Aduaneiro - Mod3

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ASSISTENTE DE DESPACHANTE

ADUANEIRO - Módulo 3
1 INTRODUÇÃO

O escoamento de todas as mercadorias, incluindo as do comércio


nacional e internacional, depende de modais de transporte. Nesse
módulo iremos conhecer quais são os modais e suas características,
veremos quais os códigos (INCOTERMS) que atribuímos a cada
modalidade de transporte. E por fim, sobre o que é unitização e quais os
tipos de navios para cada tipo de carga.

Aproveite o módulo e realize os exercícios!

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2 DEFINIÇÃO DE MODAIS

Antes de introduzirmos o que vem a ser um modal é importante que


tratemos do que vem a ser os sistemas, formas e, então, modais de
transportes. Segundo Rodrigues (2007, p.25) afirma que:

Um sistema de transportes é constituído pelo modo (via de


transporte), pela forma (relacionamento entre os vários modos de
transporte), pelo meio (elemento transportador) e pelas
instalações complementares (terminais de carga).

Assim sendo, vamos agora entender um pouco sobre a forma que os


transportes podem assumir:

Unimodal: Dizemos que a forma de um transporte é unimodal quando a


carga é transportada diariamente, fazendo a utilização de apenas um
único veículo, em uma única modalidade de transporte e que haja
apenas um contrato de transporte. É a forma mais simples de transporte.

Sucessivo: Quando a unidade a ser conduzida necessita de ser


transportada por um ou mais veículos da mesma modalidade de
transporte, sendo eles abrangidos por mais de um contrato.

Segmentado: É denominado segmentado a forma de transporte que


utiliza veículos diferentes, em diferentes modalidades, em muitos estágios,
sendo todos os serviços contratados separadamente. Nessa modalidade
qualquer atraso que ocorra pode significar a perda do transporte nos
modais seguintes. Podemos denominar, também, de intermodalidade.

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Multimodal: Ocorre quando a carga é transportada em todo o percurso
utilizando duas ou mais modalidades, sendo as mesmas abrangidas por
um único contrato e seguro.

MODAIS

Segundo Rodrigues (2007), temos 5 modais de transporte. Sendo eles:


Rodoviário, Ferroviário, Aeroviário, Aquaviário e Dutoviário.

• Rodoviário: esse é o modal mais simples e mais utilizado no Brasil.


Para que ele ocorra é necessário que haja rodovias, ruas, avenidas e
estradas, em boas condições de tráfego. A vantagem desse modal é que
a entrega vai na porta, a desvantagem é o elevado consumo de
combustível.

• Ferroviário: as ferrovias requerem um alto investimento inicial, isso


devido a necessitarem de uma maior estrutura para funcionar. Para que o
transporte aconteça, se faz necessário um alto investimento para
implantação dos trilhos e dos terminais. Tem como desvantagem não
levar a carga ao destino final, mas sim, nos terminais e, ainda, o elevado
custo de implantação. E as vantagens, são um custo energético eficiente
para grandes quantidades e longas distâncias.

• Aeroviário: é o meio de transporte mais rápido, porém tem um alto


custo de implantação, como aeroportos, aeronaves e manutenção
preventiva, além do uso de equipamentos sofisticados, isso torna o
modal aéreo limitado a cargas de grande valor associado.

• Aquaviário: é o modal que utiliza os rios e o mar, e vem sendo muito


utilizado para produtos de baixo custo, como ferro, cimento e outros.

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O mar também é um importante meio de transporte, para o transporte
internacional, utilizando navios que atracam nos principais portos. Tal
como ocorre nas ferrovias e no transporte aéreo, o transporte marítimo
tem elevados custos de implantação, porém apresenta economia de
escala e eficiência energética.

• Dutoviário: é utilizado para distribuir gás, petróleo, minérios e


outros, através de dutos projetados para cada finalidade. No Brasil, não
são muito utilizados se comparados aos demais modais, devido
principalmente à especificidade da carga a ser transportada e ao
altíssimo custo de implantação, além de barreiras econômicas e políticas.

Operadores de modal único: Os operadores de modal único são


empresas que gerenciam ou administram um único tipo de transporte na
movimentação e armazenagem de produtos. Constitui a forma mais
simples de transporte, uma vez que a carga é transportada diretamente,
utilizando um único veículo e com apenas um contrato de transporte.

Exemplo: Um comprador atacadista no Espírito Santo precisa comprar


tecidos de São Paulo. O transporte escolhido foi o rodoviário, porque
qualquer caminhão poderia fazer o transporte sem problemas, utilizando
apenas um transporte. Entretanto, se o comprador decidisse comprar o
mesmo produto da China, não seria possível usar apenas um meio de
transporte.

Para as transportadoras é muito vantajoso trabalhar com esse tipo de


modal, uma vez que elas podem se especializar tornando-se mais eficiente
e oferecendo um serviço de qualidade. No entanto, isso cria uma série de
dificuldades para o transporte intermodal, porque acaba exigindo
negociações e acordos particulares com cada transportadora envolvida.

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Os aeroportos são um exemplo de empresas que trabalham com modal
único, tanto de fretes quanto de pessoas, uma vez que trabalham de
aeroporto a aeroporto.

Transportadoras especializadas: Nas últimas décadas as mudanças


ocorridas nos setores de transporte foram significativas. Dada a
importância do setor e seu potencial de diminuir os custos finais, ele
precisa ser bem trabalhado. Por isso, para resolver os problemas que
surgem no que se refere a pequenos volumes ou cargas fracionadas, as
transportadoras buscam a especialização.

Era difícil para uma transportadora comum fornecer um serviço de


transportes de múltiplas cargas pequenas a um preço razoável, por
causa do custo significativo, de despesas gerais indiretas de
serviços de terminais de transporte regular (BOWERSOX e CLOSS,
2006, p.295).

Outra vez a questão dos custos que precisa ser levada em conta. Reduzir
os custos é o maior problema da logística, principalmente, no que se
refere a pequenos produtos e produtos fracionados.

Um exemplo de especialização são os Correios. Esta empresa faz contrato


com outras empresas e recolhe pequenos volumes e correspondências,
as quais são entregues em áreas comerciais ou metropolitanas, fazendo o
uso de modais como rodoviário e aéreo.

Operadores intermodais: Se os operadores de modal único são os que


oferecem serviços utilizando apenas um único modal, os operadores
intermodais são aqueles que utilizam e dispõem de vários modais,
fazendo uso das especificidades e aproveitando os benefícios de cada

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modal, proporcionando assim o que podemos denominar de serviço
integrado.

As ofertas de transportes intermodais tornaram-se comuns na década de


50, com o advento do transporte rodoviário e ferroviário integrados, de
carretas com cargas fechadas sobre vagões. (BOWERSOX e CLOSS, 2006,
p.298).

O uso da intermodalidade é muito importante para embarcadores e


transportadoras, pois os benefícios econômicos são significativos pelo
uso de dois ou mais modais.

Intermediários: Dada a complexidade do setor de transporte surge um


novo agente que são os intermediários, que estão entre os embarcadores
e as transportadoras.

Bowersox e Closs (2006, p.300), diz que: “os intermediários não


operacionais são prestadores de serviços de transporte, que
1.2.1normalmente não possuem nem operam equipamentos, mas agenciam
serviços fornecidos por outras empresas”.

O trabalho que os intermediários realizam é de extrema importância, eles


buscam cargas pequenas de vários embarcadores e montam uma carga
cheia, depois buscam uma transportadora intermunicipal para prestar
esse serviço, fazendo com que o frete fique mais atrativo, entretanto,
dependendo das exigências, tal como agilidade, seguros etc., o frete
pode encarecer.

Os serviços oferecidos pelos intermediários entre embarcadores e


transportadoras abrangem três classes: os agentes de frete, as
associações de embarcadores e os corretores.

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Agentes de frete: Os agentes de frete têm o papel de oferecer serviços
de consolidação de cargas. Eles montam uma carga cheia a partir de
cargas fracionadas de vários clientes, depois disso buscam uma
transportadora rodoviária ou aérea.

Associações de embarcadores: Também atuam na consolidação de


cargas. Entretanto, a diferença entre elas e os agentes de frete é que as
associações são entidades sem fins lucrativos, nas quais os indivíduos
pertencem ao mesmo setor da economia.

Corretores: Os corretores coordenam o transporte para os


embarcadores, destinatários e as transportadoras. Eles também
repassam cargas para as transportadoras isentas e para operadores
autônomos. BOWERSOX e CLOSS (2006).

3 ESTRUTURA DE CUSTOS E
ESTRATÉGIAS DE FORMAÇÃO DE PREÇOS

Estrutura dos custos

Para entendermos toda a estrutura dos custos é necessário fazer a


distinção entre custos, despesas e gastos.

Gasto: é um desembolso que se faz para adquirir um bem ou um serviço


qualquer, sem que haja, necessariamente, expectativa de retorno. Um
investimento sempre é um gasto, porém nem todo gasto é um
investimento.

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Despesa: são os valores despendidos em utilidades para a empresa, os
quais não estão ligados ao processo de produção ou prestação de
serviços. Exemplos: aluguéis, materiais administrativos, salário, etc.

Custo: é o gasto relacionado à confecção de um produto ou à prestação


de um serviço. Exemplos: óleos usados para dar manutenção em
máquinas, pneus usados para rodar um caminhão.

Dito isso, podemos então inferir que os custos de transportes não podem
se restringir apenas ao preço, deverá levar em conta, também, a
terceirização dos serviços, despesas alfandegárias e movimentação de
materiais.

Custos diretos: são os custos relativos à atividade, mão de obra e


matéria prima.

Custos indiretos: independem de a atividade estar acontecendo ou


não, como limpeza, manutenção das instalações e outros.

Custos fixos: os custos fixos são os valores que não se alteram em curto
prazo, como salários, direitos de acesso, etc.

Custos variáveis: são aqueles custos que variam de acordo com a


atividade, tal como combustível e manutenção da frota.

Custos total: serve para calcular o preço final da venda e inclui os


seguintes itens: matéria-prima, mão de obra, valores para fabricação,
despesas administrativas, despesas comerciais, financeiras, tributárias e
eventuais.

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Fatores que influenciam o custo e o preço de transporte

Independente do modal que seja escolhido, esses fatores precisam ser


levados em conta, uma vez que podem afetar de modo significativo o
valor de frete que será cobrado.

• Manuseio da carga: Dificuldade ou facilidade em realizar o


deslocamento da carga. A carga será de fácil manuseio quando for
unitizada, facilitando, assim, seu manuseio.

• Acomodação da carga: Será tida como de fácil manuseio a carga


cuja embalagem for de fácil acomodação, deixando mais espaços para
outras mercadorias.

• Risco da carga: Uma carga pode ter alto risco, como acontece no
transporte de explosivos, inflamáveis e tóxicos. São cargas com alto valor
agregado.

• Sazonalidade: É a oferta e a procura de um determinado bem,


mercadoria ou serviço em uma época específica.

• Movimentação em centros urbanos: Dificuldades que podem ser


encontradas ao transportar cargas em centros movimentados.

• Carga retorno: Se não houver carga retorno, será o embarcador


que deverá arcar com as despesas.

• Tipo de veículo: para realizar o transporte é necessário veículos


apropriados, tais como carretas cegonhas, caminhões-tanque, dentre
outros.

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Redução dos custos

Para se reduzir os custos é necessário que se faça investimentos em


roteamento, gestão da informação e outros como: evitar filas, realizando
pedidos em determinadas épocas com a baixa demanda, otimizar a frota
com o uso das economias de escala e distância, aumento dos turnos
trabalhados e maior cuidado com a manutenção da frota.

Estratégias de formação de preço

Estratégia do Custo de Serviço, denominada também como


“Abordagem de Acumulação”: é uma taxa que se baseia em um valor
fixo da prestação de serviço + uma margem de lucro em porcentagem.
Exemplo: O custo da prestação do serviço é de R$ 100,00 e a margem de
lucro é de 15%; então, o valor a ser cobrado será de R$ 115,00. Esse
método é utilizado para cargas de baixo valor ou quando existe um
mercado de alta concorrência.

Estratégia de valor do serviço: esta estratégia está ligada ao valor da


mercadoria e não, ao valor do serviço propriamente dito. Exemplo: O que
vale mais, uma carga de 500 kg de cigarros ou a mesma quantidade de
carga de tijolos? É claro que são os cigarros, pois se algo acontecer com a
carga, como acidentes, avarias e roubos, a responsabilidade é totalmente
da transportadora, isto combinado em contrato, portanto, é muito
importante incorporar um valor mais alto em seu frete.

Estratégia combinada: é a estratégia mais utilizada na prática, pois


estabelece um valor intermediário entre o custo e o valor do serviço.

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Tomada de decisão nos modais e dados estatísticos

Tomada de decisão

Para a tomada de decisão, é necessário um processo para viabilizar a


escolha, podendo ser características físicas, econômicas, do consumidor,
da empresa, infraestrutura, legislação e tecnologia. Atualmente, a
escolha do modal evoluiu juntamente com a logística. Nos primórdios, o
enfoque era somente o frete, passando para o custo total e atualmente,
o enfoque é no empreendimento, que não objetiva apenas reduzir
custos, mas incorporar variáveis para a escolha.

As variáveis que se destacam no transporte de cargas são:

• Custo da operação: o principal componente aqui é o custo de


transporte, que é apontado como 60% do custo logístico, como mostram
estudos.

• Tempo de trânsito entre origem-destino: refere-se à velocidade


decorrida nas movimentações.


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Frequência do serviço: refere-se ao contínuo serviço.

• Serviços logísticos adicionais ao transporte, como carga, descarga e


movimentação.

• Disponibilidade: é o modal que atende diretamente a origem e o


destino.

• Confiabilidade: refere-se à restrita interferência que atrapalhe a


programação das entregas.

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• Capacidade: é a característica de um modal poder trabalhar com
diferentes tipos de tamanho e tipos de carga.

• Acessibilidade e flexibilidade de integração intermodal: uso de


equipamentos e locais adequados a este fim.

• Segurança e perdas e danos: os contratos a médio e longo prazo.

Características operacionais relativas para o modal de transporte


(a menor pontuação indica uma melhor classificação)

É importante ressaltar que a escolha do modal deverá ser analisada para


atender aos objetivos, pensando no nível de serviço, no atendimento ao
cliente e em seu custo.

Conforme a tabela acima, a menor pontuação indica a melhor


classificação. O modal que é destaque nas cinco características é o
rodoviário, assim é explicada a preferência por este modal.

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Dados estatísticos

A Matriz se refere à utilização dos modais para transporte de cargas.

Neste gráfico, percebemos que o Brasil ainda é muito dependente do


modal rodoviário. Apesar de incentivos como o PAC - Programa de
Aceleração do Crescimento -, o país não tem investimentos suficientes na
1.2 malha ferroviária, que é destaque em países como a Rússia e o Canadá.

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4 INCOTERMS

Incoterms- origem

Surgiram em 1936 em Paris, quando foi feita uma interpretação, pela


Câmara Internacional do Comércio - CCI, das diferentes formas
contratuais que vinham sendo utilizadas no comércio internacional.
O constante aperfeiçoamento dos processos negocial e logístico, com
este último absorvendo tecnologias mais sofisticadas, fez com que os
Incoterms passassem por diversas modificações ao longo dos anos,
culminando com um novo conjunto de regras. A partir de 1º de janeiro
de 2011 entrou em vigor a nova versão de 2010.

Incoterms- significado jurídico

"As regras dos Incoterms explicam um conjunto de termos comerciais de


três letras que refletem as práticas de comércio nos contratos de venda.
Essas regras descrevem as principais tarefas, bem como os principais
custos e riscos envolvidos na entrega de mercadorias por parte dos
vendedores para os compradores." (Fonte: Incoterms 2010, ICC Brasil,
2010.)

Após agregados aos contratos de compra e venda, os Incoterms passam


a ter força legal, com seu significado jurídico preciso e efetivamente
determinado. Assim, simplificam e agilizam a elaboração das cláusulas
dos contratos de compra e venda.

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INCOTERMS 2020 - tabela resumo

Termos Internacionais de Comércio (Incoterms) discriminados pela


International Chamber of Commerce(ICC) em sua Publicação nº 723-E, de
2020:

CÓDIGO DESCRIÇÃO

EXW EX WORKS (named place of delivery)


NA ORIGEM (local de entrega nomeado)
O vendedor limita -se a colocar a mercadoria à disposição do
comprador no estabelecimento do vendedor, no prazo
estabelecido, não se responsabilizando pelo desembaraço para
exportação nem pelo carregamento da mercadoria em qualque r
veículo coletor.
U�lizável em qualquer modalidade de transporte.
Nota: em virtude de o comprador estrangeiro não dispor de
condições legais para providenciar o desembaraço para saída de
bens do País, fica subentendido que esta providência é adotada
pelo vendedor, sob suas expensas e riscos, no caso da exportação
brasileira.

FCA FREE CARRIER (named place of delivery)


LIVRE NO TRANSPORTADOR (local de entrega nomeado)
O vendedor completa suas obrigações e encerra sua
responsabilidade quando entrega a merca doria, desembaraçada
para a exportação, ao transportador ou a outra pessoa indicada
pelo comprador, no local nomeado do país de origem.
U�lizável em qualquer modalidade de transporte.
Comprador e vendedor poderão u�lizar transporte próprio em
trechos do deslocamento.

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FAS FREE ALONGSIDE SHIP (named port of shipment)
LIVRE AO LADO DO NAVIO (porto de embarque nomeado)
O vendedor encerra suas obrigações no momento em que a
mercadoria é colocada, desembaraçada para exportação, ao longo

8 do costado do navio tra nsportador indicado pelo comprador, no


cais ou em embarcações u�lizadas para carregamento da
mercadoria, no porto de embarque nomeado pelo comprador.
U�lizável exclusivamente no transporte aquaviário (marí�mo ou
hidroviário interior).

FOB FREE ON BOARD (named port of shipment)


LIVRE A BORDO (porto de embarque nomeado)
O vendedor encerra suas obrigações e responsabilidades quando
a mercadoria, desembaraçada para a exportação, é entregue,
arrumada, a bordo do navio no porto de embarque, ambos
indicados pelo comprador, na data ou dentro do período
acordado.
U�lizável exclusivamente no transporte aquaviário (marí�mo ou
hidroviário interior).

CFR COST AND FREIGHT (named port of des�na�on)


CUSTO E FRETE (porto de des�no nomeado)
Além de arcar com obrigações e riscos previstos para o termo FOB,
o vendedor contrata e paga frete e custos necessários para levar a
mercadoria até o porto de des�no combinado.
U�lizável exclusivamente no transporte aquaviário (marí�mo ou
hidroviário interior).

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CIF COST, INSURANCE AND FREIGHT (named port of des�na�on)
CUSTO, SEGURO E FRETE (porto de des�no nomeado)
Além de arcar com obrigações e riscos previstos para o termo FOB,
o vendedor contrata e paga frete, custos e seguro rela�vos ao
transporte da mercadoria até o porto de des�no combinado.
U�lizável exclusivamente no transporte aquaviário (marí�mo ou
hidroviário interior).

CPT CARRIAGE PAID TO (named place of des�na�on)


TRANSPORTE PAGO ATÉ (local de des�no nomeado)
Além de arcar com obrigações eriscos previstos para o termo FCA,
o vendedor contrata e paga frete e custos necessários para levar a
mercadoria até o local de des�no combinado.
U�lizável em qualquer modalidade de transporte.

CIP CARRIAGE AND INSURANCE PAID TO (named place of des�nation)


TRANSPORTE E SEGURO PAGOS ATÉ (local de des�no nomeado)
Além de arcar com obrigações e riscos previstos para o termo FCA,
o vendedor contrata e paga frete, custos e seguro rela�vos ao
transporte da mercadoria até o local de des�no combinado.
U�lizável em qualquer modalidade de transporte.

DAP DELIVERED AT PLACE (named place of des�na�on)


ENTREGUE NO LOCAL (local de des�no nomeado)
O vendedor completa suas obrigações e encerra sua
responsabilidade quando coloca a mercadoria à di sposição do
comprador, na data ou dentro do período acordado, num local
indicado no país de des�no, pronta para ser descarregada do
veículo transportador e não desembaraçada para importação.
U�lizável em qualquer modalidade de transporte.

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DELIVERED AT PLACE UNLOADED (named place of des�na�on)
ENTREGUE NO LOCAL DESCARREGADO (local de des�no)
O vendedor completa suas obrigações e encerra sua
responsabilidade quando a mercadoria é colocada à disposição do
DPU
comprador, na data ou dentro do período acordado, em local
determinado no país de des�no, descarregada do veículo
transportador, mas não desembaraçada para importação.
U�lizável em qualquer modalidade de transporte.

Comprador e vendedor poderão u�lizar transporte próprio em


trechos do deslocamento.
Termo definido em subs�tuição ao DAT, com a diferença que o DAT
determinava a "entrega" exclusivamente em terminais de carga,
podendo o DPU se r u�lizado em terminais ou qualquer outro local
determinado, como por exemplo: o armazém do comprador.

DELIVERED DUTY PAID (named place of des�na�on)


ENTREGUE COM DIREITOS PAGOS (local de des�no nomeado)
O vendedor completa suas obrigações e encer ra sua
responsabilidade quando a mercadoria é colocada à disposição do
DDP comprador, na data ou dentro do período acordado, no local de
des�no designado no país importador, não descarregada do meio de
transporte. O vendedor, além do desembaraço, assume todos os
riscos e custos, inclusive impostos, taxas e outros encargos,
incidentes na importação.

U�lizável em qualquer modalidade de transporte.


Comprador e vendedor poderão u�lizar transporte próprio em
trechos do deslocamento.
Nota: em razão de o vendedor estrangeiro não dispor de condições
legais para providenciar o desembaraço para entrada de bens do
País, este termo não pode ser u�lizado na importação brasileira ,
devendo ser escolhido o DPU ou DAP, no caso de preferência por
condição disciplinada deverá escolher pela ICC.

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CONSOLIDAÇÃO DE CARGA
4A consolidação de carga é uma técnica simples que se aplicada de forma
cor-reta, pode levar a uma redução dos custos e o espaço disponível
poderá ser melhor aproveitado.

Consolidação de carga

A consolidação de cargas é o processo de colocar mercadorias pequenas


para formar um único e maior montante, assim, ganha-se agilidade no
momento do armazenamento e do transporte. A consolidação de carga
pode ser feita na etapa de coleta, armazenagem ou até na distribuição
dos fretes.

Um exemplo simples de consolidação é quando vários fornecedores


enviam suas cargas em um mesmo espaço de armazenamento, seja em
um contêiner ou em um armazém.
Vantagens da consolidação de cargas

A consolidação de mercadorias faz com que os custos de frete sejam


reduzidos e o serviço prestado ao cliente tenha mais agilidade e
qualidade.

O controle das cargas também é facilitado pela consolidação: uma vez


que com menos containers e módulos, se torna mais fácil encontrar e
verificar as mercadorias, reduzindo consideravelmente o tempo gasto.

Outra grande facilidade é em relação a união de cargas em um mesmo


con-tainer, pois como as despesas referentes a transporte e
armazenagem da car-ga serão as mesmas que de uma importação única,

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será dividida pelos diver-sos exportadores, com isso reduzirá
consideravelmente o valor a pagar para cada um.

Consolidar cargas apresenta outras vantagens, como por exemplo:


otimizar o espaço de armazenamento, economizar combustível e evitar
erros na logísti-ca. Desta forma, permitir-se-á que mais mercadorias
sejam transportadas to-das de uma só vez.

Desvantagens da consolidação de cargas

A principal desvantagem da consolidação de cargas é que se uma das


merca-dorias do container for retida, todo o módulo ficará parado e em
certos casos, será necessário ir para o terminal, para que seja feita a
desova e o transporte do restante da carga.

Além disso, em caso de roubo, toda a mercadoria será levada, o que


causará um grande prejuízo para todas as empresas envolvidas no
processo.

Como é feita a consolidação da carga

Para a consolidação de uma carga, deve-se ficar atento a quais


mercadorias que estão aptas a passar pelo processo de consolidação.
Itens tais como re-médios não devem ser armazenados juntos com
produtos químicos. As mer-cadorias precisam ser embaladas
corretamente, e respeitar a carga máxima para que sejam empilhadas.

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UNITIZAÇÃO DAS CARGAS

Unitizar é unir mercadorias de diferentes pesos, tamanhos e formatos em


uma só carga, com volume unitário. Essa prática é um excelente
facilitador no processo de logística, porque promove um melhor
aproveitamento do espaço disponível dentro do caminhão ou armazém.

As maneiras mais comuns de realizar a unitização de cargas são:

Cargas paletizadas

São estruturas horizontais feitas de madeira ou metal. A carga a ser


colocada é distribuída e agrupada sem risco de queda, o que minimiza
avarias e perdas de produtos.

Outro ponto positivo, é a possibilidade de reaproveitamento. Com isso,


além de facilitar as operações ocorrerá uma considerável redução nos
custos.

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Contêineres

São utilizados em larga escala no transporte marítimo. Eles também são


utilizados em armazéns e centros de distribuição. São grandes caixas
(geralmente de metal) que servem para guardar diversos produtos que
serão enviados ao mesmo destino.

Assim como as cargas paletizadas, os contêineres podem ser reutilizados


várias vezes.

Cargas pré-lingadas

Podemos citar este tipo de carga como exemplo de unitização de cargas.


Elas são utilizadas de maneira intensa nos portos e transportes
marítimos, com pacotes de peso e volume semelhante.

As cargas pré-lingadas podem suportar cargas pesadas devido sua


constituição com fios de poliéster de grande resistência. Esses fios, por
sua vez, são içados através de guindastes e guardados em lugares
pré-determinados.

Vantagens da unitização de cargas

A principal vantagem da unitização de cargas é a padronização das


cargas. Isso afeta diretamente em aspectos financeiros e comerciais, uma
vez que facilita bastante as negociações.

Além disso, os demais trabalhadores envolvidos no processo ganham


agilidade em manusear e estocar as cargas. Dessa forma, finalizam etapa
mais rápido e podem se dedicar a outras etapas — impulsionando a

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produtividade da equipe.
Outro aspecto positivo da unitização de cargas diz respeito ao espaço
utilizado. Afinal, os gastos com movimentação e controle de armazéns
são reduzidos, como também, apresenta-se a menor movimentação e
manobras para o deslocamento das cargas.

Consequentemente, a unitização gera uma menor incidência de roubos


e extravios. Isso porque se torna mais difícil desviar volumes unitários
maiores, do que as cargas pequenas.

Cargas paletizadas e a unitização de cargas

Os porta paletes são plataformas feitas de madeira, metal, fibra ou outro


insumo na qual a carga seja empilhada e estabilizada. De modo geral, o
palete foi idealizado para ser movimentado mecanicamente com o
auxílio de empilhadeiras e guindastes. E é possível fazer a unitização de
cargas com o uso deles.

Há muitas vantagens na escolha de cargas paletizadas na hora da


unitização de cargas. Dentre elas, o que mais se destaca é a economia
nos custos de transporte e a redução no tempo do processo de carga e
descarga.

No entanto, não é só isso. Os gestores que escolhem trabalhar com o


porta paletes vão encontrar os seguintes benefícios:

• Facilidade para manusear e movimentar a carga.

• Facilidade no carregamento de veículos.

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• Redução do número de itens a serem controlados e movimentados.
• Redução de roubos, perdas e danos no produto.

Outra vantagem, está na instalação: não é preciso contratar profissionais


externos, nem utilizar acessórios ou parafusos. O sistema ajuda na
preservação dos materiais, evitando contato direto com o chão e com a
umidade.

Ou seja, além de permitir a unitização de cargas, os porta-paletes


oferecem maior eficiência para todo o armazém!

Tipos de navios

Além dos navios de carga geral, há aqueles que são desenvolvidos para
levar um tipo de carga específica, como gaseiros, tanqueiros, graneleiros
e, também, os que carregam carga viva. Essas categorias requerem
cuidados específicos, uma vez que se não estiverem em atividade,
podem cair em desuso, porque o custo diário de um navio parado é
muito elevado. Veja a seguir os tipos de navios.

1.2Navios graneleiros

Esse tipo de navio foi projetado para carregar e descarregar mercadorias


a granel — como minerais, carvão e grãos. Na maioria das vezes, seu
convés tem formato retangular, porque isso facilita a movimentação dos
itens. São indicados para produtos que podem ser acondicionados nos
porões dos navios sem a obrigatoriedade de:

• contar as unidades;

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• usar embalagens específicas;

• fazer a identificação de alguma marca comercial.

Navios petroleiros

Os navios petroleiros são usados para transportar petróleo bruto e seus


derivados, possui uma capacidade que pode chegar a mais de 300 mil
litros de combustíveis e derivados. Levam, também, uma tripulação de
25 pessoas, em média, que ficam na popa (ré) da embarcação, em que há
uma cabine de comando e outras áreas comuns, como o refeitório.

Estes navios possuem um pavimento com canos interligados, que


distribuem o óleo nos tanques de modo igualitário para garantir o
equilíbrio. Quando comparados aos outros modelos, os petroleiros são
mais largos e menos fundos — características que possibilitam que
naveguem em águas rasas. Eles têm um casco duplo, o que é útil para dar
segurança diante de vazamentos.

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Navios gaseiros

Foram desenvolvidos para carregar gases liquefeitos — como GPL, GNL,


etileno, amônia, propileno, entre outros. Possuem tanques
arredondados que estão localizados acima do convés principal.
Existem 4 tipos distintos de tanques:

• Tanques independentes: tipo de tanques que suportam o peso da


carga de maneira integral.

• Tanques de membrana: tipo de tanques que têm paredes com


espessura pequena, suportadas pela estrutura da embarcação, que
podem contrair e expandir livremente.

• Tanques integrais: tipo de tanques que fazem parte da estrutura


do navio.

27
• Tanques de semimembrana: tipo de tanques que têm cantos
arredondados para evitar o contato com a estrutura do navio.

Navios frigoríficos

São navios que possuem equipamentos de refrigeração que ficam em


seus porões. Essa estrutura serve para conservar os peixes em uma
temperatura ideal até que cheguem nos frigoríficos situados em terra
firme. Por causa disso, os navios frigoríficos são indispensáveis para a
prática da pesca comercial em grande escala, uma vez que evitam o
desperdício do produto pescado.

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Navios porta-contêineres

São projetados para o transporte de carga em contentores e se dividem


em dois tipos: o que possui convés corrido e o celular. Os dois tipos foram
pensados para o embarque por guindastes e, atualmente, são todos
gearless, ou seja, não possuem guindaste próprio. Operam com
portainers de terra nos terminais portuários. O tipo celular, como já diz o
nome, possui células onde entram os contêineres, ao passo que o convés
corrido não as possui.

Praticamente em todos se encontram ligações para os contêineres


refrigerados (tomadas reefer). Os navios porta-contêineres trabalham
com rotas que tem intervalos regulares entre portos já pré-estabelecidos
e têm velocidade maior no serviço de carga e descarga do que os
cargueiros tradicionais. Os maiores do mundo chegam a carregar mais
de 15.000 contêineres.

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Navios porta-veículos ou Ro-Ro

Navios Ro-Ro (roll on-roll off ) foram feitos para transportar qualquer
carga que embarca e desembarca sobre rodas: seja com as rodas
próprias, ou seja por meio de um equipamento específico para essa
finalidade.

Os Ro-Ro que levam carros, por exemplo, funcionam semelhante a


grandes garagens, mas podem, também, levar contêineres no convés ou
dentro dos porões, desde que tal carga seja devidamente amarrada, com
cabos de aço para que não avariem umas às outras.

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Navios para cargas vivas

Esse tipo de navio possui rampas para o embarque dos animais,


normalmente gado ou equinos, que são comprados por países que
importam estas mercadorias, como Líbia e Itália. Os navios são
semelhantes a um curral, com células individualizadas para os animais.

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GLOSSÁRIO

Desembaraço aduaneiro: é a liberação pela alfândega para a entrada


ou saída de mercadoria, após a apresentação da documentação neces-
sária.

Modais de transporte: São os diferentes tipos de transporte que


podem ser utilizados para transportar uma carga.

Navio frigorífico: Navio que é equipado com sistema de refrigeração e


transporta cargas perecíveis.

Navio graneleiro: Navio que carrega grãos.

Navio para cargas vivas: Navio que transporta animais, normalmente,


gado.

Navio petroleiro: Navio que carrega petróleo.

Unitização: É o processo de juntar pequenas cargas em uma só.

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REFERÊNCIAS

ADMINISTRADORES. Gastos, custos e despesas: sinônimos ou não?


Disponível em: Acesso em: 10 marc. 2021.

BOWERSOX, Donald J.; CLOSS, David J.Gestão logística de cadeias de


suprimentos. São Paulo: Bookman, 2006.

BOWERSOX, Donald J. Logística empresarial: o processo de integração


da cadeia de suprimento / Donald J. Bowersox, David J. Gloss; Tradução:
Equipe do Centro de Estudos em Logística, Adalberto Ferreira das
Neves; coordenação da revisão técnica Paulo Fernando Fleury, César
Lavalle. – São Paulo: Atlas; 2001.

BRASIL ESCOLA. Gastos, custos e despesas. Disponível em: Acesso em:


20 fev. 2013.

POSSAS, Mário Luiz. Dinâmica e concorrência capitalista: uma inter-


pretação a partir de Marx. São Paulo: Hucitec, 1989.

RODRIGUES, Paulo Roberto Ambrosio. Introdução aos sistemas de


transporte no Brasil e à logística internacional. 4. ed rev. eampl. São
Paulo: Aduaneiras, 2007.

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