Apicultura Pronatec

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Cláudio Eduardo Silva Freitas

Eduardo Gomes
Maytê Maria A. P. de Melo Silva
Angélica Alves de Moura Freitas

Apicultor

1ª edição

Montes Claros
Instituto Federal do Norte de Minas Gerais
2015
Apicultor
Cláudio Eduardo Silva Freitas
Eduardo Gomes
Maytê Maria A. P. de Melo Silva
Angélica Alves de Moura Freitas

Montes Claros-MG
2015
Presidência da República Federativa do Brasil
Ministério da Educação
Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica

Instituto Federal do Norte de Minas Gerais

Reitor Revisão Editorial Coordenação de Produção


Prof. José Ricardo Martins da Silva Antônio Carlos Soares Martins de Material
Ramony Maria Silva Reis Oliveira Karina Carvalho de Almeida
Pró-Reitora de Ensino Rogeane Patrícia Camelo Gonzaga
Ana Alves Neta Projeto Gráfico, Capa e Iconografia
Coordenação Geral Pronatec Tatiane Fernandes Pinheiro
Pró-Reitor de Administração Ramony Maria Silva Reis Oliveira
Edmilson Tadeu Cassani Editoração Eletrônica
Coordenação Adjunta Pronatec Antonio Cristian Pereira Barbosa
Pró-Reitor de Extensão Ednaldo Liberado de Oliveira Karina Carvalho de Almeida
Paulo César Pinheiro de Azevedo Tatiane Fernandes Pinheiro
Conteudista Welington Batista Lessa
Pró-Reitor de Pesquisa, Cláudio Eduardo Silva Freitas
Pós-Graduação e Inovação Eduardo Gomes
Rogério Mendes Murta Maytê Maria A. P. de Melo Silva
Angélica Alves de Moura Freitas
Pró-Reitor de Desenvolvimento
Institucional Revisor do Eixo tecnológico
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Diretor de Educação a Distância Revisor de Legalidade


Antônio Carlos Soares Martins Rafaela Caiaffa de Faria

Coordenadora de Ensino Revisor Especialista em Assuntos


Ramony Maria da Silva Reis Oliveira Educacionais
Paula Francisca da Silva
Coordenador de Administração e
Planejamento Revisão Linguística
Alessandro Fonseca Câmara Ana Márcia Ruas de Aquino
Marli Silva Fróes
Ícones Interativos

Utilizado para sugerir leituras, bibliografias, sites e textos para aprofundar


os temas discutidos; explicar conceitos e informações.

Utilizado para auxiliar nos estudos; voltar em unidades ou cadernos já estu-


dados; indicar sites interessantes para pesquisa; realizar experiências.

Utilizado para defininir uma palavra ou expressão do texto.

Utilizado para indicar atividades que auxiliam a compreensão e a avaliação


da aprendizagem dos conteúdos discutidos na unidade ou seções do caderno;
informar o que deve ser feito com o resultado da atividade, como: enviar ao
tutor, postar no fórum de discussão, etc.
SUMÁRIO

Unidade1 - Histórico 9

1.1 As abelhas no Brasil e no mundo 12

Unidade 2 - Classificação Zoológica 19

Unidade 3 - Anatomia e Fisiologia das Abelhas 22

Unidade 4 - Biologia da Abelha – O Ciclo Biológico 27

4.1 Ciclo biológico 27


4.2 A abelha rainha 29
4.3 As abelhas operárias 31
4.4 Os zangões 33

Unidade 5 - Reconhecimento da Colmeia 36

5.1 O Núcleo 39
5.2 Outros tipos de colmeia - Colmeias quentes e frias 39
5.3 Construções dos Quadros 40

Unidade 6 - Povoamento do Apiário 42

6.1 Captura de enxame 42


6.2 Localização do apiário 43

Unidade 7 - O Material Apícola 46


Unidade 8 - Manejo do Apiário 51

8.1 normas para abertura de uma colmeia 53


8.2 Principais observações feitas durante a abertura da colmeia 53

Unidade 9 - Flora Apícola 56

9.1 Alimentação artificial da colmeia 58

Unidade 10 - Retirada e Processamento do Mel 60

10.1 Materiais e equipamentos 60


10.2 Operações do processamento 61

Unidade 11 - Mel e Controle de Qualidade 64

11.1 Composição química do mel (Média) 64


11.2 Instrução Normativa nº 11 do MAPA, de 20 de outubro de 2000 65
11.3 Características do mel 66
11.4 Cristalização e granulação do mel 68
11.5 Testes de adulterantes no mel 68
11.6 Sabor e aroma 69

Unidade 12 - Produção de Cera 73

12.1 Cera 73

Unidade 13 - Outros Produtos das Abelhas 77

13.1 Própolis 77
13.2 Geleia real 78
13.3 Apitoxina 79

Referências Bibliográficas 82
10

Unidade1
Histórico
Objetivos

Conhecer a origem e história das abelhas.

Identificar os números da produção de mel brasileiro e mundial.

Reconhecer a importância das abelhas para o meio ambiente e para a agricultura.

Os fósseis mais antigos das abelhas datam aproximadamente 50 milhões de anos


atrás. Presume-se que o comportamento social e a morfologia do trabalho tenham
evoluído em conjunto (PUERTA et al., 1992).

A importância delas para o homem é constatada na própria história da civilização,


citações relatam a presença de abelhas em pedaços de âmbar transparente (re-
sina fóssil) encontradas em pesquisas arqueológicas, cujos estudos indicam a pre-
sença destes insetos há 50 milhões de anos como comprovam os fósseis Electrapis
em âmbar (FIG. 1) (GONÇALVES, 2012).

A apicultura era amplamente praticada na antiguidade, além do mel ser utilizado


como alimento, também era utilizado em aplicações religiosas e medicinais. Docu-
mentos e peças de museus importantes da Europa e Estados Unidos comprovam a
importância que os gregos e os egípcios davam às abelhas, estas eram vistas como
“Símbolo do Bem Estar” (GONÇALVES, 2012).

O primeiro documento que relaciona o homem e o mel foi descoberto em 1924 pelo
arqueólogo Hernández Pacheco, na Espanha, na Cueva de la Araña, de Bicorp, pro-
víncia de Valência, e remonta provavelmente cerca de 8 mil anos (FIG. 2). Nesta
pintura rupestre, pode ser visto um homem colhendo um favo de mel no interior
de uma rocha, cercado por abelhas em voo.

Existem referências às abelhas e ao mel nas antigas civilizações. Registros encon-


trados na literatura mostram que os sumérios na Mesopotâmia, por volta de 5.000
a. C., já usavam o mel. Historicamente, as abelhas foram de interesse por mais de
5.000 anos devido ao mel que elas produzem. O mel foi o único adoçante natural
disponível comercialmente antes do aparecimento dos açúcares. O uso medicinal
do mel também está descrito em manuscritos egípcios, gregos e romanos. O mel
era muito usado pelos antigos egípcios, especialmente pelos sacerdotes, tanto
nos rituais e cerimônias como para alimentar animais sagrados. Por sua vez, o mel
também foi considerado um símbolo de riqueza e de poder (ALMEIDA, 2010).

Aproximadamente, 5.000 anos a.C., os egípcios começaram a colocar as abelhas


em colmeias de argila (CRANE, 1999). Entretanto, pesquisas recentes mostram que
em Israel, nas Ruínas da cidade de Rehov, foi descoberta mais de 100 colmeias en-
fileiradas, intactas em potes de barro, com restos de antigos favos de mel e cera
de abelhas, datando de cerca de 3.000 anos (FIG. 3).

Os egípcios são considerados os pioneiros na criação de abelhas, entretanto a pa-


lavra colmeia vem do grego porque usaram como colmeias recipientes de palha
trançada, em forma de sino, designadas colmos (CRANE, 1999). O conhecimento
sobre a criação de abelhas foi sendo disseminado através da herança familiar e

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também por intermédio de pessoas curiosas preocupadas em conhecer melhor a


vida destes insetos (FIG. 4).

O valor nutricional e medicinal do mel foi documentado e referido pelos mais im-
portantes filósofos gregos (Homero, Platão, Aristóteles, Demócrito, Hipócrates).
Aristóteles (384 a.C a 323 a.C.) fez os primeiros estudos com métodos científicos
a respeito de abelhas, utilizando colmeia cilíndrica feita com ramos de árvores,
entrelaçados com uma mistura de barro e estrume de vaca (CRANE, 1999).

Por volta do século XVI, importantes avanços científicos e tecnológicos possibi-


litaram compreensão de aspectos fundamentais do ciclo de vida e biologia das
abelhas. No ano de 1586 a abelha rainha é descrita como fêmea, o zangão como
macho, no ano de 1609 e as abelhas operárias como fêmeas que possuíam um lugar
definido para criar a descendência (ALMEIDA, 2010).

Em 1851, o Reverendo Lorenzo Lorraine Langstroth verificou que as abelhas de-


positavam própolis em qualquer espaço inferior a 4,7 mm e construíam favos em
espaços superiores a 9,5 mm, a média entre os dois valores Langstroth denominou
de “espaço abelha”. O Reverendo Langstroth criou a colmeia de quadros móveis
tendo por base o modelo de colmeia de Francis Huber, que prendia cada favo em
quadros presos pelas laterais e os movimentava como as páginas de um livro. Em
1852, este ministro Congregacional de Pensilvânia, patenteou uma colmeia com
molduras móveis permitindo assim o desenvolvimento da criação racional de abe-
lhas, assim nasceu a colmeia Langstroth que é usada até hoje (EMBRAPA, 2003).

No Brasil

Em 1840, as abelhas da espécie Apis mellifera foram introduzidas no Brasil, prova-


velmente as subespécies Apis mellifera mellifera e Apis mellifera carnica oriundas
da Espanha e Portugal, trazidas pelo Padre Antônio José Pinto Carneiro, tenham
sido as primeiras abelhas a chegar em nosso país (EMBRAPA, 2003).

Até a década de 50 a produção nacional de mel não ultrapassava as 5 mil toneladas


de mel por ano em razão de problemas com a sanidade em função do surgimento
de doenças e pragas (nosemose, acariose e cria pútrida europeia), o que dizimou
80% das colmeias do país e diminuiu a produção apícola drasticamente (GONÇAL-
VES, 2012; EMBRAPA, 2003).

Em 1956, o Dr. Warwick Estevan Kerr trouxe da África e introduziu em Piracicaba,


51 rainhas de Apis mellifera adansoni e Apis mellifera capensis. Para Rio Claro,
foram transferidas 49 matrizes de rainhas africanas das quais 26 enxamearam em
1957, fugindo ao controle dos técnicos (EMBRAPA, 2003).

De 1956 a 2012 houve uma grande mudança na apicultura brasileira, as abelhas


chamadas de africanizadas, resultante do cruzamento das abelhas africanas (scu-
tellata) com as abelhas europeias (ligustica, carnica e mellifera) introduzidas an-
teriormente no país, são consideradas como as responsáveis pelo desenvolvimento
apícola do país, de modo que o Brasil, que era o 28º produtor mundial de mel (5
mil t/ano), passou para o 11º (50 mil t em 2010) (GONÇALVES, 2012; MAPA, 2011;
EMBRAPA, 2003).

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Figura 1: Electrapis em âmbar.


Fonte: www.apacame.org.br.1

Figura 2: Pintura rupestre.


Fonte: www.abejas.org.2

Figura 3: Ruínas da cidade de Rehov, em Israel.


Fonte: www.missaojovem.org.33

Figura 4: Importância da abelha para o homem.


Fonte: www.apacame.org.br.4

1 Disponível em: <http://www.apacame.org.br/mensagemdoce/117/artigo1.htm. Acesso em set.2013.


2 Disponível em: <http://www.apacame.org.br/mensagemdoce/117/artigo1.htm. Acesso em set.2013.
3 Disponível em: <http://www.missaojovem.org/arqueologia-biblica/16/colmeias-de-3-mil-anos-sao-descobertas-em-israel.html. Acesso
em set.2013.
4 Disponível em: <http://www.apacame.org.br/mensagemdoce/117/artigo1.htm. Acesso em set.2013.

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Pesquise sobre o histórico da apicultura. Para isso, visite este link na in-
ternet:<http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Mel/
SPMel/historico.htm>.

Em seguida, responda:

1. Qual o nome do descobridor do chamado “espaço abelha” e qual a sua contri-


buição para o desenvolvimento da apicultura racional?

1.1 As abelhas no Brasil e no mundo


O Brasil é o país que melhor oferece condições para o desenvolvimento da apicultura,
uma vez que o seu vasto território dispõe de uma variada cobertura vegetal, que for-
nece floração durante todo o ano. Existem, no Brasil, dois tipos básicos de abelhas:

a) Os meliponíneos ou abelhas sem ferrão constituem um grupo de abelhas forma-


do por mais de 300 espécies conhecidas em todo o mundo. No Brasil existem cerca
de 50 a 60 espécies dessas abelhas, alguns exemplos são demonstrados nas (FIG.
5, 6, 7 e 8). Os meliponíneos ou abelhas sem ferrão fazem parte da Subfamília
Meliponinae da família Apidae, essa sub-família divide-se nas tribos Meliponini e
Trigonini que compreendem 52 gêneros e as mais de 300 espécies de abelhas sem
ferrão identificadas. Os principais gêneros são dois: Melipona e Trigona. As colônias
de Melipona possuem entre 500 e 4000 indivíduos, enquanto que aquelas de Trigo-
na variam de 300 a 80.000 abelhas (FREITAS, 2003).

Figura 5: Melipona rufiventris (Abelha Uruçu Amarela).5


Fonte: abelhasdobrasil.blogspot.com.br.

5 Disponível em: <http://abelhasdobrasil.blogspot.com.br/2010/11/arquitetura-dos-ninhos-de-meliponineos.html> Acesso em set. 2013.

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Figura 6: Plebéia remota (Abelha Mirim).


Fonte: abelhasdobrasil.blogspot.com.br.

Figura 7 - Melipona bicolor schenki gribordo (Abelha Guaraipo).


Fonte: abelhasdobrasil.blogspot.com.br.

Figura 8: Tetragonista angustula (Abelha Jataí).


Fonte: abelhasdobrasil.blogspot.com.br.

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b) O gênero Apis inclui cinco espécies, a comum Apis mellifera, Apis dorsata, Apis
laboriosa, Apis cerana e a Apis flórea. Provavelmente a espécie Apis mellifera ori-
ginou nos trópicos africanos ou nos subtrópicos e depois migraram para o oeste da
Ásia e da Europa. No Brasil foram introduzidas por volta de 1839, pelo Padre Antô-
nio Carneiro, que as trouxeram para criá-las. Estas abelhas são providas de ferrão,
vivendo em colônias bastante populosas e são altamente produtoras de mel (FIG.
9, 10, 11 e 12). Em 1956 o Prof. Warvick Estevão Kerr, trouxe as abelhas africanas
para estudo em São Paulo, porém em 1957 se espalharam de maneira incontrolável
por todo o Brasil. Estas abelhas cruzaram com outras abelhas europeias já existen-
tes, e hoje já não encontramos enxames africanos puros em território brasileiro.

Figura 9 - Apis mellifera carniça (Abelha cárnica).


Fonte: zootecniae10.blogspot.com.br.6

Figura 10 - Apis mellifera mellifera (Abelha alemã).


Fonte: zootecniae10.blogspot.com.br.

6 Disponível em: <http://zootecniae10.blogspot.com.br/2012_04_01_archive.html dia 22> Acesso em: set. 2013.

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Figura 11 - Apis mellifera ligustica (Abelha italiana).


Fonte: zootecniae10.blogspot.com.br.

Figura 12 - Apis mellifera scutellata (Abelha africana).


Fonte: zootecniae10.blogspot.com.br.

O país com maior produção de mel, no mundo é a China com 200 mil ton./ano,
seguido da Rússia com 150 mil ton./ano e EUA com 130 mil ton./ano. Segundo Re-
sende (2008), a apicultura gera cerca de 450 mil ocupações diretas no campo e 16
mil empregos na indústria, sendo que 9 mil na indústria de processamento e 7 mil
na indústria de entrepostos.

Atualmente o Brasil é o 10º país exportador de mel, no ano de 2012 exportou


16.707 toneladas, sendo que o principal destino nos anos de 2009 a 2012 forami
os Estados Unidos da América, os principais estados exportadores encontram-se na
TABELA 1 (ABEMEL, 2013).

O agronegócio apícola internacional hoje em dia não trata apenas de negociar os


produtos produzidos pelas abelhas como o mel, cera, pólen, própolis, apitoxina e
geleia real, mas principalmente a produção de grãos, frutos e hortaliças na agri-
cultura, pois graças ao papel polinizador das abelhas 70% dos alimentos de origem
vegetal consumidos pelo homem são polinizados pelas abelhas (GONÇALVES, 2012).

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TABELA 1

Exportação brasileira de mel natural por estado

2011 2012
UF
US$ Kg US$/Kg US$ Kg US$/Kg
AC 0 0 0,00 92 24 3,83
BA 1.292.854 401.850 3,22 393.223 131.670 2,99
CE 12.778.933 4.065.238 3,14 8.152.477 2.618.029 3,11
ES 1.613 72 22,40 0 0 0,00
MA 61.918 20.558 3,01 448.745 153.656 2,92
MG 1.728.960 559.117 3,09 2.016.406 714.143 2,82
MS 1.907 117 16,30 0 0 0,00
MT 29.640 10.545 2,81 0 0 0,00
PR 4.537.073 1.410.883 3,22 9.713.143 3.024.883 3,21
PI 11.776.921 3.664.319 3,21 4.523.025 1.459.913 3,10
RJ 15.261 179 85,26 0 0 0,00
RN 4.524.547 1.522.297 2,97 738.012 266.000 2,77
RS 12.929.785 4.185.519 3,09 5.774.802 1.887.696 3,06
SC 1.640.076 498.324 3,29 4.873.466 1.518.023 3,21
SP 18.311.235 5.705.079 3,21 15.479.500 4.858.336 3,19
CB 1.238.637 354.480 3,49 234.876 75.040 3,13
TOTAL 70.869.360 22.398.577 3,16 52.347.767 16.707.413 3,13
Nota: (CB) CONSUMO DE BORDO Fonte: ABEMEL, 2013

Visite a página do link a seguir e conheça a Associação Brasileira de Exporta-


dores de Mel (ABEMEL). <http://www.beebrazil.com/abemel.aspx>

A importância da apicultura não se resume apenas na produção de mel, estima-se


que aproximadamente 73% das espécies vegetais cultivadas no mundo sejam poli-
nizadas por alguma espécie de abelha. Segundo Nogueira-Couto, (1998) as abelhas
são responsáveis na preservação da vida vegetal e também na manutenção da
variabilidade genética.

O maior benefício que as abelhas oferecem, é, sem dúvida, a polinização das


flores, e nesta atividade, as abelhas são 10 vezes mais úteis, do que na produção
de mel. A agricultura depende, entre 60 e 70% da polinização para aumentar sua
produção. Para Freitas (1998), os serviços de polinização não são muito valoriza-
dos no Brasil. Nos EUA, calcula-se que o lucro anual com o aumento da produção
de frutas e sementes, alcança cerca de 14 bilhões de dólares, quando se utiliza a
abelha como agente fecundante.

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Visite o link e saiba mais sobre a importância das abelhas para a agricultura
e para o meio ambiente. < http://www.youtube.com/watch?v=UyFJzfRSbVA>

Resumo
Nesta aula, você conheceu a origem e história das abelhas, identificou os números
da produção de mel brasileiro e mundial e reconheceu a importância das abelhas
para o meio ambiente e para a agricultura.

1. Agora que você concluiu a unidade 1, faça um resumo de tudo o que aprendeu.

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2. Cite as vantagens que o Brasil oferece para o desenvolvimento da apicultura.

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3. Sobre os meliponídeos e apídeos, assinale V para as sentenças verdadeiras e F


para as falsas:

( ) Meliponídeos são abelhas nativas denominadas de indígenas e que são providas


de ferrão.

( ) Apídeos são abelhas de origem Europeia introduzidas no Brasil por volta de


1839 pelo Padre Antônio Carneiro.

( ) Meliponídeos são abelhas desprovidas de ferrão, vivendo em colônias bastante


populosas e são altamente produtoras de mel.

( ) Apis mellifera scutellata é uma abelha nativa do Brasil.

4. Assinale a alternativa correta:

a) O Reverendo Lorenzo Lorraine Langstroth verificou que as abelhas depositavam


própolis em qualquer espaço inferior a 10 mm e construíam favos em espaços su-
periores a 3 mm, ao denominou de espaço abelha.

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b) Atualmente o Brasil é o 1º país exportador de mel, no ano de 2012 exportou


16.707 toneladas.

c) A agricultura depende, entre 60 e 70% da polinização para aumentar sua produção.

d) Melipona rufiventris é uma abelha nativa da Europa.

5. Cite as principais diferenças dos meliponídeos dos apídeos.

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6. Comente sobre a importância das abelhas para o meio ambiente.

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Unidade 2
Classificação Zoológica
Objetivo

Conhecer a classificação zoológica das abelhas

Existem vários tipos de abelhas disseminadas por todo o mundo (TAB. 2). No Brasil
deve existir cerca de 50 a 60 espécies de abelhas nativas, quase todas pertencen-
tes aos gêneros Trigona ou Melipona. Estas abelhas não nos interessam sob o ponto
de vista econômico, por viverem em colônias de baixa população e consequente-
mente de baixa produção. O nosso interesse maior está nas abelhas do gênero Apis,
que são abelhas maiores, de origem europeia e que vivem em colônias com cerca
de 60 mil insetos. Estas abelhas recebem a denominação popular de “Europa” ou
“Oropa”, e sua classificação zoológica é a seguinte:

• Filo: Arthropoda.

• Classe: Insecta.

• Ordem: Hymenoptera.

• Família: Apidae.

• Gênero: Apis.

• Espécies: Apis mellifera.

Dentro da espécie Apis mellifera, algumas subespécies foram introduzidas no Bra-


sil, e são:

• Apis mellifera mellifera - Abelha Alemã.

• Apis mellifera ligustica - Abelha Italiana.

• Apis mellifera caucasica - Abelha Caucasiana.

• Apis mellifera carnica - Abelha Carnica.

• Apis mellifera adansonii - Abelha Africana.

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TABELA 2

RAÇAS DE ABELHAS EXISTENTES NO MUNDO

Região do Região do Região Meio Região da Região da Ásia


Mediterrâneo Mediterrâneo e Oeste Europeu África
Central e Sul Norte Europeu
Europeu
Apis ligústica Apis ligústica Apis meda Apis intermissa Apis koschevni-
kovi
Apis carnica Apis carnica Apis adami Apis major
Apis nuluensis
Apis macedonia Apis macedonia Apis cypria Apis adansonii
Apis nigrocincta
Apis siculo Apis siculo Apis caucássica Apis unicolor
Apis dorsata
Apis cecropia Apis cecropia Apis armenica Apis capensis
Apis laboriosa
Apis anatolia Apis monticola
Apis florea
Apis scutelata
Apis andernifor-
Apis yementica mis

Apis litorea

Pesquise sobre a classificação zoológica das abelhas. Para isso, visite este
link na internet: <http://www.webbee.org.br/beetaxon/>.

Resumo
Nesta aula, você conheceu a classificação zoológica das abelhas e identificou dentro
da espécie Apis mellifera, algumas subespécies que foram introduzidas no Brasil.

1. Descreva a classificação zoológica das abelhas do gênero Apis.

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2. Sobre a classificação zoológica das abelhas, assinale V para as sentenças ver-


dadeiras e F para as falsas:

( ) No Brasil deve existir cerca de 100 a 200 espécies de abelhas nativas, quase
todas pertencentes aos gêneros Trigona ou Melipona.

( ) Dentro da espécie Apis mellifera, algumas subespécies foram introduzidas no


Brasil, sendo a mais produtiva a Tetragonista angustula.

( ) Apis mellifera adansonii é conhecida como Abelha Africana.

3. Dentro da espécie Apis mellifera quais as principais subespécies que foram


introduzidas no Brasil? Qual a importância comercial desse gênero?

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Unidade 3
Anatomia e Fisiologia das Abelhas
Objetivos

Reconhecer a anatomia das abelhas.

Identificar a fisiologia das abelhas.

As abelhas possuem um esqueleto externo chamado exoesqueleto que é consti-


tuído de quitina, o exoesqueleto fornece proteção para os órgãos internos e sus-
tentação para os músculos, além de proteger o inseto contra a perda de água. O
corpo é dividido em três partes: cabeça, tórax e abdome. A seguir, serão descritas
resumidamente cada uma dessas partes (QUADRO 1).

A- Cabeça: Na cabeça das abelhas podemos distinguir os olhos, as antenas e o


aparelho bucal.

a-1- Olhos: Nas abelhas encontramos 2 tipos de olhos, ou seja: olhos simples e
olhos compostos.

Os olhos simples são em número de 3, e estão situados na parte superior da cabe-


ça. Estes olhos servem para a visão à curta distância, na escuridão da colmeia. São
também conhecidos como Ocelos. Os olhos compostos são em número de 2 e estão
situados em cada lado da cabeça. Estes olhos são bastante grandes e são formados
por aproximadamente 6.300 elementos lenticulares de forma hexagonal, também
chamados de facetas. Estes olhos servem para visão à distância e são sensíveis a
todas as cores exceto o vermelho.

a-2- Antenas: As abelhas apresentam 2 antenas que funcionam como órgãos senso-
riais de comunicação, tato e olfato.

a-3- Boca: O aparelho bucal das abelhas é do tipo mastigador e sugador. Podemos
distinguir as duas mandíbulas em forma de pinça que servem para triturar a cera,
trabalhar o pólen e recolher a própole nas árvores. O lábio superior é bastante pe-
queno, porém o lábio inferior é de real importância, pois funciona também como
tromba para aspirar o néctar das flores. Quanto mais comprida for a língua (em
geral 7 mm), tanto maior será sua adaptação para a recolha do pólen e do néctar.

B- Tórax: É constituído por 3 segmentos. Nestes segmentos estão inseridos 3 pares


de patas e 2 pares de asas.

b-1- Patas: Nas patas das abelhas podemos observar, em suas extremidades, pe-
quenos pentes e escovas que servem para que estes insetos realizem a limpeza.
Nas duas pernas posteriores encontramos uma bolsa destinada ao armazenamento
do pólen durante seu trabalho de campo. Estes pequenos cestos recebem o nome
de corbícula, e cada corbícula recebe uma massa de pólen com peso que varia de
5 a 10 miligramas.

b-2- Asas: As asas das abelhas são em número de 4, ou seja dois pares. Este instru-
mento de voo encontra-se ligados nos 2 últimos anéis do tórax, mais precisamente,
1 par por anel. As asas são constituídas por uma estrutura membranosa transparen-
te, que são sustentadas por nervuras rígidas. Quando em voo, as asas permanecem

Pronatec
24

batendo por mais de 100 vezes por segundo, conferindo uma velocidade de 20 km
por hora.

C- Abdômen: O abdome é constituído por 7 anéis onde se encontra quase todas as


glândulas funcionais das abelhas. As principais glândulas encontradas nas abelhas
são: glândulas cerígenas, glândulas de Nasanoff e glândulas de veneno.

c-1- Glândulas Cerígenas: São em número de 8, que tem como função, a secreção
da cera. Ao ser secretada, a cera é fluída, mas ao contato com o ar, esta se soli-
difica (FIG 13).

Figura 13: Glândula de cera.


Fonte: coronaapicultores.blogspot.com.br.7

c-2- Glândulas de Nasanoff: Esta glândula está localizada entre o sexto e o sétimo
anel. Sua função é de produzir uma substância cheirosa, imperceptível para o ol-
fato humano. Esta substância cheirosa é captada pelas antenas de outras abelhas,
que assim, ficam orientadas sobre qualquer problema com o enxame.

c-3- Glândula de veneno: É uma glândula situada na extremidade do último anel.


Esta glândula tem comunicação direta com o aguilhão (ferrão), nos dando-nos a
impressão de uma seringa de injeção. O veneno é o ácido fórmico.

A (FIG. 14) representa a anatomia esquemática de uma abelha rainha.

Figura 14: Anatomia esquemática de uma abelha rainha.


Fonte: Wikimedia Commons, acervo de conteúdo livre da Wikimedia Foundation -Schéma abeille tag.svg.
7 Disponível em: <http://coronaapicultores.blogspot.com.br/2012/11/glandulas-cereras.html> Acesso em set. 2013.

Apicultor
25

QUADRO 1

Legenda Legenda
1 Língua 23 Intestino delgado
2 Orifício do tubo 24 Tubos de Malpighi
excretor da glân-
dula da mandíbula
posterior
3 Mandíbula inferior 25 Glândulas retais
4 Mandíbula supe- 26 Bolsa de excre-
rior mentos
5 Lábio superior 27 Ânus
6 Lábio inferior 28 Canal do ferrão
7 Glândula da man- 29 Bolsa de veneno
díbula frontal
(glândula mandi-
bular)
8 Glândula da man- 30 Glândulas de ve-
díbula posterior neno
9 Abertura da boca 31 Arcos do canal do
ferrão
10 Glândula da farin- 32 Pequena glândula
ge
11 Cérebro 33 Vesícula seminal
12 Ocelos 34 Glândulas cerífe-
ras
13 Glândulas saliva- 35 Gânglios abdomi-
res nais
14 Músculos torácicos 36 Tubo da válvula
15 Postfragma 37 Intestino intermé-
dio
16 Ala frontal 38 Copa (entrada do
estômago)
17 Ala posterior 39 Bolsa do mel (bu-
cho)
18 Coração 40 Aorta
19 Estigmas 41 Tubo digestivo
20 Saco aéreo 42 Cordão neuronal
21 Intestino médio 43 Palpe lábia
(intestino quiloso,
estômago)
22 Válvulas cardíacas 44 Metatarso

Fonte: Wikimedia Commons, acervo de conteúdo livre da Wikimedia Foundation -Schéma abeille tag.svg

Pronatec
26

Pesquise sobre a fisiologia e anatomia das abelhas. Para isso, visite este link
na internet:< http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/
Mel/SPMel/morfologia.htm/>.

Resumo
Nessa aula, você conheceu anatomia e fisiologia das abelhas, identificou os princi-
pais órgãos e suas funções.

1. Agora que você concluiu a unidade 3, faça um resumo de tudo o que aprendeu.

______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

2. Qual a importância do exoesqueleto?

______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

3. Assinale a alternativa correta:

a) As asas das abelhas são em número de quatro, ou seja, dois pares, este instru-
mento de voo encontra-se ligados nos dois últimos anéis do tórax.

b) O abdome é constituído por sete anéis onde se encontra quase todas as glându-
las funcionais das abelhas.

c) O tórax é constituído por seis segmentos. Nestes segmentos estão inseridos qua-
tro pares de patas e dois pares de asas.

d) As abelhas apresentam quatro antenas que funcionam como órgãos sensoriais de


comunicação, tato e olfato.

4. Assinale a alternativa falsa:

a) Na cabeça das abelhas podemos distinguir os olhos, as antenas e o aparelho bucal.

b) As abelhas possuem um esqueleto externo chamado exoesqueleto que é cons-


tituído de quitina.

Apicultor
27

c) Nas abelhas encontramos dois tipos de olhos, ou seja: olhos simples e olhos
compostos.

d) O aparelho bucal das abelhas é do tipo mastigador e sugador, podemos distin-


guir as três mandíbulas em forma de pinça que servem para triturar a cera, traba-
lhar o pólen e recolher a própole nas árvores.

5. Sobre as glândulas cerígenas, glândulas de Nasanoff e glândulas de veneno, as-


sinale V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas.

( )As glândulas cerígenas são em número de oito, que tem como função, a secre-
ção da cera.

( ) As glândulas de veneno estão localizada entre o sexto e o sétimo anel.

( ) As glândulas de Nasanoff tem como função produzir uma substância cheirosa,


imperceptível para o olfato humano.

( ) A cera ao ser secretada é fluída, mas ao contato com o ar, esta se solidifica.

( ) A glândula de veneno tem comunicação direta com o aguilhão (ferrão), nos


dando a impressão de uma seringa de injeção.

( ) O veneno produzido nas glândulas de veneno ée o ácido fórmico.

6. Sobre os olhos das abelhas, complete os espaços em branco:

I) Os olhos simples são em número de ________________, e estão situados na


parte superior da cabeça.

II) Estes olhos são bastante grandes e são formados por aproximadamente 6.300 ele-
mentos lenticulares de forma hexagonal, também chamados de ________________.

III) Estes olhos servem para a visão à curta distância, na escuridão da colmeia. São
também conhecidos como ________________.

IV) Estes olhos servem para visão à distância e são sensíveis a todas as cores ex-
ceto o ________________.

7. Cite as 3 (três) principais glândulas das abelhas e suas funções.

______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

Pronatec
28

Unidade 4
Biologia da Abelha – O Ciclo Biológico
Objetivos

Conhecer como é formada a sociedade das abelhas.

Descrever o ciclo biológico das abelhas.

Conhecer a importância da abelha rainha para a colmeia.

Conhecer a importância das abelhas operárias para a colmeia.

Conhecer a importância do zangão para a colmeia.

A maioria dos seres vivos é organizada em sociedades, e estas sociedades são re-
guladas por leis naturais ou estabelecidas. Toda sociedade tem um governo e este
tem que ser respeitado. Na sociedade das abelhas o governo é representado pela
rainha. A função da rainha é promover a perpetuação da espécie. Ela não dita
ordens, pois para isso existe uma assembleia que fiscaliza e aponta as tarefas a
serem executadas. As interações entre as funções são executadas naturalmente de
acordo com a idade e aptidões. A distribuição de tarefas que visam o bem estar da
coletividade é conhecido como espírito ou sentido de colmeia (FIG 15).

Figura 15: Abelhas em sua colméia.


Fonte: pt.wikipedia.org/.8

4.1 Ciclo biológico


A sociedade das abelhas é constituída por 3 castas que são representadas por rai-
nha, operária e zangão (FIG. 16, 17 e 18) respectivamente. O ciclo biológico destas
castas é diferente em todos os aspectos (TAB. 3).

8 Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Bienenkoenigin3.jpg> Acesso em set. 2013.

Apicultor
29

TABELA 3

Fase de desenvolvimento das abelhas em dias

FASE RAINHA OPERÁRIA ZANGÃO


Ovo 3 3 3
Larva 4 4 a 5,5 6 6,5
Ninfa 7 7 a 7,5 12 14,5
TOTAL 15 a 16 21 24

Visite a página do link a seguir e conheça a organização social das abelhas.


<http://www.afe.com.br/artigo/1178/organizacao-social-das-abelhas>.

Rainha

Figura 16: Abelha rainha indicada pela seta.


Fonte:coronaapicultores.blogspot.com.br.9

Operárias

Figura 17: Abelhas operárias.


Fonte:carlocosta.blogspot.com.br.10

9 Disponível em: <http://coronaapicultores.blogspot.com.br/2012/11/glandulas-cereras.html> Acesso em set. 2013.


10 Disponível em: <http://carlocosta.blogspot.com.br/2013/09/campanha-alerta-para-mortalidade-das.html> Acesso em set. 2013.

Pronatec
30

Zangão

Figura 18: Zangão.


Fonte:pt.wikipedia.org/wiki/Zang .11

4.2 A abelha rainha


A abelha rainha é o indivíduo mais importante de uma colmeia, sendo a única fêmea
com capacidade de reprodução (FIG. 19). O nascimento de uma rainha provém de
um ovo igual a outro qualquer, porém fecundado. Destacam-se dois tipos de ovos
produzidos pela rainha: ovos fecundados que darão origem às operárias e mesmo
outras rainhas, e os ovos não fecundados que dará origem aos zangões (FIG. 22). A
abelha rainha ou “Abelha Mãe” é um inseto bem maior que as operárias, apresen-
tando o abdome bastante desenvolvido, asas curtas e antenas reduzidas. Vive de 3
a 4 anos e sua metamorfose é de 15 a 16 dias. Sua função é pôr ovos, garantindo a
continuidade da espécie. Pode colocar mais de 2.000 ovos por dia (FIG. 21). Cada
colmeia só apresenta uma única rainha, e o nascimento de outras rainhas depende
de: Enxameação em decorrência de superpopulação, morte da rainha.

Em cada caso destes, as operárias constroem diversas células reais - as realeiras


- onde são depositadas as larvas femininas escolhidas para serem transformadas
em rainhas. Estas larvas são alimentadas com a geleia real em todo o período de
metamorfose. Este tipo de alimentação só é fornecido para larvas de um modo
geral até o terceiro dia. No caso de larvas reais a alimentação com a geleia real
é fornecida para todo o período de metamorfose, bem como durante toda a vida
da rainha. Assim que a rainha nasce, ela destrói todas as outras ninfas reais. No
caso de nascimento de outra rainha, ocorrerá uma briga mortal. Pois em cada col-
meia só existe uma rainha. A rainha raramente alça voo, só fazendo em ocasiões
especiais como: voo nupcial, enxameação e abandono de colmeia. O voo nupcial
ocorre até o nono dia de vida da princesa, quando então ocorre a fecundação. Com
3 dias de vida sai pela primeira vez para fazer um voo de ensaio e reconhecimen-
to. Dois ou três dias após, realiza o voo nupcial, quando é seguida por um grande
número de zangões (FIG. 20). A fecundação realiza-se em pleno voo geralmente
nas proximidades das colmeias. Na sua bolsa, espermática - Bolsa especial para ar-
mazenamento de espermatozoides - deverá estar completamente cheia de sêmen.
Deste modo a rainha está fecundada para o resto da vida. Excepcionalmente pode
ocorrer um segundo voo nupcial.
11 Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Zang%C3%A3o> Acesso em set. 2013.

Apicultor
31

A exemplo das operárias, a rainha também possui ferrão, mas raramente utiliza
seu instrumento de defesa, só o fazendo em caso de disputa de colmeia com outras
rainhas. A rainha geralmente está acompanhada de 6 a 8 abelhas nutrizes que lhe
oferecem alimentos e proteção.

Figura 19: Abelha rainha.


Fonte:cencaestamosnos.blogspot.com.br.12

Figura 20:Voo nupcial da abelha rainha.


Fonte: info.abril.com.br.13

Figura 21: Postura da abelha rainha.


Fonte: www.saudeanimal.com.br.14

12 Disponível em: <http://cencaestamosnos.blogspot.com.br/2013/06/abelhas.html> Acesso em set. 2013.


13 Disponível em: <http://info.abril.com.br/noticias/blogs/baixadefinicao/sem-categoria/documentario-mostra-cruzamento-de-abelhas
-em-pleno-voo/> Acesso em set. 2013.
14 Disponível em: <http://www.saudeanimal.com.br/abelha2.htm> Acesso em set. 2013.

Pronatec
32

Figura 22: Exemplo de boa postura.


Fonte: www.casermel.pt.15

Visite o link e saiba mais sobre o voo nupcial da abelha rainha.


< http://www.youtube.com/watch?v=WNpf0VLXLZc>

4.3 As abelhas operárias


São os insetos responsáveis por todo o trabalho de uma colmeia. Elas vivem exclu-
sivamente para a execução de tarefas necessárias à construção e manutenção da
colmeia, assim como a produção de mel e outras atividades.

As operárias não reproduzem, pois são estéreis. Em condições de desespero, por


ocasião da perda da rainha e na falta de ovos e larvas que possam ser transforma-
das em rainha, as operárias conseguem produzir ovos. Neste caso, os ovos produ-
zidos pelas operárias vão dar origem apenas a zangões, pois estes ovos não foram
fecundados.

A operária alimenta-se de uma mistura de mel, água e pólen - alimento este co-
nhecido em algumas regiões como Chilo. Consegue perceber o cheiro das flores
a grande distância e seu sistema sensorial permite conhecer com antecedência as
variações climáticas, tais como: tempestades, ventos, sol, chuvas, etc. Ao nas-
cerem as operárias já são consideradas como insetos adultos, pois já nascem tra-
balhando. Seu período de vida é curto, cerca de 40 a 45 dias, porém no inverno
conseguem viver mais tempo. As atividades das operárias são:

1º. ao 3º. dia: São faxineiras. Fazem operações de limpeza das células para a pos-
tura da rainha. Promovem também limpeza geral da colmeia (FIG. 23).

4º. ao 14º. dia: São nutrizes. Promovem a alimentação das larvas e da rainha.
Produzem geleia real (FIG. 24).

15º. ao 24º. dia: Servem de guarda na entrada da colmeia, fazem os primeiros


voos de reconhecimento, produzem cera e constroem favos, desidratam néctar e
armazenam pólen (FIG. 25).

25º. dia em diante: São campeiras. Vão ao campo à procura de pólen e néctar (FIG. 26).
15 Disponível em: <http://www.casermel.pt/pdf/criacao%20de%20rainhas.pdf> Acesso em set. 2013.

Apicultor
33

Pesquise sobre a organização social das abelhas. Para isso, visite este link na
internet:<http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Mel/
SPMel/organizacao.htm>.

Em seguida, responda:

1. Qual a função das abelhas operárias na colmeia?

Figura 23: Abelha após o nascimento.


Fonte: www.isis.com.br.16

Figura 24: Abelhas nutrizes.


Fonte: www.apiariocosmos.com.br.17

Figura 25: Abelhas de guarda.


Fonte: GOMES, 2005 .18

16 Disponível em: <http://www.isis.com.br/index.php?mpg=02.02.00&ver=por> Acesso em set. 2013.


17 em: <http://www.apiariocosmos.com.br> Acesso em set. 2013.
18 GOMES, E. Abelhas de guarda. ICA-UFMG. Trabalho não publicado.

Pronatec
34

Figura 26: Abelha campeira.


Fonte: www.cpt.com.br.19

4.4 Os zangões
São insetos do sexo masculino, nascidos de ovos não fecundados por processo co-
nhecido como partenogênese. A partenogênese envolve apenas o gameta femini-
no – óvulo – que é capaz de se desenvolver sem que o gameta masculino o tenha
fertilizado. O processo de partenogênese pode ser arrenótoca, quando os óvulos se
desenvolvem originando apenas machos (ex.: abelhas), ou partenogênese telítoca:
quando originam apenas fêmeas (ex.: carrapatos e escorpiões). No aspecto físico,
os zangões diferem das operárias pelo seu avantajado corpo (FIG. 27). Quando
voam, produzem um zumbido assustador, porém só fazem barulho. Os zangões não
apresentam as patas cobertas de pente, escovas e nem possuem o cesto de arma-
zenamento de pólen. Deste modo, estes insetos não apresentam capacidade para
realizar trabalhos. Sua metamorfose se completa com 24 a 25 dias e seu período é
de mais ou menos 90 dias. Sua alimentação é o mel. Consome alimento suficiente
para alimentar cinco operárias.

Em épocas de pouco alimento ou floração escassa, as operárias os expulsam para


fora das colmeias, nas noites frias, não permitindo sua reiteração ao enxame.
Nesse caso, os zangões morrem de frio e de fome. Os zangões não apresentam o
ferrão e sua única função é a de fecundar a princesa. Somente um zangão consegue
fecundar a rainha, porém após o acasalamento ele morre. Este inseto consegue
detectar a presença de uma rainha virgem ou princesa, por ocasião do voo nupcial,
num raio de 10 km.

Figura 27 – Zangão.
Fonte:pt.wikipedia.org/wiki/Zang.20

19 Disponível em: <http://www.cpt.com.br/artigos/abelhas-funcoes-do-zangao-e-das-operarias> Acesso em set. 2013.


20 Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Zang%C3%A3o> Acesso em set. 2013.

Apicultor
35

Visite o link e saiba mais sobre a organização social das abelhas.< http://
www.youtube.com/watch?v=6LQ00njFY6k>

Resumo
Nessa aula, você conheceu como é formada a sociedade das abelhas e seu ciclo
biológico. Conheceu a importância da abelha rainha para a colmeia e as funções
das abelhas operárias e do zangão.

1. Como é formada a sociedade das abelhas?

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______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
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______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
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2. Na coluna da esquerda estão as três castas das abelhas, na coluna da direita


estão às explicações sobre a função de cada uma na colmeia. Ligue corretamente
as duas colunas:

• Rainha • Elas vivem exclusivamente para a execução de tarefas


necessárias á construção e manutenção da colmeia.

• Operárias • sua única função é a de fecundar a princesa

• Zangão • por ovos, garantindo a continuidade da espécie

3. Comente sobre o ciclo biológico das abelhas.

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______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

4. Quais as principais características da abelha rainha?

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______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

Pronatec
36

5. Assinale V se a sentença for verdadeira e F se for falsa.

( ) Na sociedade das abelhas o governo é representado pela rainha.

( ) A distribuição de tarefas que visam ao bem estar da coletividade é conhecido


como espírito ou sentido de colmeia.

( ) A sociedade das abelhas é constituída por quatro castas.

( ) Cada colmeia pode ter até 10 abelhas rainhas.

( ) A abelha rainha alimenta de geleia real.

( ) As operárias realizam apenas um voo nupcial.

6. Comente sobre o voo nupcial da abelha rainha.

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______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

7. Comente sobre as atividades das abelhas operárias?

______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

8. Comente sobre as atividades do zangão?

______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

Apicultor
37

Unidade 5
Reconhecimento da Colmeia
Objetivo

Identificar os modelos de colmeia utilizados na apicultura

Como sabemos, a apicultura é uma atividade desenvolvida há milhares de anos e


para que essa atividade pudesse ser bem explorada, o homem desenvolveu uma
série de abrigos rústicos, até que se chegou a uma colmeia racional. Inicialmente
as colmeias foram confeccionadas com palhas de centeio, de trigo e de colmo (de
onde vem o nome colmeia). Antes desta época, foram desenvolvidas algumas col-
meias de barro cozido e de forma cilíndrica, que não deram certo.

As primeiras colmeias confeccionadas em madeira surgiram por volta de 1835. Com


o surgimento da colmeia de madeira, os estudiosos foram desenvolvendo vários ti-
pos tais como: colmeias verticais, horizontais, telhado móvel, quentes, frias, com
sobrecaixas, compridas, quadradas, etc. Em 1852 o estudioso Lorenzo Lorraine
Langstroth, após muitos estudos sobre a vida das abelhas, conseguiu desenvolver
um tipo de colmeia, que é largamente usada até os dias atuais. Esta colmeia re-
cebeu o nome de colmeia Americana, Standard ou de Langstroth (FIG. 28). Esta
colmeia é móvel, com quadro em disposição vertical e constituída de:

• Fundo.

• Caixa de incubação ou ninho composto de 10 quadros tipo Hoffman (FIG. 29).

• 10 quadros (FIG. 30).

• Duas sobrecaixas de tamanho reduzido ou melgueiras, compostas de dez qua-


dros tipo Hoffman cada (FIG. 31).

• Tampa.

Figura 28: Colmeia modelo Langstroth com quadros tipo HOFFMAN.


Fonte: GOMES, 2004.21

21 GOMES, E. Colmeia modelo Langstroth com quadros tipo HOFFMAN. ICA-UFMG. Trabalho não publicado.

Pronatec
38

As principais medidas da colmeia de Langstroth são:

1- Ninho:

Altura: 24,0 cm.

Comprimento: 46,5 cm.

Largura: 37,0 cm.

Figura 29: Ninho modelo Langstroth com quadros tipo HOFFMAN.


Fonte: GOMES, 2004.

Quadros para ninho

Figura 30: Quadro para ninho modelo Langstroth com quadros tipo HOFFMAN.
Fonte: GOMES, 2004.22

22 GOMES, E. Colmeia modelo Langstroth com quadros tipo HOFFMAN. ICA-UFMG. Trabalho não publicado.

Apicultor
39

2- Melgueira:

Altura: 14,5 cm.

Comprimento: 46,5 cm.

Largura: 37,0 cm.

Figura 31 – Melgueira modelo Langstroth com quadros tipo HOFFMAN.


Fonte: GOMES, 2004.23

Obs.: Estas medidas da colmeia são internas.

Material para o fundo

C L E
2 peças de 62 x 20,5 x 1 cm
3 peças de 41 x 4 x 1 cm
2 peças de 62 x 2 x 1,5 cm
1 peça de 37 x 2 x 1,5 cm

Material para a tampa

C L E
2 peças de 52,5 x 20,5 x 1 cm
3 peças de 41 x 4 x 1 cm

23 GOMES, E. Colmeia modelo Langstroth com quadros tipo HOFFMAN. ICA-UFMG. Trabalho não publicado.

Pronatec
40

5.1 O Núcleo
O núcleo é uma colmeia de tamanho reduzido, ou seja, com capacidade para 5
quadros (FIG. 32). Sua finalidade é a de criação de pequenos enxames ou mesmo
para alojar provisoriamente as abelhas resultantes de uma captura. Suas dimen-
sões são as mesmas das do ninho exceto na largura que é de 19 cm.

FIGURA 32 - Núcleo Langstroth.


Fonte: www.apimel.pt 24

Pesquise sobre a colmeia Langstroth. Para isso, visite este link na internet:
<http://www.ufv.br/dbg/bee/colmapis.htm>

5.2 Outros tipos de colmeia - Colmeias quentes e frias


Vários tipos de colmeias foram desenvolvidas visando a uma maior eficiência na
criação de abelhas, porém poucas apresentaram resultados satisfatórios. Os tipos
de colmeias mais usadas no Brasil são: a colmeia Schenk (FIG. 33) e a colmeia
Schirmer (FIG. 34). Ao contrário da colmeia tipo Langstroth, as colmeias Shenk e
Schirmer, são colmeias onde os quadros são colocados paralelamente ao alvado,
dificultando a entrada do ar frio. Em decorrência desta particularidade, são co-
nhecidas como colmeias quentes, pois são próprias para as regiões frias. Colmeias
frias são aquelas em que os quadros são colocados de modo perpendicular ao al-
vado, formando verdadeiros corredores de ar. Estas colmeias são próprias para
regiões quentes. Um bom exemplo é a colmeia Langstroth. A colmeia Dadant é
muito utilizada nos EUA.

24 Disponível em: <http://www.apimel.pt/equipamento.htm> Acesso em set. 2013.

Apicultor
41

Figura 33: Colmeia modelo Schenk.


Fonte: www.casadoapicultorcx.com.25

Figura 34: Colmeia modelo Schirmer.

Fonte: ceupermanente.blogspot.com.br.26

5.3 Construções dos Quadros


Os quadros são armações especiais, onde as operárias deverão construir os favos
para o desenvolvimento das crias, ou armazenamento do pólen ou mel. Existem
vários tipos de quadros, todos eles desenvolvidos com a mesma finalidade, porém
o mais usado é o quadro do tipo Hoffman, que são dotados de separadores. A des-
vantagem maior deste quadro está na sua confecção que é muito trabalhosa.

25 Disponível em: <http://www.casadoapicultorcx.com/apicultura> Acesso em set. 2013.


26 Disponível em: <http://ceupermanente.blogspot.com.br/> Acesso em set. 2013.

Pronatec
42

Pesquise sobre os tipos de colmeia. Para isso, visite este link na internet:
<http://www.gestaonocampo.com.br/biblioteca/apicultura-tipos-de-col-
meia/>.

Resumo
Nessa aula, você conheceu sobre a colmeia Langstroth e os outros modelos de col-
meia utilizadas na apicultura.

1. Agora que você concluiu a unidade 5, faça um resumo de tudo o que aprendeu.
Comente sobre os modelos de colmeias utilizadas na apicultura.

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2. Qual a principal função do núcleo?

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3. Cite as diferenças de colmeias quentes e frias.

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Apicultor
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Unidade 6
Povoamento do Apiário
Objetivos

Conhecer como iniciar o povoamento do apiário.

Conhecer as práticas de captura de enxames.

Conhecer algumas normas que devem ser seguidas para implantar o apiário.

Para iniciar o povoamento do apiário, podemos recorrer aos seguintes métodos:

• Comprar um núcleo, enxame ou mesmo colmeia em produção de um apicultor.

• Colocar caixas iscas, nas épocas de enxameação nos pontos estratégicos, onde
as abelhas costumam passar. Colocar nas caixas iscas uma ou duas tiras de
lâminas de cera alveolada.

• Captura de enxames localizados ou não localizados.

Pesquise sobre captura de enxame. Para isso, visite este link na internet:
<http://www.serapis.com.br/site/espanhol/artigoscientificos/conf_captu-
ra_enxames_caix_isca_abelha_afric.pdf>.

6.1 Captura de enxame


Todos os criadores de abelhas devem conhecer a prática de captura de enxames.
Hoje não é fácil encontrar enxames ou núcleos de abelhas para compra. Portan-
to, para povoar um apiário, é preciso coletar abelhas em abrigos naturais, como
cupinzeiros, ocos de pau, telhados de casa, entre outros, ou enxames voadores que
abandonaram seus ninhos por alguns motivos como:

• Falta de ventilação no interior da colmeia;

• rainha velha que não está com boa postura e não produz feromônio (cheiro) de
agregação suficiente para não deixar as abelhas se dispersarem;

• a falta de alimento na colmeia provoca a emigração das abelhas;

• em colmeias com excesso de zangões, as abelhas têm tendências de abando-


narem seus ninhos;

• existirem subespécies, ou seja, raças de abelhas com maior ou menor tendên-


cia de dispersão, como por exemplo: a abelha-italiana abandona o ninho mais
do que a abelha africanizada.

Pronatec
44

Conhecer bem essa prática da captura de enxames e como executá-la, além de


grande vantagem de se povoar um apiário com poucos recursos, há uma eliminação
de abelhas do mato que concorrem com as abelhas do seu apiário na flora melífera.

Os enxames são divididos em duas categorias: enxames localizados e enxames não


localizados:

Enxames localizados

A captura dos enxames localizados obedece a um roteiro fácil de ser compreendido.

1. Aproximar do local com indumentária adequada.

2. Com o fumigador aplicar fumaça no local, para deixá-las menos defensivas.

3. Abra o local onde as abelhas estão localizadas de tal forma que os favos de cria
e mel sejam vistos.

4. Passe os favos para a nova colmeia juntamente com a abelha rainha.

5. Coloque a colmeia no lugar onde o exame se encontrava antes, para que as


abelhas campeiras entrem na sua nova casa.

6. Após alguns dias com as abelhas já adaptadas a sua nova casa, ao anoitecer
fecha o alvado da colmeia substituindo a tampa por uma tela para aeração e
desloquem a colmeia para o seu apiário.

Enxames não localizados

Quando os enxames não estão localizados, a sua captura é bem mais fácil. Isso
ocorre quando as abelhas abandonam seus ninhos à procura de novos lugares para
se instalarem. Normalmente, as abelhas antes de partirem enchem o papo de mel
e, nesse caso, ficam bem menos agressivas, facilitando ao apicultor capturá-las. As
vezes, as abelhas param de voar e pousam provisoriamente, formando um bolo de
abelhas em um galho de uma árvore ou na ponta do telhado de uma casa. O bolo de
abelhas aí permanece até que um grupo de abelhas campeiras, que saem voando à
procura de um lugar definitivo para o enxame se instalar. Quando o apicultor encon-
tra essa situação, deve-se equipar com o material apícola e, usando a fumaça, jogar
o bolo de abelhas dentro do núcleo ou do ninho da colmeia. Se ele já possuir outras
colmeias em funcionamento, é vantajoso ajudar o desenvolvimento desse enxame,
colocando um quadro de cria e um quadro de mel nessa nova colmeia capturada.

6.2 Localização do apiário


Algumas normas que devem ser observadas para o assento das colmeias são:

• O terreno deve ser previamente limpo, sombreado, cercado e afastado de lo-


cais onde exista criação de outros animais.

Apicultor
45

• Localizar o apiário próximo a matas naturais ou cultivadas, de preferência no


centro destas áreas.

• Certificar que exista uma fonte de água nas proximidades (no máximo 500 m).

• Evitar locais úmidos, que possam servir como foco de doença.

• O alvado deve estar voltado para a nascente, para favorecer a orientação e


também proteger as abelhas contra doenças.

• O apiário deve ser assentado numa distância mínima de 300 metros, de habi-
tações, estradas, áreas de serviço, currais, estábulos, etc.

• Periodicamente deve-se proceder ao combate aos formigueiros que por ventu-


ra habitam a região do apiário.

• Não assentar colmeias com o alvado voltado para fontes de luz artificial, pois
as luzes à noite atraem as abelhas.

• As colmeias devem ser assentadas em cavaletes individuais ou coletivos, numa


altura de 50 m do solo, para proteção contra predadores.

• Respeitar a distância de 3 mil metros do apiário vizinho.

• Todo apicultor deve colocar uma placa que identifique o apiário, por razões de
segurança e orientação.

• Registrar o apiário na confederação brasileira de apicultura, para garantir a


prioridade da localização.

• O registro dos apiários e entrepostos de mel é providência própria do Serviço


de Inspeção Municipal, Estadual ou Federal que outorga ao estabelecimento o
Título de Registro, depois de cumpridas as exigências legais.

Pesquise sobre captura de enxame. Para isso, visite este link na internet:
<http://www.youtube.com/watch?v=97D8ATF2VKc/>.

Resumo
Nessa aula, você conheceu sobre as práticas de captura de enxames e algumas
normas que devem ser seguidas para implantar o apiário.

Pronatec
46

1. Cite os métodos para iniciar o povoamento do apiário.

______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

2. Comente sobre a captura de exames localizados e não localizados.

______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

3. Abaixo, são citados, fora de ordem, os passos para a captura de enxames


localizados:

a) Abra o local onde as abelhas estão localizadas de tal forma que os favos de cria
e mel sejam vistos.

b) Passe os favos para a nova colmeia juntamente com a abelha rainha.

c) Após alguns dias com as abelhas já adaptadas a sua nova casa, ao anoitecer
fecha o alvado da colmeia substituindo a tampa por uma tela para aeração e des-
loquem a colmeia para o seu apiário.

4. Coloque a colmeia no lugar onde o exame se encontrava antes, para que as


abelhas campeiras entrem na sua nova casa.

5. Com o fumigador aplicar fumaça no local, para deixá-las menos defensivas.

6. Aproximar do local com indumentária adequada.

7. O item que descreve a sequência correta é?

a) 1; 2; 3; 4; 5; 6.

b) 5; 3; 1; 6; 2; 4.

c) 6; 5; 1; 2; 4; 3.

d) 2; 3; 5; 6; 1; 4.

8. Cite 4 (quatro) normas para o assento das colmeias.

______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

Apicultor
47

Unidade 7
O Material Apícola
Objetivo

Conhecer os principais materiais utilizados na apicultura.

Alguns dos mais importantes materiais apícolas, necessário para iniciar uma api-
cultura racional são:

• Colmeia- Já descrita no item 5.

• Fumigador: É o principal material que o apicultor deve usar. Serve para pro-
duzir a fumaça, para tornar as abelhas menos agressivas. (FIG. 35). O material
usado para produzir fumaça não deve conter cheiro forte para não irritar as
abelhas.

• Vestimenta Própria: Serve para a proteção pessoal do apicultor (FIG. 36) e se


compõem de:

Chapéu: Normalmente é de palha e serve para proteção da cabeça, bem como para
suportar a máscara;

Máscara: Serve para proteção do rosto e existem diversos tipos. A tela da máscara
pode ser feita de filó, plástico ou arame.

Macacão: Deve ser bastante frouxo, de mangas compridas e com tonalidade suave.
O tecido deve ser grosso para que os ferrões das abelhas não ultrapassem.

Bota: Serve para proteção do pé. A bota mais usada é de borracha e de cor branca.

Luvas: Serve para proteção das mãos. Sua utilização só é aconselhada para os
iniciantes, devido a inexperiência de lidar com as abelhas. Existem vários tipos,
porém a mais indicada é a luva de PVC.

• Formão ou Espátula: É uma ferramenta muito útil ao apicultor porque é usada


em quase todas as operações de manejo de uma colmeia. Serve para abrir col-
meias, separar e tirar quadros e também para raspar cera e própolis (FIG. 37).

• Espanador: Serve para varrer as abelhas dos quadros, por ocasião das revisões
ou coleta do mel (FIG. 37).

• Cera Alveolada: É uma placa de cera que foi desenvolvida, obedecendo a geo-
metria desenvolvida pelas abelhas (FIG. 3827 ). O uso da placa de cera apressa
o trabalho das abelhas, pois assim, estes insetos não gastam o mel para fazer a
cera. Estima-se que uma abelha gasta de 7 a 9 kg de mel para fazer 1 kg de cera.

• Garfo Desoperculador: Serve para retirar os opérculos dos favos de mel (FIG. 39).

• Arame de aço para apicultura: Serve para ser colocado nos quadros e para dar
suporte à placa de cera alveolada (FIG. 40).

27 Disponível em: <http://www.loja.melsantabarbara.com.br/ecommerce_site/produto_11463_5337_Cera-Alveolada-kg-Medida


-31x40>Acesso set. 2013.

Pronatec
48

• Incrustador de cera: Existem dois tipos: o elétrico e o manual do tipo carreti-


lha. Serve para fixar a cera no arame contido nos quadros (FIG. 41).

• Centrífuga: Serve para extrair o mel. Existem 2 tipos: a facial e a radial. A


Radial é a mais recomendada. Este aparelho recebe os favos previamente de-
soperculados, e com a rotação, o mel é expelido dos favos (FIG. 42).

Figura 35: Fumigador montado.


Fonte: sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br.28

Figura 36: Vestimenta apícola completa: (A) jaleco com máscara e calça, (B) luvas, (C) bota.
Fonte: sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br.

Figura 37: Formão do apicultor (A) e vassoura ou espanador (B).


Fonte: sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br

Figura 38: Cera alveolada.


Fonte: www.loja.melsantabarbara.com.br.

28 Disponível em <http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Mel/SPMel/equipamentos.htm#topo>Acesso set. 2013.

Apicultor
49

Figura 39: Garfo desoperculador.


Fonte:www.agencia.cnptia.embrapa.br.

Figura 40: Alguns dos apetrechos utilizados pelo apicultor para o preparo das colmeias: (A) martelo de
marceneiro, (B) alicate, (C) aram, (D) esticador de arame, (E) quadro de melgueira.
Fonte: sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br.

Figura 41: Incrustador elétrico de cera.


Fonte: sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br.

FIGURA 42: Centrífuga radial.


Fonte: www.apimel.pt.

Pronatec
50

Pesquise sobre equipamentos utilizados na apicultura. Para isso, visite este


link na internet: <http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHT-
ML/Mel/SPMel/equipamentos.htm>.

Resumo
Nessa aula, você conheceu sobre os materiais utilizados na apicultura e como eles
devem ser utilizados.

1. Agora que você concluiu a unidade 7, faça um resumo de tudo o que apren-
deu. Comente sobre os principais materiais apícolas utilizados na apicultura
racional.

______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

2. Qual o principal cuidado que deve ser tomado ao utilizar o fumigador?

______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

3. Assinale V se a sentença for verdadeira e F se for falsa.

( ) Fumigador serve para produzir fumaça.

( ) O material usado para produzir fumaça deve conter cheiro forte.

( ) Não é necessário utilizar vestimentas próprias para lidar com as abelhas.

( ) Formão ou espátula é uma ferramenta muito útil ao apicultor porque é usada


em quase todas as operações de manejo de uma colmeia.

( ) Chapéu serve para varrer as abelhas dos quadros, por ocasião das revisões ou
coleta do mel.

( ) Centrífuga serve para esquentar o mel.

Apicultor
51

4. Por que deve se utilizar vestimentas com cores suaves para trabalhar com as
abelhas?

______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

Pronatec
52

Unidade 8
Manejo do Apiário
Objetivos

Identificar o manejo do apiário.

Conhecer as normas para abertura de uma colmeia.

Antes de iniciar a abertura de uma colmeia, devemos ter em mente que neste
momento vamos interferir na rotina normal de trabalho de milhares de abelhas e
que ao mesmo tempo será acionado um complexo e eficiente sistema de defesa.
Dessa forma recomendamos ao iniciante, que estude melhor sobre as abelhas, seja
em livros ou troca de experiência com outros apicultores, para que possa adqui-
rir melhores conhecimentos práticos, e assim possa manipulá-las sem falhas, ou
desesperar-se com as primeiras ferroadas. O manejo de uma colmeia abrange os
seguintes aspectos:

• Dispor de apetrechos e Indumentária apropriada, tais como: fumigador, espá-


tula e roupa protetora completa.

• Motivo para mexer na colmeia. O excesso de revisões prejudica o trabalho das


abelhas e diminui a produção. Os principais motivos são:

• colheita de mel;

• limpezas de colmeia;

• troca de favos velhos ou defeituosos por cera alveolada;

• tratamento sanitário;

• introdução de rainha;

• avaliar reservas de mel;

• orfanar colônias;

• avaliar espaço;

• promover alimentação artificial;

• avaliar a capacidade de postura da rainha.

Época, hora e condições de tempo: De um modo geral, não é recomendado abrir


colmeias em épocas muito frias ou muito quentes, períodos sem floração ou chu-
voso, muito vento, etc. Nestas condições as abelhas tornam-se mais agressivas. O
melhor horário para abrir colmeias é de 7 às 11 horas e de 15 às 16 horas.

Tempo necessário: O ato de abrir ou revisar uma colmeia deve ser feito com calma,
porém rápido e preciso. Uma revisão normal não deve durar mais que 5 minutos.

Raças de abelhas: Existem raças ou subespécies de abelhas que são mais agressivas
que outras, porém essa agressividade não é obstáculo para lidar com estes insetos,
desde que o apicultor esteja devidamente protegido e equipado.

Apicultor
53

Cheiros e linha de voo: A prática nos mostra que cheiros desagradáveis tornam as
abelhas mais agressivas da mesma forma, o uso de roupas sujas, bafos de pinga,
perfume, etc., irritam as abelhas. Para não provocar muito as abelhas, o apicultor
não deve se postar na frente do alvado, durante as revisões, pois as abelhas que
estão no campo, ao voltarem, ficaram agressivas e começam a ferroar o apicultor.

Pilhagem: É uma característica muito comum entre as abelhas de um apiário, prin-


cipalmente quando as revisões forem mal feitas. Para evitar a pilhagem, as reco-
mendações são:

• evitar abrir colmeias em tempo de escassez de néctar;

• não espalhar mel, pólen e restos de favos nas imediações das colmeias;

• não abrir a colmeia sem motivo importante;

• não usar fumaça de modo deficiente, nem tampouco com excesso;

• não deixar colmeias abertas por muito tempo.

Fichas de anotações: Todo apicultor deve ter um fichário para fazer as anotações
necessárias e controlar as revisões.

Comportamento do Apicultor: Todo apicultor deve respeitar os seguintes princípios:

“criar abelhas não é ter abelhas”, é preciso ter amor pela criação.

• Trabalhar com movimentos lentos, delicados e precisos;

• aproximar-se da colmeia sempre por trás ou pelas laterais;

• usar a indumentária apropriada;

• evitar o esmagamento de abelhas;

• manter os favos na posição vertical, quando retirados da colmeia.

Estado emocional das abelhas: Em algumas ocasiões podemos encontrar as abelhas


com reações diferentes do normal. Isto acontece quando:

• Quando estão órfãs - perda recente da rainha;

• enxame com muita reserva de mel são mais agressivas;

• enxames sem reservas de alimentos reagem menos ao efeito da fumaça;

• excesso de calor;

• falta de florada.

Pronatec
54

8.1 normas para abertura de uma colmeia


• O apicultor e seu ajudante, corretamente vestidos e munidos de fumigador e
espátula, devem aproxima-se por trás da colmeia;

• Aplicar 3 ou 4 baforadas de fumaça no alvado e esperar uns 3 minutos, para a


fumaça fazer efeito;

• Passado este tempo aplica-se mais fumaça no alvado e inicia-se a retirada da


tampa, com o auxílio do formão. A medida que a tampa for sendo levantada,
aplica-se leves baforadas de fumaça por cima dos quadros, até a retirada total
da tampa;

• Continue aplicando fumaça, suavemente por cima dos quadros para manter as
abelhas dentro da colmeia e sob controle. Não se deve aplicar muita fumaça;

• Comece a retirada dos quadros, com o auxílio da espátula, e transfira-os para


outra caixa de reserva colocada ao lado da colmeia. Durante toda a operação
é aconselhável o uso da fumaça;

• Se for o caso de verificar apenas o ninho, retire a melgueira por completo sem
mexer nos quadros.

Pesquise sobre o manejo no apiário. Para isso, visite este link na internet:
<http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Mel/SPMel/
manejoprodutivo.htm>.

8.2 Principais observações feitas durante a abertura da


colmeia
• Postura: Larvas e crias operculadas é sinal de rainha excelente;

• Crias operculadas e ausência de ovos ou larvas - colmeia órfã, ou pode ser que
houve enxameação e a rainha nova não começou a postura;

• Muitos ovos num mesmo alvéolo - colmeia zaganeira.

• Favos com muitas células de zangões: Substituição do favo por outro com cera
alveolada.

• Se encontrar realeiras formadas ou em formação, estas devem ser destruídas.

• Se encontrar favos velhos ou deformados, estes devem ser substituídos.

• Se houver favos completos de mel no ninho, retire-os e substitua por quadro


com cera alveolada.

Apicultor
55

• Nunca deixar faltar quadros na colmeia.

• Em época de muita floração, recomenda-se deixar mais espaço, colocando


mais melgueiras.

Pesquise sobre o manejo no apiário. Para isso, visite este link na internet:
<http://www.youtube.com/watch?v=IZ9Mbe_63LI>.

Resumo
Nessa aula, você conheceu sobre o manejo do apiário e as normas para abertura
de uma colmeia.

1. Quais cuidados devem ser tomados para abrir uma colmeia?

______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

2. Assinale V se a sentença for verdadeira e F se for falsa.

( ) Não é recomendado abrir colmeias em épocas muito frias ou muito quentes.

( ) O ato de abrir ou revisar uma colmeia deve ser feito com calma, porém rápido
e preciso.

( ) O excesso de revisões não prejudica o trabalho das abelhas.

( ) Existem raças ou subespécies de abelhas que são mais agressivas que outras.

( ) É recomendado que o apicultor fique na direção do alvado nas revisões da


colmeia.

( ) Em época de muita floração, recomenda-se deixar mais espaço, colocando


mais melgueiras.

3. Quais equipamentos devem ser utilizados na abertura de uma colmeia?

______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

Pronatec
56

4. Quais a normas para abertura de uma colmeia?

______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

5. Em relação às normas para abertura de uma colmeia assinale a alternativa


correta:

a) O apicultor e seu ajudante, corretamente vestidos e munidos de fumigador e


espátula, devem aproxima-se por trás da colmeia.

b) O apicultor e seu ajudante devem postar na frente do alvado e aplicar fumaça


em excesso.

c) O apicultor deve utilizar fumaça com cheiros fortes.

d) É recomendado abrir as colmeias em dias quentes.

6. Comente sobre as observações feitas durante a abertura de uma colmeia?

______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

Apicultor
57

Unidade 9
Flora Apícola
Objetivos

Conhecer plantas com potencial teor melífero.

Reconhecer a importância do meio ambiente para alimentação das abelhas.

Definir o período que deve fornecer a alimentação artificial.

A apicultura é uma forma do bom aproveitamento dos recursos naturais ou arti-


ficiais da flora, que é abundante no Brasil. Na mata natural brasileira, existem
várias espécies vegetais de alto teor melífero, tais como: angico (Anadenanthera
macrocarpa), aroeira (Schinus terebinthifolius), assapeixe (Vernonia polysphae-
ra) (FIG. 43), sucupira (Pterodon emarginatus) (FIG. 44), pau d’oleo (Copaifera
trapezifolia), barriguda (Ceiba glaziovii), embaré (Cavanillesia arbórea), cagai-
teiro (Stenocalyx dysentericus), camará (Lantana camara), beldroega (Portula-
ca oleraceae L.), carqueja (Baccharis trimera), erva de passarinho (Struthantus
flexicaulis), leucena (Leucaena leucocephala), periquiteira (Guazuma ulmifolia),
jaboticaba (Myrciaria cauliflora), picão (Bidens pilosa L), quaresmeira (Tibou-
china granulosa), unha de gato (Ficus pumila), malva (Malva sylvestri), araçá
(Psidium cattleianum), cipó de São João (Pyrostegia venusta), pequi (Caryocar
brasiliense) (FIG. 45), etc. Como exemplos de culturas comerciais, pode-se citar:
eucalipto (Eucalyptus tereticornis Smith.), laranjeira (Citrus sinensis), goiabeiras
(Psidium guajava) (FIG. 46), girassol (Helianthus annuus) (FIG. 47), maracujazeiro
(Passiflora sp.) (FIG. 48), cafeeiro (Coffea sp.) , etc.29

Figura 43: Florada de assapeixe.


Fonte: GOMES, 2005.

Figura 44: Florada da sucupira.


Fonte: GOMES, 2005.

29 GOMES, E. Florada de plantas melíferas no ICA-UFMG. ICA-UFMG. Trabalho não publicado.

Pronatec
58

Figura 45: Florada do pequizeiro.


Fonte: GOMES, 2005.

Figura 46: Florada de goiabeira.


Fonte: GOMES, 2005.

Figura 47: Florada de girassol.


Fonte: GOMES, 2005.

Figura 48: Florada de maracujazeiro.


Fonte: GOMES, 2005.

Apicultor
59

Pesquise sobre plantas melíferas, visite este link na internet: <http://www.


esalq.usp.br/biblioteca/PUBLICACAO/Serie%20Produtor%20Rural%20Espe-
cial%20%20Plantas%20Visitadas%20por%20Abelhas%20e%20Polonizacao/Abe-
lhas.pdf>.

9.1 Alimentação artificial da colmeia


Na época que a florada está pequena ou escassa, por exemplo, no período das
chuvas, é necessário utilizar o que chamamos de alimentação artificial, objetivan-
do a manutenção das abelhas. Esse tipo de alimentação artificial é feito à base
de “xarope”, que por sua vez, constitui-se de água e açúcar na proporção de 1:1.
A sua preparação é feita com aquecimento do açúcar em tacho até que este não
“pregue” no fundo do recipiente, adicionando em seguida água. O xarope é admi-
nistrado em vidro de 500 ml com tampa de metal perfurada de dentro para fora,
utilizando somente a ponta de um prego pequeno (8x8) para tal perfuração(FIG.
49). O vidro, então, cheio com o xarope e tampado com tampa perfurada, é girado
de ponta cabeça e acoplado sobre suporte de madeira que se encaixa na colmeia
(FIG. 50). A alimentação artificial é feita em geral durante 60 dias na época que a
florada está escassa, e preferencialmente o xarope deve ser trocado de 5 em 5 dias.

Figura 49: Recipientes para alimentação artificial das abelhas.


Fonte: GOMES, 2006.30

Figura 50: Alimentador artificial acoplado a colmeia.


Fonte: GOMES, 2006.

30 GOMES, E. Alimentador artificial e quadros modelo Hoffman. ICA-UFMG. Trabalho não publicado.

Pronatec
60

Pesquise sobre alimentação artificial das abelhas, visite este link na inter-
net: <http://www.youtube.com/watch?v=8TjUyxBzLJg>.

Resumo
Nessa aula, você conheceu sobre as plantas com potencial teor melífero. Conhe-
ceu a importância do meio ambiente para alimentação das abelhas e definiu o
período que deve fornecer a alimentação artificial.

1. Cite 5 (cinco) espécies vegetais da mata brasileira de alto teor melífero.

______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

2. Cite 3 (três) exemplos de culturas comercias de alto teor melífero.

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______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

3. Comente sobre a função das abelhas na propagação dessas espécies vegetais.

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______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

4. Comente sobre a alimentação artificial da colmeia.

______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

Apicultor
61

Unidade 10
Retirada e Processamento do Mel
Objetivos

Definir quando o mel deve ser retirado dos favos.

Conhecer o processamento da retirada do mel.

O mel para ser colocado no mercado tem que ser puro, de boa qualidade e livres
de impurezas que alterem as qualidades organolépticas do produto. Para ter estas
qualidades o mel deve ser retirado de favos que:

• Não contenham crias em qualquer uma das fases de seu desenvolvimento;

• Não contenham excesso de pólen;

• Contenham apenas o mel maduro, ou seja, operculados, em pelo menos 2/3


do favo (FIG. 51).

Figura 51: Favos de mel operculados.


Fonte: GOMES, 2006.

Pesquise sobre o processo de extração do mel, visite este link na internet:


<http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Mel/SPMel/
extracaomel.htm>.

10.1 Materiais e equipamentos


• Garfo ou faca desoperculadora;

• mesa desoperculadora;

• centrífuga facial ou radial;

• peneira de aço em malha 10 para filtragem do mel;

• tanque decantador com torneira do tipo facão;

• vasilhames higiênicos para acondicionamento do mel.

Pronatec
62

10.2 Operações do processamento


O primeiro passo é a desoperculação dos favos, que é feito na mesa desopercu-
ladora e com o auxílio do garfo ou faca próprio para esta operação (FIG. 52). A
seguir os favos desoperculados vão para a centrífuga, quando então se procede a
sua rotação em velocidade lenta, até que o mel sai por completo dos favos (FIG.
53). Após a centrifugação o mel sofre a filtração, quando então é colocado no
decantador onde fica por 48 horas (FIG. 54). Depois deste tempo, o mel decantado
está pronto para ser embalado, em embalagens destinadas ao consumidor (FIG 55).

Figura 52: Desoperculação dos favos.


Fonte: GOMES, 2006.31

Figura 53: Centrifugação do mel.


Fonte: GOMES, 2006.

31 GOMES, E. Operações do processamento do mel. ICA-UFMG. Trabalho não publicado.

Apicultor
63

Figura 54: Filtração e decantação do mel.


Fonte: GOMES, 2006.

Figura 55: Embalagem de plastico para mel.


Fonte: www.agencia.cnptia.embrapa.br.32

Pesquise sobre alimentação artificial das abelhas, visite este link na inter-
net: <http://www.youtube.com/watch?v=l8e7jbYch9E>.

Resumo
Nessa aula, você conheceu sobre o processamento e o beneficiamento do mel.

32 Disponível em: <http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/territorio_sisal/arvore/CONT000fckg3dhb02wx5eo0a2ndxyauspqau.


html> Acesso set. 2013.

Pronatec
64

1. Quais as principais características que o mel deve possuir para ser colocado
no mercado?

______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

2. Quais equipamentos utilizados na retirada do mel?

______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

3. Em relação ao mel assinale a alternativa correta:

a) O mel para ser colocado no mercado tem que ser puro, de boa qualidade e livres
de impurezas que alterem as qualidades organolépticas do produto.

b) Contenham crias em qualquer uma das fases de seu desenvolvimento.

c) Contenham excesso de pólen.

d) Não contenham apenas o mel maduro, ou seja, operculados, em pelo menos


2/3 do favo.

4. Sobre os equipamentos e utensílios utilizados em serviços de alimentação,


complete os espaços em branco:

I) O primeiro passo é a ________________ dos favos, que é feito na mesa


________________ e com o auxílio do garfo ou faca próprio para esta operação.

II) A seguir os favos desoperculados vão para a ________________, quando então


se procede a sua rotação em velocidade lenta, até que o mel sai por completo dos
favos.

III) Após a ________________ o mel sofre a ________________, quando então é


colocado no ________________ onde fica por 48 horas.

IV) Depois deste tempo, o mel ________________ está pronto para ser embalado,
em embalagens destinadas ao consumidor.

5. Comente sobre as operações de processamento para retirada do mel.

______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

Apicultor
65

Unidade 11
Mel e Controle de Qualidade
A elaboração do mel resulta de duas modificações principais (reações) sofridas
pelo néctar, uma física pela desidratação (eliminação da água), através da eva-
poração na colmeia e absorção no papo, a outra reação química que atua sobre o
néctar, transformando a sacarose, através da enzima invertase, em glicose e fru-
tose. Ocorrem mais duas reações, em escala menor, que consiste em transformar o
amido do néctar, através da enzima amilase em maltose e a enzima glicose-oxidase
transforma a glicose em ácido glicônico e peróxido de hidrogênio, este último, co-
nhecido como água oxigenada. Esclarecendo melhor, o néctar sofre no trajeto da
boca ao papo (vesícula melífera) ação definitiva das enzimas: invertase, amilase
e glicose-oxidase estando pronto assim para ser regurgitado nos alvéolos do favo,
continuando parte das reações nestes alvéolos, assim ocorre a maturação do mel,
culminando com a operculação dos favos.

O mel tem origem de mais de 2500 tipos de flores de plantas diferentes, por isso
possui características extremamente variáveis.

11.1 Composição química do mel (Média)


Segundo Terrab et al. (2001) o mel apresenta (70-80%) de açúcares, sendo os prin-
cipais carboidratos glicose e frutose, (10-20%) de água e outros constituintes como
sais minerais, ácidos orgânicos, vitaminas, compostos fenólicos, proteínas e ami-
noácidos livres. A (TAB. 4) apresenta a composição básica do mel.

TABELA 4

Composição básica do mel

Composição básica do mel


Componentes Média Desvio padrão Variação
Água (%) 17,2 1,46 13,4 - 22,9
Frutose (%) 38,19 2,07 27,25 - 44,26
Glicose (%) 31,28 3,03 22,03 - 40,75
Sacarose (%) 1,31 0,95 0,25 - 7,57
Maltose (%) 7,31 2,09 2,74 - 15,98
Açúcares totais (%) 1,50 1,03 0,13 - 8,49
Outros (%) 3,1 1,97 0,0 - 13,2
pH 3,91 - 3,42 - 6,10
Acidez livre (meq/Kg) 22,03 8,22 6,75 - 47,19
Lactose (meq/Kg) 7,11 3,52 0,00 - 18,76
Acidez total (meq/Kg) 29,12 10,33 8,68 - 59,49
Lactose/Acidez livre 0,335 0,135 0,00 - 0,950
Cinzas (%) 0,169 0,15 0,020 - 1,028
Nitrogênio (%) 0,041 0,026 0,00 - 0,133
Diástase 20,8 9,76 2,1 - 61,2
Fonte: sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br

Pronatec
66

11.2 Instrução Normativa nº 11 do MAPA, de 20 de


outubro de 2000
Considerando a Instrução Normativa nº 11, de 20 de outubro de 2000 do MAPA (Mi-
nistério da Agricultura, pecuária e Abastecimento) entende-se por mel, o produto
alimentício produzido pelas abelhas melíferas, a partir do néctar das flores ou das
secreções procedentes de partes vivas das plantas ou das secreções de insetos su-
gadores de plantas que ficam sobre partes vivas das plantas, que as abelhas reco-
lhem, transformam, combinam com substâncias específicas próprias, armazenam
e deixam madurar nos favos da colméia.

Além disso, essa normativa classifica o mel quanto a alguns aspectos:

Classificação do mel quanto a origem

1. Mel floral: é o mel obtido dos néctares das flores

• Mel unifloral ou monofloral quando o produto proceda principalmente da ori-


gem de flores de uma mesma família, gênero ou espécie e possua característi-
cas sensoriais, físico-químicas e microscópicas próprias.

• Mel multifloral ou polifloral: é o mel obtido a partir de diferentes origens florais.

2. Melato ou Mel de Melato é o mel obtido principalmente a partir de secreções


de partes vivas das plantas ou excreções de insetos sugadores de plantas que se
encontram sobre elas.

Classificação do mel quanto a obtenção

• Mel escorrido: é o mel obtido por escorrimento dos favos desoperculados, sem
larvas.

• Mel prensado: é o mel obtido por prensagem dos favos, sem larvas.

• Mel centrifugado: é o mel obtido por centrifugação dos favos, sem larvas.

Pesquise sobre a qualidade do mel, visite este link na internet: <http://ser-


v-bib.fcfar.unesp.br/seer/index.php/alimentos/article/viewFile/763/649>.

Apicultor
67

Classificação do mel segundo sua apresentação e/ou processamento

• Mel: é o mel em estado líquido, cristalizado ou parcialmente cristalizado.

• Mel em secções é o mel armazenado pelas abelhas em células operculadas de


favos novos, construídos por elas mesmas, que não contenha larvas e comer-
cializado em favos inteiros ou em secções de tais favos.

• Mel em pedaços de favo é o mel que contém um ou mais pedaços de favos com
mel, isentos de larvas.

• Mel cristalizado ou granulado é o mel que sofreu processo natural de solidifi-


cação, como consequência da cristalização dos açúcares.

• Mel cremoso é o mel que tenha uma estrutura cristalina fina e que pode ter
sido submetido a um processo físico que lhe confira essa estrutura e que o
torne fácil de untar.

• Mel filtrado é o mel que foi submetido a um processo de filtração, sem alterar
o seu valor nutritivo.

Para comprovar a qualidade do mel, o MAPA estabelece alguns parâmetros, cujos


valores estão apresentados na (TAB. 5).

TABELA 5

Composição físico-química do Mel de flores- Instrução Normativa Nº 11 – 20 de


outubro de 2000.

Umidade máxima 20,0%


Açúcares redutores (glicose e frutose) 65,0%
*(mínimo)
Sacarose (máximo) 6,0%
Cinzas (resíduo mineral) máximo 0,6%
Hidroxi Metil Furfural- (máximo) 60,0mg/kg
Acidez (máxima) 50,0meq/kg
Sólidos insolúveis em água (máximo) 0,1% (exceto mel prensado que se to-
lera 0,5%)
Nota: *Açúcares redutores = glicose e frutose

11.3 Características do mel

11.3.1 Umidade

A umidade é o critério de qualidade que determina a capacidade do mel se manter


estável e livre de fermentação. Quanto maior a umidade, maior a probabilidade
do mel fermentar durante o seu armazenamento. Para a determinação da umidade
utiliza-se o refratômetro ou pode ser feito pelo método gravimétrico, onde o mel
passa por um processo de secagem em estufa a 105º C. Méis com a umidade eleva-

Pronatec
68

da indicam que provavelmente as amostras foram oriundas de processo indevido,


com a retirada do mel ainda “verde”, ou seja, com alto teor de água no qual menos
de dois terços do favo tenha sido operculado.

11.3.2 Açúcares redutores

Os principais açúcares encontrados no mel são a glicose e frutose, em proporções


quase iguais, sendo importantes para o estabelecimento de uma série de caracte-
rísticas para esse produto. Para quantificar os açucares utiliza-se o método titulo-
métrico, com as soluções de Fehling A e B (sulfato de cobre e tartarato de sódio),
pois sabe-se que os açúcares redutores (glicose e frutose), possuem a capacidade
de reduzirem o cobre presente na solução sob ebulição, e a solução passa da cor
azul a vermelho tijolo. É possível então calcular, através de uma fórmula específi-
ca a quantidade de açucares redutores presentes no mel.

11.3.3 Sacarose

A sacarose é um dissacarídeo não-redutor, composto por duas moléculas redutoras


(glicose e frutose). É possível quantificar a sacarose presente no mel indiretamen-
te quebrando as moléculas de sacarose com HCl e ebulição, para que a glicose e
a frutose possam reduzir o cobre, conforme descrito para açúcares redutores. A
legislação estabelece valor máximo de 6%. Teores elevados de sacarose indicam
colheita prematura do mel (sacarose não foi transformada) ou que abelhas estão
se alimentando com outros materiais além do néctar.

11.3.4 pH

O mel é naturalmente ácido, com o pH variando de 3,3 a 4,6. Para determinar o pH


é utilizado um pHmetro previamente calibrado, utilizando uma solução de 2,00g
de mel diluídos em água destilada até o volume de 15mL.

As legislações brasileira e internacional não estabelecem limites para os valores


de pH no mel.

- Valores muito baixos - adulteração por xarope de sacarose ou amido invertido por
hidrólise ácida.

- Valores muito altos são encontrados em caldas de sacarose sem adição de ácido.

11.3.5 Acidez(meq/kg)

A origem de acidez do mel deve-se a variação de ácidos orgânicos causadas pelas


diferentes fontes de néctar, pela ação da enzima glicose-oxidase que origina o
ácido glucônico, pela ação das bactérias durante a maturação do mel e ainda a
quantidade de minerais presentes no mel. Para determinação da acidez, o teste se
baseia numa titulação simples e a acidez é calculada em meq/kg.

Apicultor
69

11.3.6 Substâncias insolúveis

Indica a presença de substâncias insolúveis em água (cera, grãos de pólen). De


acordo com a legislação deve ser inferior a 0,1%.

11.3.7 Cinzas

A porcentagem de cinzas no mel expressa a riqueza dos minerais, ou seja, é o resí-


duo orgânico que permanece após a queima da matéria orgânica. A legislação permi-
te quantidade de cinzas inferior a 6%. Para determinar a quantidade de cinzas é feita
uma desidratação da amostra de mel na estufa a 110 a 120ºC. Em seguida, calcina-
ção em mufla a 550°C. Toda a água terá evaporado. Restam resíduos inorgânicos.

11.4 Cristalização e granulação do mel


Todo mel cristaliza desde que haja condições de temperatura favorável e a rela-
ção glicose/frutose/água, o primeiro açúcar que cristaliza é a glicose. O mel que
apresenta alto teor de glicose cristalizará rapidamente, é o caso do mel da flor de
nabo forrageiro. No caso de apresentar alto teor de frutose, poderá levar mais de
12 meses para cristalizar é o caso do mel de laranjeira.

A granulação do mel (cristais grosseiros) é favorecida nas temperaturas que variam


entre 12º e 15°C, já nas temperaturas entre 20° e 25ºC há uma tendência do mel
cristalizar (cristais mais finos). Sempre que o mel apresentar sinais de granulação
ou cristalização pode-se submeter a processo de batedura tornando-o cremoso e
com cor mais clara.

A descristalização do mel deve ser feita com equipamentos (serpentina ou estufa)


que possuam termostato cuja temperatura deve ficar entre 35° e 40°C, na média
37,5 ºC. Nestas condições de exposição, o tempo de descristalização é ao redor de
12 horas, mas deve-se mexer o mel 2 a 3 vezes. Para descristalização caseira po-
de-se colocar 250g de mel no forno micro-ondas potência 10 por 30 segundo, após
mexer o conteúdo e ligar mais 30 segundos, assim estará líquido e a temperatura
não ultrapassará 40 ºC.

11.5 Testes de adulterantes no mel


Prova de Lund: Indica a presença de substâncias albuminoides, a adição de subs-
tâncias proteicas ou perdas durante o processamento.

Prova de Fiehe: Indica a presença de HMF - açúcar invertido ou superaquecimento


do mel. O HMF é indicador de qualidade, pois quando é formado, pode ter ocorrido
perdas de enzimas e ter o valor nutricional alterado. O mel ficará com uma cama-
da superficial líquida e escurecida.

A presença de HMF indica:

- Adulteração feita com xarope de milho, de beterraba e “xarope invertido”, com


altos teores de Hidroximetilfurfural (HMF).

Pronatec
70

- Armazenamento inadequado (temperaturas elevadas) e consequente desdobra-


mento da frutose do mel em 1 molécula de HMF.

Reação de Lugol: Indica a adulteração feita com amido, sendo este utilizado para
dar consistência para o mel.

11.6 Sabor e aroma


Estas duas características estão diretamente ligadas a cor do mel, quanto mais escu-
ro o mel, mais rico em minerais, consequentemente sabor e aroma mais forte. O mel
claro é considerado pobre em minerais e apresenta sabor e aroma mais agradável.

Através do sabor e aroma, o apicultor faz a tipificação do mel, assim denomina-se


mel de eucalipto aquele mel cuja predominância aromática e sabor é originário
do néctar das flores de eucalipto, embora outros néctares possam ter contribuído
para a formação deste mel. Quando não é possível identificar a origem do néctar,
porque o aroma e sabor mascaram qualquer característica, nesta ocasião o mel
pode ser tipificado como sendo silvestre ou plantas nativas mel de plantas diversas
ou outra origem como mel de flores dos campos tratando-se de plantas rasteiras e
arbustos de porte baixo, ervas dos campos, capoeiras, etc.

O aroma e sabor do mel é o da flor de origem, vai do doce suave ao doce forte e po-
dendo apresentar sabor ácido ou amargo. O sabor ácido do mel é devido os ácidos
presentes no mel (glucônico, cítrico, málico, e porções menores fórmico, acético,
butírico, láctico, etc.), bem como a exposição excessiva de fumaça no momento
da retirada dos favos da melgueira ou princípios de fermentação devido a atuação
de leveduras que poderão estar presentes no mel.

A presença de leveduras no mel ocorre devido a contaminação por descuido no


manejo (higiene), apoiar melgueiras no chão, centrífugas mal lavadas, centrífugas
de latão, favos muito escuros e estocagem prolongada do mel nas melgueiras.

Existem mais de 100 componentes voláteis que determinam o sabor do mel, o com-
ponente frutose possui sabor 2,5 vezes mais forte que a glicose e este 1,5 vezes
mais forte que a sacarose.

11.6.1 Cor

A cor do mel é variável, depende da sua composição: quanto mais escuro mais rico
e quanto mais claro mais pobre, pode apresentar-se quase incolor, nesse caso o
sabor é suave e é pobre em sais minerais e escuro (cor café) é um mel de sabor
forte e rico em sais minerais.

11.6.2 Consistência

A consistência de mel pode ser líquida, líquida-cristalizada, líquida-granulada,


cristalizada, granulada e cremosa.

No mercado brasileiro há uma maior tendência de consumo de mel líquido, en-

Apicultor
71

quanto na Europa, o mel mais procurado é o mel cremoso, existindo equipamentos


para bater o mel para deixá-lo cremoso e consequentemente de cor clara, alguns
apicultores brasileiros, para diversificar a comercialização do mel, também estão
adotando essa forma.

11.6.3 Homogenidade do mel

Após decantado o mel deve ser homogêneo uniforme. Misturando-se mel de apiá-
rios e floradas diferentes pode acontecer que o mel fique separado em camadas
diferentes, certamente ocorrerá cristalização defeituosa (separação em camadas)
o que afetará a comercialização, para que isso não aconteça, o apicultor poderá
misturar mel de apiários e florada diferentes observando que durante esse pro-
cessamento a temperatura seja igual e a densidade do mel idêntica, ainda utilizar
homogeinizador motorizado.

11.6.4 Higroscopicidade do mel

O mel apresenta alta higroscopicidade, isto é, pode absorver água, como também
ceder (eliminar água).

Experimentos realizados na Universidade de Michigan, USA, demonstraram que


mel armazenado em ambiente com umidade relativa do ar superior a 60%, absorve
água, e, quando a estocagem é feita em ambiente com umidade relativa do ar in-
ferior a 60%, ele libera umidade. Resultou desta pesquisa que não é recomendado
centrifugar ou envasar mel em dias de chuva, salvo se a sala estiver equipada com
desumidificador de ambiente.

11.6.5 Hidroxi metil furfural

Na estocagem do mel deve se observar a temperatura do local de estocagem, tem-


peraturas acima de 30º C. por períodos superior a 6 meses ocorre o desdobramento
da frutose do mel em 1 molécula de Hidroximetilfurfural e 3 moléculas de água.
Apresentação do mel ficará com uma camada superficial líquida e escurecida.

11.6.6 Fermentação do mel

O mel pode fermentar devido aos seguintes fatores:

1. Temperatura alta de armazenamento.

2. Alta umidade do mel.

3. Grau de contaminação por esporos de leveduras.

Pronatec
72

Pesquise sobre a qualidade do mel, visite este link na internet: <http://


www.youtube.com/watch?v=mHZCXHiBIeM>.

Resumo
Nesta aula, você conheceu sobre a composição química do mel, identificou a classifi-
cação e as características do mel e conheceu os principais testes adulterantes do mel.

1. Agora que você concluiu a unidade 11, faça um resumo de tudo o que aprendeu.
Comente sobre o controle de qualidade do mel.

______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

2. Comente sobre a composição química do mel.

______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

3. Em relação ao mel assinale a alternativa correta:

a) A elaboração do mel resulta de uma modificação física sofrida pelo néctar.

b) Os principais carboidratos do mel são glicose e frutose.

c) Mel escorrido é o mel obtido por escorrimento dos favos desoperculados, com larvas.

d) Mel prensado é o mel obtido por prensagem dos favos, larvas.

4. Comente sobre a classificação do mel.

______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

Apicultor
73

5. Comente sobre as características do mel.

______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

6. Assinale V se a sentença for verdadeira e F se for falsa.

( ) Mel; é o mel em estado líquido, cristalizado ou parcialmente cristalizado.

( ) Mel filtrado é o mel que foi submetido a um processo de filtração, sem alterar
o seu valor nutritivo.

( ) Os principais açúcares encontrados no mel são a glicose e sacarose.

( ) O mel é naturalmente ácido, com o pH variando de 4,3 a 5,0.

( ) a prova de Lund indica a presença de substâncias albuminoides, a adição de


substâncias proteicas ou perdas durante o processamento.

7. Comente sobre os principais testes utilizados para identificar adulteração no mel.

______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

Estudo de caso

Joãozinho comprou um pote de mel de 1 kg na banca do seu José, chegando em


casa Joãozinho observou que o mel apresentava cor, odor e aroma diferente do mel
tradicional. Intrigado com a situação ele procurou o técnico de laboratório e fez o
teste do iodo e foi observado mudança de cor.

1. Qual o motivo do mel ter mudado de cor?

______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

2. O mel pode ser considerado puro?

______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

Pronatec
74

Unidade 12
Produção de Cera
Objetivo

Conhecer os principais produtos da cera das abelhas.

12.1 Cera
A cera das abelhas é um dos principais produtos resultantes da produção apícola.
Esta é importante tanto para a qualidade do mel como também para a sanidade e
produtividade da colméia. Desta forma a produção, comercialização e utilização
da cera com segurança e qualidade, torna-se vantajoso não só para a produtivida-
de e qualidade do mel obtido, mas também para o apicultor (BARROS et al., 2009).

A cera é produzida pelas abelhas operárias através de suas glândulas cerígenas. Lo-
calizadas na parte central do abdômen. A cera é usada pelas abelhas na construção
de favos. Entre outras substâncias, é composta por um complexo de ácidos graxos,
é macia e fiável - quando quente, e quebradiça - quando frio. Sua produção é cerca
de 2% da produção de mel da colmeia (FIG. 56).

Figura 56: Abelhas puxando a cera de um quadro lusitano.


Fonte: valedaassega.wordpress.com.33

Para facilitar o trabalho das abelhas o apicultor deve fornecer a cera em formato
de lâminas alveoladas, pois isso orienta as abelhas na construção do favo favore-
cendo a postura da abelha rainha, já que os alvéolos são maiores que o de operária
(FIG. 57).

33 Disponível em: <valedaassega.wordpress.com/page/3/> Acesso em out. 2013.

Apicultor
75

Figura 57: Favo de abelha Apis mellifera mostrando células de cria de operária (a),zangão (b) e rainha (c).
Fonte: Série produtor rural, Esalq, 2012.34

A cera é matéria prima para a fabricação de velas de alta qualidade e lustração


de móveis e veículos, é utilizada tanto pela indústria de componentes eletrônicos
quanto de cosméticos. Tem grande utilidade na indústria farmacêutica.

Cera bruta

A cera bruta é obtida de favos velhos, retirados nas revisões regulares. do aprovei-
tamento dos opérculos e das aparas de favos dos enxames coletados. A cera extra-
ída será, posteriormente, beneficiada através da fusão por aquecimento em fogo
brando ou derretedor solar, filtrada em saco de aniagem e colocado em formas.
Nunca se deve misturar a cera com a parafina.

Cera alveolada

O apicultor poderá alveolar a cera num cilindro próprio ou fazer a permuta com
centros que alveolam a cera, o que é mais recomendável para o apicultor inician-
te. Os álveos serão utilizados pelas abelhas na construção dos favos desde que
estejam em bom estado, sem quebras e sem misturas.

Pesquise sobre o histórico e os benefícios da cera, visite este link na inter-


net: <http://blog.sabaoeglicerina.com.br/2012/05/cera-de-abelha-historia
-e-beneficios.html>.

34 Disponível em: < http://www.esalq.usp.br/biblioteca/PUBLICACAO/SP52/Producao_de_Cera.pdf> Acesso em out. 2013.

Pronatec
76

Resumo
Nesta aula, você conheceu sobre a cera de abelha e os principais produtos produ-
zidos por ela.

1. Agora que você concluiu a unidade 12, faça um resumo de tudo o que aprendeu.
Comente sobre a produção de cera.

______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
______________________________________________________________________

2. Como as abelhas produzem a cera?

______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

3. Em relação a cera assinale a alternativa correta:

a) A cera é produzida pelos zangões através de suas glândulas cerígenas.

b) A cera é usada pelas abelhas na construção de favos.

c) Sua produção é cerca de 5% da produção de mel da colmeia.

d) A cera é uma substância tóxica que pode matar outros insetos.

4. Por que é recomendado o apicultor fornecer cera para as abelhas?

______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

5. Cite a utilização comercial da cera das abelhas?

______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

Apicultor
77

Estudo de caso

Senhor Antônio um apicultor conhecido na sua região observou que as abelhas es-
tavam enxameando e encontrou traças na colmeia, ao fazer a abertura da colmeia
observou que a cera estava escura e estreita.

1. Qual o motivo das abelhas enxamearem?

______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

2. Qual medida deve ser tomada para evitar esta situação?

______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

Pronatec
78

Unidade 13
Outros Produtos das Abelhas
Objetivos

Conhecer a importância da própolis.

Conhecer sobre a utilização da geleia real.

Conhecer a importância da apitoxina.

13.1 Própolis
A denominação da própolis vem do grego pro (antes) e polis (cidade). Ela consiste
em uma substância resinosa colhida pelas abelhas de determinadas espécies de
plantas que contêm o produto na casca, nas gemas que estão para florescer ou
ainda em folhas verdes (FIG. 58).

Com a ajuda das mandíbulas, as abelhas raspam a substância e a transportam para


a colmeia da mesma forma que fazem com pólen. Para a colônia, a própolis têm
diversas finalidades. É utilizada para construir, limpar e desinfetar a habitação, im-
permeabilizar as paredes dos favos e quadros, fechar frestas impedindo ventos frios
e na proteção contra inimigos naturais que não podem ser retirados da colmeia.
Neste ultimo caso, as abelhas cobrem o predador com a própolis, embalsamando-o.

O homem há muito tempo percebeu as qualidades terapêuticas da própolis, que


têm sido estudadas e comprovadas por pesquisadores do mundo inteiro. Um ex-
celente antibiótico natural, ela apresenta propriedades antibactericidas, cicatri-
zantes, antiinfecciosas, energéticas e regeneradoras de tecidos. Pode ser usada
interna ou externamente, através de tinturas, pomadas, balas, sabonetes, xampu,
unguentos e xaropes.

Para quem pretende direcionar a criação de abelhas para a produção de própolis,


é importante saber que a qualidade do produto vai depender das espécies vegetais
disponíveis na região do apiário, de onde as abelhas coletam a substância.

O apicultor pode adquirir no mercado os equipamentos voltados para a produção de


própolis, que consistem em caixas com aberturas para serem preenchidas com resina
pelas abelhas ou ainda em telas plásticas, colocadas dentro da colmeia. Além destas
técnicas, toda própolis encontrada na tampa e nos quadros pode ser coletada. Para
fazer a coleta, basta raspar a substância e acondicioná-las em sacos plásticos ou
embalagens de vidro. A melhor época para induzir artificialmente a produção de
própolis numa colméia é no outono, quando não há grande produção de mel.

Apicultor
79

Figura 58: Própolis verde de Alecrim do Campo.


Fonte: apiariobomjesus.com.br/site.35

Pesquise sobre a própolis, visite este link na internet:<http://www.youtube.


com/watch?v=ANNH-yYaWKE>.

13.2 Geleia real


A geleia real é uma substância cremosa secretada pelas glândulas hipofaringeanas
de abelhas jovens, com 3 a 12 dias de vida adulta, para alimentar as larvas e a
rainha (FIG. 59).

Produzir geleia real é quase tão simples como produzir mel, mas exige alguns co-
nhecimentos básicos importantes e muita experiência apícola. Basicamente, em
nível doméstico ou comercial, deve-se utilizar o mesmo procedimento técnico em-
pregado para a criação natural ou artificial de rainhas, com a diferença de que o
apicultor não permite o desenvolvimento das larvas acima de 72 horas, interrom-
pendo a fase de crescimento das mesmas, sacrificando-as para coletar a geleia real
depositada na realeira pelas abelhas para alimentação das larvas.

Entre as várias técnicas existentes, todas se baseiam em orfanar ou não a colmeia


para induzir nas abelhas operárias da colônia a necessidade de criar uma nova rainha.

35 Disponível em: <http://apiariobomjesus.com.br/site/> Acesso em out. 2013.

Pronatec
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Figura 59: Produção de geleia real.


Fonte: doutissima.com.br.36

Pesquise sobre a geleia real, visite este link na internet:<http://www.youtu-


be.com/watch?v=-Rz42U-izfk>.

13.3 Apitoxina
O veneno das abelhas constitui-se de substâncias químicas complexas formadas
por águas e aminoácidos, açúcares, histamina e outros componentes. A apitoxina é
produzido por glândulas existentes no abdômen e introduzido no corpo das vítimas
através do canal existente no ferrão, provocando reações que variam de intensi-
dade de acordo com a sensibilidade de cada pessoa, podendo levar até a morte. A
pesar de ser letal para o homem, quando aplicado em grandes proporções, o ve-
neno da abelha é, paradoxalmente, um consagrado medicamento contra diversos
distúrbios e problemas.

O método do choque elétrico tem sido visado para estimular as abelhas a picar.
O coletor normalmente é colocado na entrada da colméia e conectado a um dis-
positivo que provê impulsos elétricos. O coletor é feito de madeira ou plástico e
segura uma armação de arame. Debaixo dos arames está colocada uma folha de
vidro que pode ser coberta com plástico ou material de borracha para evitar a con-
taminação do veneno (FIG. 60). Durante a coleta, as abelhas entram em contato
com a armação de arame e recebem um choque elétrico moderado. Elas picam a
superfície da folha do coletor, pois identificam a excitação elétrica no momento
como uma fonte de perigo. O veneno é então depositado entre o vidro e o material
protetor, onde seca e depois é raspado e vendido para a indústria farmacêutica ou
laboratório especializado.

36 Disponível em: <http://doutissima.com.br/post/os-beneficios-da-geleia-real-para-voce/> Acesso out. 2013.

Apicultor
81

Figura 60: Extração de apitoxina.


Fonte: classificadosgeral.com.br/ads/apitoxina.37

Pesquise sobre outros produtos da abelha, visite este link na internet:


<http://www.ufv.br/dbg/bee/produtos.htm>.

Resumo
Nessa aula, você conheceu sobre a importância da própolis, da geleia real e da
apitoxina.

1. Comente sobre a importância da própolis para a colmeia e para a indústria.

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2. Comente sobre a produção de geleia real.

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37 Disponível em: <http://classificadosgeral.com.br/ads/apitoxina/> Acesso em out. 2013.

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82

3. Assinale V se a sentença for verdadeira e F se for falsa.

( ) A denominação da própolis vem do grego pro (antes) e polis (cidade).

( ) A geleia real é uma substância cremosa secretada pelas glândulas hipofaringe-


anas de abelhas jovens.

( ) A apitoxina é produzida pela glândula cerígena.

( ) O método do choque elétrico tem sido visado para estimular as abelhas a picar.

( ) A própolis é utilizada para construir, limpar e desinfetar a habitação, imper-


meabilizar as paredes dos favos e quadros.

4. Comente sobre a apitoxina.

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Pesquise sobre o desaparecimento das abelhas, visite este link na internet:


<http://www.youtube.com/watch?v=rq3smnZLFgA>.

Em seguida, responda:

1. O que aconteceria com a humanidade se as abelhas desaparecessem?

2. Qual o motivo das abelhas estarem desaparecendo?

Considerações Finais

A apostila e o Curso de Apicultor encerraram, mas o seu trabalho não, pelo contrá-
rio, ele está apenas começando!

Durante esses dias, aprendemos vários conceitos, vimos a importância das abelhas
para a humanidade, a biologia das abelhas, o manejo do apiário, a retirada e o
processamento do mel, a produção de cera, outros produtos apícolas e fizemos
diversas atividades de fixação.

Agora é com você! O aperfeiçoamento e o esforço contínuo devem fazer parte dos
seus nteresses e dos seus objetivos profissionais, pois só assim desempenhará cor-
retamente a sua função e atingirá os resultados esperados. Realize o seu trabalho
da melhor forma e serás recompensado!

Sucesso e boa sorte nesta nova carreira!

Apicultor
83

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Apicultor

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