Práticas Educativas e Pedagógicas Com Bebês

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129 Revista Humanidades e Inovação v.4, n.

5 - 2017

PRÁTICAS EDUCATIVAS E PEDAGÓGICAS COM BEBÊS:


MÚLTIPLAS POSSIBILIDADES NO COTIDIANO DE CRECHES

EDUCATIONAL AND PEDAGOGICAL PRACTICES WITH


BABIES: MULTIPLE POSSIBILITIES IN THE DAILY DAYCARE
Aline da Silva Schmitt
UDESC
alinesilvaschmitt@hotmail.com

Altino José Martins Filho


UDESC
altinojosemartins@gmail.com

RESUMO: A inserção dos bebês em contextos de Educação Infantil vem se ampliando cada vez mais na
atualidade, isto devido ao fato da entrada e permanência das mulheres no mercado de trabalho. No contexto das
creches percebemos que os familiares e professores/as criam muitas expectativas em relação a aprendizagem
das crianças, especialmente em relação a dimensão cognitiva, a qual passa a ser desenvolvida por atividades
palpáveis em folha A4. Estamos nos referindo as atividades escolarizantes e padronizadas, que são realizadas
de maneira homogêneas com foco em um único resultado para todos. Utilizando autores como Barbosa (2010),
Horn (2015), Tristão (2015), Martins Filho (2013; 2015; 2016), Ostetto (2015), entre outros estudiosos da primeira
infância, buscamos problematizar e conceitualizar como proporcionar propostas significativas que tomem as
especificidades educativas e pedagógicas para os bebês e com os bebês. Pensar uma prática docente que
respeitem os bebês em suas especificidades geracionais é compreender que eles aprendem, desenvolvem e se
socializam por meio das brincadeiras e interações com os mais variados matérias, tempos e espaços. Para isso,
o olhar atento e sensível, a escuta para suas linguagens, o acolhimento e as intencionalidades são essenciais na
organização da vida cotidiana nos contextos de creches.
PALAVRAS-CHAVE: bebês; vida cotidiana; propostas educativas e pedagógicas; creches.

ABSTRACT: ABSTRACT: The insertion of infants in contexts of Childhood Education has been increasing more and
more in the present time, due to the fact of the entry and permanence of the women in the labor market. In
the context of day-care centers, we perceive that family members and teachers look forward very much to the
children’s learning, especially in relation to the cognitive dimension being developed by A4 sheet activities. We
are referring to the schooling and standardized activities, which are performed in a homogeneous way with a
focus on a single result for all children. Using authors like Barbosa (2010), Horn (2015), Tristão (2015), Martins
Filho (2013, 2015, 2016), Ostetto (2015) among others early childhood scholars, we try to problematize and
conceptualize how to provide meaningful proposals that take into account the pedagogical and educational
specificities for infants and babies. To think of a teaching practice that respects the babies in their generational
specificities is to understand that they learn, develop and socialize through play and interactions with the most
varied subjects, times and spaces. For this, the attentive and sensitive look, the listening for their languages, the
reception and the intentionalities are essential in the organization of daily life in the context of daycare centers.
KEYWORDS: babies; daily life; educational and pedagogical proposals; daycare.

Premissas Iniciais: Práticas Pedagógicas Construídas com Bebês e


para Bebês em Contexto de Creches1
O acesso aos contextos de Educação Infantil no Brasil é um direto das crianças de zero a cinco
anos e onze meses, assegurado pela Constituição Federal de 1988 afirmado na Lei de Diretrizes e
Bases da Educação Nacional– LDB de 1996 e posteriormente garantido nas Diretrizes Curriculares
Nacionais para Educação Infantil –DCNEI de2010. No entanto as práticas pedagógicas para bebês e
com bebês2 nas creches encontram-se em processo de construção e consolidação (MARTINS FILHO,
2015, 2016). Percebe-se que ainda temos a cultura de que os bebês devem permanecer com sua
família, em especial sua mãe, pois são pequenos e necessitam de cuidados específicos no âmbito
privado. Todavia, devido as mudanças no cenário político, social e econômico do nosso país, é cada

1 Neste artigo temos como inspiração a obra: MARTINS FILHO, Altino José (Org.). Educar na Creche: Uma Prática
Construída com os Bebês e para os Bebês. Porto Alegre: Editora Mediação, 2016.
2 Compreendem-se bebês crianças de 0 a 18 meses, conforme o documento “Práticas Cotidianas na Educação Infantil:
bases para a reflexão sobre as orientações curriculares” (BRASIL, 2009).
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vez mais comum a inserção das mulheres no mercado de trabalho, optando pelas instituições de
educação infantil como lugar para deixar seus filhos. Neste sentido, torna-se primordial pensarmos
os espaços, tempos e materialidades para o acolhimento dos bebês.
Há uma necessidade de pensarmos as especificidades que enlaçam as práticas educativas
e pedagógicas. Temos ainda que compreender os bebês como sujeitos potentes, como sujeitos
heterogêneos, que utilizam a linguagem não verbal como forma de expressão de suas emoções,
sentimentos e comunicação. O trabalho pedagógico com os bebes e para os bebês, deve possibilitar
o agir docente revestido de intencionalidades educativas, permitindo a experimentação, a
descoberta, a autonomia, a interação e a brincadeira dos e entre os bebês.
As possibilidades de pensar as práticas pedagógicas para os bebês e com os bebês são
inúmeras, entretanto existem muitos desafios no cotidiano educativo que acabam fazendo
os professores e professoras, entrarem em rotinas rotineiras, no qual muitas vezes deixam
subsumido em seu pensar e fazer pedagógicos a dimensão do extraordinário e do insólito. Por
exemplo, a preocupação excessiva e equivocada dos pais por resultados imediatos em relação ao
desenvolvimento e a aprendizagem, a vida cotidiana engessada em atos mecânicos e automáticos,
muitas vezes não respeitam o ritmo próprio dos bebês. Citamos, também, as cobranças da gestão
administrativa em homenagens correspondentes as datas comemorativas ou pedido de acúmulos
de atividades estereotipadas com produções dos bebês. Neste sentido, concordamos com Tristão
(2015), quando assevera:
No imaginário das profissionais da educação e mesmo no
senso comum, há a noção de que deve haver a produção de
algo para estar caracterizado um processo educativo, bem de
acordo com a noção da sociedade capitalista em que vivemos
que valoriza os resultados como lógica estruturante da vida
dos bebês em creches. (TRISTÃO, 2015, p.146).

Essa compreensão sobre a aprendizagem dos bebês e a docência em creches, também está
presente no imaginário das famílias, comumente ouvimos expressões de que “a professora de
bebês não faz nada”, apenas cuida, alimenta e troca os bebês. Sendo assim, em uma concepção
equivocada e distorcida do que seja o cuidado e educação, entendidos aqui como ação de um
mesmo ato, leva as professoras à realizarem atividades palpáveis ou produção estereotipadas
em folhas A4, pois na mentalidade das mesmas, a força das atividades dá visibilidade ao trabalho
pedagógico.
Há uma necessidade explicita por um produto final, o qual é retratado e visualizado nas
atividades, mesmo as mais escolarizantes, como carimbar as mãos e pés dos bebês. Essa visão do
que seja a atividade pedagógica, ainda é muito presente propostas educativas desenvolvidas para
os bebês.
Diante dessa reflexão, ainda existem grandes equívocos sobre a prática da docência com os
bebês. Pairam incertezas sobre os atos de cuidados como aliados aos atos pedagógicos, como ação
indissociáveis e complementares no percurso cotidiano da prática educativa. Vargas (2016) aponta
que:
[...] as professoras demostram bastante resistência a
abandonar suas certezas. Sentem “medo” de fazer coisas que
não dominam e buscam justificativas que sustentam seu fazer
já consolidado. Elas demostram saber pouco sobre os bebês
[...] e se apegam a esse parco saber, advindo muitas vezes do
censo comum, para organizar as práticas educativas com os
bebês. (VARGAS, 2016, p.100).

Com base na análise da autora supracitada, trazemos os seguintes questionamentos: Como


realizar uma prática pedagógica que respeite os bebês como sujeitos? Como pensar no tempo e no
espaço da creche para além de “ensinar coisas o tempo todo para os bebês? Como orientar pais e
professores/as da importância do processo de experimentação e experiência dos bebês entre eles?
Neste artigo, não pretendemos dar uma resposta para questões de tamanha complexidade, mas
pretendemos trazer alguns subsídios para ampliar as reflexões em torno dessas problematizações
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que rondam a prática docente na Educação de bebês em creches.

A Entrada dos Bebês na Creche: Relato de Algumas Expectativas


Equivocadas das Famílias e das Professores/as
Os questionamentos reunidos neste artigo, são provenientes do acompanhamento da
inserção e permanência de um bebê de nove meses em uma creche. Foi possível presenciar
a insistência e a cobrança da família e de algumas professoras, no sentido da preocupação
constante em realizar “atividades” em folha A4 para os bebês. Na sequência trazemos dois relatos
demonstrativos das expectativas equivocadas em relação a entrada desse bebê no contexto diário
da creche. Segundo os familiares, pai e mãe, era constante ouvir: “As professoras não fazem nada
com os bebês?”; “Aqui os bebês não pintam as mãozinhas para carimbar?”; “Os bebês não farão
apresentação para o dia das mães?”. (Diário Pessoal dos Pesquisadores, 2017). De maneira mais
incisiva a mãe comentada com a professora: “Eu já estou ensinando as letras e os números para
Paula, menina de um ano, lá em casa ela pinta os livrinhos que compro, parece que aqui na creche
as professoras são muito fraquinhas para ensinar”. (Diário Pessoal dos Pesquisadores, 2017).
A Educação Infantil ainda é vista e comparada com visões pedagógicas e educativas
escolarizantes, que copiam os modelos escolares e coloquem as crianças em atividades que as
conduzem em um processo de ensino canônico e convencional, inclusive para os bem pequenos, os
bebês. Contrários a tais práticas e exigências, temos defendido que as aprendizagens dos bebês estão
mais ligadas ao andar, dançar, falar, equilibrar, pular, se expressar, a construir a autonomia, a criar
outros laços afetivos, a se comunicarem entre si, pois consideramos que essas são aprendizagens
que seriam significativas para os bebês.
Nesta perspectiva escolarizante, que transforma os bebês em alunos e as experiências em
atividades estereotipadas, verificamos no primeiro mês da entrada de um grupo de bebês em uma
creche pública municipal, onde foi proposto por duas professoras diversas atividades, as quais
foram organizadas em uma pasta no qual estava nomeada por “Minhas Vivências”. Ao analisar o
conjunto de atividades, percebemos que há uma parcela do trabalho bem significativa realizada
pelos adultos, especialmente na produção dos retoques finais em tais atividades, tornando muitas
vezes a produção sem sentido e significado para a criança ou deixando subsumida a criação das
crianças.
Temos ainda muito a construir uma prática pedagógica que tome as crianças em suas
potencialidades, apostando no alto grau do protagonismo infantil. Pois o prolongamento das
experiências vivenciadas pelas crianças se estabelece atravessado pelo tempo, um tempo mais
flexível e sintonizado aos desejos e necessidades delas, aspecto no qual precisa romper com a
lógica de um tempo adultocêntrico. Precisa sincronizar com o tempo da infância, visando condições
suficientes para os bebês viverem suas infâncias, marcadas por interações e brincadeiras. A
observação à brincadeira é caminho profícuo para a apreensão do que estão revelando as crianças,
desde que são bebês. Ou seja, observar a apropriação e produção do sistema simbólico nas crianças
quando ainda são muito pequenas, possibilita perceber como gradualmente as crianças vão
complexificando seus processos brincantes e constituindo caminhos para cada vez mais revelar na
relação entre o real e o simbólico o que desejam manifestar (SAVIO, 2011, p. 22).
Martins Filho (2013; 2015) em seus diversos escritos traz a consideração do quanto percebe
em pesquisas realizadas em creches que as professoras ao quererem ensinar autonomia em uma
lógica que nada tem de autônoma, acabam colocando em pauta comandos que exacerbadamente
levam ao cerceamento das crianças, é muito comum ver esquemas de controle do tipo: brinquem
disso, brinquem daquilo, comam tudo, isso, não conversem, não corram, não façam barulho, não
façam bagunça, desenhem assim, usam as cores claras, não vai para o parque, agora fique sentado
aqui e pronto, na hora do almoço não pode conversar, deu chega de falar. Tal destaque nos convida
a pensar em nossas próprias experiências enquanto crianças, e no caso dos/as professores/as,
nas situações pensadas e realizadas como sendo substratos da força da atividade pedagógica em
relação as próprias experiências das crianças.
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Diante desse processo, encontro no trabalho de Martins Filho (2013) outro excerto que nos
ajuda a pensar em propostas que percebam as crianças. Novamente o trecho ressalta as colocações
de uma professora, através de narrativas escritas, ao falar sobre o seu papel e envolvimento nas
brincadeiras das crianças, onde esta enfatiza que:
Como é que eu vou perceber e compreender as formas
particulares destas crianças agirem, reagirem e muitas vezes
até de sobreviverem a este mundo pensado por adultos e para
adultos se eu não estiver aberta, sensível e disponível para
esta relação? Como é que eu vou entender a lógica da ação
das crianças, suas formas de organização, o que as interessam,
do que falam, o que pensam, o que sentem, o que vivem sem
ser companheira em suas brincadeiras? Estar misturada às
crianças, ser companheira de suas brincadeiras não quer dizer
estar no controle, determinando regras, isto ou aquilo. Muito
pelo contrário. Só consegue este movimento quem realmente
está disposto a romper com hierarquias (MARTINS FILHO,
2013, p. 273).

Para tanto, o que essa proposta de reflexão indica, é a necessidade emergente de considerar
a criança em suas especificidades. Especialmente em relação à docência em seu exercício sendo
valorizada em seus percursos cotidiano, como os momentos de troca, de compartilhamento de
saberes, de convivência no fazer “com” as crianças, de abertura para as interações, produções,
manipulações, criações, transgressões e autoria no contexto da creche.

Revendo Concepções, Criando Novos Olhares, Construindo Outras


Possibilidades para a Prática Pedagógica com os Bebês e para os
Bebês
No decorrer do tempo a criança era vista como ser sem conhecimento, sendo tratada e
educada para um dia se tornar alguém, ou ter um oficio na vida, vir a se! Os bebês não tinham lugar
na sociedade, eram tratados como um adulto em miniatura, sendo incorporados as rotinas das
instituições sem serem considerados sujeitos das mesmas:

Durante vários séculos, os bebês e as crianças bem


pequenas tiveram a sua presença social e cultural apagada
por concepções que os colocavam numa posição de
incompetência, subordinação, subalternidade e apenas de
preparação para a vida adulta. (DELGADO & MARTINS FILHO,
2013, p. 24).

Na atualidade encontramos ainda a concepção de que os bebês não possuem potência e


condições autônomas para indicar o que querem porque precisam saber. “Os bebês estão muitas
vezes submetidos a práticas educativas de estimulação para que adquiram o que lhe falta, o que não
tem. ” (VARGAS, 2016, p.100). Esta visão de bebês como sujeitos sem saberes e competências, faz
com que se reproduzam as propostas pedagógicas de atividades individualizadas, cansativas, sem
movimento, que limitam e impedem o criar e imaginar. Situações que não promovem as interações
e trocas de experiências entre os próprios bebês.
Barbosa (2010) apresenta uma nova visão de bebê em que nos chama atenção para as
suas potencialidades peculiares:
Os bebês possuem um corpo onde afeto, intelecto e
motricidade estão profundamente conectados e é a forma
particular como estes elementos se articulam que vão
definindo as singularidades de cada indivíduo ao longo de sua
história. Cada bebê possui um ritmo pessoal, uma forma de
ser e de se comunicar. (BARBOSA, 2010, p. 2).
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O olhar, a escuta atenta, a disposição e o entendimento de que os bebês são possuidores e


produtores de saberes, que estão inseridos em um meio social e cultural e que assim, produzem
em movimentos coletivos suas próprias culturas infantis e formas de expressões, permite criar uma
nova concepção de bebês. O diálogo com os mesmos, falar o que vai acontecer, perguntar se eles
aceitam a proposta planejada, são pequenas ações que demostram o quanto os/as professores/
as reconhecem os bebês e os respeitam como sujeitos sociais com direito a exercer a cidadania e
participar ativamente dos contextos nos quais estão inseridos.
Segundo Tristão “[...] a concepção de infância e de criança que as professoras constroem
determina suas práticas.” (TRISTÃO, 2015, p.116). Este conceito é construído e determinado no
entrelaçamento do seu cotidiano pedagógico e seu conhecimento sobre as concepções que lhe
foram apresentadas em sua formação.
Assim, há diferenças profundas entre as ações de uma
professora que concebe a criança como um ser incompleto,
daquelas de uma professora que sinceramente acredita
nas potencialidades dos seus educandos, na sua alteridade.
(TRISTÂO, 2015, p. 117).

Acreditar que os bebês não são homogêneos e estáticos mostra que a aprendizagem ocorre
em constante movimento, é contraste e relacional, sendo algo gerado de forma gradual e ao seu
tempo. Tempo de andar, falar, engatinhar, expressar, compreender a si, o mundo e seu semelhante.
Assim, a concepção de criança que o profissional se pauta para construções das propostas
pedagógicas poderá contribuir ou não para a criação de novas aprendizagens.
As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (DCNEI/2010) apresentam a
concepção de crianças como sujeitos de direitos:
[...] que nas suas interações, relações e práticas cotidianas que
vivencia, constrói sua identidade pessoal e coletiva, brinca,
imagina, fantasia, deseja, aprende, observa, experimenta,
narra, questiona e constrói sentidos sobre a natureza e
sociedade, produzindo cultura. (BRASIL, 2010, p.12)

A visão apresentada no Documento mencionado, permite compreender que por meio


das interações as crianças vão ampliando, construindo e reinventando seus saberes e sua cultura
infantil. É pela interação que os bebês vão criando sua noção de mundo e se percebendo como
sujeito ativo e transformador desse mundo.
Vargas (2016) assevera que, “Para que haja aprendizagem nesse encontro do bebê com
o mundo, temos que pensar os tempos e espaços da creche como adequados a proporcionar
as relações entre adulto e bebê, bebê e bebê, bebê e materiais.” (VARGAS, 2016, p. 104). Os
espaços e tempos devem transmitir segurança e confiança, acolher e respeitar os bebês em suas
idiossincrasias. Devem levar em conta as especificidades e heterogeneidade de cada criança,
lembrando que cada uma tem seu próprio tempo de aprendizagem e desenvolvimento, não sendo
significativa a utilização “atividades homogêneas” e “padronizadas”, que caracterizam as crianças
como iguais, com mesmas preferências, formas de se expressar, de ver e compreender o mundo a
sua volta. Romper com tais práticas é o desafio!
Assim, nas palavras de Tristão (205, p.111), “A Educação Infantil tem um significado
particularmente importante quando se fundamenta numa concepção de infância cidadã, vendo a
criança como pessoa em processo de desenvolvimento, como sujeito ativo na construção do seu
conhecimento.”. Quando falamos de crianças, em especial os bebês, devemos ter em mente que
a aprendizagem está ligada ao movimento, a se perceber no espaço, a socializar, a descobrir os
materiais, a se reconhecer como sujeito social, a interagir, a ter autonomia, dar os primeiros passos,
as primeiras palavras, a identificar seus pares e seus professores, a expor seus sentimentos, mostrar
frustrações e alegrias, saber ouvir e ser ouvido.
As práticas pedagógicas coerentes com a concepção de criança possuidora de saberes devem
proporcionar à elas pelas interações e brincadeiras, experiências com diferentes materiais, formas,
cores, aromas e texturas. Tocar, encaixar, ouvir, jogar, brincar, socializar, entender seus sentimentos,
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isto sim torna o professor e a instituição de educação infantil, como mediadores dos conhecimentos.
“As práticas pedagógicas que compõem a proposta curricular de educação infantil devem ter como
eixos norteadores as interações e a brincadeira e garantir experiências [...]”. (BRASIL, 2010, p.25).
Entender a criança como ser social é o primeiro passo para uma prática significativa para os
bebês e com os bebês. Desta forma, planejar o acolhimento e as rotinas dos bebês na creche se
torna essencial para garantir o respeito aos mesmos. (MARTINS FILHO, 2016).
Desse modo, essa perspectiva de querer criar outras possibilidades para construir uma
prática pedagógica que considere o ponto de vista das crianças, pode ainda contribuir para se
“compreender o cotidiano para além da obviedade, da arbitrariedade e da obscuridade que o
esvazia de sua complexidade, quando o necessário seria viabilizar a afirmação da sua singularidade
no entretecer de sua diversidade educacional e pedagógica”. (MARTINS FILHO, 2013, p. 46).
Em relação aos adultos, implica em agir como uma pessoa-profissional que coloca andaimes
e abre avenidas para alimentar o ser das crianças com coisas boas, isso alude à mudança de
pensamento e concepção teórica e prática (MARTINS FILHO, 2013; 2015). Ou seja, a prática da
docência como estratégia balizadora para a discussão com o/s outro/s (bebês, crianças bem
pequenas e crianças pequenas, professores, coordenação pedagógica, gestores e famílias) em uma
lógica de compartilhamentos e confrontos sobre os objetivos comuns para as experiências plenas
das crianças e suas infâncias.

Em Foco o Cotidiano da Creche: Qual Especificidade Educativa e


Pedagógica?
O cotidiano na e da creche é sempre repleto de acontecimentos, momentos, atividades,
experiências, interações, rotinas, descobertas, brincadeiras e aprendizagens. Há diferentes
dinâmicas e diversas formas de viver a vida no percurso da cotidianidade. Acreditamos que a
ampliação do repertório cultural, intelectual e humano dos professores possibilita que suas práticas
se aproximem cada vez mais das demandas sociais que vão se apresentando ao longo de sua
profissão e permitem que a reflexão crítica se instale em suas práticas cotidianas.
Entendemos que aspectos concernentes à especificidade do trabalho pedagógico na
Educação Infantil ainda estão em processo de construção e elaboração (MARTINS FILHO, 2015).
O trabalho com os bebês e para os bebês requer que o/a professor/a aguce seu olhar com a
intenção de conhecer cada um deles, criando um espaço favorável para as interações, planejando
experiências que contribuirão para as trocas e ampliação de múltiplas possibilidades aos processos
de aprendizagem, desenvolvimento e socialização. Nesta seção iremos reunir brevemente três
aspectos que para nós são representativos dessas múltiplas possibilidades: conhecer e acolher; o
espaço como educador e a transformação das rotinas em vida cotidiana.

a) Conhecer e Acolher
Os bebês estão em processo de expressão de suas múltiplas linguagens, utilizam outras
formas de expressões verbais e não verbais, tais como: o choro, o balbucio, a agitação, gritos,
gargalhadas, entre outros. Vargas (2016, p. 99) reflete que: “Para muitos adultos, pelo fato
de ainda não fazerem uso da linguagem oral, bebês são considerados difíceis de entender e,
consequentemente, de conhecer”. Sabemos que cada bebê possui sua característica e que está
ligada as interações que este teve durante sua vida. Como vivemos em um mundo de culturas e
formas de pensar e agir diferenciados, encontramos em salas de referências bebês que carregam
consigo diferentes e diversificadas culturas:
Cada família tem um modo de alimentar, embalar, acariciar,
brincar, tranquilizar ou higienizar as crianças. E estas ações
podem ser realizadas de diversas formas, afinal as diferentes
culturas inventaram múltiplos modos de criar suas crianças
pequenas. E cada família tem um modo específico para
compreender o choro de uma criança, suas necessidades de
alimentação e de brincadeira e fazer suas escolhas tendo em
vista as tradições familiares ou concepções aprendidas com
diferentes interlocutores. (BARBOSA, 2010 p.4).
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O professor primeiramente deve buscar conhecer suas crianças, seus meios de comunicação
e expressão de desejos e sentimentos, construindo uma relação de afeto e segurança para que o
bebê se sinta acolhido neste ambiente. “Para poder compreender e comunicar-se com um bebê
pequeno é preciso observar.” (BARBOSA, 2010, p.10). Treinar o olhar, observar os bebês, registrar,
fotografar, filmar, realizar entrevista com a família, buscar elementos que possam contribuir para
compreender as crianças em suas formas plurais e heterogêneas, buscando acolher de forma
afetuosa e respeitosa cada uma delas.
A importância de um ambiente acolhedor é a premissa essencial para o bebê construir o seu
sentido de pertencimento a um grupo. Acolher envolve abraçar, pegar no colo, acalentar, ouvir e ver
as crianças permitir que se criem relações entre os bebês, espaço e materiais:
Outro aspecto relevante a ser considerado na educação dos
bebês diz respeito à construção da segurança afetiva que se
inicia com o entendimento de que cada bebê um ser único,
singular, cujo desenvolvimento depende da qualidade das
relações que estabelece com os adultos, com os bebês e
mesmo com materiais e objetos de seu entorno. Reitero, o
respeito ao bebê é fundamental. Deve-se encará-lo como
uma pessoa com características, necessidades e expectativas
próprias. (VARGAS, 2016, p.103).

Nesta esteira, também consideramos importante o que Kramer (2012) vem alertando em
suas pesquisas com crianças:
[...] o papel do outro é central na constituição do eu no
desenvolvimento e aprendizagem do sujeito ao longo da
vida. Processos manifestos na infância constroem realidades
históricas que se traduzem na subjetividade de casa um.
(KRAMER, 2012, p. 40).

Acolher não se remete apenas ao início do ano quando as crianças são inseridas no contexto
das creches. Vai muito além disso, o acolhimento é aquele que é pensado e planejado todos os dias,
é receber as crianças com sorriso, é falar bom dia, é dialogar com os pais sobre as inseguranças
e frustrações, é receber o bebê e conversar com ele, perguntar se ele está bem, acomodá-lo
confortavelmente. É o pensar em receber com uma música calma, com a leitura de uma bela história,
com brinquedos, com tecidos coloridos, com cantigas, levar ao ambiente externo com almofadas,
uma rede, um violão, etc.. Para tudo isso acontecer há o planejamento e a intencionalidade de fazer
do espaço um lugar acolhedor e de vida cotidiana.

b) O Espaço como Educador


É comum ainda encontramos grupos de bebês em creches onde permanecem em berços ou
bebês confortos, saindo apenas para a troca de fraldas e alimentação, minimizando as interações
e desprezando a necessidade de movimento, vimos muitas vezes os bebês cerceados e enraizados
não podendo se mover com liberdade. Entender que os espaços internos e externos da sala de
referência proporcionam aprendizagens e contribuem para a socialização dos bebês, é compreender
que os mesmos devem ser pensados, preparados e planejados de maneira que favoreçam as trocas
de saberes e segurança aos mesmos.

É indispensável oferecer oportunidade aos bebês de:


-explorarem ativamente os espaços onde se inserem por meio
de todos os sentidos:
-descobrirem características e relações entre os objetos e
materiais por meio de experiências diretas:
-manipularem, transformarem e combinarem materiais
variados:
[..] utilizarem o corpo com propriedade:
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-interagirem com outras crianças:


-tornarem-se gradativamente autônomos na resolução de
suas necessidades. (HORN, 2015, p. 109).

O bebê deve explorar seu corpo, conhecer a si e ao seu redor, ampliando sua capacidade
motora, construindo aos poucos sua autonomia. A organização dos espaços deve permitir o
movimento corporal, correr, engatinhar, pular, rolar, soltar, pegar, abaixar, encostar, jogar, explorar
objetos, permitir que se explore o espaço com todos os sentidos. Sentir o calor que vem do sol, a
brisa que bate no rosto levemente, o movimento que a sombra do objeto realiza ao longo do dia,
perceber diferentes luminosidades ao entrar e sair do ambiente, reconhecer e interagir com as
outras crianças, maiores, menores, meninos e meninas...
Disponibilizar objetos atrativos aos bebês como chocalhos, bolas, potes de tamanhos
variados, livros de pano ou de banho para sentir a forma, levar a boca, sentir o cheiro, descobrir
a cor, colocar músicas calmas, pendurar objetos com elástico ao teto, colocar fotos dos próprios
bebês nas paredes e chão da sala, colocar móbiles, pendurar um sino de vento, por exemplo, para
que eles possam descobrir de onde vem o som, confeccionar um tapete sensorial para descobrirem
as diferentes sensações. Colocar em saquinhos de pano essências naturais como café, camomila,
hortelã, canela, alecrim para aguçar os sentidos, permitindo que se leve ao nariz e boca.
Ao organizar a sala para os bebês pequenos, é importante
arranjar pequenos espaços, confortáveis, com espelho,
tapetes, rolinhos, almofadas, que possam auxiliar na
sustentação das crianças e favorecer seus movimentos. Tal
espaço é organizado para que as crianças interajam com
outras crianças, brinquem com os objetos e brinquedos
podendo, assim, vivenciar diferentes experiências. (BARBOSA,
2010, p. 8).

Organizar cantos com diferentes materiais, estruturados e não estruturados onde os bebês
possam brincar e interagir, trazendo elementos da cultura afro e indígena, ampliando o acesso às
histórias e culturas diversificadas. O interessante é organizar cantos, caixas, cestos onde se possam
guardar os materiais e que os mesmos estejam acessíveis aos bebês.
Promover o encontro dos bebês com o mundo externo ao da sala, abre um leque de
múltiplas possibilidades sobre o meio social, cultural e sobre a natureza. Além disso, também com
Kramer reforçamos a noção de que “a brincadeira (experiência de cultura e forma privilegiada de
expressão infantil) é direito das crianças e deve ser garantido por instituições e adultos que nelas
trabalham”. (KRAMER, 2012, p.41).

c) Transformar as Rotinas em Vida Cotidiana


A rotina compreendida como uma sequência de atividades diárias a ser seguida, deve ser
flexível para poder contemplar o direito da criança a ter seu próprio tempo. Caroni (2015, p.176)
aponta que a rotina com bebês “[...] não é rígida e estanque ela é maleável, flexível, respeitando a
singularidade e o ritmo de cada bebê [...]”. As rotinas aqui descritas e que afirmamos a necessidade
de transformá-la em vida cotidiana (MARTINS FILHO, 2013) para nós precisam ser revistas em sua
rigidez e forma de sequencialidade fechada e engessada. Estar familiarizado com a vida cotidiana
não de forma rotineira permite aos bebês prever o que irá acontecer durante seu tempo na creche,
antecipando suas ações, construindo a noção de tempo e autonomia.
As rotinas, ou a jornada diária da sala de bebês, são aquelas
experiências que se realizam ao longo do dia. Essa repetição
oferece para os bebês certo domínio sobre o mundo em que
vive e oferece a eles segurança, isto é, a possibilidade de
antecipar aquilo que vai acontecer. (BARBOSA, 2010, p.9)
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Uma prática pedagógica realizada com base em rotinas rotineiras aumenta as frustrações
das crianças e as levam a realizar as atividades com uma pressa excessiva, sem contemplar, sem
admirar, sem poder construir a autonomia, sem ter um verdadeiro significado. Neste sentido,
trazemos os questionamentos de Ostetto (2015), por considerá-los pertinentes:
Essencial perguntarmos: como olhamos? Procurando o
novo ou voltando-nos exclusivamente para o já conhecido?
Profunda ou superficialmente? Com um olhar que, ao se
dirigir às crianças, busca apenas o que ‘deveriam fazer’
(correspondendo a um modelo ideal, padrão), que facilmente
localiza a falta? Que não percebem o que fazem e dizem as
crianças nos seus gestos, quando choram ou riem? Sem nos
darmos conta, é assim que inúmeras vezes olhamos para o
cotidiano: através de um olhar paralisado, que se gastou,
domesticado por uma prática rotineira, enraizada no hábito,
que monotonamente se repete, repete, repete. (OSTETTO,
2015, p. 22).

Todas as ações realizadas com os bebês durante seu tempo de permanência na creche
devem ter intencionalidade. Precisam ser planejadas, pensadas e registradas para que se possa
buscar alternativas quando algo não sai como esperado e também buscar novas formas de desafiar
os bebês na ampliação de suas experiências e potencialidades.

Considerações Finais: Práticas Pedagógicas que Envolvem os Bebês


Como realizar uma prática pedagógica revestida de múltiplas possibilidades e que respeite
os bebês em seu tempo e espaço? Como orientar pais e professores da importância do processo de
experimentação e não apenas focado no produto final?
O cotidiano na creche oferece um leque de possibilidades, no entanto primeiro deve-se
conhecer as crianças, criar laços, construir uma rotina diferenciada e atravessada pela vida cotidiana,
observar suas necessidades e desafiá-los com propostas que possam expandir sua visão de mundo.
Desde o início da vida, a atividade de explorar, experimentar
e brincar envolvem funções motoras e mentais de
relevante importância na constituição da subjetividade
[...] Seria importante que as professoras acreditassem que
a experimentação e a brincadeira são uma extraordinária
ferramenta para a aprendizagem. (VARGAS, 2016, p. 110-111).

As crianças aprendem brincando e os bebês não são diferentes, eles brincam com seu próprio
corpo, levam a mão próxima aos olhos, colocam os pés na boca, tocam nas pessoas ao seu redor,
sentem curiosidade em mexer nos dedos, cabelos, olhos e boca. Os bebês identificam as texturas,
o calor e o sabor das partes do corpo. “O bebê começa brincando com os próprios sentidos, num
crescente jogo de descoberta, desenvolvimento de habilidades e construções de significados”
(ORTIZ, CARVLHO, 2012, p 103). Os professores devem considerar que os bebês aprendem
brincando e interagindo com tudo que está a sua volta, assim poderão criar espaços de vivências
ofertando os mais variados materiais que contribuem de forma qualitativa no desenvolvimento dos
bebês.
A criança é competente autora de suas aprendizagens. Ela
interroga o mundo, e nesse interrogar estão os aspectos
que são o suporte para suas aprendizagens. Ao adulto cabe
considerar que as experiências do indivíduo com as do outro,
pela engrenagem que une umas às outras e pela presença dos
sujeitos no mundo. (VARGAS, 2016, p.115)

Vargas (2016) no livro Educar na Creche, publicado pela Editora Mediação, traz experiências
reais de atividades realizadas com grupos de bebês, como o Cesto dos Tesouros e o que podemos
fazer com base nessa metodologia. No Cesto do Tesouro, foram oferecidos objetos da natureza,
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“[...] folhas secas, esponjas com texturas naturais, cascas de frutas, madeira, pedaços de tronco
de árvore, pinhas [...]” (Vargas, 2016, p.109). Em outra atividade proposta, as professoras deixam
a alcance das crianças latas dos mais variados tamanhos, aguçando a curiosidade, promovendo o
movimento, abrindo caminho para descobertas simples, porém repletas de significado. “[...] Logo
vimos um dos meninos, mais velho, tentando colocar uma lata dentro da outra, já que anteriormente
ele já tinha descoberto que havia uma abertura grande na lata [...]” (VARGAS, 2016, p. 109).
A autora demostra que ao possibilitar o contato com os mais variados tipos de materiais,
as crianças aguçam a curiosidade, experimentam, aprendem interagindo com o outro e com os
objetos, dão novos significados aos objetos, construindo novos saberes.
Qualquer objeto para elas é um brinquedo. [...] É olhando,
pegando, levando à boca, chocalhando, batendo, que elas vão
descobrir as diferentes facetas do objeto, conhecê-lo em todas
as suas nuances, criar uma imagem mental do objeto por meio
da ação sobre ele, para aos poucos ir aprendendo para que
serve cada um deles. (ORTIZ, CARVLHO, 2012, p. 126).

Ao organizar uma proposta pedagógica para os bebês e com os bebês, devemos enfatizar
as múltiplas possibilidades de aprendizagem por meio da brincadeira, experimentação, execução
da proposta e participação dos próprios bebês. Não é simplesmente pintando em uma folha
A4 com tinta, é necessário experimentar a pinta com a mão, com o corpo, misturando as cores,
descobrindo novas cores, passar na folha e perceber que a mesma muda de cor, colocar o dedo,
a mão, o pé e ver a mudança das formas. Possibilitar que os bebês entrem em contato com areia,
água, terra, trigo, massinha, panelas, tampas de potes, colheres de pau, que inventem outra forma
de brincar. As múltiplas possibilidades que estamos acenando e trazendo como desafios para a
prática pedagógica é pensar a importância dos bebês interagirem com os objetos, terem tempo e
espaço de ser bebê na creche. Tais possibilidades proporcionam um significativo envolvimento dos
bebês com as propostas.

Referências
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e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 16 jul. 1990.
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Recebido em 2 de março de 2017.


Aceito em 6 de novembro de 2017.

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