Geologia de Engenharia
Geologia de Engenharia
Geologia de Engenharia
3ª edição
Conselho editorial Arthur Pinto Chaves; Cylon Gonçalves da Silva; Doris C. C. K. Kowaltowski;
José Galizia Tundisi; Luis Enrique Sánchez; Paulo Helene;
Rozely Ferreira dos Santos; Teresa Gallotti Florenzano
Bibliografia
ISBN 978-85-7975-083-0
13-07665 CDD-624.151
Mineralogia
Petrografia
Geologia física Sedimentologia
Estrutural
Teórica ou natural
Geomorfologia
Paleontologia
Geologia histórica
Estratigrafia
Geologia
Mineração
Econômica
Petróleo
Década de 1950
A criação dos cursos de Geologia no Brasil teve início na década de 1950, quando
os alunos do curso de História Natural da Faculdade de Filosofia, Ciências e
Letras da Universidade de São Paulo (USP) foram autorizados a fazer o Curso de
Especialização de Geologia, com duração de dois anos.
1955
Ano em que temos, na prática, como referência histórica, a criação, no Instituto
de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT), da seção de Geologia
Aplicada, sob a orientação do renomado engenheiro Ernesto Pichler.
1957
O próximo passo foi a criação, em 1957, de um curso específico de Geologia
dentro da própria Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP, por meio da
Lei Estadual de 5/2/1957. Seus objetivos visavam a atender o setor mineral e
17 2 Minerais
2.1 Conceito de mineral — 17
2.2 Propriedades dos minerais — 17
2.3 Descrição dos minerais mais comuns de rochas — 21
Teste rápido (1 minuto para cada questão) — 28
31 3 Rochas
3.1 Definição — 31
3.2 Classificação — 32
3.3 Rochas magmáticas — 32
3.4 Rochas sedimentares — 39
3.5 Rochas metamórficas — 51
3.6 Minerais metamórficos — 54
3.7 Propriedades das rochas — 55
3.8 Quadros resumidos para a identificação macroscópica dos principais tipos de rochas — 64
Teste rápido (1 minuto para cada questão) — 68
71 4 Uso das rochas e dos solos como material de construção e material industrial
4.1 Obtenção dos materiais industriais e de construção — 72
4.2 Métodos de investigação — 73
4.3 Rochas e solos mais comuns e sua aplicação — 74
4.4 Métodos de exploração de jazidas — 76
4.5 Aplicação de cascalho de aluvião e pedra britada como agregados para concreto — 77
4.6 Aplicação das argilas e areias — 79
81 5 Solos
5.1 Tipos de solos — 82
5.2 Propriedades gerais dos solos — 87
5.3 Classificação granulométrica de solos — 89
5.4 Representação granulométrica dos solos — 90
5.5 Ensaios de simples caracterização — 91
5.6 Quadro resumido para identificação de solos no campo — 92
Teste rápido (1 minuto para cada questão) — 92
1.1
Origem
Assim como os demais planetas do Sistema Solar, o planeta Terra foi,
provavelmente, originado por uma força gravitacional que condensou diversos
materiais preexistentes no espaço, constituídos de partículas como poeira
cósmica e gás.
Muitos elementos químicos formados entraram nessa composição: os mais
densos permaneceram no centro desse redemoinho gravitacional e os menos densos,
os gases, permaneceram na superfície. As temperaturas do núcleo ou centro do
redemoinho permaneceram bastante elevadas, enquanto diminuíam gradualmente
nas regiões mais próximas da superfície.
Na parte mais externa da Terra, houve a solidificação de materiais em fusão
pelo resfriamento natural, constituindo a crosta terrestre, que se acredita ter-se
formado após 700 milhões de anos da origem da Terra.
2] Feldspatos
O grupo dos feldspatos é formado por: ortoclásio (KAlSi 3O8), albita (NaAlSi3O8) e
anortita (CaAl2Si3O8).
Entre ortoclásio e albita, há termos intermediários em composição que
podem ser abrangidos pela expressão (K, Na e Ca) AlSi3O8 e são denominados
feldspatos alcalinos ou ortoclásios. Entre albita e anortita ocorre o mesmo fenô-
meno, e são denominados feldspatos alcalicálcicos, ou simplesmente plagioclásios.
Forma: nas rochas, os feldspatos não são uniformes, mas podem apresentar
contornos retangulares ou hexagonais.
Clivagem: os feldspatos aparecem nas rochas quase sempre apresentando
reflexões dos planos de clivagem, quando expostos à luz, pois eles têm boa
clivagem em duas direções. O grão de feldspato pode aparecer dividido por
uma linha distinta.
Fratura: irregular em fragmentos quebradiços.
Cor: os ortoclásios geralmente são creme, tijolo, róseos ou vermelhos, em razão
das impurezas de hematita. Os plagioclásios geralmente são cinza, brancos,
pardos, esverdeados ou até pretos. Observações: 1) rochas com muito ortoclá-
sio tendem a apresentar cores avermelhadas; rochas nas quais predominam
plagioclásios tendem a ser cinza; 2) se uma mesma rocha contém dois felds-
patos e apenas um deles é avermelhado, é quase certo que este seja ortoclásio
e o outro, plagioclásio.
Brilho: vítreo em fratura recente.
Traço: branco não característico.
Peso específico: ortoclásio, 2,54; albita, 2,62; anortita, 2,76.
Ocorrência: os feldspatos ocorrem em quase todos os tipos de rochas ígneas
intrusivas ou extrusivas e nas metamórficas. Eles são mais raros nas sedi-
mentares, porque estas se decompõem em argila e caulim.
Emprego: moídos, em granulação finíssima, são fundidos e misturados com
caulim, quartzo e argila, na produção de porcelana.
3.1
Definição
Rochas são agregados de uma ou mais espécies de minerais e constituem uni-
dades mais ou menos definidas da crosta terrestre. Contudo, há rochas que fogem
um pouco a essa definição. Trata-se das lavas vulcânicas, que nem sempre se
mostram formadas por grânulos de minerais iguais ou diferentes, mas sim cons-
tituídas de material vítreo, amorfo e de cores diversas.
Mineral é toda substância inorgânica natural, de composição química e
estrutura definidas. Quando um mineral adquire formas geométricas próprias,
que correspondam à sua estrutura atômica, passa a ser chamado cristal.
Rocha não deve ser necessariamente todo material resistente e duro da
crosta, como parece ser à primeira vista. Em Geologia, fala-se em rocha sem
levar em conta a dureza ou o estado de coesão. Assim, são rochas tanto materiais
resistentes como granitos, calcários, sienitos e gabros, como materiais mais
moles e friáveis, como argilas, folhelhos, arenitos etc.
Como vimos, as rochas são agregados de minerais. Quando esses agregados
são formados por um só tipo de mineral, diz-se que a rocha é simples. Rocha com-
posta é aquela constituída por mais de uma espécie mineral. Assim, são rochas
simples os quartzitos, que são constituídos somente de quartzo (SiO2), e os már-
mores, que são rochas usualmente formadas só de cristais de calcita (CaCO3).
São exemplos de rochas compostas os granitos, constituídos de quartzo,
feldspato (ortoclásio ou albita) e micas; e os diabásios, formados por feldspato
Resistência ao corte
É a resistência apresentada por uma rocha para se deixar cortar em superfícies
lisas. Dependendo da disposição dos minerais em uma determinada rocha, ela
pode apresentar planos de corte fácil e planos de corte mais difícil.
De uma maneira geral, podemos dizer que a resistência ao corte cresce com
a dureza da rocha.
Resistência à britagem
É a propriedade da rocha em apresentar maior ou menor dificuldade de fragmentar-
se quando submetida a britagem, dada pela porcentagem de material fragmen-
tado abaixo de certa dimensão quando a rocha é submetida a compressão em
máquinas padronizadas.
São muitos os fatores que influem na resistência à britagem, como fissu-
ramentos, leitos de estratificação, planos de xistosidade, estados de alteração
etc. A rocha empregada como pedra britada para pavimentação deve possuir um
mínimo de fragmentos lamelares e alongados. Certas rochas têm a tendência de
formar esses fragmentos quando submetidas a britagem (p. ex., xistos). A tole-
rância permissível desses fragmentos será determinada por projeto de cálculo de
concreto. Caberá ao técnico controlar os fatores que reduzem a presença desses
fragmentos, tais como tipo de britador a ser usado; fator de redução e número de
estágios de redução; e tipo de alimentação.
A Tab. 3.4 mostra alguns dados sobre as rochas do Estado de São Paulo,
obtidos no Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT).
Tab. 3.4 Dados sobre as rochas do Estado de São Paulo, segundo o IPT
S1
0
Argila S2 S3
S4 S5
5
Cascalho
Conglomerados
Silte
Argila Areia média
10
Cascalho
Rocha
90 10
80 20
Porcentagem que passa (%)
70 Argilas variegadas 30
São Paulo
60 40
50 50
40 60
Areias
30 Rio de Janeiro 70
20 80
Areias finas e médias
10 argilosas – São Paulo 90
0 100
56789 2 3 4 5 6 789 2 3 4 5 6 789 2 3 4 5 6 789 2 3 4 5 6 789
0,001 0,01 0,1 1,0 10,0 (mm)
Diâmetro dos grãos (mm)
Argila Silte Areia fina Areia média Areia grossa Pedregulho
A B
20 m 20 m
6m
3m
- xistos - km 86 da Rodovia
Raposo Tavares (Sorocaba,
SP); (B) dobra atectônica -
siltitos - entre Itu e Tietê (SP)
a a
F F
F
F
Fig. 7.17 Sondagem rotativa em balsa no rio Paraíba (SP) Fig. 7.18 Caixa de testemunhos/amostras de sondagem
rotativa. Notar a recuperação total indicando
rocha maciça, sem fraturas
Tipos de coroas
O “corpo” das coroas é sempre de aço, porém a parte
cortante pode ser de diamante, aços especiais, carbeto
de tungstênio, mista etc.
Quanto à forma, as coroas podem ser:
a] ocas, em forma de anel para permitir a entrada do
testemunho no barrilete (Fig. 7.20A);
b] compactas, somente com a função de triturar, sem
produzir o testemunho (Fig. 7.20B).
Fig. 7.19 Caixa de testemunhos/amostras de sondagem
rotativa. Notar o alto estado de fragmentação
Resistência à Granulometria
penetração
Cota Tipo de solo Perfil
SPT Argila Silte Areia Pedreg.
No de golpes
0 726, 30
725, 80 Areia média e grossa 10 20 30 40 50 60 20 40 60 80 %
argilosa
725, 30
Argila siltosa, média
723, 70
Areia fina e média
siltosa, meio compacta
722, 70
5 Argila siltosa, cinza
722, 10
Areia média e grossa
siltosa, fofa, amarela
720, 70 N.A. 28/9/67
Areia média siltosa,
muito fofa, amarela
719, 30
10
15
55/25
51/15
8.1
Definição
Mapa geológico é aquele que mostra a distribuição dos tipos de rochas e de estru-
turas geológicas como fraturas, falhas, dobras, posição das camadas etc. Cada
tipo de rocha ou grupo de tipos de rocha existente numa determinada área é
separado de outro por linhas cheias, as quais são chamadas de linhas de contato.
8.2
Construção/elaboração
Um mapa geológico pode ser construído ou a partir de um mapa topográfico,
no qual são colocados os dados geológicos, ou a partir de fotografias aéreas. No
Brasil, até o momento, existe uma grande deficiência de mapas geológicos, o que
obriga certos projetos prioritários a elaborarem, a curto prazo, um mapa geoló-
gico precário que permita a sua execução, a exemplo das barragens construídas
no país, do projeto do Metrô de São Paulo (Fig. 8.1) etc., para os quais não havia
mapas geológicos adequados.
400 Perfil
300
500
200 400
100 300
200 Perfil
100
Planta
Planta
500
400
300
200
Dique de basalto
Folhelho Basalto
Fig. 8.7 Mapa geológico com camadas Fig. 8.8 Mapa geológico com camadas verticais
horizontais
Exercício resolvido
400
Mapas geológicos com camadas horizontais e verti-
300
cais, com confecção de perfis geológicos
O mapa topográfico mostrado na Fig. 8.10 representa
200
Perfil um vale onde afloram cinco tipos de rochas, quatro
100
em posição horizontal e uma em posição vertical
(EH = 1:40.000):
1] os pontos A, B, C, cota 400 m = contato entre
aluvião e calcário;
2] D, E, F = pontos de afloramento de calcário;
3] G, H, I, J, cota 580 m = contato entre calcário e
100 200 300 400 Planta arenito;
4] K, L, M = pontos de afloramento de arenito;
5] O, P, Q, cota 770 m = contato entre arenito e basalto
vesicular;
6] R, S = pontos de afloramento de basalto vesicular;
7] U, X = contato entre basalto maciço e basalto
Quartzito vesicular, com direção N 40° W e mergulho verti-
cal;
Fig. 8.9 Mapa geológico com camadas inclinadas
8] Y, Z = contato entre basalto maciço e basalto
vesicular, com direção N 40° W e mergulho verti-
cal.
Ponto Distância Cota Ponto Distância Cota procura-se interpretar a geologia estrutural,
Estruturas geológicas
Em geral, afloramentos de rochas como quartzito, basalto e mesmo arenito ofe-
recem sistemas de fraturas facilmente distinguíveis. Falhas constituem ele-
mentos maiores e de mais difícil interpretação, e as dobras são igual e facilmente
determinadas quando o mergulho das camadas é assinalado (Fig. 9.16).
Erosão
Aluvião
Coluvião
Depósito o
localizado em Ri
Fig. 9.17 Características
encosta marcantes dos
Visto na fotografia sedimentos em fotos
Fig. 9.20 (A) Exemplo de interpretação de uma imagem digital TM-Landsat-5 na tela do computador e (B) o resultado dessa
interpretação. Em (A), com a ajuda de um cursor, podemos observar as classes delimitadas em polígonos amarelos.
Em (B), o resultado da interpretação, com as classes de vegetação em verde e o desmatamento em amarelo, como
indica a legenda
Fonte: Florenzano (2011).
Poço artesiano
Superfície primitiva
do terreno
Tubo
Rodovia perfurado
Nível d'água
vel
Camada permeá
Tubo e valeta
eável
Camada imperm
N.A.
Exemplo de drenos nal
interceptadores origi
Fig. 10.17 Esquema de
drenagem
N.A. rebaixado superficial e
subsuperficial
O L
S
nco
Rio Rio AP OC
EA
Bra
RR NO
Tr
Rio
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Regiões hidrográficas oJ
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Tocantins/Araguaia
o
M
PACÍFICO
Ri
MS
ira
Rio
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20° S
an
tê
Atlântico Nordeste Ocidental 20° S
ar
a
Ri
Iv R
aí
Trópico
Atlântico
órnio
de Capric Nordeste Oriental PR
Rio u
São Francisco aç
OCEANO
Igu
Atlântico Leste Urugua
Rio i SC
Atlântico Sudeste O
AN
Atlântico Sul OCE
Rio Jacuí
RS
Paraguai
30° S
125 0 250 km
Paraná 30° S
Uruguai
Bacias hidrográficas no Brasil
70° W 60° W 50° W 40° W 30° W
Terraços
Basalto
Rio Grande
Fig. 11.17 Drenagem paralela Fig. 11.18 Drenagem radial Fig. 11.19 Drenagem dendrítica
12.1
Escorregamentos
Esses fenômenos, que incluem tanto solos como rochas, estão ligados à intensa
infiltração de água no subsolo, em regiões onde a precipitação de chuva é elevada.
Exemplos típicos são as regiões de serra do mar nos Estados de São Paulo, Rio de
Janeiro, Espírito Santo, Paraná e Santa Catarina.
Há, contudo, casos de deslizamentos lentos, e um exemplo é o trecho de
serra do km 51 da Via Anchieta (SP): velocidade de 1 cm/30 anos. Porém, nessa
mesma zona, em 1956, houve vários deslizamentos catastróficos, tanto na pró-
pria Via Anchieta como nos morros de Santos. A altura dos morros na região da
Baixada Santista é de 200 m, em média, e a inclinação nos taludes das encostas
é elevada, em torno de 40°. Os deslizamentos provocaram a morte de inúmeras
pessoas, feriram centenas e destruíram residências. A causa dos deslizamentos,
além do fator geológico, inclui também a ação do homem, que provoca cortes sem
controle nas encostas, ausência de drenagem, de impermeabilização etc.
Fig. 12.12 Boçoroca na região noroeste do Estado de Fig. 12.13 Erosão urbana em região de arenitos (noroeste do Estado
São Paulo de São Paulo)
Fonte: Revista Construção SP. Foto: Fernando Luís Prandini (IPT-SP).
Solo de alteração
de rocha
Túnel
Gnaisse
Manoel Sátiro
Mondubim
Conjunto Esperança
Aracapé
Pátio externo
Alto Alegre de cargas
Pajuçara
Novo Maracanaú
Maranguape
Maracanaú
Jereissati
15.1
Rodovias/estradas
foi construída uma barragem para a formação de uma represa, que deu origem ao
lago Gatun. Fica a 20 m acima do nível do mar.
O sistema de eclusas é duplo e permite a passagem dos navios nos dois sen-
tidos (Fig. 15.24).
16.1
Mineração
Na verdade, deve-se ter sempre uma ligação direta e profunda entre os geó-
logos de engenharia e os engenheiros de minas.
Na fase de exploração da jazida, a Geologia de Engenharia tem papel impor-
tante tanto nas explorações a céu aberto como nas subterrâneas, em que se des-
taca o conhecimento de aspectos como:
Dimensionamento/inclinação dos cortes.
Áreas para disposição de rejeitos.
Projetos de barragens.
Definição dos túneis etc.
+
Gravidade
0
–
Gravidade negativa
Continente
Bacia Bacia
oceânica oceânica
Espumas poluídas do
rio Tietê em Santana de
Parnaíba (SP)
São feitos estudos para buscar uma solução técnica para esse passivo
ambiental.
É importante destacar que a Companhia Mercantil e Industrial Ingá, uma
fábrica de lingotes de zinco, foi interditada pelo governo federal em 2003.
No Brasil, vários são os casos de passivos ambientais ainda não resolvidos.
Terremotos
“Como o raio do relâmpago e o trovão, o
tremor na Terra causa medo e horror no
homem. Mas, enquanto o temporal se
anuncia pela formação de nuvens negras
e ventos fortes, o tremor na Terra é
imprevisto.”
(Eng. Hermann Haberlehner, São Paulo, set. 1979)
Fig. 17.5 Terremoto em Kobe, Japão, em 1995 singulares (Tab. 17.1). O registro histórico de terre-
Fonte: Kyodo News/Associated Press. motos cita uma ocorrência em Cuiabá, em outubro
de 1946, que coincidiu com o terremoto em Lima,
no Peru, mas sem causar danos.
Existem relatos na Região Norte do Brasil que, pela proximidade com os
Andes, podem ser reflexos dos terremotos que lá ocorrem.
O Prof. Dr. Alberto Veloso, criador do Observatório Sismológico da Univer-
sidade de Brasília, afirmou que, em relação a terremotos, “é pequena a probabi-
“Nunca subestime a maldade e o após sua explosão, matou 130 mil pessoas e feriu 80
poder de destruição do homem.” mil. A explosão gerou um calor semelhante ao do pró-
(Popular) prio Sol, fazendo os prédios e a vegetação sumirem,
transformando a cidade num grande deserto. As pes-
soas foram desintegradas e o calor arrancou suas
roupas e peles. Quem sobreviveu morreu
logo depois pelo câncer causado pelos
efeitos da radiação. A nuvem atômica inci-
nerou tudo (Fig. 17.29).
Três dias depois, em 9 de agosto de
1945, foi a vez da cidade de Nagasaki sofrer
um ataque de bomba atômica. Aproxima-
damente 70 mil pessoas foram mortas. O
número de vítimas é estimado.
Os mortos eram civis em sua maioria,
e a justificativa para o uso da bomba foi
para que a Segunda Guerra terminasse.
Terminou, mas será que não foi uma forma
Fig. 17.29 Foto do terror atômico de Hiroshima desumana de encerrá-la? E quanto ao
número de mortos? E a reconstrução dessas
cidades?