O Ensino Da Tecnica Vocal para Criancas
O Ensino Da Tecnica Vocal para Criancas
O Ensino Da Tecnica Vocal para Criancas
Campo Grande, MS
2017
LOISILENE DA SILVA SOUZA
Campo Grande, MS
2017
LOISILENE DA SILVA SOUZA
COMISSÃO EXAMINADORA
______________________________________________________________
Prof.ª Drª. Ana Lúcia Iara Gaborim Moreira (Orientadora)
Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
________________________________________________________________
Prof.ª M.ª Mariana de Araújo Stocchero
Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
________________________________________________________________
Prof.º Me. Pieter Rahmeier
Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
AGRADECIMENTOS
Ao grande autor da vida, soberano Deus, por me sustentar e capacitar na execução deste
trabalho.
À minha orientadora Prof.ª Drª. Ana Lúcia Iara Gaborim Moreira, por aceitar fazer parte
dessa pesquisa, compartilhando seus conhecimentos e experiências que enriqueceram a minha
aprendizagem acadêmica.
À banca examinadora, composta pela Prof.ª M.ª Mariana Stocchero Prof.º Me. Pieter
Rahmeier, pela disponibilidade de fazerem parte desta banca, e contribuições à pesquisa.
Ao pastor Josiel Peixoto, por apoiar e incentivar o projeto do coro infantil na Igreja
Adventista da Promessa.
Às monitoras e amigas Vera Lúcia e Alzana Almerinda, que foram peças fundamentais para
o desenvolvimento desta pesquisa e do coro. Palavras não podem expressar o quanto sou grata pela
ajuda de vocês.
Aos pais e responsáveis das crianças que participam do coro, pela aceitação e apoio.
A todas as crianças que participaram do coro Joias de Cristo, pois sem elas todo esse
trabalho não teria sentido.
Aos professores do curso de Música que fizeram parte da minha trajetória musical, através
de quem pude obter conhecimentos que fizeram e fazem total diferença na minha vida.
À minha mãe, pelo grande apoio, paciência e ajuda nas minhas correrias diárias. Com o seu
companheirismo, pude desenvolver essa pesquisa com mais tranquilidade.
Aos meus colegas e amigos do curso, que me incentivaram e auxiliaram em minha jornada
acadêmica. Com a ajuda de vocês, tudo ficou mais leve.
Dedico este trabalho a minha mãe, Alzana,
minha melhor amiga e companheira, e ao meu
esposo, Marcos. Obrigada pelo apoio
incondicional e em todos os momentos.
RESUMO
Esta pesquisa visa investigar o desenvolvimento do canto infantil por meio da prática coral.
Inicialmente, foi realizada uma pesquisa bibliográfica nas áreas da Regência Coral Infantil e do
Canto, buscando fundamentar os princípios da técnica e saúde vocal aplicados à voz infantil. É
importante ressaltar que a pesquisa teve enfoque na aplicação desses princípios utilizando o
repertório já desenvolvido no contexto da educação religiosa, ou seja, buscando construir maneiras
de se cantar músicas já conhecidas de forma mais coerente e saudável. O trabalho se caracteriza
como uma pesquisa-ação, na medida em que a pesquisadora atua também como regente,
conduzindo e ao mesmo tempo analisando o processo prático que é objeto de estudo da pesquisa.
This research aims to investigate the development of children's singing through choral
practice. Initially, a bibliographical research was conducted in the areas of Choral Conducting and
Singing, to base the principles of vocal health and technique applied to children's voices. It is
important to emphasize that the research had a focus on practice, following this principles and using
a repertoire already developed in the context of religious education, that is, aiming to construct
ways of singing already known songs in a more coherent and healthy way. The work will be
characterized as an action research, to the extent that a researcher also acts as conductor, analyzing
the practical process that is object of study of this research.
LISTA DE TABELAS
ABREVIATURAS
INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 11
REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 65
APÊNDICE ........................................................................................................................... 67
ANEXO ................................................................................................................................. 70
11
INTRODUÇÃO
Esta pesquisa aborda a realização de um trabalho prático na área da técnica vocal infantil,
com o aporte de um referencial teórico consolidado. A partir desta proposta, um coro infantil foi
iniciado e investigado em um contexto religioso, tendo o objetivo de desenvolver noções de música
e de saúde vocal para crianças de modo didático e ao mesmo tempo, com resultados eficazes.
A música se faz presente nas igrejas como parte da liturgia dos cultos, sendo utilizada em
vários momentos, como em hinos congregacionais (toda a igreja canta), solos (músicas cantadas
individualmente), ou louvores em grupo. É também utilizada como ferramenta no aprendizado de
princípios bíblicos e da doutrina cristã. Isto nos leva a compreender a igreja não apenas como um
lugar de se prestar culto, mas também um ambiente de educação musical.
Assim como outros colegas do curso de Licenciatura em Música, a minha experiência
musical inicial vem deste contexto. No meu caso, com apenas três anos de idade, já era incentivada
por minha mãe a me apresentar à frente da igreja, cantando pequenos louvores previamente
ensaiados, ensinados por ela. Com o passar dos anos, comecei a desenvolver o canto com ainda
mais seriedade e compromisso, estabelecendo horários para ensaiar o repertório de louvores. Com
base nisso, posso afirmar que esse estímulo inicial foi peça fundamental para a escolha da música
como profissão.
A reflexão sobre o modo como a música tem sido transmitida na formação inicial das
crianças, principalmente por leigos no âmbito religioso, me levou a detectar um problema que
precisa ser discutido. Sabendo que o mau uso da voz pode causar sérios danos fisiológicos, o canto
é uma prática que precisa ser refletida, discutida e ensinada. Além disso, uma aprendizagem
deficiente também é prejudicial ao processo de formação musical. Nesse sentido, Carnassale (1995)
afirma que:
quando se trata de ensinar canto a crianças isto significa, no mínimo, manter sua
saúde intacta, e no máximo, desenvolver suas potencialidades de forma a conseguir
o maior resultado com o menor esforço físico. Para deixar bem claro: a eficiência
está relacionada com desempenhar uma tarefa da melhor maneira possível, ou seja,
atingir o melhor resultado com o mínimo de esforço (...) de forma a ser ao mesmo
tempo eficaz e eficiente (CARNASSALE, 1995, p.19).
Como justificativa para a realização desta pesquisa, parte-se do fato de que por alguns anos
tenho trabalhado no âmbito religioso como professora, no estudo e ensino da bíblia para crianças -
isso acontece nas chamadas Escolas Bíblicas, que envolvem também a prática de cantar. Contudo,
12
esse canto que em geral é musicalmente descompromissado, acaba resultando em situações nas
quais o cantar acaba se afastando dos ideais de saúde e técnica vocal e de uma realização musical
convincente.
Através da observação do modo de como as crianças cantavam, detectei algumas fatores que
prejudicavam a entonação, como: timidez excessiva; falta de controle na respiração; afinação1
imprecisa; falta de noção rítmica e postura corporal inapropriada para o canto. Contudo, considerei
que esses problemas poderiam ser solucionados, com o ensino da técnica vocal. Então, foi criado o
objeto de estudo dessa pesquisa, o Coral Infantil da Igreja Jardim Nhánhá; onde inicialmente
dezenove crianças se inscreveram.
Com a realização desta pesquisa buscamos contribuir, de forma prática, para que os coros
infantis nas igrejas possam ser aperfeiçoados, usando o repertório de músicas que as crianças já
ouviram e/ou cantaram na Escola Bíblica. Desta forma, o foco não está no aprendizado de uma
canção, ou seja, de seus elementos textuais, rítmicos e melódicos, mas no modo como se canta. A
nosso ver, a prática vocal orientada dessa maneira pode produzir satisfação e principalmente o
conhecimento da saúde e da técnica vocal pelas crianças. Buscamos, através de jogos musicais,
construir a interação das crianças coralistas e desenvolver exercícios técnicos para que elas tenham
consciência do processo respiratório envolvido no canto e consequentemente, entoem melhor o
repertório estabelecido. A ludicidade também é utilizada nesse processo como forma de motivar as
crianças a participarem ativamente do coro e se envolverem com o trabalho musical.
O trabalho é caracterizado como uma pesquisa-ação, na medida em que a pesquisadora atua
também como regente, conduzindo e ao mesmo tempo analisando o processo prático que é objeto
de estudo da pesquisa. Como procedimento metodológico, os ensaios do coro infantil foram
realizados entre junho e outubro de 2016 e foram filmados, para uma melhor análise das ações
desenvolvidas. Os pais das crianças foram informados de que haveria filmagem para fins de
pesquisa e autorizaram a divulgação de imagens para a publicação deste trabalho. Durante a
realização da pesquisa foram realizadas entrevistas semi-estruturadas com as crianças-coralistas,
que participam do grupo em questão neste trabalho.
Como principais referenciais teóricos para o trabalho, foram selecionados alguns autores:
Leda Osório Mársico (1979) e Gabriela Carnassale (1995) contribuem como referências sobre a voz
infantil e a técnica vocal específica para esse público. Gaborim-Moreira (2015) será referência em
1
Neste trabalho, quando mencionamos a “afinação”, estamos nos referindo a entoar as notas musicais com precisão
absoluta (La3= 440 Hertz)
13
temas ligados à regência de um coro infantil, englobando a metodologia de pesquisa nessa área.
Maria José Chevitarese (2007) e Vivian Carvalho (2007) também contribuem para análise do perfil
dos participantes do coro que foi feita neste trabalho; Gois (2015), em sua dissertação, discorre
sobre a ludicidade no coro infantil.
O trabalho foi dividido em três capítulos: no primeiro, buscamos contextualizar o ambiente
onde se realizou o trabalho com o coro infantil; traçamos um perfil vocal e uma análise das
experiências e conhecimentos musicais das crianças participantes ao iniciar esse trabalho, com o
aporte do referencial teórico.
O segundo capítulo aborda essencialmente a voz infantil e o desenvolvimento da técnica
vocal, introduzindo e explicando como se realizam brincadeiras, vocalizes, respiração para o canto e
repertório para coro infantil.
Para finalizar, no terceiro capitulo são apresentados os relatórios descritivos dos ensaios
realizados com o coro infantil da Igreja Adventista da Promessa, objeto de estudo dessa pesquisa,
fazendo uma análise geral das atividades desenvolvidas, do envolvimento e comprometimento dos
participantes e expondo os resultados obtidos, assim como as dificuldades enfrentadas.
14
Alvorada do Sul – MS, precisou mudar para uma cidade ainda mais distante, assim finalizando a
existência do último coro presente na IAPCG.No que se refere a Coros Infantis na IAPCG, até o
ano de 2016 não existia nenhum grupo formado. Porém, as crianças lideradas pelas professoras da
escola bíblica se reuniam periodicamente para ensaiar e cantar em datas comemorativas.
Conforme já citado, existem oito igrejas Adventistas da Promessa na cidade de Campo
Grande, inclusive a da Vila Nhanhá, e para coleta de dados relativos à atividade coral nessas igrejas,
foi feita uma breve entrevista com seus respectivos líderes de ministério de louvor. A pergunta
elaborada foi a seguinte: “Na igreja em que você atua existe um coral infantil, juvenil ou adulto? Se
não têm, qual seria o possível motivo? ”
Dentre as sete igrejas consultadas2, cinco responderam que não tem coral infantil, juvenil ou
adulto. Quatro justificaram que o maior empecilho para não terem coral é a falta de alguém
capacitado e especializado para liderar a atividade; semelhantemente, uma afirmou que até o
momento ninguém se manifestou para tomar a iniciativa. Constatou-se que apenas em duas igrejas
existem coros, liderados por regentes com formação musical superior. Na Igreja 1 existe um coro de
homens, criado recentemente, liderado por uma pianista que é graduanda em
Licenciatura/Habilitação em Educação Musical na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul –
UFMS; também existe um coral infantil liderado por uma pessoa não especializada na área, sendo
que os ensaios acontecem no horário da Escola Bíblica. Segundo a entrevistada, esses ensaios
ocorrem com mais frequência quando há uma programação especial próxima. No coro masculino,
os ensaios são realizados aos sábados, com duas horas de duração. A regente, na entrevista
concedida para esta pesquisa, explica sobre sua rotina de trabalho com o coro e relata que a
preparação vocal faz parte dos ensaios: "fazemos aquecimentos respiratório e vocal sempre que
iniciamos. Toma um bom tempo, mas traz bons resultados" (Apêndice, p. 64).
Na Igreja 2 também existem dois coros, liderados por uma regente que é bacharel em
Música Sacra pelo Seminário Teológico Batista do Oeste do Brasil (STBOB), sendo um
infantojuvenil de 07 a 11 anos – “Coro Nova Geração” - e um coro de mulheres - “Adorai”. A
regente relatou que a falta de tempo é uma realidade complicada para o ensaio do coro
infantojuvenil, pois o ensaio acontece após a Escola Bíblica, durante o culto, tendo como duração
de ensaio somente 30 minutos. em média. Diante disso, a regente lamenta: “ultimamente, fazemos
só o básico... Por exemplo, não faço vocalizes e brincadeiras rítmicas. Por não ter tempo
suficiente”. (Apêndice, p. 65)
2
As entrevistas realizadas com membros das igrejas se encontram em apêndice a este trabalho.
16
1.1. O coro infantil da Igreja Adventista da Promessa do Jardim Nhánhá – condições iniciais
Conhecer o perfil das crianças e observar o meio em que vivem é fundamental para que se
tenha uma visão mais aprofundada de suas ações e pensamentos. Segundo Hargreaves e Marshall,
“compreender como as pessoas se veem possibilita entender o comportamento musical de uma
perspectiva ‘interna’, por meio de suas próprias experiências, e não de uma perspectiva tradicional,
17
A., 5 “Porque eu “Cantar A criança “Não lembro”. Na igreja “Não lembro” Início em Si bemol2. Afinação não precisa e com
gosto de Deus uma disse que e em casa. Alguns saltos acréscimo de mais vogais.
e gosto de música” não se imprecisos. Mas
cantar” lembrava finalizou na altura que
do nome iniciou.
A.J., 8 “Ah, porque “Cantar” “A minha “Na escolinha Na igreja “Fecho meus Início em Si bemol2. A criança apresentou muita
eu achei legal confiança” bíblica” e em casa. olhinhos” Afinação precisa. timidez nessa parte. A
participar”. Encerrou a música em afinação foi imprecisa, não
Si bemol 2. conseguia concluir os
vocalizes.
B.V.,5 “Porque eu “Cantar e “Aleluia, “Aprendeu em Em casa, “Boi da cara Início em Si. Afinação Afinação muito precisa, mas
queria cantar, ensaiar, tipo aleluia” casa” e na casa preta” precisa com respiração com som nasal.
ser famosa, ser isso”” do tio. no meio das palavras.
igual todo Término em Si.
mundo que
canta, ser
bonita! ”
H., 7 “Porque eu “Cantar” “Aos olhos “Na escola Escola, “Não lembro” Início em Si, finalizou Afinação quase precisa, com
acho legal” do Pai” quando foi fazer em casa. em Dó. Afinação quase dificuldades nas notas agudas.
a apresentação precisa.
do dia das
mães”
Lu., 4 “Porque você “Cantar, “Tú és “Na minha Na igreja, “Homenzinho Iniciou e terminou em Afinação precisa no exercício
me chamou brincar” santo” igreja velha, lá em casa. torto” Dó. Afinação quase de salto de 8ª. Em um dos
para no Rio de precisa, mas encerrou exercícios ele priorizou muito
participar” Janeiro” falando no ritmo. a consoante “L” e ficou muito
falado; em outro, fez
portamentos.
L.R., 5 “Porque sim, “Cantar, “Raridade” “Minha mãe e a Canta em “Não lembro” Início em Si e término Afinação quase precisa, em
gosto de brincar” minha vó que qualquer em Ré. Afinação quase apenas um exercício fez notas
cantar” me ensinou” lugar precisa, troca a vogal a mais e fugiu da altura.
“R” por “L”.
R., 4 “Porque “Ensaiar” “Prepara” “No meu carro” “No meu “Não lembro” Início em Dó e Afinação precisa, a voz estava
minha mãe carro” terminou em Dó. bem colocada.
mandou e eu Afinação muito precisa.
gosto”
19
Nome e Porque quis O que acha Que Onde aprendeu Onde Que música Cante “Parabéns a Imitação de notas
idade participar do que vamos música essa música? canta canta desde você” ...
coro? fazer no mais essa pequeno (a)?
coro? gosta? música?
“Porque eu “Cantar” “Pai nosso “Aqui, na Na igreja “Mamãe” Início em Dó e término Tentou imitar o contorno
L.S., 6 gosto de que estás escolinha e em casa. em Dó. Alguns saltos melódico, mas foi imprecisa
cantar e minha no céu” bíblica” imprecisos. Tem um nas notas mais graves do
mãe deixa” pouco de dificuldade exercício descendente de
em pronunciar as terças. Realizou com precisão
palavras também. o exercício de 8ª.
S., 9 “Eu acho “Cantar” “Meu Minha tia “Em casa” “Raridade” Estava bem tímida. Mas A primeira reação foi dizer
muito legal barquinho” baixou no meu conseguiu iniciar “eu não sei fazer isso”.
vim aqui, na HD” sozinha, na nota Si Tentou, mas a afinação não
casa de Deus” bemol2 e finalizou na foi precisa.
mesma nota. Com
dificuldades de entoar
as notas agudas.
I., 6 “Porque Deus “Cantar” “Raridade” “Em casa com “Em casa” “Deus não me Inicio em Si2 e término Cantou em uma afinação mais
é bom, meu vô” deixou”. em Dó3. grave e não precisa, alterando
Afinação imprecisa. o ritmo da melodia.
L., 6 “ Porque eu “Cantar” “Dai “ Na igreja em Cantava “Não sei” Inicio em Dó3 e Afinação imprecisa,
queria cantar Louvor” São Paulo” em São término em Dó3. principalmente no finalzinho
na presença de Paulo Afinação quase precisa, das melodias.
Deus” com os agudos
totalmente imprecisos.
G., 9 “Eu? Eu não “Cantar” A criança “não sei” Canta em “Não lembro” Disse que estava Afinação quase precisa.
quis não... disse que casa esquecendo de tudo. Estava bem tímido, mas
Minha mãe se Ajudei a lembra-lo. conseguiu ter clareza na
que me esqueceu Cantou com afinação entonação.
colocou!” precisa. Iniciou e
terminou em Si2.
J. V., 9 “Porque eu “Cantar” “Tú és “ Na igreja” “Na igreja “ Aí eu já não Inicio em Lá bemol2. Cantou as notas em uma
gosto de santo” e em sei, hein...” Afinação imprecisa, não região mais grave do que a
cantar” casa” conseguia cantar na proposta, e não conseguiu
região aguda. realizar os saltos propostos na
melodia. Afinação imprecisa.
20
Nome e Porque quis O que acha Que Onde aprendeu Onde Que música Cante “Parabéns a Imitação de notas
idade participar do que vamos música essa música? canta canta desde você” ...
coro? fazer no mais essa pequeno (a)?
coro? gosta? música?
R., 8 “Porque eu “Cantar” “Primeira “ Em casa “ “Em casa” “ Não lembro” Muito tímida, com a Afinação quase precisa, no
gosto de pedra” mão na boca, e a voz final da melodia mais longa
cantar” bem baixa. Iniciou em aumentou algumas notas na
Lá2 e terminou em Lá frase melódica.
bemol2. Cantou em um
andamento muito
rápido.
Em algumas partes, sem
melodia - só falando no
ritmo.
L. R., 8 “ Eu gosto de “Ensaiar” “Se você “Na escolinha “Igreja e “ Esqueci” Afinação quase precisa, Afinação precisa; no exercício
cantar” fizer com bíblica” em casa” dificuldades nos saltos, mais longo, faltou cantar a
o coração” mas com uma boa última nota.
dicção. Iniciou e
terminou em Si2.
L.R.,9 “Porque é “Cantar” “ Pai nosso “Escolinha “ Igreja e “Três Inicio em Lá bemol2 e Iniciou em uma região mais
legal cantar” que estás Bíblica” em casa” palavrinhas término em Si bemol 2. grave que a proposta em todas
no céu” só”. Afinação quase precisa. as melodias. Tentava fazer o
contorno melódico, mas a
afinação não foi precisa.
TABELA 1: Perfil das crianças. Fonte: GABORIM-MOREIRA 2015, adaptado pela autora.
21
3)
Algumas crianças cantaram em uma região mais grave que a proposta e também
não conseguiam executar os saltos. Assim, as vozes de oito crianças foram avaliadas
como “não precisa”, quatro como “quase precisa” e as demais, “precisas”.
23
Pode-se afirmar que o cantar é um hábito muito comum em nosso país, inclusive
entre as crianças: canta-se em casa, na escola, em reuniões sociais, entre amigos, enfim,
em diversos lugares ou momentos se pode cantar, inclusive nas igrejas.
Consequentemente, o canto é aprendido pelas crianças desde muito cedo, estando
relacionado à sua rotina diária.
Desta maneira, o cantar parece ser fácil e simples demais para que precise ser
estudado. Porém, há um equívoco neste pensamento comum, pois a voz faz parte do
nosso corpo, e embora seja um instrumento acessível e sua utilização seja intuitiva na
maioria dos casos, é preciso orientação profissional para que seja utilizada de modo
saudável. Para isso é que se desenvolve o trabalho de técnica vocal, e através dela se
tem um desenvolvimento consciente da voz, podendo assim adquirir-se melhor
conhecimento do trato vocal e evitar abusos vocais que poderão danificar o aparelho
fonador. Carnassale reitera essa concepção, afirmando que
No caso do trabalho com vozes infantis, é exigido um cuidado ainda maior, por
se tratar de vozes em desenvolvimento.
Para que se possa entender a voz infantil de maneira mais aprofundada, serão
expostas algumas fases do desenvolvimento vocal das crianças. É comum percebermos
que as crianças têm o hábito de gritar bastante. Contudo, poderíamos indagar: qual seria
o real motivo do seu grito?
Mársico (1979) discute essa questão, afirmando que as crianças quando recém-
nascidas, por não terem desenvolvido a fala, inicialmente expressam suas necessidades
fisiológicas através do grito. Com o tempo, percebem que com grito suas satisfações
(alimentação, troca de roupa, atenção, etc.) também são correspondidas. E essa atitude
25
passa a ser caracterizada mais pela falta de paciência e decepção do que por outro
motivo.
Chevais (apud Mársico, 1979, p.13) também contribui com essa questão, em seu
estudo sobre as etapas da fonação infantil, mostrando que entre o 3º e 4º mês de vida a
criança demonstra prazer em ouvir sons e ruídos, e também começa a diferenciar o som
das vozes. Também é comum observarmos que os bebês se divertem em jogar os
brinquedos no chão, para ouvirem o ruído que fazem.
Por volta dos dois anos e meio, segundo Egg (2016, p.34), a criança passa não só
a ouvir os sons, mas a querer imitá-los. Esse período de imitação vocal é uma das fases
mais importantes, porque é onde acontece a primeira tentativa de reprodução de sons e
linhas melódicas das crianças. É importante que a criança tenha boas referências vocais,
pois ela costuma reproduzir seu modelo preferido. Atualmente, as crianças são expostas
por uma grande quantidade de tempo frente à TV e a computadores que dispõem de
uma infinidade de canções, porém, a maioria das gravações infelizmente não traz uma
boa referência vocal. No que se refere a isso, Gaborim-Moreira contribui:
Fisiologicamente, bem antes dos quatro anos (faixa etária do coro estudado nesta
pesquisa) as crianças já estão sendo desenvolvidas e preparadas para cantar. Referente
ao tema, Mársico contribui da seguinte forma:
A afinação é G3 – E4 Voz de
A coordenação muscular é aproximada, assim cabeça/voz
relativamente desajeitada. como o controle de aguda
mudança de registro
Extensão e intensidade
Coordenação muscular aumentam, sobretudo Voz de
intrínseca (laringe) em E3 – A4
em vozes treinadas cabeça/voz
desenvolvimento aguda
Algumas
crianças são
C5 – G5
capazes de
cantar em
“voz de
apito”
(whistle
voice)
Tabela 2: características da voz infantil. Fonte: WILLIAMS 2010, adaptado pela autora.
tabela apresentada é formada por dados gerais, podendo assim existir algumas exceções
que se diferem desses dados. Além disso, é preciso considerar o contexto em que a
pesquisa de Williams foi realizada (Inglaterra), isto é, um país com características
culturais distintas do nosso e onde é comum que crianças tenham aulas de música nas
escolas.
Com a formação do coro infantil na IAPCG, pôde-se perceber que não são
apenas as características fisiológicas que implicam nas propriedades acústicas da voz;
na prática, podemos nos deparar com outros fatores que interferem na afinação e na
coordenação vocal da criança. E esses fatores vêm da herança musical que as crianças
trazem para o coro, influenciadas pelo ambiente que vivem e pelos estímulos que
recebem através de hábitos e práticas desenvolvidas em seu meio familiar, escolar,
religioso. Esses elementos, combinados, implicam incisivamente nas características da
voz infantil, sendo que podemos constatar similaridades em crianças da mesma idade.
Para que as músicas sejam entoadas dentro de uma tessitura “confortável” para o
coro infantil (entre Sibemol2 e Ré4, aproximadamente), o acompanhamento
instrumental é mais aconselhável, pois apresenta a opção de transposição. Contudo, nas
igrejas é muito usual o uso de playbacks, visto que é muito difícil ter um instrumentista
disponível para trabalhar com coro infantil, sobretudo em condição de voluntário. E
nesse contexto, é raro encontrar playbacks que estejam em uma tonalidade adequada
para as crianças cantarem, pois na maioria das vezes os cantores das gravações são
adultos. No caso do nosso coro infantil “Joias de Cristo”, foi preciso usar o playback
como recurso, justamente por falta de pessoas que pudessem ajudar no
acompanhamento instrumental. Mas também cantamos duas canções à cappella.
As crianças do coro não estavam acostumadas com o uso da voz cantada no
registro agudo (voz de cabeça). Exercícios com glissandos e vocalizes, principalmente
descendentes, ajudaram as crianças a “encontrarem” uma nova voz que antes não
sabiam como executar. Outros recursos lúdicos, como imitar um gatinho miando, puxar
o fiozinho de cabelo para cima (para ajudar a voz subir para a cabeça), imitar o som do
telefone tocando ou dando linha, ajudaram as crianças a desenvolverem suas vozes no
registro agudo. No começo, foi visível o medo que tinham de cantar desse jeito “tão
diferente” e novo para elas. Depois de algum tempo e com a ludicidade envolvendo os
30
exercícios, isso se tornou uma diversão. Pode-se afirmar que elas descobriram uma nova
voz, e ainda que inicialmente com receio de executá-la, conseguiram compreender o
desenvolvimento vocal nesse registro.
Percebemos que hoje em dia grande parte das crianças não tem muitas
oportunidades para brincar em grupo, ao mesmo tempo em que, pela expansão da
tecnologia, estão precocemente consumindo muito tempo em frente a um celular, tablet,
computador, videogame ou televisão. Com isso, podemos dizer que as crianças têm
interagido pouco umas com as outras em sua rotina diária. A proposta das brincadeiras,
além de diversão para as crianças, teve como objetivo inicial que as crianças se
socializassem (interagissem entre si) e estivessem motivadas a participar do ensaio. Ao
mesmo tempo, cada brincadeira desenvolvia objetivos específicos de aprendizagem
musical (desenvolvimento rítmico, percepção sonora, altura, entre outros elementos) e
extra-musical (concentração, atenção, memorização, etc.).
O brincar é uma atividade que anima e incentiva as crianças, e por isso foi
escolhido como primeiro momento dos ensaios, isto é, para que as crianças chegassem
motivadas no coro. Analisando os estudos de Gaborim-Moreira (2015, p. 172) e Gois
(2015, p. 69) pode-se afirmar que a brincadeira tem um papel fundamental no
desenvolvimento infantil:
Quando as crianças estão brincando – o que é natural da idade – o fazem por ser
divertido, estimulante, animador, enfim, se sentem convidadas a isso, e normalmente
permanecem concentradas do começo ao fim, o que possibilita ao professor/regente
utilizar-se dessa estratégia para que as atividades resultem numa aprendizagem. Vista a
amplitude dos benefícios que a brincadeira traz para o desenvolvimento infantil,
principalmente nos ensaios do coral, a seguir serão apresentadas algumas brincadeiras
32
que foram utilizadas nos ensaios, podendo ser feitas no início – como um momento
especial de brincadeiras – ou em alguma outra parte do ensaio (preparação vocal,
repertório):
Êpo = mãos batem na coxa/ Taitai = palmas/ Ê = estalos com as duas mãos/
Tukituki = dedos das duas mãos tocam na cabeça.
2.6 Respiração
houver desequilíbrio entre esse jogo de forças, a voz estará sujeita a problemas
patológicos”. Por isso, é preciso estabelecer o controle na entrada (inspiração) e na saída
(expiração) do ar ao cantar.
O processo respiratório é iniciado a partir da inspiração: o ar percorre até os
pulmões, a cavidade abdominal é alargada, as costelas se expandem e o diafragma é
empurrado para abaixo, consequentemente aumentando a capacidade de ar dos pulmões.
Carnassale (1995, p.110) afirma que os pulmões de crianças até 7 anos não conseguem
desenvolver uma respiração profunda naturalmente, porém, quando bem orientadas,
podem alcança-la o mais breve possível. Egg (2016, p. 147) também concorda que as
crianças não têm as mesmas capacidades respiratórias que uma pessoa adulta, mas
quando são orientadas vocalmente a diferença é notável:
explicado que primeiramente elas precisariam apenas observar - o que foi muito difícil
para elas, pois queriam fazer imediatamente junto com a regente sem ao menos saber
como seria o exercício. Porém, as crianças precisam aprender a esperar e controlar a
ansiedade para assim conseguir fazer a atividade conscientemente. Para que isso
aconteça, é preciso um certo “jogo de cintura” do regente para ajudar as crianças a
controlar sua ansiedade, não só nas atividades respiratórias, mas em todos as atividades
propostas no ensaio.
1. SOM DE “S”, “X” ou “F” curto – Deve-se inspirar lentamente (atentando para
a expansão das costelas) e expirar o “S” em quatro tempos curtos, sendo o quinto tempo
longo (soltando o ar com pressão), até todo o ar inspirado acabar (inicialmente pode-se
pedir para que as crianças coloquem a mão na “barriguinha” - região diafragmática –
para que sintam o “sapinho pular”). Objetivos: Conscientização da respiração,
sensibilidade à movimentação do diafragma, percepção e visibilidade do movimento
diafragmático.
2. SOM DE “S” longo – Inspirar o ar em quatro tempos e expirar em 10
segundos (a quantidade de tempo pode variar conforme a capacidade respiratória e
treino das crianças). Como sugestão, as crianças também podem desenhar um círculo no
ar e terminar a expiração quando o círculo chegar ao ponto inicial. Objetivos:
Resistência respiratória, controle na pressão do ar, concentração.
3. SOM DE “X” longo - Inspirar o ar em quatro tempos e expirar em 10
segundos. A vogal “X” é mais sonora que o “S”, o que faz que mais ar saia mais
rapidamente, então é preciso ter mais controle ainda na saída de ar. Objetivos:
Resistência respiratória, controle na pressão do ar, concentração.
4. SOM “TCHU – TS” – Inspirar e expirar o ar com o som curto “Tch-ts” uma
sequência de dez vezes, na última vez soltar o “Ts...” longo. Objetivos: Tonificar a
musculatura diafragmática, conscientização da movimentação do diafragma,
visibilidade do movimento diafragmático.
a)
b) c)
d)
2.8 Repertório
Desde o início do coro, a ideia foi a aprendizagem de algumas músicas para uma
apresentação final, o que trouxe grande motivação para as crianças. O objetivo desse
evento foi a performance do coro infantil. Antes da apresentação de encerramento, elas
também tiveram algumas participações cantando nos cultos, além de um evento fora da
igreja.
Durante os ensaios, foram feitas simulações de apresentações e isso era muito
animador para as crianças. Sabemos que para uma boa execução do repertório é
necessário repetir, e para que a repetição não fosse cansativa, utilizamos de algumas
estratégias, como cantar em grupos só de meninas e depois só de meninos, brincadeira
da "criança solista", inserção de coreografias. No caso das coreografias, pôde-se em
alguns momentos fazer apenas a coreografia sem cantar, em outros somente cantar.
As músicas ensaiadas e apresentadas no coro foram: "Minha confiança (Alberto
de Mattos – Xuxu), "Esconde – Esconde” (Diante do trono), "Soldadinho de Jesus”
(Autor desconhecido) e "O sabão” (Autor desconhecido). Apenas a primeira música tem
partitura disponível; das outras, foram encontradas somente cifras.
38
O SABÃO
ESCONDE-ESCONDE (refrão)
3.1. Relatórios
1º ensaio - 25/06/2016
Crianças presentes: 17
Ainda assim, foi observado durante o ensaio que algumas se sentaram com o pé na
cadeira, outros com as pernas cruzadas.
Exercícios de respiração (10 min): Foi exposto às crianças que precisariam ver
e escutar o que a regente iria fazer e só depois seria a vez delas. Mas como estavam
muito ansiosas, começavam a fazer junto comigo desesperadamente. Foi necessário
parar um pouquinho para esclarecer que quando eu fizesse o sinal de “pare” era preciso
esperar, e só quando eu sinalizasse o “siga”, elas iniciariam os exercícios. O primeiro
exercício foi com a consoante “S”, quatro tempos curtos e o ultimo longo até acabar o
ar. Esse processo foi realizado com a mão no abdômen, para que as crianças sentissem o
movimento. Perguntei se elas tinham conseguido sentir esse movimento respiratório e
elas disseram que sim. Para a realização do segundo exercício de respiração, houve o
mesmo problema de euforia e ansiedade no momento da explicação, mas logo se
contiveram. Fizemos o “S” longo. Contei quatro segundos para elas inspirarem e
soltarem em dez segundos. A primeira vez realizaram sem brincadeira, na segunda
repetição começaram a rir no meio porque não estavam conseguindo terminar os dez
segundos. Falei para elas em tom de brincadeira “acho que estou falando francês,
italiano ou inglês, porque vocês não entenderam...” então, eles caíram na gargalhada.
Esperei um pouco e pedi para elas se acalmarem e dessa vez executaram o exercício
mais concentrados.
Vocalizes (20 min): Novamente expliquei a necessidade de ouvir primeiro e
depois cantar, para a execução dos vocalizes. Pedi a elas que se colocassem em pé para
cantar a nota Lá3, mas elas não conseguiram sustentar a nota e cada um cantava em uma
altura diferente. A primeira vez ficou bem desafinada; a segunda vez já ficou um pouco
melhor, então iniciamos o exercício com a vogal “A” e ensinei a elas a embocadura
dessa vogal. Cantaram todas juntas duas vezes, depois chamei uma por uma para cantar
em solo o exercício proposto. Depois que todas cantaram individualmente, novamente
cantaram juntas subindo por semitons e o coro ficou mais afinado. As crianças subiram
até a nota Dó4. Apenas esse vocalize teve a duração de aproximadamente 20 minutos;
ao observar as filmagens, percebi que as crianças, por conta do dinamismo citado acima,
interagiram bastante.
Repertório (30 min): A música trabalhada foi: “Minha confiança”.
Inicialmente tivemos o momento de escuta, para relembrar a canção. Depois cantamos
uma vez todos juntos, as crianças apresentaram dificuldades em sustentar algumas notas
longas e em afinar, então a regente mostrava a elas o que precisava melhorar, com o
auxílio do teclado. Ficaram animadas por já conhecerem a música através da escola
bíblica. Simulamos uma entrada, como se estivessem subindo no palco, entraram em
fila e as monitoras os organizaram. Antes de começarem a cantar, pedi para que
olhassem para mim e respirassem bem antes de cantar, falei para cantarem com mais
energia, mas não gritando. Então colocamos o playback, e elas cantaram com bastante
energia e entusiasmo. Algumas notas não ficaram bem definidas, mas pude observar que
a postura delas ao cantarem já estava diferenciada, encarando o momento com mais
responsabilidade e tentando aplicar as técnicas que eu tinha ensinado.
Hora do lanche (15 min): A parte final do ensaio é a hora do lanche, onde cada
criança traz o seu lanche individual. É um momento em que as crianças se divertem e se
comunicam bastante.
44
2º ensaio - 03/07/2016
Crianças presentes: 16
juntos, depois soltamos o ‘S’ quatro vezes curto e o quinto, longo”. E elas fizeram o
exercício duas vezes. O próximo exercício elas ainda não conheciam, que era a
execução do “Tchu-Ts” (detalhado p. 33). Enquanto estava demonstrando, elas
começaram a fazer junto comigo, então interrompi e disse “ué, mas como vocês estão
fazendo se não sabem ainda? ” E elas caíram na risada. Depois fiz um sinal de silêncio e
elas se acalmaram. Pedi que elas colocassem a mão na barriga para sentirem o
movimento da musculatura e assim elas fizeram; essa sequência foi feita dez vezes e na
última vez soltamos o “Ts.” longo. Todas conseguiram realizar o exercício, e para
finalizar a parte de respiração soltamos o “S” longo, fazendo um círculo no ar, esse
exercício foi realizado duas vezes. Algumas crianças respiraram no meio, outras
aguentaram até o final.
Vocalizes (15 min): seguimos adiante com a execução dos vocalizes. O ensaio
foi interrompido por um momento, quando uma mãe veio falar diretamente comigo
explicando que o filho não poderia participar, pois ela iria sair e ele queria ir junto.
Houve dispersão das crianças. Mas logo depois ela se retirou e enfim, iniciamos o
vocalize. Entretanto, antes de começar o vocalize, relembramos como precisa ser a
embocadura para cantar as vogais. Pedi para que elas me escutassem cantando a
primeira vez e depois repetissem juntos. Sem perceber, elas o fizeram gritando, então
exemplifiquei de um jeito exagerado o que elas estavam fazendo. Elas riram bastante,
mas logo se acalmaram e seguimos adiante nas escalas subindo por semitons. Em
alguns períodos, não tinham paciência de esperar que eu cantasse primeiro para somente
cantar depois. Então foi necessário recomeçar. Selecionei algumas crianças para cantar
em solo o exercício, a primeira começou na tonalidade mas se perdeu no desenho
melódico, e a segunda iniciou em uma tonalidade mais grave que a proposta. Então
propus a elas que puxassem o fiozinho de cabelo para cima, para ajudar a subir a voz, e
todas puxaram e ajudaram a colega a cantar mais afinado. Perguntei a elas se tinham
sentido a diferença, de como tinha ficado melhor e elas disseram que sim.
Os quatro meninos presentes no ensaio apresentaram dificuldade na afinação, e o
exercício seguiu com as meninas e depois todos juntos. Fui sinalizando com uma das
mãos conforme a melodia subia e descia. A todo tempo, ressaltava a importância de
cantar mais suave, pelo costume que elas tinham em cantar gritando. No final do
exercício, todos batemos palmas de satisfação pelo resultado conseguido.
Repertório (35 min): apressadamente passei para a parte do repertório, pois
pensei que estava atrasada, quando na verdade tinha me perdido no horário. Toquei nota
por nota da melodia inicialmente, e depois cantamos junto com o playback. Solicitei à
monitora que ajudasse as crianças a cantar enquanto eu tocava. A dificuldade maior
estava em sustentar os finais de frase. Então separei só os meninos para cantarem o
refrão, abrindo bem a boca e sustentando a nota. Depois fiz o gesto de preparação para
todos cantarem juntos à cappella, para arrumarmos os erros e para elas sentirem o
tempo, pensarem nele, pois estavam com dificuldade em esperar o tempo ideal para
cantar. No momento das notas longas e agudas, eu sinalizava para cima.
Hora do lanche (15 min): Fizemos a oração para finalizar o ensaio e lanchar.
Como ainda tínhamos tempo, cantamos mais uma vez após o lanche, só que
acompanhados do playback.
46
3º ensaio - 16/07/2016
Crianças presentes: 14
4º ensaio - 30/07/2016
Crianças presentes: 16
cadeiras, a brincadeira foi orientada por uma monitora enquanto a regente filmou e
controlou o som.
Preparação corporal (5 min): Nos dispomos em círculo para a realização do
alongamento, e o trabalho corporal foi mais divertido com a ludicidade: convidei as
crianças a imitar um boneco de pano que fica bem molinho, e orientava com os
comandos a elas dizendo: “ o boneco balança os braços... agora o boneco chuta os
pés...” e assim foi realizada a preparação corporal, fizemos também o “desmaio em pé”
que é quando apoiamos bem o nosso corpo nos pés e todo o tronco (cabeça e braços) é
jogado para baixo; é preciso esperar os braços pararem de se movimentar, e depois
levantar-se lentamente, “desenrolando a coluna”, encaixando cada parte do corpo em
seu devido lugar (a cabeça, por último) .
Exercícios de respiração (5 min): Continuamos em círculo e iniciamos os
exercícios respiratórios com o “Tchu – ts” (detalhado p. 33), com uma das mãos na
barriga na região onde se localiza o diafragma. Após a realização da atividade,
perguntei às crianças se tinham sentido o “sapinho” pulando na barriga e elas disseram
que sim. A próxima atividade foi soltar o “S” curto dez vezes, sendo o último, longo.
Intervalo: Acompanhada das monitoras, foram ao banheiro e tomaram água.
Vocalização Inicial (5 min): Ao voltarem, fizemos exercícios em glissando - a
regente explicou às crianças como seria a atividade, dizendo que iria desenhar o som e
elas iriam executar com a voz. Fizemos duas vezes e depois chamei um coleguinha para
reger o glissando, fazendo o desenho no ar e o coro deveria reproduzir o som desenhado
pelo "regente". A partir do glissando, as crianças chegaram até o Mibemol4.
Vocalizes (10 min): Foi relembrada a letra do vocalize do ensaio passado: "Au
au au" (detalhado p. 35). Depois, foi cantada a melodia acompanhada da letra, seguindo
o mesmo esquema já determinado: primeiro a professora, e depois as crianças. Elas
estavam impacientes querendo fazer junto comigo, então parei e disse que elas
precisavam esperar; acharam graça em sua própria ansiedade. Disse que quando o outro
erra, elas não poderiam dar risada, porque alguns estavam fazendo isso
propositadamente para ridicularizar o colega. Então comecei novamente e elas
esperaram chegar a sua vez para cantar, só que algumas cantaram gritando; orientei a
elas que cantassem mais suave e seguimos adiante.
Repertório (40 min): iniciou-se com uma música pequena e simples muito
conhecida das crianças: “Sou um soldadinho de Jesus”. Como essa música não tem
playback, a regente "tirou" a melodia “de ouvido” previamente, e no ensaio com o
teclado tocou a melodia, para que a afinação ficasse bem precisa. A monitora ajudou as
crianças a cantarem num primeiro momento enquanto a regente tocava, incentivando-os
mais de perto. Essa canção tem uma parte em que cantam apenas as meninas e depois os
meninos - uma proposta que exige atenção das crianças para entrarem no tempo certo.
Depois disso, levantei-me da cadeira em que estava e toquei em pé, para que as crianças
me visualizassem melhor. As meninas, como são em número maior, cantaram com mais
energia, mas os meninos estavam mais tímidos por serem minoria. Passamos a parte
delas enfatizando para ter mais energia, e cantar na altura da nota. A canção foi repetida,
mais duas vezes, sendo a última cantada em pé. Estavam mais animados e atentos. A
próxima música acrescentada no repertório das crianças foi “Esconde Esconde”, uma
música com uma nova proposta de cantar e fazer o movimento corporal junto. Como o
coro abrange diversas idades, algumas crianças conheciam a música e outras não, então
primeiro passamos a letra e depois a melodia. A segunda vez cantamos a cappella para
melhorar a afinação e corrigir os erros da primeira parte da música.
49
Hora do lanche (15 min): para o próximo ensaio foi combinado de fazermos
um piquenique, as monitoras conversaram com os pais que concordaram em colaborar
para o próximo ensaio.
.
5º ensaio - 06/08/2016
Crianças presentes: 14
prestarem atenção no que estavam fazendo, relembrando que o ato de cantar precisa ser
refletido. A maior dificuldade das crianças estava sendo o golpe de glote, fomos
buscando leveza. Quando estávamos em Dó Sustenido 4, as crianças não estavam
conseguindo afinar e deixar a voz passar, então sugeri que imitássemos o miado de gato,
seguindo de cada um cantando o exercício do vocalize individualmente para que elas
não se cansassem da repetição e assim pudesse ser identificada a dificuldade de forma
individual. As crianças se soltaram bastante, e foram perdendo a timidez.
Repertório: (40 min): “Sou um soldadinho de Jesus” – as meninas iniciaram
dispersas, mas iniciamos novamente e ficaram atentas. Enquanto a regente tocava a
melodia no teclado, as monitoras ajudavam fazendo os gestos e cantando junto com as
crianças. Repetimos a canção mais uma vez e depois escutamos a música “Esconde
Esconde”, e ensaiamos apenas a primeira parte da canção inserindo os gestos.
Hora do Lanche (30 min): Foram reservados aproximadamente 30 minutos
para a realização do piquenique (com lanche coletivo). Essa nova proposta foi bem
sucedida, pois proporcionou um momento de muita interação e diversão entre os
participantes do coro. Comeram, brincaram e socializaram-se.
6º ensaio - 13/08/2016
Crianças presentes: 19
Vocalizes (15 min): Vocalizes: “vou na minha vó” e “marmelada” (p. 37 deste
trabalho).
Repertório (40 min):“Sou um soldadinho de Jesus”, “Esconde Esconde” e
"Minha confiança".
Hora do Lanche (15 min).
Crianças presentes: 15
8º ensaio - 03/09/2016
Crianças presentes: 19
Crianças presentes: 9
Crianças presentes: 16
Crianças presentes: 15
instrumentista nos ensaios – o que foi um grande desafio, pois com um pianista para
acompanhar, a liberdade de escolha de repertório seria maior e a regente também ficaria
mais próxima do coro, preocupando-se apenas em ensinar as crianças vocalmente. Sem
um pianista, foi preciso que a regente tocasse em determinados momentos. Por falta de
acompanhamento, as crianças cantaram duas canções a cappella - o que também foi um
desafio, principalmente para manter a afinação nos saltos.
Podemos citar que inicialmente a regente teve dificuldades em prender a atenção
das crianças em todas as partes do ensaio, mas inserindo a ludicidade em todos os
momentos e não apenas na interação, foi possível resolver esse problema. Nos primeiros
ensaios, as crianças ficavam eufóricas e cantavam as músicas gritando, então a regente
precisava parar a música e pedir para elas prestarem atenção no que estavam fazendo,
sempre relembrando que o ato de cantar precisa ser refletido. As crianças inicialmente
demonstravam ansiedade, pois quando a regente pedia para que elas ouvissem primeiro
e esperassem sua vez de cantar, elas não esperavam; cantavam junto, mas com o passar
dos ensaios e com a ajuda da regente, as crianças aprenderam a controlar mais a
ansiedade, e a perceberem quando estavam gritando.
7 7
6
5
5
4
3
3
2
1
1
0
BNCADEIRAS ALONGAMENTOS VOCALIZES TUDO
62
9 9
8
4 3
3 2 2
2
0
AQUECIMENTOS AFINAR NÃO TER MUITAS COISAS
VERGONHA
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SOBRENOME, Prenome(s) do Autor. Título do Trabalho: subtítulo [se houver]. Cidade,
ano da defesa (se for o caso). Número de folhas ou páginas [ex.: 123 f.]. Dissertação (Mestrado
em...) [ou Tese (Doutorado em...)]. Instituto, Universidade, Cidade, ano da publicação.
Disponível em [se for o caso]: http://... Acesso em: dia mês abreviado ano.
OLIVEIRA, Cleodiceles Branco Nogueira de. A prática do canto coral infantil como
processo de musicalização. Campinas, SP: [89f.], 2012. Dissertação (Mestrado).
Instituto de Artes da Universidade Estadual de Campinas, 2012.
PINHO, Sílvia Maria Rebelo; JARRUS, Marta Essuane; TSUJI, Domingos Hiroshi.
Manual de saúde vocal infantil. Rio de Janeiro: Livraria e Editora Revinter, 2004.
SILVA, Vera Lúcia Mendes. O coro infantil como agente difusor de cultura em
pequenas localidades: caso de estudo realizado na Freguesia de Santiago de Litém.
Aveiro (Portugal), 2011. Dissertação (Mestrado). Departamento de Comunicação e Arte
da Universidade de Aveiro, 2011a.
VALENTE, Heloísa A. Duarte. Os cantos da voz: entre o ruído e o silêncio. São Paulo:
Annablume, 1999.
APÊNDICES
Apêndice A
ENTREVISTA COM AS IGREJAS ADVENTISTAS DA PROMESSA DE
CAMPO GRANDE:
Como já foi relatado o contexto coral da IAP vila Nhánhá, foi realizada a
entrevista apenas com as demais igrejas. A entrevista foi realizada com líderes do
louvor do respectivo bairro.
“Na igreja em que você atua existe um coral infantil ou adulto? Se não têm,
qual seria o possível motivo?”
Igrejas que não possuem coros:
Central (26 de agosto) - Não possui nenhum coro. O possível motivo seria pela
falta de alguém especializado na área para coordenar.
Nova Capital – Não possuí nenhum tipo de coral. Acho que porque ninguém se
manifestou para tomar a iniciativa.
Dom Antônio – Não possuí. A igreja tem poucos membros, e não têm alguém
que entenda para montar um coral.
Aero Rancho – Não possuí coros. As crianças cantam esporadicamente, mas
não temos alguém para coordenar um coral.
Vila Antunes – Não possuí nenhum tipo de coral. O maior empecilho para não
termos o coral é a falta de alguém capacitado para isso, pois há divisão de vozes e
técnica. E na nossa igreja não tem essa pessoa com esses conhecimentos para dirigir um
coral
Igrejas que possuem coros:
Vila Almeida – Sim, a igreja tem um coro de homens, que foi criado
recentemente, liderado por mim. Também têm um coral infantil liderado por uma
68
pessoa não especializada na área. O “Coro Masculino” é formado até o momento, por 7
homens, dividimos as vozes conforme o repertório e temos a possibilidade de chegar a
quatro vozes.
Aproximadamente qual é o tempo de ensaio? No “Coro Masculino”
ensaiamos todos os sábados durante 2 horas. Fazemos aquecimentos respiratório e vocal
sempre que iniciamos. Toma um bom tempo, mas traz bons resultados. Já no infantil ela
os ensaia durante a aula da escola bíblica, no DIJAP. E fica mais assíduo quando tem
uma programação por perto. Mas os ensaios acontecem sempre.
Qual o nome dos coros? E faixa etária do coro infantil? Homens- “Coro
Masculino”; Crianças – “Cordeirinhos de Jesus”.
Vila Kelly – Sim. Temos um coral infantil com crianças de 07 a 11 anos e
também um coro de mulheres. Mas nossa realidade é tão complicada em nossas igrejas,
com o tempo e estrutura e outras coisas a gente sabe o que tem que fazer a como fazer,
mas não fazemos por completo. Ultimamente fazemos só o básico. não faço vocalizes,
brincadeiras rítmicas alongamento, relaxamento, dinâmicas.
Aproximadamente qual é o tempo de ensaio? Muito pouco tempo que nos
dão, ás vezes temos 20 a 25 minutos para o canto e ainda flauta. Porque eu ensaio com
eles de manhã, após a lição.
Qual o nome dos coros? E faixa etária do coro infantil? Crianças- Coro Nova
Geração (7 a 11 anos); Mulheres- Adorai
APÊNDICE B
ENTREVISTA COM MEMBROS DA IAP VILA NHÁNHÁ:
Entrevista realizada com alguns membros da igreja, para saber se há igreja já
teve coros.
1)Você já participou de algum coral na IAP VILA NHÁNHÁ?
2) Se lembra qual foi o ano?
3) Se lembra do nome do Regente, e qual o possível motivo do coral não ter
dado continuidade?
J. P., A A., L. A.,(respostas iguais)– Sim, aproximadamente em 1987 com o
Regente Cláudio Cézar com duração aproximada de um ano. Que não teve continuidade
devido a mudança. No ano aproximado de 1990 participamos de outro coro, com o
regente Daniel, que precisou se afastar por problemas de saúde.
69
ANEXO
TERMO DE COMPROMISSO
______________________________________________________________________________________________,
1. Estou ciente de que é um projeto acadêmico para a elaboração de um Trabalho de Conclusão de Curso, de forma que a participação das
crianças é gratuita e voluntária.
2. Comprometo-me a conversar com a criança no sentido de reforçar as regras estabelecidas no coro (respeito aos colegas, à regente e à
equipe de trabalho; importância de sua participação em todas as atividades); entendo que o projeto do grupo não é apenas uma atividade
de lazer ou entretenimento, mas um aprendizado musical por meio do canto em grupo que demanda constância, persistência, esforço e
dedicação. Em caso de desistência do(a) menor ou quaisquer motivos que impeçam a continuidade de sua participação, estou ciente de que
a regente deve ser comunicada.
3. Comprometo-me a trazê-lo(a) aos sábados, na Igreja Adventista da Promessa, para participar dos ensaios, das 14:30h às 16:00h (podendo
ser alterado em caso de programações eventuais), buscando-o (a) logo após o término desses ensaios e isentando a equipe de qualquer
responsabilidade sobre o (a) menor antes e após o horário de ensaio. Dessa forma, estarei zelando pela assiduidade e a pontualidade do (a)
menor nos ensaios.
4. Comprometo-me a avisar a regente em caso de atraso ou ausência no ensaio, por um dos seguintes meios: Celular/WhatsApp: 99907-
7757. Em caso de emergência (se a criança estiver com algum mal-estar durante o ensaio), os pais/responsáveis serão avisados pelo
telefone para virem buscar a criança.
5. Comprometo-me a levar a criança do grupo às apresentações, nos locais determinados, para as quais confirmei sua participação; em caso
de doença ou qualquer outro imprevisto que impeça sua participação, a regente/coordenadora será avisada.
6. Comprometo-me a responder avaliações e questionários elaborados pela regente/coordenadora para a elaboração de relatórios sobre o
projeto e para sua pesquisa de conclusão de curso desenvolvida no Curso de Licenciatura e Habilitação em Música da Universidade
Federal de Mato Grosso do Sul.
7. Comprometo-me a providenciar o material de ensaio – uma garrafa de água –, bem como providenciar o lanche individual e estou
ciente de que esses itens devem ser levados em todos os ensaios.
8. Comprometo-me a zelar pela saúde vocal de meu (minha) filho(a), comunicando qualquer alteração vocal percebida (como rouquidão, dor
de garganta, tosse frequente) e procurando atendimento médico assim que possível.
9. Autorizo as filmagens do (a) menor pela equipe do projeto durante os ensaios e apresentações públicas para fins exclusivos de pesquisa
científica e demonstração de resultados dessa pesquisa no meio acadêmico.
10. Autorizo a publicação de fotos dos ensaios e apresentações do grupo infantil no trabalho escrito pela coordenadora/regente.
11. Compreendo que os pais não deverão permanecer no ambiente de ensaio, porque isso desconcentra as crianças, gerando expectativa e
ansiedade. Compreendo igualmente que não poderão participar dos ensaios crianças que não são participantes do projeto; eventuais
“visitas” deverão ter a permissão da regente/coordenadora.
12. Estou ciente de que os menores não devem trazer brinquedos ou usar telefones celulares e aparelhos eletrônicos (tablets, IPads, MP3 e
MP4, mini-games, etc) durante os ensaios, considerando que eles tiram a concentração das crianças. Caso a criança traga um desses
aparelhos, esse será guardado pelos monitores e devolvido ao final do ensaio; no entanto, a equipe selecionada pra ajudar no projeto e a
igreja não se responsabilizam por eventuais danos nos aparelhos.
Campo Grande, 11 de JUNHO de 2016.
________________________________________________________(assinatura)