Cozinha Natural
Cozinha Natural
Cozinha Natural
Produção de Ingredientes
Me. Thanise Pitelli Paroschi
Missão
“Promover a educação de qualidade nas
diferentes áreas do conhecimento, forman-
do proissionais cidadãos que contribuam
para o desenvolvimento de uma sociedade
justa e solidária”
DIREÇÃO UNICESUMAR
palavra do reitor
Reitor
Wilson de Matos Silva
Em um mundo global e dinâmico, nós trabalhamos IGC 4 em 7 anos consecutivos. Estamos entre os 10
com princípios éticos e proissionalismo, não somente maiores grupos educacionais do Brasil.
para oferecer uma educação de qualidade, mas, acima A rapidez do mundo moderno exige dos edu-
de tudo, para gerar uma conversão integral das pes- cadores soluções inteligentes para as necessidades
soas ao conhecimento. Baseamo-nos em 4 pilares: de todos. Para continuar relevante, a instituição de
intelectual, proissional, emocional e espiritual. educação precisa ter pelo menos três virtudes: ino-
Iniciamos a Unicesumar em 1990, com dois cursos vação, coragem e compromisso com a qualidade. Por
de graduação e 180 alunos. Hoje, temos mais de 100 isso, desenvolvemos, para os cursos de Engenharia,
mil estudantes espalhados em todo o Brasil: nos quatro metodologias ativas, as quais visam reunir o melhor
campi presenciais (Maringá, Curitiba, Ponta Grossa do ensino presencial e a distância.
e Londrina) e em mais de 300 polos EAD no país, Tudo isso para honrarmos a nossa missão que
com dezenas de cursos de graduação e pós-graduação. é promover a educação de qualidade nas diferentes
Produzimos e revisamos 500 livros e distribuímos mais áreas do conhecimento, formando proissionais ci-
de 500 mil exemplares por ano. Somos reconhecidos dadãos que contribuam para o desenvolvimento de
pelo MEC como uma instituição de excelência, com uma sociedade justa e solidária. Vamos juntos!
boas-vindas
boas-vindas
Pró-Reitor de Ensino de EAD Diretoria de Design Educacional
Janes Fidélis Tomelin Débora do Nascimento Leite
Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está conceitos teóricos em situação de realidade, de ma-
iniciando um processo de transformação, pois quando neira a inseri-lo no mercado de trabalho. Ou seja,
investimos em nossa formação, seja ela pessoal ou pro- estes materiais têm como principal objetivo “provocar
issional, nos transformamos e, consequentemente, uma aproximação entre você e o conteúdo”, desta
transformamos também a sociedade na qual estamos forma possibilita o desenvolvimento da autonomia
inseridos. De que forma o fazemos? Criando opor- em busca dos conhecimentos necessários para a sua
tunidades e/ou estabelecendo mudanças capazes de formação pessoal e proissional.
alcançar um nível de desenvolvimento compatível com Portanto, nossa distância nesse processo de cresci-
os desaios que surgem no mundo contemporâneo. mento e construção do conhecimento deve ser apenas
O Centro Universitário Cesumar mediante o geográica. Utilize os diversos recursos pedagógicos
Núcleo de Educação a Distância, o(a) acompanhará que o Centro Universitário Cesumar lhe possibilita. Ou
durante todo este processo, pois conforme Freire seja, acesse regularmente o AVA – Ambiente Virtual
(1996): “Os homens se educam juntos, na transfor- de Aprendizagem, interaja nos fóruns e enquetes, as-
mação do mundo”. sista às aulas ao vivo e participe das discussões. Além
Os materiais produzidos oferecem linguagem disso, lembre-se que existe uma equipe de professores
dialógica e encontram-se integrados à proposta pe- e tutores que se encontra disponível para sanar suas
dagógica, contribuindo no processo educacional, dúvidas e auxiliá-lo(a) em seu processo de aprendiza-
complementando sua formação proissional, desen- gem, possibilitando-lhe trilhar com tranquilidade e
volvendo competências e habilidades, e aplicando segurança sua trajetória acadêmica.
Cozinha Natural e Produção de Ingredientes
Apresentação do Livro
Professora Mestre
Thanise Pitelli Paroschi
a cozinha que aproveita tudo o que um alimento tem de melhor, desde seus nutrientes
às suas características sensoriais.
Na primeira Unidade, vamos conhecer a evolução da cozinha natural e sua aplicação.
Para isso, iremos abordar quais as classiicações de alimentos que existem.
Na segunda Unidade, entenderemos quais são as vertentes da cozinha natural,
conhecendo os tipos de dietas vegetarianas existentes e veremos, ainda, como produzir
ingredientes de maneira sustentável e natural por meio da criação de hortas.
E, para inalizar, vamos abordar os ingredientes naturais que existem, conhecendo
um pouco mais sobre as ervas e especiarias, as frutas, hortaliças, cogumelos, algas etc.,
ainal, precisamos conhecer os ingredientes para que se possa criar novas opções para a
alimentação, bem como para trabalhar com ingredientes de qualidade.
Assim, este livro, juntamente com as outras ferramentas do curso, é um grande
passo para quem quer, além de se aperfeiçoar no mundo da gastronomia, se apaixonar
por essa cozinha. Convido você a aprender conosco nas próximas páginas!
Bons estudos!
SUMÁRIO
UNIDADE 1
UNIDADE 2
Produção de Alimentos
Naturais e sua aplicação
nas Dietas Vegetarianas
53 Vertentes da Cozinha Vegetariana
59 Horta de Alimentos
65 Ervas e Especiarias
UNIDADE 3
Dica do Chef: dicas rápidas para complementar um conceito, detalhar procedimentos e proporcionar
sugestões. Habilidades: elo entre as disciplinas do curso. Mão na massa: indicação de atividade
prática. Fatos e Dados: complementação do conteúdo com informações relevantes ou acontecimentos.
Minicaso: aplicação prática do conteúdo. Relita: informações relevantes que proporcionam a relexão de
determinado conteúdo. . Recapitulando: síntese de determinado conteúdo, abordando principais conceitos.
Saiba mais: informações adicionais ao conteúdo.
Introdução à Cozinha Natural
THANISE PITELLI PAROSCHI
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
Objetivos de Aprendizagem
• Conhecer a história e a evolução da cozinha natural.
• Entender como a cozinha natural pode ser aplicada no dia a dia.
• Veriicar as características da cozinha natural.
• Diferenciar as classiicações de alimentos existentes.
13
Introdução
Caro(a) aluno(a), optar por uma vida saudável nunca esteve tão em alta. E não é apenas com a
inclusão da atividade física na rotina ou abandonando o cigarro. Adotar uma alimentação regrada,
propensa ao consumo de vegetais, também tem sido a opção de muita gente. Tudo isso ocorre,
pois, cada vez mais, estamos preocupados com a nossa saúde, com o envelhecimento saudável, e
as pesquisas recentes apontam o quanto uma alimentação adequada colabora para essa evolução.
Isso tudo é questão de conscientização, pois antes não se tinha acesso a tanta informação, e
até a década passada, poucas pessoas se importavam com o que estavam consumindo. Com essa
falta de preocupação e falta de tempo, os fast foods entraram em grande expansão. Quando me
reiro aos fast foods, digo tanto os estabelecimentos que servem alimentação rápida, quanto as
comidas congeladas; porém, ninguém reletia muito sobre o impacto disso na saúde.
Essa onda de conscientização que estamos vivendo está fazendo com que muitas pessoas
busquem uma alimentação mais saudável, com ingredientes simples e naturais.
Então, uma nova tendência em alimentação moderna e saudável é aquilo que, na verdade,
nunca saiu de moda: a comida lá de casa (ou da mãe, da avó...), aquela que remete à infância e
às coisas mais simples e deliciosas da vida.
Nesta unidade, vamos trabalhar a evolução da cozinha natural que, apesar de ser uma ten-
dência no cenário gastronômico atual, teve início na década de 70. Além disso, veremos como
podemos aplicá-la no nosso dia a dia e os cuidados que devem ser respeitados.
GASTRONOMIA • UNICESUMAR 15
História e Evolução da
Cozinha Natural
A cozinha natural teve início a partir de Millau, com o propósito de incentivar a apre-
um movimento na década de 70 como repúdio sentação mais simples e natural de um prato.
à culinária clássica (ou culinária tradicional) e Mediante esse movimento, o consumo em exces-
foi denominado Nouvelle Cuisine - um estilo so de produtos industrializados, gordura, açúcar
moderno de culinária francesa, cuja principal e sódio começaram a ser contestados e iniciou-se
característica é a utilização de ingredientes fres- a busca e a promoção de uma vida mais saudável.
cos, redução das porções e melhora no reino e No livro intitulado Adeus aos Escargots
decoração na apresentação dos pratos, ou seja, do autor Michael Steinberger, publicado em
um estilo baseado na criatividade em utilizar 2010(p. 38-39), foram citados os dez manda-
alimentos frescos. mentos da Nouvelle Cuisine que haviam sido
Esse movimento teve início por volta de abordados pelos autores da campanha publici-
1972 por meio de uma campanha publicitária dos tária (os críticos gastronômicos Henri Gault e
críticos gastronômicos Henri Gault e Christian Christian Millau) em 1973:
Após esse movimento, a cozinha natural se herdados por tradição e defendendo espécies
tornou o braço direito do movimento slow vegetais e animais, domésticas e selvagens.
food, que começou a aderir às suas caracterís- Assim, o alimento deve ser bom, limpo e
ticas, já que melhorar a nossa alimentação e justo, ou seja, deve ser saboroso e deve ser pro-
arranjar tempo para saborear os alimentos é duzido de forma a respeitar o meio ambiente,
uma forma de tornar o cotidiano mais natural além disso, os preços devem ser justos, tanto para
e saudável. quem os produz, quanto para quem os consome.
O movimento slow food aborda que a ma- A cozinha natural e o movimento slow food
neira como nos alimentamos possui profunda englobam, ainda, o conceito do comfort food (ou
inluência no que nos rodeia, já que não pode- alimento do conforto), que são os alimentos as-
mos ignorar as relações entre o prato e o planeta. sociados à segurança e à lembrança da infância,
Esse movimento foi fundado por Carlo Petrini ou seja, os alimentos que lembram aconchego,
em 1986 e se tornou uma associação interna- aquele cheiro especial que vem da cozinha e
cional sem ins lucrativos em 1989. acaba icando na memória.
Sua ilosoia é a defesa da necessidade de Esse tipo de comida, que mexe com as
informação do consumidor, protegendo identi- memórias e traz a sensação de bem-estar, está
dades culturais ligadas a tradições alimentares totalmente ligada à infância e está na onda
e gastronômicas, protegendo os produtos ali- contrária à do fast food, atravessando receitas
mentares, técnicas de cultivo e processamento superelaboradas, conduzindo à simplicidade.
GASTRONOMIA • UNICESUMAR 21
Aplicação da
Cozinha Natural
Vemos que a alimentação natural está em alta, já que cada vez mais
a população está fugindo de produtos prontos e industrializados,
buscando basear sua alimentação em alimentos de verdade, frescos
e naturais.
Segundo a pesquisa Vigitel Brasil, realizada pelo Ministério da
Saúde, em 2015, constatou-se um aumento no consumo de frutas
e hortaliças nos anos anteriores, sendo que 69,1% da população
brasileira consome regularmente as frutas e hortaliças atualmente,
porém, nem toda a população consome o suiciente para garantir
as quantidades recomendadas.
Cozinha Natural e Produção de Ingredientes
Classiicação
dos Alimentos
irrigação e lavagem dos produtos, bem como existe o mercado de produtos orgânicos pro-
dos próprios alimentos produzidos. cessados, que tem apresentado um grande
Essas análises comprovam ausência de crescimento nos últimos anos. Já se encontra
resíduos tóxicos como garantia da qualidade itens como: sucos, geleias, doces, pães, biscoitos,
biológica e a segurança do consumidor. molhos, cervejas, cachaça, mel, pratos congela-
Existe a exigência de que a certiicação seja dos, açúcar, café, hortaliças processadas, cama-
feita por entidades nacionais e sem ins lucrati- rão, ovos, frangos e carnes orgânicas.
vos, assim, o selo de certiicação para alimentos Porém, o grande impasse ainda está no alto
orgânicos é uma garantia de que o sistema de preço desses alimentos, que são, em média, 40%
produção está sendo acompanhado, em visitas mais elevados do que os produtos convencio-
rotineiras, por técnicos especializados na área. nais, chegando a custar cerca de 200% a mais
Além dos alimentos in natura, também em determinados produtos e regiões.
Cozinha Natural e Produção de Ingredientes
Alimentos transgênicos
O decreto estabelece que deverão ser rotulados Os riscos potenciais estão, portanto, asso-
alimentos embalados, destinados ao consumo ciados ao novo DNA introduzido, já que as novas
humano, que contenham ou sejam produzidos proteínas formadas nos alimentos transgênicos
com organismos geneticamente modiicados, podem ser tóxicas, ter ação antinutricional ou
cuja presença seja de até 4% do produto. O rótulo causar algumas mudanças no valor nutricional
deverá apresentar a expressão “[tipo do produto] do alimento.
geneticamente modiicado” ou “contém [tipo do No Brasil, vem-se testando, há muitos anos,
produto] geneticamente modiicado”. a utilização dos transgênicos para o melhoria do
Essa alteração no DNA envolve efeitos milho e da soja, principalmente para combater
intencionais, relacionados a características do os insetos. O objetivo é reduzir as contamina-
gene introduzido. Porém, também promove efei- ções por pragas e fungos.
tos não intencionais, decorrentes dessa inserção
da manipulação genética conduzida.
As plantas são cultivadas dentro de tubos E, por serem criadas em um ambiente con-
plásticos perfurados ou em recipientes com trolado, crescem mais saudáveis. Assim, o
substrato; entre elas, percorre-se uma solução risco de contaminação ica mais restrito ao
de água e adubos químicos. Assim, as raízes momento do manuseio. Porém, quando há
absorvem nutrientes diretamente dessa solução a necessidade de utilizar agrotóxicos, estes
que circula dentro dos tubos ou no meio de podem ser utilizados.
cultivo dos recipientes utilizados. No Brasil, o maior cultivo na agricultura
Como o cultivo ica longe do solo, as plan- atualmente é o de alface que, junto com o agrião
tas acabam sendo menos contaminadas com e a hortelã, são responsáveis por 80% da pro-
bactérias, fungos, lesmas, insetos ou vermes. dução de hidropônicos brasileira.
Alimento diet
Os alimentos diet são aqueles especialmen-
Os alimentos diet são regulamentados pela te formulados ou padronizados de forma que a
Portaria SCS/MS nº 29, de 13 de janeiro de sua composição química atenda às necessidades
1998, que aprova o regulamento técnico para nutricionais e dietoterápicas de pessoas com
a ixação de identidade e qualidade de alimentos necessidades físicas, metabólicas e, às vezes,
para ins especiais. isiológicas e/ou patológicas particulares.
GASTRONOMIA • UNICESUMAR 39
D
essa forma, os alimentos funcionais Enriquecer ou fortiicar o alimento é adicionar
não são destinados a tratar ou curar um ou mais nutrientes essenciais contidos na-
doenças, mas sim a melhorar a qua- turalmente, ou não, no alimento, com objetivo
lidade de vida de quem os consome. de reforçar o seu valor nutritivo ou prevenir e
Dentre alguns exemplos de alimentos fun- corrigir deiciências demonstradas em um ou
cionais tem-se o tomate, que é rico em licopeno, mais nutrientes da alimentação da população
um pigmento de coloração vermelha que atua na ou em grupos especíicos.
prevenção e na redução do risco de câncer, prin- O enriquecimento-se aplica, em geral, a
cipalmente o câncer de próstata. Além deste, um alimento que contém, ou não, vitaminas e
na cenoura encontramos o beta-caroteno, um minerais antes do beneiciamento, e esses nu-
agente oxidante que combate radicais livres e é o trientes são suplementados, a im de suprir uma
pigmento responsável pela coloração alaranjada fração das necessidades diárias, que depende da
de diversos alimentos. legislação vigente no país.
A soja também é um alimento funcional, já
que possui as isolavonas, ito-hormônios que
possuem a capacidade de reduzir os sintomas
da menopausa, além de proteger contra doenças
cardíacas e alguns tipos de câncer.
Alimentos enriquecidos
considerações inais
É
fato que um crescente número de pessoas vem se preocupando
com a saúde, abrindo espaço para o promissor mercado de alimen-
tação natural, ainal, a população já sabe que para viver melhor, é
necessário alimentar-se bem; a conscientização de que a qualidade
de vida depende da alimentação já aconteceu. O aumento da obesidade, do
estilo de vida estressante e sedentário dos moradores das grandes cidades
e, até mesmo, a preocupação em seguir um padrão de beleza são fatores que
motivaram essa tendência.
Caro(a) aluno(a), conhecendo a classiicação dos alimentos, é possível
deinir os diferentes grupos alimentares adequadamente, usando sempre
termos adequados, ainal, muitos termos hoje são banalizados.
Por exemplo, não basta apenas não usar agrotóxicos para dizer que um ali-
mento é orgânico, é necessário muito mais do que isso, inclusive, deve-se conhecer
o histórico da terra, pois não se deve ter resíduos de agrotóxicos, que podem
icar no solo por vários anos, ou seja, não é porque os folhosos são plantados no
fundo do restaurante e sem agrotóxicos que serão, obrigatoriamente, orgânicos.
Assim como não é apenas adicionando uma parte de farinha integral em
um pão que podemos chamá-lo de funcional, não é? Hoje, só por adicionar
qualquer ingrediente natural, como linhaça e aveia, muitas pessoas já deno-
minam o produto como “funcional” ou “detox”.
Vale lembrar, que o termo “detox” ainda não foi regulamentado pela
Agência Nacional de Vigilância Sanitária e que para ser “detox”, vários estudos
são necessários para comprovação.
Portanto, temos que ter cuidado com o que prometemos e dizemos
aos nossos clientes. Enquanto proissionais da gastronomia, atentem-se ao
modismo, propagandas enganosas e banalização das deinições e não façam
marketing e propaganda enganosos ao cliente.
Então, aluno(a), inalizo essa unidade lembrando que opções saudáveis
devem ser inseridas no cardápio de todos os estabelecimentos, independen-
temente da classe social que abrangem, idade do público-alvo, localização ou
tipo de refeição.
Cozinha Natural e Produção de Ingredientes
Leia esta matéria publicada na revista digital Food Magazine, em outubro de 2015, que
leitura complementar
demonstra o início desse novo cenário gastronômico: a busca pela cozinha natural, com
ingredientes de verdade!
leitura complementar
Estratégias para a diversiicação
A diversidade de oferta de produtos nas padarias tem gerado uma necessidade de arti-
fícios para facilitar o dia a dia, como a terceirização e a utilização de produtos prontos
ou semi-prontos. Esta é uma realidade diante de proissionais especializados, além dos
elevados encargos de um funcionário. “Os custos operacionais nas empresas tem subido
muito acima da velocidade das vendas. Sendo assim a necessidade do aumento da produ-
tividade é cada vez mais evidente. Vale ressaltar que o cliente está cada vez mais exigente
e demandando maior variedade e frescor. Para atendê-lo, estas soluções são de grande
valia, pois conseguem agilidade e produção a qualquer hora do dia, oferecendo assim
alimentos frescos”, sublinha Emerson Amaral, diretor técnico do Instituto Tecnológico
de Paniicação e Confeitaria.
Outro ponto é a necessidade de signiicativos investimentos em equipamentos de
acordo com as normas vigentes, principalmente a NR12. Neste caso, a terceirização isenta
deste volume de investimento inicial. Por isso, muitas empresas do setor funcionam
como “ponto quente”, padarias que não manipulam nem produzem nada, apenas comer-
cializam. “É mais fácil montar a área de vendas, pois na produção tem toda vistoria da
Anvisa. Terceirizar é não ter gasto com mão de obra, equipamentos, água, luz e espaço”,
ressalta Samara Trevisan Coelho (2002), professora do curso de extensão universitária
Mestre Padeiro Internacional, do Centro Universitário Senac - Santo Amaro.
Assim como algumas padarias trabalham apenas como ponto de comercialização,
outras resolveram baixar as portas e somente fabricarem para abastecer estabelecimentos.
Além dos produtos frescos, elas também ofertam, assim como as grandes indústrias,
pães congelados, que têm se apresentado hoje como uma tendência forte e crescente.
O mercado aprimorou as técnicas de congelamento e hoje oferece toda a variedade de
opções, o que há algum tempo não era possível. “Há uma linha de congelados com alta
qualidade. Hoje existe tecnologia para trabalhar com alta produção e ter uma vitrine
sempre fresca. Temos todos os produtos da linha de padaria prontos congelados, per-
mitido pelo avanço da tecnologia e conhecimento técnico”, diz Samara.
As misturas pré-prontas, apesar de ainda utilizar mão de obra e espaço, agilizam os
processos, não exigem tanto conhecimento técnico e reduzem o número de funcionários.
Existem tanto pré-misturas mais acessíveis como de alta qualidade. É possível atingir o
objetivo de ter uma vitrine com variedade e qualidade através das misturas. Entretanto,
Cozinha Natural e Produção de Ingredientes
leitura complementar
Tendências
Na contramão do desenvolvimento das padarias multifacetárias, vem ocorrendo o
aumento das padarias boutique que produzem pães artesanais, especialmente em São
Paulo, pois, como destaca Fabiano Xavier, as padarias modernas estão perdendo sua
identidade e personalidade. “Vemos muita pasteurização, mas pouca segmentação.
Acredito que haverá um mercado muito grande para a segmentação. Pães com fermento
natural, farinhas hipoalergênicas, já são realidade há décadas na Europa e Estados Unidos.
Lojas de cupcakes, de pão de queijo, de brigadeiros, confeitarias voltadas somente para
diet e light, padarias totalmente integrais”. Para Samara Trevisan, a oferta de produtos
especíicos, especialmente com apelo mais saudável, como massas sem glúten e lactose,
é uma tendência [...].
atividades de estudo
1. Na gastronomia, vários movimentos são criados de forma a promover maior
apreciação da comida, do produtor e da produção. Dentre os movimentos gas-
tronômicos, descreva: o que é slow food? E comfort food?
referências
AURÉLIO, H. B. Míni Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa. 8. ed. São Paulo: Positivo
Editora, 2010.
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução nº 18, de 30 de abril de 1999.
Estabelecer as Diretrizes básicas para análise e comprovação de propriedades funcionais e ou de
saúde alegadas em rotulagem de alimentos. Diário Oicial da República Federativa do Brasil, 1999.
______. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Guia alimentar para a população bra-
sileira: promovendo a alimentação saudável. 2. ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2014. Disponível
em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_alimentar_populacao_brasileira_2ed.pdf>.
Acesso em: 06 out. 2017.
______. Ministério da Saúde. Vigitel Saúde Suplementar: vigilância de fatores de risco e proteção
para doenças crônicas por inquérito telefônico. Brasília: Agência Nacional de Saúde Suplementar;
Ministério da Saúde, 2017.
______. Ministro de Estado da Agricultura e do Abastecimento. Instrução Normativa nº 7, de 17
de maio de 1999. Dispõe sobre Normas disciplinadoras para a produção, tipiicação, processamen-
to, envase, distribuição, identiicação e certiicação da qualidade de produtos orgânicos, sejam de
origem animal ou vegetal. Diário Oicial da República Federativa do Brasil, 1999.
______. Presidência da República. Decreto nº 3.871, de 18 de julho de 2001. Disciplina a rotula-
gem de alimentos embalados que contenham ou sejam produzidos com organismos geneticamente
modiicados. Diário Oicial da República Federativa do Brasil, 2001.
______. SVS/MS. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância Sanitária. Portaria nº 31, de 13 de
janeiro de 1998. Aprova o Regulamento Técnico referente a Alimentos Adicionados de Nutrientes
Essenciais. Diário Oicial da República Federativa do Brasil, 1998.
______. SVS/MS. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância Sanitária. Portaria nº 29, de 13 de
janeiro de 1998. Aprova o Regulamento Técnico referente a Alimentos para Fins Especiais. Diário
Oicial da República Federativa do Brasil, 1998.
BURKHARD, G. K. Novos caminhos da alimentação: conceitos básicos para uma alimentação
sadia. São Paulo: CLR Baliero, 1984.
COELHO, T. Alimentos: Propriedades Físico-Químicas. 2. ed. Rio de Janeiro: Cultura Médica, 2002.
GUEDES, F. L. A.; ANDRADE, M. O. A cozinha natural como lugar de reencantamento do corpo
feminino. Demetra, v. 11, n. 4, p. 897-916, 2016.
Cozinha Natural e Produção de Ingredientes
referências
ORNELAS, L. H. Técnica Dietética: seleção e preparo de alimentos. 8. ed. São Paulo: Atheneu, 2006.
SAVIOLI, G.; CALEFFI, R. Escolhas e impactos: gastronomia funcional. 7. ed. São Paulo: Edições Loyola,
2013.
Referências On-line
1
Em: <http://foodmagazine.com.br/noticia-food-service/alimentacao-saudavel>. Acesso em: 6 ago.
2017.
2
Em: <http://vocemaisitness.com/2016/03/16/industrializados-do-bem/>. Acesso em: 6 ago. 2017.
3
Em: <http://lixozero.org/v2/compostagem-o-ciclo-do-prato-ao-prato/>. Acesso em: 6 ago. 2017.
4
Em: <https://www.foodmagazine.com.br/noticia-food-service/a-evolucao-das-padarias>. Acesso
em: 6 ago. 2017.
1.
gabarito
• Slow food é um movimento que tem como objetivo promover uma maior
apreciação dos alimentos, melhorando a qualidade das preparações e um
sistema produtivo que valorize o alimento, o produtor e o meio ambiente. É
uma contraposição ao fast food;
• Já comfort food, ou comida afetiva, á uma tendência em alimentação saudável
e natural que traz aconchego e valoriza as receitas familiares e tradicionais, ou
seja, que lembra a infância e o costume.
2.
Cada vez mais a população está se preocupando com o envelhecimento saudá-
vel, então, além de adotar novos hábitos de vida, como a prática de atividades
físicas, a alimentação também vem sendo cuidada. Dentre as preocupações com
a alimentação, tem-se a de evitar alimentos industrializados e valorizar alimentos
naturais, que concentram sabor e maior quantidade de nutrientes.
3. B.
Produção de Alimentos Naturais e
sua aplicação nas Dietas Vegetarianas
THANISE PITELLI PAROSCHI
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
Objetivos de Aprendizagem
• Diferenciar os tipos de vegetarianos.
• Identiicar as vertentes da cozinha vegetariana.
• Introduzir sobre a produção de ingredientes naturais.
• Abordar as ervas e especiarias como forma de diversiicar as pre-
parações elaboradas.
51
Introdução
Olá aluno(a), nesta unidade, vamos conhecer um pouco sobre os tipos de dietas vegetarianas que
existem. Vale ressaltar que a cozinha natural não é, obrigatoriamente, uma cozinha vegetariana,
porém, é uma cozinha onde o consumo de ingredientes naturais é prioridade.
Além disso, também vamos abordar a produção de ingredientes, ainal, é essencial que um
estudante de gastronomia e um cozinheiro entenda de onde vêm os ingredientes, não é?
Quando vamos fazer uma receita, nos dirigimos até um mercado e os ingredientes que pre-
cisamos estão lá, postos na gôndola. Porém, quanto tempo demorou para esse ingrediente ser
cultivado? Qual o caminho que ele percorreu? Porém, a diferença entre os diferentes alimentos?
Essas perguntas, muitas vezes, não somos capazes de responder. Por isso, vamos falar sobre a
horta de alimentos, promovendo uma discussão sobre a relação do homem com os alimentos por
meio da forma de cultivo, determinando importantes elementos de qualidade e variedade destes.
Falando em variedade, não faz muito tempo que os temperos mais comuns eram apenas o
sal, a pimenta e, talvez, o colorau, não é?
As ervas frescas icavam restritas a um pé de hortelã ou salsa no fundo do quintal. Porém,
graças ao grande movimento étnico e à movimentação de pessoas pelo mundo, hoje existe uma
abundância de ervas, temperos e sementes associadas às mais diversas cozinhas.
E é impossível comparar o sabor e o frescor que é gerado pelas ervas frescas. Por isso, vamos
abordar as diferentes ervas e especiarias existentes, de modo a ampliar o conhecimento e a
criatividade na elaboração de receitas na cozinha natural.
GASTRONOMIA • UNICESUMAR 53
Vertentes da
Cozinha Vegetariana
2º MOTIVO
Existem diversos motivos para que se adote uma
dieta vegetariana, já que aderir a esse estilo ou Questões religiosas
essa ilosoia de vida engloba motivos que in- Muitas religiões indicam a adoção de uma dieta
cluem fatores racionais e emocionais. Couceiro, vegetariana. Não é questão de pecado, mas sim
Slywitch e Lenz (2008) descreveram os princi- de não violência ou de opção mais saudável. Por
pais, que serão citados a seguir: exemplo: Adventistas do sétimo dia, Budistas,
entre outras.
1º MOTIVO
3º MOTIVO
Respeito pelos direitos dos animais
Esta é uma das questões mais pertinentes para Economia
que uma pessoa decida se tornar vegetariano: Ao adotar a alimentação vegetariana, tem-se
querer proteger os animais. Muitos airmam que uma base alimentar mais barata, principalmente
não somos superiores a nenhum outro ser vivo, pela facilidade de plantar vegetais na horta de
por isso, deveríamos respeitar a vida do próximo. casa. Além disso, os alimentos processados de
O respeito pelo direito dos animais também origem vegetal normalmente são feitos dentro
inclui questões éticas e paciismo; já que o homem de casa, como o tofu.
não é superior aos animais, ambos devem coexis-
4º MOTIVO
tir. Além disso, por respeito aos animais, deverí-
amos ser contra o coninamento, a utilização de Questões ecológicas
rações artiiciais, utilização de medicamentos e A agricultura animal consome recursos naturais
hormônios, bem como os maus-tratos. de forma ineiciente, contribui para o desmata-
mento e produz grande quantidade de dejetos
que podem contaminar a água e o ar. Assim, ao
adotar uma alimentação à base de vegetais, pode-
-se racionalizar a utilização de recursos naturais,
tornando o elo da cadeia alimentar menor.
Horta de
Alimentos
Após reletir sobre isso, vamos conhecer um horta determina que este é um local onde são
pouco sobre a evolução e o surgimento das cultivadas variedades de hortaliças e outras
hortas? plantas, como, por exemplo, as ervas condi-
O comportamento nômade praticado, ini- mentares e aromáticas.
cialmente, pelo homem era um modo de vida Segundo Ferguson (2006), em geral, as
bastante precário, ainal, era caracterizado pelo hortas são feitas nos quintais e terrenos pró-
deslocamento atrás da caça, e o caçador pre- ximos de casas e cidades, porém existem ainda
cisava de quilômetros para encontrar apenas aquelas que podem ser instaladas em terrenos
estritamente o que era necessário para sua maiores ou em vasos e caixotes.
alimentação. Existem vários tipos de hortas, dependendo
A relação entre o homem e a natureza sofreu do tamanho, do número de hortaliças cultivadas
profunda modiicação quando este percebeu a pos- e também do seu objetivo, que varia da explora-
sibilidade da semente se multiplicar e dar origem à ção comercial ao consumo doméstico.
planta, já que cultivar a terra e tirar dela os alimen- Para que seja possível plantar uma horta,
tos foi uma das descobertas mais importantes do a primeira regra é escolher um local adequado,
homem pré-histórico. Por meio da plantação, ele sendo ideal um local que receba luz do sol por, no
descobriu uma nova forma de sobrevivência. mínimo, cinco horas diárias, e os canteiros devem
Desde então, as sementes são portadoras ser feitos na direção norte-sul ou, então, voltados
da vida, são esperança e prosperidade, são o para o norte, visando o melhor aproveitamento
alimento e entendimento ao mesmo tempo. do solo. O ideal, ainda, é dar preferência a um
Como vimos em todo o livro, a utilização de local que tenha fonte de água potável próxima.
produtos frescos, orgânicos e de origem conheci- As dimensões do canteiro podem variar,
da é capaz de promover a saúde e fornecer uma sendo que a largura deve possibilitar o trabalho
cozinha mais natural, já que as frutas, hortaliças, no canteiro de um lado só (por isso, o interes-
ervas e especiarias são fonte de itonutrientes sante é veriicar sempre o alcance do braço) e o
e possuem propriedades poderosas (BAYLEY, comprimento deve se adaptar à área disponível.
2013). Assim, a instalação e a manutenção de Quanto à construção, podem ser cercadas
hortas domésticas e nos estabelecimentos podem por tijolo, tábuas ou construídas em alvenaria,
fazer com que tais objetivos sejam atendidos. o que facilita sua organização. Deve-se lembrar
A palavra horta deriva do latim “hortus”, sempre de assegurar a drenagem natural da
que signiica uma propriedade cercada de muros, água, deixando passagem para o escoamento
horto, jardim. Somado a isso, a deinição de do excesso de água.
GASTRONOMIA • UNICESUMAR 61
Cozinha Natural e Produção de Ingredientes
Para deinir o que plantar, deve-se esco- visto como um organismo vivo que vai interagir
lher sementes de boa qualidade, que estejam com a vegetação em todas as fases do seu ciclo
disponíveis no mercado e, ao comprá-las, é im- de vida.
portante veriicar os dados de validade, pureza No solo, temos o aspecto físico, que se di-
e percentual de germinação. Ao avaliar correta- ferencia pela textura e estrutura. A textura se
mente essas informações, pode-se determinar deine pelo tamanho dos grumos que são for-
o sucesso da horta. mados, pois o solo possui diferentes quantida-
Ainal, cada hortaliça possui suas caracte- des de areia, argila, matéria orgânica, água, ar
rísticas especíicas em relação ao seu ciclo de e minerais e a forma como esses componentes
vida, plantio, necessidade de água diária e, até se organizam representa a sua estrutura. Um
mesmo, de nutrientes do solo. Portanto, é im- solo bem-estruturado deve ser fofo e poroso, de
portante organizar esse ciclo de acordo com o modo a permitir a penetração da água e do ar,
que você pretende plantar, assim, cada semente assim como de pequenos animais e das raízes
deve ser analisada de acordo com as suas carac- que irão auxiliar na ixação da planta.
terísticas: condições ambientais da área e do Outro aspecto a ser considerado é o químico,
plantio, escolha da melhor variedade, desen- que é relacionado com os nutrientes que irão ser
volvimento da planta, resistência ao ataque de absorvidos pelas plantas por meio de suas raízes.
pragas e doenças, além da produtividade, com No sistema orgânico, os nutrientes podem ser su-
aspecto do produto inal e sabor. pridos por meio da adição da matéria orgânica, o
Depois de comprar as mudas, sua passagem que é feito na compostagem (já abordamos este
para o canteiro só pode ser realizada quando assunto na leitura complementar).
a planta já tiver folhas e raízes desenvolvidas. Quanto ao aspecto biológico, trata-se dos
Em uma horta, podem ser plantados dife- microrganismos existentes no solo, que irão
rentes tipos de hortaliças, como as raízes (ce- atuar, também, nos aspectos físico-químicos
noura, rabanete, batata doce), os bulbos (alho, do mesmo. A vida no solo só é possível com
cebola), as folhas (almeirão, chicória, couve, disponibilidade de água, ar e nutrientes, assim,
espinafre, repolho), frutos (berinjela, tomate, quando são encontrados organismos vivos, há
pepino, pimentão, jiló, quiabo, abóbora), as um indício de boas condições.
lores (couve-lor, brócolis) e ervas (manjericão, Os microrganismos são os principais agen-
alecrim, mostarda, orégano, cebolinha, coentro). tes de transformação dos nutrientes, tornan-
O tipo de solo é um fator primordial para a do-os disponíveis para absorção pelas raízes da
produção de uma horta, já que o solo deve ser planta. No solo, encontramos macronutrientes
GASTRONOMIA • UNICESUMAR 63
que são representados por fósforo, potássio, realizada sempre nas horas mais frescas do dia.
nitrogênio, cálcio, magnésio e enxofre, estes são Uma forma de determinar a necessidade
considerados macronutrientes, pois são exigi- de regar é veriicar a umidade do solo em uma
dos em maiores quantidades. Vale ressaltar que profundidade média de 10 cm.
existem, ainda, os micronutrientes que, apesar Deve-se atentar, ainda, ao crescimento de
de serem necessários em menores quantidades, ervas invasoras que, ao mesmo tempo em que
também são vitais, como é o caso do cobre, do possui aspectos positivos, pode atrair insetos,
sódio, do ferro e do zinco, por exemplo. cobrir o sol e produzir massa verde, utilizada
A irrigação é responsável pela parte da água para o desenvolvimento da cultura, e pode com-
que a planta irá absorver e possui funções diver- petir por água e nutrientes, bem como pela in-
sas: fornecer água para a germinação da semente, solação. Assim, atentar-se ao crescimento da
para o desenvolvimento da planta e até solubilizar cultura em relação às pragas é essencial.
os nutrientes do solo para que ocorra a absorção. No que se refere ao controle de pragas, con-
Plantas de pequeno porte são mais sensíveis sidera-se o ataque de insetos que causem danos
à falta de água e de ar, portanto necessitam ser sérios à plantação ou, então, que reduzam a
regadas diariamente, sendo aconselhável uma fre- produção, assim, não há necessidade de controle
quência de duas vezes ao dia. A irrigação deve ser enquanto não houver dano.
GASTRONOMIA • UNICESUMAR 65
Ervas e
Especiarias
Sua contribuição não se limita apenas a me- Qualquer condimento deve ser utilizado com
lhorar o sabor das preparações, mas também cuidado para não mascarar o sabor do alimento,
pode adicionar calorias e outras características pois seu papel é o de realçar ou de incluir um
que dependem de suas qualidades funcionais. leve toque de sabor diferenciado.
Atualmente, as ervas e especiarias utilizadas
como condimentos também possuem efeitos
importantes para a saúde, gerados pelos com-
postos bioativos que atuam como antioxidantes,
anti-inlamatórios, digestivos etc.
Existem, ainda, as substâncias usadas como Na disciplina de Garde Manger, você terá
condimentos que auxiliam na conservação de a oportunidade de realizar preparos uti-
lizando técnicas de salga, conservação e
alimentos, como o sal e o vinagre. Algumas ervas
utilização de ervas e temperos em deter-
ainda possuem substâncias que as protegem minadas receitas especíicas da cozinha
contra os microrganismos. fria. Não deixe de praticar!
Classiicação
Obviamente, as ervas mais cultivadas normal- Caro(a) aluno(a), outra dica importante é tor-
mente são hortelã, cebolinha e salsinha, porém, rá-los (depois de triturados) em uma frigidei-
deve-se considerar igualmente o cultivo de to- ra, pois isso intensiica ainda mais o aroma.
milho, manjericão, orégano ou manjerona. Se
possível, ainda, cultive coentro, alecrim, louro
e pimentas, já que todos eles são utilizados em
diversas receitas.
Em alternativa ao cultivo, podemos adquirir
estes no supermercado, mas vale ressaltar que,
depois de adquiridos, deve-se ter a utilização o
Na ausência das ervas frescas tem-se as
mais rápido possível, já que as ervas aromáticas ervas secas, que podem ser uma boa al-
secas perdem seu aroma muito rapidamente. Por ternativa. Porém, elas tendem a ser mais
isso, é interessante comprar pequenas quantida- fortes e intensas e perdem seu sabor e
aroma muito rapidamente. Por isso, compre
des de cada vez e conservá-las sempre em local
sempre pequenas quantidades, guarde em
fresco e afastado da luz direta do sol. Visando local fechado e abrigado da luz e use-as
melhorar ainda mais o aroma e sabor das es- com cautela.
considerações inais
Q
uerido(a) aluno(a), nesta unidade, conhecemos as características das principais
vertentes da cozinha natural, bem como as principais ervas e condimentos
existentes e, com isso, podemos inovar na criação de receitas, bem como am-
pliar nossa relação com os ingredientes e utilizar o máximo de ingredientes
naturais possível.
Vale lembrar que a gastronomia não se restringe à arte de elaborar e cozinhar novas
receitas. A gastronomia engloba o conhecimento (e cultivo) dos ingredientes, como sua
origem, produção, forma de obtenção e, assim, o conhecimento das ininitas possibili-
dades de inserção em receitas; portanto, para trabalharmos com a gastronomia, temos
que estar dispostos a conhecer intimamente os nossos ingredientes.
Você já se atentou ao fato de que a manutenção de hortas próprias é uma tendência
nos restaurantes atualmente? Servir uma salada com ingredientes cultivados e colhidos
pelo próprio cozinheiro faz toda a diferença no frescor, no cuidado, no amor e até na
valorização do produto por parte do cozinheiro, da equipe e, principalmente, pelo cliente.
Conhecer o ciclo produtivo, as diiculdades, o tempo e a dedicação necessários faz
com que todos os envolvidos valorizem cada vez mais os pratos criados, a manipulação
dos alimentos e com isso, nota-se até a diminuição do desperdício.
Além de obter alimentos livres de agrotóxicos e produzidos com amor e respeito ao
meio ambiente e ao cliente, estes ganham, também, em sabor, mais frescor e nutrientes.
Aluno(a), espero que com esses conhecimentos você possa entender e valorizar o fato
de que o mise en place não começa na cozinha, começa na terra, junto com o produtor. Por
que utilizar temperos prontos, industrializados, se podemos criar pratos ininitamente
mais verdadeiramente saborosos e nutritivos quando utilizamos ingredientes frescos e
cultivados com carinho? Pense nisso.
GASTRONOMIA • UNICESUMAR 77
leitura complementar
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
O Brasil produz 241.614 toneladas de lixo por dia, onde 76% são depositados a céu
aberto, em lixões, 13% são depositados em aterros controlados, 10% em usinas de reci-
clagem e 0,1% são incinerados. Do total do lixo urbano, 60% são formados por resíduos
orgânicos que podem se transformar em excelentes fontes de nutrientes para as plantas.
A compostagem é um processo que pode ser utilizado para transformar diferentes
tipos de resíduos orgânicos em adubo que, quando adicionado ao solo, melhora as suas
características físicas, físico-químicas e biológicas.
Consequentemente se observa maior eiciência dos adubos minerais aplicados às
plantas, proporcionando mais vida ao solo, que apresenta produção por mais tempo e
com mais qualidade. Portanto, a redução do uso de fertilizantes químicos na agricultura,
a proteção que a matéria orgânica proporciona ao solo contra a degradação e a redução
do lixo depositado em aterros sanitários pelo uso dos resíduos orgânicos para compos-
tagem, contribuem para melhoria das condições ambientais e da saúde da população.
A técnica da compostagem foi desenvolvida com a inalidade de acelerar com qua-
lidade a estabilização (também conhecida como humiicação) da matéria orgânica. Na
natureza a humiicação ocorre sem prazo deinido, dependendo das condições ambientais
e da qualidade dos resíduos orgânicos. Na produção do composto orgânico vários passos
devem ser seguidos, onde diversos questionamentos vão surgindo.
leitura complementar
de jardim, restos de grama etc. Caso tenha disponibilidade de esterco de animais, como
boi, galinha, porco etc., a sua utilização como fonte de microrganismos decompositores
acelera a formação do composto.
leitura complementar
de serragem e depois outra com restos de comida novamente, assim sucessivamente até
esgotarem os resíduos.
Ou seja, deve-se intercalar as camadas de restos de cozinha e de plantas secas. O
tempo que o processo pode levar depende do tipo de resíduos orgânicos utilizados.
Intercalar camadas com esterco de qualquer animal é muito interessante, pois o mesmo
funciona como inóculo de microrganismos e o processo tende a ser muito mais rápido.
A cada camada montada deve-se irrigar sempre. Isso é fundamental para dar condi-
ções ideais para os microrganismos transformarem e decomporem os resíduos orgânicos.
A primeira e última camada devem ser de restos de capinas ou outro tipo de palhada.
Outra forma de compostagem consiste em se misturar uniformemente todos os
resíduos orgânicos, formando uma pilha e cobrindo com palha.
atividades de estudo
2. Qualquer condimento deve ser utilizado com cuidado para não mascarar o sabor
do alimento, pois seu papel é o de realçar ou de incluir um leve toque de sabor
diferenciado. Esse cuidado deve ser redobrado ao utilizar as ervas na forma
seca. Para o preparo de um molho, você adicionaria a erva seca no início ou
no inal da preparação?
3. Sabe-se que o grande volume de resíduos gerados pela população está se tornando
uma grande diiculdade para nosso País, por isso a coleta seletiva e a reciclagem
do lixo estão sendo cada vez mais incentivadas. Sobre isso, explique: por que a
compostagem pode auxiliar na preservação da natureza?
Cozinha Natural e Produção de Ingredientes
referências
Referências On-line
1
<http://www.ibope.com.br/pt-br/noticias/paginas/dia-mundial-do-vegetarianismo-
-8-da-populacao-brasileira-airma-ser-adepta-ao-estilo.aspx>. Acesso em: 22 jul. 2017.
1. Por conter ovo em sua composição, essa receita pode ser indicada
para os ovo vegetarianos e os ovo-lacto-vegetarianos.
gabarito
• Frutas
• Hortaliças
• Oleaginosas, cogumelos e algas
Objetivos de Aprendizagem
• Conhecer diferentes variedades de frutas e hortaliças existentes.
• Abordar as plantas alimentícias não convencionais.
• Aprender a preparar brotos.
• Diferenciar tipos de oleaginosas, cogumelos e algas.
85
Introdução
Caro(a) aluno(a), nesta unidade, vamos trabalhar a grande variedade de ingredientes existentes,
que são utilizados para ampliar a criatividade e a inovação de preparações na cozinha natural, de
modo a entender que elaborar refeições naturais é uma tarefa muito mais fácil do que se imagina.
Vale ressaltar que existe profunda correlação entre a procedência e a qualidade dos ingredien-
tes, uma vez que, para saber se o alimento é coniável, é importante conhecer a sua produção.
Para isso, precisamos conhecer como eles crescem e como são produzidos e cultivados, ainal,
cada vez temos contato mais distante com a natureza.
Por isso, é extremamente importante conhecer a diferença entre um vegetal pequeno e este
mesmo vegetal um pouco maior, bem como a diferença entre os sabores nos diferentes graus
de maturação, por exemplo, a diferença entre uma alcachofra pequena e uma que cresceu um
pouco mais.
A falta de conhecimento sobre os tipos de alimentos (incluindo frutas, verduras e legumes)
também acontece devido aos alimentos ultraprocessados serem encontrados em toda parte,
sempre acompanhados de muita propaganda, descontos e promoções. Hoje, os hábitos são
construídos nas agências de publicidade e marketing das indústrias alimentícias.
Por esse motivo, o modo de comer atual é marcado pela padronização do gosto, com grande
oferta de alimentos artiiciais, cheios de agrotóxicos e transgênicos, bem como os prontos para
o consumo.
Por esse motivo, é fundamental enfrentar as contradições do sistema alimentar moderno para
preservar o que se come, quando se come e com quem se come, e o proissional da gastronomia
deve sempre conhecer a grande variedade de ingredientes existentes, por isso, nesta unidade,
trabalharemos com as frutas, verduras, algas e cogumelos existentes.
GASTRONOMIA • UNICESUMAR 87
Frutas
De terceira
Esta classe é destinada a ins industriais,
é constituída por frutas que não foram
incluídas nas classes anteriores, mas que
preservam suas características. Não se
exige uniformidade de tamanho, cor, grau
de maturação e conformação. São acei-
tas frutas com rachaduras cicatrizadas,
pequenos defeitos e manchas na casca.
GASTRONOMIA • UNICESUMAR 89
Grande parte das frutas nasce em árvores, classiicá-las em simples, agregadas, múltiplas
como é o caso da jaca, manga, ameixa, laranja ou acessórias. As simples têm como caracterís-
e maçã, mas há, também, aquelas que crescem tica o desenvolvimento a partir de um único
em plantas rasteiras, como é o caso do moran- ovário de uma lor, sendo conhecidas as frutas
go, do melão e da melancia; existem, ainda, com bagas (laranja e banana) ou drupas – frutas
as que se desenvolvem em vegetais da família com caroço (cereja, pêssego e ameixa (ARAÚJO
das bromélias, caso do abacaxi. Ainda temos et al., 2009).
as que nascem em plantas trepadeiras, como Agregadas são as que se desenvolvem a
a uva e o kiwi. partir de uma lor com muitos ovários e é o
A fruta se desenvolve a partir do ovário caso da amora e da framboesa. A classiicação
(o órgão feminino) da lor e tem a função de múltipla é para a fruta que se desenvolve a partir
proteger as sementes. Quando esta amadurece, do ovário de muitas lores, como o abacaxi. Já
cai no solo ou, então, é carregada por animais, acessórias são as frutas que se originam de
vento ou água, podendo originar uma nova outras partes das plantas e não de seu ovário,
planta. A classiicação botânica das frutas pode como a maçã e a pera.
BRASIL
américa central
sudeste asiático
BRASIL
AMAZÔNIA
'
América do norte
india e china
europa e oriente medio
Cozinha Natural e Produção de Ingredientes
Hortaliças
Segundo Ornelas (2006), do ponto de vista ge- • Sementes: ervilha, vagem, feijão verde
nético, compreendem partes comestíveis da e milho verde.
planta: as raízes tuberosas, tubérculos, caules, • Tubérculos e raízes: beterraba, cenou-
folhas, lores, frutos e sementes. São vulgarmen- ra, nabo, rabanete, aipim, batata, cará
te conhecidas por verduras (parte comestível de e inhame.
cor verde); legumes (frutas e sementes), tubér- • Bulbos: alho-poró, alho e cebola.
culos e raízes (parte subterrânea das espécies), • Flores: alcachofra, brócolis, couve-lor e
bulbos e talos, sendo que várias partes das plan- lor de abóbora.
tas são utilizadas como alimentos. • Frutos: abóbora, berinjela, chuchu, jiló,
Ainda segundo a autora, a classiicação botâ- maxixe, moranga, pepino, pimentão,
nica dessas partes de vegetais tem a vantagem de quiabo e tomate.
indicar características de estruturas e composição • Caules: acelga, aipo, aspargo e ruibarbo.
química, que determinam a forma de preparação
a ser escolhida, pois partes diferentes da planta A distinção entre folhas, lores, sementes e
tem teores diferentes de água, proteínas, vitami- frutos é facilmente identiicada por se tratarem
nas, minerais e carboidratos. São elas: de diferentes constituintes da planta, porém, é
• Folhas: acelga, agrião, aipo, alface, almei- importante ressaltar a diferença entre raízes,
rão, azedinha, caruru, couve, espinafre, tubérculos e bulbos.
mostarda, repolho, salsa e serralha. Veja na igura a seguir:
Caule
Caule
Raiz
Caule
Raiz
Raiz
Figura 1 - Raízes, tubérculos e bulbos
Fonte: Adaptado de Colégio Ecologia (s/d, on-line)1.
GASTRONOMIA • UNICESUMAR 107
• Raízes tuberosas: a raiz principal é Isto é, a raiz tuberosa é uma única raiz desenvol-
muito mais desenvolvida. vida; tubérculos são vários botões desenvolvidos
• Tubérculos: o órgão de reserva cresce em na raiz de uma mesma planta; e bulbo tem o caule
saliências do caule e, em geral, apresenta desenvolvido, abaixo dele seguem as inas raízes,
forma oval. A característica que o dife- conforme pode ser visto na igura anterior.
rencia é a presença de botões vegetativos Você sabe quanto tempo demora para a
(ou gemas), popularmente chamados de produção das hortaliças?
olhos. Na tabela a seguir, veremos em quantas
• Bulbos: estruturas subterrâneas forma- semanas após a semeadura é possível iniciar
das por folhas modiicadas, chamadas a colheita das hortaliças mais comumente
catailos, e caule. encontradas.
As semanas são contadas a partir do dia da semeadura Intervalo entre
Produtos S=semeadura G=germinação T=transplante IC=início da colheita FC=im da colheita semeaduras
00 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
Abóbora S G IC FC 4 semanas
Abobrinha S G IC FC 3 semanas
Acelga S G T IC FC 2 semanas
Agrião S G T IC FC 2 semanas
Alface S G T IC FC 1 semana
Berinjela S G T IC FC 5 semanas
Beterraba S G IC FC 2 semanas
Brócolis S G T IC FC 2 semanas
Cebola S G T IC FC 2 semanas
Cebolinha S G T IC permanente
Cenoura S G IC FC 2 semanas
Couve S G T IC permanente
Couve-lor S G T IC FC 1 semana
Ervilha S G T IC FC 1 semana
Espinafre S G IC FC 4 semanas
Melancia S G T IC FC 2 semanas
Nabo S G T IC FC 2 semanas
Pimentão S G T IC FC 5 semanas
Quiabo S G IC FC 6 semanas
Rabanete S G IC FC 1 semana
Repolho S G T IC FC 2 semanas
Rúcula S G IC FC 2 semanas
Salsa S G IC permanente
Tomate S G T IC FC 5 semanas
Tabela 1 - Prazos para a produção de hortaliças
Fonte: Portal da Agricultura Urbana (2017, on-line)2.
GASTRONOMIA • UNICESUMAR 109
O Brasil é um País com ampla capacidade de produção estimada pelo Instituto Brasileiro de
produção agrícola. Veja só o levantamento da Geograia e Estatística - IBGE (2017):
O Brasil possui fácil acesso aos alimentos por Por esse motivo, conhecer as características dos
se tratar de um País tropical, mas é visto como alimentos é essencial. Assim, pode-se selecio-
o “País do desperdício”, no qual o desperdício ná-los adequadamente, evitando o desperdício,
de alimentos atinge números cada vez maiores, além de possibilitar que se conheça suas partes,
enquanto que grande parte da população está criando novas opções de preparações.
na pobreza e com sérios distúrbios nutricionais Evangelista (2002) airma que a escolha e
relacionados à má alimentação. O crescimento a compra dos alimentos são operações interli-
mundial da população, mesmo amparado pelos gadas com o propósito fundamental de propor-
rápidos avanços da tecnologia, demonstra que o cionar ao indivíduo seu alimento ideal.
desperdício é uma atitude injustiicável (MESA Então, vamos conhecer as características
BRASIL, 2003). das verduras e legumes, conforme ressaltado
por Philippi (2014) e Ornelas (2006).
Abóbora
É um legume anual, rasteiro, cuja origem é con-
traditória, já que há informações de seu cultivo
no sul da Ásia há cerca de 2000 anos, porém,
Diariamente são desperdiçados cerca também foi utilizada como alimento na América
de mil toneladas de alimentos nas feiras
antes da chegada dos europeus. Ao grupo das
livres e 15 a 50% dos alimentos nos
bares, lanchonetes, restaurantes e ains. abóboras pertencem a abóbora rasteira, moran-
Nesta cadeia, o consumidor também ga e abobrinha, também chamada de abobrinha
contribui para a lotação da lixeira, pois
italiana. De forma e tamanho variáveis, estas
cerca de 60% dos alimentos adquiri-
dos nas residências vão para o lixo. Todo
podem ser alongadas, arredondadas ou acha-
esse desperdício daria para alimentar tadas, de casca lisa ou rugosa.
mais de 30 milhões de pessoas durante • A Abóbora rasteira é uma planta trepa-
um ano, quase o suiciente para acabar
deira, de grandes folhas verdes e lores
com a fome no Brasil, pois mais de 32
milhões de brasileiros vivem em situa- amareladas, pode ser branca, verde-ama-
ção de miséria, sem uma alimentação rela, alaranjada ou avermelhada. Para ser
adequada. utilizada, deve ser submetida à cocção,
Fonte: Mesa Brasil (2003). podendo ser consumida refogada, cozida
e em sopas, tanto em preparações doces
como salgadas.
GASTRONOMIA • UNICESUMAR 111
seu talo, maior será a parte aproveitada. Pode 2 a 3 m de comprimento. Já a sua rama,
ser consumido como tempero ou como recheio que pode ser verde ou arroxeada, tem
de tortas, sopas e saladas. folhas em forma de coração. É consu-
mida cozida, em saladas ou como purê.
Almeirão
É uma hortaliça da mesma família da chicória e Berinjela
da alface, cresce espontaneamente na Europa, É um legume originário da Índia, uma hortaliça ar-
no norte da África e em grande parte da Ásia. bustiva anual, muito conhecida no mundo inteiro,
Semelhante à chicória, possui folhas estreitas da qual é consumido o fruto, uma baga longa ou
e alongadas e sabor amargo. semilonga, que possui formato arredondado. A va-
riedade mais conhecida é a berinjela da casca roxa,
Aspargo porém existem as de coloração branca e creme.
Essa hortaliça possui sabor delicado e existem
três variedades: o violeta, de coloração arroxe- Beterraba
ada e textura mais rija; o branco, que possui É um legume originário da Europa, cuja raiz
sabor delicado; e o verde, que é comercializado tuberosa é vermelho-escura, arredondada e
in natura ou em conserva, este último é o mais achatada. É consumida crua ou cozida.
utilizado e compõe sulês, saladas, cremes e
sopas. Brócolis europa
Cenoura Couve-de-bruxelas
É uma raiz comestível, originária da região do É uma hortaliça derivada da couve selvagem,
Mediterrâneo e do sudoeste da Ásia, com for- originária da Europa depois de séculos de ma-
mato alongado e sabor levemente adocicado, nipulação, seu cultivo assumiu a forma de pe-
possui alto teor de betacaroteno, um pigmento quenos repolhos globulares, provenientes das
alaranjado. A cenoura possui até três varieda- axilas das folhas e presos diretamente à base
des, além da cenoura baby, que normalmente alongada. Possui função ornamental e alimen-
é comercializada congelada e enlatada. Podem tícia e é consumida cozida.
ser consumidas cruas ou cozidas, no preparo de
receitas doces ou salgadas. Couve-lor
É originária da Costa do Mediterrâneo e se es-
Chicória palhou pela Europa no início do século XVII,
É uma verdura que cresce em toda a Europa, sendo introduzida no Brasil com a vinda dos
norte da África e em grande parte da Ásia. É primeiros imigrantes italianos. É composta de
uma hortaliça bastante semelhante à alface e lores brancas bem-unidas, rodeadas de folhas
produz folhas soltas, crespas ou lisas. É consu- alongadas, podendo ser consumida cozida na
mida crua ou cozida. forma de saladas, sopas, refogados, gratinados
e sulês.
Chuchu
É um legume originário da América Central, Endívia
possui um fruto com formato de uma grande É uma hortaliça de folhas brancas e coloração
pera, com a parte externa rugosa, e dentro é um pouco amarelada com sabor levemente
bastante úmido. O chuchu é utilizado cozido amargo. É obtida por manipulação humana com
como ingrediente de saladas, sopas e refogados. o cultivo da chicória em um ambiente escuro
(a endívia pode se tornar amarga se exposta
Couve ao sol). Em saladas, é utilizada crua, e também
É uma verdura que cresce espontaneamente na pode ser consumida refogada.
Europa, desde o norte da Itália até a Dinamarca.
Pode ser empregada em diversas preparações e, Ervilha
quando cortada em tiras muito inas e refoga- É uma leguminosa originária da região mediter-
da, acompanha feijoada e diversas receitas da rânea, considerada uma hortaliça quando colhida
cozinha regional Mineira. ainda imatura, ou seja, no período de formação das
Cozinha Natural e Produção de Ingredientes
vagens, quando os grãos não estão completamente consumida cozida ou frita. Após o processo de
desenvolvidos. Existe, ainda, a variedade domi- industrialização, é transformada em farinha,
nada ervilha-torta, onde se consome, também, tapioca, polvilho e também utilizada em pro-
o envoltório do grão de ervilha. Refogada ou em dutos de paniicação.
conserva, a ervilha geralmente é consumida em
sul americana
saladas, sopas e diversas outras preparações. Mandioquinha ou batata-baroa
É uma planta herbácea de raízes e folhas co-
Espinafre mestíveis, sendo utilizada cozida e refogada em
É originário da Pérsia, foi levado para a Espanha sopas, saladas, pães e massas.
e é da mesma família da beterraba e da acelga.
Suas folhas crescem ao redor do caule curto Maxixe americana
e perto do solo. Normalmente, o espinafre é É um vegetal semelhante ao pepino, encontrado
consumido cozido, pois suas folhas são ásperas desde o sudoeste brasileiro até o sul do Estados
quando cruas. Unidos. Produz um fruto globular, alongado e
verde que é tenro quando imaturo, liso ou coberto
Inhame com espinhos macios; pode ser consumido cozido.
É um tubérculo tipicamente tropical, originário
do sul da Ásia, possui polpa branca e normal- Milho-verde méxico
mente é consumido cozido. É uma erva alta, com grãos expostos em espigas,
recobertos por uma capa de folhas verdes. Os
Jiló grãos, em geral, são amarelos, mas podem variar
É um legume que tem origem controversa, já que do branco e alaranjado até vermelho. O milho
se diz ser africana, antilhana ou sul-americana. faz parte do hábito alimentar brasileiro, sendo
Existe o jiló comprido verde-claro e o redondo consumido cozido, na própria espiga, ou na
verde-escuro, ambos de sabor característico e forma de salada, refogados e como ingrediente
amargo; deve ser sempre cozido e, normalmen- de diversas preparações. Além disso, é bastante
te, é consumido refogado, frito ou em saladas. comercializado em conserva.
Mandioca Nabo
Também conhecida como macaxeira, é origi- É uma raiz tuberosa, branco-leitosa, arredon-
nária da América do Sul, era cultivada pelos dada e alongada. Pode ser consumido ralado
índios antes da chegada dos europeus, pode ser ou curtido, em saladas ou como ingrediente
GASTRONOMIA • UNICESUMAR 115
de outras preparações, costuma acompanhar ponta aiada e coloração externa que varia
carnes. Suas folhas também são aproveitadas do branco ao verde-escuro. É consumido
em sopas, refogados e cozidos. refogado e como ingrediente de diversas
A palmeira juçara (Euterpe edulis) é nativa da Mata Atlântica,
enquanto que as outras espécies são da Amazônia. preparações.
Palmito
Obtido da palmeira, conhecida como juçara, no Rabanete
qual apenas o miolo é comestível, é um cilindro Essa planta de raiz carnuda é originária da
de, aproximadamente, 30 cm de comprimento Europa e possui formato globular ou alongado,
e 8 cm de diâmetro. É formado por camadas avermelhado por fora e branco por dentro; pode
sucessivas que variam de cor e espessura, sendo, ser usado em saladas, cru ou curtido, inteiro
geralmente, comercializado em conserva. ou fatiado.
Pepino Repolho
Originário da Ásia, é um fruto verde de formato Originário da Europa e da Ásia ocidental e per-
alongado consumido cru. Os menores e colhi- tencente à mesma família da couve, diferencia-
dos ainda jovens são utilizados para conserva -se pela sobreposição das folhas em formato
(picles). arredondado e completo. Existem três quali-
dades principais: repolho branco, crespo e roxo.
Pimentão Pode ser consumido cozido, refogado ou curtido
É uma planta originária da América Latina e com especiarias.
também é encontrado desde o norte do Chile
até o México, sendo muito apreciado e consu- Rúcula
mido na Europa e na Ásia. Pode ser de diversas É originária da Europa, Ásia Central e do norte
cores: verde, amarelo, vermelho, creme, laranja, da África. Essa verdura possui folhas espessas,
e até roxo. Pode ser consumido cozido, assado, tenras e divididas. É bastante utilizada crua
recheado, em conserva, em saladas ou utilizado em saladas e também como cobertura para
em diversas preparações. pizzas.
Quiabo Tomate
Sua origem é na Etiópia e se trata de uma Originário das regiões andinas do Peru, Bolívia
planta típica do clima tropical; seus frutos e Equador, levado para a Europa pelos coloni-
são como cápsulas curtas ou alongadas, de zadores no início do século XVI. Na América
Cozinha Natural e Produção de Ingredientes
Vagem
Originária da América, foi levada para a
Europa e a Ásia, de onde foi difundida para
todo mundo. Possui um fruto liso e alonga-
do com polpa espessa e pouco ibrosa, é uma
variedade de feijão comum, adaptada para o
consumo como hortaliça. É utilizada cozida,
em saladas ou refogada e como ingrediente de
outras preparações.
Vale ressaltar que as hortaliças sofrem mu-
danças metabólicas após a colheita e durante o
armazenamento, já que só ocorre morte celular
durante a cocção, pois as células se separam, o
ar de dentro das células é expulso e o conteúdo
se coagula, por isso ocorrem modiicações na
textura durante a cocção, além de, logicamente,
ocorrer mudanças na hidratação ou desidra-
tação do alimento conforme o tipo de calor
empregado (COELHO, 2002).
GASTRONOMIA • UNICESUMAR 117
É muito comum pensar que plantas pouco em algumas regiões de Minas Gerais, onde é
conhecidas ou encontradas em lugares inusita- consumida de diversas formas, seja refogada,
dos sejam proibidas para consumo, não é? Por em sopas, no feijão ou em recheios de tortas e
isso, tudo é considerado “mato”, até que se prove salgados (BRASIL, 2010).
o contrário ou que se descubra que é saboroso.
Foi assim que aconteceu com a alface, couve,
rúcula e tudo o que se encontra disponível para
comercialização hoje.
Porém, agora, o que está bastante em alta
são as plantas alimentícias não convencionais
(PANCs).
O termo PANC foi criado em 2008 pelo Biólogo
e Professor Valdely Ferreira Kinupp e se refere
às plantas que possuem uma ou mais partes
comestíveis, sendo elas espontâneas ou cultiva-
das, nativas ou exóticas, que não estão incluídas Figura 2 - Folha de peixinho
Oleaginosas,
Cogumelos e Algas
também é usado em doces e em frios (como outros países. Desde os períodos mais remotos
algumas mortadelas). da história da humanidade, são uma importante
fonte alimentar, já que o homem primitivo já
Nozes colhia os fungos para sua alimentação no perí-
Esse possui a casca bastante rija, isso ocorre odo entre 5.000 a 4.000 a.C. e logo foram uti-
pois o fruto possui apenas uma semente e a lizados como medicamentos (MONTEBELLO
parede do ovário se torna dura na maternida- et al., 2014).
de. Qualquer semente grande, com casca dura Ainda de acordo com os autores, os fungos
e grande quantidade de gordura, além disso, não são plantas, já que não fazem fotossíntese
usada como alimento, pode ser considerada e não possuem cloroila, dependem, então,
como uma noz. Por essa deinição, o pistache de substâncias de outros organismos vivos.
e a castanha de caju também são consideradas Já existem no mercado brasileiro diversas va-
nozes, porém, a noz que estamos acostumados a riedades, de fácil acesso, como, por exemplo,
conhecer é o fruto da nogueira-comum Juglans o shiitake, que é cultivado no Japão há mais
regia L e seu endocarpo. de 2.000 anos. Os cogumelos são conhecidos
como a carne vegetariana por serem ricos em
sais minerais, ferro e vitamina B. Ao comprar,
deve-se sempre dar preferência aos carnudos,
evitando os que apresentam características
Cogumelos enrugadas.
Os cogumelos são fungos comestíveis de muitas É interessante não lavá-los em água cor-
variedades que, além de cultivados para comer- rente, mas limpar apenas com pano úmido, se
cialização, também podem crescer em estado necessário; e, além disso, não vale a pena retirar
selvagem. a pele dos cogumelos, já que geralmente é onde
Existem cerca de 200 variedades de cogu- se concentra maior sabor, aroma e vitaminas.
melos em todo o mundo, cogumelo comum ou Os cogumelos mais consumidos no Brasil
cogumelo aberto, de chapéu plano ou, ainda, são: o champignon de Paris, o funghi secci, o
o cogumelo de campo que cresce de maneira shiitake e o shimeji. Segundo Ornelas (2006),
selvagem, cogumelos castanhos, fungos brancos temos como características dos principais
e pretos, trufas... Enim, a variedade é enorme cogumelos:.
e devida ao crescente interesse pela culinária de
Cozinha Natural e Produção de Ingredientes
Shimeji
São cogumelos de copa pequena e coloração
acinzentada. Neles brotam pequenos ramos
que se tornam suaves quando cozidos, gre-
lhados, refogados na manteiga ou com azeite
de oliva.
Alguns outros cogumelos também são
comuns nas culinárias de todo o mundo, como,
por exemplo, o cogumelo-palha, um cogumelo
de sabor delicado e muito popular em toda a
Ásia, onde crescem e normalmente são encon-
trados frescos. São chamados de palha, pois os
esporos são cultivados em palha de arroz.
GASTRONOMIA • UNICESUMAR 125
Algas
Quando secas, são nutritivas e utilizadas na
culinária japonesa. A nori é tostada no forno
ou diretamente na chama, tem sabor delicado
adocicado e pode ser utilizada como invólucro.
A wakami, hidratada com água quente e bem
escorrida, é utilizada em sopas, saladas e refo-
gados (MONTEBELLO et al., 2016).
Ao conhecer a biodiversidade que temos
disponível, podemos nos tornar proissionais
mais criativos e seletivos. Em todas as esta-
ções do ano, temos uma ininidade de opções
disponíveis para diversiicar nossa alimentação;
devemos, então, ser curiosos e experimentar o
máximo de sabores possíveis.
considerações inais
leitura complementar
Sazonalidade
Produtos Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
FRUTAS
Abacate Breda/Margarida
Abacate Fucks/Geada
Abacate Fortuna/Quintal
Abacaxi Havaí
Abacaxi Pérola
FRACO
Abiu
Acerola
Ameixa Estrangeira
Ameixa Nacional
MÉDIO
Amêndoa
Amora
Atemóia
Avelã
FORTE
Banana Maçã
Banana Nanica
Banana Prata
Caju
Caqui
Carambola
Castanha Estrangeira
Castanha Nacional
Cereja Estrangeira
Cidra
Coco Verde
Cozinha Natural e Produção de Ingredientes
leitura complementar
Cupuaçu
FRUTAS Damasco Estrangeiro
Figo
Framboesa
Goiaba
Graviola
FRACO
Greap Fruit
Jabuticaba
Jaca
Kiwi Nacional
MÉDIO
Kiwi Estrangeiro
Laranja Baia
Laranja Lima
Laranja Pera
FORTE
Lichia
Lima da Pérsia
Limão Taiti
Maçã Nacional Fuji
Maçã Nacional Gala
Maçã Estrangeira Granny Smith
Maçã Estrangeira Red Del
Mamão Formosa
Mamão Havaí
Manga Haden
Manga Palmer
Manga Tommy
Mangostão
Maracujá Azedo
Maracujá Doce
Marmelo
Melancia
Melão Amarelo
Mexerica
Morango
Nectarina Estrangeira
Nectarina Nacional
Nêspera
Nozes
Pêra Nacional
Pêra Estrangeira
Pêssego Nacional
Pêssego Estrangeiro
Physalis
Pinha
Pitaia
Quincam
Romã
Sapoti
Seriguela
Tâmara
Tamarindo
GASTRONOMIA • UNICESUMAR 129
leitura complementar
Tangerina Cravo
Tangerina Murcot
Tangerina Poncam
Uva Itália
Uva Niagara
Uva Rubi
Uva Thompson
Uva Estrangeira
Produtos Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
LEGUMES
Abóbora D'Agua
Abóbora Japonesa
Abóbora Moranga
Abóbora Paulista
Abóbora Seca
Abobrinha Brasileira
FRACO
Abobrinha Italiana
Alcachofra
Batata Doce Amarela
Batata Doce Rosada
MÉDIO
Berinjela Comum
Berinjela Conserva
Berinjela Japonesa
Beterraba
FORTE
Cará
Cenoura
Chuchu
Cogumelo
Ervilha Comum
Ervilha Torta
Fava
Feijão Corado
Gengibre
Inhame
Jiló
Mandioca
Mandioquinha
Maxixe
Pepino Caipira
Pepino Comum
Pepino Japonês
Pimenta Cambuci
Pimenta Vermelha
Pimentão Amarelo
Pimentão Verde
Pimentão Vermelho
Quiabo
Taquenoco
Tomate
Cozinha Natural e Produção de Ingredientes
leitura complementar
Tomate Caqui
Tomate Salada
Vagem
Produtos Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
VERDURAS
Acelga
Agrião
Alface
Alho Porro
Almeirão
Aspargos
Beterraba com Folhas
FRACO
Brócolis
Catalonha
Cebolinha
Cenoura com Folhas
MÉDIO
Chicória
Coentro
Couve
Couve Bruxelas
FORTE
Couve-Flor
Endivias
Erva-Doce
Escarola
Espinafre
Folha de Uva
Gengibre com Folhas
Gobo
Hortelã
Louro
Manjericão
Milho Verde
Moiashi
Mostarda
Nabo
Orégano
Palmito
Rabanete
Repolho
Rúcula
Salsa
Salsão
GASTRONOMIA • UNICESUMAR 131
leitura complementar
Produtos Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Alho Nacional
DIVERSOS
Alho Estrangeiro
Amendoim com Casca
Amendoim sem Casca
Batata Nacional
Canjica
Cebola Nacional
FRACO
Cebola MG
Cebola SC
Cebola SP
Cebola Estrangeira
MÉDIO
Coco Seco
Milho Pipoca Nacional
Milho Pipoca Estrangeiro
FORTE
Ovos Brancos
Ovos de Codorna
Ovos Vermelhos
Pinhão
Produtos Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
FLORES
Agapanto
Astromeria
Angélica
Antúrio
Azaléia
FRACO
Begônia
Boca de Leão
Branquinha
Bromélia
MÉDIO
Ciclamem
Copo de Leite
Cravina
Cravo
FORTE
Crisântemo
Dália
Dracena
Estatice
Estrelicia
Eucalipto Simeria
Flor de Trigo
Gérbera
Gipysofila
Girassol
Gladíolo
Goivo
Cozinha Natural e Produção de Ingredientes
leitura complementar
Grama
FLORES Helecônia
Hortência
Impatins
Jasmim
Kalanchoe
FRACO
Lírio
Lisianthus
Margarida
Mini Rosa
MÉDIO
Musgo Pequeno
Orquídea
Palmeira
Petúnia
FORTE
Pingo de Ouro
Prímula
Rosa
Samambaia
Tango
Tuia
Violeta
Produtos Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Abrotea
PESCADO
Agulhão
Anchovas
Atum
Bacalhau Seco
Badejo
Bagre
FRACO
Berbigão
Betarra
Bonito
Cação
MÉDIO
Camarão Cativeiro
Camarão 7 Barbas
Cambeva
FORTE
Caranguejo
Carapau
Cascote
Cavalinha
Conglio
Corvina
Curimbatá
Dourado
Espada
Galo
Garoupa
Gordinho
GASTRONOMIA • UNICESUMAR 133
leitura complementar
Guaivira
Jundiá
PESCADO
Lambari
Linguado
Lula
Mandi
Manjuba
Meca
FRACO
Merluza
Mexilhão
Mistura
Namorado
MÉDIO
Olhete
Olho de Boi
Ostra
FORTE
Oveva
Pacu
Palombeta
Pampo
Papa Terra
Parati
Pargo
Peroa
Pescada
Piau
Pintado
Piranha
Pitangola
Polvo
Robalo
Salmão
Sardinha Fresca
Savelha
Serra
Siri
Sororoca
Tainha
Tilápia
Traíra
Trilha
Truta
Tucunaré
Vira
Xareu
Xixarro
Fonte: CEAGESP (2015)4.
Dê sempre preferência aos alimentos da época, que são uma garantia de qualidade, pois
tem mais nutrientes. Além de serem encontrados em maior quantidade, o que deixa o
preço mais baixo.
Brotos são alimentos ricos em nutrientes. As sementes adquirem
uma concentração maior de vitaminas e seus
Cozinha Natural e Produção de Ingredientes
carboidratos são mais fáceis de serem digeridos.
Além disso, os brotos contêm enzimas, que são
promotoras de saúde e geram energia para as
células do corpo
atividades de estudo
1. A cozinha natural tem por objetivo incluir a maior variedade possível de ingre-
dientes no dia a dia e, dentre estes, tem-se a indicação da utilização dos brotos.
Sobre os brotos, quais as principais vantagens de inseri-los na cozinha natural?
• Folhas: acelga, agrião, aipo, alface, almeirão, azedinha, caruru, couve, espinafre,
mostarda, repolho, salsa e serralha.
• Sementes: ervilha, vagem, feijão verde
e milho verde.
• Tubérculos e raízes: beterraba, cenoura, nabo, rabanete, aipim, batata, cará
e inhame.
• Bulbos: alho-poró, alho e cebola.
• Flores: alcachofra, brócolis, couve-lor e
lor de abóbora.
• Frutos: abóbora, berinjela, chuchu, jiló,
maxixe, moranga, pepino, pimentão,
quiabo e tomate. Banana e coco, mexerica são da Ásia
• Caules: acelga, aipo, aspargo e ruibarbo. Cacau, caju, amora, mamão, maracujá são Brasileiras
Baunilha e goiaba são sul americanas
Laranjaé da índia
Manga é da Ásia
Melancia é da África
Caqui é da China
GASTRONOMIA • UNICESUMAR 135
material complementar
PLANTAS ALIMENTÍCIAS NÃO CONVENCIONAIS (PANCS)
Hortaliças Espontâneas e Nativas. Nessa cartilha, temos uma breve apresentação das
PANCs, visando seu reconhecimento, características e importância na alimentação,
além de promover a agrobiodiversidade e alimentação saudável. Você pode acessar
essa cartilha no link a seguir:
Disponivel em: <https://www.ufrgs.br/viveiroscomunitarios/wp-content/uploads/2015/11/
Cartilha-15.11-online.pdf>.
Cozinha Natural e Produção de Ingredientes
referências
Referências On-line
1
Em: <http://www.colegioecologia.com.br/blog/voce-sabia-que-a-batata-e-um-caule/>. Acesso
em: 24 jul. 2017.
2
Em: <http://www.agriculturaurbana.org.br/sitio/material/TABELA%20DE%20PLANTIO%20
E%20COLHEITA.htm>. Acesso em: 16 abr. 2017
3
Em: <http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/agropecuaria/lspa/lspa_201703_2.
shtm>. Acesso em: 16 abr. 2017.
4
Em: <http://www.ceagesp.gov.br/wp-content/uploads/2015/05/produtos_epoca.pdf>. Acesso
em: 10 out. 2017.
GASTRONOMIA • UNICESUMAR 137
gabarito
1. Os brotos concentram uma grande quantidade de energia e vida. Possuem melhor biodis-
ponibilidade de nutrientes, o que agrega sabor e valor nutricional ao alimento.
2. Climatéricas são as frutas que amadurecem depois de colhidas, por exemplo: banana,
maçã e mamão. Não climatéricas são as que não amadurecem depois de colhidas, como o
morango, o abacaxi e o melão.
3. Folhas: alface e rúcula.
Sementes: milho e ervilha.
Raízes e tubérculos: batata e mandioca.
Bulbos: alho e cebola.
Flores: couve-lor e brócolis.
Frutos: tomate e abobrinha.
Caules: acelga e aspargo.
Cozinha Natural e Produção de Ingredientes
Conclusão Geral
Na cozinha natural, deve-se optar sempre pelos ingredientes mais naturais possíveis, e
é por isso que é extremamente necessário conhecer as frutas e as verduras e, principal-
mente, as ervas aromáticas.
Vale ressaltar que a produção orgânica sempre deve ser a preferida, já que é resultado de
um sistema produtivo que visa o desenvolvimento sustentável do planeta, o respeito ao
trabalhador e a recuperação do solo e dos recursos naturais; por esse motivo, na produ-
ção orgânica, chega-se a encontrar 100 vezes mais nutrientes do que em um alimento
produzido convencionalmente.
Outro ponto importante na cozinha natural é o consumo de produtos locais, que contribui
para o fortalecimento de uma rede de agricultores, pequenos produtores e pescadores
da própria região.
Com isso, evita-se o consumo dos alimentos processados e ultraprocessados, garantindo
um consumo de alimentos ricos em nutrientes e sem excesso de aditivos químicos.
Ao valorizar os produtores locais, também se incentiva o cultivo que respeita a sazonali-
dade, de forma que os produtos cheguem frescos em todas as estações e, assim, o sabor
do produto torna-se perfeito para o momento em que vai ser consumido.
A cozinha natural não depende apenas do que se come, mas também de como o prato
é preparado.
No nosso livro, falamos sobre a origem da cozinha natural e os movimentos que foram
essenciais para essa tendência gastronômica. Também abordamos as vertentes da cozinha
natural e falamos sobre a produção de ingredientes, demonstrando a importância de se
valorizar os alimentos que são encontrados na natureza, além de se evitar o desperdício.
Encerro este livro grata por poder contribuir para sua formação. Espero que possa-
mos sempre fazer a nossa parte para buscar uma vida mais saudável e sem rótulos e
embalagens!
Desejo tudo de melhor na sua vida! Foi um grande prazer e espero nos encontrarmos
outras vezes, sempre que precisar, ponho-me à disposição.
Prof. hanise