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Norma de Enfermagem para A Terapia de Alto Fluxo

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TERAPIA DE ALTO FLUXO POR CANULAS NASAIS

OBJETIVOS

Uniformizar as práticas relativas à terapia de alto fluxo por cânulas nasais

ÂMBITO

Aplicável a todos os enfermeiros que exercem funções de enfermagem na Unidade de


Queimados.

ABREVIATURA

OAFN - Oxigenoterapia de Alto Fluxo Nasal

IRA – Insuficiência Respiratória Aguda

REFERÊNCIAS

Dres & Demoule (2017)

Gotera C; Diaz Lobato S; Pinto T; Winck JC, 2013).

Ischaki, E.& Pantozopoulos, I. & Zakynthinos, S.,

INFORMAÇÕES GERAIS

A constante procura de novas soluções de tratamento, para a pessoa com insuficiência


respiratória, levou ao desenvolvimento de novas técnicas de oxigenoterapia, isto é, técnicas
menos invasivas, com maior tolerância, conforto e com menor número de efeitos adversos.

Neste contexto surge a OAFN que evidencia um importante avanço nas alternativas para o
suporte ventilatório não invasivo em doentes com insuficiência respiratória.

Segundo Dres & Demoule (2017) é uma técnica que possibilita o fornecimento de oxigénio
aquecido e humidificado com um fluxo máximo de 60L/min e com uma fração inspirada de
oxigénio (FiO2) ajustável ao mínimo de 21% até ao máximo de 100%. Os valores previamente
descritos transcendem em muito os valores atingidos por outros dispositivos de
oxigenoterapia (cânula nasal, máscara de venturi, máscara de alto débito).

O maior controlo sobre a FiO2, a dissolução do CO2, a pressão positiva gerada nas vias aéreas
e a humidificação eficaz do oxigénio administrado, são os fatores centrais para esta técnica ser
mais confortável e tolerada pelos doentes. (Ischaki, E.& Pantozopoulos, I. & Zakynthinos, S.,
2017).

Várias publicações têm vindo a demonstrar melhoria da oxigenação e diminuição significativa


da frequência respiratória em doentes com IRA de diferentes etiologias, quando comparada
com a oxigenoterapia convencional
 Doentes com IRA foram submetidos em primeira linha a VNI com uma taxa de
intolerância de 38%
 Doentes foram então submetidos a Terapia de Alto Fluxo com uma grande taxa de
sucesso (menos de 10% destes doentes necessitaram de intubação orotraqueal (IOT),
provando a valia desta técnica como alternativa, evitando o recurso à ventilação
invasiva
 ARDS (acute respiratory distress syndrome), em que as taxas de falência da técnica se
assemelharam às da VNI (40% a 55%)
 Doentes com IRA pós-cirurgia cardiotorácica, que mostrou inferioridade da taxa de
falência relativamente à VNI (21,% vs 21,9%) nesta população específica
 Insuficiência cardíaca c/hipoxémia foi também postulada como uma possível indicação
 Estudos em DPOC estáveis e sem exacerbação mostraram que a utilização da técnica
não se associava a alterações do PCO2
 Na IRA hipercápnica em doentes que não toleravam a VNI a Terapia de Alto Fluxo
mostra bons resultados em casos clínicos isolados de doentes DPOC e com patologia
estrutural crónica
 Acredita-se que possa ter um importante papel a desempenhar no período após a
extubação de doentes críticos. Vários estudos randomizados, têm vindo a demonstrar
melhoria da oxigenação, das escalas de dispneia e da necessidade de escalar suporte
ventilatório e reintubação comparativamente ao uso de oxigenoterapia convencional
 A Redução do Espaço Morto Anatómico influencia:
o ↓ de PaCO2, devido à pressão gerada no final da fase expiratória;
o ↓ da Vent/Min, ↑ a Vent. Alveolar
o Eficiência similar à terapia de VNI, podendo ser considerada uma alternativa
para pacientes que não se adaptam à mesma
 As cânulas nasais de alto fluxo, ao fornecerem oxigénio humidificado a 100% e com
um circuito aquecido à temperatura corporal (37ºC), permitem ultrapassar os efeitos
secundários da administração de altos fluxos de oxigénio
 As CNAF demonstram ser significativamente melhores no controlo de sintomas de
secura das mucosas ou hemorragia nasal quando comparado com a oxigenoterapia
convencional, tornando-a uma técnica melhor tolerada pelos doentes
 Na broncofibroscopia a possibilidade de utilizar as CNAF de forma contínua durante a
técnica tem sido utilizado em casos isolados com bons resultados

Inicio com um valor e progressivamente

O circuito da OAFN é constituído por uma fonte de oxigénio de alto fluxo com misturador de
ar, que permita definir o fluxo e a fração inspiratória de oxigénio (FiO2) fornecida, um
humidificador, um circuito inspiratório aquecido (até 37ºC) e por cânulas nasais específicas,
com um maior diâmetro. Permite, em conjunto, fornecer um fluxo de oxigénio aquecido e
humidificado superior ao da oxigenoterapia convencional e, também, fornecer um FiO2 até 1,0
e um fluxo máximo de 60 L/min (Gotera C; Diaz Lobato S; Pinto T; Winck JC, 2013).

O principal risco reportado, é a sua grande tolerabilidade e conforto pode mascarar situações
mais graves e atrasar uma escalada de suporte ventilatório atempado.
RECURSOS

• Uma fonte pressurizada de oxigénio e outra de ar, regulada por um fluxómetro/misturador;

• Um reservatório de água esterilizada conectado a um aquecedor e humidificador;

• Um circuito isolado e/ou aquecido para manter a temperatura e a humidade relativa do gás
condicionado até ao doente;

• Uma interface (cânula, adaptador a máscara ou a traqueostomia) não oclusiva.

MODO DE PROCEDIMENTO

1) Verificar critérios de acordo com fluxograma de decisão apresentado;

2) Preparar o equipamento e verificar a sua operacionalidade;


3) Explicar o procedimento ao doente;

4) Iniciar oxigenoterapia de alto fluxo nasal, com parâmetros ajustados à situação do doente e
segundo um algoritmo;

CUIDADOS DE ENFERMAGEM:

• Monitorização dos parâmetros – ver algoritmo;

• Vigilância da operacionalidade do equipamento;

• Vigilância de alterações e complicações – lesões na cavidade nasal; epistaxis;

• Ajuste de parâmetros, de acordo com os resultados gasimétricos obtidos;

• Registo de procedimento e vigilâncias no processo de enfermagem;

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