No entanto, como é possível distinguir a existência dos dois objetos, diz-se que a
imagem é resolvida. À medida que os dois objetos se aproximam, a imagem passa a ser não
resolvida, ou seja, não é possível mais identificar a presença dos dois objetos, mas sim de um
único (Figura 14C). Costuma-se quantificar a resolução por pares de linha (p. l) por
milímetro. Por exemplo, 2,0 p.l/mm significa que dois objetos separados por uma distância de
2,0 mm, ou mais, são resolvidos. A resolução depende ainda da atenuação do objeto em
questão.
No caso “D”, é visto que uma redução na intensidade do feixe incidente produz uma
imagem não resolvida dos mesmos objetos apresentados no caso “B”. Isto ocorre devido à
presença do ruído que, apesar de menor no caso “D”, em valor absoluto, é maior em relação à
amplitude do sinal uma vez que esta é 100 vezes menor em relação ao caso “B”. O que ocorre
é que, durante a exposição, o filme é bombardeado por fótons individuais, que formam um
padrão de imagem como se fossem pingos de chuva. À medida que a intensidade aumenta, o
padrão deixa de ser discreto, passando a ser contínuo (correspondendo ao chão inteiramente
molhado, depois de algum tempo de chuva ininterrupta) [10]. Da física estatística, sabe-se que
Capítulo 2 – Fundamentos Teóricos 24
tendo-se N contagens por dado tempo, o ruído, ou erro estatístico, vale N 1 / 2 . A relação sinal-
ruído fica, então, é dada por N −1 / 2 . No exemplo da Figura 14D, a intensidade do feixe foi
reduzida de 100, resultando numa relação sinal ruído 10 vezes menor, em relação aos casos A,
B e C. No entanto, a relação sinal ruído também foi reduzida de um fator de 10, resultando na
imagem ruidosa e não resolvida vista na Figura 14D.
A rigor, uma explicação mais detalhada destas grandezas pode ser feita usando-se o
formalismo matemático da Função Transferência de Modulação (MTF), que foge do interesse
deste trabalho. Um tratamento mais rigoroso sobre a imagem é dado por Dainty (1960).
Atualmente, uma série de métodos é utilizada com o intuito de dar a avaliação da
qualidade da imagem um caráter mais objetivo [11]. Eles incluem:
1) a impressão do radiologista: representa a avaliação da qualidade da imagem feita pelo
radiologista. Este método é amplamente usado para a comparação de sistemas
tela/filme, técnicas de redução da radiação espalhada, etc.;
2) visibilidade de marcas anatômicas: este é um método objetivo baseado na avaliação da
visibilidade de marcas anatômicas predefinidas em imagens selecionadas para estudo.
Como exemplo, uma radiografia de osso será considerada de boa qualidade se a
estrutura do osso é vista claramente na radiografia. As marcas anatômicas são
selecionadas considerando-se que sua visibilidade levará a detecção de lesões de
interesse;
3) características de operação do receptor: representa uma abordagem mais objetiva na
avaliação da habilidade de um ou mais observadores detectarem um sinal e, desta
forma, permite o estabelecimento de um nível de confiança para a decisão do
observador se o sinal está presente ou não. Para a elaboração de uma curva
característica de operação do receptor (curva ROC) é necessário uma amostra
estatisticamente significante e os resultados são específicos para o sistema avaliado;
4) objetos de testes (simuladores): são usados dois tipos de objetos de teste na avaliação
da qualidade de imagem [16]:
(a) simuladores antropomórficos: simuladores que tendem a reproduzir a
aparência radiográfica de uma determinada região do corpo humano. Isto
permite uma avaliação da imagem baseada em marcas anatômicas, evitando o
problema ético da irradiação de seres humanos. Eles também evitam problemas
relativos a variações anatômicas, movimento voluntário ou involuntário do
paciente.
Capítulo 2 – Fundamentos Teóricos 25
1
A Cunha de Stanton é fabricada pela MRA – Indústria de Equipamentos Eletrônicos Ltda.
2
A Cunha de Cameron é fabricada pela MRA – Indústria de Equipamentos Eletrônicos Ltda.
Capítulo 2 – Fundamentos Teóricos 28
A B
Figura 17 – (A) Filme típico da cunha de Stanton; (B) Filme típico da cunha de Cameron [25]
Para os dois casos, após a obtenção das densidades mais próximas da igualdade contam-se
os degraus de cima para baixo até se chegar à linha em que as densidades são iguais. A
densidade óptica (DO) na primeira coluna desta linha é adotada como referência. Para
encontrar o degrau igualdade, utiliza-se a seguinte equação:
Capítulo 2 – Fundamentos Teóricos 29
Após o cálculo do valor do degrau igualdade, relaciona-se este valor ao kVp através de
um gráfico do potencial de pico em função do degrau igualdade (Figura 18 e Figura 19).
Figura 18 – Relação entre o degrau igualdade e a kVp para a cunha de Stanton [25]
Figura 19 – Relação entre o degrau igualdade e a kVp para a cunha de Cameron [25]
Capítulo 2 – Fundamentos Teóricos 30
7 1,44 1,35
8 1,29 1,35
1,35 + 1,35
1,44 −
Degrau igualdade = 7 − 2 = 7,6
1,44 − 1,29
Olhando na Figura 18 determinamos o valor de aproximadamente 90 kVp.
⎡ (C .ΔX ) ⎤ 1
kVp = ⎢ 1 ⎥⋅ , [27] (11)
⎣ log R ⎦ C 2
Figura 20 – Modelo de Sistema digital para determinação da kVp que utiliza a tecnologia de
microcontroladores
O protótipo proposto neste trabalho utiliza uma tecnologia de última geração baseada na
eletrônica de microcontroladores, conforme as considerações citadas anteriormente. Ele foi
desenvolvido com a finalidade de se promover a implantação de uma metodologia nacional
para a execução dos programas de controle de qualidade em radiodiagnóstico no país.
Capítulo 3 – Materiais e Métodos 34
3 MATERIAIS E MÉTODOS
3.2.1 Fotodiodos
A resposta típica dos fotodiodos de silício aos raios X é da ordem de nano amperes. Para
que este sinal pudesse ser processado foi necessária a construção de um circuito amplificador
(corrente-voltagem) que gerasse sinais da ordem de volts (Figura 24). Neste tipo de
amplificação é necessário minimizar a relação sinal/ruído, minimizar o consumo de energia e
manter constante o tempo de resposta [36]. Como foi o caso deste protótipo, estes cuidados
são particularmente importantes quando se trata de sistemas portáteis [37].
Tendo em vista essas necessidades, utilizou-se o amplificador operacional LMC660
(Fabricante: National Semiconductors) que possui alto ganho de voltagem (126dB), baixa
tensão de ajuste de zero (3mV) e baixo consumo (2mA). Devido a estas características, este
tipo de amplificador foi selecionado para a amplificação do sinal dos transdutores utilizados
neste trabalho.
Os fótons de raios X interagem com o material do detector e geram sinais elétricos. Estes
sinais são convertidos em números digitais pelo conversor A/D. O microcontrolador utiliza
estes números digitais, que reproduzem os sinais elétricos, para calcular a razão entre os sinais
registrados nos fotodiodos. Isto foi conseguido através de um programa construído para esta
finalidade. Em um espaço reservado da memória do microcontrolador foi gravada uma função
matemática que relaciona os valores desta razão (desde 0,2 até 1,3) com os valores de
quilovoltagem de pico (desde 45 a 125 kVp), ambos obtidos experimentalmente. Os valores
destas razões e das kVp foram obtidos utilizando-se tubos de raios X mono e trifásicos e um
divisor de tensão calibrado. A Figura 36 apresenta a relação gráfica dos valores de kVp
utilizados com os valores de razão gerados.
Os equipamentos clínicos de raios X trifásicos geram uma forma de onda de 360 Hz, os
monofásicos geram 60 Hz e os de alta freqüência geram uma forma de onda
aproximadamente contínua. A resposta do sistema de detecção do protótipo aos raios X
depende destas freqüências. O programa do sistema de processamento de dados considerou
esta dependência através do uso de operações matemáticas distintas que determinam os
processos de cálculos da razão das leituras dos fotodiodos conforme a freqüência utilizada.
Para este experimento utilizou-se um equipamento de raios X trifásico médico do
laboratório de dosimetria do Centro de Instrumentação, Dosimetria e Radioproteção da
Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo
(CIDRA – FFCLRP – USP), conforme as especificações técnicas relacionadas através da
Tabela 5, e dois equipamentos de raios X odontológicos, conforme as especificações técnicas
relacionadas através das Tabelas 6 e 7.
Capítulo 3 – Materiais e Métodos 43
Parâmetro Descrição
Parâmetro Descrição
Parâmetro Descrição
Tabela 8 – Especificações técnicas do tubo de raios X do aparelho trifásico do HCRP (Modelo: Super
M80, Fabricante: Philips)
Parâmetro Descrição
Figura 29 – Sistema de detecção: (A) circuito amplificador; (B) conjunto com 6 detectores ligados em
paralelo; (C) anéis de Chumbo que envolvem os dois conjuntos de detectores; (D) conjunto com 3
detectores ligados em paralelo
O estudo realizado sobre o processo da filtragem dos raios X utilizando o método de Birch
e Marshall mostrou que o uso de filtros de cobre com espessuras de 0,8 e 1,3 mm (Figura
31A) foram necessários para a determinação da quilovoltagem no intervalo entre 45 e 65 kVp.
A espessura de 1,3 mm necessária para o segundo conjunto de detectores com 6 fotodiodos
ligados em paralelo foi obtida através da fixação do filtro de 0,5 mm (Figura 30B) no filtro de
0,8 mm (Figura 30A). Assim, o conjunto de detectores com 3 fotodiodos ligados em paralelo,
localizado no centro, permaneceu com 0,8 mm em virtude do rasgo circular do filtro de 0,5
mm. Para o intervalo de quilovoltagens de pico entre 65 e 125 kVp foi necessário um segundo
conjunto de filtros de cobre com espessuras de 2,8 e 3,3 mm (Figura 31B). O segundo
conjunto de filtros foi arranjado através da adição de uma placa de 2 mm de cobre sobre o
protótipo na região dos detectores (Figura 32D).
A Figura 32 apresenta o arranjo dos filtros no detector. O filtro redondo (Figura 32A) é
posicionado sobre o arranjo dos detectores (Figura 32B) e o filtro retangular (Figura 32C) é
posicionado na superfície externa do protótipo na região dos detectores (Figura 32D). O filtro
redondo foi fixado de forma permanente no sistema de detecção. Este filtro é utilizado na
determinação da quilovoltagem no intervalo entre 45 e 65 kVp. O filtro retangular é um filtro
removível sendo utilizado na determinação da quilovoltagem no intervalo entre 65 e 125 kVp.
Capítulo 4 – Apresentação dos Resultados 50
A B C
Figura 30 – Filtros de cobre utilizados para a montagem dos dois conjuntos de filtros dos detectores
com espessuras de: (A) 0,8 mm; (B) 0,5 mm; (C) 2,0 mm
A B
Figura 31 – Filtros utilizados no protótipo: (A) filtro interno fixado sobre os dois conjuntos de
detectores; (B) filtro adicional posicionado na superfície externa da caixa do protótipo na região dos
detectores para a determinação de quilovoltagem de pico entre 65 e 75 kVp
A B C D
Figura 32 – Arranjo dos filtros sobre o sistema de detecção: (A) filtro redondo; (B) filtro redondo sobre
o arranjo dos detectores; (C) filtro retangular; (D) filtro retangular posicionado na superfície externa do
protótipo na região dos detectores
Capítulo 4 – Apresentação dos Resultados 51
Figura 34 – Placa eletrônica do circuito regulador da fonte de alimentação utilizada nos experimentos
Capítulo 4 – Apresentação dos Resultados 52
A
Capítulo 4 – Apresentação dos Resultados 53
Figura 35 – Protótipo proposto para a determinação da kVp: (A) arranjo interno das placas
eletrônicas; (B) protótipo montado
Figura 36 – Relação gráfica da kVp em função da razão da leitura nos fotodiodos aproximada por
uma função polinomial de grau cinco com correlação r igual a 0,997
0,78 mm Cu
4,5 1,28 mm Cu
4,0
3,5
3,0
Voltagem (V)
2,5
2,0
1,5
1,0
0,5
Figura 37 – Forma de onda coletada pelo protótipo para 52,8 kVp do sinal de raios X gerado pelo
equipamento de raios X do laboratório de dosimetria do CIDRA
A B
Figura 38 – Forma de onda gerada pelo: (A) Aparelho odontológico modelo Spectro 70X da marca
Dabi Atlante; (B) Aparelho odontológico modelo RX-10 da marca Funk
A freqüência dos sinais gerados pelos equipamentos de raios X pode variar em função do
número de fases utilizadas. Equipamentos monofásicos geram um sinal com freqüência de 60
Hz enquanto que os equipamentos trifásicos geram um sinal de 360 Hz. A freqüência deste
sinal é uma variável importante a ser considerada no método de determinação da kVp
utilizado pelo protótipo. Por isso optou-se pelo cálculo da razão das leituras dos fotodiodos
através da média dos picos do sinal elétrico gerado pelo sistema de detecção e não através da
média dos pontos.
As Tabelas 9 e 10 mostram o resultado da análise da determinação do valor da razão das
leituras nos fotodiodos em função da média dos picos e da média dos pontos.
Capítulo 4 – Apresentação dos Resultados 56
Tabela 9 – Cálculo da razão através da média dos picos e dos pontos para o equipamento de raios X
odontológico Spectro 70X
Tabela 10 – Cálculo da razão através da média dos picos e dos pontos para o equipamento de raios
X odontológico RX-10
Diferença entre as
DFM Protótipo Divisor de Tensão medidas
(cm) (kVp) (kVp) (%)
protótipo variou entre 0,13 e 0,65 % para uma variação angular de +15° e +30°, na direção do
catodo, e +15° e +30°, na direção do anodo.
Diferença em relação
Filtragem Divisor de Divisor de ao Divisor de Tensão
Adicional Protótipo Tensão Unfors Tensão (%)
(mmAl) (kVp) (Kvp) (kVp) (kVp)
Protótipo Unfors
Variação
5,40 5,52
Máxima
Diferença em relação
Divisor de ao Divisor de Tensão
mA Protótipo NERO Tensão (%)
(kVp) (kVp) (kVp)
Protótipo NERO
Tabela 18 – Respota do protótipo para dois equipamentos de raios X monofásicos comparado com o
equipamento NERO
5 DISCUSSÃO
sistema não poderia consumir mais do que 20 mA. Assim, conforme definido anteriormente, o
valor de consumo medido para o sistema de detecção foi 10 vezes menor do que o máximo
permitido definido anteriormente.
Portanto, o sistema de detecção desenvolvido permitiu portabilidade, baixo consumo de
energia, alta sensibilidade e rápido tempo de resposta, necessários para garantir-se a
operacionalização do protótipo no domínio da detecção e amplificação do sinal gerado pelos
raios X.
para o valor nominal de 50 kVp utilizando o valor de 75 mA. Nesta situação, foi exibida a
mensagem “aumentar mA ou diminuir DFM” indicando que o sinal elétrico gerado pelo
sistema de detecção permaneceu abaixo do valor de 0,5 V, necessário para a reprodução da
forma de onda. De acordo com os resultados apresentados na Tabela 12, observou-se que a
menor diferença entre as respostas do protótipo e do medidor NERO ocorreu para a
quilovoltagem nominal de 55 kVp e miliamperagem de 125 mA.
De acordo com os resultados apresentados nas Tabelas 13, 14 e 15, observou-se que o
desempenho do protótipo independente do ângulo de incidência, do tamanho do campo de
radiação e do efeito anódico. Entretanto, recomenda-se que a região sensível do protótipo seja
posicionada no centro do campo de radiação com dimensões de 10 cm x 10 cm.
A quantidade de filtragem inerente utilizada nos tubos de raios X médico e odontológico
depende do fabricante e do modelo. O processo de filtragem modifica o espectro de saída do
feixe de raios X e, portanto, interfere no processo da determinação da quilovoltagem de pico.
Assim, foi necessário determinar-se a dependência da resposta do protótipo em função da
filtração adicional do tubo de raios X. De acordo com os resultados mostrados na Tabela 16,
observou-se que o protótipo apresentou o melhor desempenho para a filtragem adicional de 7
mm de Al e o pior para 1,0 mm de Al, em comparação com o divisor de tensão. Ao contrário,
o medidor Unfors apresentou o melhor desempenho para 1,0 mm de Al e o pior para 9,0 mm,
em comparação ao divisor de tensão. A resposta do protótipo em relação ao divisor de tensão
variou entre zero e 5,4 %, enquanto que a resposta do medidor Unfors vaiou entre 1,7 e 5,5 %.
Portanto, o desempenho do protótipo foi semelhante ao do medidor Unfors que também
utiliza tecnologia digital e um processo de filtragem diferenciada de feixes de raios X para a
determinação da kVp.
A relação gráfica (Figura 39) entre os valores da kVp determinados pelo divisor de tensão
e os valores da kVp determinados pelo protótipo foi ajustada por uma reta com coeficiente de
correlação r igual a 0,999. Este valor de correlação mostra a linearidade da resposta do
protótipo em função da kVp para o intervalo de quilovoltagem entre 45 e 125 kVp. Isto foi
garantido pela seleção das espessuras dos filtros (um conjunto de filtros de Cu com espessura
de 0,78 mm e 1,28 mm e o outro com 2,78 mm e 3,28 mm) e pela voltagem de operação do
sistema de detecção do protótipo (de 0,5 a 4,5 V).
A Tabela 17 apresentou os resultados do desempenho do protótipo em comparação ao
medidor NERO e ao divisor de tensão. Esses resultados foram obtidos para o intervalo
nominal de quilovoltagens entre 45 e 125 kVp, tamanho de campo de 15 cm x 15 cm, DFM
de 70 cm e filtragem adicional de 5 mm de Al. Para a miliamperagem de 35 mA, observou-se
Capítulo 5 – Discussão 69
uma diferença máxima de 1,4 % entre os valores de kVp determinados pelo protótipo em
relação aos valores determinados pelo divisor de tensão. Para o medidor NERO, esta
diferença aumentou para 2 %. Para a miliamperagem de 32 mA, observou-se uma diferença
máxima de 2 % entre os valores de kVp determinados pelo protótipo em relação aos valores
determinados pelo divisor de tensão. Para o medidor NERO, esta diferença diminuiu para
1,9 %. Para a miliamperagem de 26 mA, observou-se uma diferença máxima de 1,6 % entre
os valores de kVp determinados pelo protótipo em relação aos valores determinados pelo
divisor de tensão. Para o medidor NERO, esta diferença diminuiu para 1,8 %. Para 21 mA,
observou-se uma diferença máxima de 0,95 entre os valores de kVp determinados pelo
protótipo em relação aos valores determinados pelo divisor de tensão. Para o medidor NERO,
esta diferença diminuiu para 1,33 %. Assim, para esta variação de miliamperagem, tanto o
protótipo quanto o medidor NERO apresentaram uma diferença máxima em resposta menor
que 2,1 % quando comparados ao divisor de tensão. Portanto, o desempenho do protótipo foi
semelhante ao do medidor NERO. Assim como o protótipo, este medidor de kVp utiliza o
processo da filtragem do feixe de raios X para a determinação da kVp. Entretanto, a eletrônica
deste medidor utiliza uma quantidade maior de componentes eletrônicos e, portanto, não é
portátil.
O divisor de tensão é considerado o método padrão para a determinação da kVp dos
equipamentos de raios X médico com limitações pelo fato de tratar-se de um método não
invasivo e de difícil utilização.
O método de cálculo da razão das leituras dos fotodiodos, através da média dos picos,
utilizado pelo programa de controle do sistema de processamento não é influenciado pela
forma de onda, conforme mencionado anteriormente (os equipamentos de raios X
monofásicos e trifásicos possuem ondas com períodos diferentes, mas com amplitudes
semelhantes). Por esta razão, a resposta do protótipo independe do período, mas depende da
amplitude, portanto, a reposta do protótipo independe da forma de onda do gerador de raios
X. Isto foi confirmado através dos resultados do desempenho do protótipo para os aparelhos
de raios X odontológico (monofásicos) apresentados na Tabela 18. A variação da resposta do
protótipo foi menor que 1 % quando comparada ao medidor NERO utilizando-se dois
modelos de aparelhos de raios X odontológico. A determinação da kVp dos aparelhos de raios
X odontológico deve ser realizada com a região sensível do protótipo centrada no campo de
radiação, 20 cm de DFM o tempo de exposição de 500 mseg.
De acordo com os resultados apresentados sobre o desempenho do protótipo, as
incertezas associadas à determinação da kVp dos equipamentos de raios X médico e
Capítulo 5 – Discussão 70
odontológico foram menores que 3%. Portanto, de acordo com os principais testes exigidos
pelas Normas da ABNT, que foram realizados durante a validação do protótipo, e que
admitem um valor menor que 5%, este protótipo é adequado para a determinação da kVp nos
PCQ, em conformidade com a Portaria 453 do Ministério da Saúde.
Capítulo 6 – Conclusão 71
6 CONCLUSÃO
O uso de detectores de alta sensibilidade foi importante para se evitar que o circuito de
amplificação trabalhasse com ganho muito alto. Portanto, garantiu-se a estabilidade do sinal
gerado pelo circuito amplificador do protótipo.
A seleção da faixa de trabalho do sistema de detecção entre 0,5 e 4,5V garantiu a
operacionalização do protótipo em um grande intervalo de variação de intensidade de raios X.
Em conseqüência disto, o protótipo pode operar em grandes intervalos de DFM (entre 50 e 90
cm), de mAs (entre 10 e 35 mA) e de filtragem (entre 4 e 9 mm de Al). A seleção desta faixa
de trabalho também foi importante para tornar a resposta do protótipo independente do efeito
anódico e do tamanho do campo de radiação.
O microcontrolador Aduc832, que integra os sistemas de aquisição e de processamento de
dados, permitiu alta velocidade de aquisição (7200 Hz), alta precisão (12 bits) e alta taxa de
processamento (1,3 milhões de instruções por segundo). A seleção desta velocidade de
aquisição foi importante para se conseguir um número de pontos suficiente para a reprodução
da forma de onda. A precisão de 12 bits foi necessária para que protótipo trabalhasse no
intervalo entre 45 e 125 kVp, com uma casa decimal de precisão. A alta taxa de
processamento permitiu a realização dos cálculos matemáticos, usados na determinação da
quilovoltagem de pico, e a exibição dos resultados no visor em tempo real.
A construção do protótipo utilizou componentes com encapsulamento SOIC para os
sistemas de detecção, de aquisição e de processamento de dados. Isto permitiu a redução das
dimensões das placas eletrônicas destes sistemas e, portanto, a portabilidade do protótipo.
Este tipo de encapsulamento permitiu, também, a redução do consumo de energia. A
separação das placas eletrônicas de cada sistema que constituiu o protótipo foi necessária para
facilitar o processo de manutenção.
A reposta do protótipo independe da forma de onda do gerador de raios X pelo fato do
método de determinação da kVp utilizado depender apenas da amplitude da forma de onda e
não da sua freqüência. Em conseqüência disto, o protótipo é capaz de determinar a kVp dos
aparelhos de raios X médico e odontológico com a mesma eficiência.
Capítulo 6 – Conclusão 72
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