Tolerâncias
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Tolerâncias
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Uma tolerância de um produto qualquer caracteriza-se por possuir os seguintes
itens:
- Dimensão (valor) nominal;
- Limite inferior da tolerância;
- Limite superior da tolerância;
- Campo de tolerância.
Qual é o significado?
É bastante simples: o valor nominal representa o valor base para a aplicação da
tolerância. Vamos repetir o primeiro exemplo acima para melhor entendimento:
Ou seja: o produto que possui esta especificação deve possuir medida entre 25,014 e
25,037. Qualquer valor fora desse campo de tolerância (0,023, diferença entre 25,037
e 25,014) está reprovado.
O campo de tolerância
Já tratamos dos limites de tolerância e limites de especificação. Agora trataremos
especificamente do campo de tolerância, que nada mais é do que a diferença entre a
maior e menor medida possível de uma característica de projeto que será aplicada ao
produto. Quanto maior o campo de tolerância, maior é a quantidade de produtos
aprovados, e conseqüentemente, menor é a qualidade requerida tanto no processo de
fabricação quanto na precisão da utilização. É com base no campo de tolerância que
geralmente são escolhidos os instrumentos de medição para utilização no processo de
fabricação do produto (além do valor nominal, que determina a capacidade do
instrumento). Para processos mais precisos os campos são menores. Vamos ver alguns
exemplos de peças mecânicas:
Campo de tolerância: 0,24 mm
Analisando:
Limite inferior de especificação: 15,345
Limite superior de especificação: 15,375
Analisando: TODOS os exemplos estão corretos, pois, mantêm dos limites inferior e
superior de especificação idênticos ao original, e também está mantendo o campo de
tolerância original (0,030 mm).
Número Característica
5 Mecânica muito precisa
6 Mecânica de precisão
7 Mecânica comum (mais empregada)
8 Mecânica mais grosseira
Exemplo: Furo Ø12,000 e Eixo Ø12,000. Devemos fixar uma tolerância para um dos
elementos. Assim, poderemos, através da variação do campo de tolerância do outro
elemento, dimensionar o tipo de acoplamento desejado. Vamos fixar o diâmetro do
furo no sistema H. Veja a tabela abaixo:
Exemplo de aplicação
Vamos utilizar o exemplo acima: um furo e um eixo com Ø12,000. Se fixarmos a
tolerância H7 para o furo, como seria o acoplamento se a tolerância do eixo fosse: h9,
h7, h6, h5, g6, g7, j5, j6, k6, r6, s6?
0
10 18
+18
0
18 30
+21
0
30 50
+25
Isto significa que o limite inferior do valor do furo será 12,000 mm e o superior
12,018 mm.
Observação importante: Se o valor solicitado fosse 18 mm, qual linha da tabela
seria utilizada? Seria a mesma indicada em negrito, pois deve-se interpretar a tabela
como se o termo "até" fosse uma "barreira". Se o valor nominal fosse 18,001,
deveríamos escolher a linha de baixo, pois seria um valor superior ao limite da linha
anterior. O mesmo processo é aplicado à normalização de calibradores passa-não-
passa.
Vamos analisar mais fragmentos, os quais apresentamos numa única tabela. Agora
estão representando cada um dos ajustes sugeridos:
Ajuste 1: 12 H7 X 12 h9
Análise das tolerâncias:
Furo: 12,000 - 12,018
Eixo: 11,957 - 12,000
Analisando as possibilidades críticas de acoplamentos, teríamos:
Folga mínima: (Dim.mínima furo-Dim.máxima eixo): 12,000-12,000 = 0,000
Folga máxima: (Dim.máxima furo-Dim.mínima eixo): 12,018-11,957 = 0,061
CONCLUSÃO: AJUSTE COM FOLGA.
Ajuste 2: 12 H7 X 12 h7
Análise das tolerâncias:
Furo: 12,000 - 12,018
Eixo: 11,982 - 12,000
Analisando as possibilidades críticas de acoplamentos, teríamos:
Folga mínima: (Dim.mínima furo-Dim.máxima eixo): 12,000-12,000 = 0,000
Folga máxima: (Dim.máxima furo-Dim.mínima eixo): 12,018-11,982 = 0,036
CONCLUSÃO: AJUSTE COM FOLGA.
Ajuste 3: 12 H7 X 12 h6
Análise das tolerâncias:
Furo: 12,000 - 12,018
Eixo: 11,989 - 12,000
Analisando as possibilidades críticas de acoplamentos, teríamos:
Folga mínima: (Dim.mínima furo-Dim.máxima eixo): 12,000-12,000 = 0,000
Folga máxima: (Dim.máxima furo-Dim.mínima eixo): 12,018-11,989 = 0,029
CONCLUSÃO: AJUSTE COM FOLGA.
Ajuste 4: 12 H7 X 12 h5
Análise das tolerâncias:
Furo: 12,000 - 12,018
Eixo: 11,992 - 12,000
Analisando as possibilidades críticas de acoplamentos, teríamos:
Folga mínima: (Dim.mínima furo-Dim.máxima eixo): 12,000-12,000 = 0,000
Folga máxima: (Dim.máxima furo-Dim.mínima eixo): 12,018-11,992 = 0,026
CONCLUSÃO: AJUSTE COM FOLGA.
Ajuste 5: 12 H7 X 12 g6
Análise das tolerâncias:
Furo: 12,000 - 12,018
Eixo: 11,983 - 11,994
Analisando as possibilidades críticas de acoplamentos, teríamos:
Folga mínima: (Dim.mínima furo-Dim.máxima eixo): 12,000-11,994 = 0,006
Folga máxima: (Dim.máxima furo-Dim.mínima eixo): 12,018-11,983 = 0,026
CONCLUSÃO: AJUSTE COM FOLGA.
Ajuste 6: 12 H7 X 12 g7
Análise das tolerâncias:
Furo: 12,000 - 12,018
Eixo: 11,976 - 11,994
Analisando as possibilidades críticas de acoplamentos, teríamos:
Folga mínima: (Dim.mínima furo-Dim.máxima eixo): 12,000-11,994 = 0,006
Folga máxima: (Dim.máxima furo-Dim.mínima eixo): 12,018-11,976 = 0,042
CONCLUSÃO: AJUSTE COM FOLGA.
Ajuste 7: 12 H7 X 12 j5
Análise das tolerâncias:
Furo: 12,000 - 12,018
Eixo: 11,997 - 12,005
Analisando as possibilidades críticas de acoplamentos, teríamos:
Folga mínima: (Dim.mínima furo-Dim.máxima eixo): 12,000-12,005 = -0,005
Folga máxima: (Dim.máxima furo-Dim.mínima eixo): 12,018-11,997 = 0,021
Interferência mínima: (Dim.mínima eixo-Dim.máxima furo): 11,997-12,018 = -0,021
Interferência máxima: (Dim.máxima eixo-Dim. mínima furo): 12,005-12,000 =
0,005
Obs.: Os valores negativos devem ser desconsiderados. Um ajuste incerto
caracteriza-se por não possuir interferência nem folga mínimos.
CONCLUSÃO: AJUSTE INCERTO.
Ajuste 8: 12 H7 X 12 j6
Análise das tolerâncias:
Furo: 12,000 - 12,018
Eixo: 11,997 - 12,008
Analisando as possibilidades críticas de acoplamentos, teríamos:
Folga mínima: (Dim.mínima furo-Dim.máxima eixo): 12,000-12,008 = -0,008
Folga máxima: (Dim.máxima furo-Dim.mínima eixo): 12,018-11,997 = 0,021
Interferência mínima: (Dim.mínima eixo-Dim.máxima furo): 11,997-12,018 = -0,021
Interferência máxima: (Dim.máxima eixo-Dim. mínima furo): 12,008-12,000 =
0,008
Obs.: Os valores negativos devem ser desconsiderados. Um ajuste incerto
caracteriza-se por não possuir interferência nem folga mínimos.
CONCLUSÃO: AJUSTE INCERTO.
Ajuste 9: 12 H7 X 12 k6
Análise das tolerâncias:
Furo: 12,000 - 12,018
Eixo: 12,001 - 12,012
Analisando as possibilidades críticas de acoplamentos, teríamos:
Folga mínima: (Dim.mínima furo-Dim.máxima eixo): 12,000-12,012 = -0,012
Folga máxima: (Dim.máxima furo-Dim.mínima eixo): 12,018-12,001 = 0,017
Interferência mínima: (Dim.mínima eixo-Dim.máxima furo): 12,001-12,018 = -0,017
Interferência máxima: (Dim.máxima eixo-Dim. mínima furo): 12,012-12,000 =
0,012
Obs.: Os valores negativos devem ser desconsiderados. Um ajuste incerto
caracteriza-se por não possuir interferência nem folga mínimos.
CONCLUSÃO: AJUSTE INCERTO.
Ajuste 10: 12 H7 X 12 r6
Análise das tolerâncias:
Furo: 12,000 - 12,018
Eixo: 12,023 - 12,034
Analisando as possibilidades críticas de acoplamentos, teríamos:
Interferência mínima: (Dim.mínima eixo-Dim.máxima furo): 12,023-12,018 = 0,005
Interferência máxima: (Dim.máxima eixo-Dim. mínima furo): 12,034-12,000 =
0,034
CONCLUSÃO: AJUSTE COM INTERFERÊNCIA.
Ajuste 11: 12 H7 X 12 s6
Análise das tolerâncias:
Furo: 12,000 - 12,018
Eixo: 12,028 - 12,039
Analisando as possibilidades críticas de acoplamentos, teríamos:
Interferência mínima: (Dim.mínima eixo-Dim.máxima furo): 12,028-12,018 = 0,010
Interferência máxima: (Dim.máxima eixo-Dim. mínima furo): 12,039-12,000 =
0,039
CONCLUSÃO: AJUSTE COM INTERFERÊNCIA.
ou
ou ou