CONF 2 - Penicilinas + Cefalosporinas Ok
CONF 2 - Penicilinas + Cefalosporinas Ok
CONF 2 - Penicilinas + Cefalosporinas Ok
OBJETIVOS DE APRENDIZADO
• Conceituar antibióticos beta-lactâmicos
• Descrever o grupo de antibióticos beta-lactâmicos
• Descrever os principais medicamentos em cada grupo
• Descrever o mecanismo de ação dos beta-lactâmicos
• Descrever as principais características farmacocinéticas e farmacodinâmicas dos beta-lactâmicos
• Uso clínico dos beta-lactâmicos
• Descrever os principais efeitos adversos dos beta-lactâmicos
• Polimixinas
BETA-LACTÂMICOS
ESTRUTURA QUÍMICA
Possuem o anel beta-lactâmico ele é o responsável pela ação principal do antibiótico
Quando muda a configuração do anel beta lactâmico ou o radical muda o tipo de ATB
MECANISMO DE AÇÃO
Atua inibindo a formação da parede bacteriana (bactericida), impedindo a ligação dos peptídeos
Parede bacteriana é responsável pela estabilidade osmótica da bactéria
Atua inibindo a ação das proteínas ligadoras de penicilinas (PBPs)
o Transpeptidases
o Carbaxipeptidases
A ação do ATB é inibir a síntese da parede celular, se ligando as transpeptidases (proteína ligadora de
penicilina: responsável por fazer a ligação entre as cadeias de peptideoglicanos) o ATB bloqueia essa
transpeptidases não faz a ligação perde a estabilidade da parede
PRINCIPAIS BETA-LACTÂMICOS
• Penicilinas
• Cefalosporinas
• Carbapenêmicos
• Monobactans
• Inibidores da betalactamase (não tem efeito antibiótico)
PENICILINAS
Histórico:
1928: descobertas por Alexander Fleming
1938: Ernst B. Chain e Howard W. Florey isolaram a penicilina o que possibilitou a produção comercial
1940: foi utilizada, na Inglaterra, no primeiro paciente humano. E nos meados de 1940 passou a ser disponível para
uso clínico
1959: Batchlor – foi isolado o ácido 6-aminopenicilânico – penicilinas semissintéticas – produção de novos
antibióticos à partir do anel básico
PENICILINAS NATURAIS
1. PENICILINA G ou BENZILPENICILINA G
Farmacologia:
Diminui a absorção com a alimentação
Ligação a proteína em 60%
19% é metabolizada no fígado
15 a 30% é excretada na urina (ajustar a dose para paciente com insuficiência renal)
Meia vida renal normal: 0,7
Atinge concentração terapêutica: músculos, pulmões, rins, fígado, gânglios, amigdalas, pele, baço, parede intestinal,
líquido sinovial, pleural, pericárdico, secreção brônquica, sêmen e bile;
Concentração intracelular é menor que a extracelular
• Bactérias que são fagocitadas e irão para dentro da célula, a penicilina não consegue atuar bem, por isso
tem que associar um ATB que entra dentro da célula (ex.: rifampicina - no tratamento da tuberculose; alta
concentração intracelular)
Uso exclusivo parenteral IM e IV, absorção oral de 15 a 30%
Cristalina = IV
Benzatina e Procaína = IM
Distribuição: são bem distribuídas para a maioria dos tecidos, incluindo pulmão, fígado, rim, músculos e placenta.
Os níveis nos ossos são variáveis. Nos abcessos e nos líquidos do ouvido médio, pleural, peritoneal e sinovial são
suficientes para inibir as bactérias mais suscetíveis. No olho, cérebro, líquido cefalorraquidiano ou próstata é
insuficiente na ausência de inflamação.
Uso clínico
Considerada droga de 1a escolha:
Infecções por Streptococcus pyogenes
Infecções por Streptococcus pneumoniae
o A resistência vem aumentando tem que fazer MIC (concentração inibitória mínima)
Infecções por Streptococcus agalactiae
Streptococcus bovis
Streptococcus do grupo varidans
Staphylococcus aureus não produtor de penicilinase
Neisseria meningitides resistência é rara
Neisseria gonorrhoeae resistência de até 20%
Treponema pallidum – sífilis
Leptospira sp – Leptospirose é uma espiroqueta igual o treponema
Corynebacterium dihtheriae – Difteria
Clostridium perfringes – Fasciite necrotizante anaeróbio
OBS: Penicilinas naturais = drogas de primeira escolha nas amigdalites, infecção de pele e partes moles, sífilis,
leptospirose, difteria, fasciite necrotizante
O principal é para sífilis
OBS: Penicilina benzatina não serve para tratar furúnculo: furúnculo é estafilococos, e estafilococos é resistente a
penicilina
Formulações disponíveis:
Penicilina cristalina (só EV): 1.000.000 UI e 5.000.000 UI (potássio)
Penicilina benzatina (só IM): 1.200.000 UI e 600.000 UI
o É distribuída em até 28 dias
o 0,02 mcg/ml durante 10 dias;
o 0,003 mcg/ml por 3 semanas só infecções muito leve para essa concentração
Penicilina procaína (só IM): 400.000 UI
o 1 a 2 mcg/ml 12 a 24 horas
OBS: Grande limitante no uso da penicilina G (cristalina) natural é o tamanho da dose que deve-se fazer de 6/6h ou
de 4/4h IV, por isso muitas vezes, é fazer ceftriaxona do que penicilina (por mais que seja mais correto utilizar a
penicilina)
OBS: a benzatina e a procaína são utilizadas para aumentar o tempo de ação da benzilpenicilina só que reduz a
dose
2. PENICILINA V ou FENOXIMETILPENICILINA
Uso oral (sal de sódio ou potássio)
Absorção (60%) pelo duodeno, sofre interferência da alimentação (deve-se tomar com o estômago vazio, pois sofre
interferência da alimentação)
Ligação proteica: 80%
Efeitos adversos:
Intolerância gástrica
Dor abdominal, náuseas, vômitos e diarreia
Disponível em solução e comprimidos de 500mg
Infecções leves pelos mesmos agentes (devido pouca absorção)
Oposto disso: quinolonas (de outra classe) são orais mas possuem 100% de absorção.
IZOXAZOILPENICILINAS
Drogas anti-estafilocócica (95% dos estafilococos são produtoras de
penicilinase)
Resistentes a ação da penicilinase
1. METICILINA
Introduzidas a partir de 1959;
Penicilina resistente a ação da betalactamase do Staphylococcus aureus;
Não é disponível no Brasil.
2. OXACILINA (1961)
Estáveis em meio ácido baixa biodisponibilidade com uso oral
Uso IV
Ativa contra cocos e bacilos Gram positivos aeróbios e anaeróbios
Não atua sobre Enterococos e é pouca ativa contra cocos gram negativos (Neisseria sp.)
Enterococo = penicilina ou ampicilina
Disponível em sal sódico
OBS: estafilococos usa só a oxacilina e para estreptococo usa se for sensível para oxacilina
Farmacologia
Meia-vida: 30 a 40 minutos
Seguro na gestação
Ligação proteica: 90 a 94%
Concentração biliar: 25%
Atinge índice terapêutico no liquor em doses elevadas
Eliminada por secreção tubular renal e pela bile
Não necessita de ajuste na insuficiência renal
É intravenoso (diluir em SF 0,9%)
Resistência a oxacilina
• A base da resistência do estafilococo à meticilina e oxacilina é a produção de um PBP 2a (PLP), o que faz
com que a bactéria tenha baixa afinidade pelo antimicrobiano; essa resistência mediada por PBP 2a confere
resistência a todos os betalactâmicos
• Mediada por um cromossomo: Gen MEC
• Confere resistência a todos os betalactâmicos, exceto a ceftarolina (cefalosporina de 5a geração)
OBS: qualquer estafilococos pode ter resistência, mas não tem a mesma previsibilidade de comportamento igual o S.
aureus
OBS: o tratamento empírico é quando mais de 90% das cepas são sensíveis para aquele ATB
Recomendada
Primeira linha:
S. aureus sensível a meticilina
S. epidermidis
S. lugdunensis
Outros SCN (Staphylococcus coagulase negativo)
Indicação clínica
Infecções estafilocócicas graves (uma vez que é uma medicação disponível somente por via EV) necessário
internação (12g/dia, dividida em 4 doses pode gerar hipertensão ao paciente)
Impetigo bolhoso
Celulite
Síndrome da pele escaldada
Broncopneumonias
Meningites
Sepse
Artrite séptica
Endocardite
Efeitos adversos
Reações de hipersensibilidade: exantema e anafilaxia (raro)
Hepatite colestática: doses maiores que 12g/dia
Neutropenia (raro)
Eosinofilia (22%)
Cefaleia (raro)
Confusão mental (raro)
AMINOPENICILINAS
A atividade antibacteriana de todos aminopenicilinas são semelhantes;
Aminopenicilina = penicilina para bacterias Gram positivas, porem elas tem açao contra bacilos Gram negativos.
1. AMPICILINA
Absorção oral de 50% - absorção por via oral de maneira irregular, sofre interferência da alimentação
Única opção de usar ampicilina VO em vez de amoxicilina é para tratar enterococo dose grande
Liquor 13 a 14% - atinge níveis terapêuticos quando as meninges estão inflamadas
Ligação a proteína: 18 a 22%
Meia vida de 1,2h – dose ingerida em 6/6h
Penetração biliar (100 a 3000%)
Eliminação: urinaria (secreção tubular) e biliar
Possui via endovenosa
Primeira linha:
E. faecalis (S) (CGP)
Sstreptococcus sp
Neisseria meningitides
Listeria monocytogenes – bacilo gram positivo causador de meningite em RN e idosos
Pasteurela multocida (mordida de animal, pele e partes moles)
Peptostreptococcos
Borrelia burgdoferi (doença de Lyme)
Actinomyces sp (infecção do sistema nervoso)
Efeitos adversos:
Hipersensibilidade (diarreia)
Hematológico: agranulocitose, anemia, anemia hemolítica, eosinofilia, leucopenia, purpura trombocitopênica
Hepática: aumento de AST, ALT, hepatite colestática
Renal: nefrite intersticial
2. AMOXICILINA (1970)
É melhor absorvida quando administrada por via oral, em comparação com a ampicilina, e por esta razão, é a
preferida para a maioria das indicações – uso oral;
Níveis sanguíneos máximos são de 2 a 2,5 vezes os obtidos com uma dose similar da ampicilina.
OBS: ampicilina é usada quando precisar ser endovenosa, pois só tem amoxacilina pura oral
Farmacocinética:
Absorção: oral - rápida e quase completa, alimentos não interfere (vantagem em relação à ampicilina);
Comprimidos de liberação prolongada (amoxicilina BD: dose 12/12h): taxa de absorção é mais lenta em comparação
com formulações de liberação imediata;
Distribuição: amplamente na maioria dos fluidos corporais e ossos; penetração pobre em células, olhos e meninges
normais;
Altas concentrações: fluidos pleurais, pulmões, fluido peritoneal e urinárias, também no líquido sinovial, fígado,
próstata, músculo e vesícula biliar; penetra efusões de orelha média, secreções dos seios maxilares, amígdalas,
escarro e secreções brônquicas por isso é primeira escolha para bronquite, sinusite...
Usos clínicos:
Sinusite;
Traqueobronquite;
Otite média;
Bronquite;
Pneumonia: dose de 200 a 500mg VO de 8/8 ou 775mg até ou 12/12h
Efeitos adversos:
Hipersensibilidade
Hematológico
Hepática: aumento de AST, ALT, hepatite colestática
Renal: Cristalúria
UREIDOPENICILINAS
1. PIPERACILINA (1976)
Penicilina de amplo espectro, normalmente utilizada em associação com o inibidor de betalactamase ( tazobactam)
não existe piperacilina sem o tazobactam
Ativa contra bacilos gram negativos e Pseudomonas aeruginosas;
Além de ser ativa para estafilococos (oxacilina), estreptococos e enterococos (ampicilina)
A adição do tazobactam protege a piperacilina da degradação pelas betalactamases do MSSA, H. influenzae, M.
catarrhalis e B. fragilis.
Quando o paciente chega na emergência com um quadro grave de sepse, usa-se a piperacilina pois ela trata os
gram negativos, aeróbicos, enterococo e os gram positivos (mas não uso ela pensando em tratar só gram positivo)
Farmacocinética:
Atinge altas concentrações: bile (eliminação parcial)
Eliminação: secreção tubular e filtração glomerular
Ligação proteica: PIP 16% TAZ 48%
Meia-vida: 1,0
Penetração biliar: > 100 (devido à alta concentração biliar é muito usada em casos de infecção intra-abdominal)
Primeira escolha:
B. fragilis
Citrobacter freundii
Citrobacter koseri
Efeitos adversos = Poucos
Leucopenia
Trombocitopenia
Reação de hipersensibilidade
Lúpus induzido por drogas
Principais efeitos colaterais: diarreia (amplo espectro, mata em massa as bactérias, principalmente as
intestinais – desequilíbrio de microbiota)
CEFALOSPORINAS
Cefalosporinas foram descobertas em 1945
Estão entre os antibióticos mais prescritos
São antibióticos de amplo espectro, mas com o tempo foram perdendo ação com os gram negativos
Todas cefalosporinas são de amplo espectro (cobrem tanto Gram-positivo como negativo) e não possuem
ação para anaeróbico
Todo ATB de amplo espectro é um forte indutor de resistência um problema, pois pode desenvolver
resistência
São bem tolerados e fáceis de administrar
Não tem toxicidade importante sobre nenhum sistema.
Tem alguns efeitos adversos importantes, mas não gera insuficiência hepática nem renal.
ESTRUTURA
Possui o anel 7-aminocefalosporâmico, mudando o radical, muda o tipo de antibiótico
CLASSIFICAÇÃO
5ª geraçã o é
predominante
para gram
negativo.
Observações da aula:
O Staphylococcus é sensível a cefalosporina de 1ª e 5ª geração e intermediário entre a 2ª e a 3ª.
Tem algumas Escherichia sensível a de 1ª geração, só que a que tem mais ação contra Gram-negativas é a de 4ª
geração.
São usadas no tratamento das gestantes quando são os agentes são sensíveis.
1ª geração:
Cefalexina – uso oral
Cefazolina e Cefatotina – IV
2ª geração: Cefoxitina – ótima principalmente para infecções intra-abdominais, pois tem ação contra Gram-negativos
e anaeróbios (único que tem ação contra anaeróbico). Porém induz resistência aos carbapenêmicos, por isso não é
usado de forma rotineira na prática médica e é reservado para profilaxia cirúrgica (não dá tempo de induzir
resistência) e nas infecções por micobactérias atípicas.
3ª geração:
Ceftriaxona: é o ATB mais prescrito nos hospitais
Cefotaxima: é igual à ceftriaxona, mas é menos usada por conta da posologia (ceftriaxona – 12/12h;
Cefotaxima: 8/8h) e também por conta de ter menos merchandising.
o É usado em RN, enquanto a ceftriaxona é usada em toda população
Ceftazidima: durante muito tempo foi a principal opção para Pseudomonas
4ª geração:
Cefepime: único representante (tem a mesma potência da primeira geração para os Gram-positivos; e ela é
muito mais potente do que a cefalosporina de 3ª contra ação de Pseudomonas. Junta a ação da 1ª com a da
3ª mais a potência contra Gram-negativos
Ceftarolina: ganha potência para Gram-positiva, mas perde para gram-negativa. Pode ser usada no lugar de
um ATB de 3ª geração com resistência; mas não pode substituir um de 4ª geração. Tem para os Gram-
negativo a mesma potência para os de 3ª geração, então equivale ao Ceftriaxona. Para os Gram-positivas
tem ação contra os que tem resistência a oxacilina.
OBS: Todas as cefalosporinas são excretadas por via urinária. A maioria distribui para todos os órgãos, exceto liquor.
Atuam sobre:
Staphylococcus aureus que são sensíveis a penicilina e oxacilina – estáveis a penicilinase (a penicilina é
indiferente para cefalosporina não tem ação da penicilinase)
Streptococcus que são sensíveis a penicilina
Escherichia coli, Klebsiella pneumoniae, Proteus mirabilis sensíveis em antibiograma (CULTURA
OBRIGATÓRIA) não pode tratar empiricamente, pois a resistência já é alta
o Para as Gram-negativas eu tenho que ter obrigatoriamente cultura mostrando sensibilidade para eu
usar o ATB
Não devem ser utilizadas para tratamento de infecção por Proteus spp, Enterobacter spp, Serratias pp,
Pseudomonas spp e Acinetobacter spp.
Não atuam em infecções por Neisseria sp. (Gonococo e meningococo) a penicilina atua
H. infleunzae também é resistente
OBS: Se a bactéria é resistente a oxacilina, não posso usar as cefalosporinas de 1ª, 2ª, 3ª ou 4ª geração. Se tiver
resistência a penicilina, mas se preservar a sensibilidade a oxacilina, posso usar a de 1ª geração
OBS: Posso usar para infecção de pele e partes e moles – erisipela, furúnculo (mais usadas), infecção de garganta
(não muito)
OBS: Nos pacientes com infecção grave de pele, dar preferência para oxacilina, que é a droga mais potente para
Staphylococcus. Depois que o paciente melhora posso até migrar para uma Cefalosporina de 1 a geração para
completar o tratamento (só depois que o paciente estabilizou).
OBS: Em gestantes sintomáticas precisa esperar o teste para ver se tem sensibilidade
1. CEFALEXINA
Uso oral
Absorção: rápida (90%);
Distribuição: Amplamente na maioria dos tecidos e fluidos corporais, incluindo a vesícula biliar, fígado, rins, ossos,
saliva, bile e líquido pleural e sinovial; penetração no LCR é pobre
Ligação proteica: 6% a 15%
Meia-vida de eliminação: Adultos: 0.5 -1.2 horas; prolongado com insuficiência renal
Tempo até ao pico, soro: aproximadamente 1 hora
Excreção: Urina (80% a 100% como fármaco inalterado) dentro de 8 horas
2. CEFAZOLINA
Uso IV
Distribuição: Amplamente na maioria dos tecidos e fluidos corporais, incluindo a vesícula biliar, fígado, rins, ossos,
saliva, bile, pleural e sinovial; penetração no LCR é pobre
Ligação de proteína: 74% a 86%
Metabolismo: Minimamente hepática
Meia-vida de eliminação: 90-150 minutos; prolongado com insuficiência renal
Excreção: Urina (80% a 100% como fármaco inalterado)
CEFALOSPORINAS DE 2ª GERAÇÃO
CEFACLOR-CEFOXITINA- CEFUROXIMA
São menos ativas contra os cocos gram positivos que a primeira geração mas são mais ativas contra os bacilos
Gram negativos;
Ação contra H. influenzae: Cefaclor, cefuroxima otite e sinusite de repetição que não respondem a outros ATB
Ação contra bacterióides: cefoxitina - ativa contra E. coli, Proteus mirabilis e Klebisiella sp;
Só usa para profilaxia (dose pequena e pouco tempo)
Atua em gram negativo e anaeróbicos
Causam resistência aos carbapnemicos, por isso são pouco usados
1. CEFACLOR
Usos clínicos:
Faringite
Otite média
Bronquite agudas
Pode ser usada na infecção urinária: se cultura mostrando sensibilidade
Farmacocinética:
Absorção: bem absorvido, ácido estável
Distribuição: amplamente em todo o corpo e atinge concentração terapêutica na maioria dos tecidos e fluidos
corporais, incluindo sinoviais, pericárdio, pleural, fluidos peritoneais; tecido ósseo, miocárdio, vesícula biliar, pele e
macio; bílis, expectoração e urina
Ligação às proteínas: 25%
Metabolismo: parcialmente hepático
Meia-vida de eliminação: 0,5-1 hora; prolongado com insuficiência renal
Tempo até ao pico: cápsula: 60 minutos; Suspensão: 45 minutos
Excreção: urina (80% como fármaco inalterado)
Efeitos adversos:
Dermatológicas: erupções cutâneas (eritematosas, maculopapular ou morbiliforme)
Diarreia
Vaginite, candidíase oral
Hematológico: eosinofilia
Hepática: aumento das transaminases
2. CEFUROXIMA
Usos clínicos:
Amigdalite, faringite e bronquite;
Gonorreia não complicada (uretral, endocervical ou retal);
Infecção articular;
Infecção da pele e dos tecidos moles;
Infecção óssea;
Infecção urinária;
Otite média;
Pneumonia;
Profilaxia cirúrgica – grandes cirurgias, pois tem profilaxia maior para Gram-negativos (cirurgia cardíaca,
cirurgia torácica não cardíaca, cirurgia ortopédica)
Farmacocinética:
Absorção: oral (Cefuroxima): aumenta com alimentos
Distribuição: Amplamente de tecidos e fluidos corporais; atravessa a barreira hematoencefálica; concentrações
terapêuticas obtidas no LCR, mesmo quando as meninges não estão inflamadas
Ligação proteica 33% a 50%
Biodisponibilidade Jejum: 37%; pós alimentar: 52%
Meia-vida de eliminação: Crianças de 1-2 horas; Adultos: 1-2 horas; prolongado com insuficiência renal
Hora de pico, soro: IM: ~ de 15-60 minutos; IV: 2-3 minutos; Oral: Crianças: 3-4 h; Adultos: 2-3 h
Excreção: Urina (66% a 100% como fármaco inalterado)
Possui venosa e oral
OBS: A Cefalosporina de 2ª geração é a única das Cefalosporinas que tem penetração liquórica, mas não é
rotineiramente usada em pacientes com infecção do SNC não usa para tratar meningite, usa-se ceftriaxona (3 a
geração)
É reservada, por exemplo, em criança com meningite, que está fazendo tratamento e lá no final já não tem
mais veia para pegar, aí uso essa pois ela tem uso oral – mas só no final do tratamento para completar.
Efeitos adversos:
Cardiovascular: flebites e tromboflebites
Dermatológico: erupção na pele; urticária
Gastrintestinal: diarreia
Hematológico: anemia
Local da injeção: dor; enduração; abscesso; aumento da temperatura; descamação no local da injeção
intramuscular
3. CEFOXITINA (CEFAMICINA)
Usos clínicos:
Profilaxia cirúrgica: cirurgias abdominais (cólon)
Amnionite e endomiometrite
A pneumonia por aspiração, empiema, celulite orbitária, infecção em espaço parafaríngeo, e mordidas
humanas
Infecção intra-abdominal adquirida na comunidade de leve a moderada
Abcesso hepático
Tratamento de infecções por espécies de Mycobacterium não tuberculoses (não MTB ou MAI) associado a
amicacina
Doença inflamatória pélvica, amnionite e endomiometrite
Farmacocinética:
Distribuição: amplamente em tecidos e fluidos corporais, incluindo pleural, líquido sinovial, bile, líquido ascítico;
penetra mal no liquor mesmo com inflamação das meninges;
Ligação às proteínas: 65% para 79%;
Meia-vida de eliminação: 45-60 minutos;
Na insuficiência renal a meia vida prolonga-se;
Hora de pico, soro: IM: 20-30 minutos;
Excreção: urina (85% como fármaco inalterado).
Efeitos adversos:
Reações de hipersensibilidade
Tromboflebite
Hipotensão
Náuseas e vômitos
1. CEFTRIAXONA
Uso clínico:
Mais usado nas infecções graves:
• Rinossinusite bacteriana aguda • Infecções gonocócicas
• Pneumonia adquirida na comunidade grave • Endocardite infecciosa
• Epididimite • Meningite (é o 1o agente empiricamente)
• Epiglotite • Doença de Lyme
• Otite media aguda • Leptospirose
• Febre tifoide • Infecção do trato urinário
OBS: Situação que não sei qual é o diagnóstico, mas é uma infecção grave, uso a Ceftriaxona como empírico, e
depois troco para um ATB específico quando descobrir o agente causador.
Farmacocinética:
Absorção: IM: Bem absorvida;
Distribuição: Amplamente em todo o corpo, incluindo a vesícula biliar, pulmões, ossos, bile, líquor (maiores
concentrações obtidas quando as meninges estão inflamadas);
Ligação da proteína: 85% a 95% ele mesmo com uma ligação 90%, possui uma ação muito potente
Meia-vida de eliminação: função renal e hepática normal: 5-9 horas; Insuficiência renal (leve a grave): 12-16 horas
não precisa de ajuste na insuficiência renal, apesar de ter excreção urinária
Excreção: urina (33% a 67% como fármaco inalterado); fezes (como droga inativa)
É endovenoso
OBS: é bom para todas as gram negativas, exceto para pseudômona (é utilizada para ceftazidima)
Efeitos adversos:
• Local: enduração
• Dermatológicas: erupções cutâneas
• Gastrointestinal: diarreia
• Hematológica: eosinofilia, trombocitose, leucopenia
• Hepática: Aumento das transaminases (principalmente no RN)
• Renal: aumento da ureia
2. CEFOTAXIMA
Usos clínicos: iguais ao da Ceftriaxona.
Ele tem que ser usado em 8/8h, por isso não é tão usados posologia muito difícil
Farmacocinética:
Distribuição: Amplamente de tecidos e fluidos corporais, incluindo humor aquoso, líquido ascítico e da próstata, osso;
penetra CSF melhor quando as meninges estão inflamadas
Metabolismo: Parcialmente hepática para metabólito ativo - desacetylcefotaxime
Meia-vida de eliminação:
• Crianças ≤ 1500 g: 4,6 horas;
• Crianças > 1500 g: 3,4 horas;
• Adultos: 1-1,5 horas; prolongado com insuficiência renal e / ou hepática
Excreção: urina (60% como droga inalterada e metabólitos)
Efeitos adversos:
• Dermatológica: Prurido, erupção cutânea
• Gastrointestinais: colite, diarreia, náuseas, vômitos
• Dor no local da injeção
3. CEFTAZIDIMA
Atividade antimicrobiana:
• Boa atividade contra gram-negativos (E. coli, Klebsiella sp., H. influenzae, Neisseria sp., Shigella sp.,
Moraxella sp.)
• Citrobacter sp., Enterobacter sp., Serratia sp., Proteus sp. e Providencia sp. podem desenvolver resistência
durante o tratamento CESP
• A maioria das cepas de Acinetobacter sp. é resistente
• Boa atividade contra Pseudomonas aeruginosa, sendo considerada a cefalosporina de eleição no
tratamento de infecções por esse germe.
Menos potente contra o Ceftriaxona, mas tem ação contra Pseudomonas.
Uso clínico:
Infecções que podem ter como agente infeccioso Pseudomonas aeruginosas sensível a este agente
OBS: como são pouco usados, eles possuem uma sensibilidade maior para as bactérias
Farmacocinética:
Distribuição: amplamente de tecidos e fluidos corporais, incluindo humor aquoso, líquido ascético, endométrio,
coração, pleura, tecidos linfáticos osso; penetra CSF
Ligação as proteínas < 10%
Meia vida de eliminação de 1 a 2 horas
Excreção urinária
Efeitos adversos:
• Flebite
• Aumento do DHL e GGT
• Diarreia
• Eosinofilia, teste de Coombs positivo e trombocitopenia
• Aumento de AST, ALT e Fosfatase alcalina
• Reações de hipersensibilidade
OBS: Cefepime também tem ação contra S. aureus assim como a Ceftriaxona.
OBS: Ceftriaxona é usado para infecções graves quando NÃO há possibilidade de ser pelo grupo CESP ou
Pseudomonas se desconfiar de CESP ou Pseudomonas, deve-se usar Cefepime.
OBS: ESBL = beta lactamase de espectro estendido
• Quando a bactéria é produtora de ESBL ela é resistente a todas a cefalosporinas (até a 5ª geração) não
usa cefalosporina (antes usava o cefepime) só usará se o agente for sensível
• Muito presente nos hospitais
• Todas os gram-negativos são produtores de ESBL
• Só não use Cefepime se for produtora de beta-lactamase de espectro estendido.
Farmacocinética:
Absorção: IM: rápida e completa (dose ruim, pois é de 8/8 horas)
Distribuição: penetra fluido inflamatório em concentrações 80% dos níveis séricos e na mucosa brônquica em níveis
60% dos alcançados no plasma; atravessa a barreira hematoencefálica
A ligação às proteínas do plasma: 20%
Metabolismo: minimamente hepática
Meia-vida de eliminação: 2 horas
Hora de pico: IM: 1-2 horas; IV: 0,5 horas
Excreção: urina (85% como fármaco inalterado) – grupo CESP
Efeitos adversos:
• Hematológicos: teste de Coombs positivo sem hemólise
• SNC: febre, cefaleia, encefalopatia (IMPORTANTE) – gera encefalopatia em pacientes com insuficiência
renal crônica e idosos – paciente começa a ficar sonolento, confuso e pode até ter convulsão. Na IR não
deve usar, no idoso pode usar mas tem que observar bem se puder evitar, é melhor
o É para não usar em paciente com insuficiência renal crônica, não precisa nem fazer ajuste de dose
• Dermatológica: exantema, prurido
• Endócrino e metabólica: Hipofosfatemia
• Gastrintestinais: diarreia, náusea, vômitos
• Hematológicas: eosinófilos
• Hepática: Aumento da ALT, AST aumentada, PTT anormal, PT anormal
• Inflamação, flebite e dor
Indicação:
• Infecção de pele e partes moles complicada
• Pneumonia adquirida na comunidade
OBS: Cefalosporinas de 5ª geração tem menor ação contra Gram-negativo pois se iguala as Cefalosporinas de 3ª
geração.