Apostila - Extracao e Tratamento Do Caldo
Apostila - Extracao e Tratamento Do Caldo
Apostila - Extracao e Tratamento Do Caldo
Moagem
Peneiramento
2 - PENEIRA ROTATIVA :
Atualmente vem substituindo as tradicionais peneiras do tipo cush–cush, na
tarefa de fazer a primeira remoção de impurezas, pois são mais eficientes,
operando com telas de 0,3 a 0,5 mm de abertura, maior facilidade para limpeza e
baixo custo de manutenção.
3 - PENEIRA ESTÁTICA :
Utilizadas na filtração secundária do caldo bruto ou na filtração do caldo
clarificado na saída do decantador.
Sua capacidade varia de acordo com o tipo de tela utilizada e o grau de
inclinação.
Normalmente para caldo bruto são utilizados malhas de 50 a 100 mesh com
45o de inclinação e para o caldo clarificado 15o com malha de 150 a 200 mesh.
Tratamento químico
Sulfitação
Calagem
Finalidades:
- Corrigir o pH até valor desejado (6,9 a 7,0);
- Reação com ácidos orgânicos presentes no caldo;
- Provocar floculação de colóides e consequente agrupamento do material em
suspensão no caldo;
- Influência do pH, Ө e tempo na destruição de:
- Açúcares redutores: > 7
- < 55 oC: moderada = comp. incolores
- > 55 oC: moderada = formação de ácidos orgânicos e compostos
escuros. Produtos da decomposição dos açúcares redutores são de cor
elevada, não permitindo a obtenção de açúcares de brancura suficiente e
também reagem com íons de cálcio aumentando consideravelmente as
incrustações em aquecedores e evaporadores.
- Sacarose: pH < 7 = destruição por inversão, formação de açúcar invertido.
Doseamento de polímeros
Aquecimento do caldo
Os aquecedores são equipamentos nos quais tem a passagem de caldo no
interior dos tubos e a circulação do vapor pelo casco (calandra). O vapor cede calor
para o caldo e condensa-se. Os aquecedores podem ser horizontais ou verticais,
sendo os primeiros, os mais utilizados. Esses equipamentos constam de um cilindro
fechado nas duas extremidades por chapas perfuradas de cobre ou ferro fundido,
chamadas de chapas tubulares ou espelhos, onde são mandriados ou soldados os
tubos de circulação do caldo.
Nas extremidades desse conjunto existem dois “cabeçotes” que por sua vez,
apoiam suas bases sobre o espelho, sendo fixados neste por pinos. Na outra
extremidade dos cabeçotes localizam-se as tampas com dobradiças, presas por
meio de parafusos de borboletas. Os cabeçotes são divididos internamente por
chicanas em vários compartimentos, denominados ninhos ou passe.
Os desenhos dos cabeçotes superior e inferior são diferentes, a fim de
propiciar a circulação em vaivém do caldo, caracterizando o sistema de passagens
múltiplas. As perfurações do espelho, seguem uma distribuição tal que cada
conjunto de tubos forma um feixe que conduz o caldo em sentido ascendente e
outro descendente. O número de tubos por feixe depende do diâmetro do tubo e
da velocidade desejada.
Objetivos do aquecimento:
Eliminar os microrganismos por esterilização
Completar as reações químicas
Provocar a floculação
Remover os gases
Temperatura 103 a 110ºC (3h)
INCRUSTAÇÕES
FLASHEAMENTO
Quando o caldo não é devidamente “ flasheado “, as bolhas de ar
permanecem dissolvidas no caldo ou oclusas no bagacilho dificultando a sua
separação.
Desta forma o caldo deve ser aquecido até 103 a 110 oC e enviado a um balão
de flash de dimensões corretas para eliminar todo o ar contido no caldo.
Em várias instalações é bastante comum encontrar o balão de flash
subdimensionado em prejuízo da renovação de ar e gases.
A temperatura do caldo deve ser superior à 103ºC. Se o flasheamento não
ocorre, bolhas de gás aderidas aos flocos diminuirão a velocidade de decantação.
DECANTAÇÃO
c) Tempo de retenção. O tempo médio que o caldo deve permanecer no interior dos
decantadores convencionais é 2,5 – 3,5 horas.
FILTRAÇÃO
Pol da torta
Uma quantidade de açúcar (pol) presente na torta da ordem de 1% pode ser
obtida com o equipamento correto e condições adequadas de operação. Se a pol da
torta é alta, devemos checar os seguintes itens:
Vácuo
O baixo vácuo deve ser de 7-10 cmHg e o alto vácuo de 20 – 22 cmHg.
Espessura da camada de torta:
- Deve ser entre 7 e 10mm.
Bagacilho
A quantidade de bagacilho misturada com o lodo afeta a pol da torta. Um
excesso de bagacilho produz torta mais espessa e, portanto, maior pol. A
quantidade de bagacilho seco, % no lodo de alimentação do filtro, deve estar entre
2,5 a 3,0 %.
pH e adição de polímero
O pH do lodo deve ser ajustado para 7,5 com leite de cal e adição de
polímero de baixo peso molecular deve ser utilizada (2,5 a 3,0 ppm, calculado sobre
o lodo).
Bicos aspersores
Em certas ocasiões as saídas dos bicos aspersores se danificam ou
desgastam necessitando substituição.
Quando o filtro de água não recebe a devida atenção, os bicos podem
entupir, alterando o formato dos jatos de água ou permitindo o gotejamento.
Neste caso a lavagem da torta será prejudicada e poderá ser destacada da tela.
Para que a lavagem e recuperação do açúcar sejam eficientes todos os bicos
aspersores devem funcionar corretamente. Os bicos podem ser limpos com jato de
ar.
Raspador de torta
A função do raspador é separar a torta do tambor do filtro no final do ciclo
de secagem. Se a borracha do raspador sofre desgaste o contato do metal da
raspadeira com o tambor provirá danos à tela. Se a borracha se apresentar
desgastada a limpeza das telas poderá ser incompleta reduzindo a capacidade do
filtro.
No raspador de torta existe um contrapeso cuja finalidade é manter o
raspador pressionado contra a tela do filtro. Quando a torta não se separa da tela
podemos aplicar uma pressão maior no raspador. Para isto devemos mover o
contrapeso até encontrarmos uma posição onde o contato seja completo. A pressão
do raspador não deve ser excessiva para não provocar danos à tela.
Adição de bagacilho
O filtro rotativo a vácuo requer que o lodo seja misturado com uma certa
quantidade de bagacilho fino para aumentar a filtrabilidade dos sólidos em
suspensão.
O bagaço, saindo das moendas, passa pelo transportador tipo esteira, onde é
peneirado pôr chapa perfurada, obtendo-se o bagacilho necessário. É desejável que
90 % do bagacilho passe através de uma peneira de 14 mesh.
É comum ocorrerem quebras ou entupimentos nas peneiras, neste caso o
conserto ou substituição deve ser feito rapidamente para que o filtro não opere
sem bagacilho.
O bagacilho é transportado com o auxílio de um ventilador, através de uma
tubulação, até o separador tipo ciclone localizado acima do misturador de
bagacilho. O ciclone separa o bagacilho do ar.
É necessário evitar vazamento e acúmulo de bagacilho do ciclone. Também
deve-se verificar se o bagacilho não está saindo pela descarga de ar.
A quantidade de bagacilho adicionada deve ser da ordem de 3 a 5 Kg por
tonelada de cana moída. Dosagens excessivas devem ser evitadas por provocarem
obstrução na tubulação de retorno de lodo e dificultarem a lavagem da torta
provocando aumento nas perdas de açúcar. Quando a dosagem é pequena, obtém –
se caldo filtrado com elevada turbidez e a formação da torta se torna mais difícil,
e existirá o perigo de entupimento nas telas e tubos de sucção devido à quantidade
de sólidos passando com o caldo.
O misturador de bagacilho deve ser localizado próximo aos filtros para
evitar entupimentos. A mistura do bagacilho com lodo deve ser a mais homogênea
possível para o bom funcionamento. Muita atenção deve ser dada para que não
ocorra vazamento de lodo.
Qualidade do lodo
Em algumas ocasiões poderemos ter lodo diluído ou fino vindo dos
decantadores, ocasionando dificuldades para a formação da torta no filtro.
Para melhorar a operação do filtro, podemos: aumentar o pH de lodo para
7,5 adicionando leite de cal, adicionar floculante ou aumentar a quantidade de
bagacilho adicionado.
Umidade da torta
A umidade da torta deve ser entre 75 e 80 % dependendo da textura do
lodo, quantidade de água adicionada, vácuo aplicado e tempo de secagem. Vários
estudos demonstram que a quantidade ótima de água aplicada na lavagem de torta
é 150 % (em relação ao peso de torta) e que valores maiores terão pouco efeito na
redução da pol da torta.