A Ordem No Caos
A Ordem No Caos
A Ordem No Caos
CDD-700.7
Créditos
MATERIAIS EDUCATIVOS DVDTECA ARTE NA ESCOLA
Organização: Instituto Arte na Escola
Coordenação: Mirian Celeste Martins
Gisa Picosque
Projeto gráfico e direção de arte: Oliva Teles Comunicação
MAPA RIZOMÁTICO
Copyright: Instituto Arte na Escola
Concepção: Mirian Celeste Martins
Gisa Picosque
Concepção gráfica: Bia Fioretti
A ORDEM NO CAOS
Copyright: Instituto Arte na Escola
Autor deste material: Solange Utuari
Assessoria em Matemática: Marcelo Lellis
Revisão de textos: Nelson Luis Barbosa
Padronização bibliográfica: Shirlene Vila Arruda
Diagramação e arte final: Jorge Monge
Autorização de imagens: Cesar Millan de Brito
Fotolito, impressão e acabamento: Indusplan Express
Tiragem: 200 exemplares
Ficha técnica
Gênero: Documentário.
Palavras-chave: Desenho; cestaria; fotografia; mosaico; forma
geométrica; arte rupestre; arte indígena; arte muçulmana; arte
abstrata; geometria; natureza; matemática.
Foco: Conexões Transdisciplinares
Tema: Quarto programa da série. Apresenta padrões presentes
na natureza e na arte e como o homem estabelece relações
de medidas e contagens, elementos para uma discussão entre
ordem e caos.
Personalidades abordadas: Alfredo Volpi, Anna Mariani,
Johannes Kepler, José Patrício, M. C. Escher, Marcos Coelho
Benjamim, indígenas, homens primitivos, entre outros.
Indicação: A partir do 6º ano do Ensino Fundamental.
Nº da categoria: CT-B-4
Direção: Sérgio Zeigler.
Realização/Produção: Fundação Padre Anchieta - Centro
Paulista de Rádio e TV Educativas, São Paulo. Coprodução:
TV Escola.
Ano de produção: 2001.
Duração: 26’.
Coleção/Série: Arte & matemática.
Sinopse
Nas grutas de Lascaux e da Serra da Capivara, em fragmentos
de ossos vemos as primeiras manifestações da construção da
linguagem. São linhas e traços que expressam uma observação
atenta do mundo ou sentimentos mágicos. A beleza nos padrões
encontrados na natureza é comparada aos padrões geométricos
Trama inventiva
Ponto de contato, conexão, enlaçado em Os olhos da Arte
com um outro território provocando novas zonas de contágio
e reflexão. Abertura para atravessar e ultrapassar saberes:
olhar transdisciplinar. A arte se põe a dialogar, a fazer contato,
a contaminar temáticas, fatos e conteúdos. Nessa intersecção,
arte e outros saberes se alimentam mutuamente, ora se com-
plementando, ora se tensionando, ora acrescentando, uns aos
outros, novas significações. A arte, ao abordar e abraçar, com
imagens visionárias, questões tão diversas como a ecologia, a
política, a ciência, a tecnologia, a geometria, a mídia, o incons-
ciente coletivo, a sexualidade, as relações sociais, a ética, entre
tantas outras, permite que na cartografia proposta se desloque o
documentário para o território das Conexões Transdisciplinares.
Que sejam estas então: livres, inúmeras e arriscadas.
O passeio da câmera
Olhares voltados para o universo, visões de mundos distantes. No
retorno à Terra a câmera mostra relâmpagos, tempestades, fogo,
florestas, caos. Assim começa este quarto programa da série Arte
& matemática, que se divide em dois blocos. No primeiro deles,
imagens da Pré-História nos remetem à arte rupestre, em Las-
caux e Serra da Capivara, e à arte dos povos indígenas, criações
inspiradas em padrões presentes na natureza. A mão do homem
é referência para criar formas, para inventar modos de contar. No
segundo bloco, uma placa de argila em escrita cuneiforme, uma
pintura egípcia, antigas formas de anotar o pensamento matemático,
a harmonia e precisão dos favos de mel construídos pelas abelhas
2 nos surpreendem pela precisão geométrica e funcionalidade.
Os olhos da Arte
Pessoalmente vivi, durante anos, num tal estado de ilusão. Depois, veio
o momento em que os meus olhos puderam ver claro. Percebi que o
domínio da técnica não era a minha finalidade. Fui tomado de um outro
anseio cuja existência até então me era desconhecida. Vinham-me
ideias que nada tinham que ver com a arte da gravura, fantasias que
me cativavam de tal maneira que as queria absolutamente transmitir a
outros. Isto não podia acontecer com palavras, pois não eram pensa-
mentos literários, mas sim imagens de pensamento que só se poderiam
tornar compreensíveis aos outros quando as pudesse mostrar como
imagens visuais.
(M. C. Escher. Disponível em: <http://www.educ.fc.ul.pt/docentes/
opombo/seminario/escher/textos1.html>)
Bahtiaka
cesto balaio de material arumã
feito por índios da tribo Tukano (noroeste do Amazonas)
uma entidade tão criadora, por que a palavra caos causa ainda
hoje medo e insegurança. É possível criar sem o caos? Na
sabedoria dos gregos antigos, não. O caos é instância obri-
gatória do ato criador. O que os alunos pensam sobre isso?
Essa conversa pode motivá-los a ver o documentário cujo
título anuncia tratar dessas questões: A ordem no caos.
Qual trecho do documentário você pode exibir para colocar em
discussão um aspecto que pretenda aprofundar em seu projeto
de trabalho? Você escolheria o momento em que são mostrados
os primeiros cálculos, as obras de M. C. Escher, ou...?
Os alunos podem observar imagens abstratas criadas por
diferentes artistas e culturas apresentadas por você ou trazi-
das por eles. Como podem perceber as formas geometricas,
sequências, relação de figuras e fundos, os elementos de
visualidade (linha, cor, forma etc.)? Percebem formas geomé-
tricas e padrões no ambiente da sala de aula? A partir dessa
conversa podemos iniciar a projeção do documentário.
meios
objeto, linguagens
tradicionais
fotografia, convergentes
instalação
artes
meios novos visuais
heranças culturais,
cultura brasileira,
estética do cotidiano Patrimônio Forma - Conteúdo
Cultural
preservação e memória
bens simbólicos
Saberes
Estéticos e
Culturais
bens patrimoniais materiais,
arte abstrata, arte brasileira,
sítios arqueológicos
história da arte arte contemporânea,
arte indígena, arte moderna,
arte rupestre, arte muçulmana
Conexões
Transdisciplinares
Processo de ser simbólico, linguagem,
Criação código de signos de cada
época/cultura
arte, ciência
e tecnologia ação criadora sistema simbólico
Zarpando
ação criadora, arte como
matemática, geometria experiência da vida, diálogo
com a matéria
Ampliando o olhar
Como os alunos observam a ordem na natureza? Veem
padrões reconhecíveis visualmente, sonoros ou em com-
portamentos? Em uma coleta sensorial podemos sugerir
aos alunos que busquem no ambiente da escola ou em suas
casas a observação de padronagens. Depois cada aluno, ou
em grupos, pode apresentar suas pesquisas para a classe.
Em cada artista mostrado neste documentário há uma maneira
singular de fazer arte. Alfredo Volpi, por exemplo, escolheu a
materialidade da tinta têmpera. Considerado um alquimista,
fazia suas próprias tintas de maneira bem artesanal. A partir das
misturas de pigmentos (terras de diferentes tonalidades, óxidos
de ferro, argila colorida, entre outros) e aglutinantes que dão liga
(o ovo, clara ou gema, tem propriedades químicas, é uma cola
natural). Para amenizar o cheiro da tinta e conservá-la, colocava
um pouco de óleo de cravo. Incentive seus alunos a pesquisar
pigmentos e aglutinantes, a fazer suas próprias tintas.
Com materiais encontrados na natureza ou reaproveitando
matérias industrializadas, Marcos Coelho Benjamim faz sua
arte criando instalações, objetos e pinturas, entre outras
linguagens. Costuma dizer que a matéria tem alma e o artista
precisa estar aberto para perceber suas potencialidades. Co-
nheça mais sobre esse artista contemporâneo visitando o site:
<http:// www.caleidoscopio.art.br/marcosbenjamim/index.
htm> ou assista ao documentário: Marcos Coelho Benjamim: o
fazedor de coisas. Disponível na DVDteca Arte na Escola que
12 acompanha o Material educativo para o professor-propositor,
Valorizando a processualidade
O que os alunos estudaram? O olhar mudou em relação à obser-
16 vação da natureza, seus padrões e acontecimentos caóticos? E
Personalidades abordadas
Alfredo Volpi (Itália, 1896 - São Paulo/SP, 1988) – Pintor com estilo inigualável,
suas imagens são cheias de brasilidade, embora tenha nascido na Itália. Ficou
famoso pela formas triangulares que associam as bandeirinhas das festas popula-
res, mas sua obra vai além dessas formas. Considerado um dos mais importantes
artistas da segunda geração do modernismo, em suas obras predomina rica
qualidade cromática criando composições abstratas geometrizadas.
Anna Helena Mariani Bittencourt (Rio de Janeiro/RJ, 1935) – Fotógrafa
que se tornou conhecida com as imagens coloridas de fachadas e detalhes
da arquitetura de casas do sertão nordestino. Em sua produção também
encontramos aspectos da paisagem brasileira, arquitetura, cenas de coti-
dianos femininos, condições de vida em imagens que buscam beleza em
meio a condições adversas do povo brasileiro.
Johannes Kepler (Alemanha, 1571 - 1630) – Matemático e astrônomo
alemão, ficou conhecido pelas três leis fundamentais da mecânica celeste,
conhecidas como leis de Kepler, que regem o movimento dos planetas.
Dedicou-se ao estudo da óptica. Publicou sete volumes do Epítome astrono- 17
Glossário
Arte abstrata – Corrente estilística do início do século XX que abandona a
ideia de arte como mimese e passa criar a partir dos elementos de visualida-
de. Não figurativa, é geralmente entendida como uma forma de arte que se
liberta da realidade visível, usando as relações formais entre cores, linhas e
superfícies para compor a realidade da obra. Busca sintetizar os elementos
da realidade natural em obras que fujam da simples imitação do concreto.
Fonte: ABSTRACIONISMO. Disponível em: <http://www.historiadaarte.
com.br/abstracionismo.html>. Acesso em: ago. 2009.
Arte indígena – Produções que se materializam dentro das culturas indígenas
explorando as materialidades do barro, da tecelagem, de plumas e de outros
elementos. A arte indígena manifesta-se por meio de cânticos, vestuários,
utensílios, pintura corporal, perfuração da pele, danças, entre outros, sendo
18 esses raramente produzidos com o intuito de ser arte propriamente dita. Toda
Bibliografia
AMARAL, Aracy (Org.). Marcos Coelho Benjamim. Belo Horizonte: C/
Arte, 2000. 19
Webgrafia
os sites a seguir foram acessados em 29 abr. 2009.
ARTE & matemática: 13 programas da série (pesquisas, conceitos e entrevistas). Dis-
ponível em: <http://www2.tvcultura.com.br/artematematica/programas.html>.
ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de artes visuais. Disponível em: <htpp://www.
itaucultural.org.br/enciclopedia>.
JOSÉ Patrício. Disponível em: <http://www.josepatricio.com.br/index3.html>.
MARCOS Coelho Benjamim. Disponível em: <http://www.comartevirtual.
com.br/mcoelhob>.
MATEMÁTICA hoje: série Arte & matemática. Disponível em: <http://www.
matematicahoje.com.br/telas/cultura/midia/midia.asp?aux=E>.
M. C. Escher. Disponível em: <http://www.mcescher.com>.
______. Disponível em: <http://www.educ.fc.ul.pt/docentes/opombo/
seminario/escher/escher1.html>.
MUSEU de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo – MAC/USP
Disponível em: <http://www.mac.usp.br>.
20 POVOS indígenas no Brasil. Disponível em: <http://pib.socioambiental.org/pt>.
A ORDEM NO CAOS