Ergonomia Laboral e Ginástica
Ergonomia Laboral e Ginástica
Ergonomia Laboral e Ginástica
GINÁSTICA LABORAL
ERGONOMIA E
GINÁSTICA LABORAL
Batatais
Claretiano
2015
© Ação Educacional Claretiana, 2015 – Batatais (SP)
Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução, a transmissão total ou parcial por qualquer
forma e/ou qualquer meio (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação e distribuição
na web), ou o arquivamento em qualquer sistema de banco de dados sem a permissão por escrito
do autor e da Ação Educacional Claretiana.
INFORMAÇÕES GERAIS
Cursos: Graduação
Título: Ergonomia e Ginástica Laboral
Versão: fev./2015
Formato: 15x21 cm
Páginas: 156 páginas
SUMÁRIO
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
1. INTRODUÇÃO........................................................................................................ 9
2. GLOSSÁRIO DE CONCEITOS .................................................................................. 11
3. ESQUEMA DOS CONCEITOS-CHAVE...................................................................... 14
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................ 15
5. E-REFERÊNCIAS..................................................................................................... 16
Conteúdo
Introdução à Ergonomia (física e cognitiva). Abordagem e análise ergonômica
do trabalho. Introdução a ginástica laboral. Condutas de aplicação da ginásti-
ca laboral. Fatores que influenciam no sucesso do programa. L.E.R e D.O.R.T.
Principais doenças profissionais. A construção de uma ação ergonômica. Gi-
nástica Laboral. Qualidade de vida.
Bibliografia Básica
ABRAHÃO, J. et al. Introdução à ergonomia: da prática à teoria. São Paulo: Blucher,
2009, 240 p.
LIMA, V. de. Ginástica laboral: atividade física no ambiente de trabalho. 3. ed. São
Paulo: Phorte, 2007, 349 p.
MENDES, R. A.; LEITE, N. Ginástica Laboral: princípios e aplicações práticas. 2. ed.
Barueri: Manole, 2008, 216 p.
Bibliografia Complementar
CAÑETE, I. Humanização: desafio da empresa moderna: a ginástica laboral como um
caminho. 2. ed. São Paulo: Ícone, 2001, 239 p.
DUL, J.; WEERDMEESTER, B. Ergonomia prática. [Traduzido do original: Ergonomics for
beginners]. Tradução de Itiro lida. 2. ed. São Paulo: Edgard Blücher, 2004, 137 p.
FIGUEIREDO, F.; MONT ALVÃO, C. Ginástica Laboral e ergonomia. Rio de Janeiro:
Sprint, 2005, 191 p.
GONÇALVES, A. (Org.). Qualidade de vida e atividade física: explorando teorias e
práticas. Roberto Vilarta (Org.). Barueri: Manole, 2004, 287 p.
GUERIN, F. Compreender o trabalho para transformá-lo: a prática da ergonomia.
[Traduzido do original: Comprendre le travail pour transformer-la pratique de
7
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
l’erfonomie]. Tradução de GUERIN, F. (et al); Giliane M. J. Ingratta. São Paulo: Edgard
Blucher, 2001, 200 p.
LIMA, V. de. Ginástica Laboral: atividade física no ambiente de trabalho. São Paulo:
Phorte, 2003, 240 p.
LIMA, D. G. Ginástica laboral: custos e orçamento na implantação e implementação de
programas com abordagem ergonômica. Jundiaí: Fontoura, 2004, 71 p.
MARTINS, C. de O. Ginástica laboral: no Escritório. Jundiaí: Fontoura, 2001, 111 p.
OLIVEIRA, J. R. G. de. A prática da ginástica laboral. Rio de Janeiro: Sprint, 2002, 135 p.
PRESSI, A. M. S.; CANDOTTI, C. T. Ginástica laboral. Cleonice Silveira Rocha (Colab.).
São Leopoldo: Unisinos, 2005, 130 p.
É importante saber
Esta obra está dividida, para fins didáticos, em duas partes:
Conteúdo Básico de Referência (CBR): é o referencial teórico e prático que deverá
ser assimilado para aquisição das competências, habilidades e atitudes necessárias
à prática profissional. Portanto, no CBR, estão condensados os principais conceitos,
os princípios, os postulados, as teses, as regras, os procedimentos e o fundamento
ontológico (o que é?) e etiológico (qual sua origem?) referentes a um campo de
saber.
Conteúdo Digital Integrador (CDI): são conteúdos preexistentes, previamente sele-
cionados nas Bibliotecas Virtuais Universitárias conveniadas ou disponibilizados em
sites acadêmicos confiáveis. São chamados "Conteúdos Digitais Integradores" por-
que são imprescindíveis para o aprofundamento do Conteúdo Básico de Referên-
cia. Juntos, não apenas privilegiam a convergência de mídias (vídeos complementa-
res) e a leitura de "navegação" (hipertexto), como também garantem a abrangência,
a densidade e a profundidade dos temas estudados. Portanto, são conteúdos de
estudo obrigatórios, para efeito de avaliação.
1. INTRODUÇÃO
Prezado aluno, seja bem-vindo!
Iniciaremos o estudo de Ergonomia e Ginástica Laboral,
em que você obterá as informações necessárias para o embasa-
mento teórico da sua futura atuação profissional e para as ativi-
dades que realizaremos.
Na primeira unidade, vamos conhecer as definições de
Ergonomia, bem como seus domínios e um pouco da História
da Ergonomia, contemplando a história do trabalho a partir do
Taylorismo, que surge durante a Revolução Industrial. Além dis-
so, essa unidade também abordará o cenário mundial nas últi-
mas décadas do ponto de vista da Ergonomia, com as suas duas
vertentes, e também a história da Ergonomia no Brasil.
Na Unidade 2, você estudará os três principais pressupos-
tos da Ergonomia, bem como a importância da análise ergonô-
mica do trabalho. Você também conhecerá o protocolo Análise
Ergonômica do Trabalho (AET), que permite realizar uma avalia-
ção bem completa do ambiente ocupacional. Esse protocolo é
reconhecido nacional e internacionalmente como uma impor-
tante ferramenta nessa área. Você estudará e compreenderá to-
dos os itens que são considerados no AET.
Já na Unidade 3, estudaremos, inicialmente, as doenças
musculoesqueléticas relacionadas ao trabalho. Abordaremos os
conceitos de Lesões por Esforço Repetitivo (LER) e Distúrbio Os-
teomuscular Relacionado ao Trabalho (DORT), apresentando as
principais doenças que acometem os trabalhadores, bem como
os principais fatores de risco para o desenvolvimento dessas de-
sordens. Como principais fatores de risco, temos os fatores de
2. GLOSSÁRIO DE CONCEITOS
O Glossário de Conceitos permite uma consulta rápida e
precisa das definições conceituais, possibilitando um bom domí-
nio dos termos técnico-científicos utilizados na área de conheci-
mento dos temas tratados.
1) Saúde: segundo a Organização Mundial da Saúde, saú-
de é um estado de completo bem-estar físico, mental
e social, e não meramente a ausência de doença ou
enfermidade (WHO, 2014).
2) Biomecânica Ocupacional: a biomecânica utiliza leis
da Física e conceitos de Engenharia para descrever mo-
.
Figura 1 Esquema de Conceitos-chave de Ergonomia e Ginástica Laboral.
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALMEIDA, L. M. Da prevenção primordial à prevenção quaternária. Revista portuguesa
em saúde pública, Coimbra, v. 23, n. 1, p. 1-6, jan./jun. 2005.
COLNÉ, P. et al. Postural control in obese adolescents assessed by limits of stability and
gait initiation. Gait Posture, v. 28, n. 1, p. 164-9, 10 jan. 2008.
COURY, H. G. Trabalhando sentado: manual para posturas confortáveis. 2. ed. São
Carlos: UFSCar, 1995.
5. E-REFERÊNCIAS
COMISSÃO DE RISCOS QUÍMICOS. Universidade Federal de Alfenas. Equipamentos
de Proteção Coletiva (EPC) e suas utilidades nos laboratórios. Disponível em: <http://
www.unifal-mg.edu.br/riscosquimicos/epis>. Acesso em: 9 jan. 2015.
JAMOULLE, M. et al. Working fields and prevention domainsin general practice/family
medicine. Disponível em: <http://docpatient.net/mj/prev.html>. Acesso em: 9 jan.
2015.
WHO. WHO definition of Health. Disponível em: <http://www.who.int/about/
definition/en/print.html>. Acesso em: 9 jan. 2015.
Objetivos
• Entender o que é Ergonomia e refletir sobre as suas definições.
• Conhecer um pouco da história da Ergonomia e como ela surgiu a partir
das demandas do trabalho.
• Entender o que é Ergonomia Física, Cognitiva e Organizacional.
• Identificar e reconhecer as principais vertentes da Ergonomia, a anglo-sa-
xônica e a francofônica.
• Entender um pouco da história da Ergonomia no Brasil.
Conteúdos
• Conceitos e definições em Ergonomia.
• Breve histórico da Ergonomia internacional e nacional.
• Taylorismo na história do trabalho.
• Ergonomia Física (anglo-saxônica) e Ergonomia Cognitiva (francofônica).
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UNIDADE 1 – HISTÓRIA DA ERGONOMIA
1. INTRODUÇÃO
O estudo da história da Ergonomia é muito importante,
pois permite entender a evolução desse tema a partir do cresci-
mento de demanda de conhecimento nessa área, bem como de
situações reais que surgiam e precisavam de soluções. A história
da Ergonomia também nos possibilita compreender pensamen-
tos até hoje vigentes, antes divergentes, mas que agora se com-
plementam, como a vertente anglo-saxônica e a francofônica.
Então, vamos aos estudos!
Revolução Industrial
As primeiras fábricas surgidas não tinham nenhuma seme-
lhança com a fábrica moderna. Eram sujas, barulhentas, perigo-
sas e escuras, e as jornadas de trabalho chegavam a 16 horas
diárias, sem férias, em regime de semiescravidão, imposto por
empresários autoritários.
Estudos mais sistemáticos do trabalho começaram a ser
realizados a partir do final do século passado. Nessa época, sur-
ge, nos Estados Unidos, o movimento da administração científica
que ficou conhecido como taylorismo, elaborado pelo engenhei-
ro norte-americano Frederick Winslow Taylor (1879).
Princípios do Taylorismo
1) Encontrar uma melhor maneira: para Taylor, o tra-
balho é governado por leis científicas. Descobrir es-
sas leis, para realizar o trabalho da melhor maneira,
4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
A autoavaliação pode ser uma ferramenta importante
para você testar o seu conhecimento sobre o tema estudado. Se
você encontrar dificuldades em responder as questões a seguir,
você deverá revisar os conteúdos estudados para eliminar essas
dúvidas.
1) De acordo com as definições de Ergonomia, qual das afirmações a seguir
está incorreta?
a) Ergonomia é a ciência que estuda as adaptações do homem ao
trabalho.
b) A Ergonomia visa à prevenção primária de acidentes.
c) A Ergonomia tem como objetivo otimizar o bem-estar do ser humano.
d) Ergonomia é a disciplina científica relacionada à compreensão das in-
terações entre os seres humanos e outros elementos de um sistema.
Gabarito
Confira, a seguir, as respostas corretas para as questões au-
toavaliativas propostas:
1) a.
2) c.
3) b.
4) d.
5) b.
6) b.
7) c.
8) a.
9) a.
10) c.
5. CONSIDERAÇÕES
Chegamos ao final da unidade que abordou brevemente a
história da Ergonomia. Nela, você conheceu a definição de Ergo-
nomia, os seus três tipos e também as duas principais vertentes
dessa área. Além disso, estudou sobre o Taylorismo, que foi um
importante marco na história da humanidade, principalmente da
Ergonomia, e conheceu um pouco sobre a história da Ergonomia
no Brasil, assim como as principais instituições nacionais e inter-
nacionais que apoiam o desenvolvimento dessa área. Porém, é
necessário continuar o seu aprendizado, para a contínua aquisi-
ção de conhecimento. Dessa forma, vamos seguir para a próxima
unidade.
6. E-REFERÊNCIAS
Lista de figuras
Figura 1 Exemplo de adequação de um posto de trabalho típico de setor administrativo.
Disponível em: <mmcsaude.com.br>. Acesso em: 09 jan. 2015.
Figura 2 Evolução do homem e da Ergonomia. Disponível em: <http://neurocirurgia.
com/sites/neurocirurgia.com/files/field/image/evolucao-dor-cervical-lombar-costas-
por-que.png>. Acesso em: 09 jan. 2015.
Figura 3 Ergonomia e suas diversas áreas. Disponível em: <slideplayer.com.br>. Acesso
em: 09 jan. 2015
Figura 4 Produção industrial no período pós-guerra. Disponível em: <http://3.
bp.blogspot.com/-PNPHK5AFlDE/U36OOVPx67I/AAAAAAACNYc/TSOqCefD0Mw/
s1600/fabrica_na_revolu%C3%A7%C3%A3o+industrial.jpg>. Acesso em: 09 jan. 2015.
Figura 5 Linha de produção taylorista. Disponível em: <http://www.mundoeducacao.
com/upload/conteudo/cmontaggiogm.jpg>. Acesso em: 09 jan. 2015.
Figura 6 Frederick Winslow Taylor. Disponível em: <http://education-portal.com/
cimages/multimages/16/frederick-taylor.jpg>. Acesso em: 27 out. 2014.
Sites consultados
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ERGONOMIA. Home page. Disponível em: <www.abergo.
org.br>. Acesso em: 09 jan. 2015.
ERGONOMICS & HUMAN FACTORS. Home page. Disponível em: <www.ergonomics.
org.uk>. Acesso em: 09 jan. 2015.
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BARBOSA, L. G. Fisioterapia preventiva nos Distúrbios Osteomusculares Relacionados
ao Trabalho – DORTs – A Fisioterapia do Trabalho aplicada. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2002.
BERTUSSI, L. A. S.; TEJADA, C. A. O. Conceito, estrutura e evolução da Previdência
Social no Brasil. Revista Teoria e Evidência Econômica, Passo Fundo, v. 11, n. 20, p.
27-55, 2003.
BRASIL. 2000. Protocolo de investigação, diagnóstico, tratamento e prevenção de
Lesão por Esforço Repetitivo: Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho.
Brasília: Ministério da Saúde, Secretaria de Políticas de Saúde. 11 p.
BRIDGER, R. S. Introduction to Ergonomics. 2. ed. London: Taylor e Francis, 2003.
CODO, W.; ALMEIDA, M. C. G. LER – Diagnóstico, Tratamento e Prevenção: uma
abordagem interdisciplinar. 4. ed. Petrópolis: Vozes, 1998.
DANNIELLOU, F.; LAVILLE, A.; TEIGER, C. Ficção e realidade do trabalho operário.
Revista Brasileira de Saúde Ocupacional, São Paulo, v. 17, n. 68, p. 7-13, out./dez. 1989.
FALZON, P. Ergonomia. São Paulo: Edgar Blucher, 2007.
GRANDJEAN, E. Fitting the task to the man, an ergonomic approach. London: Taylor e
Francis, 1982.
IIDA, I. Ergonomia: projeto e produção. 2. ed. revisada e ampliada. São Paulo: Edgard
Blucher, 2005.
KROEMER, K. H. E.; GRANDJEAN, E. Manual de Ergonomia – adaptando o trabalho ao
homem. 4. ed. Porto Alegre: Bookman, 1998.
LAVILLE, A. Ergonomia. São Paulo: EPU, 1977.
Objetivos
• Entender os principais pressupostos da Ergonomia.
• Compreender o que é e para que serve uma Análise Ergonômica do Traba-
lho (AET).
• Familiarizar-se com o protocolo de Análise Ergonômica do Trabalho.
• Identificar e compreender os itens que compõem o protocolo de Análise
Ergonômica do Trabalho.
Conteúdos
• Principais pressupostos da Ergonomia.
• Importância da Análise Ergonômica do Trabalho.
• Protocolo de Análise Ergonômica do Trabalho.
43
© ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIDADE 2 – ABORDAGEM ERGONÔMICA E ANÁLISE DO TRABALHO
1. INTRODUÇÃO
Na Unidade 1, você estudou um pouco sobre a história da
Ergonomia, bem como as principais vertentes dessa área. Na
Unidade 2, você estudará os três principais pressupostos da Er-
gonomia e também entenderá a importância da Análise Ergonô-
mica do Trabalho. Você será introduzido ao protocolo da Análi-
se Ergonômica do Trabalho, que permite realizar uma avaliação
bem completa do ambiente ocupacional.
Então, vamos aos estudos!
Interdisciplinaridade
A interdisciplinaridade é o princípio que destaca a impor-
tância da análise das condições de trabalho sob diferentes pers-
pectivas. Pelo estudo das capacidades, limitações e demais ca-
racterísticas do ser humano, é possível projetar boas interfaces
homem-posto de trabalho, adequando a atividade de trabalho
de modo a garantir a qualidade operacional deste projeto. Para
que o objetivo final seja alcançado, é necessário que várias dis-
ciplinas como Fisiologia, Psicologia, Sociologia, Anatomia e práti-
cas profissionais como a Medicina do Trabalho, o Design, a Socio-
técnica e as Tecnologias de Estratégia e Organização interajam.
Seus conteúdos se orientam para o design, Arquitetura e Enge-
nharia, cuja inserção nesses quadrantes é basicamente a mesma.
Forma de avaliação
As classificações são reunidas em um formulário de avalia-
ção e juntas constituem a avaliação global ou o perfil da tarefa
em questão. No perfil, o analista pode listar sugestões para me-
lhorias baseado nos resultados das análises. As escalas dos itens
não são comparativas. Por exemplo, o valor 5 para o item "con-
tatos pessoais" não deve ter o mesmo peso em relação ao valor
Relevância da análise
Tarefas que requerem habilidades manuais e movimen-
tação manual de materiais têm sido o alvo principal da análise,
mas esta também pode ser usada em outros tipos de tarefas. Em
alguns casos, a relevância de cada item deve ser avaliada cuida-
dosamente. Um item pode ser irrelevante para uma dada tare-
fa; por exemplo, o item "repetitividade" pode não ser relevante
quando se analisa o trabalho de um motorista. A tarefa pode ser
diversificada e o conteúdo do trabalho abrangente, de forma que
o uso da escala pode não ter sentido. Em alguns casos, a descri-
ção verbal é mais adequada. Se o analista decide que a maioria
dos itens não é relevante para a análise, ele pode preferir usar
análises mais específicas.
Julgamento do trabalhador
O analista entrevista e anota a avaliação subjetiva do tra-
balhador como bom (++), regular (+), ruim (-) e muito ruim (--).
Se o julgamento do trabalhador for muito diferente da classifica-
ção do analista, a situação de trabalho deve ser analisada mais
detalhadamente.
Local de Trabalho
• Área de trabalho horizontal
Altura de trabalho
Visão
A distância visual deve ser proporcional ao tamanho do ob-
jeto de trabalho: um objeto pequeno requer uma distância me-
nor e uma superfície de trabalho mais alta. Os objetos que são
comparados continuamente em uma distância visual fixa (menor
Assento
Um assento usado continuamente deve conter:
• altura ajustável;
• estofamento permeável;
• apoio ajustável para as costas.
Ferramentas manuais
O tamanho, o formato, o peso e a textura do material das
ferramentas manuais devem permitir uma boa preensão e se-
rem fáceis de manusear. O uso de ferramentas manuais não deve
requerer força excessiva. Vibrações e ruídos devem ser os meno-
res possíveis.
Outros equipamentos
Outros equipamentos incluem, por exemplo, instalações,
componentes, equipamentos de proteção individual, controles e
dispositivos de elevação e movimentação, que devem ser avalia-
dos de acordo com seu uso.
Levantamento de cargas
O esforço requerido pelo levantamento é dado pelo peso
da carga, pela distância horizontal entre a carga e o corpo e pela
altura de elevação. Os valores apresentados na tabela foram
estabelecidos para condições adequadas de levantamento. Em
outras palavras, a pessoa que realiza a elevação utiliza as duas
mãos para conseguir uma boa pega, diretamente em frente ao
corpo, em uma superfície não escorregadia.
A tarefa será avaliada como mais difícil em relação aos va-
lores indicados na tabela. São consideradas condições inadequa-
das de elevação aquelas que ocorrem com elevação de peso aci-
ma dos ombros e as que ocorrem várias vezes por minuto. Nesse
caso, a tarefa será avaliada como mais difícil do que os valores
indicados na tabela.
Riscos mecânicos
• Pode uma superfície, estrutura ou parte móvel da má-
quina, uma parte da mobília ou um equipamento cau-
sar explosão, ferida ou queda?
• Podem os movimentos de deslocamento horizontal ou
vertical e de rotação de máquinas, material ou outros
equipamentos causar acidente?
• Podem objetos em movimento ou aerodispersoides
causar acidente?
• Pode a ausência de corrimão, parapeitos, pisos escorre-
gadios ou desarrumação causar quedas?
Níveis de risco
O risco de acidente pode ser:
1) Pequeno: se o trabalhador pode evitar acidentes em-
pregando procedimentos normais de segurança. Não
ocorre mais de um acidente a cada cinco anos.
2) Médio: se o trabalhador evita o acidente seguindo ins-
truções especiais e sendo mais cuidadoso e vigilante
que o usual. Pode ocorrer um acidente por ano.
3) Grande: se o trabalhador evita o acidente sendo extre-
mamente cuidadoso e seguindo exatamente os regula-
mentos de segurança. O risco é aparente, e um aciden-
te pode ocorrer a cada três meses.
4) Muito grande: se o trabalhador somente pode evitar
o acidente seguindo estrita e precisamente os regula-
mentos de segurança. Pode ocorrer um acidente por
mês.
A severidade do acidente é:
1) Leve: se causa não mais de um dia de afastamento.
2) Pequena: se causa menos de uma semana de
afastamento.
3) Grave: se causa um mês de afastamento.
4) Gravíssima: se causa pelo menos seis meses de afasta-
mento ou incapacidade permanente.
Tomada de decisão
A dificuldade de tomada de decisões é influenciada pelo
grau de disponibilidade de informação e do risco envolvido na
decisão.
Deve-se analisar os seguintes fatores:
1) Determine a complexidade de conexão entre a dispo-
nibilidade de informação e a ação do trabalhador.
2) A conexão deve ser simples e clara. A informação rece-
bida deve ser composta apenas de um indicador. Por
exemplo, uma luz piscando é a informação para desli-
gar uma máquina.
3) A conexão pode também ser complicada, requerer a
formação de uma atividade-modelo e a comparação
entre ações alternativas.
Repetitividade do trabalho
A repetitividade do trabalho é determinada pela duração
média de um ciclo de trabalho repetitivo, sendo medida do co-
Atenção
Atenção compreende todo o cuidado e observação que
um trabalhador deve atribuir para seu trabalho, instrumentos,
máquinas, visores, processos etc. A demanda de atenção é
avaliada pela relação entre a duração da observação e o grau de
atenção necessário.
Período de observação
Iluminação
As condições de iluminação de um local de trabalho são
avaliadas de acordo com o tipo de trabalho. Para tarefas que
requerem acuidade visual normal, o iluminamento é medido e
o grau de ofuscamento é avaliado por observação. Para tarefas
que requerem alta acuidade visual, se possível, medem-se as di-
ferenças de iluminamento.
Analise:
1) Se o trabalho demanda acuidade visual normal:
a) meça o iluminamento do local de trabalho com um
luxímetro;
b) calcule a porcentagem de iluminamento, compa-
rando com o que é recomendado para o local de
trabalho: 100 × valor medido = valor recomendado;
c) determine a quantidade de ofuscamento observan-
do se há ou não luz clara/radiante, superfícies re-
fletoras ou escuras e também áreas brilhantes, que
Ambiente térmico
Os efeitos térmicos no ambiente de trabalho são distribuí-
dos por todos os postos de trabalho. Nos trabalhos ou locais com
radiação térmica, ou períodos prolongados com temperaturas
que continuamente ultrapassam 28°C, a classificação da carga
térmica é baseada no índice de IBUTG (Índice de Bulbo Úmido
Natural, Termômetro de Globo) normatizado pela ISO 7243.
Ruído
A classificação do ruído é obtida em função do tipo de tra-
balho executado. Existe um potencial de risco de dano à audição
quando o ruído for maior que 80 dB(A). O uso de protetor auri-
cular é então recomendado.
Nas situações de trabalho em que há necessidade de co-
municação verbal, as pessoas precisam estar aptas para conver-
sar entre si, gerenciar ou executar o trabalho.
Nas situações que requerem concentração, o trabalhador
deve raciocinar, tomar decisões, usar continuamente sua memó-
ria e estar concentrado.
Para analisar o nível de ruído, deve-se medir ou estimar o
nível de ruído nas condições normais de ruído do ambiente.
4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
A autoavaliação pode ser uma ferramenta importante para
você testar o seu desempenho. Se encontrar dificuldades em
responder as questões a seguir, você deverá revisar os conteú-
dos estudados para sanar as suas dúvidas.
1) Quais são os três principais pressupostos da Ergonomia?
a) Interdisciplinaridade, análise da situação real de trabalho e participa-
ção dos sujeitos.
6) Segundo o manual do AET, quais dos itens a seguir não representa um dos
três passos nos quais a análise de um posto de trabalho se processa?
a) O analista define e delimita a tarefa a ser analisada.
c) V, V, F.
d) F, V, V.
Gabarito
Confira, a seguir, as respostas corretas para as questões au-
toavaliativas propostas.
1) a.
2) a.
3) b.
4) d.
5) a.
6) d.
7) a.
8) a.
9) b.
10) d.
5. CONSIDERAÇÕES
Com o término desta unidade, na qual abordamos os três
principais princípios da Ergonomia, bem como a importância da
Análise Ergonômica do Trabalho, e conhecemos um importan-
te protocolo para análise do ambiente ocupacional, é relevante
apontarmos que esse protocolo é reconhecido nacional e inter-
6. E-REFERÊNCIA
ERGO & AÇÃO; SIMUCAD. Análise Ergonômica do Posto de Trabalho. Disponível em:
<http://www.simucad.dep.ufscar.br/simucad/dn_caderno_005.pdf>. Acesso em: 09
jan. 2015.
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
COURY, H. J. C. G.; SATO, T. O. Protocolos e racional para avaliação de riscos relacionados
à ocorrência de lesões musculoesqueléticas no trabalho. São Carlos: EDUFSCar, 2010.
(Série Apontamentos).
FALZON, P. Ergonomia. São Paulo: Edgar Blucher, 2007.
GRANDJEAN, E. Fitting the task to the man, an ergonomic approach. London: Taylor e
Francis, 1982.
IIDA, I. Ergonomia: projeto e produção. 2. ed. revisada e ampliada. São Paulo: Edgard
Blucher, 2005.
KROEMER, K. H. E.; GRANDJEAN, E. Manual de Ergonomia – adaptando o trabalho ao
homem. 4. ed. Porto Alegre: Bookman, 1998.
LAVILLE, A. Ergonomia. São Paulo: EPU Editora, 1977.
WISNER, A. A inteligência no trabalho. Textos selecionados em Ergonomia. São Paulo:
Fundacentro, 1994.
Objetivos
• Entender o que são as doenças ocupacionais.
• Compreender as Lesões por Esforço Repetitivo e também os Distúrbios Os-
teomusculares Relacionados ao Trabalho (LER e DORT).
• Identificar e compreender os principais fatores de risco presentes no am-
biente de trabalho.
• Entender e identificar os principais sinais e sintomas relacionados aos
DORTs, bem como os estágios para avaliação e controle dos riscos
ocupacionais.
Conteúdos
• Definição de doenças ocupacionais e também de Lesões por Esforço Re-
petitivo e Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (LER e
DORTs).
• Fatores de risco individuais/pessoais; fatores de risco psicossociais/organi-
zacionais; fatores de risco físicos/biomecânicos.
• Principais sinais e sintomas dos DORTs.
• Estágios do processo de avaliação e controle dos riscos ergonômicos
85
UNIDADE 3 – LER/DORT E A CONSTRUÇÃO DE UMA ABORDAGEM ERGONÔMICA
1. INTRODUÇÃO
Na Unidade 2, conhecemos a importância da Análise Ergo-
nômica do Trabalho para a avaliação do ambiente ocupacional.
No entanto, devemos ressaltar que, para uma boa avaliação do
ambiente de trabalho, também devemos conhecer e reconhe-
cer os riscos aos quais os trabalhadores estão expostos. Assim,
seguimos para esse capítulo para aprender sobre esses riscos e
também sobre as doenças ocupacionais.
Então, vamos aos estudos!
Definição
O termo doença ocupacional é utilizado para designar um
conjunto de várias doenças que causam alterações na saúde do
trabalhador. Essas doenças são provocadas por fatores direta-
mente relacionados com o ambiente de trabalho e se dividem
em doenças profissionais e doenças relacionadas ao trabalho.
As doenças profissionais são causadas por fatores direta-
mente relacionados à atividade laboral. As mais comuns são do-
enças do sistema respiratório e da pele. Os cuidados são essen-
LER e DORT
Os Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Traba-
lho (DORTs) e Lesões por Esforço Repetitivo (LER) são definidos
como doenças multifatoriais que acometem a população traba-
lhadora e, em parte, são causadas pelo trabalho, e/ou agravadas,
aceleradas ou exacerbadas por exposições ocupacionais, sendo
a principal causa de prejuízo na capacidade para o trabalho.
Na legislação brasileira, as Lesões por Esforço Repetitivo
(LER) e os Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho
(DORTs) são atualmente definidos como "um conjunto de sín-
dromes clínicas caracterizadas por dor crônica, acompanhada ou
não por alterações objetivas, que se manifestam principalmen-
te no pescoço, cinturão escapular e/ou membros superiores em
decorrência do trabalho". Essas condições compreendem um
conjunto de doenças inflamatórias e degenerativas que resultam
em dor, comprometimento funcional e, por seu caráter crônico,
trazem prejuízo à vida familiar, social e produtiva do indivíduo.
LER e DORT são termos genéricos que procuram carac-
terizar um conjunto de manifestações patológicas do sistema
musculoesquelético, as quais possuem fatores comuns em suas
origens a exposição a fatores de risco presentes no ambiente de
trabalho.
4) entorse ligamentar;
5) Síndrome de Tensão no Pescoço;
6) Síndrome do DesfiladeiroTorácico;
7) Tendinite do Manguito Rotador;
8) Epicondilite;
9) Síndrome do Túnel Radial;
10) dedo em gatilho;
11) Síndrome de DeQuervain;
12) Síndrome Lombar por Sobrecarga Mecânica;
13) degeneração discal;
14) ruptura/hérnia de disco.
Checagem geral
Aplicação de checklists para identificar aspectos de risco.
4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
A autoavaliação pode ser uma ferramenta importante para
você testar o seu desempenho. Se encontrar dificuldades em
responder as questões a seguir, você deverá revisar os conteú-
dos estudados para sanar as suas dúvidas.
1) Classifique as afirmações a seguir como verdadeiras ou falsas e escolha a
alternativa correspondente a essa classificação.
I - O termo “doença ocupacional” é utilizado para designar um conjunto
de várias doenças que causam alterações na saúde do trabalhador.
II - As doenças ocupacionais dividem-se em doenças profissionais e do-
enças relacionadas ao trabalho.
III - As doenças profissionais são causadas por fatores diretamente rela-
cionados à atividade laboral.
IV - As doenças relacionadas ao trabalho tem seu desenvolvimento rela-
cionado à associação de fatores de risco individuais, biomecânicos e
psicossociais.
a) V, V, V, V.
b) F, F, F, F.
c) F, V, F, F.
d) V, V, V, F.
c) F, V, V.
d) V, F, F.
4) Qual item a seguir não deve ser considerado como um fator de risco
organizacional?
a) Trabalho estereotipado.
b) Ritmo.
c) Ruído.
d) Trabalho sazonal.
11) Segundo a NIOSH, quais os principais fatores de risco para a região lombar?
a) Trabalho fisicamente pesado, repetitividade e posturas inadequadas.
b) Levantamento de cargas, repetitividade e vibração.
c) Vibração, posturas inadequadas, trabalho fisicamente pesado e
repetitividade.
d) Trabalho fisicamente pesado, posturas inadequadas, levantamento de
carga e vibração.
12) Segundo a NIOSH, quais os principais fatores de risco para a região dos
joelhos?
a) Trabalho fisicamente pesado, repetitividade e posturas inadequadas.
b) Repetitividade, posturas inadequadas e levantamento de cargas.
c) Vibração, posturas inadequadas, trabalho fisicamente pesado e
repetitividade.
d) Trabalho fisicamente pesado, posturas inadequadas, levantamento de
carga e vibração.
14) Qual item a seguir não corresponde a um dos três estágios do processo de
avaliação e controle dos riscos ergonômicos?
a) Identificação dos fatores de risco do ambiente de trabalho que estão
relacionados à ocorrência de lesão.
b) Avaliação dos riscos por meio de métodos e técnicas específicas.
c) Controle do risco.
d) Avaliação especificamente da organização do trabalho.
Gabarito
Confira, a seguir, as respostas corretas para as questões au-
toavaliativas propostas:
1) a.
2) c.
3) d.
4) c.
5) b.
6) d.
7) c.
8) a.
9) c.
10) a.
11) d.
12) b.
13) c.
14) d.
15) d.
5. CONSIDERAÇÕES
Nesta Unidade, você aprendeu sobre as doenças osteo-
musculares relacionadas ao trabalho e também sobre os seus
principais fatores de risco. No entanto, esse tema é muito amplo
e, portanto, é necessário que você continue pesquisando e es-
tudando sobre esses temas. Além disso, esses conteúdos são de
extrema importância para dar prosseguimento ao estudo do con-
teúdo seguinte que está relacionado às intervenções possíveis
no ambiente de trabalho para minimizar o efeito dos fatores de
risco e prevenir o aparecimento das desordens musculoesque-
léticas. Assim, sugerimos que você não se esqueça de ler todos
os artigos indicados nos Conteúdo Digital Integrador e responda
também os exercícios propostos nas questões autoavaliativas.
6. E-REFERÊNCIAS
Lista de figuras
Figura 1 Exemplos de atividades ocupacionais exigindo adoção de posturas extremas.
Disponível em: <http://www.ontask.ca/akwardposure>; <http://www.elcosh.
org>. Acesso em: 29 set 2014.
Figura 2 Tarefas que exigem inclinação, alcance e rotação de tronco. Disponível em:
<http://www.ontask.ca/akwardposure>; <http://www.elcosh.org>. Acesso em:
30 set 2014.
Figura 3 Manutenção de posturas estáticas. Disponível em: <http://www.ontask.ca/
akwardposure>; <http://www.elcosh.org>. Acesso em: 29 set 2014.
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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mechanism for disc degeneration. Spine (Phila Pa 1976), v. 29, p. 568-575, 2004.
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and workplace factors: A critical review of epidemiologic evidence for work-related
musculoskeletal disorders of the neck, upper extremity, and low back. United States:
Cincinnati – National Institute for Occupational Safety and Health, 1997, p. 1-14.
BLANGSTED, A. K.; HANSEN, K.; JENSEN, C. Muscle activity during computer-based
office work in relation to self-reported job demands and gender. European Journal of
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2010.
COURY, H. J. C. G.; SATO, T. O. Protocolos e racional para avaliação de riscos relacionados
à ocorrência de lesões musculoesqueléticas no trabalho. São Carlos: EdUFSCar, 2010.
(Série Apontamentos).
DURWARD, B. R. et al. Movimento funcional humano: mensuração e análise. São
Paulo: Manole, 2001.
DUTTON, M. Fisioterapia ortopédica: exame, avaliação e intervenção. São Paulo:
Artmed, 2005 .
GROSS, J; FETTO, J; ROSEN, E. Exame musculoesquelético. Porto Alegre: Artmed, 2000.
HOOGENDOORN, W. E.; VAN POPPEL, M. N.; BONGERS, P. M. et al. Physical load during
work and leisure time as risk factors for back pain. Scandinavian Journal of Work,
Environment & Health, v. 25, n. 5, p. 387-403, 1999.
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Janeiro: ATHENEU–RIO, 2005.
KROEMER; GRANDJEAN, E. Manual de Ergonomia: adaptando o trabalho ao homem.
Belo Horizonte: Ergo, 2000.
KUORINKA, I. et al. Work related musculoskeletal disorders (WMSDS) – a reference
book for prevention. Taylor & Francis, 1994.
NORDANDER, C.; OHLSSON, K.; BALOGH, I. et al. Gender differences in workers
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International Archives of Occupational Environmental Health, v. 81, n. 8, p. 939-47,
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NORDIN, M.; ANDERSSON, G.; POPE, M. Musculoskeletal disorders in the workplace.
Mosby: Missouri, 1997.
OLIVEIRA, R. C. et al. Manual Prático de LER. Belo Horizonte: Health, 1997.
PALMER, M. L.; EPLER, M. E. Fundamentos das técnicas de avaliação musculoesquelética.
2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000.
PUNNETT, L.; WEGMAN, D. H. Work-related musculoskeletal disorders: the
epidemiological evidence and the debate. Journal of Electromyography Kinesiology,
v. 14, n. 1, p. 13-23, 2004.
PUTZ-ANDERSON, V. Cumulative trauma disorders: a manual for musculoskeletal
diseases of the upper limbs. Taylor & Francis, 1988.
RANNEY, DON. Distúrbios osteomusculares crônicos relacionados ao trabalho. São
Paulo: Roca, 2000.
SALTER, R. B. Distúrbios e lesões do sistema musculoesquelético. Rio de Janeiro: Médica
e Científica, 1985.
STRAZDINS, L.; BAMMER, G. Women, work and musculoskeletal health. Social Science
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UEMATSU, Y.; MATUZAKI, H.; IWAHASHI, M. Effects of nicotine on the intervertebral
disc: an experimental study in rabbits. Journal of Orthopaedic Science, v. 6, n. 2, p.
177-182, 2001.
WHITING, W. C.; ZERNICKE, R. F. Biomecânica da lesão musculoesquelética. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2001.
Objetivos
• Compreender o que é a Ginástica Laboral e conhecer seus diferentes tipos.
• Entender quais são os principais objetivos dos programas de Ginástica
Laboral.
• Entender os benefícios do exercício físico para o organismo humano.
• Aprender a planejar um programa de intervenção no ambiente de trabalho
contendo a Ginástica Laboral.
• Entender a importância dos programas de Ginástica Laboral.
Conteúdos
• Definições e tipos de Ginástica Laboral.
• Objetivos dos programas de Ginástica Laboral.
• Benefícios do exercício físico.
• Planejamento de um programa de Ginástica Laboral.
• Importância dos programas de intervenção no ambiente de trabalho.
119
UNIDADE 4 – GINÁSTICA LABORAL
1. INTRODUÇÃO
Nessa Unidade 4, aprenderemos sobre a Ginástica Laboral,
uma das formas de intervenção no ambiente de trabalho que
tem como objetivo minimizar os fatores de risco, bem como pre-
venir o surgimento das desordens musculoesqueléticas. Assim,
estudaremos neste capítulo as formas de aplicação da Ginástica
Laboral (GL) no Brasil, abordaremos a ação do exercício sobre
os diferentes sistemas do organismo para contextualizar a im-
portância de um bom planejamento das séries de exercício em
função dos objetivos que se pretendem atingir e, finalmente,
será abordada a hipótese racional para a elaboração e condução
de programas de exercícios adequados aos diferentes tipos de
atividades ocupacionais. Lembre-se: uma boa base teórica é fun-
damental para a elaboração e aplicação prática bem-sucedida de
programas de exercício em ambiente ocupacional.
Então, vamos aos estudos!
Depois disso...
• Analisar os resultados da avaliação do ambiente físico
(AET) e investigar as principais demandas biométricas
da tarefa.
• Realizar levantamento das principais necessidades dos
trabalhadores.
A seguir, é apresentado um roteiro simples para observa-
ção das principais exigências da tarefa.
a) pescoço;
b) ombros;
c) cotovelo;
d) punho/mãos;
e) tronco;
f) MMII (Há agachamento?).
3) A atividade requer uso de força? Se sim, com qual
frequência?
4) Há movimentos repetitivos? Se sim, quais?
5) Há posturas mantidas? Se sim, quais?
6) Velocidade de realização do movimento:
7) ( ) lenta ( ) moderada ( ) rápida
8) Qual a região do corpo mais sobrecarregada/requisita-
da pela tarefa?
O próximo passo...
Planejar o programa de GL, considerando:
1) o tipo de exercício mais adequado para se obter os re-
sultados esperados;
2) o número de séries e repetições;
3) o tempo total de duração da sessão de modo a tentar
adequá-lo à rotina do setor;
4) o tempo mínimo (em meses ou semanas).
Apresentação do projeto
• Engajamento em ação coordenada entre SESMT, ge-
rências, chefes de setores, supervisores e membros da
4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
A autoavaliação pode ser uma ferramenta importante para
você testar o seu desempenho. Se encontrar dificuldades em
responder as questões a seguir, você deverá revisar os conteú-
dos estudados para sanar as suas dúvidas.
1) No Brasil, a GL é praticada com intervalos de:
a) 30 a 40 minutos.
b) 100 a 120 minutos.
c) cinco a dez minutos diários.
d) um a dois minutos.
12) Em relação aos treinos leves aplicados no ambiente ocupacional, não po-
demos afirmar que:
a) são muito eficientes em reduzir sintomas dolorosos.
b) não são capazes de gerar estímulos musculares suficientes para pro-
mover mudanças fisiológicas substanciais sobre o mecanismo da dor
muscular crônica.
c) podem ter efeitos positivos sobre a produtividade e promover hábitos
mais saudáveis.
d) não são suficientes para promover melhora na função muscular.
13) Sobre a duração dos programas de exercícios, não podemos afirmar que:
a) os programas de GL devem ter duração superior a 10 semanas.
b) existe uma forte evidência de que um tempo mínimo de treinamento
é necessário para que as alterações fisiológicas ocorram nos músculos
de trabalhadores para a obtenção de benefícios nos exercícios realiza-
dos em ambientes ocupacionais.
c) a partir da primeira sessão, já há redução de dor musculoesquelética.
d) programas de exercícios com longa duração têm maior impacto so-
bre a redução dos sintomas musculoesqueléticos do que os de curta
duração.
Gabarito
Confira, a seguir, as respostas corretas para as questões au-
toavaliativas propostas:
1) c.
2) b.
3) d.
4) c.
5) d.
6) a.
7) d.
8) a.
9) c.
10) b.
11) d.
12) a.
13) c.
14) a.
5. CONSIDERAÇÕES
Chegamos ao término da quarta e última unidade de Er-
gonomia e Ginástica Laboral. Este material possibilitou a você
um conhecimento sobre o que é a Ergonomia e sua história, o
6. E-REFERÊNCIAS
Lista de figuras
Figura 1 Exemplo de GL preparatória. Disponível em: <monografiaac.com.br>. Acesso
em: 25 set. 2014.
Figura 2 Exemplo de GL compensatória. Disponível em: <http://4.bp.blogspot.com/-
4oJ9K7lkLik/UEf09fVrmoI/AAAAAAAAAkY/7mCkxU5js9c/s1600/>. Acesso em: 12 jan.
2015.
Figura 3 Sistema Cardiorrespiratório. Disponível em: < http://www.cirvascular.com/
cirurgia-vascular/entendendo-o-sistema-circulatorio2/ >. Acesso em: 12 jan. 2015.
Figura 4 Sistema Musculoesquelético. Disponível em: <http://handsonhealthstl.com>.
Acesso em: 4 nov. 2014.
Figura 5 Sistema Neurológico. Disponível em: <library.thinkquest.org>. Acesso em: 25
set. 2014.
Figura 6 Sistema Endócrino. Disponível em: <http://www.savingstudentsmoney.org/
OLI/AnPpost.html>. Acesso em: 4 nov. 2014.
Figura 7 Exemplo da equipe CIPA. Disponível em: <protesegconsultoria.com.br>.
Acesso em: 19 set 2014.
Figura 8 Ginástica Laboral com supervisão. Disponível em: <www.claudialana.com>.
Acesso em 25 set 2014.
Site pesquisado
ARGENTON, W. H.; CANCELLI, R. G.; MITUE, E. A Ginástica Laboral: os contrastes nos
resultados quando orientada pelo educador físico. Centro Universitário Positivo,
Curitiba, PR. 2004. Disponível em: < http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/
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os_contrastes.pdf>. Acesso em: 12 jan. 2015.
CARVALHO, S. H. F. Ginástica laboral. Disponível em: <http://www.saudeemmovimento.
com.br>. Acesso em: 12 jan. 2015.
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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pennate muscle in response to strength training: changes in muscle
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training programs for women with work-related trapezius myalgia. J Rehabil Med. v.
33, n. 4, p. 162-9, 2001.
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neck muscle pain. Arthritis Rheum. v. 59, n. 1, p. 84-91, 2008.
BERNARD, B. P. Introduction. In: BERNARD, B. P. [Ed.]. Musculoskeletal disorders
and workplace factors – a critical review of epidemiologic evidence for work-related
musculoskeletal disorders of the neck, upper extremity, and low back. 2. ed. Cincinnati:
National Institute for Occupational Safety and Health, Centers for Disease Control,
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activity programs to reduce musculoskeletal symptoms in the neck and shoulders
among office workers. Scand J Work Environ Health. v. 34, n. 1, p. 55-65, 2008.
BOBET, J. Muscle mechanics in ergonomics. In: SHRAWAN, K. [Ed.] Biomechanics in
Ergonomics. London: Taylor & Francis, 1999. p. 75-86.