2 - Cablagens
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2 - Cablagens
ELETRICIDADE AUTOMÓVEL
2 – CABLAGENS ELETRICAS
Miguel Custódio
2020
Índice
0 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 3
1 CABLAGENS ELÉCTRICAS ................................................................................................................... 1
1.1 CONSTITUIÇÃO DA INSTALAÇÃO ELÉCTRICA............................................................................. 1
1.2 CENTRAL DE LIGAÇÕES E CAIXA DE FUSÍVEIS............................................................................ 4
1.3 ESQUEMAS ELÉCTRICOS............................................................................................................ 6
2 CONDUTORES ELÉCTRICOS ............................................................................................................... 9
2.1 INSTALAÇÃO ELÉCTRICA DO AUTOMÓVEL ................................................................................ 9
2.2 CABOS COAXIAIS ....................................................................................................................... 5
3 FUSÍVEIS ............................................................................................................................................ 7
3.1 FUNÇÃO DO FUSÍVEL NA INSTALAÇÃO AUTOMÓVEL ................................................................ 7
3.2 SUBSTITUIÇÃO DE FUSÍVEIS ...................................................................................................... 6
3.3 CAIXAS DE FUSÍVEIS .................................................................................................................. 9
4 TERMINAIS PARA CONDUTORES...................................................................................................... 12
4.1 FUNÇÃO DOS TERMINAIS........................................................................................................ 12
4.2 TIPOS DE TERMINAIS............................................................................................................... 13
4.3 PROCEDIMENTO DE MONTAGEM DE TERMINAIS ..................................................................... 6
4.4 FICHAS DE CONTACTO OU ACOPLAMENTO............................................................................... 8
5 RELÉS PARA AUTOMÓVEIS............................................................................................................... 10
5.1 TIPOS DE RELÉS ....................................................................................................................... 10
5.2 NOMENCLATURA – LIGAÇÃO DE RELÉS .................................................................................... 4
5.3 APLICAÇÃO AOS AUTOMÓVEIS ................................................................................................. 5
6 REPARAÇÃO DE CABLAGENS ............................................................................................................. 7
6.1 UNIÃO POR ENROLAMENTO DE FIOS ...................................................................................... 8
6.2 UNIÃO POR TERMINAIS OU FICHAS ....................................................................................... 10
6.3 UNIÃO POR SOLDADURA ....................................................................................................... 12
0 INTRODUÇÃO
Os cabos condutores estão reunidos entre si protegidos por uma fita plástica,
formando conjuntos de cabos que tomam o nome de cablagens.
Cada um dos condutores distingue-se pela cor o que permite identificá-los na entrada
e saída da cablagem correspondente.
A figura 1.2 demonstra o caminho percorrido por uma cablagem ao longo de uma
carroçaria.
Fig. 1.2 - Cablagem que percorre uma carroçaria
A cablagem deve passar sempre em locais mais próximos possíveis dos componentes elétricos
que necessitam de ser ligados.
Deve-se tomar em conta o facto da cablagem passar em locais o mais afastados possíveis de
peças quentes ou que tendem a aquecer como por exemplo o tubo de escape, pois o
aquecimento do escape poderá aquecer a cablagem, provocando o envelhecimento precoce do
isolamento dos condutores elétricos que dela fazem parte.
Grande parte dos automóveis modernos dispõem de uma caixa denominada Central de
ligações donde divergem as cablagens que compõem os diversos circuitos elétricos do
automóvel.
Na figura 1.5, pode ver-se uma caixa de fusíveis e relé de piscas, situada no habitáculo
do veículo, na parte inferior do painel de instrumentos.
Fig. 1.5 - Central de ligações e porta-fusíveis
Fig. 1.7
Fig. 1.8
Fig. 1.9
2 CONDUTORES ELÉCTRICOS
A resistência elétrica dos condutores elétricos deve ser o mais baixo possível, a fim de
evitar as quedas de tensão, garantindo que a corrente que chega aos vários recetores
é semelhante à corrente gerada à partida.
Geralmente a queda de tensão provocada pelo fio condutor é ditada pelo fabricante do fio ou
cabo condutor, através de um valor percentual, que se denomina de tolerância.
A tolerância de um fio condutor vulgar, não deve ser superior a 3%,embora para o caso do
cabo de ligação do motor de arranque seja, excecionalmente de 4%.
Existem no mercado cabos elétricos com tolerâncias inferiores a 3%, sendo o seu custo
bastante superior.
Este tipo de fios condutores não usa o cobre como condutor, mas sim o ouro ou a prata.
Condutores concebidos em ouro ou prata, tem uma aplicação no automóvel restrita aos
sistemas de áudio ou outros sistemas de comunicação.
Por este motivo os fios condutores são compostos por múltiplos finos fios de cobre, daí a
denominação de fios condutores multifilares.
O isolamento do fio condutor deve ser o mais perfeito possível, devendo para tal, resistir ao
calor, gasolina, óleo do motor, etc.
Para tal o isolamento é feito com substâncias plásticas ou derivadas com suficiente
resistência à corrosão.
Os cabos que ligam a sonda lambda à unidade de controlo eletrónico, bem como o cabo que
liga a antena exterior ao auto rádio são cabos coaxiais.
Em casos especiais, os cabos que ligam as colunas ao auto rádio ou o amplificador às colunas
e ao auto rádio, são todos cabos coaxiais de maneira que o som reproduzido seja o mais
“puro” possível.
Estes cabos possuem um fio condutor central revestido de uma substância plástica isolante.
Em cima deste isolamento existe uma película em alumínio acompanhada de uma malha em
cobre. Posterior a esta malha em cobre existe o isolamento final do cabo em PVC.
O fio central liga ao terminal de sinal e a malha de cobre mais a pelicula são sempre ligadas
à massa criando o isolamento elétrico do cabo.
Ondas de rádio ou outras interferências geradas por exemplo pelo sistema de ignição ao
encontrarem o cabo de antena do auto rádio são captadas pela malha de cobre envolvente.
Desta maneira o sinal de rádio que chega ao auto rádio é somente o sinal da estação de
rádio que se pretende ouvir, isenta de quaisquer interferências.
Os fusíveis são constituídos por uma lamina ou fio condutor devidamente calibrado, por forma
a suportar apenas um valor limite de corrente elétrica que define o seu calibre. Este fio não pode
transportar mais corrente do que o valor do seu calibre.
Se uma corrente que percorre o circuito atingir um valor superior ao suportado pelo fio do fusível,
o mesmo queimar-se-á e dar-se-á uma interrupção da corrente elétrica.
Os fusíveis são calibrados segundo o consumo de corrente de um circuito e do comprimento
dos cabos.
As principais funções de um fusível são:
- Proteção de circuitos.
- Ligação entre circuitos.
Proteção de circuitos: a intensidade de corrente elétrica que circula num cabo depende do
componente que este vai alimentar (lâmpada, motor, etc.). Se essa intensidade de corrente
aumentar para valores fora do normal, torna-se perigoso para toda a instalação.
O aumento da intensidade de corrente pode ter origem num motor em curto-circuito, que
absorve uma elevada intensidade de corrente, uma vez que a sua resistência interna diminuiu.
Um cabo elétrico descarnado (Fig. 3.2), que provoca um curto-circuito na bateria, etc..
Fig. 3.2 Curto-circuito provocado por um cabo elétrico descarnado.
Ligação entre circuitos: no interior da caixa de fusíveis, onde estes são encaixados sobre
placas, existem uma série de conexões elétricas que permitem as ligações entre fusíveis, por
vezes a origem das avarias situam-se precisamente nestas ligações.
que se ocorrer um curto-circuito no circuito protegido por esse fusível, o fusível não atue
podendo provocar um incêndio no veículo. Se por outro lado, for colocado um fusível de calibre
inferior ao estipulado, este não irá aguentar situações de intensidade de corrente máxima e
fundir-se-á.
Igualmente se um fusível queimado for reparado com um bocado de fio qualquer ou com um
bocado de papel de prata (de maços de cigarros) corre-se o risco de incendiar a viatura.
Importa também referir, que, não se deve considerar reparada uma avaria elétrica, apenas
trocando o fusível, é sempre necessário determinar a causa que provocou a fusão do mesmo.
A figura 3.4 mostra, os tipos de fusíveis mais comuns usados nos automóveis, na figura 3.5
podemos observar, num desses fusíveis, a marcação do calibre do fusível (amperagem) no topo
do mesmo.
Os fusíveis auto estão codificados com cores para uma mais fácil identificação, a tabela seguinte
indica-nos a correspondência entre algumas cores e as respetivas amperagens:
AMPERES COR AMPERES COR
5A Castanho claro 30 A Verde
10 A Vermelho 40 A Laranja
15 A Azul 60 A Preto
Compreendemos agora porque é que os fusíveis são usados no sistema elétrico de todos
os veículo.
Normalmente, os fusíveis estão situados numa caixa colocada no compartimento do
motor, por trás do painel de instrumentos (Fig. 3.6) ou na cabina por baixo do painel de
instrumentos (Fig. 3.7).
Antes de conduzir um veículo desconhecido para si, procure sempre a caixa de fusíveis
e veja se existem fusíveis sobresselentes.
Esta deverá ser uma operação tão usual como verificar os níveis de óleo do motor, água
do radiador, óleo de travões, pneu sobresselente, ferramentas, etc..
Seguidamente vamos analisar com maior pormenor alguns tipos de fusíveis, que mais
frequentemente são usados nos veículos atuais.
Fusível ATO
Este fusível (Fig. 3.8) concebido especialmente para a industria automóvel, tornou-se no
fusível padrão, mais comunmente usado na protecção de circuitos de veículos
automóveis. Facilmente identificável e de fácil substituição, encontra-se disponível para
uma grande variedade de aplicações de baixa voltagem (de 1 a 40 Amperes).
Fusível MINI
Este fusível (Fig. 3.9) não é mais do que uma miniatura do fusível ATO, especialmente
concebido para diminuir o espaço ocupado pelos fusíveis e consequentemente pelas
caixas de fusíveis, permitindo mais fusíveis no mesmo espaço. Desta forma podemos
aumentar o número de circuitos eléctricos protegidos por um fusível.
Fusível MAXI
Este fusível (Fig. 3.10) está disponível em gamas de amperagem superiores aos fusíveis
descritos anteriormente (20 a 80 amperes), destina-se a aplicações como proteção da
cablagem, substituindo uma secção da cablagem que tinha funções de fio fusível.
Fig. 3.10 Fusível MAXI
Fusível MEGA
Este fusível (Fig. 3.11) existe para a proteção de circuitos com intensidades de corrente
elevadas (até 250 amperes), é ideal para a proteção da bateria ou do alternador.
Como se vê na figura 3.13, a tampa pode ser retirada com uma chave de fendas, dando ¼ de
volta a um pequeno parafuso, situado na parte inferior da tampa.
Como se mostra na figura 3.14, pode-se ainda retirar a tampa , fazendo-se uma pequena
pressão com os dedos e ao mesmo tempo, puxando com cuidado. Nestes casos, não se deve
usar chave de fendas, faca ou outro tipo de ferramenta.
Depois de retirada a tampa, encontrará dentro da caixa, um esquema que lhe dará indicação
da correspondência entre os fusíveis e os circuitos. Também lhe dará indicação do valor do
fusível.
Quando obtiver toda a informação que necessita, deve proceder à substituição do fusível
queimado por um outro do mesmo calibre.
No caso de não haver manual de instruções ou esquema do veículo, verifique os fusíveis, um
de cada vez, até encontrar aquele que está queimado (Fig. 3.15).
Antes de fechar a caixa de fusíveis ligue os vários circuitos protegidos pelo fusível que se
havia fundido, para se certificar que estão novamente operacionais.
Um fusível que se funde logo após ter sido substituído, indica que há falha no fio de ligação,
ou mesmo em algum componente elétrico que estiver ligado a esse fusível.
Não deve substituir novamente o fusível, sem fazer uma inspeção prévia aos circuitos e
órgãos protegidos por esse fusível.
Caso se trate de um fio descarnado, deverá isolá-lo convenientemente com fita isoladora, tal
como se apresenta na figura 3.16.
Algumas caixas de fusíveis têm um espaço ocupado com fusíveis sobresselentes. Quando
usar um fusível sobresselente, substitua-o logo que possível por outro do mesmo calibre.
3.3 CAIXAS DE FUSÍVEIS
As caixas de fusíveis (Fig. 3.17) comportam todos os fusíveis e relés dos circuitos elétricos
do automóvel. Normalmente situadas sob o painel de instrumentos ou no compartimento do
motor, estas caixas contém uma placa com um circuito impresso dobrado, identificações na
base dos relés, com contornos coloridos e designação dos relés R1, R2, etc., designações
das pontes B1, B2, etc. e numeração dos fusíveis F1, F2, etc..
1. Caixa de fusíveis para veículos com direção à esquerda. 2. Caixa de fusíveis para veículos com direção à
direita. 3. Base dos relés com os contornos coloridos 4. Relé 5. Ponte 6. Díodo
A corrente é fornecida a esta caixa através de 2 ou 3 linhas (Fig. 3.18) vindas diretamente da
bateria.
Atualmente nas caixas de fusíveis as placas base que se costumam usar são as Powr- Bloks
(Modular Power Distribution System), que se encontram representadas na figura 3.19.
Fig. 3.19 Sistema Power-Bloks
Este sistema permite personalizar as placas base das caixas de fusíveis, podemos completar
instalações já existentes ou acrescentar fusíveis e relés necessários para pôr a funcionar uma
nova função, bem como, é extraordinariamente útil para a reconstrução de instalações
elétricas danificadas.
Fig. 3.23
Tipos de módulos quadrados:
Por fim, na figura 3.24 podemos ver um exemplo de construção de uma placa base,
mediante a união de vários tipos de módulos.
Alguns deles são estanhados, o que serve para protegê-los contra a oxidação , facilitando
assim a soldagem.
O olhal pode ser fechado ou aberto tal como se apresenta na figura 4.2.
Os terminais podem ser classificados pela forma em que se unem aos extremos dos
condutores.
Assim existem:
Terminais soldados
Terminais à pressão
Os terminais soldados são aqueles que se fixam ao condutor por meio de solda de estanho.
Nas instalações de automóveis existe grande variedade de terminais soldados que variam
em sua forma de acordo com o elemento a conectar.
Na figura 4.2 mostram-se diferentes tipos de terminais que se fixam aos aparelhos por meio
de parafusos ou por encaixe.
Dentro dos sistemas por encaixe, existem terminais macho e fêmea que servem para unir
condutores, tal como se apresenta na figura 4.3. Existem também terminais do tipo
bandeira, igualmente representados na figura 4.3.
Fig. 4.3 - Terminais de encaixe macho, fêmea e de bandeira
Terminais para baterias são terminais Fig. 4.5 - Alicate para compressão de
especiais para conexão permanente da bateria terminais
à instalação do automóvel.
São geralmente fabricados em chumbo ou bronze. Os cabos podem ser fixados aos
terminais por meio de solda ou por aperto como se apresenta nas figuras 4.6 e 4.7.
Fig. 4.6 - Terminais para baterias não isolados
São soldadas ou fixas à pressão no extremo do condutor elétrico, permitindo ligar e desligar
rapidamente para romper o contacto.
Na tabela seguinte podemos ver vários tipos de terminais usados nos automóveis e os respetivos
nomes:
Tipo AMP, macho, para fios 0,5 a 1,5 mm com dente de blocagem
Estas fichas agrupam um número limite de terminais sendo mais prático o acoplamento entre
cabos.
As fichas de acoplamento mostram-se mais seguras pois possuem um trinco que as permite
permanecerem sempre ligadas, não havendo portanto, o risco de corte de um determinado circuito
com a vibração do próprio veículo.
Os auto rádios mais vulgares usam fichas “ISO”, tal como se apresenta na figura 4.15, de modo a
facilitar o eletricista na montagem do aparelho.
Uma vez que estas fichas possuem uma determinada codificação, elas só poderão ser ligadas de
uma única maneira, o que reduz significativamente o erro do eletricista colocar tensão numa das
saídas do amplificador do auto rádio como exemplo.
5 RELÉS PARA AUTOMÓVEIS
Relés são dispositivos que, ao serem excitados por uma corrente de baixa intensidade,
permitem comandar circuitos ou mecanismos de corrente mais elevada ou realizar funções
específicas, como por exemplo a intermitência de luzes.
Magnéticos
Térmicos
Os relés magnéticos são constituídos por uma caixa que pode ser de plástico ou chapa
estampada, formada por uma base e uma tampa protetora que cobre e protege os
componentes do relé.
Um eletroíman composto por um núcleo de ferro que dependendo do modelo do relé, poderá
ser fixo ou móvel e de uma bobina de um ou mais enrolamentos de fio esmaltado.
Um conjunto de contactos formado pelos contactos fixos e móveis montados sobre uma
chapa de ferro, que recebe o nome de armadura.
Os contactos podem ser de platina, tungsténio, ou discos de cobre prateado e quando o relé
não está excitado, permanecem separados pela ação de uma mola.
FUNCIONAMENTO
Ao ligar o interruptor, a corrente elétrica circula pela bobina, gerando um campo magnético no
núcleo, que atraí a armadura com o contacto móvel, e a liga o circuito principal.
Quando se interrompe a corrente na bobina, a armadura fica livre, e a mola abre os contactos,
interrompendo a passagem da corrente no circuito principal.
De acordo com a função que desempenham nos circuitos elétricos do veículo, os relés
distinguem-se como de buzina, de luzes e de arranque.
Os relés de buzina podem ser de três tipos ou quatro bornes, segundo a conexão da bobina.
Relés de luzes são instalados no circuito de faróis (de máximos ou auxiliares) e tem a finalidade
de evitar as quedas de tensão que se produzem nos contactos do interruptor e no troca - luz,
ligando os faróis diretamente à bateria do veículo com se apresenta na figura 5.3.
Fig. 5.3 - Relé de faróis e respetiva simbologia
Os relés que possuem tampas desmontáveis permitem a limpeza dos contactos fixos
e móveis.
Estes contactos devem ser revistos periodicamente em especial quando por eles
circula uma corrente bastante elevada como é o caso do relé de comando do motor de
arranque.
Os relés térmicos são constituídos por uma caixa, em cujo interior se encontra o
conjunto de contactos, a lâmina bimetálica e a resistência.
FUNCIONAMENTO
Quando a corrente circula pela resistência circula pela produz um aumento de temperatura
que faz curvar a lâmina bimetálica, fechando os contactos, com isto é ligado o circuito
principal.
Estes relés, combinados com um sistema magnético, são usados nos circuitos de indicação
de mudanças de direção. É o elemento pisca-pisca.
Geralmente, os relés térmicos não admitem reparações, o que obriga à sua substituição cada
vez que apresentam defeitos.
Possuem quatro bornes de contacto, dois para o circuito de comando e os outros dois
para o circuito de potência.
Na caixa dos relés podem-se encontrar, com as respetivas entradas do circuito de potência
protegidas por fusíveis, os relés do circuito principal (que por exemplo alimenta a unidade
eletrónica de comando quando esta não tem alimentação permanente e outros atuadores e
sensores do sistema de injeção eletrónica), da bomba de gasolina, do motor de arranque e
de aquecimento do coletor de admissão.
Existem relés temporizados que têm por missão prolongar o tempo de fecho do circuito de
potência para além do momento em que cessa a excitação da bobina do relé.
É o que se passa no comando dos limpa para-brisas em que o seu movimento, depois do
condutor acionar o comando para que parem, cessem o movimento numa posição tal que
não impeça a visibilidade do condutor.
Está provado que a maior parte das avarias produzidas nos circuitos elétricos e electro-
nicos do automóvel são devidas a deficientes contactos nas fichas de ligação e à
interrupção de cablagens. Deste modo, uma ligação entre dois fios deve satisfazer os
seguintes requisitos:
1. Conseguir uma verdadeira e segura união dos fios para que a corrente passe
sem dificuldades. Quando uma ligação não estabelece um bom contacto
elétrico podem ocorrer dois fenómenos. Por um lado, produz-se uma queda de
tensão nesse ponto motivada pela resistência de contacto existente, por outro,
produz-se um aquecimento por efeito de Joule que faz aumentar a temperatura
dos fios. A figura 6.10 ilustra o efeito produzido por uma ligação deficiente num
interruptor.
- Por soldadura
6.1 UNIÃO POR ENROLAMENTO DE FIOS
Num circuito elétrico deve, tanto quanto possível, evitar-se efetuar ligações elétricas
unindo os fios “enrolando-se” as suas pontas. Contudo, se for inevitável deve ser realiza-
do da forma ilustrada na figura seguinte.
F – Colocação de Isolamento
Para não se danificar o fio, este deve ser descarnado com uma ferramenta adequada.
Tab. 6.1 – Diferentes secções de fio, em função da corrente a que pode ser submetido
Se possível deve-se manter o encaminhamento dos fios existentes no carro. Deste modo
ter-se-á a certeza de que os fios ficam afastados de fontes de calor.
Os terminais são peças normalmente metálicas que se colocam nos extremos dos cabos
para facilitar a união entre eles.
Fig. 6.20 – Principais tipos de terminais utilizados em eletricidade e eletrónica automóvel
A montagem dos terminais sobre os cabos deve realizar-se de forma escrupulosa pois
durante a sua utilização podem estar sujeitos a elevadas temperaturas, à humidade, etc.
A figura 6.21 ilustra a forma como se deve realizar a montagem de um terminal.
Se se tiver vários fios entre duas fichas deve-se assegurar que têm o mesmo comprimento.
Fig. 6.22 – As cablagens substituídas devem ficar com o mesmo comprimento das que
existem
A soldadura não tem exclusivamente o objetivo de unir um cabo a um terminal. Tem, acima
de tudo, o objetivo de garantir que a ligação se faz de forma segura e duradoura, capaz de
resistir à sujidade e outros inconvenientes a que é submetida. Em eletricidade e eletrónica
automóvel utiliza-se a soldadura de chumbo-estanho, habitualmente com 40% chumbo e
60% estanho. Normalmente as ligações são tanto mais eficazes quando maior for o teor
em estanho.
Para soldar fios elétricos deve-se, antes de tudo garantir que as “peças” a soldar estão
bem limpas.
Normalmente os rolos de fio de estanho para soldar têm no interior uma alma de pasta
fundente desoxidante. Trata-se de elementos misturados com o estanho, mas que pas-
sam ao estado líquido a temperatura inferior à de fusão do estanho. Estes elementos lim-
pam os materiais a soldar, retirando-lhes as impurezas, especialmente as de óxidos
metálicos, que ainda que não se veja a olho nu, dificultam a união.
Além disso, é extremamente importante que a potência do ferro de soldar
utilizado seja adequada ao tamanho das peças a soldar. De um modo indicativo,
deve-se ter:
Depois de tudo isto, para que a soldadura seja bem executada deve-se aplicar
em primeiro lugar a ponta do ferro de soldar no ponto exato que se quer soldar,
de modo a aquecer essa zona. Logo que a zona a soldar esteja aquecida,
aplicar o fio de estanho sobre os condutores a soldar. Ir colocando estanho e
soldando.