Trabalho de Tratamento e Pintura 2
Trabalho de Tratamento e Pintura 2
Trabalho de Tratamento e Pintura 2
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BELÉM 2011
TRABALHO DE PESQUISA SOBRE:
TRATAMENTO E PINTURA DE EMBARCAÇÕES
BELÉM 2011
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SUMÁRIO
1. PINTURA INDUSTRIAL...........................................................................4
1.1 PREPARAÇÕES DA SUPERFÍCIE PARA PINTURA..................4
1.2 PREPARAÇÃO DA SUPERFÍCIE DO AÇO COM RELAÇÃO A
CAREPA...........................................................................................................5
1.3 CONTAMINANTES DA PINTURA....................................... ........5
1.4 TIPOS DE PREPARAÇÃO DE SUPERFÍCIE........................ 6
2. GRAU DE INTEMPERISMO......................................................................10
3 . TIPO E APLICAÇÕES DA TINTA............................................................13
3.1. COMPOSIÇÃO DA TINTA....................................................13
3.2 ESQUEMA DE PINTURA.......................................................14
3.3 MÉTODO E APLICAÇÃO DA TINTA...............................................16
4. PINTURA DE TANQUES............................................................................19
4.1 PINTURA EM ESFORÇO ESTRUTURAL......................... 21
4.2 PINTURA EM REGIÃO DE FUNDO DE TANQUES...................22
5. ANEXOS......................................................................................................26
6. CONCLUSÃO.............................................................................................34
6. BIBLIOGRAFIA.........................................................................................35
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1 - Pintura Industrial
Um dos fatores mais importantes para uma boa durabilidade da pintura é o preparo da
superfície. As tintas aderem ao metal por ligações físicas, químicas ou mecânicas. Os
dois primeiros fatores ocorrem através de grupos de moléculas presentes nas resinas das
tintas que interagem com grupos existentes nos metais. A ligação mecânica ocorre
sempre associada a uma das duas primeiras e implica na necessidade de certa
rugosidade na superfície do metal. Preparar a superfície de um aço significa realizar
operações que permitam obter limpeza e rugosidade. A limpeza elimina os materiais
estranho, como contaminantes, oxidações, carepa e tintas mal aderidas. A rugosidade
aumenta a superfície de contato e aumenta a aderência. O grau de preparação da
superfície depende de restrições operacionais, do custo de preparação, do tempo e dos
métodos disponíveis, do tipo de superfícies e da seleção do esquema de tintas em função
da agressividade do meio ambiente.
Observação:
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1.2 - Preparação da superfície do aço com relação a carepa
Deve ser preparada porque a carepa é lisa, dura e impermeável, poderá apresentar
espessuras de 15 até milhares de micrômetros (a espessura depende do tempo que o aço
fica exposto a temperaturas da faixa; esta é a razão pelas quais as chapas grossas têm
carepas mais espessas; quanto maior a massa, mas tempo demora a esfriar). Se
comparar a carepa com a tinta poderíamos afirmar que a carepa é um ótimo
revestimento anti-corrosivo, mas a tinta supera se compararmos uma camada de carepa
com uma camada de tinta no mesmo ambiente pelo mesmo tempo exposto, a pintura
apresentaria um desempenho superior. A razão disso é porque a tinta apresenta uma
flexibilidade suficiente para acompanhar os movimentos da base sem trincar ou fissurar.
A carepa não possui flexibilidade e não acompanha os movimentos do aço sobre o qual
foi formada. Possui coeficiente de dilatação diferente do aço e com os movimentos
diários da dilatação por causa do calor e do sol e com a contração devido as
temperaturas serem mais frias durante a noite, a carepa acaba se trincando e se
destacando levando tinta junto consigo. Outro problema da pintura em cima da
laminação é que por ser uma superfície muito lisa há dificuldades de aderência da tinta.
A carepa deve ser removida completamente, principalmente as carepas dos cordões de
solda.
O aço é uma liga de ferro carbono contendo outros elementos tais como: Manganês,
Silício, Fósforo e Enxofre, qualquer outro elemento diferente deste é considerado um
contaminante. Os contaminantes
- Suor: líquido produzido pelas glândulas sudoríparas. Tem pH entre 4,5 a 7,5; um
toque de mão na superfície a ser pintada produz manchas que causam bolhas nas tintas e
aceleram a corrosão, devido aos contaminantes (Compostos: água e sólidos. Substâncias
orgânicas: glicose, fenóis, Ácido lático, Ácido úrico e Ácido cítrico. Sais: sódio,
Potássio, Cálcio e Magnésio). O manuseio das peças prontas para serem pintadas deve
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ser feito sempre com as mãos protegidas por luvas limpas e também mesmo que as
peças tenha sido pintada, aguardando aplicações de demão subseqüentes, isso evita a
contaminação entre demão.
- Compostos solúveis: qualquer tinta por mais moderna que seja e de melhor
desempenho que possa ter, nunca deve ser aplicada sobre superfícies contaminadas por
compostos solúveis, pois existe um grande risco de formação de bolhas quando a área
for submetida a ambientes úmidos ou corrosivos. As bolhas na tinta se formam por
causa da OSMOSE, que proporciona passagem da água na forma de vapor através da
película da tinta, do lado de menor concentração para o lado de maior concentração de
compostos solúveis. Nesse caso a contaminação com o sal está na superfície metálica e
o vapor atravessa a película, se condensa e forma uma solução saturada de sais. Depois
por osmose, mais água se permeia e forma uma bolha. A área onde ocorre a bolha é um
ponto em potencial de corrosão. Geralmente os pontos que irão ficar em condições de
imersão ou em locais úmidos têm a maior tendência de aparecimento de bolhas. Essa é
a razão da remoção de todos os produtos solúveis antes da pintura, Cloreto de Sódio e
Cloreto Férrico (à beira mar); Nitratos, Cloretos e Sulfatos Ferrosos (ambiente
industrial); óxidos e hidróxidos (ambiente rural).
GRAUS DE PREPARAÇÃO
TIPOS DE PREPARAÇÃO
DE SUPERFÍCIE NORMA NORMA NORMA
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Areia
Metal quase Branco Sa 2,5 SSPC-SP10 Sa 2, 5 (N-9)
Metal Branco Sa 3 SSPC-SPS Sa 3 (N-9)
Hidrojato
Outros
-
a) Limpeza da superfície do aço com água e detergente- deve ser feita antes de
quaisquer métodos de tratamento para que sejam retirados os contaminantes.
b) Preparação da superfície do aço por ferramentas manuais (St-2) - feita com lixas,
escovas, raspadores, picadeiras, ferramentas manuais de impacto e tem por
finalidade remover carepa, ferrugem e pinturas antigas soltas. As lixas devem ser a
prova de água e os movimentos circulares.
As lixas mais usadas no meio industrial são: 40, 60, 80, 100, 120, 180, 220 e 400.
As lixas de 40 e 60 são as de granulados mais grossos e são usadas para arrancar
ferrugem e carepa desde que o abrasivo seja de carbureto de silício ou óxido de
alumínio. Os números de 120 e 180 para realizar uma boa limpeza e produzem uma
rugosidade ideal para a aderência da tinta. As de número 400 servem para produzir
rugosidade entre as demãos (caso tenha passado um período de 48h). A seqüência
de uso da grana da lixa deve ser obedecida, ex.: 60, 80... ...220.
As escovas de madeira com cerdas de aço são usadas para retirar ferrugem e
carepas soltas e não proporcionam limpeza muito rigorosa.
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Escovas rotativas são usado em aço novo ou enferrujado em grau “C” da norma
sueca; não são recomendadas para aço com carepa intacta pois a dureza da carepa é
superior ao material da escova.
g) Preparação da superfície do aço por jateamento abrasivo (metal branco) tem por
finalidade retirar por completo e sem deixar vestígios, a carepa de laminação,
ferrugem e todos os outros materiais agregados. É o grau mais alto de limpeza com
eliminação em 100% de carepas e ferrugens.
h) Jateamento sólido
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Areia é recomendado em campo aberto, pois possui alto teor de sílica livre que pode
provocar problemas respiratórios como a silicose.Produz muita poeira devido a
quebra das partículas. Após o jateamento, a quebra das partículas chega a 70% (pó),
portanto a sua reciclagem chega em no máximo a dois ciclos (antieconômico).
Existem problemas com a saúde, meio ambiente (descarte) e é prejudicial aos
painéis elétricos. O uso desse jateamento é proibido em vários estados brasileiros.
Caso a areia seja usada ela deverá ser livre de contaminantes tais como sais,
umidades, argila, mico, carvão e conchas. O seu uso é 6 vezes mais caro do que a
granalha (que pode ser usada até aproximadamente umas 350 vezes).
Granalha de aço: as granalhas são feitas com um tipo de aço especial de alta
dureza e se apresentam em formatos esféricos (maior dureza) e angulares. Existem
Sistemas de recuperação automático ou manuais; para recuperação manual existe
muito sacrifício, pois uma pá desse produto pesa mais de 10kg.
i) Jateamento com areia molhada: esse processo é o mesmo processo com areia a seco
exceto que é introduzida água na mistura ar areia. A água deve ser limpa e
ligeiramente alcalinizada com a adição de um inibidor de corrosão (geralmente
nitrito de sódio). Após o jateamento a área dever ser lavado com água limpa e
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secado com um jato de ar limpo e seco. A pressão de jateamento é em torno de
6.500 lb/pol e produz rugosidade suficiente para a aderência da pintura.
k) Limpeza por turbina centrifuga: é feito por máquinas equipadas por turbinas
centrífugas. As palhetas da turbina arremessam as partículas contra as peças em alta
velocidade. Esse método é muito eficiente e não produz poeira e serve para perfis,
tubos, chapas e vigas ou peças de geometria complicada. Esse Sistema é uma
câmara com turbinas e pontos diferentes e as peças entram e recebem o jato. O
Sistema de recolhimento da granalha é automático e é separado o material de escoria
e retorna apena a granalha para as turbinas. É um Sistema econômico porque
permite um grande número de reciclagem.
- Refinador;
- Fosfatização, lavagem;
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b) aço pintado – com a pintura existente intacta ou apresentando falhas em diversos
graus.
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3- Tipos e aplicações de tintas
Resina:
Pigmentos
Aditivos
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São componentes muitos variados e presentes em pequenas proporções. Auxiliam no
processo de fabricação; aumentam a estabilidade no vasilhame; melhora a aparência do
acabamento; acelera a secagem; melhora o espessamento; e outras. Principais Aditivos
são Dispersantes, Esperssantes, Secantes, Anti-bolha e Anti-nata.
Solventes
São componentes que facilitam a fabricação e a aplicação da tinta. Não fazem parte da
película seca da tinta, evaporam durante a aplicação e durante a secagem.
a) Tintas de fundo;
b) Tintas intermediárias;
c) Tintas de acabamento.
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e tubulações, equipamentos e estruturas sujeitas a imersão. Temperaturas de até
120°C.
Tinta Poliuretana tem boa resistência a química e aos raios ultravioletas
(superior as do Epóxi), se caracterizam pela boa retenção de cor, são de
excelente resistência ao intemperismo e melhor resistência ao fluido hidráulico.
Temperaturas de até 120°C.
Tintas para altas temperaturas. Essas tintas são resistentes a temperaturas
elevadas, até 550 ºC, logicamente devem ser elaboradas com materiais
resistentes a esta faixa de temperaturas. Tecnicamente as únicas que suportam
temperaturas de até 550 ºC são as de silicato e as de silicone. São tintas mono
ou bi componentes. As resinas podem ser silicone ou silicatos. Para
temperaturas de até 230 ºC, estas tintas podem oferecer diversas cores. Para
temperatura acima de 230 ºC, até 550 ºC, somente são disponíveis tintas nas
cores alumínio e pretas.
acabamento
intermediária
fundo
metal
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resistirem sozinhas ao meio ambiente, elas devem fazer parte de um esquema de
pintura completo contendo tinta de acabamento.
Tintas Intermediárias
Tintas de acabamento
Elas devem ser resistentes ao intemperismo, a químicos e ter cores estáveis, pois
são de grande importância na identificação de equipamentos e de tubulações, além
da finalidade estética.
As tintas em geral são formuladas para facilitar sua aplicação através de métodos
convencionais utilizados nos diversos tipos de pintura. Estes métodos convencionais
utilizados na maioria dos casos são aplicados com:
a) Pincel: utilizado para pintar cordões de solda, arestas vivas, cantos e frestas.
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b) Trincha - esse método é utilizado para aplicação de tintas epoxi de alta espessura
sem solventes, para pintura em pequenas áreas e recortes em área de solda.
A 25°C o intervalo é de 04h a 48h. Não deve ser aplicada a demão seguinte
antes do período mínimo porque o solvente da tinta anterior não secou
completamente e isso ocasionará problemas na secagem, pois a tinta se
comporta como se fosse um excesso de espessura, poderá ocorrer
enrugamentos e até fissuras. Se esse intervalo for obedecido a aderência da
pintura será máxima, pois haverá uma interpenetração das camadas das
demãos.
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Aplicação da tinta
Para aplicar com pistola a tinta deverá ser diluída com um afinador, diluente,
(thinner), ou seja, diminuir a viscosidade. Deve-se usar um afinador
compatível com a resina da tinta para que não ter problemas com a pintura.
Se o diluente contiver solventes muito leves, ocorrerá bolhas na pintura, a
tinta não se uniformiza e fica parecendo uma casca de laranja ou ocorre uma
pulverização seca ou seja o solvente evapora entre a pulverização e a
chegada na superfície a ser pintada. Se o diluente contiver solventes pesados
a tinta custa a secar, ocorre escorrimento vertical, coagulação, dificuldade de
espalhamento e nivelamento da tinta e sedimentação excessiva.
A temperatura do ambiente onde deve ser aplicada a tinta deve ser entre
16°C e 30°C. Se as temperaturas forem abaixo de 10°C e entre 30°C e 40°C
serão necessárias técnicas especiais de diluição e aplicação.
A umidade relativa do ar deverá ser monitorada. Normalmente se aplica a
tinta em 30% e 60%. Durante a madrugada a úmida do ar costuma ser mais
alta do que em outros períodos.
As perdas de tinta durante a aplicação dependem dos seguintes fatores: método de
aplicação, condição de aplicação (altura em relação ao solo e dos ventos), da geometria
das peças, do estado de corrosão da superfície, do preparo da superfície (rugosidade), da
uniformidade da película (espessura), da experiência do pintor e do tipo de tinta.
Exemplo:
Área a ser pintada: 2.000 m2.
Tinta: sólidos por volume: 47 % (dado obtido na respectiva ficha técnica da tinta).
Espessura da película seca por demão: 25 μm (dado obtido na respectiva ficha técnica
da tinta).
Método de aplicação: pistola convencional.
Número de demãos: 2 (dado obtido nas tabelas de sistemas de pintura).
Cálculo:
Rt = 47 x 10 / 25 = 18,8 m /
Rp = 18,8 x 0,6 = 11,28 m /
Qt = 2.000 / 11,28 = 177,3 : . 177,3 x 2 = 354,6 / 3,6 = 98,5 galões
Portanto, para pintar os 2.000 m2 à pistola em duas demãos com uma tinta com sólidos
por volume de 47% e espessura da película seca de 25 μm serão necessários 354,6 litros
da tinta ou 98,5 galões. De acordo com esse cálculo seria comprado o diluente, total 50
litros aproximadamente (cálculo de 15%).
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4 - Pintura de Tanques
O sistema de silicato inorgânico de zinco atua como se fosse um anodo, de modo que
mesmo quando apareçam pequenas falhas na aplicação, ainda assim o aço continua
protegido (fig. 7). Entretanto, tal qual um sistema de anodos, o zinco é gradualmente
consumido ao longo do tempo. A utilização desse sistema não é recomendável em
tanques de óleo cru, uma vez que se deteriora quando em contanto com componentes à
base de enxofre, que normalmente estão presentes no gás inerte e no óleo cru e seus
resíduos. Outra desvantagem desse sistema é que pelo fato de exigir um alto padrão de
preparação da superfície, por silicato de zinco não se presta a repintura ou retoque.
Eletrólito
Tinta Anodo
rica
em
zinco
Catodo
Aço
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MEIO CORROSIVO
T
I
N
T
A
AÇO
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4.1 – Pintura em esforço estrutural.
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4.2 – PINTURA EM REGIÃO DE FUNDO DE TANQUES
Esses pontos devem ser reforçados durante a pintura para minimizar futuros
problemas.
- Quando o fundo do tanque é pintado, neste caso normalmente o desgaste ocorre sob
a forma de pittings localizados em pontos de falha de aplicação do sistema de
pintura.
- As regiões a ré dos tanques são normalmente mais afetadas pela corrosão do que as
regiões de vante, isto deve-se ao acúmulo de água devido a condição de trim pela
popa, normalmente adquiridas pelos navios, associada à incapacidade de completa
drenagem da região.
- A região mais crítica no fundo dos tanques é, sem duvida , a região sob a “boca de
sino “, devido a “erosão” gerada pela aspiração/descarga do fluido agravada pelo
fato de, por razões óbvias, estar situada a ré geralmente exposta permanentemente
ao contato com água ou produto.
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Fig. 15 - Corrosão típica em estrutura de fundo
4
4
7
5
6
Área de corrosão moderada - Área of moderate steel loss
1 - Vante - forward
3 - Longitudinais - longitudinals
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4 - Cavernas gigantes - transverse web frames
1
2
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Defeitos estruturais típicos de costado
3 - Borboleta - Bracket
25
26
27
28
29
30
Rebocador da Companhia Norskan no Estaleiro antes da pintura
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Rebocador da Companhia Norskan no Estaleiro depois da pintura
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Craqueamento tipo de uma tinta com alta espessura.
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6 – CONCLUSÃO
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7 – BIBLIOGRAFIA
Fernando Fernandes
Curso Superior (Engenharia Química) até o quinto ano, na Escola Superior de
Química Oswaldo Cruz em São Paulo - SP.
Structural Desing of sea-going ships
BARABANOV, N – Structural design of sea-going ships
Curso básico de pintura III
International Marine Coating
Curso básico de Inspeção Estrutural em Navios Tanques
TRANSPETRO
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