1°SÉRIE - PORT - ALUNO - 1°BI Formatado
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e Literatura
Aluno
Caderno de Atividades
Pedagógicas de
Aprendizagem
Autorregulada - 01
1ª Série | 1° Bimestre
Habilidades Associadas
1
Apresentação
2
Caro(a) aluno(a),
Neste caderno, você encontrará atividades diretamente relacionadas a algumas
habilidades e competências do 1° Bimestre do Currículo Mínimo de Língua Portuguesa
da 1ª Série do Ensino Médio. Estas atividades correspondem aos estudos durante o
período de um mês.
A nossa proposta é que você, Aluno(a), desenvolva estas Atividades de forma
autônoma, com o suporte pedagógico eventual de um professor, que mediará as
trocas de conhecimentos, reflexões, dúvidas e questionamentos que venham a surgir
no percurso. Esta é uma ótima oportunidade para você desenvolver a disciplina e
independência indispensáveis ao sucesso na vida pessoal e profissional no mundo do
conhecimento do século XXI.
Neste Caderno de Atividades, vamos estudar os gêneros Literatura de
Informação, textos Jesuítico, Relato de Viagem e Crônica. Vamos aprender também a
diferenciar o Texto Literário do Não Literário, a identificar o sentido conotativo e
denotativo da linguagem e a reconhecer as funções da linguagem.
Este documento apresenta 12 (doze) Aulas. As aulas podem ser compostas por
uma explicação-base, para que você seja capaz de compreender as principais ideias e
atividades relacionadas às principais habilidades e competências do bimestre em
questão. Leia o texto e, em seguida, resolva as Atividades propostas. As Atividades são
referentes a três tempos de aula. Para reforçar a aprendizagem, propõe-se, ainda, uma
pesquisa e uma avaliação sobre o assunto.
Um abraço e bom trabalho!
Equipe de Elaboração
3
Sumário
Introdução ..........................................................................................................3
Aula 1: A carta de Achamento do Brasil ............................................................... 5
Aula 2: Denotação e conotação............................................................................ 8
Aula 3: Elementos da comunicação.................................................................... 11
Aula 4: Tratado da terra do Brasil....................................................................... 14
Aula 5: As Funções da Linguagem ...................................................................... 17
Aula 6: Relato de Viagem ................................................................................... 19
Aula 7: Textos Jesuíticos ..................................................................................... 22
Aula 8: Texto Literário ou Não Literário, eis a questão? .................................... 26
Aula 9: Comparando visões sobre o índio .......................................................... 29
Aula 10: “Navegar é preciso...”........................................................................... 32
Avaliação ............................................................................................................. 36
Pesquisa .............................................................................................................. 39
Referências ......................................................................................................... 43
4
Aula 1: A carta de Achamento do Brasil
Caro(a) aluno(a),
5
[...] seguimos nosso caminho, por este mar de longo, até que terça-feira das
Oitavas de Páscoa, que foram 21 dias de abril, topamos alguns sinais de terra. E
quarta-feira seguinte, pela manhã, topamos aves a que chamam furabuchos. Neste
mesmo dia, a horas de véspera, houvemos vista de terra! A saber, primeiramente de
um grande monte, muito alto e redondo; e de outras serras mais baixas ao sul dele; e
de terra chã, com grandes arvoredos; ao qual monte alto o capitão pôs o nome de O
Monte Pascoal e à terra A Terra de Vera Cruz! [...]
E dali avistamos homens que andavam pela praia, uns sete ou oito, segundo
disseram os navios pequenos que chegaram primeiro [...]. A feição deles é serem
pardos, um tanto avermelhados, de bons rostos e bons narizes, bem feitos. Andam
nus, sem cobertura alguma. Nem fazem mais caso de encobrir ou deixa de encobrir
suas vergonhas do que de mostrar a cara. Acerca disso são de grande inocência.
Ambos traziam o beiço de baixo furado e metido nele um osso verdadeiro, de
comprimento de uma mão travessa, e da grossura de um fuso de algodão, agudo na
ponta como um furador. [...]
O Capitão, quando eles vieram, estava sentado em uma cadeira, aos pés uma
alcatifa por estrado; e bem vestido, com um colar de ouro, mui grande, ao pescoço.
[...] Acenderam-se tochas. E eles entraram. Mas nem sinal de cortesia fizeram, nem de
falar ao Capitão; nem a alguém. Todavia um deles fitou o colar do Capitão, e começou
a fazer acenos com a mão em direção à terra, e depois para o colar, como se quisesse
dizer-nos que havia ouro na terra. E também olhou para um castiçal de prata e assim
mesmo acenava para a terra e novamente para o castiçal, como se lá também
houvesse prata! [...]
Parece-me gente de tal inocência que, se nós entendêssemos a sua fala e eles a
nossa, seriam logo cristãos, visto que não têm nem entendem crença alguma, segundo
as aparências [...]
Até agora não pudemos saber se há ouro ou prata nela [na nova terra], ou outra
coisa de metal, ou ferro; nem lha vimos.
E desta maneira dou aqui a Vossa Alteza conta do que nesta Vossa terra vi. E se a
um pouco alonguei, Ela me perdoe. Porque o desejo que tinha de Vos tudo dizer, mo
fez pôr assim pelo miúdo. [...]
Beijo as mãos de Vossa Alteza
6
Deste Porto Seguro, da Vossa Ilha de Vera Cruz, hoje, sexta-feira, primeiro dia de
maio de 1500.
Pero Vaz de Caminha.
Fonte: http://www.culturabrasil.org/zip/carta.pdf
Atividade 1
Todavia um deles fitou o colar do Capitão, e começou a fazer acenos com a mão
em direção à terra, e depois para o colar, como se quisesse dizer-nos que havia ouro
na terra. E também olhou para um castiçal de prata e assim mesmo acenava para a
terra e novamente para o castiçal, como se lá também houvesse prata! [...]
7
Nesse trecho, Caminha destaca e interpreta os acenos feitos pelos índios,
relacionando-os à possível existência de metais ouro ou pedras preciosas. O que esse
destaque revela sobre as intenções do homem europeu com a descoberta de novas
terras?
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4. Leia a seguinte passagem:
“para os portugueses o ouro é que tinha valor, enquanto para os indígenas uma conta
de colar ou um guizo eram mais importantes; para os portugueses, os índios eram
vistos como mão-de-obra a ser explorada ou almas a serem cristianizadas; já para os
indígenas, os lusitanos eram homens diferentes com quem queriam trocar objetos.”
(RONCARI, 2002, p.29)
Caro(a) aluno(a),
8
Sabemos que uma mesma palavra pode expressar diferentes sentidos, que são
determinados por fatores como o contexto e a intenção de quem fala ou escreve.
Quando uma palavra é utilizada com significação objetiva, limitando-se aos
sentidos apresentados no dicionário, dizemos que foi empregada de forma literal ou
com sentido denotativo.
Quando a palavra é empregada com significação subjetiva, expressando outros
sentidos por associações ou comparações, dizemos que foi empregada em sentido
figurado ou conotativo.
Agora que já sabemos o que é conotação e denotação, vamos exercitar!
Atividade 2
( ) ( ) ( )
9
nossa fala contidiana. Qual seria o significado que, geralmente, atribuímos a cada uma
dessas expressões?
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Fonte: http://papeltinteiroedesatinos.wordpress.com/2011/04/05/pisando-em-ovos/
Fonte: http://tempestadideias.wordpress.com/2012/02/15/engolir-sapos/
Fonte: http://mulherdechuteiras.wordpress.com/2012/01/18/imperador-sem-imperio-e-sem-futebol/
Fonte: http://www.ocponline.com.br/blog/caricato/post/668-descobrimento-do-brasil.html
“Nem comem senão desse inhame, que aqui há muito, e dessa semente e frutos, que a
terra e as árvores de si lançam. E com isto andam tais e tão rijos e tão nédios, que o não
somos nós tanto, com quanto trigo e legumes comemos.”
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“Contudo, o melhor fruto que dela [da nova terra] se pode tirar parece-me que será
salvar esta gente. E esta deve ser a principal semente que Vossa Alteza em ela deve
lançar.”
Neles, é possível perceber que as palavras destacadas não possuem o mesmo
significado nos dois contextos. Então responda:
Caro(a) aluno(a),
11
Canal é o meio pelo qual a mensagem é transmitida;
Código é o conjunto de signos utilizado para elaborar a mensagem, no caso das
comunicações verbais, é a própria língua;
Referente ou contexto é o assunto sobre que se fala ou escreve.
Fonte: http://www.grupoescolar.com/pesquisa/elementos-da-comunicacao.html
Atividade 3
Fonte: http://www.ocponline.com.br/blog/caricato/post/668-descobrimento-do-brasil.html
12
2. Considerando que a Carta de Achamento do Brasil é um texto, no qual o
escrivão Pero Vaz de Caminha apresenta as terras e os habitantes do Movo
Mundo ao, então rei de Portugal, D. Manuel I, complete o quadro, a seguir,
indicando os elementos e conceitos que faltam:
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b) Qual dos seis elementos da comunicação está relacionado a essa dificuldade de
entendimento entre portugueses e índios?
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Caro(a) aluno(a),
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Havia muitos destes indios pela Costa junto das Capitanias, tudo enfim estava
cheio deles quando começaram os portugueses a povoar a terra; mas porque os
mesmos indios se alevantaram contra eles e faziam-lhes muitas traições, os
governadores e capitães da terra destruíram-nos pouco a pouco e matarão muitos
deles, outros fugirão pela o Sertão, e assim ficou a costa despovoada de gentio ao
longo das Capitanias. Junto delas ficarão alguns indios destes nas aldeãs que são de
paz, e amigos dos portugueses.
A língua deste gentio toda pela Costa é, uma: carece de três letras — convém
saber, não se acha nela F, nem L, nem R, cousa digna de espanto, porque assim não
têm Fé, nem Lei, nem Rei; e desta maneira vivem sem Justiça e desordenadamente.
Estes indios andam nus sem cobertura alguma, assim machos como fêmeas;
não cobrem parte nenhuma de seu corpo, e trazem descoberto quanto a natureza lhes
deu. Vivem todos em aldeias, pode haver em cada uma sete, oito casas, as quase são
compridas feitas a maneira de cordoarias; e cada uma delas está cheia de gente duma
parte e doutra, e cada um por si tem sua estância e sua rede armada em que dorme, e
assim estão todos juntos uns dos outros por ordem, e pelo meio da casa fica um
caminho aberto pela se servirem.
Não adoram cousa alguma nem têm pela si que há na outra vida glória pelos
bons, e pena pela os maus, tudo cuidam que se acaba nesta e que as almas perecem
com os corpos, e assim vivem bestialmente sem ter conta, nem peso, nem medida.
Fonte: http://www.nead.unama.br/site/bibdigital/pdf/oliteraria/379.pdf
Agora, vamos aprofundar um pouco mais a nossa leitura sobre o texto Tratado
da Terra do Brasil, de Pero de Magalhães Gandavo.
Atividade 4
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2. Ao descrever a língua Tupi, Gandavo, relaciona a ausência de três letras – F, L e
R – no alfabeto indígena a uma limitação sociocultural. Para o autor, como o idioma
refletiria essa desorganização social dos índios, na visão do europeu?
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Aula 5: As Funções da Linguagem
Caro(a) aluno(a),
Nesta aula, veremos que a linguagem não tem apenas a função de transmitir
informações. Sempre que nos comunicamos, temos uma determinada intenção ou
objetivo, como demostrar sentimentos, manter contato, emocionar, convencer, etc. E,
em cada um desses objetivos, um elemento da comunicação é enfatizado.
Observe:
Função emotiva ou expressiva: enfatiza o emissor, que costuma revelar seus
sentimentos, estado de espírito e opiniões. Exemplos: poemas, cartas, diários
pessoais etc.
Função apelativa ou conativa: enfatiza o receptor, para influenciá-lo ou
convencê-lo. Exemplos: discurso político ou publicitário.
Função referencial ou denotativa: enfatiza o contexto. A informação é
transmitida de forma objetiva, clara e impessoal. Exemplos: textos
jornalísticos, teses, artigos científicos.
Função metalinguística: enfatiza o código com o objetivo de falar sobre a
própria linguagem. Exemplos: gramáticas, dicionários, um poema que fala
sobre o fazer poético.
Função fática: enfatiza o canal, com o objetivo de confirmar a eficácia da
comunicação. Exemplos: “alô”, “entende?”, “ok” etc.
Função poética: enfatiza a mensagem, explorando certos efeitos estéticos e
sonoros das palavras. Exemplos: poesia, provérbios, músicas, trava-línguas,
trocadilhos etc.
Atenção: A mesma fala ou texto pode conter mais de uma função da
linguagem.
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Atividade 5
Emissor
Poética
Referente
Receptor Apelativa
Canal
Metalinguística
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3. Observe o trecho e responda:
A língua deste gentio toda pela Costa é uma: carece de três letras — convém
saber, não se acha nela F, nem L, nem R, cousa digna de espanto, porque assim não
têm Fé, nem Lei, nem Rei;
Caro(a) aluno(a),
Nesta aula, você vai aprender um pouco mais sobre o gênero de texto relato de
viagem. Relatar é uma experiência comunicativa de mão dupla: relatando um fato,
somos capazes de compreendê-lo melhor e possibilitamos que outras pessoas tenham
acesso a uma experiência vivida por nós e a entendam.
Essa é uma prática muito comum, pois em todas as vezes que você conta um fato
já ocorrido, organizando as ações e os eventos por meio de algum critério previamente
definido, está produzindo um relato.
Esses relatos podem ser desde anotações pessoais sobre o que foi visto em uma
viagem, coisas escritas em um diário ou em um blog, até um livro. Hoje em dia, por
exemplo, há muitos sites com dicas pessoais de lugares visitados, onde as pessoas
divulgam suas experiências na forma de relatos.
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Atividade 6
O texto que você vai agora é um fragmento do livro Comer, rezar, amar, escrito
por Elizabeth Gilbert. Nesta obra, ela relata as experiências vividas ao longo de um ano
de viagem, em que percorreu três diferentes países, cada um apresentando costumes
e tradições muito distintos: a Itália, a Índia e a Indonésia (a ilha de Bali). O trecho
reproduzido, a seguir, corresponde a um momento da viagem de Gilbert pela Itália.
Texto I
Comer, rezar, amar
Capítulo 31
20
novo. Não consigo mais me lembrar do que estava sonhando. Acho que talvez tivesse
alguma coisa a ver com barcos.
(GILBERT, Elizabeth. Comer, rezar, amar. Rio de Janeiro: Objetiva, 2008 p. 104-5)
“Em sua maioria, são viagens curtas – uma semana aqui, um fim de semana acolá
–, quantidade de tempo exata para sentir o lugar”.
2. Você deve ter observado que as formas verbais usadas no texto, são sempre
referentes a primeira pessoa (eu). Sua tarefa é transcrever algumas dessas formas
verbais, indicando em que tempo (presente, pretérito e futuro) está a maior parte
delas.
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3. Pensando na resposta que você deu à questão anterior, explique que sentido
esse tempo verbal produz no texto, levando em conta o contexto em que foi usado.
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4. Agora é com você! Pense em alguma viagem ou um passeio marcante que você
tenha feito. Faça um breve relato contando um pouquinho da sua experiência.
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Caro(a) aluno(a),
Atividade 7
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Texto I
SEGUNDO ATO
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Esse cauim é que tolhe SÃO LOURENÇO
sua graça espiritual. Não se esforçam por orar
Perdidos no bacanal na luta do dia a dia.
seus espíritos se encolhem Isto é fraqueza, de certo.
em nosso laço fatal.
Vocabulário de apoio
Boicininga: termo originário da língua tupi usado para designar a cobra cascavel.
Andirá-guaçu: termo usado para designar grandes morcegos encontrados nas Américas do Sul
e Central.
Cuim: bebida preparada com uma espécie de farelo de arroz fermentado.
Sandeus: loucos, tolos.
Cauim: bebida indígena preparada com mandioca cozida e fermentada.
Preito: veneração, homenagem.
Bacanal: festa em que reina a devassidão; orgia.
O texto acima faz parte do acervo de textos religiosos, escritos pelos missionários
jesuítas que aqui chegaram em 1549 e aqui permaneceram até 1605, com o objetivo
de converter os índios brasileiros. Esse tipo de texto ficou conhecido como literatura
de catequese.
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criados pelo emissor, é uma linguagem figurada.
c) Metalinguística, pois utiliza a linguagem para falar dela própria.
d) Emotiva, pois revela a emoções do emissor.
2. Com base no que você respondeu acima é possível definir o texto proposto
como literário ou não literário? Justifique.
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3. Guaixará é o rei dos demônios que desejam corromper a aldeia com pecados.
Logo na primeira estrofe, ele se autodefine como “boicininga” (cascavel), “jaguar”
(pantera) e “andirá-guaçu” (morcego). Sabendo que o texto poético faz uso da
linguagem conotativa, figurada, quais significados estão implícitos no uso dessas
palavras?
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4. Originalmente esse auto foi escrito em três língua: tupi, português e espanhol.
Os versos em tupi são associados ao demônio. Você deve ter observado que os diabos
têm nomes indígenas. Considerando essa informação, explique de que maneira a
escolha da língua falada pelos demônios e dos nomes dessas personagens reafirmam,
de diferentes formas, a superioridade cultural e espiritual dos colonizadores.
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Aula 8: Texto Literário ou Não Literário, eis a questão?
Caro(a) aluno(a),
Você já pensou o que faz um texto ser literário e outro não? Embora a
literatura se manifeste fundamentalmente por meio da palavra escrita, nem tudo que
é escrito pode ser considerado como literatura, no sentido estético, ou seja, que
desperta emoções, chama atenção pela beleza.
O texto literário é formado por palavras polivalentes, plurissignificativas, ou
seja, que podem ter mais de um significado. Sua base é a conotação, quando a palavra
é utilizada com sentido diferente daquele que lhe é comum.
Os contos, o poema, o romance, peças de teatro, novelas, crônicas são
exemplos de texto literários.
A linguagem não literária é a utilizada com o seu sentido comum, empregada
denotativamente, é a linguagem dos textos informativos, jornalísticos, científicos,
receitas culinárias, manuais de instrução etc.
Sendo assim, podemos concluir que o texto literário tem uma função
estética e o texto não literário tem uma função utilitária, como por exemplo,
informar sobre a realidade e documentar os fatos.
Atividade 8
O texto que você ler foi escrito pelo Padre José de Anchieta, missionário jesuítico
que escreveu vários textos de cunho religioso, inclusive poemas líricos.
Texto I
Em Deus, meu Criador
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Não há coisa segura.
Tudo quanto se vê
se vai passando.
A vida não tem dura.
O bem se vai gastando.
Toda criatura
passa voando.
Em Deus, meu criador,
está todo meu bem
e esperança,
meu gosto e meu amor
e bem-aventurança.
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Vamos ampliar nossos conhecimentos?
3. O texto I, “Em Deus, meu criador”, pertence a que gênero literário? Justifique.
28
4. O Pe. José de Anchieta, além de poemas, escreveu autos (peças teatrais com
objetivo de evangelizar os nativos). Pode-se dizer que esses autos fazem parte do
gênero dramático? Justifique.
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5. Você já sabe que todo texto tem uma finalidade, uma função. Qual das opções
abaixo pode ser identificada no texto I?
a) Poética / emotiva
b) Referencial/ apelativa
c) Metalinguística/ emotiva
d) Apelativa/ poética
Caro(a) aluno(a),
Nesta aula você vai observar como os índios eram vistos, tanto pelos europeus
que aqui chegavam, como na modernidade. A base para suas reflexões será dois
textos: um relato quinhentista e a letra de uma canção atual.
Fique atento e mãos à obra!
Atividade 9
Texto I
"A América é uma terra vasta onde vivem muitas tribos de homens
selvagens com diversas línguas diferentes. (...) Essa terra tem uma aparência amistosa
29
visto que s árvores ficam verdes por todo o ano (...) Todos os homens andam nus pois
naquela parte da terra (...) nunca faz tanto frio (...) a parte localizada ao Sul do trópico
de Capricórnio (...) é um pouco mais fria. Os selvagens dessa região chamam-se Carijó
e usam peles de animais limpas e preparadas como vestimenta. Por causa do sol forte,
os habitantes da terra têm uma cor marrom-avermelhada (...) trata-se de um povo
orgulhoso e muito astuto e sempre pronto a perseguir e devorar seus inimigos (...)
Existe naquele lugar uma grande serra que se estende até cerca de três milhas da
costa; em alguns pontos ela é bem mais afastada, em outros ainda mais próxima (...) os
Tupinambá residem na serra já mencionada, na beira do mar; mas seu território ainda
se estende por cerca de 60 milhas por detrás dela. Residem nas margens do Paraíba,
num rio que vem das montanhas e deságua no mar (...) Os inimigos são uma ameaça
por todos os lados (...)”
Texto II
Um índio
Um índio descerá de uma estrela colorida, brilhante
De uma estrela que virá numa velocidade estonteante
E pousará no coração do hemisfério sul
Na América, num claro instante
[...]
Virá
Impávido que nem Muhammad Ali
Virá que eu vi
Apaixonadamente como Peri
Virá que eu vi
Tranquilo e infalível como Bruce Lee
Virá que eu vi
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O axé do afoxé Filhos de Gandhi
Virá
[...]
(VELOSO, Caetano. Álbum Bicho, 1977)
Hans Staden (1520- 1565) participou de duas expedições ao Brasil, numa delas foi
capturado por índios tupinambás, tornando-se prisioneiro. Nesse período escreveu o
livro em que relatou suas experiências com os nativos, do qual foi retirado o trecho
referente ao texto I.
31
4. A segunda estrofe da canção estabelece relação de comparação entre o índio e
alguns personagens: Muhammade Ali (um grande lutador de boxe), Peri (personagem
indígena do livro “O Guarani”, de José de Alencar) e Bruce Lee (foum dos lutadores de
artes marciais mais influentes do mundo). Com base nessas informações, é possível
inferir que o índio do texto II:
Caro(a) aluno(a),
Você já ouviu essa frase? Ela é de autoria do poeta português Fernando Pessoa e
ao mesmo tempo em que lança uma sentença sobre a condição do homem, dialoga
ricamente com a tradição histórica dos portugueses na exploração dos mares. Foi por
meio da navegação que os europeus chegaram a nossa terra.
Neste caderno trabalharemos com dois relatos de viajantes, um contemporâneo e
outro que você já conhece: um trecho da carta de Pero Vaz de Caminha.
Faça as atividades com bastante atenção, pois os assuntos abordados neste
caderno já são do seu conhecimento. Vamos nessa?
32
Atividade 10
Texto I
[...]
E, velejando nós pela costa, obra de dez léguas do sítio donde tínhamos
levantado ferro, acharam os ditos navios pequenos um recife com um porto dentro,
muito bom e muito seguro, com uma mui larga entrada. E meteram-se dentro e
amainaram. As naus arribaram sobre eles; e um pouco antes do sol posto amainaram
também, obra de uma légua do recife, e ancoraram em onze braças.
[...]
(Pero Vaz de Caminha, disponível em:
http://www.biblio.com.br/defaultz.asp?link=http://www.biblio.com.br/conteudo/pero
vazcaminha/carta.htm. Acesso em 20 de julho de 2013.
Vocabulário de apoio
Amainar: v.t. Colher (as velas). Abrandar, acalmar, sossegar. / V.i. Diminuir, serenar.
Arribar: v.t. Chegar o navio ao porto. Acolher-se (o navio) a um porto por causa do
temporal. Girar o navio de barlavento para sotavento.
nau: denominação genérica dada a navios de grande porte até o século XVI usados em
viagens de grande percurso.
Texto II
[...]
A costa brasileira ofereceu os maiores desafios em termos de navegação. Muito
planejamento e poucas oportunidades climáticas. Na maior parte do tempo os ventos
e correntes são contrárias.
De Fernando de Noronha para frente tudo pareceu mais simples. Ventos e correntes
favoráveis. Paramos ainda em Natal e lá percebemos que a rotina e a vida no mar
seriam possíveis. As crianças estudando no barco e a vida simples de quem tem pouca,
ou quase nenhuma, preocupação com status ou com as coisas da vida em sociedade.
33
Minhas despesas caíram para um pouco mais que a metade do que gastava enquanto
morava em terra e a vida era repleta de experiências.
Ao longo de toda a costa brasileira fomos muito bem recebidos por um povo sempre
carinhoso. De Natal seguimos para Fortaleza, uma parada técnica para descanso e
aguardo. Precisávamos esperar que a temporada de furacões terminasse no Caribe
antes de seguir para lá.
Um mês de espera e seguimos mais para o Norte. Paramos na paradisíaca Ilha de
Lençóis, no Maranhão, vida devagar para quem não tem pressa de viver... Uma
namorada para o Caio e um monte de experiências para Rafael.
A hora de partir estava chegando. O Brasil ficaria para trás. Para frente só promessas
de viagem ao desconhecido, pelo menos para nós.
[...]
(Fabiano Constantino, disponível em http://bombarco.com.br/materias/exibir/relato-
de-uma-viagem-em-familia-pelo-atlantico-a-bordo-do-veleiro-flyer Acessado em: 20
jul./ 2013)
Entre os textos pode-se perceber uma diferença vocabular, ou seja, nas palavras que
os compõem. Tal diferença acontece devido ao momento em que ambos foram
escritos (texto I, século XVI e texto II, século XXI). A esses fatores que interferem na
maneira individual que o falante tem de se expressar chamamos Variações
Linguísticas. Transcreva do texto I expressões que são muito utilizadas nos dias atuais.
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2. O texto II, embora moderno e atual, contraria o estilo de vida estressante e
corrido que caracteriza os dias atuais. Transcreva pelo menos duas passagens que
comprovem a afirmativa.
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Avaliação
Caro(a) aluno(a),
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(José de Anchieta. Disponível em:
http://www.soliteratura.com.br/biblioteca_virtual/biblioteca04.php acesso: 20 jul./
2013)
2. O texto acima, além de ter uma função poética, percebida na combinação das
palavras e na forma como ele foi composto, apresenta uma finalidade principal, que é:
a) Explicar a doutrina cristã.
b) Expressar os sentimentos.
c) Dar uma informação.
d) Entreter o leitor.
Texto II
Fonte: http://mestresdahistoria.blogspot.com.br/2011_03_01_archive.html
Acesso em 20 de julho de 2013.
38
Pesquisa
Caro(a) aluno(a),
Um dos gêneros previstos para o nosso bimestre é a crônica. Esse gênero literário
se originou no jornal, nele nasceu e se desenvolveu, tinha por objetivo comentar o
ocorrido durante a semana. Mais tarde, ganhou “roupagem” literária, e, desde então,
muitos cronistas consagrados costumam ser, também, escritores de outros gêneros da
Literatura. A crônica possui dois tipos mais usuais: a crônica jornalística e a crônica
literária.
Os principais temas da crônica jornalística são os fatos da realidade. O autor, deste
tipo de crônica, visa, sobretudo, fazer crítica social ou política. Neste caso, o cronista,
ao retomar diretamente um fato noticiado, emprega uma linguagem mais objetiva, e a
estrutura do texto se baseia na exposição de ideias.
A crônica literária, por outro lado, tende a relatar os acontecimentos pessoais ou
a discorrer sobre os sentimentos e os anseios humanos. Apresenta, assim, uma
linguagem expressiva relacionada à poesia, ao lirismo. O cronista apela à sensibilidade
do leitor, empregando as palavras com total liberdade, geralmente, em seu sentido
conotativo.
Em resumo, a principal distinção entre a crônica jornalística e a literária é a forma
como o autor aborda os fatos: com maior ou menor objetividade.
Agora que você conhece já os dois principais tipos de crônica, leia o texto a seguir,
para responder as questões:
O buraco da memória
Coisa misteriosa, para mim, é um buraco, qualquer buraco. Na infância, ficava
intrigado: quanto mais terra tirava, mais terra havia.
O buraco não acabava, a menos que eu fosse parar no Japão, que me garantiam
estar bem embaixo do meu quintal, no Lins de Vasconcelos, mas do outro lado do
planeta. Seria exagero, nada tinha a fazer no Japão.
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Memória também é um buraco, quanto mais se tira matéria, mais matéria
aparece. E, ao contrário dos buracos que fazia no quintal, nem adianta ir até o fundo,
pois não há nada, nenhum Japão no fundo dela. Santo Agostinho dizia que a memória
era o “ventre da alma”. É por aí mesmo.
Mexendo em papéis antigos, dei com um dos testamentos que o pai fazia de vez
em quando, nos raríssimos momentos em que não tinha nada a fazer. Eram muitos os
seus testamentos, suas últimas declarações e vontades. Começava invariavelmente
perdoando todos os seus inimigos — e ele nunca teve um inimigo. Não levava mágoas
de ninguém, pois nunca se sentia magoado, um bom dia que recebia do vizinho ou do
leiteiro era uma homenagem, um tapete vermelho estendido à sua frente.
Acreditava que todos gostavam dele porque gostava de todos. Não se lembrava de
ter, voluntariamente, ofendido ou destratado quem quer que fosse e, se o fizera, pedia
desculpas e prometia reparação — se houvesse tempo e oportunidade. Citava uma
infinidade de amigos e conhecidos, dando um livro de sua biblioteca ou um selo de sua
coleção a cada um deles como “penhor de sua amizade”. Pedia moderação nos
funerais, nada de luxos e de prantos. Aceitava preces, confessava que tinha muitos
pecados e deles se arrependia.
Foram vários os testamentos, todos mais ou menos iguais, somente as datas
variavam. O último, feito pouco antes do fim, foi o mais enigmático, ele que não tinha
enigma nenhum, era transparente e colorido como um vitral de igreja. Deixou um
embrulho para mim, embrulho que nunca abri.
Foi a forma que encontrei para que ele continuasse perto de mim.
Carlos Heitor Cony
Fonte: http://www.objetiva.com.br/arquivos/capas/694.pdf
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II – Pesquise em jornais, livros, revistas ou na internet, um exemplo de crônica
jornalística e, retomando o que você aprendeu sobre texto literário, não literário,
sentido denotativo e conotativo, identifique:
Não se esqueça de identificar o autor e a fonte da sua pesquisa. As fontes são diversas,
no entanto, caso utilize a Internet ou tenha encontrado sua crônica em um livro, você
pode citar a fonte de sua pesquisa de duas maneiras bem simples:
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Para conteúdo extraído da Internet:
CARLOS, Manoel. O papa e outros papos. Disponível em:
http://vejario.abril.com.br/blog/manoel-carlos/category/cronica-da-semana. Acesso em 16 jul.
2013.
Observe que, para conteúdos extraídos da Internet, as informações básicas são
o nome do autor, o hiperlink em que o conteúdo foi encontrado e a data de acesso,
com dia; mês e ano identificados.
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Referências
[2] ANCHIETA, José de. In: MARTINS, M. de L. de Paula (Trans., trad. e notas). Poesias.
Belo Horizonte/ São Paulo: Itatiaia/ Editora da Universidade de São Paulo
[3]AutorepresentadonafestadeSãoLourenço.Disponívelem:
http://objdigital.bn.br/Acervo_Digital/Livros_eletronicos/autofestasaolourenco.pdf
[4] BOSI, Alfredo. História concisa da literatura brasileira. São Paulo: Cultrix, 1972.
[5] GARCIA, Othon M. Comunicação em Prosa Moderna. Rio de Janeiro: FGV, 2010.
[6] KOCH, Ingedore Grunfeld Villaça e TRAVAGLIA, Luis Carlos. A coerência textual. 17ª
edição. 2ª reimpressão. São Paulo: Contexto, 2008.
[7] LAJOLO, Marisa. O que é literatura. São Paulo: Brasiliense, 1981. Coleção Primeiros
Passos.
[9] RONCARI, Luiz. Literatura Brasileira. Dos primeiros cronistas aos últimos
românticos. São Paulo: Editora da USP, 2002.
[10] SACCONI, Luiz Antonio. Nossa Gramática - Completa. São Paulo: Nova Geração,
2010.
[11] SATADEN, Hans. A verdadeira história dos selvagens, nus e ferozes devoradores de
homens (1548-1555). Tradução de Pedro Süssekind. 5ª edição. Rio de Janeiro: Dantes,
2004.
[12] SOARES, Angélica. Gêneros Literários. 6ª ed. São Paulo: Ática, 2002. Série
Princípios.
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[13] VOGT, Carlos; LEMOS, José Augusto Guimarães de. Cronistas e Viajantes. São
Paulo: Abril Educação, 1982.
[14] WALTY, Ivete Lara Camargos. O que é ficção. São Paulo: Brasiliense, 1985. Coleção
Primeiros Passos.
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Equipe de Elaboração
COORDENADORES DO PROJETO
PROFESSORES ELABORADORES
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