Apostila Modulo 9

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Módulo 9 – PROPOSITADA_MENTE

ESCOLHAS – Co-criando nossa realidade

Módulo 9 – PROPOSITADA_MENTE
ESCOLHAS – Co-criando nossa realidade

© COPYRIGHT CENTRO SOFIA BAUER


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Módulo 9 – PROPOSITADA_MENTE
ESCOLHAS – Co-criando nossa realidade

© COPYRIGHT CENTRO SOFIA BAUER 2018

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ESCOLHAS – Co-criando nossa realidade

O QUE VEREMOS NESSE MÓDULO:


 Entender como as escolhas que fazemos formam os “tijolos” do caminho que nossas vidas
levam.
 Reconhecer o impacto de nossas escolhas em nossos relacionamentos com os outros – no
começo de um relacionamento e ao longo deste relacionamento.
 Reconhecer o impacto de nossas escolhas em nossa autoconfiança e felicidade.
 Aprender como ter muitas opções de escolha pode também nos paralisar, se nosso objetivo é
maximizar e não satisfazer.
 Capacitar para o uso de técnicas da Terapia Cognitiva-Comportamental (TCC) que nos ajudam a
lidar melhor com emoções difíceis e reforçar nossa experiência de emoções positivas.

“Uma filosofia não é expressa melhor em palavras; mas sim expressa em


escolhas que fazemos. Na longa caminha, moldamos nossas vidas e nos
modelamos. O processo nunca termina até morrermos. E as escolhas que
fazemos, são só nossa responsabilidade”.
Eleanor Roosevelt

Durante todo o tempo que me dediquei a escrever este livro, fui aprendendo muita coisa importante.
Mas nada como este tema – ESCOLHAS. Eu aprendi que está em nossas mãos o poder da transformação
de nossas vidas, mesmo das tragédias que infelizmente possamos viver. Podemos e devemos mudar o
COMO viver seja o bom ou o ruim que venha acontecer em nosso dia. E todos os dias se tornam um
PRESENTE divino que ganhamos. Mais um dia que podemos aproveitar e que não voltará. E como a vida
é muito curta, precisamos aproveitar, desfrutar até mesmo das dificuldades que se tornarão momentos
de aprendizado em nossas vidas.
Este capítulo do livro é muito especial.
Traz aquela força positiva de ver o mundo de forma diferente e com bons olhos. Podemos mudar nosso
foco e mudar nossas vidas para muito melhor. E nós vamos esculpir o nosso Davi, fazer a modelagem
que desejamos da vida que queremos levar. Por isso, se hoje, você está insatisfeito. Aguarde!
Estamos exatamente mostrando que podemos fazer nossas vidas mais felizes a cada momento que
vivemos, fazendo as melhores escolhas. Escolhas que são o rumo para viver a jornada bem melhor e
desfrutar cada instante que vivemos e que não volta mais.
Estou muito feliz, por escrever sobre isso aqui. Aproveitem bem...
Aprendemos como é possível buscar o melhor em nós e nos outros, focando em nossas forças. Agora
chegamos ao capítulo das escolhas. Até aqui, grande percurso percorrido, não?

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Saímos da conceituação e hoje, temos a Psicologia Positiva viva e transformando vidas, nossas e dos
outros. E ainda temos mais a discutir...
Momentos são somados a nossas vidas, escolhas fazem a nossa vida. Este módulo sumariza o material
apresentado nos módulos anteriores através da escolha que fazemos – seja escolhas importantes como
decidir o tipo de trabalho que iremos buscar ou o tipo de pessoa que iremos passar a vida com, a
escolhas menores como a postura física que escolhemos para assumir quando entramos em algum
lugar, ou a maneira pela qual respondemos um colega. São através destas escolhas – menores e maiores
– que nos tornamos mais felizes e integrados com a responsabilidade de fazer nossa vida melhor e mais
feliz. Assim, nos tornamos co-criadores de nossa realidade.
Ao entender que nós temos um papel construtivo em criar a nossa realidade, nós podemos mudar da
posição de vítima passiva para agente ativo.
Como podemos ajudar a fazer escolhas em situações mais específicas?
E quando estamos, naquelas situações de emoções maiores, que nos vemos explodindo, de cabeça
quente, o que devemos fazer?
Como podemos lidar melhor e fazer uma boa escolha quando estamos com a cabeça quente, como
podemos lidar com os outros?
Como lidar com as escolhas que fazemos em cada momento em nossas vidas?
Como conduzir nossa saúde física?
Podemos escolher ou não apreciar cada momento em nossas vidas?
Devemos trazer mais humor e brincadeiras em nossas vidas?
Muitas das respostas, apenas propondo as perguntas, já dizemos sim, naturalmente.
Então veremos que existem três tipos de escolhas que geralmente fazemos: Grandes escolhas de vida,
escolhas periódicas, e escolhas de cada momento. E veremos exemplos de cada tipo de escolhas, assim
como métodos que nos lembram das escolhas que fazemos.

ESCOLHA A VIDA QUE VOCÊ DESEJA

Escolhas são criações!


Escolher é criar! Através das suas escolhas você cria a sua realidade. A cada momento de sua vida você
tem uma escolha.
Você pode escolher focar nas suas falhas, nas falhas dos outros, ou ser um buscador do positivo: focar
no que funciona em você, nos outros e no mundo.
Você pode escolher tomar como garantido o bom em sua vida, ou fazer melhor, escolher apreciar para
que ele aumente. Você pode escolher perceber a falha como uma catástrofe ou como uma
oportunidade de aprender.

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Não temos escolha sobre quando vamos ou não falhar, mas temos a escolha sobre o que vamos fazer
com esta falha.
Você pode escolher correr dos desafios ou enfrentá-los com coragem. Você pode escolher em cada
interação, com cada pessoa que você encontra, ser cínico, sarcástico ou você pode escolher ser aberto
e sincero.
Você pode escolher com seus filhos, com seus amigos e colegas negligenciar seu potencial e a semente
maravilhosa que existe em cada um deles, ou você pode vê-la, cultivá-la e cuidá-la.
Em cada momento de sua vida, você tem a escolha de rejeitar suas emoções ou aceitá-las e abraçá-las.
Você tem a escolha de ser mal e arrogante, e tem a escolha de ser bom e bacana.
Em cada momento de sua vida, você tem a escolha de negligenciar os tesouros da vida, ou você pode
ser consciente das maravilhas da vida, do milagre que te ronda e que existe em você.
Em cada momento de sua vida, neste exato momento, daqui 10 minutos ou 10 anos, você tem uma
escolha! Todos estes momentos e escolhas se somam para sua vida. Que tipo de vida você quer para
você? Que tipo de vida você quer para aqueles que fazem parte da sua vida?
Quais escolhas irão criar este tipo de vida que você quer?
QUE TIPO DE VIDA VOCÊ QUER PARA VOCÊ? Que tipo de vida quer para os outros? O que você quer
experimentar agora; e daqui a um minuto? E daqui 10 anos, qual legado você quer deixar? Em cada
momento de sua vida você tem uma escolha.
Tal Ben-Shahar escreveu um livro: "Escolha a vida que você quer ter".
Ele relata que, naquele momento, estava trabalhando mais do que trabalhava normalmente, pois
geralmente é bom em encontrar um equilíbrio entre trabalho e qualidade de vida, de ser capaz de dizer
não, colocar o tempo de lado para recuperar, mas teve um período particularmente mais difícil quando
a crise econômica aconteceu. Muitos de seus clientes estavam sedentos pelo o que a psicologia positiva
tinha para falar e ajudar nas empresas e na vida pessoal. Foi difícil para ele dizer não naquele momento,
por causa da necessidade real que existia no campo da Psicologia Positiva, a ciência do florescimento
da vida e da felicidade. Todos queriam saber a sua contribuição.
Vimos isso acontecer conosco no Brasil, em 2016, uma enorme crise financeira. E muitos nos
procuraram para fazer cursos de Psicologia Positiva, para com isso ajudarem outras pessoas a se
reinventarem na crise!
Desde esse ano, estamos trabalhando mais do que nunca, produzindo palestras, workshops sobre
Prosperidade e Psicologia Positiva tal qual nosso professor. E sabe o que vimos na prática? Muita gente
que foi demitida se abrindo para fluir com o que gosta de fazer, e se redescobrindo e se reinventado,
de forma a trabalhar no horário que deseja, com o que deseja e ainda assim, ganhar mais dinheiro e ter
mais sucesso que antes. Isto se chama escolhas!

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As oportunidades estão disfarçadas em obstáculos, em dificuldades, em portas que se fecham. Mas se


você abrir seu olhar para aquilo que funciona, para seu chamado e para aquilo que você vem treinando
sua vida toda em fazer bem feito, pode ter certeza que a prosperidade já mora em você. Logo você
descobre seu caminho de prosperidade, basta seguir o que você flui na vida fazendo, coisas que gosta
e tem habilidades, e sempre haverá um lugar especial para você trabalhar melhor. ESCOLHA a VIDA que
DESEJA levar!
Como Tal que viajava o mundo todo dando aulas, workshops, dando consultoria pelo telefone, isso o
fez sentir-se irritado e cansado, temos muitas pessoas. E ninguém fica feliz trabalhando além da conta.
Se esgotando na correria de ajudar os outros ou trabalhar demais para colocar dinheiro em casa ou
pagar aquelas contas extras que fez.
E assim, depois de estar numa correria desenfreada ajudando pessoas com palestras e workshops, Tal
nos conta que um dia específico o marcou:
“Lembro-me de um dia em particular, eu voltei para Israel depois de uma longa
viagem na Ásia, estava muito cansado e no dia seguinte, começava um seminário
de três dias com um cliente... e eu não sabia como ia fazer isso! Três dias inteiros,
quando minha energia estava lá embaixo... Eu tentei minhas dicas! Falar comigo
que eu conseguiria, que já tinha feito isso antes, mas não ajudava, pois estava
muito cansado. Deitei na minha cama e pensei “não tenho escolha, tenho que
fazer”. Quando eu estava quase dormindo algo me veio e pensei "isso não é verdade, você tem escolha!"
Você tem escolha sobre como perceberá e como se sentirá nos próximos 3 dias, e no momento que
percebi que eu tinha escolha, de repente, naquele momento as coisas mudaram, pois pensei "no que
vou focar agora? Tenho 3 dias para dividir com as pessoas as coisas que me importo, tenho o privilégio
de compartilhar ideias, pensamentos, conselhos, pesquisas que são tão importantes, com pessoas que
irão poder pegar estas ideias e passar a frente para outras pessoas! Tenho o potencial, o privilégio de
fazer diferença nos próximos 3 dias, isso é maravilhoso"! E com 1 minuto com estes pensamentos
passando pela minha mente as coisas mudaram... de um sentimento de irritabilidade e cansaço para um
sentimento de força, motivação e animação pelos próximos 3 dias! E então eu percebi que a cada
momento de minha vida eu tenho uma escolha. E são estas escolhas que nós fazemos a cada momento
que somam ao tipo de vida que vivemos... Uma vez que entendi que temos escolhas a cada momento
de nossas vidas, entre se sentir irritado, cansado, letárgico e se sentir motivado, privilegiado e animado
foi fácil, é claro que escolho o melhor! Melhor para mim e para minha plateia. Fazer a escolha não foi
difícil, foi chegar ao ponto, o reconhecimento que eu tinha escolha que foi trivial! Na hora que me tornei
consciente que podia escolher, este foi o momento da mudança, e esta é a mentalidade... A mentalidade
de ser consciente sobre as escolhas que você tem frente a cada momento de sua vida. A mentalidade
que lhe encoraja a escolher! Pois escolher também é uma escolha”.

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Vejamos agora a pesquisa de Sonja Lyubomirsky sobre o que faz e constitui a felicidade:
Se tivermos uma torta, representando 100% de felicidade, podemos dividi-la em
três partes. Em média 50% de nosso bem-estar é determinado pelos nossos genes
e pelas nossas primeiras experiências, coisas que não temos controle. Nossos pais,
nossa genética, nossas experiências de primeira infância, em média determinam
50% dos nossos níveis de felicidade, pois existem pessoas que são extremamente
suscetíveis a genética para depressão, ansiedade, etc. Ou são extremamente
felizes, resilientes. Existem estes casos extremos, mas na média 50% é
determinado pelas "condições iniciais".
O nosso bem-estar é determinado por circunstâncias externas em 10%. Onde nascemos, o clima, a
cidade, a residência, a cultura, etc. Falamos que é em média, porque existem casos que vão além disso.
Por exemplo, uma pessoa vivendo em uma área de guerra, ou outra pessoa que vive em uma pobreza
extrema, que passa fome, nestas pessoas as circunstâncias afetam muito mais que 10%.
Em lugares onde as necessidades básicas são supridas, a necessidade de segurança física e psicológica,
a necessidade de comida, etc. As circunstâncias afetam o bem-estar em 10%.
E TEMOS 40% RESTANTES. Estas são as nossas atividades intencionais, em outras palavras, as grandes
escolhas da vida, com o que escolhemos trabalhar, quem escolhemos como parceiros; ou as pequenas
escolhas que fazemos, tais como escolher ser grato pelo que temos no momento, ou como escolhemos
nos assentar ou ficar de pé, escolhas como respirar fundo ou não.
As pequenas e grandes escolhas, na média fazem 40% do quão felizes nós somos.
Nosso propósito nesta aula é demonstrar como escolhas podem nos influenciar muito mais do que 40%
da torta.

GRÁFICO DA FELICIDADE:
Se nos tornarmos conscientes das escolhas que temos, talvez não a toda
hora, mas na maior parte do tempo, podemos fazer melhores escolhas e
comandar nossa vida. Ou melhor, podemos recriar nossa realidade de forma
consciente e mais saudável. Mais feliz.
Se nós escolhermos ativamente o tipo de vida que queremos para nós
mesmos, estes 40% podem se expandir e tomar uma porção muito maior
na composição da torta da felicidade.

O trabalho de Sheena Iyengar é inspirador nesse sentido. Ela é professora da Universidade de Columbia
e escreveu um livro chamado "A arte de escolher", que poderia ter sido chamado de "Ciência da
escolha", pois faz uma ponte entre as pesquisas e as pessoas, tornando acessível.

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Ela escreve:
"Nós mensuramos nossas vidas usando diferentes marcadores: anos,
eventos importantes, conquistas. Nós podemos também mensurá-la pelas
escolhas que fazemos, a soma total que nos levou a ser quem somos e
onde estamos hoje. Quando nós vemos a vida através destas lentes, fica
claro que a escolha é uma força enormemente poderosa, um determinante essencial de como vivemos."
Olhando para trás, podemos entender muitas coisas que estão acontecendo conosco neste momento,
pelas escolhas que fizemos. Olhando para frente, nós podemos determinar muitas coisas que irão
acontecer conosco se formos mais conscientes das escolhas que fizermos. E é assim que podemos
escolher a vida que queremos, é como podemos criar o caminho que acreditamos ser certo para nós e
para todos que nos cercam.

PENSE EM ESCOLHAS COMO UMA NECESSIDADE INATA.


Escolha não é apenas algo bacana de se fazer, é uma necessidade inata. E quando esta necessidade não
é suprida, nós pagamos um preço.
Como já vimos, Francis Bacon escreveu: "A natureza para ser comandada, precisa ser obedecida". Isso
é muito sério. É o determinante da felicidade e da liberdade de ação. Mesmo que você esteja em um
presídio pode escolher como vai viver!
Caso você não siga sua natureza, pode adoecer, guardar sentimentos negativos. Pode sentir muita raiva
do que faz. Pode se irritar mais facilmente. E quem será o prejudicado? Seu corpo, sua saúde, sua
longevidade. A vida é curta para esperar sua aposentadoria para desfrutar de uma vida que deseja ter.
Vejo e escuto muita gente dar seu depoimento como sua vida mudou, quando parou de trabalhar e
gastar seu tempo em algo que não gostava, ou estava preso por algum motivo (casamento, escola, etc.)
e descobre que só você comanda sua vida.
Se queremos construir um avião, precisamos obedecer à natureza, as leis da termodinâmica e da
gravidade. E assim, voltamos ao Francis Bacon nos disse...
Acontece de forma similar psicologicamente. Se quisermos fazer o melhor da nossa natureza, se
quisermos aquele gráfico da felicidade se expandindo e nos tornarmos mais felizes, precisamos
obedecer nossa necessidade básica, nossos instintos, nossa natureza básica.
Escolhas são uma necessidade. Existe em nós do nascimento até a morte.
Por exemplo: Pesquisa feita com bebês de 4 meses, mostrou que eles precisam e valorizam escolhas. Se
você lhes dá uma corda que quando eles puxam começa a tocar uma música, eles ficam felizes. Uma vez
que você toma esta corda, e a música toca da mesma forma, com a única diferença de que eles não
escolhem – mesmo sendo a mesma música - eles ficam frustrados, nervosos. Bebês de 4 meses já
querem ter uma escolha!
Outro exemplo: Pesquisa de Ellen Langer, em asilos, mostrou como escolher é importante.

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Ela dividiu aleatoriamente idosos em 2 grupos, em 2 andares diferentes.


No primeiro andar os idosos viviam com tudo que desejavam, se queriam assistir filmes, eles os tinham,
eles tinham um cronograma com diferentes atividades que poderiam fazer o dia todo, e a vida parecia
maravilhosa!
No outro andar era diferente, o serviço não era tão bom quanto parecia, não davam tudo para eles, eles
tinham que fazer as coisas por si mesmos, como por exemplo: enquanto no primeiro andar eles tinham
plantas e as plantas eram regadas para eles, no segundo andar eles tinham que escolher se queriam ou
não ter plantas, pois se quisessem tê-las teriam que regá-las sozinhos. Tinham que escolher se queriam
tomar conta delas ou não. Se quisessem assistir filmes tinham que escolher, tinham que fazer muito
mais escolhas no dia a dia. O serviço não era tão bom quanto no primeiro andar. Então ela os deixou lá
nesta situação...
Um grupo que tinha tudo e um grupo que tinha que fazer escolhas do que fazer, escolhas mínimas a
cada momento. Ela os deixou nestas duas realidades por 18 meses. Após esse tempo ela voltou e
observou como eles estavam indo.
Os níveis de depressão eram significativamente maiores no primeiro andar do que no segundo,
mensurados por eles mesmos através de questionários, enfermeiras e pelas pessoas que trabalhavam
lá.
Vejamos mais:
 A saúde física era significativamente maior no grupo que fazia escolhas do que no grupo que era
servido.
 Vitalidade, os quão energizados pareciam e se sentiam, avaliados por eles e pelos outros, era muito
maior no grupo das escolhas.
 Dezoito meses depois, aqueles residentes que viviam no grupo das escolhas tinham 50% mais
probabilidade de ficarem vivos!
Simplesmente pelas pequenas e diárias escolhas de cada momento.
Todos nós precisamos ter escolhas, é parte de nossa natureza.
Não são somente as pessoas que precisam de escolhas, os animais instintivamente buscam por escolhas.
Em uma pesquisa feita com ratos deram a eles dois labirintos. Um deles tinha um caminho para chegar
até a comida e no outro havia muitos caminhos para chegar até a mesma comida. Os ratos escolheram
o labirinto com muitos caminhos, onde tinham que escolher onde ir, mesmo que a mesma comida
estivesse lá no fim, a mesma probabilidade de ter a comida no final.
Isto é algo construído instintivamente, nos animais, bebês, idosos, em todos nós!
Nas palavras de Sheena Lyengar: “O desejo de escolher é uma pulsão natural e apesar
de se desenvolver por causa da nossa necessidade crucial de sobreviver, normalmente
opera independente de qualquer benefício concreto. Nestes casos, o poder da escolha
é tão bom que se torna não meramente um meio para um fim, mas algo
intrinsecamente valioso e necessário."
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VAMOS REFLETIR?
Escolhas de cada momento...

Pense em algumas escolhas que você tem agora e que podem fazer uma diferença
positiva em sua vida.

E se eliminarmos as escolhas e ter que ser a força, por imposição de fora? O que aconteceria? Vamos
ver alguns estudos feitos nesta área:
Martin Seligman começou sua carreira como psicólogo estudando a depressão, e o
que leva a mesma. Estudou especificamente o que veio chamar de Desamparo
Aprendido. Learned Helplessness (Seligman, 1967) foi um experimento cruel
conduzido em 1967 em animais. Levavam cachorros ao laboratório e os colocavam
em uma caixa. Nesta caixa, choques elétricos eram administrados neles. Os cachorros
tentavam sair da caixa, mas não importava aonde iam, os choques continuavam.
Mudavam para um lugar e recebiam outro choque e por aí seguia a experiência... Em um segundo grupo
os cachorros também recebiam um choque, mas quando se moviam o choque parava.
Então pegaram todos estes cachorros e colocaram em uma segunda condição: Eles entravam na caixa,
levavam o choque, mas podiam facilmente sair da caixa e assim, pararem de receber os choques. O
segundo grupo, que havia se movido da caixa e o choque parou, rapidamente fugiu da caixa, e parou de
tomar o choque.
O primeiro grupo que havia tomado choque, não importasse o que fazia, não se moveu. Mesmo tendo
a oportunidade de sair daquele choque facilmente, eles não se moviam. Em outras palavras, haviam
aprendido a serem indefesos e desamparados. A escolha foi eliminada inicialmente, então eles
aprenderam o desamparo. Este desamparo aprendido essencialmente define o que é a depressão, não
apenas para os animais, mas para os seres humanos também. Seres humanos aprendem por causa de
experiências traumáticas vivenciadas muito cedo, ou por algo que acontece onde aprendem que não
importa o que façam, eles não podem sair daquilo que foi premeditado para eles, como serem tristes,
por exemplo. É quando a tristeza se torna depressão.
Todos nós experimentamos tristeza, de forma regular! E isso é natural, faz parte dos altos e baixos de
estarmos vivos. A diferença dos altos e baixos normais e depressão, é que pessoas que estão deprimidas
não veem uma saída.
Uma pesquisa foi feita comparando pessoas extremamente felizes com
infelizes (Diener & Seligman (2002), Very Happy People). E uma das grandes
diferenças entre eles era como percebiam tempos de dificuldades, quando
estavam tristes. Não era a quantidade de vezes que estavam tristes, pois
pessoas extremamente felizes experimentam tanta tristeza, quanto pessoas infelizes. Mas a diferença
é que quando experimentam, elas sabem que aquilo irá passar, que irão se sentir melhores em breve.

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Elas costumam pensar assim: "a mesma coisa aconteceu a um tempo atrás, senti tristeza, e passou".
Exatamente isso é o que diferencia pessoas extremamente felizes das infelizes.
"Isso vai passar x Isso vai durar para sempre" é a mesma mentalidade que os cachorros tinham quando
aprenderam o desamparo.
Michael Marmot, em 2005 fez um estudo (Choice at work) com 10.000 servidores
civis por um longo período. Ele queria ver sua saúde mental e física e o que os
afetava. O que ele achou foi que a saúde física e mental dos empregados de um nível
mais alto era significativamente melhor do que dos empregados de mais baixo
escalão.
Quando ele buscou identificar o que provocava essa diferença entre estes dois grupos, ele identificou a
escolha como a variável responsável. Pessoas do alto escalão tinham muito mais escolhas sobre o que
faziam e de como eram os seus dias. E pessoas do baixo escalão da empresa eram normalmente
direcionadas ao que fazer no dia a dia, ao invés de escolherem, outros faziam escolhas por elas. A
escolha fez diferença! Mais dados:
 A pressão sanguínea das pessoas do alto escalão era melhor do que as do baixo somente quando
estavam no trabalho, pois quando estavam em casa, eram iguais.
 Pessoas do baixo escalão tinham 50% a mais de probabilidade de morrer de doenças do coração que
pessoas que estavam mais acima na hierarquia!
Muito parecido com o estudo da Ellen Langer, onde escolhas também são responsáveis pela
longevidade.
 O bem-estar era muito maior no alto escalão e a depressão era maior no baixo escalão. Tudo isso
foi atribuído ao quanto de escolhas as pessoas tinham no dia a dia do trabalho.
Em um nível nacional, há coerção política. Falamos antes sobre os 10% que o ambiente externo afeta
nosso bem-estar. Não são sempre 10%, porque quando pessoas vivem sob coerção política,
experimentam mais infelicidade. Nesses casos, determinam os níveis de bem-estar muito mais que 10%
em média.
Por que?
Vamos analisar, por exemplo, o regime comunista, onde os níveis de felicidade são extremamente
baixos comparados a outros países livres. O que acontece no comunismo?
Primeiro, você não tem escolha sobre o que fazer com seu dinheiro, certamente muito menos escolhas.
Segundo, você não tem escolha sobre quem estará no poder, não se vota. Muitas vezes você não tem
escolha sobre o que vai fazer com sua vida. Você tem facilidade com matemática, você se torna um
contador, você tem muito pouca escolha sobre o que você vai fazer com sua vida, e uma coisa que
contribui muito para a infelicidade é que muitas vezes estes regimes tiram a escolha e o privilégio da
doação. Não ter escolha do que fazer com própria receita, ser forçado a dar. E forçar a dar é muito
diferente de escolher dar.

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Se vemos uma pessoa pobre na rua e escolhemos dar a esta pessoa 10 dólares, ou uma refeição,
podemos nos sentir bem sobre o que fizemos. Se alguém chegar até você, e colocar uma arma na sua
cabeça ou forçá-lo a dar exatamente a mesma quantidade de dinheiro, ou a mesma refeição, sua
experiência com isso será radicalmente diferente mesmo que na prática o resultado seja o mesmo, a
pessoa recebeu a refeição ou os 10 dólares. Mas porque não teve o elemento da escolha isso o priva do
benefício do se dar. Assim como os bebês com a mesma música, quando escolhem tocar ou quando é
imposto a eles, o resultado é muito diferente.

Nas palavras do filósofo Archibald MacLeish: "O que é liberdade? Liberdade é o direito de
escolher; o direito de criar para si mesmo a alternativa da escolha. Sem a responsabilidade
e exercício da escolha, um homem não é um homem, mas um membro, um instrumento,
uma coisa."

E de forma inata, nós não queremos ser apenas um instrumento, um membro ou uma coisa, queremos
realizar nosso potencial de ser humano, e isso significa escolher. Isso é o que pesquisas em psicologia
positiva ilustram consistentemente.

Na mesma linha Angus Campbell afirma: "Ter um forte senso de controle na vida de
alguém, é o previsor mais confiável de sentimentos positivos e bem-estar que qualquer
outra condição de vida que nós temos considerado."

Exceto por extremas circunstâncias, se fizermos bom uso das escolhas que temos, essa influência pode
ser muito maior do que a nossa genética. Quando falamos sobre escolhas, cobrimos muitos assuntos.

TIPOS DE ESCOLHAS:
 ESCOLHAS GRANDES/DIFÍCEIS - Estas são as escolhas que mais pensamos, são as grandes escolhas.
Por exemplo: o que escolhemos fazer com nossa vida, escolha da carreira, escolha do parceiro casar,
onde escolhemos viver, o que escolhemos estudar na faculdade, em quem votamos, as decisões
éticas que fazemos em nossa vida, são as decisões importantes.

 ESCOLHAS RETÓRICAS - Estas são as escolhas simples, óbvias que fazemos no dia a dia. Usamos este
termo, pois são respostas tiradas de perguntas retóricas como: “Sou gerente e quero motivar,
inspirar meus funcionários para trabalharem duro, crescerem, etc. E pergunto a eles: "Vocês
desejam que nossa empresa saia do mercado? Vocês querem que nos tornemos competitivos"?
_"Sim, é claro que não queremos perder nossos empregos"! Nós temos perguntas retóricas, e todos
nós temos respostas retóricas. São respostas que se tornam muito fáceis uma vez que as
reconhecemos.

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Para Tal Bem Shahar foi uma escolha retórica na noite anterior àqueles 3 dias de seminário, uma vez
que ele reconheceu as possibilidades de focar no cansaço ou no privilégio que era poder falar com
aquelas pessoas, foi fácil escolher uma vez que entendeu e ficou consciente de que tinha a escolha.
E nestas escolhas retóricas não prestamos tanta atenção como nas grandes escolhas, ignoramos o fato
de que em cada momento de nossas vidas nós temos estas escolhas!
Se perguntarmos agora se você quer apenas ter certeza a pessoa com quem você se importa tanto no
mundo continuará ao seu lado, ou se você quer agradecer e apreciar mais o que vivem juntos? É fácil!
Isso é uma pergunta retórica.
E ainda assim, tantas vezes, nem nos importamos tanto com as pessoas que amamos, tomando como
certo que elas sempre estarão ali, ao nosso lado.
Se alguém lhe perguntar: você quer respirar de forma curta, estressante ou de vez em quando, quer
parar para respirar fundo? É claro que se eu sei que estas respirações me farão me sentir melhor, é claro
que vou respirar fundo!
É fácil saber qual é a escolha certa aqui! Mas você precisa estar consciente e se lembrar que você tem
estas escolhas em cada momento de sua vida! Estas escolhas não são menos importantes que as grandes
escolhas que fazemos! São as escolhas de cada momento, que criam tijolo por tijolo o caminho que a
nossa vida toma. Qual vida você deseja criar para você? Quais são as escolhas que você faz para criar
este tipo de vida?
 "META ESCOLHAS" - São escolhas que permeiam tudo o que fazemos, que estão conosco em cada
momento de nossas vidas, estando conscientes delas ou não. Estas escolhas são:
- Escolher ser
consciente (mindful) - Escolher escolher.

 ESCOLHER SER CONSCIENTE (mindful)- Em cada momento, podemos escolher ser conscientes ou
não. Podemos ser conscientes de nossa respiração, podemos ser conscientes sobre o que a aula tem
a nos dizer, podemos ser conscientes sobre nosso corpo, e pelas coisas que podemos ser gratos na
vida. Ou nós podemos ignorar todas ou algumas coisas.

Nas palavras de Jeffrey Schwartz: "Em cada momento de sua vida você está escolhendo ser consciente
ou não".
Você presta atenção no que está fazendo quando está fazendo?
Jon Kabat-Zinn escreveu um livro chamado "Aonde quer que vá, você
está lá". Aonde quer que você vá, lá está você fisicamente, mas nem
sempre mentalmente focado. Acontece que estando ou não consciente
do que você está fazendo quando faz algo, isso tem consequências sobre
a qualidade de vida que você leva. Estar consciente também é
importante para grandes decisões!

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Por exemplo: Joseph Badaracco argumenta em seu livro "Defining Moments", que decisões éticas são
geralmente decisões fáceis, quando são entre o certo e o errado (devo mentir ou ser honesto, devo
ajudar ou prejudicar).
Ele diz que as decisões éticas difíceis, são as certas X certas.
Por exemplo, se devo demitir funcionários em uma crise, ou mantê-los. É correto demitir, pois se não o
fizer talvez a empresa não dê certo e todos acabem sendo demitidos. E também é correto respeitar a
vida deles, que dependem do dinheiro, do trabalho em minha empresa.
É uma decisão certa X certa. Como fazer estas escolhas? Não existe uma prescrição correta, o que o
autor diz é que é importante ser consciente, prestar atenção nos detalhes, nas consequências do que
pode acontecer. Não garante escolhas de sucesso, pois são muitas variáveis para considerar, mas muitas
vezes, o que ele percebe é que estas decisões, "certa X certa", são baseadas em dogmas, pessoas não
estão de fato escolhendo. Elas têm alguma ideia pré-concebida do que é correto e vão nela. Mas quando
aumentam sua consciência, estas escolhas "certa x certa", é quando ficam mais propensas a eliminar
consequências indesejáveis e trágicas. Estar consciente das consequências certamente ajuda muito a
fazer escolhas difíceis.
A consciência também contribui para escolhas retóricas! Simplesmente aumentando a nossa
consciência de que temos escolha. E quando se trata de escolhas retóricas, muitas pessoas não estão
presentes, e não estão conscientes que de fato têm escolhas, e que isso tem consequências. Pessoas
que são conscientes do fato de que têm escolhas são muito mais saudáveis! São menos propensas a
terem pressão alta, doenças do coração, depressão, e são mais propensas a serem felizes! É a percepção,
a consciência ou não, de que se tem escolhas em cada momento da vida que faz a diferença.
Estar consciente (mindful) não é só positivo para as escolhas, mas por si
só já é algo extremamente positivo. Existem muitas pesquisas que dizem
que as meditações mindful, mesmo que apenas 15 minutos por dia, de
estar consciente da respiração, ou de ser grato pelo que temos na vida,
ou estar consciente da postura na yoga, estar presente no aqui e agora,
reduz níveis de ansiedade, aumenta os níveis de felicidade, muda a
forma que nosso cérebro funciona, nos torna mais resilientes e aumenta nosso sistema imunológico.
Seja fazendo meditação, yoga, tai chi, oração com foco.
Não é apenas meditando, mas estarmos conscientes de forma geral nos ajuda. Tem pesquisas de Jon
Kabat-Zinn sobre um curso de meditação mindful. Ele explicava aos participantes sobre os benefícios
desta meditação, e pedia para que a fizessem 45 minutos por dia, por 8 semanas.
Ao final destas 8 semanas, e 3 meses depois, foram mensurados seus níveis de bem-estar, e o que foi
encontrado foi que tal meditação reduz níveis de ansiedade, aumenta os níveis de felicidade, muda a
forma que nosso cérebro funciona, nos torna mais resilientes e aumenta nosso sistema imunológico.
O mais surpreendente foi que as pessoas que apenas fizeram o curso e não meditaram tiveram os
mesmos resultados! Pois só de aprenderem a serem mais conscientes, a se lembrarem de ser
conscientes, já mudaram. Em outras palavras, elas foram lembradas de que em cada momento de

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nossas vidas temos uma escolha, estando conscientes disso ou não! O curso aumentou seus níveis de
consciência, do fato de que elas têm escolhas, e isso teve consequências para sua saúde física e mental.
Vamos refletir?
Escolhas conscientes

Quais são as escolhas difíceis pelas quais você passou ou está passando?
Quais são as escolhas retóricas pelas quais você está passando?

 ESCOLHER ESCOLHER – Estas são as escolhas que permeiam tudo o que fazemos.
Todo mundo já deve ter ouvido alguma conversa onde alguém dividia algumas dificuldades que estava
passando, infelicidades, e a resposta a isso era: "apenas viva sua vida".
Às vezes este é um bom conselho, às vezes ajuda, mas na maioria das vezes é contraprodutivo!
Porque muitas vezes, não dá às pessoas a licença para escolherem, em outras palavras lhes dão a licença
para reagir passivamente ao que a vida lhes dá!
Isso não leva a felicidade, não a longo prazo. Talvez no momento alguém se sinta melhor por apenas
viver a vida, mas rapidamente a realidade que escolhida ou que lhe foi imposta chega, e estará
desistindo do mais sagrado presente da escolha. Agindo assim nos tornamos recipientes passivos, das
escolhas de outras pessoas, de suas imposições ou então de nosso passado, e continuamos a viver da
mesma forma, cometendo os mesmos erros, fazendo mais do mesmo. E a frustração toma lugar, pois
desistimos do direito sagrado, nossa necessidade inata de escolher.
Quando escolhemos escolher, quando deixamos de pensar "então ok, é assim que as coisas são", e
pensamos que temos escolhas, que nem sempre temos 100% de escolhas, existem sim constrições, mas
mesmo nestas constrições temos escolha, mudamos de uma vítima passiva, para um agente passivo
mais ativo. Escolhemos qual caminho queremos tomar. Pode ser até mesmo em momentos de
catástrofes, de grandes perdas ou até de aprisionamento. Seja com as grandes escolhas ou com as
pequenas do dia a dia. E nós sempre temos alguma escolha.
E ao invés de ficarmos nos perguntando sobre o porquê das coisas serem tão terríveis, mesmo se elas
forem terríveis, nós tomamos responsabilidade ao dizer "ok, está é a realidade, e ela não é boa, existe
dor, tristeza, desapontamento, mas ainda assim posso escolher, escolher. Uma resposta, uma reação,
uma ação, um pensamento, em cada momento de nossa vida, nós sempre temos uma escolha.

Outro dia, aprendi um exercício que recomendo agora, a todo mundo que reclama da vida:
BASTA FICAR SEM RECLAMAR.
E você verá o resultado do que você vai atrair para seu campo mórfico. A ressonância da positividade
muda nossa prosperidade.
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Aumenta o afluxo das boas coisas, das boas novas. Se você fica bem, mesmo nos momentos ruins e foca
no que funciona, você abre seu caminho para o amor, para generosidade e para prosperidade. Quanto
mais amor você vibra e espalha, mais você recebe da energia do Universo.
"Você vê coisas; e diz: 'por quê?'. Mas eu sonho coisas que nunca existiram e digo: 'por
que não”?
Então eu penso, tão fácil assim? Basta que eu pare de reclamar, ficarei mais positiva e
muita coisa boa começa a fluir. Maravilhoso! É o que tenho feito desde então. E a
prosperidade cresce a cada dia!

Vale a pena não reclamar, por isso, fica a dica: comece a ver a vida com
escolhas que você pode fazer até nas dificuldades.
Por que escolher ser uma vítima passiva? Racionalizar, dar desculpas (e
somos muito bons nisso). O 'porque não' é olhar para um caminho diferente,
buscar ser o agente ativo em sua vida, trazendo mudanças positivas.
Se sentindo sem saída?
Tendo dito isso, não tem ninguém neste mundo que não tenha se sentido alguma vez na vida "sem
saída". Sentir que está em uma situação onde você não sabe como sair dela. Sentir-se sem inspiração,
desanimado com a vida, se sentindo preso e triste, pois não pode pensar em mais nada que queira em
sua vida, está tudo ótimo, e ainda assim está preso a esta emoção, a este sentimento, e não sabe como
agir diante disso.
Nestes momentos, nos sentimos amarrados, encurralados. Seja por causa das consequências negativas,
ou positivas. Muitas vezes nos sentimos assim! Sentimos desamparo nestas situações, pois
metaforicamente falando, não importa o que se faça, sempre levaremos o "choque" (desamparo
aprendido), não importa o que se faça, é preciso ficar neste trabalho, nesta relação. Ou não importa o
que se faça, que não há sentimento de felicidade.
Então aqui está a diferença, entre os animais e os seres humanos nestas experiências (sejam reais ou
construídas em experimentos): Os animais respondem instintivamente, não escolhem e não podem
escolher da mesma forma que seres humanos podem.
Na maioria das situações, mesmo quando parece que estamos encurralados, nós temos muito mais
controle do que pensamos.
Como afirma Sheena Iyengar, "diferente de animais aprisionados, a percepção de controle ou
desamparo das pessoas não é inteiramente ditada por forças externas. Nós temos a habilidade de criar
escolhas alterando nossa interpretação". E isso significa mudar o foco, olhar para as coisas com uma
lente diferente, mudar o que apreciamos, o que tomamos por garantido, como nos portamos, como
explicamos, avaliamos nossas vidas para nós mesmos e para os outros.
Escolher, escolher significa buscar e seguir ativamente os caminhos que levam a mudança positiva.

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E em cada momento de nossas vidas, mesmo quando nos sentimos encurralados, nós temos uma
escolha, mesmo nas circunstâncias mais extremas.
Em relação a isso vamos falar sobre o trabalho maravilhoso de Viktor Frankl. Em seu livro "Men's search
for meaning", ele descreve suas experiências e as de outras pessoas nos campos de concentração. Ele
fala sobre como algumas pessoas, mesmo nas piores circunstâncias, onde estavam literalmente
encurraladas, como algumas pessoas eram capazes de escolher uma existência relativamente melhor
que as outras. Ele escreve:
"Nós que vivemos em um campo de concentração podemos lembrar de um homem que andava pelas
barracas confortando as pessoas, dando a elas um último pedaço de pão. Eles podiam ser poucos, mas
davam provas suficientes que qualquer coisa pode ser tirada de um homem, menos uma: a última
liberdade dos homens - escolher a atitude a tomar frente a qualquer circunstância, escolher seu próprio
caminho".
Esperamos que ninguém nunca precise passar por estas circunstâncias de novo. Entretanto, o ponto
que Viktor está tocando, é que mesmo nestas circunstâncias onde somos fisicamente e objetivamente
encurralados, ainda temos escolhas a fazer, certamente nem tantas escolhas que temos quando
vivemos em um país livre, em um ambiente seguro, mas ainda temos escolhas.
Aristóteles descreve os homens como animais racionais que escolhem. E abrir mão desta coisa que nos
define, se frustramos nossa natureza, pagamos um preço muito alto e quando escolhemos escolher, nós
aumentamos muito a nossa probabilidade de ser feliz. E para isso precisamos de coragem e
comprometimento.
Precisamos de coragem porque às vezes é mais fácil dizer que "a vida é assim mesmo, e eu não tenho
escolha sobre isso". Tomar responsabilidade pela nossa vida, significa muitas vezes admitir que temos
controle sobre a forma como sentimos, e que nem sempre nos sentimos bem.
É mais fácil dar desculpas do que dizer "eu vou melhorar"... é preciso de muita coragem para fazer isso...
E lembre-se que coragem não significa não ter medo, mas sim ter medo e seguir em frente mesmo
assim. Precisamos nos comprometer com esta escolha!
Vejamos um relato de Tal Ben-Shahar:
“Para mim, sempre que penso em meu comprometimento com minhas escolhas,
mesmo nos momentos mais difíceis a pessoa em quem eu penso como meu
modelo é a minha avó. Minha avó nasceu na Romênia, em uma família feliz, tinha
uma irmã, 5 irmãos, pais amorosos, e ela viveu em sua vila uma vida plena. Tudo
era maravilhoso até 1931, quando começou a Guerra. Até 1941 sua vila
permaneceu intacta pelos nazistas, mas depois de 1941 eles mandaram todos da vila para os campos
de concentração. Minha avó passou 4 anos em campos de concentração e de guerra, o último ano foi
em Auschwitz. Seus pais foram mortos nos campos, seus 5 irmãos foram mortos na sua frente. Quando
as forças aliadas ganharam a Guerra, eles foram liberar o campo de Auschwitz, os soldados ingleses
junto com médicos foram libertá-los. Eles analisavam pessoa por pessoa dizendo sim ou não. Sim para
aquelas pessoas que iriam com eles, e não para aqueles que iriam morrer de toda forma, e não os

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levariam, pois não tinham espaço para tantas pessoas nos hospitais. Pessoa por pessoa, diziam sim ou
não... estas eram as escolhas que aqueles médicos tinham que fazer. Chegaram até a minha avó, que
tinha 20 anos, ela era alta e pesava 26 kg, era pele e osso, não tinha cabelo, estava muito doente... O
médico olhou para ela e disse não. E então mudou para a pessoa seguinte, que era a irmã da minha avó,
a única sobrevivente junto com ela da família. Ela estava doente, mas pesava 32kg, o médico disse sim
para ela. Ela estava muito fraca para ficar em pé, então um soldado a levantou e ela que quase não
falava inglês disse não, e segurou o pulso de minha avó, e gritava "não, não, irmã, irmã" e os soldados
tentavam abrir suas mãos, e não conseguiam, pois ela segurava com tanta força dizendo irmã, irmã! E
o médico então disse ok, coloque as duas no caminhão. As duas foram no caminhão, foram para o
hospital e minha avó após um mês estava quase morrendo, não conseguiu engordar um grama! Mas ela
se recusou a morrer. Os médicos de todo o mundo vinham para vê-la, pois ela havia se tornado um
daqueles milagres médicos. Ela engordou um pouco após 2 meses e continuou engordando. Após 6/7
meses ela estava saudável o suficiente para andar devagar e com ajuda, mas conseguia... então foi
mandada de volta para sua vila. Ela chegou lá em uma carroça, e um homem em sua bicicleta a viu e a
reconheceu, ele a seguiu e a reconheceu mesmo estando tão diferente, ele reconheceu seus olhos... ela
se escondeu, pois não queria que ele a visse como estava naquele estado. Ele disse oi a ela, e ela disse
"vá embora". Mas ele foi com ela até sua casa, a ajudou a subir as escadas de sua casa vazia, e voltou
lá mais tarde levando chocolate! Ela comeu o chocolate após 4 anos! Saboreando cada mordida... E ele
disse que iria voltar para buscá-la para ir ao cinema, eles foram e duas semanas depois eles se casaram!
Minha avó engravidou 1 ano depois, e quando estava quase nascendo, o bebê morreu. Ela engravidou
de novo, mas mais uma vez seu corpo não aguentou segurar o bebê, que morreu também.
Eles resolveram mudar para Israel, no começo de 1948 para viver com mais dignidade. Israel não havia
sido declarado ainda, eles tentaram mudar, mas foram cortados pelos ingleses, pois até 14 de maio
daquele ano nenhum judeu poderia entrar no país até que Israel fosse oficialmente declarado. Eles foram
levados para campos em Cyprus, ela estava lá grávida com sua irmã e o marido. Ela deu à luz a uma
menina linda, e ela sobreviveu. Três meses depois eles se mudam para Israel e ela engravidou de novo,
mas acabou perdendo mais um bebê, e não pode engravidar mais... sua filha tem três filhos: eu, meu
irmão e minha irmã. E eu passo à frente agora até 1997, vou com minha avó a sepultura de sua irmã,
que havia morrido 1 anos antes. A irmã que havia salvado sua vida e que não podia ter filhos, e nós
éramos seus filhos. Fomos a sua sepultura e minha avó começou a conversar com ela. Ela disse: "Minha
irmã, as crianças estão aqui comigo, e as coisas estão indo tão bem, todos estão ótimos"... ela ficou ali
falando por 30 min. E eu só observando aquela mulher maravilhosa. Então ela olhou para mim e me
chamou para ir embora. Nós andamos, e fazia um dia lindo de setembro, ela me segurou enquanto
andávamos pelo cemitério e de repente parou, olhou para cima e disse: "Que mundo maravilhoso! Que
pena que temos que ir embora"... E continuou a andar.
Minha avó perdeu sua família inteira, passou por experiências horrendas, inimagináveis... Ela deu a vida
a três netos e escolheu viver. Minha avó escolheu apreciar este mundo maravilhoso que vivemos... ela
me disse que este é um mundo maravilhoso, e eu acredito nela”.

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VAMOS REFLETIR?

Escreva sobre um desafio particular que você está enfrentando onde você se
sinta preso ou encurralado na sua vida pessoal ou profissional. Após descrever
esta situação, identifique e elabore as escolhas que você atualmente tem.
Qual mudança você pode gerar se escolher pensar ou agir de forma diferente?

AS GRANDES ESCOLHAS DA VIDA

Em cada momento de sua vida você tem uma escolha. As escolhas


que você faz, são cada uma um tijolo que faz o caminho da sua vida.
 Qual tipo de vida você quer para você?
 Quais escolhas você faz para criar este tipo de vida?
Grandes escolhas - Carreira, casamento, onde vai morar, etc.
Escolhas específicas, situacionais - Como eu reajo a falha? Quando
encontro alguém na rua, como me comporto com esta pessoa?
Escolhas de cada momento - escolhas como respirar fundo ou não, apreciar, ser grato, escolhas que
temos a cada momento.

GRANDES ESCOLHAS
Escolher seu chamado: Em termos do trabalho que realiza, você pode encontrar algo que seja
profundamente significante para você? Escolher ajudar e contribuir: Fazer do mundo um lugar melhor,
dedicar tempo para isso. Escolher ser verdadeiro com você (ou apenas conformado)

ESCOLHAS ESPECÍFICAS, SITUACIONAIS


Escolher aceitação ativa: Como reagimos às emoções, eu as aceito? Escolher aprender com as
dificuldades: Como lido com elas? Escolha de ser bom. 


ESCOLHAS DE CADA MOMENTO


Escolher uma postura positiva: Como você se porta, esta escolha tem consequências de como sentimos,
como nos comunicamos com os outros e nós mesmos.
Escolher apreciar, ser grato.
Escolher ser
brincalhão, bem-humorado. Algumas destas são escolhas difíceis, são aquelas que precisamos pensar
bastante nelas. Algumas delas são óbvias.

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ESCOLHENDO SEU CHAMADO


Quando falamos sobre chamado, falamos sobre trabalho, mas não
necessariamente precisa ser seu trabalho remunerado. Porque você
pode ter escolhido cuidar da casa e da sua família!
Seja pago ou não, podemos perceber nosso trabalho como o nosso
chamado e é uma escolha.
Infelizmente, a maioria das pessoas não é feliz no trabalho. Existem alguns períodos melhores, mas na
média, as pessoas não experimentam altos níveis de satisfação em seu local de trabalho. É uma pena
que a satisfação com o trabalho seja tão baixa, especialmente porque nós temos escolha sobre isso.
Muitas pessoas se sentem presas onde estão, porque não podem sair, não podem melhorar, porque
estão encurraladas e é assim. O que fazer se não nos sentimos satisfeitos? Mudar, sair, mudar de
trabalho.
Um exemplo nesse sentido é o de Luma Mufleh. Ela é da Jordânia e
imigrou para os EUA. Ela trabalhava em um lugar, ia muito bem, mas
não estava feliz lá. Um dia ela errou um caminho e foi parar em um
lugar onde nunca tinha ido antes, ela viu neste lugar crianças
brincando com pedras, viu uma pobreza que nunca tinha visto antes
desde que havia chegado aos EUA. Ela procurou se informar sobre este
lugar e descobriu que era um lugar para refugiados da Somália, Bósnia, Sudão, com níveis de pobreza
que nunca havia visto. Ela voltou lá muitas vezes. Percebeu que aquelas pessoas estavam
desesperançadas, achavam que não tinham escolhas nem oportunidades na terra das oportunidades!
Ela decidiu largar o emprego e formar o "The Fugees Family".
Era um lugar onde as crianças sairiam da escola e iriam para lá jogar futebol com uma bola de verdade,
e ela era a treinadora, não só para o futebol, mas para a vida! Ela junto a outras pessoas do grupo lhes
ensinou matemática, escrita, inglês, habilidades de vida. Ela e seu grupo ajudaram e mudaram a vida de
centenas de crianças, mostrando que eles tinham escolhas, graças à escolha que ela havia feito. Tomar
um passo diferente.
Recomendo que vejam um pequeno vídeo sobre o
programa desenvolvido por ela (não se esqueça de
ajustar a legenda):
https://www.youtube.com/watch?v=SZ2pVMrH_XI

Ela tomou um novo caminho, fez a escolha de largar e embarcar em algo novo. Nem sempre temos esta
escolha, às vezes não podemos sair do nosso trabalho por alguns motivos, como o fato de precisarmos
do dinheiro. Às vezes é possível, mas não queremos abrir mão do estilo de vida que vivemos, e tudo
bem com isso! E o motivo pode ser porque acreditamos que não importa aonde vamos, vamos sentir
insatisfação. Inicialmente tem o efeito lua de mel, mas no final os mesmos problemas aparecem, não
importa onde estamos. E então mudar o trabalho não adianta.

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Então o que fazer se não podemos mudar, escolher? Ainda temos escolha? Sim. Podemos literalmente
redesenhar o nosso trabalho, reconstruir o que estamos fazendo.
Conta uma estória que três pessoas estavam trabalhando no mesmo projeto,
um homem passou em frente ao primeiro e perguntou "o que você está
fazendo?" E ele disse “estou colocando tijolos”. A próxima pessoa que estava
fazendo a mesma coisa respondeu "estou construindo uma parede" A terceira
pessoa respondeu "estou criando uma catedral para a glória de Deus".
Exatamente as mesmas ações e circunstâncias, mas interpretações muito diferentes!
Uma pesquisa feita por Wrzesniewski (2001) sobre Orientação no trabalho, revela que podemos olhar
para o mesmo tipo de trabalho e interpretá-lo de formas muito diferentes. Por exemplo, a pesquisa com
faxineiras de hospitais, mostrou que algumas percebiam seus trabalhos como um emprego, outras como
carreira e outras como um chamado. No mesmo hospital tinham médicos que viam como um emprego,
outros como carreira e outros como um chamado.
Vejam três trechos da pesquisa que descrevem as três condições (emprego, carreira e chamado),
pensem nelas no contexto da sua vida
Emprego: "O Senhor A trabalha principalmente para ganhar dinheiro suficiente para financiar sua vida
fora do trabalho. Se fosse seguro financeiramente ele não iria continuar no trabalho, iria fazer outra
coisa no lugar. O trabalho do senhor A é basicamente uma necessidade de vida, parecido como respirar
ou dormir, ele frequentemente deseja que o tempo passe rápido no trabalho, ele torce pelos finais de
semanas e feriados. Se ele vivesse sua vida de novo, ele provavelmente não teria o mesmo tipo de
emprego, ele não iria aconselhar seus amigos, nem filhos a fazer este tipo de trabalho. Senhor A quer
muito se aposentar."
Carreira: "O Senhor B basicamente gosta de seu trabalho, mas não espera ficar neste trabalho atual
daqui a 5 anos. Ele planeja mudar para um trabalho melhor. Ele tem muitas metas para seu futuro,
posições que gostaria de atingir. Às vezes seu trabalho parece desperdício de tempo, mas ele sabe que
precisa fazer bem feito para passar para a frente. Senhor B não vê a hora de ser promovido, pois para
ele uma promoção significa reconhecimento de seu trabalho, é um sinal de sucesso na competição com
seus colegas."
Chamado: "O trabalho do senhor C é uma parte importante de sua vida, ele é muito feliz por estar nesta
linha de trabalho, porque o que ele faz para viver é uma parte vital de quem ele é. É uma das primeiras
coisas que ele fala para as pessoas quando fala de si mesmo. Ele tende a levar seu trabalho com ele para
a casa e nas férias também. A maioria de seus amigos é de seu local de trabalho, e ele pertence a vários
grupos e organizações relacionados ao seu trabalho. O senhor C se sente bem em relação a seu trabalho
porque ele o ama e pensa que assim faz do mundo um lugar melhor. Ele aconselharia seus amigos e
filhos a entrarem em sua linha de trabalho. Ficaria bem triste se fosse forçado a parar de trabalhar, e
ele não está querendo que chegue logo sua aposentadoria." Talvez fosse algo que ele faria mesmo se
não fosse pago por isso! Não é que ele não está feliz por ganhar dinheiro lá, não é que ele não gostaria
de progredir como alguém que está em uma carreira quer, mas o motivador principal é o senso de

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chamado, de missão, algo que ele acredita.


Todos neste grupo podem se relacionar com pelo menos uma destas três condições, e normalmente
relacionar as três em tempos diferentes.
A pergunta é: Qual é mais dominante para você no que você faz hoje?
Mesmo as pessoas que sentiram na grande maioria das vezes um senso de chamado, podem de vez em
quando estar na corrida dos ratos, e às vezes precisam entregar um trabalho que precisa ser feito. Você
pode ver o seu trabalho como um chamado, mas quando precisa fazer alguma tarefa da qual não gosta,
dentro dele, pode vê-lo como um emprego! Mesmo quando você tenta fazer disso uma experiência
excitante, não dá! Você pode sentir-se encurralado! Mas de forma geral, pode continuar vendo seu
trabalho como um chamado. Às vezes como uma carreira, pois quer crescer, fazer uma carreira, se
destacar mais, alcançar algum título, mas mesmo assim, é no contexto geral de um chamado que
percebe o seu trabalho.
"Mesmo nos trabalhos mais restritos e rotineiros, empregados podem exercer alguma influência no que
é a essência de seus trabalhos."
Todos podem redesenhar seus trabalhos, reorientar sua experiência do dia a dia. Como? Vejamos
algumas pesquisas...
A primeira coisa que pessoas que aprenderam a gostar mais de seus trabalhos, que mudaram de um
emprego para um chamado envolve:
Criar/Mudar suas interações sociais - O previsor número 1 de bem-estar é o tempo que passamos com
pessoas de quem gostamos, alimentando nossos relacionamentos. Um previsor individual e também de
nível nacional é a força das interações sociais em uma cultura.
Adam Grant (2011), fez uma pesquisa com pessoas que levantam fundos em universidades: "Como
clientes podem convocar as suas tropas". Ele pesquisou aqueles que desenvolviam campanhas de
fundos. Estes alunos passam horas e horas no telefone, ligando para alunos da universidade para
levantar fundos. No início pode ser legal, mas após um tempo fica chato. Você essencialmente liga para
pedir doações. A maioria das pessoas que realizam este trabalho não experimentam um senso de
chamado, sabem que é importante, necessário, mas não sentem um senso de chamado.
A partir disso, ele introduziu a seguinte intervenção: Ele fez os alunos que ligavam se encontrarem com
os alunos da universidade que estavam lá graças às doações. Estudantes que não podiam pagar e nem
entrar na faculdade sem o suporte financeiro. Simplesmente fez os alunos encontrarem os
beneficiadores de suas ações. Ele comparou os alunos que encontraram os alunos beneficiados com
outros alunos que não encontraram os beneficiários.
O grupo que encontrou os beneficiários ficou muito mais engajado e motivado pelo trabalho, estava
mais propenso a mudar a sua percepção para um chamado! E o melhor: Levantaram 400% a mais de
fundos! Pois estavam engajados, motivados, presentes na causa, interessados, e isso tudo surgiu do
encontro com alguém, a relação trouxe novo significado para o trabalho!

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Nós podemos fisicamente encontrar com alguém ou apenas nos lembrarmos de


pessoas que o nosso trabalho afeta.... Poderiam ser coisas simples como, por
exemplo, sair para almoçar com alguém que gostamos no trabalho, um dos
melhores previsores de bem-estar é termos um amigo próximo no trabalho. Se
você tiver, então passe mais tempo com ele, se não tiver, crie este espaço!!! É uma
escolha! Introduza interações sociais ao seu trabalho e ele sozinho poderá mudar
para uma interpretação diferente. Seja interagir mais com os beneficiários de seu
trabalho ou com seus colegas.
Outra coisa que você pode fazer é mudar de atividades, por exemplo: Você pode organizar eventos se
isso for algo com que você se importa, de que você gosta. Você pode se voluntariar a fazer coisas que
nunca fez antes, você pode buscar por oportunidades ativamente! Escolher, escolher, em oposto a ser
uma vítima das circunstâncias, resignada. Ser um agente ativo, pois se você procurar irá eventualmente
encontrar oportunidades no trabalho, caso não possa ou não queira sair dele... oportunidades que irão
prover você de experiências significativas.
Leonid Pekrovsky era um curador de um museu de artes na Rússia e era muito engajado em seu
trabalho. Quando a União Soviética se desfez, ele foi morar em Israel e não encontrava emprego como
curador. Ele não tinha escolha a não ser encontrar outro emprego para viver. Ele começou a trabalhar
como guarda em uma cancela, checando os carros que entravam em um estacionamento. Nesta
cancela, para deixar o trabalho mais interessante ele começou a escrever poesias. Recentemente ele
publicou seu primeiro livro de poesias que foi um Best Seller em Israel. Hoje ele escolhe ficar naquele
trabalho, porque ele diz que é onde ele encontra sua inspiração! Ele escolheu outras atividades dentro
daquela realidade imposta a ele, que fez toda diferença!
"Nós podemos transformar nossas experiências de trabalho introduzindo nem que seja meia hora de
atividades significativas".
Às vezes, tudo que precisamos é uma mudança na percepção, porque se a percepção é "estou preso,
não tenho escolha", então podemos mudar para "sim, eu tenho escolha". Muitas vezes quando nos
conscientizamos disso, torna-se uma escolha óbvia, fácil de fazer e então a escolhemos.
Um ótimo exercício que pode ajudar a mudar esta orientação é escrever a descrição do seu chamado.
Muitas pessoas escrevem sua descrição de trabalho.
A minha, por exemplo, pode ser:
"Eu acordo, faço ginástica ou yoga, fico pronta, vou para o trabalho ou dar aulas em frente a uma
audiência falando sobre algum bom assunto que adoro, volto para a casa, passo um tempo com minha
família e vou dormir". Esta seria a descrição do meu trabalho, é o que faço nos meus dias.
Ou, posso descrever assim:

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"Eu acordo de manhã e vejo o céu clarear, os pássaros cantarem, tomo um


O mundo de Sofia delicioso café da manhã em silêncio, agradecendo o dia que acaba de
nascer para mim, como um presente. Faço uma yoga especial, um
momento sublime em minha vida, que desperta o melhor que há em mim.
Ou faço uma aula de ginástica maravilhosa e revitalizadora com meu
professor de ginástica, que desperta as batidas do meu coração e me
mostra que estou viva e com muita saúde. Vou para meu consultório
apreciando o céu e o dia... vejo cada flor em cada árvore e sempre há flores
de coloridos diferentes dependendo da estação do ano...ao chegar lá, dou
bom dia as secretárias que preparam um cheiroso café... animadas com
seu dia também...passo do dia vendo pessoas se curarem de suas doenças psíquicas, vejo minhas
palavras, meus abraços e minhas atitudes mudando corações e me sinto abençoada! Quando dou aulas,
vibro de emoção a cada sorriso, a cada pergunta e a cada assunto novo...e assim chega o fim do dia,
hora de jantar com minha família, contar alguma coisa, ouvir as incontáveis histórias de meu marido...e
depois vou dormir o sono dos inocentes. Um dia lindo se passou e guardo na memória! Exausta? Sim?
Mas feliz! Ou melhor mais feliz Só tenho a agradecer, estou viva e semeando o bem por onde vou.”
Esta é outra forma de descrever o meu dia, são exatamente as mesmas circunstâncias, em uma foco os
atos apenas. No outro a forma que encaro o meu chamado.

O QUE VOCÊ ESCOLHE FOCAR MAIS?


Pesquisadores introduziram 2 horas de intervenção em que iam a empresas e pediam aos empregados
para descreverem seus trabalhos como sendo um chamado. E esta intervenção simples, de duas horas,
mudou o bem-estar físico e psicológico, observando mesmo 6 meses ou 1 ano depois. Apenas porque
eles escolheram focar em coisas diferentes, em coisas que podem mudar e como eles percebem o que
estão fazendo. Em cada momento de sua vida, você tem uma escolha... O que você escolhe?
Parece óbvio não? Passar um tempo tomando consciência desta escolha, você pode fazer uma mudança
significativa em sua vida.

VAMOS REFLETIR?
Chamado!

Pense nas partes do seu trabalho que são significativas para você, que podem
lembrá-lo de como você pode perceber seu trabalho como um chamado

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O segundo tipo de escolha que iremos discutir dentro das grandes escolhas de vida, é escolher ajudar e
contribuir.

ESCOLHER AJUDAR E CONTRIBUIR


É uma coisa boa de fazer, faz parte até da nossa natureza querer
ajudar, bebês já podem demonstrar empatia! Eles se importam com o
que outros bebês sentem. É inato! E nós temos escolhas sobre o tipo
de vida que levamos, de dar e contribuir ou não. Existem sempre várias
barreiras. A primeira é que vivemos tão ocupados... "Não tenho
tempo!" “Mesmo que eu tenha tempo, que diferença posso fazer na
vida de alguém? O mundo está tão ruim, que diferença posso fazer”?
E todos nós nos sentimos paralisados frente às situações do nosso mundo.
A maioria de nós sente isso também e vamos dividir com você, duas ideias para você refletir, que podem
ajudar a superar esta paralisação, tiradas do judaísmo:
 "Quem quer que seja que tenha salvado uma vida, é considerado que ele salvou o mundo todo”. O
que esta sentença faz é levar o foco a uma só pessoa, não precisa mudar o mundo, ajudar uma
pessoa já significa o mundo.
 "Você não é obrigado a completar o trabalho, nem tampouco você é livre para parar de fazê-lo".
Este é um bom conselho para o que queremos fazer pelo mundo. Porque não podemos fazer tudo,
ninguém pode. Daqui a 100 anos, não importa o quão bom formos ainda haverá problemas e questões,
assim como existiam há 100 anos. Não é nosso trabalho completar o trabalho, fazer tudo. Mas ao
mesmo tempo não devemos parar.
Uma ótima história que captura esta ideia é contada no livro "Chickensoup for
the soul" que fala de uma pessoa enquanto andava pela praia nas férias, e ela de
repente viu outra pessoa pegando uma estrela do mar e jogando-a de volta ao
mar, uma por uma, e ao longo daquela praia havia milhares de estrelas do mar, e
então ele vai até esta pessoa e pergunta: "Por que você está fazendo isso? Tem
milhares de estrelas do mar aqui, e milhares de outras praias com outras muitas
estrelas do mar. Que diferença faz, que diferença você está fazendo”?
A pessoa pega mais uma estrela do mar e diz: "eu fiz diferença para esta aqui".
Pessoas... estrelas do mar... pequenas mudanças... fazem uma grande diferença. Quem está se
prejudicando mais quando não doa somos nós mesmos, porque existem benefícios enormes em dar.

BENEFÍCIOS DE DOAR
 Faz um mundo melhor, mesmo que seja uma pequena diferença, já faz do mundo um lugar melhor,
e sabemos das conexões, então nos beneficiamos também.

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 Pessoas que ajudam aumentam a probabilidade de sucesso. Se você ajuda outras pessoas a
crescerem, você tem tempo para crescer ainda mais, e se tornar ainda mais bem-sucedido como
resultado de seu sucesso. Ser generoso, benevolente paga bem a longo prazo.

 Aumenta os níveis de felicidade. Sônia Lyubomirsky (2008), realizou uma pesquisa “The how of
happiness”, em que ela selecionou um grupo de pessoas e pediu para se comprometerem a fazer 5
atividades extras de bondade, se doar! Coisas simples, mas que seriam um extra daquilo que já
faziam no dia a dia. Cinco atos de gentileza extras na semana seguinte! As pessoas que fizeram isso,
comparadas às pessoas do grupo controle ficaram fisicamente mais saudáveis e mais felizes.

 Um outro experimento foi feito por Dunn & Norton (2013): Happy Money. Neste experimento eles
deram dinheiro a um grupo de pessoas para que elas pudessem comprar algo que gostassem ou
aproveitassem da forma que quisessem, fazendo algo por eles mesmos (massagem, compras, o que
quisessem!). Eles mediram seus níveis de bem-estar antes e depois. Como resultado eles disseram
que de fato experimentaram um bem-estar, aquele que sentimos quando compramos! Mas
mediram um tempinho depois é já não existia este bem-estar, era um pico que rapidamente voltava
para onde estava antes. Os pesquisadores então pegaram outro grupo de pessoas e deram
exatamente o mesmo tanto de dinheiro, mas para gastar com outra pessoa, doar, mandar para uma
causa bacana. Eles voltavam ao laboratório e mediam seus níveis de bem-estar. Eles
experimentavam uma alta de bem-estar, aquela que sentimos quando fazemos o bem. Voltaram
um dia depois, uma semana depois e ainda mantinham os mesmos níveis de bem-estar! Não durava
para sempre, mas durava muito mais do que gastar com eles próprios.

 Senso de significado. Doar é algo nato assim como escolher, e nos tornamos mais felizes quando
doamos, especificamente, o componente da felicidade que a doação aumenta é o senso de
significado... É muito difícil experimentarmos um senso profundo de significado se não fizermos
uma diferença positiva na vida de alguém.

 Aumenta a eficácia e autoestima. Uma das melhores formas de aumentar os níveis de bem-estar,
autoestima e auto eficácia das pessoas é pedir para que ela seja voluntária de algo. Elas se sentem
menos sozinhas, melhores e mais fortes.

E de novo recordando...nas palavras de Buda:


"Milhares de velas podem ser acesas de uma única
vela, e a vida desta vela não será encurtada.
Felicidade nunca diminui ao ser compartilhada".
Muito pelo contrário, ela aumenta. O que estamos fazendo quando doamos é fazer um mundo melhor
e ser mais feliz ao mesmo tempo.

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VAMOS REFLETIR?
Doar

Pense em ações generosas adicionais em que você pode se comprometer,


pequenas formas que você possa contribuir, ajudar outras pessoas.

A terceira escolha, dentro das grandes escolhas que gostaríamos de mostrar, é:

ESCOLHER SER VERDADEIRO CONSIGO MESMO


É uma escolha retórica, mas isso não a torna fácil no sentido de reconhecer que temos esta escolha.
Muitas vezes fazemos as escolhas erradas aqui! Porque não somos conscientes das escolhas que
estamos fazendo.
Vamos dividir com vocês, um dos estudos clássicos feitos na psicologia, nos anos 50 por Asch,
Conformity (Asch, 1955). Foi um estudo sobre conformidade. Ele mostrou aos participantes três linhas:
Três linhas de comprimentos diferentes... e então ele mostrou às pessoas uma quarta linha:
E perguntou aos participantes qual linha tinha o mesmo comprimento que a quarta linha. A, B ou C? A
maioria responde C. Fácil não é? Bom, nem tanto... Quando Asch colocou os participantes do
experimento em um grupo e cada pessoa individualmente no grupo dizia qual linha achava, em 37% dos
casos, o último participante do grupo votava com a maioria. Esse é apenas um dos experimentos que
mostram conformidade.
Temos o teste de Milgram, conformidade a uma figura de autoridade e temos o de Zimbardo na prisão,
conformidade toma lugar a cada dia a nossa volta. Nas palavras de Ralph Waldo Emerson: "É fácil viver
no mundo conforme a opinião das pessoas. É fácil na solidão, viver do jeito que se quer. Mas o grande
homem é aquele que, no meio da multidão, mantém com perfeita doçura a independência da solidão."
Se manter independente quando existe pressão sobre nós para conformar (da maioria, de uma figura
de autoridade, de uma situação, do papel que estamos nele) nem sempre é fácil, mas ainda assim é
necessário.
Os dois "eus"
Todos nós temos 2 selfs em nós. O Eu público e o Eu privado. Nossos "Eus" funcionam juntos de forma
maravilhosa. A sociedade dá suporte ao que fazemos e nós queremos fazer exatamente o que estamos
fazendo... Ainda assim, às vezes eles entram em conflito. “Às vezes o que eu quero fazer não é a mesma
coisa que outra pessoa na minha empresa quer fazer. ” Às vezes falar o que se quer tem um preço, um
preço social. Às vezes é um preço financeiro. “Às vezes o que eu quero fazer não é o que meus pais
querem fazer, ou que meu parceiro quer (pessoas que eu realmente me importo e que se importam
comigo)”. Então o Eu público e o Eu privado, que querem conformar, entram em conflito. O que fazemos
então? Para onde vamos quando as coisas não são fáceis, quando nós precisamos de suporte (exceto

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pelos psicopatas que não se importam com o que você pensa sobre eles, mas todos nós nos importamos
com as opiniões das pessoas de uma forma ou de outra)?
E o que acontece quando eles não concordam com o que nós queremos?
Sugestões:
 Devemos ouvir os outros. Não devemos tampar os olhos e ouvidos. Escutar é importante, pois
aprendemos muito! Às vezes estamos certos, às vezes não, então certamente solicitar feedback de
outras pessoas, críticas e opiniões são muito importantes.
 Faça o que você acha que é certo! Agrade a você mesmo.
Para ilustrar uma parábola:
Um garoto que pensava que era feio e horrendo, tinha
vergonha de ir ao mercado com medo do que as outras
pessoas iriam falar sobre sua aparência. Seu pai resolveu
ensinar-lhe uma lição sobre a opinião das outras pessoas.
Ele disse: Tudo que te peço, é que nos próximos 5 dias,
apesar de ser difícil, venha ao mercado comigo. No primeiro
dia, eles foram ao mercado com seu burrinho e o pai foi
assentado no animal. Eles andaram juntos até o mercado e de repente ouviram pessoas dizendo: 'Nossa
que pai ruim, deixando seu filho andar, isso não é legal'. Eles foram para casa e no dia seguinte voltaram
ao mercado. Desta vez, a criança foi sentada no burrinho. Eles andaram até o mercado, o pai a pé e o
filho no burrinho e de repente ouviram as pessoas: 'Nossa que criança ruim! Ele não sabe a importância
de honrar o pai? Que falta de consideração, isso não é legal'. Eles voltaram para a casa e no dia seguinte
eles fora, ao mercado mais uma vez. Desta vez todos foram andando lado a lado (o pai, o filho e o burro
andando juntos) até o mercado. E de repente ouviram sussurros dizendo: 'Eles estão loucos? Eles têm
um burro e estão andando! Para que serve o burro então? E eles voltaram para casa.... No dia seguinte
o pai e o filho foram em cima do burro e escutaram as pessoas: 'E o direito dos animais? Que maldade!
Coitado, tem que carregar os dois! Isso não é legal! No quinto dia, foram ao mercado carregando o
Burro! E claro, enquanto andavam até o mercado pessoas diziam: 'Eles estão loucos! O que estão
fazendo?' Eles colocaram o burro no chão, então o pai virou para o filho e falou: 'Você viu? Você não
pode agradar a todo mundo o tempo todo, qualquer coisa que você faça você irá desagradar alguém, e
isso é parte da vida, e tudo bem! Após considerar a opinião dos outros você deve fazer aquilo que você
pensa que é certo, você deve escolher o caminho que você pensa ser moral, honrável e justo.
Não podemos agradar todo mundo o tempo todo, e passar a vida querendo agradar a todos é um fardo
muito pesado de carregar, é como carregar um burro até o mercado ou até mais pesado, pois o burro
você pode colocar no chão! Se você levar a vida querendo agradar aos outros, não existe repouso! É
muito pesado. Se pudermos apenas deixar para lá, levar em consideração o que eles têm a dizer, mas
fazer o que é certo para nós, perseguir este caminho, podemos fazer as nossas vidas e as dos outros
melhores! A vida é curta! Uma das pessoas que falou muito sobre o quanto a vida é breve, e infelizmente
viveu uma vida breve foi Steve Jobs. Ele viveu sua vida sendo verdadeiro a ele mesmo do início ao fim.

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Às vezes cometeu erros, mas certamente uma coisa que podemos falar dele é que era verdadeiro com
ele mesmo.
Depois que ele foi demitido da Apple (empresa que ele fundou), queria largar tudo porque não foi
aceito, mas depois ele disse: "Não! Esta é minha paixão, meu chamado, eu amo tecnologia, quero trazer
coisas novas para o mundo". Então entrou para outra empresa e depois para a Pixar, sendo verdadeiro
com ele o tempo todo e não sendo conformista, viveu sua vida com paixão e autenticidade.
Muitos de nós não iremos nos tornar um Steve Jobs, mas podemos aprender lições importantes com
ele, das escolhas que fez ao longo da sua carreira e na sua vida, nem sempre as escolhas certas, mas
certamente as escolhas autênticas.
Conhecer a si mesmo & ser você mesmo
Para seguir este caminho, primeiro precisamos saber quem somos e depois sermos quem somos. A
primeira escolha é sobre se perguntar: O que é que eu realmente quero? O que quero fazer, alcançar,
com o que quero contribuir? Como quero crescer? Quais são minhas forças? Quais são minhas paixões?
Este é o primeiro passo, conhecer você mesmo.
Nas palavras de Warren Bennis:
"Até você se conhecer de verdade, forças e fraquezas, saber o que você quer fazer e o
porquê você quer fazer, você não pode ter sucesso em nada que não seja apenas o
sentido mais superficial do mundo."
"Conheça-te a ti mesmo" - Isto é o que o oráculo de Delphi nos lembra a fazer! Conheça quem você é,
suas forças, fraquezas, paixões e saiba o que pode te agradar! Após você fazer esta escolha, então a
segunda escolha será ser você mesmo!
Nas palavras de Willian Shakespeare:
"Isto acima de tudo: a ti mesmo sê sincero. E disto deve seguir-se, tão certo quando a noite segue o dia,
que não poderás ser falso a homem nenhum."
Conheça e seja você mesmo! O interessante desta frase de Shakespeare, é que não poderás ser falso a
homem nenhum, porque se você é verdadeiro com você, você é muito mais propenso a ser verdadeiro
com os outros. Ser verdadeiro com você mesmo não apenas contribui com você mesmo, mas também
com outros.
Ser verdadeiro com você nem sempre é fácil, na verdade na maioria das vezes não é. E sempre existe
um preço por isso, por exemplo, quando precisamos escolher entre o que é certo e o que é certo. Muitas
vezes precisamos decidir entre o que é certo para nós e o que é certo para os outros (escolha ética
difícil), que são importantes para nós. Nesses momentos muitas vezes vivemos um dilema para decidir
o que fazer: o que é certo para mim, ou o que é certo para o outro? Podemos fazer a coisa certa
escolhendo o que escolheram por nós, porém não estaremos escolhendo de acordo com os nossos
interesses, baseados no autoconhecimento que favorece a escolha. É claro que existem exceções, mas
como regra, ser verdadeiro conosco irá fazer a nossa vida e a dos outros melhor, pois ao sermos
verdadeiros conosco seremos mais felizes.

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Vamos refletir?
1. Escreva a descrição do seu chamado (ao invés de ser a descrição do seu emprego).
2. Passe uma hora extra além do que você faz normalmente, comprometido com atos de
bondade.
3. Escreva sobre um dilema que você enfrentou que seus valores pessoais entraram em
conflito com outros.

Se tiver tempo, faça mais do que uma opção!

ESCOLHAS ESPECÍFICAS E SITUACIONAIS

Vimos três grandes escolhas de vida:


1. Escolher seu chamado;
2. Ajudar e contribuir;
3. Escolher ser verdadeiro com você mesmo.
Veremos então agora, as escolhas específicas situacionais.

ESCOLHENDO ACEITAÇÃO ATIVA


A primeira é aquela maneira como nós respondemos às nossas emoções: escolher aceitá-las
ativamente. Um dos pais do Iluminismo é David Hume, ele escreveu as seguintes palavras: "A razão
deveria ser apenas a escrava das paixões". Que tenhamos emoções e a razão se conforme a ela! Na
verdade, é assim que deveria ser...
Lowenstein, 2006 (Hot X Cold states), distingue em um estudo entre estados de quente x frio. Quando
estamos em um estado quente é quando nossas emoções estão "altas" e controlam nossa razão, e
quando estamos em um estado frio emocional, é quando nossa razão, nossa racionalidade prevalece.
Outro exemplo de estado quente X frio: Eles estudaram diários de pessoas que vão a expedições e viram
os relatos diários das expedições de norte a sul. Nestes diários, o que eles perceberam foi que
consistentemente em todos eles haviam escrito: "Eu nunca mais vou passar por isso na minha vida,
nunca mais me coloco em uma situação tão terrível! É a última vez que faço isso" e aí um ano depois, lá
estão novamente! No estado “quente” eles tomam uma decisão, e no estado "frio" tomam outra
completamente diferente.
O exemplo de mulheres em trabalho de parto. Quando estão sentindo as dores do parto falam que
nunca mais farão aquilo e normalmente fazem de novo. Tem outro filho!
Nós vemos tudo isso pela vida, estar em um estado quente e frio.
A pergunta é: O que podemos fazer?

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Nós temos que nos conformar, seja no trânsito, outros crimes passionais ou devemos aprender a viver
e perder o controle sobre nossa razão? Aristóteles tem uma resposta:
"Qualquer pessoa pode ficar irritada. É fácil. Mas ficar irritado com a pessoa certa, no grau certo, no
tempo certo, com o propósito certo e da forma correta - isso não é fácil."
E não é mesmo fácil, é uma das coisas mais difíceis do mundo! O que fazemos quando estamos no
estado "quente"? Parece que ou vamos a favor das emoções ou tentamos suprimi-las?
Se pensarmos bem, quando estamos no estado "quente" temos duas escolhas:
1. Rejeitar ou aceitar a emoção - aceitá-la, abraçá-la ou negar? Esta é a primeira escolha que temos
que fazer quando entramos em um estado quente.
2. Depois de aceitar a emoção, nós apenas reagimos ou escolhemos uma ação diferente mais
consciente?
Estas duas escolhas vão lado a lado, isso é um paradoxo. Mas se quando eu aceito a emoção como
natural, seja raiva do motorista, do meu filho, seja inveja do meu melhor amigo ou colega. Vejo de forma
mais tranquila, esfrio a minha emoção quente. É mais natural, quando eu a abraço, a sinto, estou em
uma posição muito melhor para ter uma segunda escolha, que é “o que irei fazer com isso”? Eu sou mais
propenso a escolher de forma apropriada se eu primeiro aceitar, tomar consciência da emoção.
Quando aceitamos esta emoção, somos mais propensos a segunda escolha, que é agir de forma
apropriada. Porque quando estamos em um estado frio é uma escolha retórica (da vida comum), mas
não é fácil quando estamos no estado quente.
Como podemos nos ajudar a aumentar a probabilidade de agir de forma mais racional mesmo no meio
de um estado quente? Como fazermos escolhas melhores nestes estados?
Dar um passo para trás! Literalmente ou metaforicamente. Alguns exemplos de como fazer:
1. Rotular a situação - simplesmente dizendo "Estou com raiva agora" ou "Estou com ciúmes" ou
"Estou tão triste que poderia matar alguém". Tomando consciência da emoção nos faz distanciar
dela. Damos um passo para trás. Rotular a emoção faz com que tenhamos muito mais controle do
que fazermos com ela.
2. Dar um tempo daquela situação - Contar até 10 ou 1000, ou em casos severos 1 milhão!
Vejam mais um exemplo do nosso mestre Tal:
“Quero dividir uma história que aconteceu comigo quando estava trabalhando no livro - Choose the life
you want. Este livro foi um grande lembrete para mim enquanto eu escrevia, que a cada momento da
minha vida eu tenho uma escolha. Era um final de semana, Shirelle e eu fomos a um parque de pássaros.
Tamy foi com nosso filho mais velho a um aniversário de criança e eu fui sozinho com ela. Tivemos um
tempo maravilhoso no parque! Alimentamos os pássaros, vimos as espécies e tiramos fotos
maravilhosas!
Voltamos para casa, eu e minha esposa falamos sobre nossos dias e eu mostrei a ela as fotos. Ela disse
que eram as fotos mais bonitas que tínhamos dela. David estava lá e estava apenas observando aquela

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situação. Então continuamos com nossas coisas do dia a dia, fui até o meu quarto e quando desci vi
David brincando com meu celular. Assim que ele me viu, ele parou e o colocou de lado, e vi que alguma
coisa estava acontecendo. Fui até o meu celular e ele havia apagado todas as fotos de Shirelle daquele
dia! Naquele momento eu senti o meu sangue fervendo!!! Fiquei com muita raiva! Estava quase
explodindo! E a frase que me veio em mente foi: "Em cada momento de sua vida você tem uma escolha".
Disse a mim mesmo: Tal você está escrevendo um livro sobre isso, calma!
Então eu disse o seguinte para o David: "David, estou quase explodindo agora, para isso não acontecer,
irei lá em cima e falo com você depois". Subi as escadas e pedi ajuda para minha esposa! Contei para
ela o que tinha acontecido e ela não acreditou! Pedi a ela que falasse ao David que falaria com ele daqui
algumas horas. Fiquei no meu quarto tentando relaxar, mas nada funcionava, estava com muita raiva!
Coloquei meus tênis e fui correr, mas não funcionou! Só a noite que consegui falar com ele.
Conversamos sobre o que aconteceu. Eu disse a ele: “Filho, não tem nada de errado em sentir raiva e
ciúmes, isso é normal. Mas você tem uma escolha, pode escolher o que fazer com elas e absolutamente
não é legal apagar fotos”. Ele foi punido pelo que fez, mas acho que ensinei outra lição importante, eu
não reprimi minha raiva (nem se eu quisesse conseguiria e isso não é saudável), mas ao mesmo tempo
eu dei um passo para trás e fui capaz de ensiná-lo uma das lições mais importantes sobre emoções e
como lidar com elas. Nem sempre me comporto assim, acho que ninguém faz isso! Ter este lembrete é
importante, pois ajuda a lembrar das escolhas retóricas, afinal em um estado "frio" era óbvio para mim
a coisa certa a se fazer, eu não queria estourar e falar coisas que eu me arrependeria depois. Era uma
escolha fácil se eu estivesse no estado "frio", mas porque eu tinha em mente a aceitação ativa “aceite
a emoção e dê um passo para trás para agir”, eu fui capaz de fazer o que eu penso ser certo para mim
e para meu filho. Nem sempre é tão simples, eu queria que fosse”!
3. Distanciar com racionalidade - Em uma pesquisa feita por Adyuk & Kross em 2008, eles pediram a
algumas pessoas para pensarem e imaginarem um tempo onde ficaram extremamente frustradas e
com raiva de alguém. E fizeram 4 grupos diferentes.
 Grupo 1: Foi pedido que desse um passo atrás, distanciasse da situação que eles imaginaram.
 Grupo 2: Foi pedido que experimentassem a situação, e se reaproximassem dela.
 Grupo 3: Racionalizar sobre aquela situação.
 Grupo 4: Sentir as emoções daquela situação.
Os grupos que se saíram melhor em termos de pressão sanguínea, em termos de serem capazes de
pensarem no que seria a coisa certa a se fazer, em termos de bem-estar, foram os grupos que se
distanciaram e os que analisaram usando a razão.
4. Escrever/Falar sobre a emoção - Sonja Lyubomirsky fala da importância de escrever e falar sobre
estas experiências. Ela mostrou que quando escrevemos sobre situações difíceis ou falamos sobre
elas, nos sentimos muito melhor como resultado. Em contraste, quando ruminamos sobre elas,
quando ficamos presos a elas nos sentimos piores!
Uma das melhores técnicas que temos disponíveis em lidar com traumas, ou com situações difíceis é
escrever sobre ela, ou falar com alguém, seja um terapeuta, coach ou um amigo.

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5. Ser paciente - Esta não é fácil! Trata-se de ser paciente sabendo que aquilo também irá passar.
Tem uma história interessante sobre isso que vamos compartilhar:
Uma mulher foi às compras com sua filha e esta fez uma birra, gritou, as
pessoas ficaram olhando e a mãe disse: Fulana, nós temos apenas algumas
coisas para comprar e vamos embora, seja paciente! Não adiantou nada, ela
continuou a birra! A mãe continuou e quando já estavam no caixa, disse:
Fulana, só mais alguns minutos, tenha paciência. (e não adiantou!)
A garota continuou gritando, ela estava quase acabando e dizia a Fulana que estavam no fim, que iriam
para o carro já, já, para ser paciente. E ela só intensificava a birra. Então elas saíram do supermercado,
foram para o carro, e a birra só piorou! A mulher disse: Fulana, estamos quase no carro, já vamos para
casa. Então enquanto ela colocava as compras no carro, um homem foi até a mulher e disse: Desculpe,
mas não pude deixar de notar a paciência que você teve com a Fulana, parabéns! E ela então disse:
Obrigada, mas ela não é a Fulana, sou eu!
Este é o tipo de paciência que normalmente precisamos! Pois todos nós sentimos isso, nos lugares mais
inconvenientes! E tudo que queremos fazer é gritar com eles, pois é tão embaraçoso! Mas o que é
importante é ter paciência. Não apenas neste contexto, mas em tantos outros pelos quais passamos!
David Schnarch fala sobre isso no contexto dos relacionamentos românticos. Ele fala sobre "Meaningful
endurance", isso quer dizer que em todas as relações, mesmo nas melhores, existem períodos difíceis,
existem conflitos, impasses e existem coisas que duram por muito tempo.
O que distingue relacionamentos duradouros daqueles de menos sucesso não é a presença de conflitos
e impasses, mas sim o que você faz, qual escolha você faz quando você os tem (você sai deles ou vocês
trabalham juntos para melhorar). Casais que escolhem passar por isso juntos, saem desta situação ainda
melhores. Ele fala sobre se lembrar que estes desafios, conflitos, por mais difíceis que sejam, e por mais
difícil que seja ser paciente é significativo, pois irá levar a um relacionamento melhor, mais feliz, mais
resiliente. Isso leva ao crescimento pessoal e interpessoal.
É uma forma de dar um passo para trás. Sim, é difícil, mas sei que precisamos passar por isso se
quisermos ter níveis melhores de bem-estar.

VAMOS REFLETIR?
Aceitação ativa

Existem algumas instâncias de sua vida - no trabalho ou em casa - onde dar um passo para
trás iria ajudar a lidar melhor com a situação?

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A próxima escolha específica situacional que iremos ver é:


ESCOLHER APRENDER COM AS DIFICULDADES.
Não se trata de escolher as dificuldades, pois muitas vezes são elas que nos escolhem, mas se trata do
que fazemos no contexto da dificuldade.
Foi feita uma pesquisa (por psicólogos e sociólogos) que avaliou o que antecipa e fundamenta a
autoestima, e mostrou que pessoas que lidam com dificuldades são muito mais propensas a aumentar
a autoestima do que aquelas que tendem a evitá-las.
A escolha que fazemos quando enfrentamos nossas dificuldades é: Aprender com elas ou desistir! Isso
não significa dizer que ela é bem-vinda, que gostamos dela ou que estamos felizes com ela. É algo que
está lá, que é dado. Trata-se de escolher o que fazer com esta realidade apresentada.
Morgan McCall escreve em seu livro:
"O primeiro passo para o desenvolvimento de um executivo é mudar do modo "sobrevive o mais forte"
para "desenvolve o mais forte".
Desenvolve o mais forte no sentido de colocar pessoas em situações difíceis e tê-lo crescendo com elas.
Não precisamos buscar situações difíceis, muitas vezes elas nos encontram!
As perguntas são: o que fazemos quando elas nos encontram? A evitamos, fugimos? Ou vamos
ativamente até a tempestade e aprendemos com ela, com as lições que ela nos tem a ensinar? Isso é o
que os líderes, pais, gerentes, parceiros em uma relação de sucesso fazem consistentemente. Aprendem
com erros, com os reveses e com desafios! Mas não desistem de lutar.
"Aprenda a errar ou erre para aprender" – e vem de novo nossa premissa da Psicologia Positiva - as
pessoas de mais sucesso na história não são aquelas que nunca falharam ou aquelas que acertam
constantemente, mas sim aquelas que falharam e aprenderam com a falha.
Por que é tão importante nos colocar em caminhos difíceis? Por que é tão importante ter experiências
difíceis? Pense como se estivesse aprendendo uma língua nova, posso ir a aula e aprender a falar inglês.
“Irei as aulas, aprenderei gradualmente e devagar, investindo muito após alguns anos serei capaz de
chegar em um nível bom de inglês... Também posso ir morar nos USA, estudar e viver lá por um tempo,
me imergir na língua e eu irei aprender muito mais rápido! Irei pegar a língua mesmo que inconsciente”.
É comum, crianças que se mudam para outros países, de línguas diferentes da materna, aprenderem
facilmente a sua nova língua, e rapidamente passam a dominá-la. Adolescentes e adultos também
podem aprender; podem encontrar um pouco mais de dificuldade, mas também irão aprender.
Da mesma forma, se nos imergimos em situações difíceis, vivenciando-as de verdade, então
aprenderemos com elas e poderemos lidar de forma melhor.
Bennis estudou sobre "Crescer com as provas difíceis" em 2002. Ele buscou líderes jovens e mais velhos
e buscou o elemento em comum na vida destas pessoas de sucesso. Um elemento em comum que
encontrou em todas as idades foi que todos eles haviam passado por dificuldades e aprendido com
elas... experiências transformadoras!

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A maioria de nós passa por situações difíceis, mas o que era único sobre eles é que passavam pelas
dificuldades e aprendiam com elas, ficavam mais fortes, tiravam conclusões e chegavam a
comprometimentos importantes como resultado destas dificuldades. Aprendiam com ela e cresciam.
O movimento autoajuda começou com Aristóteles, Confúcio, Platão. Eles falavam sobre como levar uma
vida feliz. Entretanto na era moderna, o movimento da autoajuda começou oficialmente em 1959, que
foi quando Samuel Smiles publicou um livro chamado "Autoajuda".
Neste livro ele escreveu sobre a importância da luta, da dificuldade e como ao contrário de evita-las
deveríamos dar as boas-vindas a elas, crescermos e aprendermos com elas. Ele escreveu:
"A maior praga que poderia ser rogada a um homem é sem dúvida, a realização completa de seus
desejos sem esforço de sua parte, não deixando nada para sua esperança, desejos ou lutas."
É realmente uma praga, um fardo quando as coisas são muito fáceis... ou quando não experimentamos
dificuldades. Ainda assim muitas pessoas, muitos pais desejam isso para seus filhos! Não queremos que
eles batalhem tanto quanto nós batalhamos, queremos que as coisas sejam mais fáceis para eles. E
muitas vezes, os pais fazem isso e as crianças pagam um preço alto.
Mais um relato de Tal:
“David tinha por volta de 4 anos, eu e minha esposa o pegamos na creche e ele tinha um brinquedo,
um boneco, que ele amava muito, andava com ele para baixo e para cima! Amava aquele boneco!
Voltamos um dia da escolinha e quando entramos no elevador o boneco dele caiu na fresta do elevador.
Não tinha como recuperá-lo! Ele começou a chorar, amava tanto aquele boneco! Eu vi meu filho tão
amado sofrendo tanto que queria confortá-lo! Minha esposa fez um sinal para que não falasse nada. Eu
queria dizer "Compro outro para você querido, não chore", mas ela me impediu... Quando a perguntei
o porquê, ela disse: "Tal, não prive David da oportunidade de experimentar uma perda".
Foi uma das lições mais importantes que aprendi sobre educar, ela estava absolutamente certa!
Todos nós experimentamos perda uma vez ou outra, e estaremos mais prontos para as perdas grandes
se tivermos passado pelas pequenas e aprendido a lidar com elas!
Talvez a coisa certa seja comprar um boneco novo para o filho que perdeu ou quebrou o seu, mas tudo
bem que ele fique triste pela sua perda... e tudo bem que ele se dê permissão para ser humano,
experimentar tristeza também. Que aprenda a regular as emoções! Um tempo depois ele ficará ótimo,
mas dar outro brinquedo no lugar iria privá-lo da oportunidade de lidar com aquilo! No curto prazo tudo
bem, mas não a longo prazo.
Clay Christensen fala sobre a importância da luta para o crescimento e aprendizagem. Ele escreveu
sobre crianças:
"Os desafios que seus filhos irão enfrentar servirão a um importante propósito: Eles ajudarão a afiar e
desenvolver as capacidades que eles irão precisar para ter sucesso em suas vidas. Lidar com um professor
difícil, falhar em um esporte, aprender a lidar com a complexidade social da estrutura escolar - todas
estas coisas se tornam caminhos da escola da experiência."

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ESCOLHAS – Co-criando nossa realidade

A escola da experiência! Como é diferente ir a aula de inglês e ir morar lá para aprender!


Não deveríamos privar nossos filhos nem a nós mesmos da oportunidade de lutar. Nem nossos colegas
ou empregados!
Hoje, é muito fácil evitar dificuldades, certamente é mais fácil para nós criar este tipo de vida para nossos
filhos porque no passado as crianças batalhavam muito! Muitas vezes trabalhavam nos campos desde
cedo, tinham que ajudar em casa, trabalhar tudo! Era parte da vida.
Hoje, com o luxo da modernidade, crianças podem ser apenas crianças! E isso é maravilhoso, mas existe
um outro lado também! As coisas ficaram fáceis demais. Muitos pais acreditam de verdade, com ótimas
intenções, que fazendo a vida dos filhos ficar mais fácil estão melhorando suas vidas, no longo e curto
prazo! Sim, podemos comprar mil outros bonecos para nossos filhos, enquanto no passado, a criança
ganhava um boneco e ficava com ele a vida toda! Podemos fazer muito mais por eles, mas o que estamos
vendo é que existe uma "falta de privilégio no privilégio".
Uma pesquisa feita por Luthar (2003) mostra o custo psicológico da riqueza material. Fala de muitas
crianças que vieram de classes privilegiadas e que desenvolveram muitos sintomas que vemos em áreas
de população de risco: depressão, ansiedade, altos níveis de consumo de drogas, falta de significado e
infelicidade.
Por que? Porque as coisas para muitos deles são fáceis demais!
Precisamos pensar e construir realidades onde haja lutas também, onde não privamos nossas crianças
ou a nós mesmos da oportunidade de aprender nas perdas e dificuldades.
Eu mesma senti na pele, pois perdi meus pais muito cedo e tive que ir à luta.
Consegui conquistar uma vida que sonhei, pois não tinha medo da dor e dos
desafios. Não tinha nada pronto, nem comida, nem cama feita, nem meu
futuro. Precisava lutar. E foi isto o gerador das minhas “brasas”, que acesas
fizeram muita luz no meu caminho, muita inspiração. Dor? Foram muitas, mas
sabia que passavam. Mas ao chegar a vez dos meus filhos, eu errei muito. Quis poupa-los da luta, quis
dar o que eu desejava ter. E acho que retardei o caminho. Depois deste curso de Psicologia Positiva,
reaprendi com meus erros, e pude dar de novo o privilégio aos meus filhos de não ter tudo pronto às
mãos. O que vi como resultado, um crescimento maravilhoso! Foi como dar fermento. Por isso, não
privem da dor e dos sacrifícios os que vocês mais gostam!
É mais fácil falar do que fazer! E ainda assim, se você buscar a história das pessoas de mais sucesso no
mundo, verá que foram pessoas que passaram por dificuldades reais, por batalhas, falharam muito para
ter sucesso.
Anne Harbison diz o seguinte: "Nunca desperdice uma boa crise".
Todos nós experimentamos perdas, dificuldades, provas difíceis. Seja na idade de 3, 7 ou 57 anos! A
questão não é experimentar ou não, mas sim o que fazemos com ela!
E existem muitas lições nas dificuldades.

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ESCOLHAS – Co-criando nossa realidade

No nível psicológico, podemos pensar em alguns exemplos:


Quando passo por dificuldades aprendo sobre paciência!
É também uma lição importante sobre humildade, me ensina a ser mais empático com as pessoas que
estão passando por dificuldades!
No budismo a dificuldade é vista como uma ferramenta para o crescimento!
E você pode ressignificar a sua experiência se perguntando "Qual ferramenta está me ajudando a
crescer?" ao invés de "Qual é a dificuldade que estou passando?"
Porque quando experimentamos uma dificuldade, temos escolha de como vamos olhar para ela, se a
vemos como uma catástrofe ou uma oportunidade para crescer.
E isso pode ou não diminuir o nível da nossa dor, mas certamente pode nos prover de paciência,
significado de que aquilo vai passar e que podemos crescer com aquilo potencialmente como resultado.
Sempre ouvimos as pessoas dizendo que as coisas acontecem para o nosso bem, mas mesmo que este
seja o caso, não vemos isso como convincente o suficiente.
Não acreditamos que as coisas sempre
acontecem para o nosso bem. Perder alguém querido, não conseguir algo que queremos. Nem sempre
é para o nosso bem! Às vezes até é, mas às vezes não.
O que concordamos, é que apesar das coisas não acontecerem necessariamente para o bem, podemos
escolher fazer o melhor das coisas que acontecem!
Dada a realidade, talvez não seja a melhor coisa que já nos aconteceu, mas não escolhemos isso, já
aconteceu. O que temos controle é sobre o que fazer com esta realidade.
Vejamos um exemplo de uma pessoa que fez exatamente isso:
Catalina Escobar perdeu seu bebê em um acidente trágico em casa. Ela estava devastada, a luz de sua
vida se foi. Após alguns dias desta perda ela resolveu abrir um centro com o nome do filho para
contribuir com outras crianças. Ela escolheu Cartagena, onde a mortalidade é de 50 a cada 1000
nascimentos, normalmente são 5 a cada 1000! Ela desenvolveu programa para mães, para educar as
jovens grávidas sobre nutrição, cuidados, para ajudá-las a cuidar de seus filhos, ensiná-las profissões
para que pudessem prover para seus filhos, ensinar o básico para cuidar de uma família. E a mortalidade
infantil lá diminuiu significativamente. Não só lá, pois seu projeto se tornou um modelo para muitos
outros projetos em cidades de população de risco.
Seu trabalho salvou milhares de vidas! Sem exagero. Ela foi escolhida como uma das heroínas do mundo
pela CNN. Recomendo que vejam este vídeo com uma entrevista dela (não se esqueça de ativar a
legenda) https://www.youtube.com/watch?v=bKoeUszwqwM
Dizer a Catalina que a perda do filho aconteceu para o seu bem seria uma maldade. Entretanto
aconteceu. Ela não pode voltar o relógio. E ela fez o melhor da situação que aconteceu com ela, escolheu
aprender, resolveu ser forte frente a esta situação e através disso influenciou e afetou a vida de muitas
crianças pelo mundo. E ela continua fazendo isso!

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ESCOLHAS – Co-criando nossa realidade

VAMOS REFLETIR?
Aprendendo com a dificuldade

Pense em uma experiência difícil que você teve, pequena ou grande. O que você aprendeu
com ela? Como você cresceu ou pode crescer com esta experiência?

A terceira e última escolha situacional específica –

ESCOLHER SER BOM


Parece trivial, simples, mas ainda assim, apesar de ser uma escolha retórica, nem sempre reconhecemos
que nós temos esta escolha para fazermos. Ser bom é algo que sempre podemos fazer, e de graça!
Nas palavras de Anne Frank: "Você sempre pode dar algo, mesmo que seja apenas sua bondade."
Podemos sempre escolher ser bom!
Jeff Bezos é o CEO da Amazon.com, ele conta a história da sua infância, e diz que quando era criança
visitava seus avós na fazenda, e que passou verões maravilhosos lá. Trabalhava no campo, na casa,
viajava. Ele conta sobre uma viagem em que ele estava sentado no carro e sua avó estava fumando um
cigarro. Jeff era muito inteligente, tinha 10 anos nesta época, e ouviu uma vez que a cada tragada que
você dá em um cigarro você tira 2 minutos de sua vida. Então ele rapidamente fez as contas e disse a
sua avó: "Na frequência que você está fumando, você está tirando 9 anos da sua vida".
Ele pensou que seus avós iriam dizer o quanto ele era esperto, pois ele queria mostrar suas habilidades
em matemática! Mas ao invés de elogiá-lo, sua avó começou a chorar. Seu avô parou o carro, o pegou
para dar uma volta e lhe disse: "Jeff, um dia você entenderá que é mais difícil ser bom do que esperto."
Assistam ao seu discurso: https://www.youtube.com/watch?v=h34yvLY2yyM
Bondade, generosidade é uma escolha que fazemos a cada momento de nossas vidas sempre que
encontramos uma pessoa. Escolher ser bom pode ser transformador, pode mudar radicalmente o dia,
a semana e a vida de uma pessoa!
Um daqueles exemplos que nosso professor Tal Ben-Shahar nos presenteava:
“Vou contar sobre uma experiência que tive. Em 2004 estava no caminho do aeroporto, 4:30h da manhã
e ia pegar um voo de Boston para Xangai. Era uma viagem bem longa, eu estava no táxi, e o motorista
não parava de falar, nem de reclamar... reclamava sobre tudo! E tudo bem, não sou contra reclamações,
mas eram 04h30min da manhã e eu o estava pagando! Chegamos no aeroporto e tivemos que passar
pela segurança "pós 11/09". Eu estava entrando no voo, bem cansado e iria passar por uma jornada de
24 horas de viagem! Então eu a vi. Ela devia estar nos seus 50 anos e andava em minha direção. Ela
olhou para mim e sorriu dizendo: "Espero que você tenha um dia maravilhoso". Eu agradeci e realmente
tive um dia maravilhoso! Um pequeno gesto mudou minha experiência naquele momento e no dia todo.
Depois disso eu até pensei no taxista rindo! Meu dia inteiro mudou. Até a forma pela qual eu interagi
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com as outras pessoas, eu fui melhor com elas do que eu teria sido se ela não tivesse sido boa comigo.
Um pequeno gesto de bondade transformou meu dia!
Eu sempre penso nela, lembro do seu sorriso como um lembrete do fato de que posso escolher qual
energia eu levo de cada interação que tenho. Sorrisos, bondade, generosidade são contagiantes! E são
importantes mesmo quando é difícil!”
Com certeza todos podem pensar em pelo menos uma pessoa de quem não gosta e que o irrita! Agora,
pense nesta pessoa e se comprometa que da próxima vez que encontrá-la, você será bom para esta
pessoa. Eu sei que é difícil, mas seja bom!
Então, por exemplo: se ela sempre discute com você, seja sobre política ou sobre outra pessoa, uma
fofoca, sobre seu trabalho, faça um compromisso de ser apenas gentil com esta pessoa. Seja um
cientista! Observe o que irá acontecer... talvez coisas ruins aconteçam, talvez ela lhe convidará para
fazer algo! Talvez coisas boas vão acontecer... apenas tente!
Outra coisa que recomendamos: seja bom para aqueles próximos a você. Porque normalmente
tomamos muita liberdade com as pessoas próximas a nós (nossos pais, filhos, companheiros) e às vezes
não somos tão bons com eles como somos com as outras pessoas! Isso faz parte da intimidade, pois
ficamos confortáveis em fazer isso. Mas se tomarmos um momento para pensar que quando estamos
em um estado "frio" muitas vezes nos arrependemos de ter dito coisas, pensamos que deveríamos ter
sido mais gentis com eles. Então tenha um lembrete sobre ser bom com eles. E com o tempo, se você
for bom consistentemente, isso poderá literalmente transformar relacionamentos, poderá transformar
um dia e uma vida!
Em relação a ser bom, podemos dar elogios. São de graça e não tem preço! Como disse Mark Twain: "Eu
posso viver 2 meses com um bom elogio".
Não espere dois meses pelo seu elogio, elogie sempre e muito. A chave é que sejam reais e genuínos!
Busque ativamente por coisas que você possa elogiar. Se você buscar, você encontrará! Você pode
sempre encontrar elogios, coisas para apreciar e destacar. Basicamente, se trata de realmente ver a
outra pessoa. Ver de verdade e apreciar aquilo que você tem a apreciar sobre ela. Algumas pessoas são
melhores nisso do que outras, mas se você se lembrar, se ativamente escolher ver coisas positivas nos
outros, poderá se tornar muito melhor nisso.
Já falamos sobre isso no início do nosso livro, com uma mestra chamada Marva Collins. Ela é uma
professora que transformou a vida de seus alunos em Chicago e no mundo. Tal fala dela desde os seus
25 anos, ensinando sobre o seu material. Fala sobre ela em muitas das suas palestras e aulas. Ela é o
seu modelo pessoal.
Até seus 40 anos ele não a conhecia! Muitos alunos lhe perguntavam se já a conheci, mas não. Quando
fez 40 anos, uma amiga o surpreendeu! Ela o convidou para encontrá-la em uma cidadezinha, e lá estava
Marva Collins, e ele teve um almoço maravilhoso com ela! Ele contou-nos:
“Foi mágico! Ela era tão maravilhosa quanto eu imaginava, nos fez sentir que éramos o máximo! Foi a
primeira vez que ela me viu, ela não me conhecia, mas eu senti como se ela já me conhecesse... ela me

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elogiou, elogiou minha amiga e o marido dela. Tínhamos um garçom atendendo nossa mesa que estava
no final de seu expediente, bem cansado, mas não por muito tempo, pois ela conversou com ele e lhe
sorriu. Ele se sentiu no topo do mundo! Ela faz isso naturalmente, ela busca isso”!
Nas palavras de Lao Tzu: "Ver a semente em algo é genial".
Ela tem esta geniosidade e alguns professores e pais também. Todos nós podemos cultivar esta
semente! Uma das coisas maravilhosas que ela conta é que às vezes os alunos falavam com ela: "Eu te
odeio Mrs. Collins" e ela sempre dizia: "Tudo bem querida, eu amo você para nós duas!" E ela realmente
amava! Transformou a vida de milhares de pessoas através da bondade e da gentileza...

BENEFÍCIOS DE SER BOM E GENTIL


 Fortalece os vínculos - Pessoas que são boas umas com as outras no dia a dia são melhores em lidar
com dificuldades na relação (dificuldades internas e externas).
 Aumenta a probabilidade de sucesso - É claro que existem pessoas ruins que têm sucesso, mas na
média, ser bom, ser respeitoso contribui para o sucesso do indivíduo e da empresa. Peter Drucker
fala que educação é o lubrificante de uma empresa.
No livro "The Power of Nice", os autores falam sobre o que é ser bom. Não se trata de ser "mole" com
as pessoas, você pode ser duro e bom com as pessoas. Assim é Marva Collins, ela coloca limites claros e
sempre vê o valor e a virtude das pessoas.
Um trecho do livro: "Bom não é ingênuo. Ser bom não significa sorrir por aí enquanto as pessoas passam
por você. Ser bom não significa ser um capacho. Na verdade, nós diríamos que ser bom é a palavra de
3 letras mais difícil que já ouvimos. Significa seguir em frente com o olhar claro e confiante que vem de
saber que ser muito bom e se importar com as necessidades das outras pessoas no mesmo nível que se
importa com as suas, irá levá-lo a conquistar tudo que você quiser."
Nas palavras de Maya Angelou: "Aprendi que as pessoas irão esquecer o que você disse, as pessoas irão
esquecer o que você fez, mas as pessoas nunca irão esquecer o que você as fez sentir."
É isso que as pessoas carregam com elas. Carregamos as pessoas de forma consciente ou inconsciente.
Os sorrisos, as dádivas, a generosidade, a benevolência de tantas pessoas.
Como você pode ser esta pessoa na vida de alguém? Como pode transformar a vida dos outros desta
forma?
Existe um livro infantil maravilhoso chamado "Have you filled a bucket today?"
(Já encheu um baldinho hoje?). E este livro é essencialmente sobre uma
metáfora, onde todos nós andamos por aí com um baldinho, e o baldinho pode
estar vazio ou cheio. A forma que ele é cheio é quando algo bom é feito por
nós, e ele se esvazia quando somos machucados pela ação ou palavra das
pessoas. Nós vamos pela vida com este baldinho cheio e vazio. Todos nós
enchemos baldinhos ou esvaziamos. E o melhor é que quando enchemos o baldinho de alguém, nosso
baldinho é cheio também! É um jogo onde todos jogam, uma espiral positiva é criada para fazer o bem!

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Você pode pensar em você como um enchedor de baldinhos. Marva Collins era uma enchedora de
baldinhos! Com seu marido, com pessoas que ela conhecia, com o garçom.
Como ser um enchedor de baldinho? Leia o livro! É adorável. É uma história maravilhosa para contar
para crianças e para nós mesmos.
 Outro benefício de ser bom é que focamos nas outras pessoas. Uma das principais razões pelo
aumento dos níveis de depressão no nosso mundo hoje é que estamos focando muito em nós
mesmos. Se olharmos para o movimento autoajuda, milhares de textos e livros sobre felicidade,
veremos pessoas que fazem cursos para isso! E isso é ótimo. Muitas vezes aprendemos várias coisas
importantes. Entretanto, muitas vezes, levamos ao extremo. Levamos a um lugar onde focamos
muito no que está acontecendo e em nós mesmos. Mas a coisa certa a se fazer, é focar fora!
O foco em si mesmo pode piorar a depressão! Não é ser contra a análise, mas às vezes, uma vida muito
analisada é entediante! Nem sempre nos leva a um bom lugar. Às vezes, a coisa certa a se fazer ao invés
de analisar, é olhar para dentro e tentar entender o porquê estamos nos sentindo daquela forma, é
olhar para fora e olhar para outros. Focar em uma meta externa. Nós precisamos buscar em nossas vidas
o equilíbrio certo.
Se estivermos passando por um período difícil devemos pensar: "Estou evitando algo, não o analisando
suficiente?" E então escrever um diário, falar com alguém ou "Estou analisando demais o que está
acontecendo? Devo mudar meu foco para o externo?" Uma das melhores formas de nos fazer sentir
melhor é ajudando a outras pessoas se sentirem melhores, sendo legal, bom com os outros, nós
contribuímos muito com nosso bem-estar.
Nas palavras de Kaplan Thaler e Robin Koval: "A beleza de focar nas preocupações dos outros é que
muda a nossa atenção de nossas próprias preocupações e ansiedades. E é muito mais barato que
terapia!"
É algo maravilhoso de se fazer! E faz a nossa vida e a dos outros muito melhores, pois cria uma espiral
para cima, positiva! “Porque quando sou bom para alguém, ele é mais propenso em ser bom para mim.
Se você fizer 3 pessoas sorrirem e se sentirem bem sobre elas mesmas, e estas três pessoas fizerem
outras 3 pessoas se sentirem bem, e estas 9 fizerem mais 3 cada uma e assim por diante, em 21
interações você terá corrido o mundo inteiro. Teremos 7 bilhões de pessoas mais felizes! Vamos fazer!
Passe adiante! Este é o poder transformativo da bondade.
VAMOS REFLETIR?

Por uma semana, se lembre de ser bondoso com as pessoas; saia do seu caminho para
fazer as pessoas se sentirem bem!
Você pode usar uma pulseira que te faça ficar mais consciente da escolha de ser bom,
coloque seu alarme periodicamente para se lembrar, ou tenha um plano para lembrá-lo
de ser bom.
Passe alguns minutos de cada noite escrevendo sobre suas experiências durante o dia,
sejam positivas ou não.

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ESCOLHAS DE CADA MOMENTO

São aquelas escolhas que temos literalmente agora. Daqui um minuto ou daqui 10 anos...
ESCOLHENDO UMA POSTURA POSITIVA
A cada momento de minha vida eu posso escolher minha postura. Seja assentar de forma alinhada ou
encurvada, seja colocar meus braços abertos ou cruzados, seja respirar profundamente ou não.
"Uma boa postura reflete um estado de espírito." Isto é certamente verdade! Porque andamos de forma
diferente quando estamos felizes e quando estamos tristes! Uma postura reflete um estado de espírito,
mas não apenas reflete, também cria um estado de espírito!
Existe uma relação recíproca entre como nos portamos e como nos sentimos.
Por exemplo: Se eu aperto a mão de uma pessoa de certa forma, eu estou comunicando algo a esta
pessoa. Se for firme, é confiança. Eu não comunico apenas a ela, mas também a mim mesmo. Irei me
sentir mais assertivo quando fizer isso. Se eu andar mais confiante, você entenderá esta mensagem,
mas eu também estarei criando certos sentimentos em mim mesmo dependendo de como eu me porto.
Como eu ando, como me assento.
Na psicologia, existe uma relação entre atitudes e comportamentos. E nós sabemos que nossas atitudes
afetam nosso comportamento. Por exemplo: se eu gosto de alguém, costumo me comportar de forma
gentil com aquela pessoa. Se minha atitude em relação a escrita é positiva, sou mais propenso em
engajar e em escrever!
Nossas atitudes afetam nosso comportamento e o que os psicólogos têm mostrado é que nossos
comportamentos também afetam nossas atitudes. Não é apenas nosso humor que afeta nossas
atitudes, mas como nos comportamos também afeta nosso humor!
Amy Cuddy fez o seguinte estudo. Ela selecionou alunos de uma escola de negócios que
iriam passar por uma entrevista e pediu para alguns deles ficarem em uma postura de
poder por dois minutos e outros para ficarem numa postura de pouco poder.
Solicitou que ficassem assim durante 2 minutos, e que depois fossem fazer suas
entrevistas.
Do grupo que ficou na postura de poder, 89% arriscaram apostar! E do grupo da postura
de fraqueza 60% escolheu apostar. Ou seja, havia mais tolerância ao risco e mais confiança naqueles
que assumiram uma postura de poder. E tem mais:
 Ela buscou pesquisar nestes grupos os níveis de testosterona (testosterona é associada à força,
assertividade e confiança). Eles colheram amostras da saliva antes e depois de ficarem nesta pose.
Estas amostras mostraram que aqueles que ficaram na pose de poder, seus níveis de testosterona
subiram 20% como resultado de 2 minutos. Aqueles que ficaram na pose de fracasso diminuíram
seus níveis de testosterona em 10%!
 Ela pesquisou também os níveis de cortisol (que estão associados ao estresse). O grupo da pose de
fracasso teve seu nível de cortisol aumentado em 15%! E o grupo da pose de poder diminuiu seu
nível de cortisol em 25%. Estes resultados são muito marcantes! Veja como 2 minutos de postura

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podem influenciar não apenas no que comunicamos para os outros, mas em termos do que
comunicamos a nós mesmos e o que experimentamos! Nosso comportamento muda nossa atitude.
Comportando-nos de certa maneira podemos ficar menos assertivos, menos confiantes e mais
estressados! Se comportar por dois minutos em uma determinada postura pode torná-lo mais
assertivo, mais calmo e confiante...
E tem mais posturas que vocês
podem fazer. Procurem o vídeo
no YouTube e assistam.
Recomendo muito!
Em sua pesquisa, ela ainda
colocou as pessoas que
passaram pelo experimento
para fazerem uma entrevista,
que foi avaliada por 4 pessoas
diferentes que não sabiam do
que havia acontecido antes!
Eles os avaliaram em uma
entrevista de 5 minutos. Aqueles que ficaram por 5 minutos em uma pose de poder foram avaliados
como significativamente mais confiantes, mais efetivos e mais espontâneos. Eles eram mais propensos
a ser contratados do que aqueles que ficaram por 2 minutos em uma pose de fracasso.
A cada momento de sua vida você tem uma escolha! Agora, amanhã em uma reunião, ou daqui 10 dias
antes de uma entrevista ou encontro!
Marva Collins nasceu no sul do país e experimentou muita discriminação. Entretanto ela sempre se
manteve confiante e orgulhosa de si, ela atribui sua habilidade de fazer isso, apesar das circunstâncias
difíceis em que ela foi criada nos anos 30/40, aos seus pais. Especificamente no que eles diziam sobre a
forma pela qual ela se portava.
Preste atenção a sua postura! Esta é uma escolha que você tem a cada momento de sua vida! Seja na
forma que você anda, se assenta (ombros, cabeça), pois isso afeta o que os outros pensam e a forma
como você se sente. Quando aperta as mãos de alguém, comunicando sua força a outra pessoa e para
você mesmo e a forma pela qual você fica em pé (ereta, forte, com orgulho).
Uma das razões pela qual a Yoga ajuda tanto é porque se pratica o mindfulness, e também porque
estamos praticando muitas vezes posturas corretas, como a pose da montanha na qual é solicitado que
você jogue os ombros para trás e alongue o seu pescoço. Isso está comunicando ao seu corpo algo bem
diferente do que normalmente comunica! Nos deixa mesmo orgulhosos e fazer isso de forma
consistente é maravilhoso, ficar consciente sobre isso até que fazemos tanto que se torna a nossa
segunda natureza.

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SORRIR
Às vezes seu sorriso e seu comportamento são produtos da sua atitude, mas às vezes é o contrário! Seu
sorriso pode ser a fonte de sua alegria.
E nós podemos usar esta ferramenta muito simples! Apenas decidir sorrir fará nos sentirmos melhor. Às
vezes a melhor coisa a se fazer realmente é chorar, franzir a testa. Tudo bem, permissão para ser
humano! Mas muitas vezes podemos reverter, assim como a técnica dos dois minutos na pesquisa com
as posturas foi capaz de mudar o que sentiam, nosso sorriso também pode fazer isso conosco!
Como fazer? Podemos pensar em algo que nos faz sorrir!
SER GENUÍNO
Muitas pessoas se sentem desconfortáveis em fazer poses de poder e eliciar um sorriso, quando não
estão no clima de fazer. Pois isso é falso, inautêntico! O que fazer? Apenas se resignar ao seu estado de
espírito? Ou mudar? Pense nisso: o que você está fazendo quando fica na pose de poder ou quando
você sorri? Você está trazendo à tona seu melhor eu!
Pense nisso: você vai a uma entrevista e está muito nervoso, as palavras não saem claramente, você
transpira, e o que diz quando sai desta entrevista? Você diz "não era eu". Mas se você vai nesta
entrevista e fica leve, sendo você mesmo, você se sente mais verdadeiro. Na avaliação da entrevista
daquela pesquisa da pose de poder, foram avaliados como mais autênticos e mais reais do que os
outros. Você traz o melhor de si à tona, e se torna mais você mesmo.
O que você está fazendo é cultivar a semente de potencial que existe em você! Para confiança e para
assertividade. Não é algo tirado do nada! Quando um fazendeiro olha para uma semente e diz que
aquilo vai virar trigo, ele não está fingindo uma realidade, ele está simplesmente vendo o potencial real
que existe!
E você traz mais do seu potencial se você eliciar o seu melhor eu... e isso pode acontecer quando você
escolhe sorrir, quando você escolhe ter posturas mais assertivas.
RESPIRAR
Respirar é acessível a todos nós, está literalmente "embaixo do nosso nariz".
Nas palavras do expert em corpo e mente Andrew Weil: "A técnica mais simples e mais poderosa para
proteger a sua saúde é absolutamente grátis - e literalmente debaixo de seu nariz".
Use-a! Pois, através da respiração podemos criar um ciclo positivo ou negativo.
Na cultura moderna, nós normalmente respiramos mais superficialmente. E como resultado disso temos
mais ansiedade, respiramos ainda mais "curto" e por aí vai como uma espiral para baixo! E é
normalmente muito fácil, toma-se 2 ou 3 respirações profundas para mudar de uma espiral para baixo,
para uma espiral para cima.
Pois quando respiramos profundamente, nós nos sentimos mais calmos e mais felizes, e isso se torna
um ciclo positivo.

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Isso é o que Benson (1975) chama de resposta de relaxamento. E é acessível a todos nós praticamente
em todos os momentos de nossas vidas.
Outra coisa que acontece quando respiramos fundo é que nós abrimos fisicamente, quase naturalmente
nos coloca em uma postura de poder que afeta a forma pela qual nós sentimos e experimentamos o
mundo. Nossa química corporal muda radicalmente quando respiramos fundo, os níveis de cortisol
diminuem, sentimos menos estresse e ficamos mais calmos. Bárbara Fredrickson fala dessa respiração
nas meditações feitas pelos orientais. Quando a respiração é lenta, nosso coração é abraçado pelos
pulmões e sente o bem-estar físico. Manda imediatamente, pelo nervo vago, uma resposta ao cérebro
para que produza a ocitocina, neuromodulador (uma espécie de hormônio produzido no cérebro) que
corta a noradrenalina e o cortisol.
Nós só precisamos ficar mais conscientes da respiração e seus benefícios, lembrarmos mais
regularmente. E então podemos deixar para lá as coisas ruins respirando! Em cada momento de nossas
vidas podemos deixar para lá, deixar ir embora os pensamentos e sentimentos ruins! Vejam bem, não
é não sentir, nem tampouco segurar sentimentos negativos. Mas sim, deixá-los irem embora.
"Alguns de nós achamos que segurar as coisas nos deixa mais fortes, mas às vezes precisamos deixar ir
embora...”. Corpo e mente são um! O que fazemos e o que pensamos estão interconectados. Quando
deixamos para lá fisicamente, estamos deixando ir também psicologicamente, mentalmente. E
podemos deixar para lá em cada momento, e agora!
Que é exatamente o que faremos agora: Feche seus olhos e foque em
alguma parte do seu corpo que esteja tensa... apenas respire e solte a
tensão... faça isso por alguns momentos, inspirando e expirando....
Podemos fazer isso com os olhos abertos ou fechados, podemos fazer isso
em uma reunião, colocando a atenção na parte do corpo mais tensa, e
respirando fundo. Deixando ir embora... Em yoga isso tem sido feito
bastante. Alguns professores dizem que uma das posturas que deitamos no chão é uma das mais
importantes! Pois você deixa ir... respirando e deixando seu corpo se soltar. E o negócio é que esta calma
que você traz na yoga ou em seu quarto ao meditar é transportável! Você pode levar a qualquer lugar,
a qualquer momento... então deixe ir embora!

VAMOS REFLETIR?
Pose de poder

Passe dois minutos em uma pose de poder, assentado ou em pé.


Como se sente? Consegue perceber algo diferente?

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A ESCOLHA DE APRECIAR
Esta é o tipo de escolha mais estudada na psicologia positiva... apreciar.
A pesquisa mais famosa foi feita por Robert Emms e outros sobre o poder de
expressar a gratidão regularmente, escrever 5 coisas pelas quais você é grato
antes de dormir. Você será mais feliz, mais otimista, mais propenso a atingir suas
metas, mais generoso e bom com os outros e será mais saudável fisicamente! É
maravilhoso!
E por que ajuda tanto? Porque cria uma espiral positiva, pois quando
expressamos gratidão nos sentimos bem, nos sentimos positivos e quando nos
sentimos assim, nos abrimos para mais experiências positivas, e então temos muito mais para sermos
gratos! E quando somos gratos nos abrimos mais ainda, e encontramos mais coisas para sermos gratos
e por aí vai, em uma espiral ascendente.
Por exemplo: Uma das características das pessoas felizes é que elas veem coincidências significativas.
De repente algo acontece com elas, elas encontram alguém na rua e dizem "isso era para acontecer,
não foi apenas uma coincidência! Existe propósito neste encontro, o que posso fazer com isso, qual é a
mensagem”? Em outras palavras, elas apreciam aquele encontro, são gratas por ele.
Outra coisa que fazem é mudar a sua rotina. Por exemplo, ao ir ao trabalho de manhã, às vezes pegam
uma rota diferente. Fazendo sua rotina diária, mudam sutilmente algo de vez em quando. Colocam
músicas diferentes...
O que fazemos quando saímos da rotina? Tornamo-nos mais conscientes do que acontece! Pois se eu
ouço o mesmo som sempre, ou passo sempre pelo mesmo caminho, eu não o noto mais, não aprecio
mais! Eu o tomo como garantido! Pois eu vejo a mesma árvore 1000 vezes! E se eu mudo de rotina, ou
busco olhar as coisas com outra perspectiva, eu aprecio mais! E é isso que acontece com as pessoas de
sorte, elas notam coisas que outras pessoas não notam, e traduzem aquilo em resultados reais que
muitas pessoas veem como sorte! Mas na verdade aquilo é produto de uma escolha que fazem!
Tenho tomado como prática, ver sempre algo novo no meu caminho de sempre indo para meu
consultório. E é maravilhoso, árvores florescem diferente no ano inteiro. Cores variam todo ano.
Pássaros voam no meu caminho. Casas mudam de cores, novas construções aparecem...diferentes
transeuntes passam...e um dia faz sol, em outro dia chove uma chuva fina e gostosa...em outros tem
um céu azul lindo...! E isso, traz um bem-estar que amplia minha alegria e enche meu coração de
generosidade para espalhar enquanto trabalham.
Outra característica delas é que tendem a focar na parte cheia do
copo. Mesmo quando coisas não tão boas acontecem com elas.
Por exemplo: Pessoas de sorte que são roubadas, geralmente
dizem: “por sorte eu não fui machucada”, ou se quebram um
braço dizem: "fui tão sortudo, podia ter quebrado a cabeça". O
que fazem é olhar para um cenário que poderia ser pior do que o que aconteceu.

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Apreciação deveria se tornar um estilo de vida, a chave é fazê-lo acessível!


Fred Briant mostrou que mesmo se destacarmos para nós mesmos nos lembrando e escrevendo coisas
boas que nos aconteceu, coisas das quais somos gratos, apenas isso já pode criar uma mudança no
momento em nossa fisiologia e psicologicamente. Não dá tanto trabalho!
Podemos fazer isso através de fotos, tendo um lugar que nos lembra de sermos gratos, coisas que nos
lembram a nossa família, fotos de pessoas de que gostamos, que nos inspiram, presentes de certos
lugares, fotos de lugares que amamos...
Todos estes pequenos lembretes podem ser muito significantes e contribuírem para nosso bem-estar.
A chave de fazer da apreciação um estilo de vida, é se lembrar do previsor número 1 da felicidade e
bem-estar, que são as relações. O previsor número 1 da felicidade é a qualidade do tempo que passamos
com as pessoas com quem nos importamos e que se importam conosco.
É como apreciamos em pensamentos aquelas pessoas que são importantes para nós, que passam por
esta aventura maravilhosa da vida conosco. E não é sempre fácil ser grato com elas. Às vezes a única
coisa que nos lembra de ser apreciativo é algo trágico que acontece com elas, conosco, com alguém que
conhecemos e nós não precisamos esperar! Não precisamos esperar os lembretes trágicos acontecerem
para que nos lembremos de simplesmente dizer obrigado pela presença delas, pelo presente que são
em nossas vidas.
Nas palavras de Francis Bacon: "Amizade dobra a alegria e encurta o luto pela metade."
O previsor número 1 de uma vida feliz não é ter estas pessoas em nossas vidas, mas sim apreciar ter
estas pessoas em nossas vidas!
Quando apreciamos o bom, este bom aumenta. Quando não tomamos por garantido o que temos,
temos mais daquilo.
"Não é suficiente apenas ter coisas boas em nossas vidas, precisamos apreciar o fato de tê-las em nossas
vidas." Se elas estão lá e não apreciamos, tomamos por garantido, então em termos de contribuição
para nosso bem-estar elas fazem muito pouco.
Apreciar é uma dádiva inata! E não é preciso perdê-la, podemos ficar com ela! Apenas precisamos nos
lembrar de sermos gratos...
BARREIRAS DA APRECIAÇÃO ANTÍDOTO PARA CADA UMA DELAS

1. Atraso da gratificação; 1. Aproveitar o momento


2. Estar muito ocupado, a correria da vida; 2. Apenas sinta a vida à sua volta! Sinta!
3. Pensar demais. 3. Aproveitar mais o momento.

Então vãos lá explorar um pouco mais agora os Antídotos para a apreciação.

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APROVEITAR O MOMENTO
Às vezes, atraso da gratificação é importante. Tem pesquisa que mostra que a habilidade de atrasar a
gratificação é um bom previsor de sucesso e bem-estar.
O psicólogo Walter Michel fez o seguinte experimento:
'O teste do marshmallow' - deu marshmallow, dizendo a elas:
"Vocês podem comê-lo agora ou se vocês esperarem, vocês
podem ganhar 2 marshmallows!"
Elas eram deixadas em uma sala sozinhas, com um
marshmallow em sua frente. Se comessem, elas o
aproveitavam, se não comessem e se atrasassem a gratificação,
alguns minutos depois o pesquisador entraria na sala com mais um marshmallow. Acontece que as
crianças que eram capazes de atrasar a gratificação e esperarem pelo segundo marshmallow, eram
significantemente mais bem-sucedidos, mais capazes de lidar com os desafios na vida do que as outras.
Este teste simples prediz bastante o sucesso na vida delas. Vocês podem assistir a esse vídeo no
Youtube: https://www.youtube.com/watch?v=rN36yr7h6YA.
Às vezes, atrasar uma gratificação é algo bom, entretanto nem sempre! Se atrasarmos nossa gratificação
de forma indefinida, nós acabamos não tendo nenhuma gratificação, pois não vivemos de forma
indefinida. Precisamos introduzir, de vez em quando, propulsores de prazer para aproveitar o momento.
Por exemplo: Escutar uma música que amamos muito, assistir um filme, mesmo quando não temos
tempo, passar uma hora com os filhos antes de voltar ao trabalho à noite, ir dançar mesmo se nossa
agenda for muito apertada... Introduzir estes propulsores de prazer em nossas vidas... E muitas vezes
não os fazemos porque dizemos: "E as minhas responsabilidades”?
“Tenho tantas responsabilidades, estou tão ocupado! Olhe quantas coisas tenho que fazer”... e
provavelmente você estará certo, estará realmente ocupado, mas seria irresponsabilidade sua não
introduzir estes propulsores de prazer em sua vida!
Pois nas palavras de Nathaniel Branden: "O prazer é para o homem não um luxo, mas uma necessidade
psicológica profunda."
Nós precisamos destes momentos de prazer para recarregar as
baterias. Precisamos encontrar o equilíbrio certo de atrasar e
aproveitar as gratificações. É verdade, existem momentos que
precisamos atrasar mais as gratificações, mas existem também os
momentos em que devemos ser responsáveis e introduzir estes
propulsores de prazer.
Geralmente os níveis de felicidade aumentam mais não por conquistar grandes coisas na vida, mas sim,
quando se reconhece as pequenas coisas dela. Pois assim como Deus está nos detalhes, a felicidade
também está nos detalhes.

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Encontre seus propulsores de prazer. Mini eventos, mini presentes que nos damos e que ajudam a
recarregar e replanejar para estarmos e sermos o nosso melhor.

TOMAR SEU TEMPO COMO SEU


Nas palavras de George Eliot: "Os momentos de ouro no fluxo da vida passam por nós correndo, e só
vemos a poeira; os anjos vêm nos visitar e nós só percebemos quando eles foram embora."
Quando olhamos para trás e vemos os bons tempos do passado e eles não estão lá, nós o perdemos
duas vezes. Por quê? Quando tentamos fazer demais, encaixar mais coisas em menos tempo, estamos
pagando um preço alto em termos da qualidade de nossas experiências.
Existem pesquisas sobre
relacionamentos, que mostram que quando o casal está sempre correndo, quando não experimentam
o tempo, eles são menos felizes, aproveitam menos o tempo juntos, o sexo não é tão bom, pois eles não
tomam o tempo deles!
Então as coisas que naturalmente nos dá prazer, não dão mais. Não apreciamos tanto quando não
tomamos nosso tempo. Assim como para saborear uma boa taça de vinho nós não a tomamos toda de
uma vez, assim como para saborear uma boa comida não comemos rápido, nós tomamos nosso tempo,
cheiramos, engolimos, saboreamos, e assim como nos tornamos apreciadores de vinhos e de uma boa
comida, podemos nos tornar apreciadores da vida!
Tomar nosso tempo para fazer menos no lugar de mais, para aproveitar os muitos presentes que a
vida nos oferece. E mais uma vez, a chave é encontrar o equilíbrio, pois em nossa vida atarefada de
hoje, às vezes precisamos correr! Não há problemas nisso! Tudo bem até que saibamos quando diminuir
o ritmo.

SENTIR
O antídoto de pensar demais! Sócrates diz: "Uma vida não examinada não vale a pena ser Vivida”. É
verdade, precisamos pensar, foi isso que nos levou até onde chegamos hoje, graças ao pensamento
fizemos tantos avanços na ciência, foram tantos progressos. Aristóteles fala sobre os animais racionais,
e esta é uma parte significante de quem somos, mas não é tudo que somos! Assim como Charles Chaplin
disse: "Pensamos demais e sentimos de menos".
Nós não tomamos um tempo para sentir, para sentir, apreciar. E em nossa vida, precisamos balancear
o pensar e o sentir. Equilibrar os dois mundos! Pois assim como nós somos animais racionais, somos
também animais que sentem. Assim como uma vida não examinada não vale a pena, uma vida sem
sentir também não.
Precisamos nos dar o tempo, o espaço, a liberdade de sentir, de experimentar uma "positividade
sentida no coração", como Barbara Fredrickson nos diz.
Então, “quando eu escrevo as coisas pelas quais sou grato, eu fecho meus olhos e sinto estas coisas,
sinto no coração, no estômago. O quanto sou grato a minha família, aos meus amigos, ao meu trabalho.

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Pois quando levo meus pensamentos até meu trabalho, família, não é menos importante apreciá-los e
senti-los! E esta é uma escolha que tenho a cada momento da minha vida”.
Então para superar as barreiras do atraso na gratificação, da correria e do excesso de pensamentos, o
que precisamos fazer é aproveitar o momento, tomar nosso tempo e sentir. Nos engajar em uma
positividade sentida no coração!
VAMOS REFLETIR?
Apreciação.

O que você pode apreciar em sua vida agora?

O último exemplo que queremos dividir com vocês das escolhas de cada momento é:

ESCOLHER O HUMOR E A BRINCADEIRA


Existem muitos benefícios no humor, em escolher ter uma atitude mais brincalhona. É algo que sempre
podemos escolher. Veja alguns dos benefícios:
1. Criatividade. Rir, ver algo hilário nos coloca no espírito da criatividade e existem várias pesquisas
que mostram isso! Que quando você faz as pessoas rirem, elas são bem mais propensas a pensar
"fora da caixa". Nas palavras de Barbara Fredrickson, humor e brincadeiras alargam as fronteiras e
constroem novas possibilidades baseadas onde não havia. É a essência da criatividade.
2. Resiliência. Não é coincidência que muitas vezes, em situações diferentes, as pessoas revertem ao
humor. Humor negro normalmente. E por que isso? Porque é um mecanismo de defesa, nos ajuda a
superar as dificuldades, e todos nós passamos por elas. Ter o humor, a brincadeira em nossas vidas, nos
faz ser mais resilientes, melhores em lidar com as dificuldades. "Uma pessoa sem senso de humor é
como uma carroça sem mola. É abalada em cada buraco da estrada."
Humor e brincadeira são como absorvedores de choque.
3. Saúde mental. Não é uma grande surpresa que o humor contribua para nossa saúde mental! É uma
das melhores formas de lidar com a tristeza, mesmo com a depressão. E isso não é negar a importância
da permissão para ser humano, mas sair com amigos, dançar, brincar, assistir um episódio de uma série
de humor pode ajudar a nos tirar do ciclo negativo que existe quando estamos deprimidos ou quando
estamos ruminando! Pode iniciar uma espiral positiva! Muitas vezes tudo o que precisamos é uma piada,
um episódio, dançar para nos tirar deste espiral negativo.
4. Saúde física - Henry Ward Beecher foi diagnosticado com uma doença severa, uma doença que o
prenderia na cama e o mataria em pouco tempo. Ao invés de continuar com a forma tradicional de lidar
com as dificuldades, ele reverteu ao humor. Ele se prescreveu uma dose diária de seriados de humor,
tinha uma enfermeira que lia piadas para ele e percebeu que toda vez que ele ria, precisava de menos
analgésicos para lidar com esta doença. E quando ele persistiu neste caminho ao longo do tempo, ele

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melhorou e superou sua doença. Isso foi antes de toda pesquisa que saiu mostrando
a eficácia e importância do humor para curar.
Patch Adams contribuiu muito para esta área. Sua história é mostrada no filme
estrelado por Robin Willians. Hoje, seu exemplo é usado no mundo todo, onde
palhaços fazem toda diferença na vida das pessoas doentes e hospitalizadas. O
sorriso e o amor podem ser contagiantes. Podemos fazer mais pelo mundo com
nosso próprio sorriso e gestos de carinho.
5. O luxo da vida moderna - Hoje, não temos nenhuma desculpa para não termos humor em nossas
vidas. Mesmo que não sejamos engraçados ou que não tenhamos muitas
interações com pessoas engraçadas, se você tem um computador, internet ou
uma TV, você pode também assistir humor! Apenas vá ao Youtube, ou Google
e digite "piadas engraçadas", ou os comerciais mais engraçados ou um episódio
de um de seus programas favoritos e você pode assisti-los, são acessíveis! Você
só precisa tomar um tempo para fazê-lo. Os benefícios são imensos.
E além do mais é divertido se divertir. É bom. Contribui para sua criatividade,
resiliência, saúde física e mental. É um luxo ter acesso a tudo isso, a toda esta
riqueza de material de humor. Faça bom uso disso.

Alguns anos atrás, Tal Bem Shahar recebeu um e-mail de Stuart Brown. Ele escreveu um livro sobre
brincadeiras e pediu ele o revisasse. Tal adorou o livro! Ele nos contou que ficou muito preocupado
com seus filhos, que não brincavam muito. E perguntou a uma amiga psicóloga infantil como deveria
fazer para brincar mais com seus filhos. Ao que ele o retrucou, perguntado, mas e você, brinca? Isso o
fez pensar, que realmente em seu dia ele não fazia brincadeiras, era mais sério e tímido. Os filhos
seguem nossos exemplos. Então ele poderia ser mais brincalhão em sua vida diária e seus filhos
aprenderiam através do exemplo dado. Em nosso curso, já vimos um professor que tinha sempre em
mente uma piadinha para nos contar e nos fazer rir! Momentos lúdicos e engraçados sempre apareciam
em aula, mesmo sendo tímido. Ele aprendera a lição e colocara já em prática. O mesmo ocorre em nosso
trabalho, em nosso meio...
Você brinca o suficiente? A cada momento de sua vida você tem uma escolha. De assumir uma postura
mais brincalhona, de rir, de contar uma piada, de ler uma piada. A cada momento você pode escolher
humor e brincar.
Nas palavras de Stuart Brown: "Se lembrar o que é brincar e fazer a brincadeira virar parte de sua vida
é provavelmente o fator mais importante de ser um ser humano realizado"
Podemos fazer isso sempre! Quando passamos por momentos ruins e bons! Irá nos fazer mais felizes
ou menos deprimidos! Onde quer que estejamos o humor pode ter um papel importante. Muitas vezes,
nós pensamos na infância como brincadeira e quando adultos mais sérios. Entretanto, brincar não é
menos importante para adultos. Por todos os motivos mencionados antes e também porque é uma
necessidade!

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No passado havia muito mais brincadeira, pois quando escurecia as pessoas se reuniam em volta da
fogueira e dançavam, cantavam, contavam histórias (formas de brincar) e hoje somos tão ocupados,
ficamos no escritório até tarde, seja em casa ou na rua, trabalhando, sendo sério, fazendo a vida fora
de seu potencial completo.
Nas palavras de Stuart Brown: "Nós fomos feitos para brincar e nos formamos através das brincadeiras".
É uma necessidade inata humana! E não deveria ter uma separação, uma distinção entre trabalho e
brincadeira. Podemos assumir uma atitude de brincar a cada momento, tendo em vista o que estamos
fazendo.
Uma frase de Patricia Madson: “Diversão é uma atitude! Faça a escolha de ser mais brincalhão, de viver
de forma mais divertida”!

"Divertir é uma forma de abordar uma atividade e não a


atividade propriamente dita. Eu tenho uma amiga que pode
transformar uma viagem para a Disneylândia em trabalho,
com sua necessidade obsessiva de ver e fazer tudo
organizado. Por outro lado, limpar o sótão ou a garagem
pode ser divertido se você ligar sua música favorita e
dançar enquanto limpa as teias de aranha, parando para ter
prazer nos tesouros escondidos lá"

VAMOS REFLETIR?

Você tem a possibilidade de escolha entre 3 opções:


1. Passe 2 minutos, duas vezes ao dia pelo menos, em uma pose de poder. Escreva sobre
como você se sentiu.
2. Escreva uma carta de gratidão para uma pessoa que você aprecia e se possível, encontre
com esta pessoa e leia para ela.
3. Adicione 30 minutos de humor em sua vida todos os dias. Você pode assistir uma
comédia, um stand-up comedy, ler piadas online, ler um livro engraçado, passar um tempo
com pessoas engraçadas ou fazer qualquer coisa que te faça rir!

Se tiver vontade e tempo, escolha mais de uma opção!

OS LIMITES DA ESCOLHA

Vimos os valores das escolhas, afirmamos e confirmamos que escolhas são muito importantes!
Entretanto, existem limites para as escolhas. Vamos olhar através das lentes de como o mundo vê as
escolhas hoje em dia.

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Hoje, temos uma abundância de escolhas, podemos escolher hoje, mais do que em qualquer outro
momento da história:
Onde morar - Antigamente as pessoas nasciam e morriam no mesmo lugar. Hoje, mudamos várias vezes
de casa, muitas vezes de país, temos esta escolha de onde viver.
O que estudar - No passado, se o pai era um ferreiro o filho se tornava ferreiro, se meu pai era advogado,
o filho também. E as mulheres então? Nenhuma escolha! Hoje, podemos escolher ser artistas, professor,
médico. Na verdade, existem cursos em universidades com milhares de cursos para escolher!
Onde trabalhar - Nós decidimos trabalhar em banco, por exemplo, e aí temos a escolha de 5 bancos
diferentes, diferentes funções. Podemos decidir o que queremos ensinar, existem tantas escolhas!
O que comprar - Vamos ao supermercado, hoje em dia, e temos centenas de escolhas de vegetais,
carnes, etc. Antigamente não tínhamos escolha! Tudo que crescia em sua terra era o que você tinha!
Com quem saímos/namoramos - Isso não existia no passado! Antes os casamentos eram arranjados. A
história de Ana... quando ela nasceu, a mãe dela foi a uma amiga próxima e falou que tinha uma filha, e
como a amiga tinha um filho de 4 anos, ela propôs que eles deveriam se casar. E 20 anos depois eles
estavam casados! E ficaram casados 63 anos. Hoje, temos tantas escolhas! Podemos escolher com quem
saímos, se casamos ou não, e mesmo depois de casar temos sempre a escolha, pois hoje é muito
acessível sair de um casamento. Que mundo maravilhoso, quantas escolhas podemos fazer!
Mas neste mundo cheio de escolhas, por que não estamos felizes? Por que os níveis de felicidade são
na verdade mais baixos hoje em dia? Ter mais escolhas é sempre melhor?
Muitas pessoas têm o seguinte modelo em suas mentes: Pensam que quanto mais escolhas temos, mais
felizes nos tornamos, uma função linear. Quando as escolhas aumentam, o bem-estar também
aumenta. Mas na verdade não é necessariamente o caso.
Nas palavras de Barry Schwartz (Livro O paradoxo das
escolhas): "Quando as pessoas não têm nenhuma
escolha, a vida é quase intolerável. À medida que o
número de escolhas disponíveis aumenta, assim
como é em nossa cultura consumidora, a autonomia,
controle e liberação que esta variedade traz são
poderosos e positivos. Assim que o número de
escolhas continua crescendo, os aspectos negativos
de se ter muitas opções começam a aparecer. O
número de escolhas crescendo ainda mais, a escalada negativa segue até que nos tornamos
sobrecarregados. Neste ponto, escolhas não libertam, mas debilitam. Podemos até dizer que elas
tiranizam."
Estas são palavras duras! Mas é verdade. Algumas escolhas são importantes, é maravilhoso poder ter
escolhas. Nos deixa mais feliz, porém quando chegam a certo ponto, nossas escolhas na verdade
reduzem nossos níveis de bem-estar.

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ESCOLHAS – Co-criando nossa realidade

E é isso que Barry Schwartz chama de "o paradoxo da escolha", onde mais escolhas não levam a mais
felicidade, pelo contrário! Mais escolhas normalmente nos fazem menos feliz. Vamos compartilhar
alguns estudos que ele fala em seu livro.
Ele descreve um experimento onde foram oferecidos 6 tipos diferentes do mesmo produto a
compradores. Na segunda condição lhes ofereceram 24 tipos de produtos para experimentarem. Parece
melhor, mais escolhas. No entanto, quando se tratou de comprá-los, 30% das pessoas que tiveram 6
opções de escolhas compraram, e apenas 3% escolheram comprar algum destes produtos quando
tiveram 24 opções! Muitas escolhas levam a menos compras.
Um exemplo similar com chocolates: alunos foram levados ao experimento e foi dado a eles a opção de
provar 6 tipos de chocolates diferentes. O segundo grupo que foi ao mesmo experimento tinha a
oportunidade de provar 30 tipos de chocolates. E então era dada a eles a opção de serem pagos através
de chocolates ao invés de dinheiro por participarem do experimento. O grupo que tinham apenas 6
opções foi 4 vezes mais propenso a escolher chocolate no lugar do pagamento.
Mais escolhas não são necessariamente melhores!
Este é o paradoxo da escolha, achamos que quanto mais opções de escolhas melhor. Se eu sou um
vendedor e ofereço mais opções, imagino que sou mais propenso a vender, pois as pessoas querem
escolhas, e quanto mais, melhor! Acontece que isso não é verdade, não podemos ter muitas opções de
escolha, não podemos ter demais de uma coisa! Por quê?
MAIS OPÇÕES DE ESCOLHA -----> MENOS FELIZ
Primeiro porque quando existem mais opções existe também maior esforço. Um exemplo pode ser a
ida a um restaurante. Tem lugares que o cardápio é até pesado de tantas opções oferecidas. Escolher
dentre muitas opções dá trabalho, exige muito esforço. As pessoas querem chegar ao restaurante,
escolher seu prato e comer, conversar, se divertir, e não ficar meia hora para escolher o que comer. Nós
nos tornamos conformistas, pois não queremos gastar nosso tempo e esforço escolhendo!
Há também um aumento na pressão, nós nos sentimos mais pressionados, pois existem tantas opções,
"e se eu escolher errado"? E também diminui a atratividade de cada produto, pois são tantas opções,
que escolher uma significa não escolher outras e o que escolher pode não ser tão bom! A existência de
muitos reduz o valor de cada opção individual, se torna menos atraente.
Agora sabemos um pouco sobre marketing, sabemos que não devemos ter muitas opções em nossos
restaurantes, supermercados e que queremos alguma escolha, mas não milhares!
Mas como isso afeta nossa felicidade? Pois afeta e muito. Muitas opções de escolhas levam a
infelicidade. Vamos ver cada uma destas consequências e ver como afeta nosso bem-estar:
 Em termos de aumentar o esforço: tanto tempo é desperdiçado, tanta energia é gasta em tentar
escolher a opção certa! Quando vamos comprar tem tantas opções de roupas, e às vezes isso é legal,
mas normalmente é muito. No final, após olharmos para as milhares de opções e escolher uma ou
nenhuma, nos sentimos vazios. A longo prazo não contribui para nosso bem-estar, desperdiçamos
muito tempo e muita energia.

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 Em termos de pressão: tem tanto estresse e consequentemente auto culpa quando temos muitas
opções, pois se não podemos escolher o chocolate perfeito deve ser nossa culpa, com tantas opções!
Ou se vamos a um restaurante e pedimos um prato maravilhoso, é porque escolhemos bem, e não
porque os outros também são! E não falamos apenas das escolhas pequenas, mas também das
escolhas maiores, como por exemplo, escolher um parceiro. Antigamente tinha-se a desculpa para
o relacionamento não ser perfeito, ou o parceiro... “porque meu relacionamento foi imposto a
mim”... Mas e hoje? Quando podemos escolher com quem namorar e casar? Não temos escolhas
infinitas, mas temos muito mais escolhas... “e se a relação não é perfeita, maravilhosa, deve ser
minha culpa, não escolhi direito... Então me sinto estressado antes de escolher, para fazer a escolha
perfeita... e depois de escolher (não é uma escolha perfeita, pois isso não existe) eu me culpo por
isso”.
Nas palavras de Barry Schwartz: "quanto mais somos autorizados a ser os mestres dos nossos fatos,
mais esperamos ser. Nós deveríamos encontrar a educação que é estimulante e útil, um trabalho
animado, valorizado socialmente e remunerativo, esposas(os) que são sexualmente, emocionalmente,
intelectualmente estimulantes e também leal e carinhosa(o). Nossos filhos deveriam ser lindos,
espertos, afetivos, obedientes e independentes. E tudo que compramos deveria ser o melhor do seu
tipo. Com toda esta escolha disponível, nós nunca deveríamos aceitar nada que seja apenas "bom o
suficiente". Eu acredito que a ênfase na liberdade de escolha, junto a proliferação de possibilidades que
a modernidade nos permite, tem contribuído para estas expectativas irreais. " E para muita
infelicidade...
 Diminui a atratividade – e o custo da oportunidade do que perdemos, pois quando escolhemos, nós
excluímos o resto. Escolher algo significa que ficaremos constantemente insatisfeitos e muitas vezes
arrependidos, pois existe o pensamento: "e se eu tivesse esperado mais um ano antes de escolher
aquele vestido, poderia ter encontrado um melhor". "E se eu tivesse esperado mais pelo meu ex-
parceiro, eu teria sido perfeitamente feliz"?
E sempre existirá insatisfação e arrependimento quando nosso parceiro ou prato escolhido se tornar
menos atraente por causa das outras opções que desistimos para escolher aquela.
Barry Schwartz: "A existência de múltiplas alternativas faz ficar mais fácil para nós imaginarmos as
alternativas que não existem - alternativas que combinam o atrativo das que já existem. E se nós
engajarmos nossa imaginação neste sentido, seremos ainda menos satisfeitos com a alternativa que
acabamos escolhendo. Então, mais uma vez, uma grande variedade de escolha nos faz na verdade
sentirmos pior".
Pois a escolha hipotética não necessariamente precisa ser uma escolha que de fato existe, mas uma
coleção das melhores de todas as opções existentes...

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VAMOS REFLETIR?
O paradoxo das escolhas.

Você pode pensar em situações em sua vida onde a abundância de escolhas esteja lhe
fazendo infeliz?

Ainda sobre os limites da escolha, vamos ver agora:


IMPORTÂNCIA DE ESCOLHER ESCOLHER
Temos visto sobre aumentar o número de escolhas. Em cada momento da vida nós temos uma escolha.
E não apenas uma, mas várias! Você pode escolher como se assenta, se aprecia, se respira fundo ou
não, se foca no positivo. São tantas escolhas! E então, isso é ruim?
Deixe-nos distinguir entre o tipo de escolhas que Barry Schwartz fala e o tipo de escolhas que estamos
falando. Barry S. fala em suas pesquisas de escolhas tangíveis, materiais, como um chocolate, uma
refeição, um parceiro. As escolhas que falamos aqui, em sua maioria são intangíveis. São escolhas
psicológicas! Como por exemplo, se escolhemos apreciar, isso não é tangível!
Não são coisas que escolhemos, mas formas de ser que escolhemos. E isso é diferente. Mas ainda
assim, existe algum desconforto sobre a noção de escolher, escolher no contexto do paradoxo da
escolha. Pois se realmente temos escolha, então qual desculpa temos para estar frustrado, ou infeliz.
Deveríamos escolher ser sempre felizes, abertos, calmos, generosos, brincalhões, e não somos assim
sempre, ninguém é assim sempre. E então? E em relação a escolher, escolher?
Compartilhamos a solução de Barry Schwartz para o que enfrentamos no mundo moderno. As soluções
que nos aplicamos para as escolhas tangíveis, e aplicar nas psicológicas também para lidar com muitas
opções.
Lidando com muitas opções - Ele fala sobre 2 coisas:
 Aceitar o "bom o bastante" - não buscar o perfeito, aceitar o que é bom o suficiente. Nas palavras
de Barry Schwartz: "aceitar uma opção que esteja de encontro com seus requerimentos profundos
ao invés de buscar o ilusório 'melhor'". Em outras palavras ele está falando sobre expectativas,
apenas abaixá-las um pouquinho. Bom o suficiente é, como o nome sugere, o suficiente. Buscar o
melhor leva a infelicidade.
 Comprometimento - o comprometimento significa mais do que a qualidade da escolha. São duas
escolhas, aceitar o bom o suficiente ou não. Podemos escolher nos comprometer ou não, e
continuarmos buscando escolhas cada vez melhores.
Estas são duas escolhas que temos – o bom o bastante e o comprometimento - fazer estas duas escolhas
podem nos fazer mais felizes. Sejam as escolhas físicas que fazemos todos os dias ou as psicológicas que
podemos fazer a cada momento.

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ESCOLHAS – Co-criando nossa realidade

ACEITAR O BOM O BASTANTE


Barry Schwartz estuda o trabalho do psicólogo ganhador do prêmio Nobel Herbert Simon, dos anos 50.
Ele faz a distinção entre o Maximizador (da palavra maximizar) X "Satisfeitor" (da palavra satisfeito)
Maximizador  Gastam muito tempo deliberadamente colocando muito esforço no melhor ilusório.
Satisfeitor  Não gastam muito tempo buscando a escolha perfeita, vão a uma loja, veem um vestido
que gostam e compram. Mesmo sabendo que na loja ao lado pode ter algo que irão gostar também.

A questão é que a abordagem maximizadora irá sempre levar a um final específico e inevitável. O
destino de um Maximizador é determinado pelo fato de que não existe perfeição e como eles sempre
pensam em "Se ao menos eu" ou "E se..." Existem sempre outras opções para alimentar este tipo de
pensamento. E como resultado disso existe também desapontamento, frustração, arrependimento e
infelicidade. Sempre! Sem exceção.
Nas palavras de Barry Schwartz: "Eu acredito que a meta de ser um Maximizador é uma fonte de muita
insatisfação, que pode fazer as pessoas tristes - especialmente em um mundo que insiste em prover um
excesso de opções, algumas triviais, outras nem tanto."
As pesquisas de Schwartz mostram que uma das razões pela qual a depressão cresce e o otimismo
decresce, pelo aumento dos níveis de ansiedade e infelicidade e a abundância de escolhas que as
pessoas têm, é a mentalidade do Maximizador. Ele pensa que não deve aceitar nada que não seja
perfeito, ideal, melhor.
Então se você quer ser mais feliz, se torne um satisfeito!
"Para um Maximizador, os "Satisfeitores" parecem querer aceitar a mediocridade, mas este não é o caso.
Um "Satisfeitor" pode ser tão discriminado quanto um Maximizador. A diferença entre eles é que o
Satisfeitor contenta com o excelente em oposição ao absolutamente melhor." Barry S.
Então um "Satisfeitor" irá investir tanto tempo quanto seja necessário para fazer escolhas boas o
suficiente. Em relação ao chocolate ele experimenta um ou dois e escolhe. Em relação a escolher um

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ESCOLHAS – Co-criando nossa realidade

parceiro é óbvio que passam muito mais tempo para escolher a pessoa que irão passar a vida junto, mas
ainda assim, o esforço é apropriado à escolha que está enfrentando. E o resultado de ser um "Satisfeitor"
paradoxalmente é melhor do que o resultado de ser um Maximizador.
"Ser um "Satisfeitor" é na verdade a estratégia do Maximizador. Enquanto o Maximizador se dá melhor
objetivamente do que o Satisfeitor, ele tende a se dar pior subjetivamente." Barry S.
Então um Maximizador irá após um ano, encontrar uma escolha melhor, ele pode até encontrar um
parceiro melhor, pois espera mais. Não sei, talvez! Mas subjetivamente ele estará pior, mesmo com a
melhor escolha! Pois ele não aprecia de verdade o que tem, irá sempre buscar pelo melhor, e pode até
encontrar. Mas quando a fase "lua de mel" passa, e vê imperfeições no seu perfeito que já foi a escolha
perfeita, ficará infeliz.
Então, objetivamente, talvez seja a melhor escolha, mas subjetivamente estará bem pior na forma pela
qual experimenta a vida, seu bem-estar, sua felicidade no contexto do seu relacionamento ou comer
um prato no restaurante. Este é o paradoxo da escolha!
Mais opções e mesmo melhores escolhas podem levar a menos ao invés de mais felicidade. "Escolher
ou não escolher" é quase tão importante quanto "ser ou não ser".
Quanto tempo gastamos em busca da escolha certa? Quando nós paramos e quanto nós nos
comprometemos é muito importante.
Barry S: "A escolha de quanto sermos um "escolhedor" talvez seja a escolha mais importante que
temos que fazer."
Porque queremos escolher bem, passar mais tempo consciente pensando em uma escolha de trabalho,
parceiro ou uma decisão moral. E podemos não querer gastar tempo nenhum escolhendo um prato no
restaurante. Onde gastar nosso tempo e com o que, é uma escolha importante que precisamos fazer.
O segundo componente de uma vida mais feliz (sendo dadas todas estas escolhas além de aceitar o bom
o suficiente) é escolher se comprometer.

ESCOLHER SE COMPROMETER
Comprometimento já é uma escolha por si só. Assim como aceitar o bom o suficiente é uma escolha por
si só. Se comprometer é uma escolha de segunda ordem. Uma vez que fazemos uma escolha (de um
chocolate, roupa ou parceiro, por exemplo), esta é uma escolha de primeira ordem, a segunda é se
comprometer com esta escolha... E comprometimento é a escolha perfeita que podemos fazer sobre a
escolha imperfeita que acabamos de fazer. Então por definição, ninguém e nada é perfeito, então por
definição, qualquer escolha que façamos é imperfeita.
A escolha perfeita, de segunda ordem que podemos fazer sobre esta escolha imperfeita é nos
comprometer.
Se comprometer é a escolha perfeita sobre o imperfeito.
Por quê? Porque é o comprometimento que leva a satisfação, porque se comprometer contribui para
nosso bem-estar. Um dos estudos feitos por Barry Schwartz deu às pessoas oportunidade de

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escolherem pôsteres para seus quartos. Aqueles que escolheram foram divididos aleatoriamente entre
dois grupos. Para um grupo foi dito o seguinte: "se você não está feliz com a escolha de seu pôster você
pode voltar e mudar a sua escolha". Para o outro grupo esta escolha não foi dada. Uma vez que cada
um escolhia seu pôster, este era dele, não podia trocar.
Então para um grupo a escolha era reversível e para o outro irreversível. O grupo que foi teve a opção
de reverter adorou o fato de que poderiam trocar, que o comprometimento não era final. Entretanto,
a longo prazo, o grupo que não tinha esta escolha era muito mais satisfeito com seu pôster.
Independente de as pessoas poderem trocar o pôster ou não, elas estavam muito mais insatisfeitas a
longo prazo que as outras do grupo que não tinha a opção de troca, pois tinha que se comprometer com
a escolha que fizeram.
Em outras palavras, o fato de ser reversível deu a elas mais escolhas, mas as fez menos felizes. Foi o
comprometimento, a irreversibilidade da escolha que as fez mais felizes. E nós vemos este modelo em
partes cruciais de nossas vidas, onde o comprometimento contribui para a nossa felicidade.
VAMOS REFLETIR?
Satisfação

O que você pode fazer para se tornar mais "Satisfeitor"?

SOBRE COMPROMETIMENTO
COMPROMETIMENTO COM RELACIONAMENTOS - Não é fácil se comprometer com aquela pessoa, não
é fácil dizer "aceito, até que a morte nos separe". Em geral, na média, pessoas que estão em um
relacionamento comprometido são mais felizes. Mesmo com o fato de que se comprometer nos prive
de muitas outras escolhas! “Porque se eu estou em uma relação honesta, estou abrindo mão de fazer
sexo com outras pessoas, estou abrindo mão de muito do meu tempo, onde antes eu poderia escolher
entre sair com os amigos, etc., agora preciso dedicar tempo para meu relacionamento, então eu abro
mão de algum tempo!” Inevitavelmente, abrimos mão de algumas escolhas quando estamos em um
relacionamento. Mesmo abrindo mão de algumas escolhas, as pessoas comprometidas em um
relacionamento são mais felizes do que as que não são. Por quê? O que vemos nos relacionamentos?
 Leva a investimento: Colocamos esforço nele. O que este esforço faz são duas coisas: Melhora a
qualidade da relação e consequentemente nos faz mais felizes na relação. Se eu estou em um
relacionamento e não estou 100% comprometido com ela, sou menos propenso a investir nela.
Assim como no trabalho, se eu não investir sou menos propenso a ser feliz nele... Se eu investir no
meu trabalho, colocar meu coração e esforço nele, serei mais propenso a ter mais bem-estar. E este
investimento vem do comprometimento.

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 Resiliência: Fazer este compromisso, dizer "eu aceito" quando eu realmente quero dizer isso, me
provê de muito mais resiliência. Ajuda-nos a superar dificuldades. E o que várias pesquisas nos
mostram, especialmente as de David Schnarch, é que se passamos pelos impasses, pelos conflitos e
dificuldades, então somos mais propensos não apenas a crescer como casal, mas também de nos
tornarmos mais realizados, mais felizes ou mais propensos de enxergarmos nosso potencial para
crescimento pessoal e desenvolvimento, que só vem se passamos pelas dificuldades de uma relação.
E se eu não estou realmente comprometido com a relação que eu escolhi, se eu não tenho esta
escolha de segunda ordem, de me comprometer, sou mais propenso a dizer "Isso não é para mim,
não fomos feitos para ficarmos juntos".

 Casamentos arranjados X Casamentos por amor (Iyengar, 2010): O que encontramos é que no
começo do relacionamento, os casais que se casam por amor são significativamente mais felizes que
os casais nos casamentos arranjados. Mas, 10 anos à frente, o oposto acontece. Pessoas que se
casaram por amor, na média são significativamente menos felizes que pessoas que ficaram juntas
porque seus pais pensaram que fariam um bom casal. Por quê? Porque pessoas nos casamentos
arranjados, nas culturas onde isso é normal, geralmente não têm muitas escolhas, não apenas sobre
os relacionamentos, com quem se casa e também se irão se manter casados ou não, existe um
comprometimento, o que você tem que fazer depois de dizer "eu aceito" neste tipo de
relacionamento? Você tem que investir e com o isso o relacionamento fica cada vez melhor. Você
enfrenta uma dificuldade? Você tem que passar por ela. Então passam por ela e se tornam ainda
mais felizes. Enquanto no casamento por amor, muitas vezes não temos o mesmo nível de
comprometimento e por isso muitas vezes o nível de felicidade cai. Não somos a favor de
casamentos arranjados! Acreditamos que é maravilhoso podermos escolher nossos parceiros. Não
estamos falando sobre comprometimento imposto. Às vezes, ele ajuda e às vezes machuca muito.
Existem muitos casais infelizes que estão em casamentos arranjados e não podem sair. Não estamos
falando sobre um comprometimento que nos é imposto, falamos sobre comprometimento como
uma mentalidade.

 Comprometimento como uma mentalidade: Isso significa entrar em um relacionamento e focar


primariamente em cultivar a relação escolhida, a colocar acima de encontrar a relação certa. “Então,
se eu posso encontrar alguém maravilhoso, amoroso, ter sentimentos fortes por esta pessoa e me
comprometer com ela, a coisa mais importante não é tê-la como minha parceira, e sim cultivar uma
relação saudável com ela. A parte de "viver feliz para sempre" é a mais difícil! É a parte que requer
investimento e superação das dificuldades através da resiliência se temos a mentalidade onde
cultivar é mais importante que encontrar, é uma mentalidade de comprometimento "agora vou
fazer isso dar certo". “Sim, no início tinham condições especiais, me senti atraído, amei seus valores,
mas sei que não é perfeito, porém também sei que é bom o suficiente para construir uma vida de
amor, apaixonado, saudável com ela”.

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Comprometimento também significa aceitar o custo, porque existe um custo! Não podemos negar!
Existe um custo em se comprometer com uma só pessoa e não poder estar com outras. Precisamos
passar um tempo com aquela pessoa, mesmo querendo passar 15 dias viajando com os amigos. E às
vezes tudo bem, às vezes não! Existem algumas restrições, um custo, e tudo bem! Pois se estamos com
uma mentalidade de comprometimento, também reconhecemos que existem muito mais benefícios do
que custos ao nos comprometermos com alguém. E é por isso que em média, pessoas comprometidas
com um relacionamento são mais felizes que as pessoas que não são.
Adotar uma mentalidade de comprometimento não significa que independente das circunstâncias não
possa sair do relacionamento. Se nos encontrarmos em um relacionamento infeliz, abusivo, é claro que
a coisa certa a se fazer é sair dele, mesmo que tenhamos nos comprometido "até que a morte nos
separe". O que a mentalidade de comprometimento faz é simplesmente aumentar o limiar de
tolerância, até certo ponto, e nos previne de deixar um relacionamento bacana se as coisas não
acontecerem de forma perfeita.

COMPROMETIMENTO COM META - O mesmo se aplica ao comprometimento com uma meta. Uma
meta é um comprometimento. É se comprometer em seguir um caminho e não outro, em direção a
nossa meta. E o que encontramos quando nos comprometemos com uma meta é que aumenta
significativamente nossos níveis de felicidade. E não importa muito se a meta é exatamente aquela
perfeita, o que importa mais quando falamos sobre metas é o nosso comprometimento com ela e a
busca por ela é parte do traçar metas que gera felicidade.
Não é a meta propriamente dita, não é ter uma meta perfeita e nem atingí-la! Mas sim o
comprometimento com uma meta, e a busca por ela que gera felicidade. Pois quando temos uma meta
e nos comprometemos com ela, ela nos liberta, nos libera para aproveitar a jornada, o processo, o
caminho até o pico que queremos conquistar.
Nas palavras de David Watson: "Pesquisas contemporâneas enfatizam que é o processo de luta pelas
metas - e não a meta por si - que é crucial para a felicidade e afetividade positiva." Fazer este
compromisso, ter esta meta, mesmo que seja algo imperfeito, é o que importa mais... Compromisso
leva ao bem-estar
"Por mais contra intuitivo que pareça, o que parece contribuir mais para nossa felicidade nos vincula ao
invés de nos liberar." Barry Schwartz
Vemos isso em várias áreas, por exemplo:
 Religião: Religião nos vincula, existem algumas restrições, seja alimentar, seja o que fazemos nos
sábados ou domingos, existem várias restrições nas religiões, mas ainda assim, na média, pessoas
que estão lá são felizes... é contra intuitivo, pois limita as escolhas, mas ainda assim, na média,
contribui significativamente para nossos níveis de bem-estar.

 Ter filhos/Criar uma família: Não é bom para todo mundo, mas na média, filhos contribuem para o
bem-estar... E não estou falando sobre prazer, sobre emoções positivas ou sentimentos, pois muitas

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vezes filhos nos trazem também estresse, e existem mais restrições quando temos filhos. Mas
mesmo assim, geralmente contribui muito para o bem-estar das pessoas, em termos de significado
que experimentam na vida. Não é para todos, mas para muitas pessoas, restrições e menos escolhas,
contribuem para uma vida mais feliz e de mais significado.

 Escolhas do dia a dia: Todo o tempo estamos fazendo escolhas. Mas as duradouras são as que
fazemos um compromisso com elas. Em nosso dia a dia, devemos fazer escolhas e nos comprometer
com aquilo que escolhemos. Por exemplo: quem realmente segue uma dieta são as pessoas que se
comprometem de verdade. Essas vão conseguir seguir a escolha porque fizeram um
comprometimento. Ou quando escolhemos o curso que iremos fazer, seja psicologia, medicina,
engenharia, mas você se compromete com o escolhido. Em nosso dia a dia, precisamos nos
comprometer, se aquilo que escolhemos corre o risco de ser abandonado.

MAXIMIZADORES DE FELICIDADE

E assim, voltamos para a felicidade e as pesquisas sobre escolhas.


Em nosso mundo hoje, existem muitos "maximizadores de felicidade". Por quê?
Parte dos motivos é devido à abundância de livros de autoajuda. Milhares de livros de autoajuda são
lançados a cada ano. Você vai a uma livraria e você fica sobrecarregado de opções de escolhas que você
tem. Livros que prometem fazer você mais feliz. E você olha para todos estes livros, ou clica no Google
a palavra "autoajuda" ou "felicidade" e tem todas estas escolhas disponíveis, tantas que nos estressam,
e você pensa: "Com tantas opções deve ter algo que funciona para mim. E se eu não estou feliz com
tantas opções, deve ser culpa minha! Devo ter algum problema!"
Então a abundância de escolhas neste campo nos leva a Maximizadores, coloca muito estresse e pressão
sobre nós. Isso é reforçado pela mensagem do movimento autoajuda, que é "você pode ficar
perfeitamente feliz" e isso leva a muita pressão se não estou feliz o tempo todo, pois deve ter algo de
errado comigo! E isso leva a mais frustração e também ao que chamamos de: "A grande decepção".
A grande decepção é a fachada que colocamos em nossa volta, onde as pessoas parecem estar ótimas,
tudo é ótimo. Eles fingem. Por quê? Porque as outras pessoas também estão fingindo, mas elas não
sabem que estão fingindo! E então pensam "todo mundo está feliz, não quero ser o diferente aqui, eu
também sou feliz". E assim, em sua decepção, está contribuindo para a grande decepção que está
indiretamente levando a grande depressão. Aos aumentos dos níveis de depressão que vemos a nossa
volta. E o que precisamos fazer, ao invés de sermos Maximizadores de felicidade, precisamos ser
"Satisfeitores" da felicidade.
Como?
 Aceitar o fato que não existe vida perfeita! Nem mesmo para aquela pessoa na capa do livro best-
seller! Todo mundo experimenta dificuldades e problemas.
 Se dar a permissão para ser humano: Os dois tipos de pessoas que não experimentam emoções

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difíceis são os psicopatas e os mortos! E nenhum deles é feliz! Se dê a permissão para sentir a dor,
desapontamento, raiva, arrependimento, frustração.

 Aceitar seus erros: se permita errar e ser um Satisfeitor, aceitar o bom o bastante, e se talvez 10
minutos depois você encontrar algo melhor, tudo bem! Erre! Isso faz parte de ser humano! Veja
cada erro como uma oportunidade de aprendizado, uma oportunidade fascinante!

 Apreciar a vida! Aprecie o que você tem, o que existe - Se comprometa com a vida! Escolha viver,
escolha fazer escolhas a cada momento de sua vida. Porque isso é tudo, não tem outra vida! Porque
não é reversível, não podemos desistir, porque não temos muito tempo, mas felizmente temos
tempo o suficiente, então faça o melhor disso!

VAMOS REFLETIR?
Comprometimento

Onde em sua vida o comprometimento pode ajudar a aumentar seus níveis de felicidade?

Gostaríamos de finalizar, com o que é um grande desafio sobre fazer escolhas. Especialmente aquelas
retóricas, do dia a dia. Que é LEMBRAR!

LEMBRETES

Nós sabemos da importância de ser feliz, sabemos da importância de apreciar e sabemos também como
é importante aprender com os erros e crescer com eles. Sabemos que humor e brincadeiras nos fazem
bem. Sabemos que respirar fundo é bom e que encontrar nosso chamado, focar em nosso elemento
espiritual, no nosso trabalho, faz uma grande diferença para nós e para as pessoas que encontramos.
Entretanto não é suficiente apenas saber.
Sócrates disse: "Conhecer o bem é fazer o bem". Infelizmente ele estava errado, é igualmente
importante nos lembrarmos do bem assim como conhecê-lo.
Lembrarmos de todas as escolhas, das difíceis ou retóricas que temos a cada dia!
 Tenha objetos que te lembrem de coisas que você quer ser lembrado. Por ex. um presente que lhe
traga boas memórias, que te faça lembrar do porque você faz alguma coisa. O senso de chamado
que tem no seu trabalho.

 Tenha ajuda visual: Figuras, pinturas, fotos de pessoas que você ama, para te lembrar de apreciar o
que mais importa nesta vida. Tenha uma foto de uma pessoa boa para te lembrar de ser generoso,

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bom, gentil, tenha fotos de seu lugar favorito no mundo! Para que você possa se conectar com as
emoções que este lugar te traz. No livro "Appreciative Coaching" os autores contam a história de
Rori, ele largou seu trabalho e abriu seu estúdio de Yoga. Foi um sonho realizado para ele... estava
se sentindo tão estressado e distraído que não foi capaz de perceber o que estava fazendo com sua
vida... então ele decidiu colocar no seu relógio a palavra AGORA. E cada vez que ele olhava as horas
via a palavra "agora" o que o lembrava de ser presente, que o lembrava da dádiva que é o agora!
Ele disse que este pequeno ato transformou a forma pela qual ele começou a experimentar sua vida
e seu trabalho dali em diante.

 Use uma pulseira/anel/acessório - pode usar um bracelete para lembrá-lo de estar presente. Ter
um acessório que você possa ver constantemente pode fazer uma grande diferença, pois não se
trata de apenas saber, deve-se fazer. E para isso é preciso se lembrar.

 Use a tecnologia! Use um alarme, uma agenda que te mande lembretes daquilo que você quer ser
lembrado! Isso pode fazer toda a diferença entre apenas saber que a cada momento você tem uma
escolha e viver este tipo de vida, escolhendo a vida que você quer.

 Tenha frases e palavras que estejam acessíveis para você, para que você se lembre do seu melhor
eu, daquilo que você quer ser!
Repita isso como se fosse um mantra! E após um tempo isso se tornará parte de você. Irá recondicionar
seu cérebro e se tornar sua segunda natureza... após um tempo você não irá precisar se lembrar disso
mais, você estará vivendo esta escolha! E então poderá fazer outra escolha. Poderá escolher, escolher
de novo. Até que aquilo também se torne segunda natureza para você.
Escolhas desencadeiam nosso potencial a cada momento. Quando você se torna consciente do
potencial de cada momento, sua vida ganha mais dinâmica e se torna ainda mais importante. Quando
um momento importa, a vida importa.
A minha escolha é de servir ao mundo com meus
dons. Ajudar a retirar o sofrimento da vida das
pessoas, aprender e passar para frente tudo o que
aprendo. Transformar teorias complexas em
conteúdos “palatáveis” e de fácil entendimento e
assim passar essa corrente do bem que é a saúde,
o bem-estar e a felicidade. Olha a minha carinha
com as escolhas que faço em minha vida...

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LEMBRE-SE SEMPRE!

VAMOS REFLETIR?
Reflita e escreva sobre as seguintes questões:
1. Que tipo de vida você quer para você?
2. Quais escolhas irão criar este tipo de vida?

BIBLIOGRAFIA

 A realização espontânea do desejo – Deepack Chopra


 A revolução do Altruísmo – Matthieu Ricard
 Abundância – O futuro é melhor do que você imagina – Peter H. Diamands – Steven Kotler
 Como estudar melhor – Ron Fry
 Have you filled a bucket today? Carol McCloud
 High Flyers – Morgan W. McCall, Jr
 Homo Deus – Uma breve história do amanhã – Yval Noah Harari
 Mindset – A nova psicologia do sucesso – Carol Dweck
 O milagre da manhã – Hal Elrod
 Still Surprised – A memoir of a life in leadership – Warren Bennis
 The art of choosing – Sheena Iyengar
 The optimism – Tale Sharot
 The power of nice – Como conquistar o mundo dos negócios através da simpatia – Linda
Kaplan e Robin Koval
 The How of Happiness – Sonja Lyubomirsky

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