Ética e Moral e Violência Contra A Mulher
Ética e Moral e Violência Contra A Mulher
Ética e Moral e Violência Contra A Mulher
Comecemos por um conceito mais amplo, o de valor. Juízo de valor, quando lhes atribuímos
uma qualidade que mobiliza nossa atração ou repulsa, como no caso de violência contra a
mulher. Observe que, nos exemplos, destacamos valores de utilidade, beleza, morais (bem e mal),
valores econômicos. Desse modo, os valores podem ser lógicos, utilitários, estéticos, afetivos,
econômicos, religiosos e éticos. Mas o que são valores? Embora a temática dos valores seja tão
antiga como a humanidade, só no século XIX surgiu a teoria dos valores ou axiologia. A axiologia
não se ocupa do ser (como a metafísica), mas das relações entre os seres e o sujeito que os
aprecia os seres - sejam eles coisas inertes, seres vivos ou ideias - mobilizam nossa afetividade
por atração ou por repulsa. Portanto, algo possui valor quando não nos deixa indiferentes.
É nesse sentido que García Morente diz: Os valores não são, mas valem. Uma coisa é valor
e outra coisa é ser. Quando dizemos de algo que vale, não dizemos nada do seu ser, mas dizemos
que não é indiferente. A não indiferença constitui esta variedade ontológico que contrapõe o valor
ao ser. A não indiferença é a essência do valer.
Os valores são, num primeiro momento, herdados,como infelizmente no caso da violência
contra a mulher. Ao nascermos, o mundo cultural é um sistema de significados já estabelecido,
de tal modo que aprendemos desde cedo como nos comportar à mesa, na rua, ou com os nossos
parceiros!
MORAL E ÉTICA
Os conceitos de MORAL e ÉTICA, ainda que diferentes, são com frequência usados como
sinônimos. No entanto, podemos estabelecer algumas diferenças entre eles, embora essas
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definições variem conforme o filósofo. Embora haja diversos tipos de valores, vamos considerar
neste capítulo apenas os valores éticos ou morais
ETIMOLOGIA
Voltemos ao assassinato relatado no início do capítulo. O que chocou nessa história foi a
insensibilidade moral das testemunhas do crime, que poderiam ter salvado a moça com um simples
telefonema, já que a polícia chegou dois minutos após o chamado, quando nada mais poderia ser
feito. Essas pessoas não pararam para refletir sobre se o que faziam era certo ou errado - nesse
caso, sobre o que não fizeram, pois configurou-se a omissão de socorro. Teria faltado apenas a
racionalidade, a capacidade de reflexão? Não só. Quando pesamos os prós e os contras de cada
ação, o fazemos não apenas com a razão, mas também com a sensibilidade, com nossos
sentimentos e emoções. Ao nos tornarmos mais maduros, partilhamos as alegrias e as aflições das
pessoas que nos cercam, não só as de nossa convivência próxima, mas de qualquer ser humano.
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PARA REFLETIR